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DISCIPLINA: História da Matemática

Módulo: Introdução à História da Matemática

Nome do Professor: Munira Assad Simão


Nome da Disciplina: História da Matemática
Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2017.
Guia de Estudos – Módulo 01
Faculdade Campos Elíseos
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. MESOPOTÂMIA

3. EGITO

4. GRÉCIA
MÓDULO 01 – Introdução à História da Matemática

Conversa Inicial

Este primeiro módulo tem a finalidade de apresentar um histórico da matemática,


desde suas origens até hoje. Os temas serão abordados de maneira acessível, para
nos familiarizarmos com os principais conceitos essenciais utilizados na matemática.
O trabalho terá inicio com uma introdução da contagem, seguindo sempre a ordem
cronológica, passando depois pelas civilizações antigas e grandes filósofos que
contribuíram de alguma forma, com o conhecimento adquirido desta disciplina,
podendo ser utilizado atualmente. Depois do estudo da origem da matemática e das
contribuições originais, desenvolveremos assuntos necessários para a compreensão
dos conteúdos importantes, preservação dos objetos de estudo diante da
compreensão histórica e das teorias relevantes da matemática moderna para a
realidade e a contemporaneidade. Diante do proposto, dediquemo-nos com incentivo
e motivação aos estudos!
Sucesso!
1 INTRODUÇÃO

Este capítulo mostra a evolução da contagem das civilizações antigas, como


os mesopotâmicos e os egípcios, do progresso e dos avanços da matemática
através dos sistemas de numeração.

1.1. Contagem
A história da matemática começa com o entendimento da contagem, que
passou a ser desenvolvido pela civilização antes da escrita. Habilidades naturais
foram sendo destacadas através das percepções quantitativas e necessárias à vida
primitiva.
A evolução humana buscou interações com a natureza, observações para
pensar numericamente e criou o processo de contagem levando dados que
pudessem ser analisados na história da matemática.
Primeiramente, o homem comparou conjunto de objetos, estímulos e
correspondências para atender sua demanda como observar o céu, se interar com a
natureza e pensar numericamente. A partir daí, ele começou a comparar e
desenvolver outras capacidades.
O homem utilizou, inicialmente, partes do corpo, como os dedos, o tamanho
do rebanho, pedregulhos, conchas, ossos ou madeira para quantificar números
essenciais à sua sobrevivência.
A partir da introdução de ordem começa a noção de contagem,
principalmente com a associação dos dedos das mãos e sua evolução se dá com as
ferramentas linguísticas, como a noção de plural e singular, revelando os conceitos
utilizados.
A contagem através dos dedos determinou os sistemas numéricos de base 10
que era utilizada pelas civilizações antigas e utilizamos até hoje.
Construções quantitativas um pouco mais elaboradas foram encontradas
através da justaposição de duas palavras báasicas: “dois-um”, “dois-dois” e assim
por diante, até atingir uma certa quantidade limite, e depois referidas por “muitos”,
chamado de 2-sistema. Analisamos que o nosso sistema de numeração na base 10
também foi formado pelo mesmo processo.

2. MESOPOTÂMIA

A Mesopotâmia hoje corresponde às regiões territóriais do Iraque.


Síria, Turquia e Irã. Precisamente, a Babilônia trouxe grandes avanços para a
civilização, porém, o maior legado foi o desenvolvimento da comunicação
escrita cuneiforme, composta por símbolos em forma de cunha, a mais antiga.
Os mesopotâmicos usavam como suporte para a escrita placas de
argila, que eram marcadas com estilete e, em seguida, eram cozidas ou
secas ao sol para obter maior durabilidade.

Figura 1 - Placa de argila com escrita cuneiforme 1

1
Disponível em: <http://dominiosdahistoria.blogspot.com.br/2017/03/3-aula-de-historia-1-ano-ensino-
medio.html
Esses objetos eram muito resistentes e sobreviviam mais `a ação do tempo
do que os papiros egípcios, contribuindo com as pesquisas arqueológicas desde o
século XIX.
A mesopotâmia contribuiu muito com a pesquisa do conteúdo matemático.
Os babilônicos desenvolveram um conhecimento de cálculos e medidas, aplicados
ao auxilio de problemas econômicos e comercias, resoluções de cálculos de
multiplição e divisão.
Há ainda muitas tabuletas que demonstrava conceitos que poderiam levar aos
quadrados, cubos, raízes quadradas e raízes cúbicas, progressões geométricas e
potências. Os babilônicos colaboraram também com a estimativa do logaritmo de um
número.
Através das linguagens estudadas, sempre haviam propostas de problemas
de modo algorítmico, com cálculos de aspectos quantitativos de objetos ou
atividades cotidianas de pesos e medidas, como áreas de terrenos, material de uma
construção, etc.
O sistema de numeração babilônico combinava um sistema sexagesimal e
decimal, ou seja, as bases 60 e 10, os dígitos colocados mais `a esquerda
representavam valores maiores. Alcançado o número 60, passava-se para a coluna
imediatamente `a esquerda e o procedimento era repetido, representando os
números apenas com dois símbolos básicos.

Figura 2 - Sistema de Numeração Babilônico 2

2
Disponível em: <http://producao.virtual.ufpb.br/books/camyle/introducao-a-computacao-livro /livro/livro.
chunked/ch03s01.htm l>. Acesso em: 05 de dezembro de 2017.
Os sistemas numéricos não utilizavam o zero, criando um problema para a
representação de números extensos se deixassem, pelo menos, vazios os espaços
que deveria ser preenchida com o zero.
Os símbolos numéricos, nas civilizações antigas dependiam do contexto. A
matemática mesopotâmica passou a empregar o símbolo para preencher os
espaços vazios colaborando para a criação do zero.
Observações astronômicas da civilização babilônica possibilitaram a utilização
da base 60, pois, o mês lunar dura perto de trinta dias, o ano 360 = 6 × 60 dias, além
do uso duas mãos para contar de 1 até 60. E, na parte prática, analisaram a
grandiosidade do número 60, facilitando o cálculo de divisões e frações, tais como o
número de subdivisões de um minuto em segundos, ou de uma hora em minutos, ou
ainda a divisão de um círculo em 6 × 60 = 360 graus.

Curiosidade:

Figura 3 – Cálculos babilônicos3

3
http://www.mat.ufmg.br/ead/acervo/livros/introducao_a_historia_da_matematica.pdf
Também foram encontrados dados que podem ser interpretados como
equações de primeiro e segundo graus, mostrando equivalências de fórmulas que
encontramos hoje e, as soluções negativas não eram admitidas.
Na parte geométrica, os babilônicos mostravam conhecimento sobre a área
do retângulo, do triângulo retângulo e do trapézio. Conheciam também cálculos
sobre a circunferência do círculo, estimando também que π = 3, e em outras
tabuletas que π = 3, 125.
Os babilônicos conheciam também o volume de um paralelepípedo e o
volume do cilindro. E, desde os tempos antigos pesquisavam sobre a √2, levando ao
conhecido Teorema de Pitágoras e também sobre os conceitos que levaram ao
Teorema de Tales, portanto a matemática grega pode ter sido herdada da
babilônica.

3 EGITO
A civilização egípcia se desenvolveu devido ao rio Nilo, no território que hoje
corresponde ao Egito. Esta civilização passou pelo auge de prosperidade e poder
entre os séculos XVI e IX a.C., e depois, em decadência diante da dinastia de
Alexandre, o Grande.

Figura 4 - Egípcios 4

4
Disponível em: <http://archaeologyatup.co.za/?p=476>. Acesso em: 05 de dezembro de 2017.
A civilização egípcia introduziu também o calendário, através de observações
astronômicas, composto por 12 meses de 30 dias cada e mais 5 dias festivos
utilizado na Europa até o século XVI. Esta construção mostrou os conhecimentos
matemáticos sendo empregados para as necessidades e práticas da sociedade.
Posteriormente, iniciou-se um tempo de desenvolvimento da engenharia,
através da construção de pirâmides e de monumentos enormes.
A maior das pirâmides foi a de Quéops, construída com 146,6 m de altura e
sua elaboração envolveu níveis de precisão surpreendentes, como a base quadrada,
e ângulos retos. A engenharia egípcia provocou os estudiosos matemáticos pela sua
grandiosidade de conhecimento.

Figura 5 – Pirâmide de Quéops 5

O papiro, papel utilizado naquela época, trouxe os registros da civilização


egípcia contribuindo com os conteúdos matemáticos. O papiro era produzido
cortando-se em finas tiras a parte interna do caule da planta de mesmo nome, planta
esta abundante no vale do rio Nilo era escrito através da simplificação da escrita
hieroglífica, composta por símbolos e mais usada em monumentos.
O papiro mais importante é o Papiro de Rhind, mostrando problemas e
soluções desenvolvidas pelos egípcios. Encontrou-se representações de frações
unitárias, de equações lineares, do círculo, o cálculo de volume e áreas.

5
Disponível em: < https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/piramide-de-queops.jpg> Acesso
em: 05 de dezembro de 2017.
Figura 6 – Papiro de Rhind – Museu Britânico 6

No Papiro de Rhind, já tinham citado a área de um triângulo isósceles:


calculada tomando metade da base e multiplicando pela altura, pois mostravam que
o triângulo isósceles pode ser pensado como dois triângulos retos que, ao serem
justapostos, formam um retângulo
A geometria egípcia surgiu diante da necessidade em proteger os campos
cultiváveis diante das inundações do rio Nilo e melhorar o cultivo. A matemática era
voltada para as práticas desta sociedade e, por tentativas e aproximações
conseguiam resolver os problemas e criar métodos.
As fórmulas, criadas pelos egípcios, proporcionavam a construção das
pirâmides e dos materiais utilizados através de várias fórmulas como a do volume V
= (1/3)Ah.
Os egípcios trabalhavam apenas com frações unitárias, com numerador 1,
pois estas atendiam às necessidades contábeis e nos cálculos da época.
O sistema de numeração egípcio trouxe outras grandes contribuições como a
numeração hieroglífica que não era posicional e era na base 10, cada símbolo era
repetido quantas vezes fossem necessárias e a ordem não importava, devido às
diferentes maneiras de apresentação, mostradas abaixo:

6
Disponível em: < http://matematicosdemogi.blogspot.com.br/2016/07/os-papiros-da-matematica-egipcia-
rhind.html>. Acesso em: 05 de dezembro de 2017
Figura 7 – Sistema de Numeração Egípcio 7

4 GRÉCIA, PERÍODO HELÊNICO

4.1 Introdução

A civilização grega também desempenhou um papel muito significativo para a


matemática. O apogeu da civilização grega ocorreu nos séculos V e IV a. C, quando
Atenas passou a ser sua capital.
Após as conquistas de Alexandre, o Grande, Alexandria se tornou a principal
cidade do Egito.
A matemática começou a progredir e se tornou uma ciência, porém, atuando
de forma concreta e prática. Os gregos mudaram a estrutura da matemática e
contribuíram com a sua estrutura em diversos momentos da história.

7
Disponível em<http://mathemaniacos.blogspot.com.br/2012/08/sistema-de-numeracao-egipcio.html> Acesso
em 06 de dezembro de 2017
Algumas fontes disponíveis da matemática grega foram limitadas, não
haviam muitos documentos escritos, por filósofos importantes como Tales de
Mileto e Pitágoras, perdendo conteúdos essenciais através do tempo.

4.2 Os sistemas de numeração gregos


O primeiro sistema de numeração grego utilizava a adição de símbolos na
base 10 e não usava o zero para preencher os espaços vazios por não ser
posicional.
Posteriormente, ele foi evoluindo e os números eram representados por letras
do alfabeto grego. O quadro a seguir mostra as letras gregas e os números
correspondentes escritos no sistema indo-arábico:

Figura 8 – Sistema de numeração grego 8

4.3 Tales de Mileto

Tales originário de Mileto, iniciou o estudo matemático na Grécia. Ele


conseguiu unir astronomia, teoria dos números e geometria.
Tales foi comerciante e viajava muito, então, pode visitar a Mesopotâmia
entrou em contato com a matemática local e começou a tomar base dos conceitos e
produzir conhecimento.

8
Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfarYAB/sistema-numeracao-grega-historia-
matematica> Acesso em: 06 de dezembro de 2017.
Ele foi astrônomo e considerado o criador da geometria dedutiva, colaborando
com as primeiras demonstrações matemática, inclusive sobre figuras planas.

Figura 9 – Figuras Planas 9

Todas estas contribuições e demonstrações foram atribuídas a Tales. Ele


conseguiu mudar o rumo, a organização e a estrutura da geometria, antes realizada
no Egito somente para auxiliar as práticas cotidianas e depois crescendo como um
estudo dedutivo.

4.4 Pitágoras

Figura 10 – Busto de Pitágoras - Roma 10

9
Disponível em: <http://www.mat.ufmg.br/ead/acervo/livros/introducao_a_historia_da_matematica.pdf>.
Acesso em: 07/12/2017
10
Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Pit%C3%A1goras> Acesso em: 07/12/2017
A Escola Pitagórica criada por Pitágoras se desenvolveu e provocou a
decadência de outras, como as instituições criadas por Tales de Mileto.
Pitágoras nasceu próximo a Mileto e foi aluno de Tales, fundou centros de
estudo com ideias religiosas, filosóficas e científicas. Ele se considerava um filósofo,
influenciando a matemática e todos os seguidores.
Suas contribuições possuíam o auxílio dos seus seguidores, e, muitas foram
perdidas porque realizava a transmissão do conhecimento de forma oral.
A Escola Pitagórica pesquisava sobre aritmética, música, geometria e
astronomia. De acordo com Pitágoras, o universo gerava em torno da aritmética e,
os números inteiros eram vistos como elementos sagrados: “todas as coisas são
números”.

Figura 11 – Pensamento Pitagórico 11

A matemática obteve um progresso após a descoberta das grandezas


incomensuráveis. O número conhecido por √2 foi obtido através dos estudos
daquela civilização. Ele foi gerado a partir dos cálculos da diagonal do quadrado de
lado 1, ou através da a aritmética, obtendo-se a média geométrica entre a unidade e
duas vezes a unidade, ou seja, 1/x = x/2.

11
Disponível em: <http://www.mat.ufmg.br/ead/acervo/livros/introducao_a_historia_da_matematica.pdf>.
Acesso em: 07/12/2017
Figura 12 - Teorema de Pitágoras 12

Através destes pensamentos surgiu uma das descobertas mais importantes


para a matemática, a unidade incomensurável, criando-se números não inteiros,
levando Pitágoras a refletir sobre suas descobertas.
Pitágoras propunha seus fundamentos de foram abstrata e, somente depois
desta descoberta instituiu o famoso Teorema de Pitágoras:
“As medidas a e b dos catetos e a medida c da hipotenusa de um triângulo
retângulo satisfazem a equação: a2 +b2 = c2”.
Posteriormente, revoluções populares destruíram as escolas de Pitágoras.
Seus seguidores ainda conseguiram trabalhar de forma organizada por muito
tempo.

4.5 Eleatas

Parmênides, um grego nascido no sul da Itália, foi o responsável por distinguir


a experiência e a razão.
Suas instituições começaram a mudar o pensamento matemático de
Pitágoras, e, revelaram outras grandezas, a partir dos números incomensuráveis. Os
filósofos da época analisaram que, os comprimentos, as áreas e volumes
necessitavam de outras medidas.
Os Eleatas então surgiram com outras considerações, propondo que as
grandezas geram uma coleção infinita de objetos muito pequenos, contextualizando
o pensamento do infinito na matemática grega.

12
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pit%C3%A1goras>. Acesso em: 07 de dezembro de 2017.
Isto gerou contribuições inigualáveis para os conceitos matemáticos no
desenvolvimento do conceito de continuidade e da teoria do cálculo diferencial e
integral.
Zenon, um estudioso junto à Parmênides, contribuiu com alguns
pensamentos em relação ao infinito definindo então, concepções matemáticas
diferentes das utilizadas até agora com a existência de números indivisíveis.
Os paradoxos de Zenon produziram impasses para qualquer uma das duas
concepções e, um dos mais conhecidos foi o do Paradoxo de Aquiles e da tartaruga,
mostrando a dificuldade em demonstrar que uma quantidade infinita gera outra finita.

“Aquiles, disputando uma corrida com a tartaruga, permite que esta largue na
frente. Enquanto ele percorre a distância que o separava da tartaruga no
início da corrida, ela avança mais um pouco. A distância entre Aquiles e a
tartaruga diminui, mas a tartaruga permanece em vantagem. Na etapa
seguinte, Aquiles percorre a distância que o separa da tartaruga e esta
avança mais um pouco. Esse processo continua sucessivamente, de forma
que Aquiles nunca conseguirá ultrapassar a tartaruga”.

4.6 Platão

Atenas atuava como principal centro econômico e democrata possibilitando


maiores incentivos e participações da sociedade na formação do conhecimento e da
cultura no século VI a.C..
Atenas contribuiu de forma decisiva nos pensamentos matemáticos através
do filósofo Platão. Ele criou um exemplo de instituição excelente para o ensino e
para a pesquisa da época, colaborando para a importância da matemática e para a
sociedade.
Platão, como Pitágoras, possuía a ideia de que a matemática compunha o
universo. Para ele, a geometria contrastava com a aritmética, iniciou novos
conceitos sobre a razão, através de pensamentos onde as razões sofrem mutações
e o abstrato não sofre.
De acordo com Platão, a matemática é grandiosa e verdadeira e se interessa
pelas figuras abstratas. Ele influenciou a ideia de demonstração, onde o raciocínio
deveria ser evidente e não mais somente a execução de experiências matemáticas.
Platão estudou sobre o cubo, a reta, os ângulos e círculos, gerando
conclusões somente com a utilização de régua e compasso. Sua escola tornou-se
muito importante na época devido à sua cooperação através das concepções
matemáticas.

4.7 Eudoxo e o método de exaustão

Eudoxo, foi um grande matemático e astrônomo, colaborador de


Platão. Eudoxo criou a teoria de proporções, definidas para grandezas de
razão onde:
a/b = c/d (ou seja, a esta´ para b na mesma razão que c esta´ para d)
se, e somente se, dados quaisquer dois inteiros m e n, vale:
• se ma < nb, então mc < nd;
• se ma = nb, então mc = nd;
• se ma > nb, então mc > nd.

Eudoxo executava estas proporções envolvendo as relações de grandezas


incomensuráveis com os números inteiros, desenvolvendo assim, ferramentas
técnicas para trabalhar com o infinito.
Eudoxo auxiliou na teoria do cálculo diferencial e integral, no cálculo de
comprimentos, áreas e volumes de figuras curvilíneas, através do método de
exaustão e desenvolveu o Postulado de Eudoxo, hoje conhecido como Propriedade
de Arquimedes.
Os números incomensuráveis tornavam impossível a existência de uma
unidade de medida satisfatória, então Eudoxo não interessava-se pelo cálculo
absoluto.
Um resultado de Eudoxo diz que as áreas de dois círculos estão em
proporção em razão igual aos quadrados dos seus diâmetros e no método de
Eudoxo não chegou à conclusão total das figuras dadas, apenas realizou o método
de aproximação provando que a grandeza procurada não podia ser nem menor nem
maior que um determinado valor, contornando a inexistência de noção de limite.

4.8 Aristóteles

Figura 13 - Aristóteles ensinando Alexandre, o Grande, gravura de Charles


Laplante 13

Aristóteles foi o mais famoso colaborador de Platão. Para ele, as formas


geométricas e numéricas estão unidas e os objetos matemáticos existem como
abstração dos objetos reais, considerando propriedades matemáticas para provar
seu pensamento.
Aristóteles contribuiu com a aplicação da matemática mostrando ser
fundamental a explicação do conhecimento através de regras, muitas criadas pelo
filósofo como a da lógica formal, depois complementadas pelos Elementos de
Euclides.
O modelo de Aristóteles foi utilizado à lógica formal contemporânea.

13
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles>. Acesso em: 07 de dezembro de 2017
Aristóteles analisou a noção do infinito e o classificou atual, ou seja, uma
quantidade infinita acabada e o potencial, uma quantidade finita que poderia
aumentar indefinidamente. Estes estudos seriam utilizados depois nos conceitos de
limite na teoria do cálculo.
Ele também analisou sobre estudos de axioma, definição, hipótese e
demonstração. Aristóteles não produziu teorias matemáticas mas trouxe grandes
influências para a construção matemática atual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Discutir as potencialidades da história da matemática na educação é um


desafio. Torna-se necessário estabelecer um diálogo com a antiguidade e definir os
objetivos de estudo.
Há a necessidade em problematizar todos os conteúdos, para refletir quais
deles são mais importantes, significativos e devam ser ensinados aos alunos.
Precisa-se discutir primeiramente o que é história e o que a matemática representa, para
compreendermos o que temos hoje e o que se torna mais viável para a formação e para o
aprendizado do aluno.
Nos estudos realizados vimos também a importância dos historiadores em
nos trazer a herança elaborada em outros tempos e a riqueza de informação, para
adquirirmos mais conhecimento matemático.
De certa forma, os povos antepassados orientaram o ensino atual e representam
relações inigualáveis para a Educação, gerando grandes benefícios para as práticas
pedagógicas e para formar o cidadão.
Ao terminar este capítulo o leitor será capaz de compreender a evolução
filosófica da matemática, os sistemas de numeração antigos e entender a noção do
infinito, todos ocorridos na Grécia.
6 BIBLIOGRAFIA

BOYER, Carlos B. História da Matemática. Trad. Elza F. Gomide. São Paulo: Edgard
Blucher, 1974.

D’AMBRÓSIO, U. Prefácio. In SAITO, F. História da Matemática e suas


(re)construções contextuais . SBHMat. Livraria da Física. São Paulo. 2015

EUCLIDES. Os elementos. Traduzido por Irineu Bicudo. São Paulo, Editora Unesp,
2009

GORDON, HÉLIO. A história dos números. São Paulo: FTD, 2002.

MOL. R. S. Introdução à História Matemática. Disponível em:


<http://www.mat.ufmg.br/ead/acervo/livros/introducao_ a_historia_da_ matematica
.pdf>.Acesso em: 05 de dezembro de 2017

SAITO, F. História da Matemática e suas (re)construções contextuais. SBHMat


/Livraria da Física. São Paulo. 2015

ZANARDINI, R.A.D. Um breve olhar sobre a história da matemática, 1ª Ed. Curitiba:


Editora Intersaberes, 2017

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