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ABORDAGEM CLÁSSICA

DA
ADMINISTRAÇÃO
Meados do Século XX
Dois engenheiros dão origem aos primeiros trabalhos sobre a
administração:

1. Frederick Winslow Taylor


2. Henri Fayol

Hoje, os estudos desses dois engenheiros constituem a base da


Abordagem Clássica ou Tradicional da Administração.
Desdobramentos da Abordagem Clássica:

Administração Ênfase nas


Taylor
Científica tarefas

Abordagem
Clássica da
Administração

Teoria Ênfase na
Fayol
Clássica estrutura
Administração Científica

(Arrumando o Chão da Fábrica)

• A obra de Taylor.
• A Administração como ciência.
• A organização racional do trabalho.
• Os princípios da Administração Científica.
A OBRA DE TAYLOR

• Frederick Winslow Taylor (1856-


1915), nasceu na Filadélfia, nos
Estados Unidos, em uma família
“quaker”.

• Foi educado dentro de uma mentalidade de


disciplina rígida, devoção ao trabalho e poupança.

• Apesar de ser aprovado no exame de admissão em


Direito, em Harvard, optou em ficar com o trabalho
manual.
A OBRA DE TAYLOR

• Iniciou sua vida profissional como operário em 1878, na


Midvale Steel Co., passando a capataz, contramestre, chefe de
oficina, até chegar a engenheiro em 1885, quando se formou
pelo Stevens Institute.

• Em 1889 entrou para a Bethlehem Steel Works.

• Naquela época, estava em moda o sistema de pagamento por


peça / tarefa ou por dia de trabalho.

• Iniciou experiências com o trabalho do operário e depois


generalizou as conclusões com a Administração Geral.
O primeiro período de Taylor

• Publicação do livro Shop Management (Administração de


Oficinas). - 1903

• Registrou cerca de 50 patentes.

• Preocupava-se com técnicas de racionalização do trabalho,


por meio do Estudo de Tempos e Movimentos.

• Operário médio produzia muito menos do que era capaz.

• Operário diligente poderia diminuir seu ritmo de produção se


verificasse que ganharia o mesmo que outro operário menos
interessado.
O segundo período de Taylor
• Publicação do livro “Princípios de Administração Científica”. - 1911

• Racionalização do trabalho deve ser acompanhada de uma


estruturação geral da empresa.

• Males que assombravam as indústrias na época:


• Vadiagem sistemática dos operários;
• Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do
tempo necessário para sua realização;
• Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho e
do tempo necessário para sua realização.

• A implantação da Administração Científica deveria ser gradual e


obedecer um certo período de tempo.
ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA
• A improvisação deve dar lugar ao planejamento a o empirismo
deve ceder lugar à ciência (Ciência da Administração).

• “A Administração Científica é uma combinação de “Ciência em


lugar de empirismo. Harmonia em vez de discórdia. Cooperação
e não individualismo. Rendimento máximo em lugar de produção
reduzida. Desenvolvimento de cada homem a fim de alcançar
maior eficiência e prosperidade”.

• Estudo sistemático da Administração.

• Embora Taylor tenha se preocupado com a filosofia (essência da


ideia que exige uma revolução mental), seus seguidores
preocupam-se mais com a técnica e os mecanismos.
ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO
A tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares por
métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional
do Trabalho (ORT).

Taylor percebeu que os operários aprendiam a realizar suas


tarefas observando-se uns aos outros. Havia, portanto,
diferentes formas de se executar a mesma tarefa, as quais
também usavam diversas ferramentas.

Taylor também dizia que o operário não conseguia analisar


cientificamente seu trabalho e estabelecer racionalmente o
método mais eficiente.
ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO

A Administração Científica promove uma repartição de


responsabilidades:

•a administração (gerência) fica com o planejamento, estudo e


o estabelecimento do método do trabalho;
•a supervisão promove assistência contínua ao trabalhador
durante a produção;
•o trabalhador fica somente com a execução do trabalho.

A ORT busca a melhor maneira e o melhor método para


estabelecer padrões para as tarefas. Estabelecido os padrões,
mede-se a eficiência.
A Organização Racional do Trabalho se fundamenta em:

1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos.

2. Estudo da fadiga humana.

3. Divisão do trabalho e especialização do operário.

4. Desenho de cargos e de tarefas.

5. Incentivos salariais e prêmios de produção.

6. Conceito do homo economicus.

7. Condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto etc.

8.Padronização de métodos e de máquinas.

9. Supervisão funcional.
Análise do Trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos

Análise do Trabalho: divisão e subdivisão dos movimentos


necessários à execução de cada tarefa pela observação da
execução de cada operação dos operários.

À análise do trabalho seguia-se o estudo dos tempos e


movimentos, ou seja, a determinação do tempo médio que o
operário comum levaria para execução da tarefa, por meio da
utilização do cronômetro. A esses tempos médios eram
adicionados os tempos elementares e mortos (esperas, tempo
de saída do operário da linha para suas necessidades pessoais,
etc.) para resultar o chamado tempo padrão.

Resultado: Padronização do método de trabalho e o tempo


destinado à execução.
Objetivos do estudo de tempos e movimentos

1. Eliminação do desperdício de
esforço humano e de movimentos
inúteis.

2. Adaptação dos operários à tarefa.

3. Facilidade no treinamento dos


operários, melhoria da eficiência e
do rendimento da produção pela
especialização das atividades.

4. Distribuição uniforme do trabalho para que não haja períodos de falta ou de


excesso de trabalho.

5. Definição de métodos e estabelecimento de normas para a execução do trabalho.

6. Estabelecer uma base uniforme para salários equitativos e prêmios


de produção.
Os movimentos elementares (Therbligs) de Frank Gilbreth

Todo trabalho manual pode ser reduzido a alguns movimentos:

1. Procurar 10. Utilizar


2. Escolher 11. Soltar a carga
3. Pegar 12. Inspecionar
4. Transportar vazio 13. Segurar
5. Transportar cheio 14. Esperar quando inevitável
6. Posicionar (colocar em posição) 15. Esperar quando evitável
7. Preposicionar (preparar para posicionar) 16. Repousar
8. Unir (ligar) 17. Planejar
9. Separar

A tarefa de colocar parafusos inclui 7 movimentos: pegar o


parafuso, transportá-lo até a peça, posicioná-lo, pegar a chave de
fenda, transportá-la até o parafuso, utilizá-la e posicioná-la na
situação anterior.
Estudo da Fadiga Humana

• Estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e na


fisiologia humana.

• A fadiga é considerada como redutora de eficiência, pois


predispõe o operário a diminuição da produtividade e
qualidade do trabalho, perda de tempo, aumento da
rotatividade de pessoal, doenças e acidentes e diminuição
da capacidade de esforço.

• Pretendia-se, assim, racionalizar todos os movimentos,


eliminando aqueles que produzem fadiga.
Divisão do Trabalho e Especialização do Operário

• Cada operário passou a ser especializado em uma tarefa ou


de tarefas simples e elementares, para alcançar os padrões
de desempenho do método.

• Encontrou na linha de montagem a sua principal base de


aplicação.

• Rápida absorção na indústria americana e estendeu-se logo


aos demais países e outros campos de atividade.

• O operário perdeu a liberdade de estabelecer sua maneira


de trabalhar e passou a ser confinado na execução
automática e repetitiva.
Divisão do Trabalho e Especialização do Operário

• Quanto mais especializado for um operário, maior será sua


eficiência.
Desenho de Cargos e Tarefas

• Tarefa é toda e qualquer atividade executada por alguém no


seu trabalho dentro da organização.

• Cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica


ou repetitiva.

• Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os


métodos de execução das tarefas e as relações com os
demais cargos existentes.

• O desenho de um cargo, assim, é a maneira pela qual um


cargo é criado e projetado e combinado com outros para a
execução das tarefas.
Incentivos Salariais e Prêmios

• A ideia básica era de que a remuneração baseada no tempo


(salário mensal, diário ou por hora) não estimulava ninguém
a trabalhar mais e deveria ser substituída por remuneração
baseada na produção de cada operário.

• Havia um tempo padrão, e a ultrapassagem requeria um


incentivo salarial ou um prêmio de produção.
Homo Economicus

• A Administração Científica baseou-se no conceito de homo


economicus (homem econômico).

• Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida como


profundamente influenciada por recompensas salariais,
econômicas e materiais. Assim, as recompensas salariais e
os prêmios de produção influenciam profundamente nos
esforços individuais do trabalho.

• O homem é motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela


necessidade de dinheiro para sobreviver.
Condições de Trabalho

1. Adequação de ferramentas de trabalho e equipamentos de


produção para minimizar o esforço do operador e a perda de
tempo na execução da tarefa.

2. Arranjo físico de máquinas e equipamentos para


racionalizar o fluxo da produção.

3. Melhoria do ambiente físico de trabalho para evitar que


ruído, ventilação, iluminação e conforto no trabalho não
reduzam a eficiência do trabalhador.

4. Projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como


transportadores, seguidores, contadores e utensílios para
reduzir movimentos inúteis.
A Padronização

Padrão é uma unidade de medida adotada e aceita comumente


com critério.

A Padronização é a aplicação de padrões em uma organização


para obter uniformidade e redução de custos.

Os padrões representam o desempenho desejado e estão sempre


relacionados com o resultado que se deseja alcançar.

A padronização pode conduzir à simplificação à medida que a


uniformidade obtida reduza a complexidade.
A Supervisão Funcional

A existência de diversos supervisores, cada qual especializado em


determinada área, e que tem autoridade funcional sobre os
mesmos subordinados.

Taylor acredita que o tipo de organização por excelência é a


organização funcional.

A supervisão é exatamente a aplicação da divisão do trabalho e


da especialização no nível de supervisores e chefes.
A supervisão funcional

Supervisor Supervisor Supervisor


de de de
Produção Manutenção Qualidade

Operário A Operário B Operário C Operário D


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
CIENTÍFICA
Para Taylor, a gerência adquiriu novas atribuições e
responsabilidades descritas por quatro princípios:

1. Princípio do planejamento

2. Princípio do preparo

3. Princípio do controle

4. Princípio da execução
PRINCÍPIOS DE TAYLOR

1. Princípio de planejamento: substituir a improvisação pela


ciência, por meio do planejamento do método;

2. Princípio de preparo: Além do preparo e seleção da mão-


de-obra, prepara também as máquinas e equipamentos de
produção, bem como o arranjo físico e a disposição racional das
ferramentas e materiais;

3. Princípio do controle: controlar o trabalho para se


certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com
as normas estabelecidas e segundo o plano previsto;

4. Princípio da execução: distribuir distintamente as


atribuições e as responsabilidades, para que a execução do
trabalho seja bem mais disciplinada.
HENRY FORD
Henry Ford (1863 - 1947) fundou a
Ford Motor Co. fabricando um
modelo de carro a preços populares
dentro de um plano de vendas e
assistência técnica de grande
alcance, revolucionando a
estratégia comercial da época.

Estabeleceu o salarário mínimo de


5 dólares por dia e a jornada diária
de oito horas de trabalho.

Em 1913, fabricava 800 carros por


dia (292.000 por ano). Em 1926,
2.000.000 de carros por ano.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FORD
Ford foi um dos introdutores da produção em série, em
massa, por meio da padronização do maquinário e
equipamentos, da mão-de-obra e das matérias-primas e,
consequentemente, dos produtos.

A produção em massa se baseia na simplicidade, por meio


de três aspectos:
• O fluxo do produto no processo produtivo é
planejado, ordenado e contínuo.
• O trabalho é entregue ao operário em vez de este
ter de ir busca-lo.
• As operações são analisadas em seus elementos
constituintes.

"O cliente pode ter o carro da cor que quiser,


contanto que seja preto".
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FORD

Para acelerar a produção, por meio de um trabalho ritmado,


coordenado e econômico, Ford adotou três princípios
básicos:

1. Princípio de intensificação.

2. Princípio de economicidade.

3. Princípio de produtividade.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FORD

1. Princípio de intensificação - consiste em diminuir o


tempo de duração com o emprego imediato dos equipamentos
e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no
mercado;

2. Princípio de economicidade: consiste em reduzir ao


mínimo o volume do estoque da matéria-prima em
transformação. Por meio desse princípio, conseguiu fazer com
que o automóvel fossem pagos à sua empresa antes de
vencido o prazo de pagamento da matéria-prima adquirida,
bem como o pagamento de salários.

3. Princípio de produtividade: consiste em aumentar a


capacidade de produção do homem no mesmo período
(produtividade) por meio da especialização e da linha de
montagem.
PRINCÍPIO DA EXCEÇÃO
• Tudo o que ocorre dentro dos padrões normais não deve
ocupar a atenção do administrador.

• Este deveria prioritariamente verificar as ocorrências que se


afastassem dos padrões, ou seja, as exceções, para corrigi-
las adequadamente.

• Desta forma, tanto os desvios positivos ou negativos que


fugissem dos padrões normais deveriam ser rapidamente
identificados e localizados para a devida tomada de
providências.

• O princípio da exceção é um sistema de informação que


apresenta seus dados somente quando os resultados
efetivamente verificados na prática divergem ou se
distanciam dos resultados previstos.

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