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CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS SOCIAIS

UNIVERSIDADE DE FRANCA

MARCELO HENRIQUE BASTOS

RGM: 15162532

Disciplina: ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM


CIÊNCIAS SOCIAIS II - 200h.

FRANCA - SP

2016/ 5º semestre
1- CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

NOME DA ESCOLA: E.E.Prof. Vicente Minicucci


ENDEREÇO: Rua José Antônio dos Santos , 1722 - Recanto Elimar II - Franca - SP
DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA: Instituição Pública Estadual.
DIRETORIA: Diretoria Regional de Ensino – Franca - SP
ANO(S) Do 6º ano do Ensino Fundamental a 3ª Série do Ensino Médio
OBSERVADOS: Da 1ª a 3ª série do Ensino Médio

2 - DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA

A Unidade Escolar possui em suas dependências 08 salas de aula, 01 secretaria,


01 diretoria, 01 sala de coordenação, 01 sala de professores, 01 biblioteca, 01 sala de
computação (Acessa Escola), 02 banheiros para professores (masculino e feminino), 02
banheiros para alunos (masculino e feminino), 02 salas de recursos (DM e DA), 01
banheiro para portadores de necessidades especiais (masculino e feminino), 01 sala do
Grêmio Estudantil, 01sala do Projeto Escola da Família, 01 laboratório, 01 cozinha, 01
refeitório, 01 depósito, 01 almoxarifado, 01 quadra de esportes coberta e 01 sala de
material esportivo. Esta escola possui vias adequadas aos portadores de necessidades
especiais. Em relação à limpeza da unidade escolar, existem funcionárias terceirizadas
que são encarregadas de varrer as salas no final de cada período. As referidas salas são
bem arejadas, pois possuem 02 ventiladores em cada uma, além de boa iluminação. As
lousas são pintadas e utiliza-se giz para escrever tópicos de conteúdos quando
necessário.
Quanto aos recursos materiais a Unidade escolar possui: 02 televisores 29’, 05
projetores; 04 DVD; 01 máquina fotográfica; 04 rádios CD; 01 aparelho de som; 03
caixas de som; 02 notebooks, 01 globo terrestre; 10 kits Matemoteca; 14 jogos de dama;
08 jogos de memórias; 15 computadores.
O laboratório é efetivamente utilizado, principalmente pelos professores de
Química, Física e Ciências para o desenvolvimento de experimentos das situações
problemas do currículo oficial. Na biblioteca existe o projeto sala de leitura onde a
professora trabalha projetos integrados com os professores das diversas áreas e também
projetos de leitura e música, que são apresentados no decorrer do ano.
O Estágio Curricular Supervisionado em Ciências Sociais II - totaliza 200h,
entre Observação ( 70 horas), Participação (60 horas) e Regência (70 horas). Como já
havia realizado as primeiras 200 horas de Estágio Curricular Supervisionado em
Ciências Sociais I , a diretora da escola E.E. Prof. Vicente Minicucci, Maria Isabel do
Carmo, acho por bem que a continuação do mesmo permanecesse com a Professora
Maria Rita Andrade, já que dessa forma seria possível continuar alguns trabalhos
começados anteriormente. A referida professora possui formação em Geografia e
também leciona Sociologia. Formou-se na Universidade de Franca, em 1993, está no
magistério há 19 anos, lecionando nos níveis fundamental e médio na Rede Estadual de
Ensino. Sua situação funcional consiste na denominação de categoria F, função que
possui estabilidade no vínculo empregatício de acordo com A L.C. 1010/2007 que
conferiu estabilidade aos professores que tenham sido admitidos até a data da
publicação daquela lei complementar (02/06/2007), nos termos da Lei nº 500/74
(categoria “F”). É uma profissional aplicada e competente. Possui experiência e
qualificada para exercer a função docente, demostrando domínio do conteúdo e de
prática pedagógica. Está nesta unidade escolar há 2 anos. Como já descrito passei
alguns meses nesta unidade escolar e dessa forma o presente relatório de Estágio
Curricular Supervisionado em Ciências Sociais I, que é composto por uma carga horária
de 200 horas e teve como objetivo esboçar a experiência por mim vivenciada ao longo
desse período na sala de aula e em outros ambientes da Escola Estadual Prof. Vicente
Minicucci. Experiência esta que se constituiu em uma apurada observação, e ao mesmo
tempo, articulada em um contexto interativo e participativo. Mesmo com minha
experiência docente pude perceber o quanto se faz necessária a busca pela interação
entre teoria e prática para que a formação de nosso aluno seja integral e não meramente
conteudística. De outra forma teremos alunos servindo apenas de depósitos como diz
Freire,1983 “O educador faz “depósitos” de conteúdos que devem ser arquivados pelos
educandos. Desta maneira a educação se torna um ato de depositar, em que os
educandos são os depositários e o educador o depositante”. (p.66)
Diante desta necessidade da interação entre teoria e prática, e a formação
integral do aluno, foi muito importante minha participação nas reuniões pedagógicas
denominadas ATPC (Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo) que são realizadas nas
terças-feiras em dois períodos, onde pude verificar a heterogeneidade de pensamentos
existentes entre os professores que participam das mesmas. Heterogeneidade esta que
ficou evidente nos discursos e reflexões sobre as práticas docentes. As referidas
reuniões trataram de assuntos que dizem respeito ao espaço pedagógico e ao
desenvolvimento das práticas no currículo pré-estabelecido pelas politicas públicas da
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que são trabalhadas em formas de
situações problema em um caderno de atividades que é denominado como caderno do
aluno. Além deste material, ou seja, o caderno do aluno há o caderno do professor. Esse
caderno do professor apresenta o mesmo conteúdo do caderno do aluno, entretanto,
existe um manual que evidencia um conjunto de sequências didáticas que o professor
precisa seguir no decorrer das situações problema.
Obviamente o educador pode e deve fazer as devidas adaptações quando se faz
necessário. É preciso muitas vezes adequar o conteúdo a realidade do aluno. Vivenciar
esse trabalho coletivo e interdisciplinar no trabalho pedagógico, de maneira
interrogativa e investigativa, cooperou para a construção de novos saberes e
experiências no campo educacional e é imperativo para minha formação do profissional.
Como salienta Marcondes Filho, 1995

É então no diálogo e na troca com seus pares, parceiros com os quais partilha
o interesse de pesquisa sobre os mesmos objetos com todas as angústias,
inquietações e possibilidades de encaminhamentos teóricos satisfatórios e
atuais, que o professor como pesquisador reflexivo vai encontrar espaço para
construir um saber ágil, consensual, operacionalmente aceito e possível de ser
atualizado a qualquer momento” (p.23).

Diante das trocas de experiências, inquietações e até mesmo angústias pude


perceber que o estágio curricular me proporcionou momentos de crescimento
profissional constituindo-se numa atividade interativa e participativa, posto que, me foi
dada a oportunidade de conhecer, participar, elaborar projetos e refletir sobre toda a
dinâmica educacional. A participação junto aos projetos da Secretaria da Educação e ao
lado com os projetos da própria escola e da professora titular da sala me proporcionou
uma ação pesquisadora e reflexiva, tanto em um contexto individual com coletivo.
Este conjunto de atividades de formação e pesquisa me propiciou a compreensão
da realidade desta unidade escolar, e a confiabilidade para intervir quando necessário na
vivência de projetos pedagógicos da escola como: Projeto Prevenção Também se Ensina
Identidade, Cidadania e Cultura Negra, Educação Ambiental, Escola Sustentável,
Conservação do Patrimônio, Minuto Cultural, Bullying, Educação e Consumo, entre
outros. Semelhante aspecto importante foi a observação da rotina e da prática
pedagógica realizada pela professora titular da sala, que de forma agradável e eficiente
conseguiu contextualizar as temáticas propostas para cada série, possibilitando assim, a
compreensão do ambiente local e mundial, por meio do estudo sociológico. Tal situação
é salientada por Oliveira, 2013, quando diz que: “(...) compreender o seu lugar no
mundo, o lugar do conhecimento que ele está operacionalizando, e para tal feito
certamente a Sociologia possui uma contribuição inestimável.” (p. 173). Apesar de o
ambiente ser favorável nem todos os alunos participaram efetivamente, posto que, existe
também uma diversidade em uma escola que é para todos. Problemas relativos à
indisciplina e a utilização de aparelhos eletrônicos são frequentes.
Mas, apesar de toda essa problemática existente no contexto de uma sala de aula
a professora conseguia manter uma postura respeitável sem ser autoritária. Também foi
peça importante na condução de minha participação e regência das aulas me
proporcionando tranquilidade para que pudesse conduzir as aulas da melhor maneira
possível, intervindo e complementando sempre que necessário, sem me deixar
constrangido. Realmente foi uma grande parceria e pudemos trocar experiências
didáticas e pedagógicas.
Discutimos e produzimos atividades que pudessem ser contextualizadas sem que
com isso perdesse-se a cientificidade da disciplina, e dessa forma a transposição
didática não fez com que a matéria se tornasse um simples objeto de senso comum, mas
sim desenvolvidas situações problemas que se traduziram em aprendizagens
significativas. A escolha de temáticas para o auxílio nas regências foi previamente
discutida e traduzida em objetivos. É evidente que o currículo oficial não deixa muita
abertura, posto que, existe uma sequência didática a ser seguida, mas com a utilização a
interdisciplinaridade com áreas afins desenvolvemos mini projetos, que puderam
acrescer ao conhecimento dos alunos. Uma temática que trabalhamos juntamente com o
tema Bullying foi a respeito das relações Raciais no Brasil. O objetivo proposto foi
iniciar a discussão dos temas do preconceito e da discriminação racial. Ao tratar deste
tema, foi esclarecido que não é a diferença da cor da pele em si que provoca atitudes
preconceituosas e discriminatórias, o núcleo da questão encontra-se na hierarquização
das diferenças neste caso, a cor da pele e os traços físicos – que colocam brancos e
negros em posições sociais contrastantes. A proposta de trabalho foi dividir os alunos
em grupos e iniciou-se a aula, indagando os alunos acerca de suas vivências, se teriam
presenciado ou mesmo sofrido algum tipo de discriminação e bullying. Logo após,
discorreu-se sobre os conceitos de preconceito, discriminação e bullying e a projetação
de imagens (charges), propondo-se a discussão do conteúdo das mesmas. Após a
discussão nos grupos foi aberto a socialização. Houve outras experiências que também
foram marcantes, como o minuto cultural com a apresentação de poesias, músicas e o
teatro sobre o navio negreiro.
Em meu estágio segui uma série de atividades que envolveram um conjunto de
conhecimentos e práticas, ou seja, ora sala de aula, na observação, na regência, na
participação, no atendimento a alunos com maiores dificuldades; ora na participação em
reuniões de pais, projetos disciplinar e interdisciplinar, atendimento a solicitação de
professores de outras áreas, entre outros, me permitiu construir experiências
significativas tanto no aspecto teórico como no prático.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O período pelo qual tive a oportunidade de estagiar na Escola Estadual Professor


Vicente Minicucci, foi essencial para que pudesse verificar as diversas finalidades da
Sociologia no contexto escolar, além de sua importância para o processo educacional e,
não apenas sob a perspectiva pedagógica, mas também seu caráter social, que perpassa
as diversas áreas do conhecimento, com a ajuda dos diferentes profissionais envolvidos
na comunidade escolar.
Diante da realidade social pela qual temos vivido é importante notar que a escola
passa a ter outras funções além do papel educativo, onde os profissionais adquirem
encargos dentro da instituição, o que torna a escola a principal via de acesso para a
compreensão dos problemas sociais. Problemas estes que foram contextualizados e
refletidos no interior das salas de aula e em outros ambientes.
A instituição escolar em seus segmentos demonstra uma convivência sadia nas
relações interpessoais, mesmo quando há divergências, leva-se em conta o respeito às
diferenças sociais, políticas e culturais, assumindo direitos e deveres dos participantes
do processo educativo, se constituindo no sucesso da comunidade escolar. Foi possível
compreender que a parceria entre o corpo docente e o grupo gestor é democrática, em
um clima de cooperação que contribui para o desenvolvimento do processo educacional
em seus vários segmentos.
Diante dessa realidade, onde existe participação, reflexão, questionamentos e
indagações a disciplina de Sociologia tem sido desenvolvida de uma forma prazerosa,
dinâmica e cooperativa. As primeiras perspectivas foram de grande valia, agora é
esperar a próxima etapa para que um pouco mais experiente possam extrair ainda mais a
essência da disciplina de Estagio Supervisionado Curricular e também dos estudos
sociais.
.
Referências:

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12a edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1983.
MARCONDES FILHO, C. O Método atrator . São Paulo: ECA/USP, 1995
OLIVEIRA, Amurabi. Em que a Sociologia pode contribuir para a Educação
Profissional e Tecnológica?. Holos, v. 5, n. 29 p. 166-174, 2013.

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