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DIOCESE DE JOINVILLE

Paróquia Nossa Senhora das Graças


Formação com Catequistas
Jaraguá do Sul, 01 de junho de 2019

1. ILUMINADOS PELA PALAVRA Gênesis 1,8 | Gênesis 2,7 | Êxodo 15,8 | Números
11,31 | Jó 7,7 | João 20,22 | Atos dos Ap. 2,2
Jesus e a Samaritana
João 4, 4-30 Espiritualidade é:
Mistagogia - o que humaniza a nossa vida. É ainda o que nos unifi-
[172] O tempo da mistagogia possibilita obter um co- ca. “Senhor, unifica o meu coração" (SaImos 85
nhecimento "mais completo e frutuoso dos 'mistérios', (86),11).
através das novas explanações e, sobretudo, da experi- - é um estilo de vida, uma maneira simples de viver, é a
ência dos sacramentos recebidos". A partir dessa expe- vida guiada e animada pelo Espírito Santo;
riência que todo cristão possui e cresce pela prática da - é o cultivo da presença do Espírito que, com a graça de
vida cristã, os recém-iniciados adquirem novo senso da Deus, anima a vida e as ações do cristão e da comunida-
fé, da Igreja e do mundo. As celebrações dominicais, de, estimulando as iniciativas em favor do Reino de
especialmente com os textos bíblicos do tempo pascal, Deus.
são o "lugar primordial" da mistagogia. - é a capacidade que tem o ser humano de dialogar e
entrar em harmonia com os apelos que vêm do seu in-
[173] Celebrados os sacramentos do Batismo, da Crisma terior. A espiritualidade nos leva a buscar a fidelidade
e da Eucaristia, a comunidade, unida aos recém- ao Espírito de Deus, que nos ajuda a discernir os sinais
iniciados, vai progredindo no conhecimento mais pro- dos tempos e o bem das pessoas e da comunidade.
fundo do mistério pascal e em sua vivência cada vez
maior pela meditação do Evangelho, participação da Sem uma espiritualidade que acalente e alimente,
Eucaristia e prática da caridade. o ser catequistas torna-se mero ativismo.
(DONZELLINI, Mary. Espiritualidade do Catequista: caminho, for-
(CNBB. Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos mação e vida na missão catequética. N. 10. São Paulo: Paulus,
missionários. Doc. n. 107. Brasília: Edições da CNBB, 2017). 2013).

2. O QUE SE ENTENDE POR ESPIRITUALIDADE? 3. EXIGÊNCIAS LEMBRADAS PARA O CATE-


Para descobrir o que é espiritualidade vejamos primeiro QUISTA VIVER NA FORÇA DA ORAÇÃO
o que é espírito. Espírito é a força que nos convida a O catequista procura força na sua oração pessoal e co-
viver, de corpo e alma. O espírito é o que há de mais munitária para realizar, no amor da Trindade, quatro
profundo e verdadeiro em nós. É o espírito que nos de- exigências lembradas nas Diretrizes da Ação Evangeliza-
ve animar a partir de dentro na realização de nossa ati- dora:
vidade catequética.
1. SERVIÇO gratuito e desinteressado, oferecido com
Às vezes, confundimos "espírito" com personalidade, alegria, especialmente aos mais pobres e infelizes.
com pensamento, com intelecto... Mas são coisas dife- 2. DIÁLOGO capaz de ouvir as razões do outro; acolher
rentes. Personalidade, pensamento e intelecto são ape- os valores de outras religiões e respeitar todas as pes-
nas expressões do espírito. soas como desejamos ser respeitados.
3. ANÚNCIO oferecido com entusiasmo, como presente
Costumamos associar o espírito com o comportamento
valioso, mas não imposto.
das pessoas. Por isso, falamos de "presença de espíri-
to", quando uma pessoa é bem-humorada. Há também 4. TESTEMUNHO DE COMUNHÃO fazendo da própria
outras expressões: "espirito de aventura", "falta de es- catequese uma experiência do "vejam como eles se
pírito", gente "espirituosa"... amam.''
(DONZELLINI, Mary. Espiritualidade do Catequista: caminho, for-
Espiritualidade vem de "spiritus", mas também de mação e vida na missão catequética. N. 10. São Paulo: Paulus,
"spirare" que significa soprar. É o que acontece em nos- 2013).
sa vida: um sopro, um ardor, uma unidade, energia de
vida.
4. A ORIGINALIDADE DA PEDAGOGIA DA FÉ várias dimensões, todas harmonizadas entre si em uni-
dade vital. Na base dessas dimensões está a força do
[146] A pedagogia catequética tem uma originalidade
anúncio querigmático. O poder do Espírito e da Palavra
específica, pois seu objetivo é ajudar as pessoas no
contagia as pessoas e as leva a escutar Jesus Cristo, a
caminho rumo à maturidade na fé, no amor e na espe-
crer nEle como seu Salvador, a reconhecê-lo como
rança. A fé é um dom de Deus, é uma adesão pessoal a
quem dá pleno significado a suas vidas e a seguir seus
ele. E a resposta livre da pessoa à iniciativa de Deus
passos. O anúncio se fundamenta no fato da presença
que se revela. Para isso, Deus se serve de pessoas, gru-
de Cristo Ressuscitado hoje na Igreja, e é fator im-
pos, situações, acontecimentos. A Igreja é mediadora
prescindível do processo de formação de discípulos e
neste encontro misterioso entre Deus e a pessoa hu-
missionários. Ao mesmo tempo, a formação é perma-
mana. E, em seu nome, os catequistas sentem a res-
nente e dinâmica, de acordo com o desenvolvimento
ponsabilidade de serem mediadores especiais para que
das pessoas e como serviço que são chamadas a pres-
catecúmenos e catequizandos cheguem ao conheci-
tar, em meio às exigências da história.
mento da verdade e da salvação. O amor por Jesus e
pelas pessoas impulsiona o catequista a falar a outros (CELAM. Documento de Aparecida. 7 Ed. Brasília: Edições CNBB,
da fé: cada catequista é como um elo na grande cor- 2008).
rente dos que têm fé; mas precisa estar entusiasmado
por aquilo que crê, alegre por estar em processo de 6. APROFUNDAMENTO
permanente conversão, disposto a fazer diferença num 1. Mística do diálogo: Jo 4,1-42;
mundo marcado por tanta coisa contrária ao projeto de 2. Mística do anúncio: 1 Cor 9,15-18;
Deus. 3. Mística da alegria: Lc 1,46-55; Lc 10,21-24;
[147] Os objetivos inspirados na pedagogia da fé são 4. Mística da oração: Lc 18,10-14;
alcançados pela catequese da seguinte forma: 5. Mística do envio da comunidade: At 13,1-3;
6. Mística da caminhada: Lc 24, 13-35;
a) impulsionando a pessoa a aderir livre e totalmente a
7. Mística da experiência de Deus: 1 Jo 1,1-4;
Deus, promovendo uma progressiva e coerente síntese
8. Mística do compromisso com a justiça: Tg 1,27;
entre a plena adesão do ser humano a Deus e o conte-
9. Mística das primeiras comunidades: At 2,42-47;
údo da mensagem cristã;
At 4,32-37; At 6,1-7.
b) introduzindo no conhecimento vivo da Palavra de
Deus contida na Bíblia e desenvolvendo as dimensões
da fé, tendo como referência o Catecismo da Igreja Ca-
tólica;
c) ajudando no discernimento vocacional das pessoas
para que assumam na Igreja e na sociedade, a partir da
fé, o seguimento de Jesus do modo mais condizente
com suas potencialidades, aspirações, como escolhas
existenciais, colocadas sob o olhar de Deus.
ANDERSON AUGUSTO DE SOUZA PEREIRA
(CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Doc. n. 1. Brasília: Edi-
ções da CNBB, 2005).

5. A MISSÃO ESPIRITUAL DO CATEQUISTA


[212] Para cumprir sua missão com responsabilidade
pessoal, os leigos necessitam de sólida formação dou-
trinal, pastoral, espiritual e adequado acompanhamen-
to para darem testemunho de Cristo e dos valores do
Reino no âmbito da vida social, econômica, política e
cultural.

[279] Missão principal da formação é ajudar os mem-


bros da Igreja a se encontrar sempre com Cristo, e as-
sim reconhecer, acolher, interiorizar e desenvolver a
experiência e os valores que constituem a própria iden-
tidade e missão cristã no mundo. Por isso, a formação
obedece a um processo integral, ou seja, compreende

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