You are on page 1of 69

ACONSELHAMENTO E ORIENTAÇÃO FAMILIAR

CAPÍTULO 1: PARA DIZER SIM

TÓPICO 1 - AMOR OU PAIXÃO?

1. INTRODUÇÃO: O princípio fundamental ao longo de todo o nosso estudo será o de


chamar a sua atenção para um perigo muito grande para a Igreja do Senhor Jesus na terra: a
sorrateira infiltração dos conceitos mundanos na maneira de pensar dos cristãos. Existe outro
princípio muito importante que explica a maneira como faremos nosso estudo. Para que o
conselheiro seja eficaz em seu trabalho, é necessário que ele tenha autoridade naquilo que
está aconselhando.

Nosso estudo iniciará com uma análise a respeito dos sentimentos que envolve as decisões
mais importante na vida de um ser humano: a escolha da pessoa com quem ele dividirá sua
vida, suas alegrias, tristezas, conquistas e fracassos.

Hoje, mais do que em qualquer outro período da história, aquele que aconselha deve estar
preparado para dar uma assistência franca, bíblica e racional aos nubentes. Numa era onde a
sociedade alterou o cerne do casamento de uma aliança para um contrato, é necessário que a
Igreja se posicione como defensora da instituição matrimonial para que o plano de Deus se
cumpra primeiramente em nossas casas, para então partirmos para a conquista de cidades e
países. Lembre-se: ministérios fortes começam com casamentos fortes!

2. O QUE É O AMOR?

O princípio fundamental ao longo de todo o nosso estudo será o de chamar a sua atenção
para um perigo muito grande para a Igreja do Senhor Jesus na terra: a sorrateira infiltração
dos conceitos mundanos na maneira de pensar dos cristãos. Como conselheiro cristão, você
deve nortear seus conceitos e conselhos SEMPRE na palavra de Deus.

Pensando nisso, o primeiro conceito que precisamos entender e desmistificar é o conceito de


Amor. O que você entende por amor? Existem duas maneiras de enxergarmos o que o Amor
significa: a maneira bíblica e a maneira secular. Para entender a definição secular basta
assistir a um bom filme romântico. Para o mundo, o amor é um sentimento que ocorre
quando experimentamos algo muito bom e que nunca sentimos antes. Ou seja, é apenas

um sentimento que não tem muita lógica nem segurança, pode ir embora da maneira como
chegou, explicando assim, a facilidade como os casamentos são desfeitos em nossos dias.
Mas e a Bíblia, o que diz sobre o amor?

Caro aluno olhe por um instante na figura do casal na página anterior... Caso você seja
casado, este era o seu sonho para o casamento? Vivemos desta forma em TODOS os
momentos? Para você que ainda não se casou, o que você espera do casamento? Estas
questões vão ajudar a entender o que o professor irá falar em seguida. Pode continuar
agora...
Podemos definir o amor bíblico de maneira muito simples, como sendo não apenas um
sentimento, porém uma conduta demonstrada de modo apropriado. É aquela atitude de
edificar o outro, de colocar seu interesse acima do nosso. O amor é uma atitude a qual
decidimos praticar. Isso não quer dizer que o sentimento não exista, pois, a Bíblia fala do
amor romântico, basta lermos o livro de Cantares. O sentimento deve ser cultivado através
de ações diárias onde decidimos amar sem esperar nada em troca. A maior prova de amor
dada à humanidade foi aquela narrada em Jo. 3:16:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Leia também o capítulo 13 de 1
Coríntios para uma definição bíblica de amor. O grande perigo ao vivermos nossos
relacionamentos pautados APENAS em sentimentos é colocar todas as expectativas de
felicidades em outra pessoa com defeitos, estando tal pessoa fadada à decepção. Paulo neste
capítulo descreve o amor prático, traduzido através de ATITUDES e não de sentimentos.

3. O QUE E É A PAIXÃO: Ao contrário do amor que, como vimos acima, é uma ação,
uma atitude daquele que se propõe a amar outra pessoa, a paixão é um sentimento
avassalador com características próprias e bastante distintas do amor bíblico.

Na verdade, a paixão se aproxima bastante do conceito secular para o amor. Lembre-se que
o papel de Satanás é deturpar tudo aquilo que o Senhor criou como uma cópia malfeita, com
o objetivo final de destruir a Criação. Vejamos alguns pontos sobre a paixão:

• É um sentimento egoísta, busca exclusividade e o domínio sobre o objeto da paixão. O


objetivo da paixão é o de resolver problemas pessoais de autoestima, carências afetivas e de
companheirismo o que leva, normalmente, a uma sobrecarga e sofrimento no objeto da
paixão.

• Para que continue acesa, a chama da paixão necessita de uma contrapartida: enquanto o
outro me amar, enquanto a situação financeira permitir, enquanto o desejo sexual se
mantiver... Na paixão existem cláusulas a serem respeitadas para que o sentimento perdure;

• A tendência da paixão é substituir outros relacionamentos, inclusive o relacionamento com


Deus. Neste caso, o objeto da paixão se assemelha muito à idolatria religiosa, pois tende a
"tomar o lugar de Deus" no coração e na vida da pessoa;

• Normalmente, a paixão avassaladora leva a um vínculo puramente fi'sico, estabelecido no


olhar, no cheiro, no aspecto físico somente. Basear um relacionamento em pontos tão
superficiais é arriscado demais. Porém, a pessoa normalmente só percebe os erros após uma
dura frustração;

• A paixão é uma palavra muito pouco utilizada na Bíblia e, em todas as vezes que ela
aparece, tem uma conotação de pecado e de carnalidade. A palavra paixão na Bíblia tem
duas traduções: Epithumio, que significa concupiscência e Pathos, que quer dizer
sofrimento, paixão.

3.1 A DIFERENÇA ENTRE A PAIXÃO E O AMOR


PAIXÃO

A paixão romântica pode acontecer sem aviso.

A paixão romântica pode surgir de um conhecimento de alguém sem conhecer muito as


características ou qualidades da pessoa.

A paixão romântica é "autocentralizada" e olha para o outro como um meio de conseguir


algo.

Uma pessoa apaixonada pode apaixonar- se por duas ou mais pessoas simultaneamente.

Uma pessoa apaixonada tem a tendência de possuir um sentido falso de segurança sobre o
seu relacionamento, baseado em coisas que ela gostaria que acontecessem e, às vezes, numa
forte necessidade de reafirmação.

O indivíduo apaixonado é um "sonhador". Seus sonhos sempre estão fora da realidade.

Para uma pessoa apaixonada a atração física é fundamental.

AMOR

O amor cresce vagarosamente.

O amor cresce através de uma avaliação da personalidade total da outra pessoa.

O amor é "outrocentralizado". O amor faz a pergunta: "Como eu posso servi-lo(a)?"

O amor genuíno centraliza somente em uma pessoa. O amor tem uma segurança firme
porque está baseado no relacionamento crescente de confiança, fidelidade e consideração
mútua.

O amor também sonha, mas não exageradamente. Sonhos e realidade são mantidos em
equilíbrio.

Para uma pessoa que ama, a atração física não é tão importante no relacionamento total.

4. DEUS TEM UM PADRÃO?

Depois de entender os dois conceitos e perceber que ambos são muito diferentes, você pode
achar que Deus criou o ser humano com um defeito de fabricação. Por que sentimos algo
que, aparentemente não apresenta nada de bom, como o sentimento da paixão?

A paixão faz parte da existência humana e moveu todas as civilizações em todas as épocas
para resplandecerem e conquistarem seus adversários. Uma rápida pesquisa na internet sobre
o tópico "movido pela paixão", vai mostrar muitos homens que foram considerados como
movidos pela paixão, no sentido de levarem o objeto de sua paixão às últimas
consequências, seja ela o futebol, seu trabalho, seu desejo pelo poder, dinheiro, ou mesmo
por homens ou mulheres. Podemos dizer então, que a paixão é um dos motores da
humanidade, mas ela está nos levando a um lugar melhor? Será que Deus tem um padrão
mais elevado para que possamos seguir?

O amor perdoa, se doa, não busca seu prazer ou interesse. Sempre dizemos nos cursos para
noivos, nos quais ministramos, a seguinte frase: "Você quer ser feliz no casamento?" Ao
qual vemos rostos sorrindo que nos respondem mais que depressa: "Claro que quero!" Ao
ouvirmos tal resposta, retrucamos: "Então não se casei!”. Sempre aguardamos alguns
momentos para ver os rostos perplexos de nossos noivos para então explicar tamanho
contrassenso.

Chamo isso de "escala da felicidade", onde estabelecemos que o objetivo principal do


casamento é o de fazer o cônjuge feliz. Quando faço isso, a 3º Lei de Newton é aplicada:
"Toda ação provoca uma reação de igual intensidade, mesma direção e em sentido
contrário". Quando busco o interesse de meu cônjuge, e fazê-lo feliz, recebo em troca o
mesmo sentimento, e minha esposa me faz feliz. Seremos bem-aventurados se conseguirmos
passar toda nossa vida conjugal num espiral crescente de felicidade onde um tenta a cada
dia, fazer o outro feliz.

A triste realidade que temos percebido, através do aconselhamento de novos casais, tem nos
mostrado, no entanto, que muitos casais se convertem, deixam o Egito, mas permanecem
com o Egito dentro de si mesmos. Estão nas Igrejas, porém ainda pensam com a mente do
mundo, sentem com os sentimentos do mundo e com isso trazem profundos sofrimentos
para si mesmos e para seus cônjuges.

A utilidade da paixão, dentro do relacionamento cristão, é o de destacar uma pessoa em


meio a uma multidão de milhões de outras. Sem este interesse inicial, sem muita
racionalidade, pois é impossível conhecer alguém por inteiro num primeiro momento. Uma
analogia pertinente neste sentido poderia ser a seguinte: a paixão é a faísca que acende a
chama duradoura do amor.

Não podemos pautar o relacionamento pela faísca, pois ela facilmente se apaga. Confiar na
chama é mais racional e prudente, mas ela também pode vir a se apagar. Para a chama
continue acesa sem parar, são necessários mais dois ingredientes: o combustível e o
oxigênio. Nesta nossa analogia, o combustível é o esforço contínuo do casal em manter a
prioridade do relacionamento acima das demais prioridades humanas, e o oxigênio é o papel
de Deus que forma o cordão de três dobras de Eclesiastes 4:12 no relacionamento amoroso
cristão.

5. AS CINCO LINGUAGENS DO AMOR

Nos últimos anos, muitos livros têm sido escritos sobre relacionamentos cristãos e sobre
casamento, suprindo uma lacuna dentro do conhecimento Teológico sobre o tema. Um dos
mais respeitados neste campo é o pastor Gary Chapman, que ficou mundialmente conhecido
por seu "best seller" intitulado as Cinco Linguagens do Amor.

Este livro trata em detalhes uma questão que deixa muitos casais perplexos: por que meu
esposo (a) ou noivo (a) não entende quando faço algo para agradá-lo (a)? A resposta do
autor, que o levou a ser reconhecido inclusive no meio secular, foi que cada pessoa possui
uma linguagem diversificada no tocante ao amor.

Para que você não fique curioso, as cinco linguagens do amor são as seguintes:

• Palavras de Afirmação: elogiar a pessoa amada é uma poderosa maneira de transmitir


amor através das palavras. Cuidado com a bajulação, que é totalmente distinta do elogio
sincero. O objetivo do elogio é fazer com que o outro saiba que é importante para você e que
é notado por você, enquanto o objetivo da bajulação é obter benefícios com os elogios.

• Qualidade de Tempo: esta linguagem de amor fala sobre passar tempo de qualidade
juntos. Observe que juntos, neste caso não quer dizer próximos. É possível que um casal
esteja sentado em um sofá na sala assistindo televisão sem conversarem. Eles estão
próximos, porém não estão juntos. "Estar juntos" significa não dividir a atenção do cônjuge
com mais nada ou ninguém. Isso pode ser bastante difícil ou desafiador para muitos em
tempo de Internet, TV a cabo e tantas outras facilidades de entretenimento que existem em
nosso tempo, porém que tiram o tempo de qualidade dos casais. Um rápido teste sobre como
está o seu tempo de qualidade com seu esposo (a), no caso de você ter se casado, é pensar
nas últimas 3 vezes em que estiveram juntos, e lembrar do que fizeram juntos. Você
consegue? Em caso negativo, você precisa gastar mais tempo com seu cônjuge.

• Receber Presentes: o importante aqui, não é o valor ou o presente em si, porém a


materialização do amor em uma forma visível. Para aqueles que possuem esta linguagem,
praticamente tudo o que for dado é considerado uma expressão de amor por parte do
cônjuge.

• Formas de Servir: nesta linguagem a pessoa procura realizar coisas que sabe que o outro
gostaria que ela fizesse, pode ser uma surpresa, um jantar com sua comida predileta, uma
reforma na casa, enfim qualquer coisa que agrade o cônjuge. A maior expressão bíblica
desta linguagem de amor foi quando Jesus lavou os pés de seus discípulos.

• Toque Físico: na última das cinco linguagens, o importante é que a pessoa aprenda quais
os tipos de toque mais agradam seu cônjuge. Muito importante que o foco esteja no outro e
não em si mesmo, na medida em que nem sempre um toque agradável para um seja da
mesma forma receptivo pelo outro. Andar de mãos dadas, um afago nos cabelos ao deitar,
um abraço forte ou não, um beijo e relações sexuais, são exemplos de toques físicos. É
importante que cada casal descubra quais são as linguagens de amor de cada um para que
possam investir seu tempo e recursos "no alvo", pois desta forma estarão sempre agradando
e valorizando um ao outro de maneira a manter sua escalada de felicidade.

Nos próximos tópicos, falaremos de maneira mais detalhada sobre as fases do


relacionamento rumo ao altar. Não perca!

TÓPICO 2 - O NAMORO CRISTÃO

Neste tópico, veremos o que a Bíblia nos diz a respeito do namoro cristão. O primeiro e mais
importante ponto a este respeito é que não encontraremos versículos que nos falem ou nos
deem algum respaldo para o namoro. Por que isto acontece? Por duas razões bastante
simples: a cultura oriental, palco tanto para o Antigo quanto para o Novo Testamento, nunca
contemplou a possibilidade de relacionamentos onde a intenção de casamento não fosse o
foco. A segunda razão é que a expressão "namoro" é, de certa forma, um conceito bastante
recente.

Vamos iniciar nossa discussão com um breve histórico do conceito de namoro e de que
maneira os conselheiros e pastores cristãos podem ajudar seus jovens de maneira clara,
franca e bíblica.

Para que você possa perceber como seus colegas entendem esta polêmica questão, o
professor pode realizar um breve debate a respeito das vantagens e desvantagens do namoro
ao modelo secular, para o povo de Deus.

2. HISTÓRIA DO NAMORO: A origem da comemoração do Dia dos Namorados é


bastante controversa, porém tanto no Brasil, como nos Estados Unidos, a verdade é que se
escolheu uma data onde as vendas para o comércio eram baixas com o intuito de aumentar
as vendas com presentes para os namorados. No Brasil a prática começou em 1953 pelo
publicitário João Dória que trouxe a ideia do exterior. A data escolhida foi 12 de junho, um
dia antes da festa de Santo Antônio, considerado padroeiro dos namorados e dos
apaixonados. Brincadeiras à parte, o fato é que a cultura do namoro tem um forte apelo
publicitário, com a função única e exclusiva de aumentar as vendas para o comércio em
geral, bem como diversas outras datas como Dia das Crianças, dos Pais, das Mães etc.

Se você conversar com pessoas de idade, perceberá que os relacionamentos amorosos eram
bastante diferentes deste modelo implantado nos dias de hoje em nossa sociedade. O namoro
tinha uma clara intenção pré-nupcial, do qual toda a família tinha uma participação efetiva
na formação do casal e na futura família que sairia do relacionamento. Estamos falando dos
anos 60 do século passado, ou seja, em 50 anos o modelo de relacionamento tem sofrido
mutações que têm causado impactos profundos no núcleo da sociedade, ou seja, na família
brasileira. A década de 70 trouxe a revolução sexual americana para nosso país, onde o
comportamento contrário ao tradicional representava uma rebeldia ao sistema vigente, ou
seja, a repressão da Ditadura Militar no país. A chegada da pílula anticoncepcional e do
preservativo pôs fim ao maior medo dos que praticavam o sexo antes do casamento que era
o de gerar filhos bastardos, abrindo assim o caminho para a mudança de postura nos jovens
de maneira geral.

Por fim, a partir da década de 90, com a popularização da internet, a comunicação


instantânea e uma nova geração de jovens, conectados e totalmente adaptados a esta nova
cultura tecnológica, o que costumo carinhosamente chamar de geração McDonalds,
modificou uma vez mais a ideia de namoro que seus pais tinham. Como tudo em nossa
sociedade tende a ser muito rápido, inclusive o relacionamento amoroso, surgindo então a
expressão "Ficar", cujo significado, após uma pesquisa com adolescentes foi a seguinte:
"Ficar é namorar de brincadeira, é praticar para ver se vai dar certo, é suprir provisoriamente
a carência afetiva e sexual, é curtir todo mundo numa boa, sem compromisso, ficar é namoro
avançado, onde vale tudo e por fim, é a moda entre jovens e adolescentes".
A próxima geração, a chamada geração Y, tem dado mostras do que é capaz de fazer através
de modismos que nem sequer podiam passar pela cabeça de quem tem mais de 25 anos,
como as famigeradas "pulseiras do sexo" que estiveram em 2010 nos braços de crianças e
adolescentes no Brasil.'

Após esta rápida exposição do assunto, espero que você possa ter entendido que o que temos
visto em nossas Igrejas com jovens e adolescentes cada vez mais novos namorando não é
algo tão inocente e sem consequências como podemos imaginar num primeiro momento.

Vamos falar a respeito disto, mas mediante o que tratamos até o momento, você acha que os
conselheiros e pastores devem proibir seus jovens e adolescentes de namorarem? Pense nisto
e vamos em frente!

3. CONSEQUÊNCIAS MAIS COMUNS DO MODELO DE NAMORO SECULAR O


modelo que acabamos de descrever através da evolução do conceito de namoro ao longo das
décadas mostra que, com toda certeza, o padrão que devemos adotar definitivamente, não é
este. Porém, antes de falarmos sobre a alternativa de Deus, vamos apontar algumas
consequências comuns ao namoro, que podem ajudar você caro aluno, durante o
aconselhamento de pais e filhos nesta situação.

A palavra de Deus nos fala no livro de Provérbios 4:23, que

"sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as
fintes da vida".

A principal consequência dos namoros irresponsáveis é a defraudação do coração. O


relacionamento amoroso seja ele da maneira que for, traz envolvimento emocional,
infelizmente na maioria das vezes, físico e quase nunca espiritual. Isso faz com que, a cada
namoro ou "ficada", a pessoa entregue uma parte de seu coração a outra, de maneira que,
quando encontrar realmente a pessoa com quem quiser passar o resto da vida, não terá
sobrado muito de seus sentimentos, fragmentados ao longo dos relacionamentos. A segunda
consequência do namoro neste modelo contemporâneo se assemelha a uma criança que
utiliza uma arma a qual não sabe o que fazer com ela nem muito menos o perigo que ela
representa. Quando o namoro não tem a presença dos pais nem a orientação da Igreja, como
o jovem casal pode refrear seus instintos? É como tentar parar uma locomotiva com as
próprias mãos. É exatamente isso que tem acontecido com uma legião de meninas grávidas,
onde os pais adolescentes fogem para poder tocar sua vida, enquanto um grande percentual
das crianças de hoje é criado pelos avós, devido à falta de maturidade destas mães, gerando
sentimento de revolta e rejeição nestes filhos da inconsequência e imaturidade infanto-
juvenil. A falta de compromisso com o relacionamento é outra consequência desta maneira
de namorar. Se durante os namoros a pessoa não buscou um compromisso, como poderá, de
uma hora para outra, se tornar uma pessoa séria e digna da confiança do cônjuge?
Estatísticas mostram que pessoas que fizeram sexo antes do casamento têm uma
probabilidade maior de adulterar depois de casar. A última consequência abordada é o mau
testemunho perante Deus e perante a sociedade. A Palavra de Deus nos diz que devemos
fugir da aparência do mal (1Ts 5:22), que devemos ser obreiros aprovados que não têm do
que se envergonhar (2Tm 2:15). Nestes versículos, percebemos que devemos buscar uma
vida alinhada com a Palavra de Deus e, como dissemos no início deste tópico, ela nada nos
diz a respeito de namoro sem a intenção de casamento. Existem outras consequências e
muito material sobre namoro disponível nas livrarias, e você pode encontrar alguns destes
livros na bibliografia para ajudá-lo a se aprofundar neste tema.

4. A ALTERNATIVA: A CORTE OU NAMORO ASSISTIDO

Falamos até agora dos aspectos negativos do namoro, segundo uma perspectiva secular, e a
pergunta que você pode se fazer neste momento é: "Devo proibir os jovens de minha Igreja
de namorarem?" Eu posso afirmar a você, através das experiências que já tivemos no
aconselhamento de casais de namorados, que você pode tentar, mas o máximo que você
conseguirá é fazer com as coisas saiam do plano visível para que seja feito às escondidas.
Existe alguma alternativa digna do cristianismo?

A boa notícia é que existe. Ela se chama corte ou namoro assistido e está ganhando força no
Brasil nos últimos anos. É importante ressaltar que esta não é a visão oficial da Igreja
Quadrangular, mas é uma alternativa bíblica e viável. Mas em que a corte difere do namoro
convencional? Vamos conhecer alguns pontos importantes sobre isto:

• na corte o relacionamento do jovem casal tem um objetivo específico e muito claro


para todos os envolvidos: o conhecimento da personalidade da pessoa, os gostos, os
sonhos, os objetivos de vida, seu relacionamento com Deus, enfim, o desenvolvimento de
uma amizade sadia, onde o casal tem em mente o noivado e o casamento.

• Na corte, os pais do casal têm um papel fundamental no relacionamento, onde se


envolvem e auxiliam os jovens em suas dificuldades e anseios. Isso não quer dizer que os
pais estarão juntos com o casal em todos os momentos, mas o casal saberá que terá de se
reportar aos pais e que eles farão parte do relacionamento. Isto não apenas ajuda nos limites
físicos, como fortalece os vínculos afetivos entre pais e filhos. (MI 4:6 e Lc 1:17)

• Ajuda pastoral: na corte, a Igreja dará suporte ao casal, através do acompanhamento


da progressão do relacionamento. Para isso, a Igreja precisa de casais maduros que
estejam dispostos a ajudar a liderança da Igreja através de reuniões periódicas para que o
casal de namorados possa verificar se estão atingindo os objetivos estabelecidos por eles
mesmos.

• A preocupação dos jovens deve estar focada no relacionamento individual de cada


um com Deus, pois caso não desenvolvam uma vida de oração, meditação na Palavra e
relacionamento com o Senhor em quanto solteiros, será muito mais difícil que desenvolvam
estas habilidades após o matrimônio, quando as preocupações são diferentes. (Lv 19:2 e 1Pe
1:16)

Note, embora não utilizando as nomenclaturas de namoro assistido ou corte, os princípios


apresentados acima têm sido ensinados há muito tempo na IEQ, pois a objetividade no
namoro conduz à santidade e ao compromisso, a bênção dos pais afasta a maldição, a ação
pastoral consciente, preventiva em relação à vida dos nossos jovens, seu namoro, noivado,
preparo para o casamento e, especialmente, ter como critério mais elevado de escolha a
qualidade da vida espiritual do futuro cônjuge, é um ato responsável de pastores conscientes
e que querem cuidar bem da vida espiritual, moral e emocional de suas ovelhas. O que
muitas vezes frustra os conselheiros e os pastores de jovens e adolescentes é o fato de
ensinarem a verdade e terem como resposta a falta da prática dos princípios por parte de
quem ouve.

A cultura do namoro assistido é necessária, mas implica em estruturar os envolvidos para


esta prática. Este desafio é grande quando se depara com famílias desestruturadas,
disfuncionais, de membros distanciados e feridos. Contudo, o fruto de um trabalho bem
feito, de cura da família através do namoro assistido, resultará em bênção para eles e para a
igreja.

É importante que os pais de nossos adolescentes recebam instrução sobre o namoro e que a
Igreja local tome um posicionamento a este respeito, para que fique clara qual é sua visão.
Vivemos em uma era onde a informação é vasta e abundante, porém nem sempre temos
acesso a boas informações. Os pais são responsáveis pela maneira como os filhos verão o
casamento.,

5. UMA PALAVRA AOS CONSELHEIROS: Todas estas informações podem nos


mostrar uma realidade bastante diferente da qual estamos lidando em nossas igrejas e até
mesmo em nossas casas, caso você tenha filhos adolescentes.

Nossa primeira reação pode ser a de querer mudar todas as coisas e consertar o que está
errado. Isso é um bom desejo e todos nós fomos separados por Deus para sermos a solução
no problema de alguém. Porém não podemos desejar consertar princípios, através da quebra
de outros. A autoridade pastoral e a liderança acima de você devem ser comunicadas a
respeito do seu desejo em ajudar os jovens de sua igreja, e todas as pessoas envolvidas com
este ministério devem estar alinhadas com os princípios e com as necessidades emocionais e
espirituais dos jovens. Mudança no pensamento é uma mudança cultural no seio de uma
geração toda, portanto esta nova mentalidade leva tempo para ser estabelecida, entretanto
não desanime, persevere e confie no Senhor, pois: "Aquele que em vós começou a boa obra
a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo."

TÓPICO 3 - O NOIVADO CRISTÃO

1. INTRODUCAO: Vamos iniciar este tópico com uma analogia bastante pertinente para o
Brasil, pois os brasileiros gostam muito de carros. Imaginemos por um momento que todos
os carros da Ford ou da Fiat que saíssem da concessionária parassem de funcionar em
seguida. O que aconteceria? Imagino que todos os proprietários correriam para as
concessionárias para consertarem seus carros, o que você acha? Então por que os casais não
fazem o mesmo com seus casamentos, quando estão com problemas? Qual é a razão de
tantos divórcios e separações mesmo dentro da Igreja? A resposta está na falta de preparo
pré-nupcial de muitos jovens que não têm um aconselhamento realista e franco com
conselheiros. Esperamos que você, caro aluno, seja uma resposta para estes casais!
Não podemos desprezar as fases de transição na vida e as cerimónias que as marcam. O
noivado é uma delas. Iniciamos mais um tópico de estudo e como meu amigo Theo acabou
de dizer, os noivos de nossos dias precisam de ajuda, pois ficam entre um mundo de
fantasias e sonhos muitas vezes pouco realistas e na facilidade que existe hoje na sociedade
em terminar um relaciona-mento e começar outro. Nosso objetivo neste tópico é ajudá-lo a
auxiliar os noivos nesta caminhado rumo ao altar.

5. UNINDO PROPÓSITOS E OS MUNDOS PESSOAIS

Pense no seguinte diálogo fictício entre um casal imaginário:

-Josh, te amo muito!

- Vic, você sabe que também te amo muito! Qual é seu maior sonho depois de casar
comigo?

- Estou me preparando para o vestibular para cursar Direito e poder trabalharem um


grande escritório internacional, ter uma vida estável e ver nossos filhos crescendo e
envelhecermos como uma família unida e feliz, sem maiores surpresas... Mas e você meu
amor, qual é o seu sonho?

-Sempre sonhei em fazer alguma coisa pelas crianças famintas na África, pensei em nos
casarmos e vivermos pela fé como missionários por onde o Senhor nos levar! Existe
aventura maior que está?

Este é um discurso fictício, mas bem que poderia ser real. Guardadas as devidas proporções,
isso acontece muito nos relacionamentos. A paixão e os preparativos para o grande dia
podem impedir os noivos de conversarem a respeito dos sonhos e como ambos enxergam o
futuro. O conselheiro é muito importante neste ponto, para fazer com que analisem se o que
ambos esperam, vai de encontro com os anseios do outro. Se os sonhos forem muito
diferentes, diga que um sinal amarelo se acendeu e ambos devem orar para que o Senhor os
mostre como podem unificar os propósitos de cada um e transformá-lo em um novo
propósito.

6. PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO: Tradicionalmente, os preparativos para o


casamento ficam todos a cargo da noiva que fica completamente estressada e esgotada com
tantos detalhes a serem vistos, seja a cor da decoração, as lembranças, as músicas e a lista de
convidados. É muito importante que o conselheiro do casal peça para os dois participarem
de tudo, mesmo que o rapaz tenha que opinar sobre as flores que farão a cerimônia ficar
mais bonita.

Você pode achar que os homens não se interessam por estes detalhes, mas o professor
mostrará porque é importante este envolvimento!

O noivado é uma preparação prática para o casamento, portanto os preparativos para a


cerimônia são uma ótima oportunidade do casal alinhar a tomada de decisões, montar um
planejamento financeiro para casarem sem dívidas e realizarem um casamento dentro de
suas possibilidades. O início da vida a dois é maravilhoso, mas é necessário gastar muita
energia com o período de adaptação, aceitação das manias de cada um, delegar as tarefas,
organizar a nova rotina, enfim, tudo o que o novo casal menos precisa é preocupação com
dívidas oriundas de fotos e filmagens, ou uma festa com a qual passarão os próximos anos
pagando. Lembre-os que antes e após a cerimônia, a festa e a lua de mel, haverá contas de
luz, aluguel, prestações e as finanças deverão estar alinhadas e controladas para que não
exista uma pressão maior do que poderão suportar.

7. O CURSO DE ACONSELHAMENTO PRÉ-NUPCIAL

Como é possível perceber, existem muitos pontos a serem analisados e passados aos
nubentes, que excedem nosso espaço para discutir todos. Por esta razão, deixaremos uma
bibliografia com vários livros para aprofundar seus conhecimentos neste assunto. Um ponto
que deve ficar muito claro ao conselheiro, é que em uma reunião é impossível passar todos
os pontos com os quais trabalhamos aqui. Existem ministérios Inter denominacionais que
oferecem cursos e treinamento para Cursos de Noivos, com materiais muito bem
estruturados que podem ajudar ao conselheiro nesta missão de aconselhar noivos.'

Caso a liderança da igreja local não aceite a entrada destes cursos, o conselheiro pode,
através do que tratamos neste capítulo e dos livros constantes na bibliografia adicional,
preparar seu curso para os noivos de sua igreja local. Para tanto, suas conversas devem
conter no mínimo os seguintes tópicos: abordar a vida individual do casal em primeiro lugar
para então passar aos tópicos comuns aos dois; o papel da família no casamento e no
noivado, as heranças familiares, perdoando o passado, o conceito de aliança, como unir os
propósitos de cada um, a intimidade bíblica, os papéis dentro do casamento e uma
abordagem breve sobre finanças.

Esperamos que você tenha se interessado pelo tema e que possa estudar mais e se aprofundar
mais sobre o aconselhamento de noivos e deseje em seu coração fazer parte desta batalha
pelas famílias de nosso país!

TÓPICO 4 - O CASAMENTO CRISTÃO

INTRODUÇÃO: Chegou o grande dia: a noiva, o noivo, o vestido, a cerimônia e os


convidados. É o dia mais feliz da vida do casal. Após o retorno da lua de mel, o casal
percebe que as luzes se apagaram e os convidados se foram. Como manter a chama do amor
acesa em meio a tantas atividades diárias, trabalhos, estudos, igreja. Será possível? Sim é
possível e o Senhor planejou que assim fosse desde a Criação com o primeiro casal. Por que
então poucos casais apresentam uma vida conjugal satisfatória e feliz?

2. COMO EVITAR A FRUSTRAÇÃO?

A rotina diária, uma agenda cheia de compromissos e horários desencontrados, muitas vezes
afastam o casal dos tempos de namoro para algo diferente que não estava nos planos de
nenhum dos dois. Certa monotonia e um progressivo afastamento, somado às constantes
discussões por motivos torpes, transformam qualquer matrimônio em um verdadeiro
desastre.
Você deve saber com certeza, mas não é sua obrigação, o professor não explicou que torpe é
um motivo fútil, bobo, sem muita relevância.

Como aconselhar novos casais com problemas? O primeiro ponto importante é perguntar ao
casal com o que eles têm gastado o tempo livre. Se atividades que envolvam o casamento
não estiverem na lista, mostre que só gastamos tempo com o que é realmente importante
para nós. Podemos falar que o casamento é importante, porém se não provarmos isto através
de atitudes reais, nossas palavras serão vãs atraindo maldição para nossas vidas. (Mt. 5:37).
Para que a chama do amor permaneça acesa, é necessário utilizarmos estratégias que afastem
uma rotina e nos forcem a gastarmos tempo de qualidade no casamento. Gosto muito da
definição de "Fundo Monetário da Paixão Eterna" ou FMPE. Estes "fundos" consistem em
uma reserva financeira para atividades que envolvam o casal e que podem ser realizadas
mensalmente pelo menos.

E quando o FMPE está baixo por alguma adversidade financeira, o que podemos fazer?
Pequenas surpresas diárias que mostrem ao seu cônjuge o quanto ele é importante a você e o
quanto você o ama. Espalhar bilhetes pela casa, um telefonema apaixonado durante o dia,
uma noite conversando sobre amenidades, rir muito a dois, tudo isso aumenta a intimidade
emocional do casal e abre o caminho para uma a intimidade física do casal, a qual
trataremos em um capítulo em especial ao longo de nosso estudo.

3. ATÉ ONDE SEU CASAMENTO VAI CHEGAR?

Uma pesquisa recente com cerca de trezentos casais que se consideram muito satisfeitos
com seus relacionamentos conjugais e que estão casados a pelo menos 15 anos. O resultado
desta pesquisa mostrou que as respostas foram muito semelhantes. De maneira geral as
respostas foram as seguintes:

• Ter uma imagem positiva do cônjuge;

• Considerar seu parceiro como seu melhor amigo;

• Acreditar na importância do compromisso e da aliança;

• Ter as mesmas metas na vida;

• Ter o desejo de que o casamento seja um sucesso;

• rir muito juntos.

Apesar de casamentos felizes existirem, a realidade é que muitos têm buscado a solução de
seus problemas no divórcio ou na aceitação em viver um casamento de aparências e sem
perspectivas reais de felicidade. Como é possível ajudar estes casais através do
aconselhamento matrimonial?

Em primeiro lugar, os conselheiros devem sempre lutar por seu próprio casamento, para que
seja um espelho para os demais. A autoridade a respeito de algum assunto sempre é mais
bem aceita quando aqueles que possuem problemas no casamento podem ver que o casal de
conselheiros já superou os problemas aos quais estão aconselhando. A estratégia do "faça o
que eu digo, mas não faça o que eu faço" é nitidamente contrária à Palavra de Deus. (ver
Tiago 5:12). É preciso entender que a maioria dos problemas conjugais tem três causas
principais das quais todos os demais derivam: a tríade comunicação, sexo e dinheiro.

4. AS ESTAÇÕES DO CASAMENTO: Para concluir este capítulo, gostaria de apenas


definir aquilo que Gary Chapman chama de "as quatro estações do casamento", que é uma
boa ilustração das fases do matrimônio, que não são fixas, ou seja, acontecem uma após a
outra, do início até o final da vida conjugal. Esta abordagem supõe que as fases acontecem e
se repetem da mesma forma como as estações do ano se repetem a cada Ano Novo. De
maneira bastante resumida, as características, emoções e atitudes destas estações são as
seguintes:

VERÃO

Emoções: Felicidade, satisfação, realização, união.

Atitudes: Confiança, compromisso em crescer, tranquilidade.

Ações: Comunicar-se de forma construtiva, aceitar as diferenças, participar de seminários,


ler livros, crescer espiritualmente.

Clima do Relacionamento: Confortável, unido, que dá apoio, compreensivo. Na estação do


verão no casamento, os sonhos da primavera se concretizam. Os casais desfrutam de muita
satisfação com suas realizações. Eles resolvem conflitos de modo positivo. Tendo aceitado
suas diferenças, procuram transformá-las em recursos em prol do relacionamento. Marido e
esposa têm uma crescente sensação de cumplicidade.

OUTONO

Emoções: Medo, tristeza, depressão, apreensão, desânimo, ressentimento, sentimentos em


que a pessoa se sente menosprezada.

Atitudes: Preocupação, incerteza, culpa.

Ações: Negligência, não enfrentar os problemas.

Clima do Relacionamento: Afastamento, desprendimento, na estação do outono, os casais


sentem que algo está acontecendo, mas não sabem ao certo o que é. Há uma sensação de
desunião. Um dos cônjuges ou ambos começam, a se sentir abandonado. Os casais percebem
a existência de alguns problemas que eles não estão enfrentando com honestidade. Parece
que estão separados emocionalmente, e cada um tem a tendência de culpar o outro. Se eles
ficarem na estação do outono por determinado tempo, os amigos e familiares talvez estejam
reparando nas mudanças.

INVERNO

Emoções: Dor, raiva, frustração, solidão, sentimento de rejeição.


Atitudes: Negatividade, desânimo, frustração, desesperança.

Ações: Destrutivas, palavras ásperas, silêncio, violência.

Clima do Relacionamento: Distante, frio, áspero, amargo. Nesta estação os casais não se
dispõem a discutir diferenças. As conversas transformam-se em discussões e os cônjuges se
afastam em silêncio. Não há o sentimento de cumplicidade. O casamento é como duas
pessoas vivendo em ambientes separados.

PRIMAVERA

Emoções: Entusiasmo, alegria, esperança.

Atitudes: Expectativa, otimismo, gratidão, amor, confiança.

Ações: Cultivar, planejar, comunicar-se, procurar ajuda quando necessário.

Clima do Relacionamento: Vital, afetuoso, aberto, atencioso. A primavera é um tempo de


novos começos. As flores estão desabrochando. Os canais de comunicação estão fluindo. Há
um sentimento de entusiasmo com a vida a dois. Os casais estão fazendo planos. Eles têm
grandes esperanças para o futuro. Estão plantando sementes das quais esperam ter uma
colheita de felicidade.

A teoria de Chapman aponta para a dinâmica do casamento. Mudamos todo o tempo.


Podemos passar rapidamente de uma estação para outra, mas podemos passar muito tempo
em determinada estação e isso anular o desejo de continuar crescendo no relacionamento.
Nós escolhemos também o tempo que vamos passar no inverno ou no outono.

É fundamental, ao casal de conselheiros familiares, ouvir com atenção os relatos dos


cônjuges com dificuldade, para identificar a estação correspondente e poder ajudar através
de uma conversa franca e honesta com o casal, com o objetivo de identificar os problemas e
superar as dificuldades.
CAPÍTULO 2 - A ESTRUTURA DA FAMÍLIA CRISTÃ

TÓPICO 1 - UMA FAMÍLIA FUNCIONAL

INTRODUÇÃO: Quando começo a falar com você sobre estrutura, quero dizer que toda
família, consciente ou inconscientemente, adota um estilo de vida e se organiza
estruturalmente de maneira que ela seja funcional ou disfuncional. A Bíblia nos apresenta
orientações para que tenhamos uma família cristã funcional.

Para que uma família funcione necessário que haja hierarquia, e Deus assim organizou a
família, hierarquicamente. Na hierarquia familiar cristã funcional, cada membro tem uma
função e responde por ela diante de Deus e diante de membro.

Note, quando o Senhor diz na sua palavra que o homem é o "cabeça" não está se referindo
exclusivamente a uma posição, pois o termo no grego si4pifica origem, ou seja, desde o
Éden, a mulher, e depois os filhos têm sua origem no homem, por isto a sua posição
honrosa. Quando Paulo aborda o tema: a estrutura da família em Efésios 5, e coloca o
homem na posição de cabeça, a em se deve submissão, está faiando da necessidade de
comando da equipe amada família, da funcionalidade da mesma, da responsabilidade de
liderança homem em relação ao projeto divino chamado família. O homem, como cabeça da
família, dará contas a Deus pelo seu desempenho na condução e no impulso que dá à sua
família.

Não há como uma família ser funcional sem estrutura, sem respeito, e com disputa na
liderança. Pensar em estrutura nos remete à ideia de construção e no contexto deste tópico se
refere às condições para que uma família cristã seja estruturada. Foi Deus quem desenhou a
construção, foi o arquiteto da família cristã funcional. Portanto, uma família começa a ser
construída a partir seu alicerce, das suas bases.

AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO (GN 2.24-25): As Bases do casamento cristão


estão descritas no texto da instituição em Gn 2.18-23. Neste texto vemos o Senhor
declarando a razão geradora da família, a solidão do homem e a necessidade de
companheirismo.

Se Deus teve este objetivo em mente ao criar a família, nós também devemos perceber este
sentimento de solidão em nós, e a necessidade "legítima" de encontrarmos um(a)
companheiro(a) se desejamos nos casar. Pois, o companheirismo é o que prevalecerá acima
de todas as coisas no casamento. Ele deve ser a razão básica e forte para enfocarmos a
decisão de casarmos com quem pretendemos.

2.1 AS QUATRO BASES: As quatro bases para o casamento cristão são as colunas sob as
quais o lar cristão deve ser edificado. A não observância do cumprimento destes princípios
trará consequências com as quais todo casal não deseja conviver. Vejamos quais são estas
quatro bases e seu significado.
1ª BASE — O DEIXAR - "POR ISSO DEIXA O HOMEM PAI E MÃE"

a) É um deixar geográfico - não morar junto, nem tão perto.

b) É um deixar emocional - cortar o cordão umbilical e assumir a vida.

c) É um deixar financeiro - não depender financeiramente dos pais e parentes.

d) É um deixar para o noivo e a noiva - Estabeleça a nova escala de prioridades. (Deus,


Cônjuge, Filhos, Trabalho, Pais, Igreja).

e) É um ato público - tudo o que acontece no mundo físico repercute no mundo espiritual.
Case na igreja recebendo a benção sobre a "aliança".

f) Produz um contexto para crescimento - O casamento exige amadurecimento e


crescimento em todas as áreas de nossa vida.

g) Implica que a dependência entre pais e filhos é temporária - A dependência e a


obediência aos pais cessam após a cerimônia de casamento, continuam a "honra" e o "amor"
aos pais. Os pais não devem interferir ou controlar a vida de seus filhos.

2ª BASE - O COMPROMISSO - "SE UNE À SUA MULHER"

a) É um relacionamento permanente - Contrato cessa, "aliança" não.

b) É um relacionamento monogâmico - O amor não suporta rivais.

c) É um relacionamento exclusivo - Temos a segurança de ser e pertencer ao outro


exclusivamente.

3ª BASE - A UNIDADE - "TORNANDO -SE, OS DOIS UMA SÓ CARNE "

a) Para haver unidade, são necessárias duas pessoas;

b) não significa que cada um perca sua identidade;

c) Não significa que o mais fraco seja dominado pelo mais forte;

d) cada um continua sendo o que é, e muito mais, por ser complementado pelo outro;

e) durante o período de namoro e noivado a unidade espiritual deve ser desenvolvida;

f) é uma expressão física.

4ª BASE - A INTIMIDADE - " ORA, UM E OUTRO, O HOMEM E SUA MULHER,


ESTAVAM NUS E NÃO SE ENVERGONHAVAM"

a) A intimidade espiritual - vida devocional do casal.

b) A intimidade intelectual - Pode opinar, apresentar juízos, declarar sentimentos, sem


receio.
c) A intimidade emocional - nutrem e manifestam amor e bondade.

d) A intimidade física - não têm vergonha d o sexo; desenvolvem comunicação e prazer


sexual.

3. A CADEIA FUNCIONAL DE AUTORIDADE NO LAR CRISTÃO

A funcionalidade do casamento cristão está na Cadeia de Autoridade que Deus estabeleceu


no lar, apresentado abaixo, e na descrição dos deveres dos cônjuges cristãos de Efésios 5:22-
33.

3.1 - A HIERARQUIA

Esta é a ordem (hierarquia) de Deus para a família.

Agora vamos entender esta hierarquia:

DEUS

É a cabeça e cristo I Co 11.3

Pai, Governador, Protetor, Abençoar, Juiz etc.

CRISTO

É a CABEÇA do Marido 1Co. 11:3

É o princípio, o centro e o fim do Lar Cristão.

É o verdadeiro Senhor da família.

O MARIDO

É a CABEÇA da mulher e Autoridade Principal no lar. Ef. 5:23

Sensível às necessidades da família, envolvido e influente. Bom guia, Bom Marido, Bom
Pai.
Profeta, Sacerdote e Líder-Servo.

Responsável por realizar no lar a Vontade de Cristo.

A MULHER

É SUBMISSA ao seu Marido. É a Autoridade Secundária no lar. Ef. 5:22

Ela é representante do seu marido diante dos filhos

FILHOS

Obedientes a seus pais, sendo assim treinados e preparados para a vida, e para entrarem em
uma nova cadeia de autoridade (hierarquia familiar).

Os pais devem saber que a disciplina de filho para filho é diferente, portanto é necessário
que sejam sensíveis às necessidades de seus filhos.

Os pais são a 1ª Autoridade na vida de seus filhos depois do Senhor, não devendo abusar do
seu poder. Ef. 6:4; Cl.3:21; Hb.12:11; Pv.22:6

Para os filhos: a obediência gerará a sua liberdade, através da confiança adquirida no


coração de seus pais.

TÓPICO 2 - ELE & ELA - NOSSOS PAPÉIS FUNCIONAIS

1.O ESPOSO

1.1 OS TRÊS OFÍCIOS DO HOMEM

O papel do esposo está intimamente ligado aos três ofícios de Cristo, ou seja, podemos dizer
que o homem tem três deveres:

• profeta - Fala da parte de Deus, comunica a vontade de Deus.

• Sacerdote - Fala da parte da sua família a Deus; intercede.

• Rei - Governa o seu reino, lidera o seu lar.

1.2 LIDERANÇA: Vamos destacar o seu papel como líder. Neste aspecto podemos dizer
que os seus maiores desafios são:

• liderar a sua família;

• administrar a sua própria casa;

• amar a sua esposa.

Cristo não liderou através da imposição de si mesmo, mas liderou através do amor. Seu
amor sempre ia à frente da sua liderança. Assim deve ser a liderança do marido cristão.
A esposa e os filhos têm a necessidade de uma liderança espiritual, e com relação a isto, não
nos referimos apenas ao aspecto espiritual da vida do marido, mas sim, ao marido como um
todo. Um homem de Deus liderando toda a família, administrando e atendendo a todos e a
todas as questões do lar. (1 Co 11.3)

Há muitas maneiras de liderar. O marido deve liderar com objetividade, sabendo o que quer
e aonde quer chegar, motivando e levando toda a família consigo. Deve ser modelo para a
sua família, sendo que o que ele é, e como lidera, se revela no comportamento e nas atitudes
dos membros da sua família. É um homem presente e que está comprometido com as suas
prioridades; tem percepção das necessidades do lar.

1.2.1 AS ÁREAS IMPORTANTES DA BOA LIDERANÇA DE UM MARIDO


CRISTÃO SÃO

• O amor (que se demonstra);

• A emoção (traz bom clima emocional);

• A espiritualidade (sacerdote);

• As finanças (bom mordomo do Senhor);

• A disciplina (orientação do lar).

1.3 O AMOR: A Bíblia ensina como o marido deve amar a sua esposa: "como Cristo amou
a Igreja e se entregou por ela..."(Ef.5:25), portanto é necessário que o marido conheça o
amor de Cristo, que experimente esse amor em sua vida, e assim poderá, através deste
referencial, amar sua esposa. As características do Amor Verdadeiro já foram destacadas
anteriormente, consulte-as novamente para entender como Cristo ama com amor "ágape" - I
Co. 13:4-7.

2. A ESPOSA

2.1 A SUBMISSÃO:A Palavra de Deus traz vários textos que ajudam a entender um dos
deveres da esposa que é a "submissão". Este termo deve ser entendido corretamente. Não é
submeter-se de maneira a subjugar-se, mas sim, é render :ima obediência inteligente e
humilde a uma pessoa, na qual Deus tem investido poder e autoridade. Isto quer dizer que a
opinião da esposa tem valor e deve ser expressada, também quer dizer que ela não é
empregada do seu marido.

Às vezes, a mulher se rebela contra este princípio bíblico, que é dever dela, mas entenda, seu
marido não pediu autoridade e poder, Deus lhe deu. A submissão não é escolha da mulher, é
parte da sua natureza. Seus lhe deu.

Deus deu os deveres ao marido para que ele satisfizesse as necessidades de sua esposa, e
vice-versa. A mulher que respeita e obedece ao marido terá da parte dele o amor. O marido
que ama a sua esposa terá da parte dela o respeito e a obediência. Por quê? Porque a
primeira necessidade do homem é ser respeitado e a primeira necessidade da mulher é ser
amada.

A palavra submissão deve ser dividida ao meio para que seja entendida:

SUB = sob, debaixo

MISSÃO = alvos, profissão, vocação do marido.

2.1.1 OS BENEFÍCIOS DA SUBMISSÃO: Os benefícios da submissão são: proteção;


realização; segurança; harmonia no lar; exemplo aos filhos; a não difamação da Palavra de
Deus (Tt.2:5); e é o modo pelo qual Deus pode trabalhar na vida do marido (Pv.21:1).

2.2 A BELEZA INTERIOR: Este é o segundo dever que a Bíblia descreve para a esposa
cristã. Além dos cuidados normais relativos à sua beleza exterior; a sua principal
preocupação deve estar no desenvolvimento da sua beleza interior, que nunca envelhece (1
Pe 3.3-6).

A beleza interior se caracteriza por algumas coisas: incorruptibilidade; mansidão;


tranquilidade; consciência do valor que você tem para Deus; saber esperar; ser submissa;
obediência; não temer.

Complementando este conceito, Provérbios ajuda a esposa cristã descrevendo seus deveres
que a fazem virtuosa. Leia Pv. 31:10-31.

TÓPICO 3 - LIVRANDO-SE DE UM MAU CASAMENTO

1. INTRODUÇÃO: Neste tópico estaremos abordando aspectos de conflito no casamento, e


daremos orientações de como superá-los, escolhendo como bem viver para se ter um bom
casamento.

2.O PERÍODO DE ADAPTAÇÃO NO CASAMENTO: Todos os casais passam pelo


período de adaptação, que poderá ser mais ou menos longo, dependendo do nível de
comunicação do casal e de sua maturidade. O período de adaptação varia de um a sete anos
de casamento. A chave para passar este período com mais tranquilidade é a prática da
comunicação no namoro e no noivado.

2.1 DICAS QUE PODERÃO AJUDAR NO PERÍODO DE ADAPTAÇÃO

• Aceitação Mútua e Incondicional: Não tente mudar seu cônjuge, aceite-o primeiramente
como ele é. Ame-o incondicionalmente, assim como você faz ou fará com seus filhos.

• Procure entender seu cônjuge: Conheça a herança familiar que ele(a) traz, pois é ela um
dos principais fatores que gera comportamentos, ações, reações, atitudes, discursos,
princípios etc.

• Não critique ou acuse seu cônjuge: Comunique-se rápido, em amor, de forma adulta, sem
manipular, exagerar ou chantagear. Só expresse uma crítica ao que a pessoa fez ou faz, se
você tiver uma solução para apresentar.
• Não tente mudar seu cônjuge, conheça-o, respeite-o, não o aborreça: Ninguém muda
ninguém, bem como, ninguém é tão limitado que não possa aprender coisas novas. Não faça
coisas que você sabe que irritam ou desagradam a ele(a), mesmo que sejam
"brincadeirinhas". Procure saber qual é a maneira certa, ou melhor, para lidar com ele(a).
Não force, adapte-se. Você só deve insistir em mudar hábitos e comportamentos que estejam
afetando o bem-estar geral da família.

• Reconheça que todos têm limites e valores pessoais: Esses limites são verdadeiras cercas
de "arame farpado", com a placa "não ultrapasse, cão bravo". Evite se meter em encrencas
desnecessárias. Não force o limite. Nisto está um dos maiores desafios na convivência do
casal, e é tão bom quando o casal entende e pratica este "respeito mútuo".

• Separe aceitação de aprovação: Esses limites aos quais nos referimos acima, talvez,
jamais mudarão. Não sabemos se ele(a) vai abrir mão daquela forma de ser ou de pensar.
Nesta hora é que cabe a aceitação da pessoa. Não significa que haverá uma aprovação
quanto ao que ela faz, ou pensa, mas que ela é amada e aceita como é.

• Separe a emoção da razão ao se comunicar: Misturar a razão com a emoção nos leva à
falta de objetividade e às vezes até à irracionalidade. Cuidado! Se você não tem esse
equilíbrio emocional, faça o compromisso de falar sobre a situação ou assunto assim que
você estiver em condições.

• Lembre-se:

- As 6 palavras mais importantes são: "Eu admito que cometi um erro".

- As 5 palavras mais importantes são: "Você fez um bom trabalho".

- As 4 palavras mais importantes são: "Qual a sua opinião?".

- As 3 palavras mais importantes são: "Eu te amo".

- As 2 palavras mais importantes são: "Muito obrigado".

- A palavra mais importante é "Nós".

3 SUPERANDO OS REVESES NO LAR

Há algumas situações que representam grande dificuldade para a família, como por
exemplo:

• Um filho rebelde;

• Situações imprevisíveis;

• Perdas de pessoas, bens, posição social, trabalho etc.;

• Contrair dívidas inesperadas;


• Revés financeiro repentino etc.

Todas estas situações são desagradáveis e ninguém está imune a elas. Na verdade ninguém
se prepara para enfrentá-las, sempre esperamos o melhor da vida, de tudo e de todos. Refletir
sobre estas situações não é nada em relação a vivê-las. Viver tais situações tem uma
intensidade completamente diferente. Se não acontecer conosco, certamente alguém cruzará
o nosso caminho e precisará da nossa compreensão e ministração. E se acontecer,
precisaremos muito do Senhor e do corpo de Cristo para nos apoiar e abençoar.

Deus deve estar envolvido em todas estas situações, nós devemos colocá-lo nelas.
Precisamos entregar a ele a direção na hora em que nos sentimos confusos, desorientados e
inseguros. A Palavra de Deus oferece orientação para todas as coisas e o nosso Senhor
conhece bem o assunto da dor, da humilhação, do sofrimento, da morte, da traição etc. Ele
enfrentou tudo isto, passou por tudo isto, e VENCEU! Com ele poderemos vencer também,
pois nos guiará "no caminho das pedras", pelo qual já trilhou. Com o Senhor, a nossa
perspectiva futura é sempre de colher o melhor que suas mãos podem derramar. Toda a sua
obra para conosco é e será fruto do seu amor. Só ele pode processar qualquer dor, o
inesperado e qualquer tragédia ou drama em restauração completa. A verdade bíblica deve
estar, neste caso, especialmente sobre cada situação, e deve ter prioridade sobre todas as
pessoas envolvidas, quer sejam os que sofrem ou os que causam o sofrimento, voluntária ou
involuntariamente. Todos nós reagimos ao choque do imprevisível e inesperado. No
primeiro momento sentimos a angústia, o peso da situação, sua grandeza, a dor da ofensa, a
indignação por ela, e geralmente rejeitamos tudo isto e "negamos" (não é possível, não posso
acreditar, não é verdade etc.). Em seguida travamos uma luta com Deus, uma luta teológica,
uma luta com o nosso conhecimento e entendimento bíblico, questionamos, e alguns tentam
fazer uma barganha com Deus (se o Senhor fizer isto, então eu farei aquilo...) até que
encaramos e aceitamos a realidade dos fatos. É a partir daí que Deus começa o trabalho de
restauração completa do nosso ser e de toda a situação e das demais pessoas nela envolvidas.

4. COMUNICAÇÃO - CHAVE DE TUDO!

Nas famílias, todos os seus membros, na área da comunicação, caminham desde alguns
pontos de vista diferentes até as brigas. Isto nada mais é do que o reflexo da queda do
homem, e revela o quanto precisamos da direção do Senhor também nesta área importante
da comunicação.

A comunicação é a área mais importante em todo tipo de relacionamento conjugal e


familiar. É uma arte, uma habilidade que precisa ser desenvolvida ao longo dos anos de
relacionamento.

A comunicação se reflete em todas as áreas do casamento, se relaciona com elas, e todas as


dificuldades nas demais áreas do casamento acabam por se refletir na comunicação também.

A comunicação é fundamental, é básica para todo o relacionamento familiar.


4.1 ENTÃO O QUE É COMUNICAÇÃO? Comunicação é o processo verbal ou não
verbal de transmitir uma informação a outra pessoa de maneira que ela entenda o que você
está dizendo.

4.2 O TEXTO CHAVE PARA A COMUNICAÇÃO NO LAR CRISTÃO

1 Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele
não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher,

2 observando a conduta honesta e respeitosa de vocês.

3 A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e
joias de ouro ou roupas finas.

4 Ao contrário, esteja no ser interior que não perece, beleza demonstrada num espírito
dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus.

5 Pois era assim que também costumavam adornar-se as santas mulheres do passado,
que colocavam sua esperança em Deus. Elas se sujeitavam cada uma a seu marido,

6 como Sara, que obedecia a Abraão e o chamava senhor. Dela vocês serão filhas, se
praticarem o bem e não derem lugar ao medo.

7 Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e
tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida,
de forma que não sejam interrompidas as suas orações.

(1 Pe 3.1-7 - NVI)

Marido e Mulher não poderão desfrutar de um bom relacionamento e nem caminharão para
o desenvolvimento maior de seu relacionamento sem a comunicação, ela é uma chave.

Sem dúvida, quando Deus criou e uniu o primeiro casal, os criou para serem companheiros.
Na mente e no coração de Deus estava o propósito de que tivessem uma comunicação
crescente, verdadeira e profunda. Não é diferente conosco hoje em dia.

Não há possibilidade de sucesso em um casamento onde um não se abre para o outro.

A felicidade ou a infelicidade de um casal está intimamente ligada à condição do casal saber


se comunicar ou não. A felicidade não é algo mágico, ela é construída, e depende dos dois,
marido e mulher. A própria Palavra de Deus nos ensina:

"A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto" (Pv
18.21)

Então, vida e morte, felicidade ou infelicidade, todas essas coisas, dependem de sua
disposição e capacidade de comunicar-se.

4.3 TRÊS COMPONENTES DA COMUNICAÇÃO QUE DEVEM COMPLETAR-SE


São eles:

1. O conteúdo da mensagem.

2. O tom de voz ao comunicarmos.

3. A comunicação não verbal.

Um pesquisador sugeriu a seguinte análise da importância dos três componentes:

Conteúdo = 7% - Tom = 38% - Não Verbal = 55%

As porcentagens indicam o quanto da mensagem é ouvido através de cada um deles. Muitas


vezes, mensagens confusas são enviadas porque estes três componentes acima estão
contradizendo um ao outro. A comunicação é o conjunto dos três aspectos mencionados
acima.

4.4 NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO: Há cinco níveis de comunicação, do superficial ao


real, nosso objetivo deve ser chegar ao nível 1 de comunicação, o mais profundo e real, note:

NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO

Nível 5 Conversa Superficial: Como vai você? Bom Dia! Que sol hein? Gostei de seu
vestido! Estão protegidos atrás de suas defesas.

Nível 4 Relatando fatos sobre os outros: Narrativas e mexericos compartilhados, mas não
nos comprometemos contando como nos sentimos a respeito dos fatos.

Nível 3 Minhas ideias e julgamentos: Arrisca-se a contar algumas de suas ideias e


decisões. Há cautela ainda. Se perceber que o que está dizendo não está sendo aceito, se
retrai. Comunicação Real

Nível 2 Meus sentimentos e emoções: Nos expomos. Partilhamos impressões sobre os


fatos, ideias e julgamentos. Há sentimentos revelados

Nível 1 Comunicação Verdadeira, Pessoal e Emocional: Há abertura total, transparência e


honestidade absolutas. Isto tudo é essencial no relacionamento que está crescendo. Haverá
ocasiões em que esta espécie de comunicação não será tão completa quanto poderia ser.

4.5 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UMA BOA CONVERSA

A seguir descrevo princípios que ajudarão a melhorar e a aprofundar nossa comunicação:

1. Escolha o momento adequado para conversar - Tg. 1:19

2. Ouça primeiro, fale depois. - Tg. 1:19

3. Procure entender a opinião do outro - Pv. 18:13

4. Não se precipite em responder - Pv. 15:28


5. Não responda com raiva - Pv. 15:1

6. Não use palavras torpes - Ef. 4:31

7. Use palavras brandas - Pv. 15:1

8. Fale sempre a verdade - Cl. 3:9; Ef. 4:25

9. Fale em amor - Pv. 27:5

10. Não use o silêncio para frustrar - Tg. 1:19

11. Não aborreça - não implique - Pv. 10:19

12. Não se envolva em rixas - Ef. 4:31

13. Não culpe ou critique- Gl. 6:1

14. Não trate os assuntos por telefone - Tg. 1:19

15. Aprenda a pedir perdão - II Co. 5:19

16. Aprenda a arrepender-se - Mt. 5: 23,24

17. Aprenda a perdoar -Ef. 4:32

18. Aprenda a manifestar amor - Rm. 13:8

(Colaboração do Dr. Álvaro Fraga, ginecologista, preletor evangélico, conselheiro no


Ministério de Família e membro da Igreja Batista do Morumbi na Capital de SP, adaptado
pelo Prof. M. Lapa)

4.6 PERIGOS NA COMUNICAÇÃO QUANDO NÃO HÁ COMUNICAÇÃO, HÁ


PERIGO!!!

Quando o casal quebra a sua comunicação, ou seja, não conversam, não tem diálogo, não
chegam a um entendimento, se sujeitam aos seguintes perigos:

1. interrompemos as orações - Deus não nos ouve.

2. A intimidade do casal é afetada - Não coabitam ou não se aproximam, há mal-estar, um


clima pesado se instala, há insônia por nervosismo etc.

3. Quebra-se a comunhão espiritual com nosso Pai - Ninguém de bom senso, que esteja
em briga, desentendimento e conflito com seu cônjuge, consegue com naturalidade e
liberdade, adorar, louvar e orar a Deus.

Por isso precisamos resolver logo os conflitos, aprender a lidar com o cônjuge, de maneira
que o respeitemos e saibamos qual é a maneira de agir que realmente ajuda o outro a superar
as crises.
Retire o melhor das crises, aprenda com elas e através delas. Em tudo Deus tem um
propósito bom e edificante para nós.

Um Lembrete:

"Diferenças no casamento trazem em si potencial para

CRESCIMENTO E INTENSIFICAÇÃO.

"Nunca veja uma CRISE como um problema, mas veja na crise

uma OPORTUNIDADE para o

AMADURECIMENTO do seu amor e do seu relacionamento.

" Comunicação é o processo de dar-se a si mesmo.

4.7 UMA PALAVRA SOBRE "OUVIR"

4.7.1 O QUE ENTENDEMOS POR OUVIR?

Quando ouvimos outra pessoa não ficamos pensando naquilo que iremos dizer quando ela
parar de falar. Não nos preocupamos em formular nossa resposta. Concentramo-nos naquilo
que está sendo dito. Ouvir é também uma completa aceitação do que está sendo falado e de
como se está falando. Às vezes falhamos em ouvir a mensagem porque não gostamos dela
ou não gostamos do tom de voz. Assim, perdemos o significado do que está sendo
partilhado.

É importante tornarmo-nos verdadeiramente eficientes na comunicação. (Pv 18.17; Pv


21.11; Pv 18.13; Tg 1.19)

Esteja sempre pronto a dizer:

"Eu estava errado(a)";

"Me perdoe, por favor";

"Eu te amo." (Ef 4.32)

5. RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: Certamente nosso alvo ao nos casarmos é o de


realmente sermos felizes. Somos pessoas e no contexto de casamento e família, lidamos com
pessoas. E onde há pessoas, podem ocorrer conflitos. Não existe nenhuma família imune a
conflitos, e neste assunto penso que somos hábeis e às vezes muito rápidos em criar
conflitos, sabemos entrar na briga, somos bons de briga até, mas, em geral, não sabemos sair
da briga e resolver o conflito.

Em geral, as pessoas têm muita dificuldade para resolver os conflitos e mesmo os casais
mais maduros e experientes podem enfrentá-los. O problema na verdade não é o conflito em
si, ou seja, nossas diferenças de ideias, crenças, atitudes, sentimentos e conduta, mas a
maneira como lidamos com elas.
O conflito é um choque de interesses, ideias etc. E ele ocorre porque somos seres humanos
imperfeitos. Temos nossos próprios desejos, vontades, necessidades e metas, sempre que
alguma destas coisas difere das do outro, podem ocorrer conflitos.

Não podemos dizer que um casal que não se confronta é bem-sucedido. O medo de criar
desagrados é uma proteção que não traz profundidade e real crescimento no relacionamento.
O problema não se desfaz só porque estamos disfarçando. É inevitável, em muitas situações,
um confronto saudável para procurar resolver os dilemas, impasses e conflitos.

Há certas ocasiões em que os dois estão dispostos a resolver um conflito, mas ao tocarem no
assunto surgem reações que atrapalham a boa comunicação e o processo de resolução, ou
seja, ela chora, ou fica em silêncio, ou grita, ele ignora a esposa, ou grita, ou fica emburrado,
ou demonstra raiva. O que eles estão fazendo com isto? Estão intensificando o conflito e
criando obstáculos entre si. Estas reações não levam a resolução do problema.

Damos glória a Deus porque ele sabe quais são as nossas dificuldades e fraquezas, e apesar
disto, ele é poderoso para nos ajudar a resolvê-las.

Se buscarmos o Senhor e sua palavra, sempre e diligentemente, ele estará disposto a


derramar sobre nossas vidas a tão necessária sabedoria, para cooperarmos com ele, fazendo
a nossa parte, para a solução de cada conflito.

A teimosia, o orgulho, as exigências da realização da vontade pessoal exclusiva farão com


que não se possa resolver nenhum tipo de conflito.

No início do casamento, e até certo período de tempo, a maioria dos casais não tem
habilidade para lidar com os conflitos e precisam de orientação e pastoreio.

Muitas vezes os conflitos não precisam ser completamente resolvidos. Um exemplo pode ser
a discordância sobre filosofia política. Esse tipo de desentendimento pode continuar
indefinidamente sem precisar destruir o relacionamento.

Geralmente quando estamos em conflito experimentamos a "ira", e ela nos surge por três
razões básicas: mágoa, medo e frustração. Quando estes sentimentos afloram podemos ter
dificuldade para decidir como lidar com o conflito. Muitas pessoas têm dificuldade para
tratar abertamente de seus conflitos porque nunca lhe ensinaram como fazê-lo,
especialmente de forma positiva.

Todos devem saber que conflitos não resolvidos e enterrados ressurgem, interferindo no
progresso e na satisfação do relacionamento.

5.1 MANEIRAS DE LIDAR COM OS CONFLITOS

Temos algumas escolhas para tratar dos conflitos, observe os cinco modos sugeridos a
seguir:

MANEIRAS DE LI DAR COM OS CONFLITOS (James Fairfield)

1. Retraimento - Afastar-se do conflito física ou psicologicamente.


2. Vitória - Fazer prevalecer a sua vontade custe o que custar, o relacionamento pessoal vem
em segundo plano.

3. Desvio - Desistir da própria vontade sempre, evita-se confrontos.

4. Acordo - Fazer concessões - 50% x 50%; você não quer ser sempre o vencedor, mas não
quer que a outra pessoa o seja.

5. Resolução - Resolver o Conflito. O conflito, a situação, a atitude e comportamento são


mudados através de uma comunicação aberta e direta.

5.2 JESUS E OS CONFLITOS

Qual o modo usado por Jesus para enfrentar conflitos? Que formas encontramos nas
Escrituras? Leiamos os relatos dos conflitos contidos nos textos abaixo, e determinaremos o
método empregado, os vários estilos registrados:

Gn. 4;

I Sm. 20:30-34;

Mt. 15:10-20;

Mc. 11:11-19;

Lc. 23:18-49;

Jo. 8:1-11;

Jo.11:11-19

6. PERDÃO

6.1 O QUE É O PERDÃO?

• Não é esquecer.

• Não é um sentimento, é um ato da vontade.

• Não é fingir que nada aconteceu.

• Não é voltar ao passado.

• É raro, porque é muito difícil.

• Não é exigir mudanças por parte da outra pessoa antes de perdoar. (Hb 12.14,15).

• É entregar-se.

• É substituir. (2 Co 5.21; 1 Pe 3.18; 1 Pe. 2.21-25; Cl 3.13; Ef 4.32)

7. RELACIONAMENTO COM SOGRO E SOGRA, PAI E MÃE


7.1 O CASAL COMO HERANÇA DE SEUS PRÓPRIOS PAIS

Nosso relacionamento com nossos pais e sogros é muito importante. O casamento tem um
contexto de união das famílias.

É nosso dever buscar honrar nossos pais e sogros como a Bíblia recomenda: "honra a quem
tem honra".

No período de namoro, noivado, preparação para o casamento, e nos anos de convivência


com eles após o casamento, temos experiências positivas e negativas. Temos que ter cuidado
para não criar uma atmosfera de rejeição, acepção e de pecados familiares, também nesse
nível de relacionamento familiar.

Fica a pergunta: "Como a Palavra de Deus pode me ajudar, me orientar nesta questão?"

Deus disse que o homem e a mulher têm que deixar mãe e pai. Este é um "deixar
emocional". Ambos assumem novo papel e nova função, o cordão umbilical deve ser
cortado. Não significa que os filhos vão cortar o contato com seus pais, nem vão abandoná-
los ou ignorá-los, mas vão se desligar emocionalmente da dependência dos pais. Se o
"deixar" não acontecer o "unir-se" será prejudicado. Um bom presente que os pais pode dar
aos seus filhos no dia do casamento é a LIBERTAÇÃO.

Este presente deve ser uma expressão verbal, comunicada pelos pais aos filhos. É uma forma
positiva e singular de participarem na concretização do novo relacionamento. O "deixar" é
uma das responsabilidades mais difíceis para os pais, e também o é para os filhos, mas é
mais fácil para estes, por isso a Bíblia ordena aos filhos deixarem pai e mãe.

Muitos cônjuges, erradamente, fazem comparações de seu esposo e esposa com seu pai ou
mãe. Lembre-se: seu marido é seu marido e não seu pai, sua esposa é sua esposa e não sua
mãe. Toda a comparação levanta defesas, obstáculos e rejeição no relacionamento entre
genro e sogro, nora e sogra.

7.2 SUGESTÕES PRÁTICAS PARA OS RECÉM-CASADOS

1. Não morem com seus pais depois de casados.

2. Não pense que qualquer dos pais deve ajudá-los financeiramente.

3. Cuidado com a atenção excessiva dada aos pais.

4. Não use constantemente seus pais ou sogros como babás.

5. Não se esqueçam do aniversário dos seus pais e sogros, nem o aniversário de casamento
deles.

6. De vez em quando, expresse verbalmente seus sentimentos positivos para com os seus
pais.

7. Descubra que tipo de relacionamento seus pais e sogros esperam de vocês.


8. Procure demonstrar amor para com seus pais e sogros. Eles também têm a sua linguagem
de amor.

9. Dê-lhes assistência na velhice e na doença de acordo com as suas possibilidades.

10. Dê-lhes a sua presença. Visite-os, receba-os. Comunique-se com eles.

TÓPICO 4 - HÁ VIDA ESPIRITUAL AQUI?

1. A VIDA ESPIRITUAL DO CASAL - ENCONTROS DIVINOS

A vida espiritual, em termos da própria constituição humana, quanto da própria fé, é a área
de nossa vida mais importante, visto sermos seres imortais e possuirmos um espírito à
imagem e semelhança de Deus. Damos muita atenção a várias áreas importantes da vida, e
devemos fazê-lo, mas a área espiritual está relacionada à nossa eternidade, portanto é a mais
importante de todas.

A vida espiritual do casal, desenvolvida por ambos, é a base fundamental para a edificação
do lar cristão e para o sucesso do casamento e de toda a família.

Os jovens namorados e noivos devem ser desafiados a desenvolverem hábitos saudáveis de


intimidade espiritual com o parceiro. Essa intimidade espiritual ajuda a controlar a
intimidade física. Quando a intimidade física se desenvolve antes da intimidade espiritual há
sérias consequências, tais como: sentimento de culpa, esfriamento espiritual, barreira na
comunicação, desconfianças, ressentimentos e amarguras.

Se o casal não cria hábitos espirituais antes do casamento, provavelmente não o farão na sua
vida conjugal. Será uma batalha e um grande exercício de autodisciplina para
desenvolverem este hábito após o casamento. Mas devem fazê-lo.

O inimigo de nossas almas sabe que a união espiritual do casal determina a sua vitória,
portanto lutará para que o casal não tenha o hábito de orar juntos, concordarem em oração,
lerem a Bíblia juntos etc.

Ele tenta amarrar o "valente" da casa, ou seja, o marido, ou a pessoa responsável pela
liderança de uma família, e assim atingir a família e saquear a casa. Cuidado, não despreze a
vida espiritual do casal e da família. Não se deixe amarrar. A posição do crente é de ataque e
não somente de defesa.

2. A COMUNHAO DA FAMILIA: Outro aspecto da vida espiritual que quero mencionar


é a comunhão fraternal da família. Nos preocupamos em ter um bom relacionamento com
nossos irmãos em Cristo, com quem temos comunhão na igreja, cuidamos para não termos
pecados entre nós, mas muitas vezes negligenciamos esta atitude para com os membros da
nossa família, cometemos uma série de pecados entre nós, quebramos relacionamentos,
corações etc. Precisamos nos preocupar em resolver os conflitos e restaurar a comunhão
espiritual da família. Confessem seus pecados familiares a Deus e entre si, peçam e deem
perdão. Não se desqualifiquem ou se desautorizem espiritualmente. O acusador de nossas
almas é o diabo, não faça este papel dentro da sua casa. Procure "dar graça" aos membros da
sua família, da mesma maneira que tem recebido "graça" diária da parte de Deus.

Já intercedia pela sua família, confessava os possíveis pecados familiares, oferecia


sacrifícios, preocupado com o que seus filhos pudessem ter feito de errado entre si e diante
de Deus, quando estavam reunidos em sua casa. Siga este exemplo!

A família também deve ter seus encontros divinos para dividirem as cargas uns com os
outros, pedirem e receberem oração, meditarem na palavra juntos. Esta prática é conhecida
como culto doméstico, mas poderíamos chamá-la de encontro da família também.

SUGESTÕES PARA DESENVOLVER A VIDA ESPIRITUAL

1. Estudem a Bíblia juntos, adotem um programa de leitura, meditação e estudo;

2. Orem juntos sempre que se encontrarem, inclusive na mesa das refeições. A oração em
conjunto entre vocês promove, restaura e fortalece a unidade espiritual do casal e da família;

3. Cantem com sua família;

4. Ouçam músicas cristãs, assistam a filmes cristãos, e DVDs de mensagens e estudos


bíblicos juntos.

O aprofundamento da intimidade espiritual do casal é fator importante na solução e


restauração dos casamentos que estão naufragando. Este é o segredo de um relacionamento
feliz!

Textos Bíblicos referentes ao assunto deste capítulo: Sl. 127; Sl. 128.
CAPÍTULO 3 - ACONSELHAMENTO FINANCEIRO

TÓPICO 1 - TEOLOGIA FINANCEIRA

1. INTRODUÇAO: Chegamos a um ponto crítico do aconselhamento familiar. Os


problemas financeiros são responsáveis por um percentual muito grande de divórcios nos
dias de hoje. A Bíblia possui mais de 2000 versículos para tratar do tema, mais do que
qualquer outro assunto individual tratado pelas Escrituras. Apenas este detalhe já mostra a
importância do conselheiro conhecer o tema para auxiliar as multidões que perceberam que
sem uma disciplina no controle das finanças da família, o sossego, a paz e a liberdade
podem desaparecer tão repentinamente como o salário mal administrado/

2. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

2.1 BASE BÍBLICA: Embora um dos seguimentos evangélicos que mais crescem nos
últimos anos sejam os ministérios voltados à teologia da prosperidade, não é possível
encontrar respaldo bíblico para os argumentos que vemos todos os dias ao ligarmos o
televisor. A impressão que podemos ter é de que o Criador do Universo pudesse se tornar
um refém das ofertas estipuladas e fosse, de certa maneira, "obrigado" a restituir aquilo que
o fiel depositou como confiança, esperando receber a benção desta forma. Uma base bíblica
para a soberania divina pode ser encontrada em Hb 11:32-40, onde todos os heróis da fé
foram igualmente fiéis, sendo que alguns viram o cumprimento da promessa e foram
recompensados, enquanto outros permaneceram aguardando este cumprimento, embora
fossem tão dignos quanto os demais. A vontade soberana do Senhor é que move Seu querer
e faz Aquilo que Ele quer, em Seu tempo e não no nosso/

Isso não quer dizer que você não deva ofertar ao Senhor, muito pelo contrário! O Senhor
ama quem dá com alegria (II Co 9:7) e mais bem-aventurado é dar do que receber. (At
20:25), o problema está, muitas vezes, na motivação das ofertas. Devemos ofertar por aquilo
que o Senhor já fez, como gratidão por tudo aquilo que Ele tem feito por nós. Quando
agimos assim, o Senhor acrescenta riquezas para que possamos administrá-las como
mordomos fiéis Dele.

O grande problema está no entendimento do conceito de prosperidade que foi distorcido em


nosso tempo. A prosperidade secular está associada à felicidade. Vejamos o que o dicionário
nos diz a este respeito:

Prosperidade (do latim prosperitate) refere-se à qualidade ou estado de próspero, que,


por sua vez, significa ditoso, feliz, venturoso, bem-sucedido, afortunado (Novo
Dicionário Eletrônico Aurélio, versão 5.0, e Dicionário Houaiss da língua portuguesa,
2001.).

Você percebeu que em nenhum momento nós encontramos prosperidade relacionada ao


dinheiro? Ao contrário, próspera é uma pessoa feliz. Isso não está relacionado à quantidade
de dinheiro que uma pessoa possui e sim com a maneira como ela se relaciona com este
dinheiro, seja ele muito ou pouco.
2.2 SERVO OU SENHOR: Observe a cédula de cem reais acima. A nota por si só é boa ou
má? Existe pecado nesta nota? De maneira bastante realista o dinheiro não tem o poder de
fazer com que você seja bom ou mau. O grande segredo que Jesus nos revelou, está nos
poderes espirituais que disputam pela vida das pessoas. O Senhor nos revelou que existem
dois sistemas financeiros que regem a população mundial e por consequência, suas maneiras
de enxergar e utilizar o dinheiro. Jesus nos disse:

"Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se
há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." (Lc 16.13)

Neste texto, o Senhor está falando a respeito da administração das riquezas de origem
terrena e das riquezas espirituais, quando repentinamente coloca os dois senhores que são
adorados através da administração financeira: Deus e Mamom. Você sabe a quem Jesus está
se referindo quando diz Mamom? Theo, por favor, me ajude.

O que quer que seja Mamom, foi colocado em oposição total a Deus. Jesus não diz que é
errado seguir a Deus E a Mamom, mas que é impossível servir aos dois. Como oposição ao
Senhor, Mamom é uma força de natureza espiritual e contrária ao Senhor. Pois bem,
Mamom era um conhecido deus pagão de origem Cananeia ao lado de Astarote, Dagom,
Baal, Moloque entre outros. Podemos entender então que Mamom é um espírito demoníaco
que desde a Antiguidade têm levado pessoas a adorarem ao dinheiro e abandonarem os
caminhos do Senhor. Caso você queira maiores informações a respeito deste assunto, leia o
capítulo intitulado "O Poder Atrás do Dinheiro" que está no livro Bens, Riquezas e
Dinheiro de Craig HW e Earl Pitts. A referência completa está na Bibliografia!

Theo, você me surpreendeu agora! A administração financeira é muito mais séria do que
parece, você não acha? Envolve um fator espiritual muito grande. Segundo o apóstolo Paulo,
o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6:10). De acordo com o sistema
espiritual ao qual adorarmos, teremos o dinheiro influenciando nossas vidas de duas formas:
no sistema de Deus, o dinheiro é nosso servo, somos nós quem o dominamos; enquanto no
sistema de Mamom, o dinheiro é nosso senhor e desta forma, nos domina. Pense um pouco
em sua situação atual e na maneira como tem lidado com o dinheiro. Ele tem sido o seu
servo ou seu senhor?

2.3 MORDOMOS FIÉIS: Outro conceito que devemos entender para uma boa
administração financeira é o conceito de mordomia das finanças.

Mordomia vem de mordomo! Sempre me recordo de filmes onde o mordomo é aquela


pessoa sempre bem vestida que permanece na casa daquele milionário ou pessoa muito bem
de vida e organiza todos os detalhes da rotina da casa, para que o dono da casa não precise
se preocupar com nada.... Será que é isso professor Eduardo?

Muito bem Theo! Você pensou muito bem! Para simplificar para nosso aluno, vamos
imaginar o seguinte: o mordomo é um gerente. Paulo nos diz em 1 Co 4:2: Além disso,
requer-se dos mordomos que cada um se ache fiel. Se o Senhor deseja que os mordomos
sejam encontrados fiéis, e nós somos os mordomos de Deus, o que temos que cuidar para
nosso Senhor? Para responder a esta pergunta precisamos entender que na verdade, não
possuímos nada. Analise os versículos abaixo:

"Eis que, os céus e os céus dos céus são do SENHOR teu Deus, a terra e tudo o que nela
há." (Dt 10.14)

"Do SENHOR é a terra e sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (S1
24.1)

Se tudo o que existe pertence ao Senhor, inclusive os que habitam na terra, então tudo o que
achamos que temos, na verdade pertence ao Senhor, inclusive nossas finanças e todo o
dinheiro que você obtiver em sua vida. Portanto, você deve ser um mordomo fiel dos
recursos que Ele colocou em suas mãos para administrar.

Neste sentido, devemos transferir para Deus o título de proprietário de tudo aquilo que
possuímos, na medida em que Jesus nos diz em Lucas 14:33:

"Assim, pois, todo aquele que dentre vás não renuncia a tudo (manto tem não pode ser
meu discípulo."

Isso não quer dizer que você deve entregar tudo o que tem a outras pessoas e viver na
miséria. O Senhor sempre se preocupou com o nosso coração. O que devemos renunciar é ao
direito de posse de tudo o que temos, pois nada pode tomar o lugar do Senhor em nossas
vidas. Se alguma coisa atrapalha nosso relacionamento com Jesus, Ele nos pedirá, pois é o
dono verdadeiro de tudo o que temos. O maior exemplo desta renúncia que o Senhor pedirá
de Seus filhos é o pedido que Ele fez a Abraão para que sacrificasse seu filho (saque (Gn
22.12).

Mas como entregar a posse de tudo o que temos a Deus pode nos ajudar a lidar com as
finanças? O mais importante é que esta maneira de pensar vai afetar diretamente seu
contentamento com aquilo que você possui. Conheci um irmão em Cristo que dizia o
seguinte: "Com muito custo conseguimos comprar um carro para irmos para a Igreja de
maneira mais confortável. Após algum tempo, sofremos um acidente a porta do carro ficou
amassada. Orei ao Senhor: Bom Deus, se o Senhor quer um carro com a porta amassada,
para mim está tudo bem".

Podemos nos apegar as coisas e nos esquecer das pessoas, mas as pessoas são muito mais
importantes que as coisas. Esta nova maneira de pensar a respeito do dinheiro pode nos
libertar e nos trazer contentamento para vivermos felizes com aquilo que possuímos.

TÓPICO 2 - COMO SE LIVRAR DAS DÍVIDAS

1. INTRODUÇÃO: Quando aconselhamos alguém com problemas financeiros, ou quando


nós mesmos contraímos dívidas, uma imagem que reflete muito bem o sentimento dos
endividados é a forca.

As dívidas são responsáveis indiretos pelos problemas conjugais, pois trazem altos níveis de
irritabilidade, estresse, falta de sono, insatisfação, vergonha e sensação de fracasso, quando
não se consegue administrar as contas e as cobranças começam. As dívidas também anulam
o princípio da mordomia fiel que vimos no primeiro tópico, na medida em que não fomos
capazes de administrar os recursos que o Senhor nos confiou.

As dívidas afetam nossas amizades, pois quando devemos para um amigo e não pagamos,
normalmente a relação de amizade não será mais a mesma.

Por fim, as dívidas afetam também nosso testemunho cristão diante dos homens, pois
dificilmente alguém a que devamos vai nos ver como um servo fiel do Senhor. A Palavra de
Deus nos diz em 2 Tm 2.15:

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade."

Mas e então professor, as dívidas são terríveis! Na verdade, eu estou com algumas contas
que não posso pagar, será que o senhor pode me ajudar a me livrar delas? A impressão que
tenho é que estou preso pelas dívidas e não consigo mais sair.

Bom Theo, eu, por mim mesmo, nada posso fazer. as existem algumas dicas práticas para
ajudá-lo nesta jornada em direção à liberdade financeira. Vamos discutir em primeiro lugar o
que as Escrituras nos falam sobre as dívidas para então entender como podemos sair e nos
livrar delas.

2. O QUE É DÍVIDA?

O Governo Brasileiro nunca liberou tanto dinheiro para crédito em toda a sua história.
Nunca foi tão fácil comprar qualquer coisa por causa do crédito. As lojas de varejo oferecem
eletrodomésticos em parcelas cada vez maiores, as concessionárias já financiam carros em 7
anos para pagar. Porém as taxas de juros no Brasil são as mais altas em todo o mundo
chegando a níveis elevadíssimos, fazendo com as pessoas paguem muito apenas pela sua
falta de paciência em guardar o dinheiro e comprar o que quiser a vista. Com isso, um
número cada vez maior de pessoas está devendo e sofrendo com as consequências destas
atitudes.

Em primeiro lugar vamos definir dívida. Segundo o dicionário, dívida é "Dinheiro ou


propriedade que uma pessoa é obrigada a pagar a outra".

O que a Bíblia nos fala sobre as dívidas? Vejamos Provérbios 22:7 na versão da Bíblia Viva:
"Assim como os pobres são dominados pelos ricos, quem pede dinheiro emprestado se
torna escravo de quem empresta".

A Bíblia trata da dívida como escravidão, pois nos tempos bíblicos, os devedores eram
presos até que a família ou alguém pagasse toda a dívida e a pessoa pudesse ser solta de seu
cativeiro. Em nossos dias pessoas comuns não vão para uma cadeia por não pagarem suas
contas, mas um cativeiro mental se forma através das preocupações, com as ligações de
instituições de cobrança que ligam a cada dia, com os juros aumentando o montante do valor
devido e o desespero e angústia que tudo isto gera na família, afetando outras áreas do
matrimônio como a comunicação e a área sexual. As Escrituras também retratam as dívidas
como uma maldição. Deuteronômio capítulo 28, trata das bênçãos que o povo receberia caso
obedece aos estatutos e mandamentos do Senhor. O versículo 12 nos fala que:
"emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado". O mesmo capítulo,
porém, nos mostra as maldições pela desobediência do povo e nos versículos 43 e 44 os
falam sobre a maldição da dívida:

O estrangeiro, que está no meio de ti, se elevará muito sobre ti, e tu mais baixo
descerás; Ele te emprestará a ti, porém tu não emprestarás a ele; ele será por cabeça, e
tu serás por cauda."

- As dívidas presumem o futuro, na medida em que achamos que teremos emprego e


recursos para pagar aquilo que compramos. A Palavra de Deus nos diz que não sabemos o
que nos acontecerá amanhã. (Tiago 4:13-15). Não podemos supor que o mercado de ações e
o valor dos imóveis continuarão se valorizando eternamente. Um exemplo recente disto
pode ser visto na crise imobiliária americana de 2009 que fez com que os preços dos
imóveis caíssem a níveis semelhantes aos da Grande Depressão de 1930, onde muitos
perderam seus bens pela impossibilidade de pagar por ele.

As dívidas podem fazer com que percamos uma oportunidade de sermos abençoados por
Deus. Quando precisamos de algo, que é nossa necessidade, a saída mais fácil é contrair
uma dívida para conseguir pagar por esta necessidade. Com isso não permitimos que o
Senhor nos dê urna saída criativa para resolver a questão.

Pode parecer fácil falar professor, mas como podemos comprar as coisas sem usar os cartões
de crédito, ou empréstimos bancários? Sinceramente não vejo muita saída para o meu caso.

3. EXISTE DUIDA PERMITIDA?

Em nosso país, fomos educados numa cultura de dívida. Vivemos mais de dois séculos com
a escravidão sendo tolerada em nosso território e ainda hoje, quase duzentos anos após o fim
da escravidão, muitos são escravos, mas não habitam mais em senzalas, mas sim em
apartamentos e casas, as quais não conseguem pagar. Concordo que é muito difícil adquirir
uma casa ou um carro sem o financiamento ou empréstimo bancário. Responda a algumas
perguntas e verifique se este é ou não um bom negócio.

3.1 O VALOR DA DÍVIDA É MAIOR QUE O VALOR DO BEM?

Não compre. Vejamos o exemplo de um carro no valor de R$ 30.000,00 adquirido sem


entrada em 60 vezes a uma taxa de juros de 2% ao mês. O valor futuro da dívida, sem
considerar as taxas bancárias e da concessionária, será de R$ 98.430,00! Mais que o triplo
do valor do carro. Quando terminar de pagar o carro após 5 anos, o veículo já terá
desvalorizado cerca de 40% valendo em torno de R$ 18.000,00, dependendo do estado do
veículo. Uma entrada é sempre uma boa maneira de baratear os custos finais. Um bem que
se enquadra neste critério é um imóvel, na medida em que a tendência natural é de
valorização ao passar do tempo e tendo em vista a impossibilidade de muitos em comprar
uma casa ou apartamento à vista.
3.2 A PRESTAÇÃO É TÃO ALTA QUE VAI PRESSIONAR SEU ORÇAMENTO
MENSAL?

Não compre. Nunca devemos nos esquecer de que o tempo não irá parar porque você
comprou algo que desejava tanto. Vejamos outro exemplo. Digamos que o salário de alguém
seja de R$ 600,00 ao mês. Esta pessoa imaginária, pois é claro que ninguém faz uma coisa
dessas, vai passear no shopping e encontra um tênis ou uma bota ao qual esta pessoa muito
desejava. O custo do calçado é de R$ 500,00 e ela compra a prazo em cinco parcelas de R$
100,00. No mês seguinte a mesma pessoa volta para renovar seu guarda-roupa e faz outra
compra de R$ 600,00 parcelada em 6 vezes de R$ 100,00. Como a tendência desta pessoa é
não calcular as demais despesas que possui ao longo do mês, é bastante provável que em
breve ela comece a pagar o valor mínimo de seu cartão de crédito que possui uma taxa de
juros mensal em torno de 15% e aí a famosa bola de neve se iniciará.

3.3 O ITEM QUE SERÁ COMPRADO É UMA NECESSIDADE OU UM DESEJO?

Muitas vezes ficamos maus com Deus por não conseguirmos adquirir aquilo que queremos.
Precisamos entender que as Escrituras nos falam sobre atender nossas necessidades, não
nossos desejos. O que são necessidades? É tudo aquilo que é necessário para nossa
sobrevivência, ou seja, o que vestir e o que comer e onde morar. Veja bem que aquela
coleção de sapatos, ou almoços diários no restaurante mais caro da cidade não estão
incluídos neste pacote. A mídia e as propagandas nos fazem confundir o que é necessidade e
o que é desejo, pois a TV nos diz que precisamos de tudo para fazer parte da moda, para ser
feliz etc.

3.4 VOCÊ ESTÁ VIVENDO DENTRO DO PADRÃO DE VIDA QUE O SENHOR


TE CONCEDEU PARA HOJE?

Muitas vezes vemos pessoas vivendo vidas miseráveis, mesmo em casas confortáveis, por
causa da pressão que as dívidas fazem quando tentam viver num nível socioeconômico que,
definitivamente, não é que podem manter. Como filhos de Deus devemos esperar sempre
melhorar as condições nas quais nos encontramos através de Sua Graça e Bondade e de
nosso esforço em trabalhar e construir. Porém o problema é antecipar o sonho quando o
tempo não é o certo. Se tivermos condições de comprar uma casa de R$ 100.000,00 e, ao
invés disso, comprarmos uma de R$ 200.000,00 a tensão que teremos em todos os meses por
causa do orçamento apertado não vale a satisfação de morar numa casa que, com o tempo
teríamos condições de pagar.

4. É POSSÍVEL SAIR DAS DÍVIDAS?

Para a alegria do THEO e das pessoas que você irá aconselhar-. Existem passos práticos que
podem ajudá-lo nesta missão. Extraímos estes 10 passos para o Dia D, o Dia sem dívidas da
apostila o Curso de Finanças Crown.

4.1 ORE: O passo mais importante é orar. Pedir perdão a Deus e se arrepender por não ter
sido um mordomo fiel dos recursos que Ele concedeu. Através da Oração, peça que o
Senhor ilumine as negociações das dívidas e quebrante o coração dos credores para que
aceitem as condições de pagamento que você montar e estabelecer. Temos presenciado,
através dos casais que nos procuram sobre finanças, sobre descontos sobrenaturais e até
perdão total de dívidas antigas. Tudo isso acontece quando nos preparamos e agimos para
resolver a situação. Podemos ter certeza que nunca estaremos sozinhos. O Senhor estará
conosco!

4.2 ESTABELEÇA UM ORÇAMENTO: Um orçamento é fundamental para que você


tenha o controle das finanças de sua família. Você deve determinar valores para cada item de
sua rotina familiar e quanto você pode gastar com cada item. Por exemplo: mercado R$
400,00, lazer: R$ 150,00, carro etc. Como faço para saber quanto gasto com cada item por
mês? Anote tudo o que você gasta por um mês e verifique onde estão os "vazamentos" do
dinheiro. Organize todos os valores para que se encaixem em seus ganhos e viva de acordo
com eles.

4.3 ALISTE TUDO O QUE VOCÊ POSSUI: Avalie os bens que você possui e verifique
se você tem condições de vender alguma coisa para ajudá-lo a sair de suas dívidas. Avalie se
é possível vender um carro de um valor elevado e adquirir um de menor valor para que você
possa utilizar a diferença para quitar dívidas.

4.4 LISTE SUAS DÍVIDAS: Muitas pessoas não querem nem falar em suas dívidas, por
terem medo de verem o tamanho dela. Isso acontece porque é de nossa natureza humana
evitar aquilo que nos incomoda, pois assim talvez ela vá embora. É fundamental que você
saiba o valor de cada dívida para que possa aplicar o próximo passo.

4.5 ESTABELEÇA UM PLANO DE PAGAMENTO DA DÍVIDA PARA CADA


CREDOR

Como podemos saber qual dívida podemos pagar primeiro? Comece pelas menores. Quando
eliminamos dívidas pequenas duas coisas acontecem: ficamos felizes por termos uma dívida
a menos, e temos mais dinheiro para nos ajudar a pagar as dívidas maiores.

4.6 CONSIDERE UMA RENDA ADICIONAL: Caso a renda familiar não seja suficiente
para quitar as dívidas, pense numa renda adicional temporária para quitar as dívidas. Caso
resolva fazer isso, dois fatores devem ser considerados: os ganhos desta nova renda devem
ser utilizados para pagar dívidas, e esta renda extra não deve atrapalhar seu relacionamento
com o Senhor nem tampouco com sua família.

4.7 NÃO FAÇA NOVAS DÍVIDAS: Parece óbvio, porém a tendência é a de no início nos
comprometer com o projeto de quitar as dívidas, mas com o passar do tempo, temos a
tendência natural de relaxar um pouco e pensar: "Estou trabalhando tanto, eu mereço alguma
coisa pelo meu trabalho". E com isto passamos a gastar novamente e fazendo novas dívidas.

4.8 APRENDA O CONCEITO DE CONTENTAMENTO: Este princípio mostra que


devemos nos contentar com o que temos, portanto não devemos desejar o que os outros têm,
nem termos o padrão de vida que outros têm. Muitas vezes somos traídos por nossa própria
ignorância: se não podemos gastar, devemos assistir a menos TV, olhar menos catálogos de
compras e passear menos por lojas e shoppings, pois isto o induzirá a gastar e comprar mais.
Seu relacionamento com Cristo deve fazer com que você não precise impressionar a
ninguém com seu carro, ou com suas roupas. Conhecemos muitos casais que iniciaram o
casamento com dívidas, pois queriam o melhor casamento da história. A cerimônia é
realmente grandiosa, a viagem de lua de mel fantástica, porém quando retornam para suas
casas, além de toda a adaptação que o casamento contém, que não é fácil, precisam se
adaptar às dívidas que contraíram para a cerimônia de casamento.

4.9 CONSIDERE UMA MUDANÇA RADICAL NO SEU ESTILO DE VIDA

Você pode pensar que rebaixar seu estilo de vida temporariamente pode ser um motivo de
vergonha, porém é uma atitude sábia e espiritual. Nada se compara a liberdade de estar sem
dívidas. E nunca se esqueça que fazer algo assim, se mudar para uma casa menor, ou
comprar um carro num valor menor é temporário. O Senhor recompensa a fidelidade de seu
povo.

4.10 NÃO DESISTA! Ao longo de sua caminhada você se sentirá tentado a desistir. O
esforço é tremendo e envolve toda a família, caso contrário está fadado ao fracasso. Mas a
liberdade vale todo o esforço, se o fardo estiver difícil, procure seu pastor, que pode indicar
irmãos maduros em Cristo que possam ajudar neste processo7

Vamos indicar bons livros que podem ampliar seu entendimento sobre as dívidas e como se
aperfeiçoar nas finanças.

TÓPICO 3 - PROSPERIDADE, UMA QUESTÃO DE PRINCÍPIOS

INTRODUCAO: A prosperidade foi introduzida no primeiro tópico de nosso capítulo sobre


finanças, ou melhor, a falsa prosperidade que pode levar a muitos cristãos à frustração por
não atingirem aquilo que é proposto, caso façam determinados rituais pseudocristãos. A
palavra prosperidade não diz respeito a dinheiro como já vimos, mas uma ótima definição
seria a capacidade de usar o poder e conhecimento de Deus para suprir as necessidades
humanas em qualquer área da vida. Isso implica crescimento nas áreas espiritual, emocional
e física. Se crescermos espiritualmente, teremos um entendimento cada vez maior da
vontade de Deus para nossas vidas e por consequência, este entendimento afetará a maneira
como nossas emoções se comportam diante das circunstâncias de nossas vidas.

Neste sentido, a prosperidade financeira acontece em nossas vidas, não porque a buscamos,
mas porque queremos crescer no conhecimento do Senhor. Desta forma a prosperidade
financeira possui 4 propósitos específicos:

• Em primeiro lugar, Deus nos prospera simplesmente porque somos Seus filhos (Mt. 7:9-
11);

• Em segundo lugar, Deus deseja que sejamos libertos da preocupação das coisas (Dt. 8:17);

• Em terceiro lugar, o Senhor nos prospera para praticarmos a generosidade com os outros.
(2 Co 9:7);
• Em quarto lugar, o propósito da prosperidade é nos permitir o financiamento do
evangelismo mundial.

Vejamos alguns princípios que nos levam a prosperar biblicamente.

2. DÍZIMO: O Dízimo deve ser a primeira utilização para o dinheiro em nossas mãos. Mas
por que devemos dizimar? Na verdade, a Palavra de Deus nunca nos obriga a nada. Podemos
pensar que somos obrigados a dar dízimos e ofertas, mas na verdade o objetivo final de Deus
com a humanidade é que todos nós fôssemos filhos semelhantes a Jesus. Para isso
precisamos obedecer por amor e não por obrigação.

Quando o Senhor institui uma vereda antiga como o Dízimo, por exemplo, de acordo com Jr
6:16, o objetivo de Deus é nos mostrar um caminho mais excelente que os nossos próprios
caminhos. Por isso sempre temos escolha: dizimar e receber as bênçãos pela obediência, ou
não obedecer e receber as consequências pela nossa escolha em não seguir ou trilhar o
caminho do Senhor na área financeira.

Dízimo é a tradução da palavra hebraica "maaser" e significa simplesmente "dez por cento".
Qual é o valor de nosso dízimo? Exatamente isto que você pensou: 10 por cento de sua
renda. Não se deve dizimar 12%, 8% ou qualquer outra quantia que não seja 10%.

O que acontece quando dizimamos? O ato em crer, pela fé na provisão divina, através do
dar, antes de receber, libera o poder sobrenatural sobre as finanças.

Existe diferença entre estar dizimando e ser dizimista? Sim, existe uma diferença, pois o que
o Senhor busca não é dinheiro e sim corações. A atitude pessoal no ato de dizimar é
fundamental.

Devemos buscar uma atitude de gratidão e alegria quando realizamos este ato mês após mês.
Existem muitas pessoas que dizimam há anos, mas ainda não se tornaram dizimistas, pois
não tomaram parte ativa no ato de dizimar.

Onde devemos entregar nosso dízimo? Na Casa do Tesouro do Senhor, ou seja, na igreja ou
congregação onde você é alimentado e abençoado.

O último aspecto está na santidade do dízimo. Dízimo é uma parte do seu salário bruto que é
SEPARADO para que seja devolvido ao Senhor. SEPARADO possui a mesma raiz hebraica
para a palavra SANTO. Portanto, sempre que deixamos de entregar o dízimo tomamos posse
de algo sagrado que não nos pertence. Por esta razão, somos amaldiçoados, na medida em
que estamos roubando do Senhor conforme Malaquias 3:8.

OFERTAS: Ofertas apresentam um aspecto distinto dos dízimos. As ofertas são sementes
financeiras as quais plantamos conforme a direção que recebemos do Senhor. Com uma
explicação bastante clara: não se pode colher bananas, plantando sementes de maçã. O
sistema econômico do Senhor funciona de maneira distinta do sistema do mundo. Enquanto
no mundo a economia funciona através do rendimento de juros, no sistema divino,
recebemos conforme nossa disposição em ajudar e abençoar e resolver problemas
financeiros de outras pessoas. Para isso, busque direção do Senhor, com relação à quantia
que deve ser ofertada.

Temos a garantia que cada semente financeira plantada por meio das ofertas alçadas,
multiplicará a 30, 60 e 100 por um. (Mt. 13:8).

4. HUMILDADE: Da mesma forma como a prosperidade pode levar à soberba e ao orgulho


e desviar as pessoas do caminho do Senhor, uma falsa humildade pode também levar
pessoas para o outro lado, ou seja, ignorarem as bênçãos financeiras e viverem na miséria,
como sinônimo de uma vida santa e dedicada ao Senhor.

Existem exceções de pessoas separadas pelo Senhor que deixam tudo e vivem uma vida
ascética. Esse foi o caso de Francisco de Assis, que abandonou tudo e toda sua riqueza e
fundou uma ordem chamada mendicante, mais conhecida como Franciscanos, no século
XIII.

Mas a grande maioria de nós não será chamada para viver desta forma. Então, como
podemos ter uma vida humilde neste tempo de egoísmo de ostentação? Jesus em Seu
Sermão do Monte mostra que os humildes são bem-aventurados, pois deles é o Reino dos
Céus (Mt 5:3). Humildade fala a respeito de uma vida simples, no sentido de estar contente
com o que se possui e focar sua existência em buscar o Reino de Deus. Uma vida humilde
NÃO é sinônima de uma vida na miséria ou na pobreza. Ser humilde é manter uma postura
de servidão ao Senhor, entendendo que não podemos ostentar os bens que temos, pois eles
são do Senhor e não nossos. Uma figura interessante é a do motorista que anda o dia todo
com carros luxuosos de seu patrão, porém estes carros não pertencem a ele. O motorista
usufrui do benefício dos carros, mas nunca deve se esquecer de que os carros pertencem a
seu patrão. Assim nós, devemos usufruir dos benefícios que o Senhor nos conceder, nunca
nos esquecendo de que nada disso é nosso. Esta visão faz toda a diferença caso isso se faça
realidade em nossas vidas.

Devemos entender que a maneira como lidamos com o dinheiro tem um componente muito
mais espiritual que terreno. A maneira como lidamos com o dinheiro revela como é nossa
vida espiritual e como adoramos a Deus e o que Ele representa para nossas vidas.

5. HONESTIDADE: Honestidade é uma qualidade cada vez mais rara em nossos dias.
Numa sociedade em que o que mais importa é chegar ao topo e onde os fins justificam os
meios, ser honesto é tido como algo ultrapassado e fora de moda.

Na Palavra de Deus, porém, a honestidade é uma qualidade básica daqueles que se dizem
Filhos de Deus. As Escrituras são claras e não deixam dúvidas a este respeito: "Não
furtareis, nem mentireis, nem usarei de falsidade cada um com o seu próximo" (Lv. 19.11)
"O Senhor detesta todo tipo de mentira e desonestidade" (Pv. 20.23) A honestidade deve
permear todas as áreas de nossas vidas. Na área financeira todos serão tentados em nossa
honestidade, seja em um erro na somatória de uma conta de restaurante, seja no
preenchimento de um cartão ponto, marcação de horas extras, solicitação valor de notas
fiscais para reembolso, enfim, precisamos aprender que qualquer ato desonesto de nossa
parte, visando nosso benefício, trará malefício para outra pessoa. Alguém será prejudicado,
caso você busque levar vantagem sobre alguma situação. Não é possível desenvolver uma
vida de intimidade com Deus sendo desonesto, mesmo nas pequenas coisas.

TÓPICO 4 - QUESTÕES PRÁTICAS

1. INTRODUÇÃO: Nos três primeiros tópicos deste capítulo, mostramos que a maneira
como lidamos com nossas finanças, revela muito de nossa vida espiritual. Porém existe
outro componente muito importante bastante retratado pelas Escrituras que é a
administração financeira propriamente dita. No encerramento deste capítulo, vamos
comentar rapidamente sobre alguns aspectos práticos para uma boa administração
financeira.

Eu não consigo cuidar muito bem das finanças. Quando o salário cai na conta, após alguns
dias já não tenho mais dinheiro! É aí que entra em cena meu cartão de crédito, que
complementa minha renda até o mês seguinte. Confesso que preciso de ajuda na
administração prática de minhas finanças. Espero que nenhum aluno que esteja estudando
conosco precise. Se alguém, porém precisar, preste muita atenção neste tópico!

É fundamental que todos tenham organização e disciplina no trato com o dinheiro. Você
sabe dizer para onde foi o dinheiro que você ganhou no mês passado? A resposta para esta
pergunta é fundamental para que seus gastos do próximo mês possam ser organizados. O
critério de muitas famílias é gastar todo o dinheiro para parar apenas quando nada resta.

Por isso, é muito importante que o conselheiro oriente seus aconselhando a buscarem um
controle maior dos gastos para programar suas contas.

Um dos itens mais utilizados nos dias de hoje e um dos maiores responsáveis pelo
descontrole financeiro das famílias brasileiras é o cartão de crédito. É permitido utilizar este
"dinheiro de plástico" em nossas finanças?

Em nossa opinião, o cartão de crédito em si, assim como o dinheiro, não é bom nem mau. A
maneira como utilizamos este item é que faz com que seja um benefício ou um malefício. Os
três maiores problemas que envolvem o cartão de crédito são os seguintes:

• A falta de controle do consumidor, que muitas vezes possui inúmeros cartões, faz com que
as faturas sejam muitas vezes uma surpresa para a pessoa;

• Passar o cartão em uma loja não é a mesma coisa que entregar o dinheiro, pois não vemos
o dinheiro saindo da conta;

• Para as operadoras de cartões, não é interessante que você pague toda a fatura, pois o lucro
destas empresas está na cobrança de juros que acontece quando o pagamento mínimo é feito.

Existem algumas dicas para uma utilização racional do cartão de crédito que podem ser úteis
para aqueles que desejam fazer um bom uso deste instrumento:
o centralize as compras em um único cartão de crédito para que o controle da fatura seja
melhor e não existem outras contas mensais a pagar com este tipo de instrumento;

• Evite os cartões de lojas de departamentos onde o pagamento da fatura só pode ser feito no
próprio estabelecimento. A estratégia da loja é que você se sinta tentado a comprar
novamente e fique continuamente preso às faturas. Isto é bastante comum em grandes lojas
de roupas;

• Na primeira vez em que você não for capaz de pagar a fatura total, pegue uma tesoura e
corte o cartão, pois você estará a um passo do abismo da dívida do cartão de crédito;

• Se o casal tem um dos cônjuges mais controlado e outro mais liberal no uso do dinheiro,
entrem em acordo sobre quem deve administrar as contas e também controlar os cartões de
crédito da família.

3. TRABALHO E CRESCIMENTO PESSOAL: Muitas pessoas podem passar a vida


toda orando ao Senhor para que tenham um acréscimo em suas rendas, sem que façam
absolutamente nada para progredir em suas carreiras profissionais. Precisamos realizar nossa
parte e buscar em Deus oportunidade de crescimento profissional, pois nem todos nós fomos
chamados para o ministério em tempo integral. Os Filhos de Deus devem ser os melhores
naquilo que fazem inclusive no trabalho secular, pois segundo a Palavra de Deus: " Tudo
quanto fizerdes fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens..." (Cl
3.23-24).

De acordo com este texto bíblico, nosso entendimento a respeito do trabalho secular deve ser
alterado. O seu trabalho deve ser encarado como um canal através do qual o Senhor provê a
provisão a você e sua família. Em última instância seu patrão é o próprio Senhor. Este
entendimento muda a maneira como você enxerga seu trabalho? Se todos entendessem que
trabalham para o Senhor, seu trabalho seria muito melhor e eficiente, murmurariam menos e
com isso cresceriam profissionalmente.

4. APRENDA COM A FORMIGA: A preguiça é um tema bastante recorrente na Bíblia e


sempre que aparece é bastante criticado. Salomão, o homem mais sábio descrito nas
Escrituras nos ensina a aprender a trabalhar diligentemente como as formigas. Estes insetos
também podem nos ensinar outro importante princípio prático para a administração
financeira: o acúmulo de recursos para as eventualidades da vida. As formigas passam a
primavera e o verão guardando mantimentos no formigueiro para o outono e o inverno,
quando as condições climáticas são severas e as formigas passam este difícil período com os
recursos necessários para sua sobrevivência.

Muitas famílias entram em colapso quando o chefe da família perde o emprego ou alguma
eventualidade como uma doença ou um gasto com a manutenção do carro ou da casa. O que
aconteceria se esta família tivesse uma reserva financeira para estas ocasiões? É muito
importante guardar uma parte dos rendimentos mensais para formar uma poupança. O valor
desta poupança pode ser de seis meses da renda familiar. Em caso de uma demissão, a
família tem seis meses de manutenção de seu padrão de vida até que outro emprego seja
alcançado. Uma poupança pode ser útil também para a aquisição de produtos a vista onde
descontos podem ser negociados. A compra à vista favorece o poder de compra e o
fornecimento de descontos, na medida em que o valor parcelado "sem juros" na verdade
esconde os juros deste parcelamento, pois nos dias de hoje praticamente ninguém compra
nada à vista e não é necessário fornecer descontos. Para concluir, gostaria de dizer aos
conselheiros que por ventura também tenham problemas financeiros e tenham que
aconselhar pessoas. O problema pessoal pode prejudicar o aconselhamento através da
acusação em não ter autoridade sobre um assunto sobre o qual ainda precisa crescer. É
fundamental buscar uma saúde financeira para que sirva de exemplo para outras famílias,
porém, não devemos negligenciar a ajuda para os que nos procuram.
CAPÍTULO 4 - ELES CHEGARAM! E AGORA?

TÓPICO 1 - EDUCAÇÃO DE FILHOS

1. INTRODUÇÃO

Este capítulo irá abordar a respeito da herança do Senhor aos pais, ou seja, os filhos. De
forma alguma esgotamos o assunto neste capítulo, você deve buscar pesquisar e estudar a
respeito.

Para iniciarmos este capítulo sugiro a leitura dos textos bíblicos: Ef. 6.4; Cl. 3.21

A Educação de Pais, mais do que a Educação de Filhos é uma área muito importante a ser
abordada na orientação familiar, pois os filhos não nascem com manuais e são entregues
com certificados de garantia. Parece irônico, mas é uma analogia real.

Muitos pais ficam confusos, surpresos e perdidos diante das reações dos seus filhos, e diante
de todos os desafios que a criação e a educação dos filhos nos apresentam.

Este capítulo pretende trazer algumas orientações básicas para os pais, a fim de que possam
entender sua responsabilidade, papel e privilégio e ter recebido a herança de Deus aos pais -
SEUS FILHOS.

Há três termos bíblicos importantes, acerca da educação de filhos, que temos que entender:

2. O QUE SIGNIFICA PROVOCAÇÃO

A. Uso impróprio da autoridade.

B. Ordem de obedecer sem exemplo a seguir.

C. Ordens sem razão de ser.

D. Ordens dadas sem amor.

E. Disciplina no momento de irritação ou raiva.

F. Disciplina sem boa comunicação:

- Esclareça previamente as ordens.

- Tenha certeza de ter comunicado o que você quer e o que você não quer.

- Quando há desobediência explique ao seu filho que a disciplina vem por causa da
desobediência específica.

G. Incoerência na disciplina - num dia disciplina por uma certa desobediência, noutro dia
não.

H. Insistência por meio da palavra e não pelo ato.

I. Prometer sem cumprir.


J. Não ouvir os filhos.

K. Não encorajar os filhos.

L. Pais não admitirem que possam estar errados.

M. Alvos dos pais, incoerentes com os alvos que Deus tem para os filhos

3. O QUE SIGNIFICA DISCIPLINA?

Disciplina significa treinar ou discipular.

3.1 É IMPORTANTE LEMBRAR

• Observe os resultados da disciplina e da educação na vida dos filhos são diferentes levando
em conta os exemplos de Samuel (I Sm 1.11; 2,26) e os filhos de Eli ( I Sm 2.12-17; 22-25;
3.11-14).

• Se conscientemente diante de Deus você fez e deu o melhor para os seus filhos e os
resultados não foram os melhores não se culpe por isto. Lembre-se que seu filho é uma
pessoa não um computador programado.

• Na adolescência seus filhos fazem escolhas. Respeite-os, mostre-lhes algumas alternativas


boas de escolhas, mas os deixe decidir quais delas desejar.

• O amor pagará o preço (Hb 12.6).

• Os filhos são treinados pelos pais nas diversas áreas da vida (espírito. alma e corpo) para
assumirem a vida adulta.

• Os pais devem treinar seu filho para que ele receba direção do Senhor. (Hb 12.11)

• A disciplina faz parte do treinamento. A criança não pode crescer sem limites, nem o
adolescente por viver sem eles. A falta de limites deforma, gera insegurança e dificulta a
formação da identidade do filho.

• O filho precisa entender que Deus disciplina os seus pais.

• A disciplina de filho para filho é diferente.

• A disciplina começa pelo amor, não há disciplina eficiente sem amor. Procure conhecer a
linguagem de amor do seu filho para transmitir e receber amor e para conseguir uma boa
comunicação.

• Conheça mais sobre o desenvolvimento infantil, pré-adolescente e adolescente para que


você consiga compreender melhor o seu filho, interagir com ele, evitando conflitos
desnecessários.
4. O QUE SIGNIFIÇA ADMOESTAÇÃO? (DT 6.1-9)

Significado de Admoestação: S.f. Advertência, reprimenda, observação com caráter de


crítica, de censura: fazer uma admoestação

4.1 PERGUNTAS PARA PONDERAR

1. Como pai, você ama o Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de
toda a sua força? (v.5)

2. Como pai, a Palavra de Deus está no seu coração? (v.6)

3. Como pai, você natural e espontaneamente conversa com seu filho sobre as coisas de
Deus? (v.7)

4. Como pai, você está diligentemente instruindo, admoestando seu filho na Palavra do
Senhor? (v.7)

5. Quando?

( ) "assentado na casa" - culto doméstico

( ) "andando pelo caminho" - passeando juntos, no carro...

( ) "ao deitar-se" - orar com seu filho antes de dormir, repetir versículos

( ) "ao levantar-se" - orando ao acordar e juntos nas refeições

6. Como pai, você já apresentou o plano de salvação para o seu filho e o levou a receber a
Cristo como Senhor e Salvador de sua vida?

7. Como pai, você já atestou a maturidade espiritual de seu filho, verificou se ele está pronto
para o batismo, e o incentivou a cumprir esta ordenança bíblica?

TÓPICO 2 - ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO

1. INTRODUÇÃO

• Este tópico nos ajuda a compreender os comportamentos e atitudes de nossos filhos.

2. OS TRÊS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

Estágio Germinativo - Da fecundação a 2 semanas

Estágio Embrionário - De 2 a 8 semanas

Estágio Fetal - De 8 semanas ao nascimento

2.1 ATIVIDADES E CAPACIDADES PRÉ-NATAIS

• Audição Fetal - O feto ouve


• Sensibilidade Fetal aos estados maternos - O feto sente (Lc 1.41)

• Atividade Fetal e ritmo cardíaco - variável de bebê para bebê mediante estímulos

2.2 ESTADO DO RECÉM-NASCIDO - O QUE O SEU BEBÊ VAI FAZER

• Sono regular

• Sono irregular

• Inatividade alerta

• Atividade desperta e choro

2.2.1 PRIMEIRAS CAPACIDADES DOS RECÉM-NASCIDOS

• Visão: percepção de profundidade e preferência visual

• Audição

• Olfação: primeira maneira de reconhecer o Papai e a Mamãe

• Paladar

• Sensibilidade à temperatura

• Dor

3. ALGUMAS PREOCUPAÇÕES ÉTICAS BÁSICAS PARA COM AS CRIANÇAS

o Direito à privacidade o Direito à verdade o Direito ao consentimento informado Direito à


autoestima

4. OS OITO ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO (ERIKSON)

CRISE IDADE

1. Confiança Básica x Desconfiança 1. O a 16 meses


Básica
2. 18 meses a 3 anos
2. Autonomia x Vergonha e Dúvida
3. 3 a 6 anos
3. Iniciativa x Culpa
4. 6 a 12 anos
4. Produtividade x Inferioridade
5. Adolescência
5. Identidade x Confusão de Papel
6. Adulto Jovem
6. Intimidade x Isolamento
7. Maturidade
7. Geratividade x Estagnação
8. Velhice
8. Integridade do Ego x Desespero
EVENTO IMPORTANTE

1. Alimentação

2. Uso do toilette ( banheiro)

3.Locomoção

4.Escola

5.Relacionamento de Pares

6. Relacionamento de Amor

7. Progenitura e Criação

8.Reflexão e Aceitação da Vida

5. INFLUÊNCIAS SOBRE INTELIGÊNCIA

a) Hereditariedade x Status-Econômico;

b) nutrição;

c) técnicas de criação da criança;

d) trabalho com os pais.

5.1 ALGUMAS DICAS

1. É necessária uma boa nutrição materna durante a gravidez.

2. A mulher precisa de uma gravidez tranquila.

3. Cuidado com a ingestão e administração de medicamentos - tenha sempre orientação


médica.

4. Ao menor sinal de perigo de aborto ou em qualquer dúvida consulte o seu ginecologista


ou obstetra.

5. Não deixe de ligar para o seu médico ou para o pediatra, mesmo que você ache que a
pergunta é ridícula ou sem importância.

6. O marido e o médico devem ser chamados imediatamente quando das contrações,


independentemente da hora

7. Não fume, não coma coisas ácidas, cuidado com os temperos fortes durante a gravidez e
amamentação.
8. Em caso de doença materna congênita, na concepção, durante a gestação, ou
transmissível, contate o médico.

9. O exame de tipagem sangüínea dos pais deve ser feito para saber acerca da
incompatibilidade do sangue da mãe e do filho. E quaisquer outros, atuais, recomendados
pelo médico.

10. Consulte o médico para saber acerca de defeitos de nascença transmitidos pelo pai.

11. Evite o stress pós-parto através do excesso de visitas e assistência inadequada de mãe,
sogra ou outros assistentes da nova mãe.

12. Condições ambientais influenciam o estado do recém-nascido, não estresse o bebê,


respeite seus horários.

13. O lugar do bebê, à noite, após os 2 meses de vida é no berço e no quarto ou espaço dele,
tire-o de perto da cama do casal.

14. Aos 10 meses de idade o bebê chorará, à noite só para ver os pais, para saber se estão por
perto.

15. O pediatra deve ser da confiança da mãe. Faça acompanhamento pediátrico regular do
desenvolvimento do seu bebê.

16. A nutrição do bebê no primeiro ano é fundamental para toda a sua vida.

17. Até os 7 anos de idade, a criança tem a sua personalidade e o seu caráter moldados, dos
7 aos 14 anos são reforçados, após os 14 anos estarão sedimentados (rocha) Pv 22.6; sejam
sábios para investir em seus filhos no tempo certo.

18. Para que se alcance o diálogo com seu filho adolescente, construa uma ponte favorável
desde a infância.

19. As influências ambientais podem retardar ou acelerar o desenvolvimento motor da


criança.

20. O treinamento da toilette ( banheiro) requer paciência, deve ser um momento que pais e
filho curtam juntos, celebrem as conquistas. Tire a fralda primeiro durante o dia, depois de
um tempo também à noite.

21. Quando vier a primeira menstruação de sua filha dê-lhe flores num lindo jantar em casa,
e quando ele fizer a primeira barba dê-lhe uma cópia da chave da casa num gostoso jantar
em casa.

TÓPICO 3 - VINTE CONSELHOS EFICAZES NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS:


Todos nós sabemos como é importante ter uma boa e sólida relação com nossos filhos. Esta
é a porta principal que nos permite navegar por suas personalidades e compreendê-los
melhor e que nos leva a ter uma família estável e melhor. A seguir, damos 20 conselhos
simples e eficazes que ajudarão no desenvolvimento de uma relação excelente com nossos
filhos.

1. Destine um tempo para cada um de seus filhos. Almoce com um deles, caminhe com o
outro, ou mesmo saia com cada um deles separadamente. É importante que você faça com
que cada um dos filhos se sinta amado individualmente, sem comparação com os irmãos. Se
eles se sentirem comparados, tentarão competir pela atenção dos pais; neste caso, um ou
mais deles poderia isolar-se e se sentir inseguro sem que você saiba disto!

2. Ajude-os a construir a autoconfiança, estimulando-os e apreciando cada esforço e não só


os resultados do esforço como, infelizmente, muitos de nós fazemos.

3. Comemore suas conquistas diárias, como por exemplo, um almoço especial porque seu
filho entrou para o time de futebol ou porque sua filha teve boas notas nos exames. Isto fará
com que cada um deles sinta que você está interessado em suas vidas e conquistas. Nunca
seja assim apenas com um deles mesmo que os outros não consigam nada. Se você procurar
bem sempre encontrará alguma conquista dentro deles. Certifique-se de que você aja
simbolicamente para que eles não se rivalizem agressivamente em lugar de serem felizes
com as conquistas dos outros.

4. Ensine seus filhos a pensarem positivamente. Assim, em vez de se queixar que seu filho
voltou sujo da escola e se sentou para almoçar sem lavar as mãos, diga-lhe: "Parece que
você se divertiu hoje na escola".

5. Pegue o álbum de fotografias de seus filhos de quando eram bem pequenos e conte-lhes
algumas histórias desta época de suas vidas e que eles não se lembram.

6. Fale de algumas coisas que você aprendeu com eles e lembre-lhes de como eles o
ajudaram.

7. Diga-lhes como é maravilhoso ser pai deles e como você aprecia vê-los crescer.

8. Faça com que seus filhos escolham suas próprias roupas. Agindo assim, você estará
demonstrando como respeita a decisão deles.

9. Interaja com seus filhos quando estiver brincando com eles, como, por exemplo, suje suas
mãos com barro ou aquarela, etc.

10. Conheça a carga horária escolar de seus filhos, seus professores e amigos para que você
não pergunte a eles quando voltam da escola: "o que você fez hoje?" e sim: "então, o que seu
amigo (dizer o nome do amigo) fez hoje ou o que o seu professor disse a você?" Isto fará
com que as crianças sintam que você conhece suas vidas em detalhe e que você se importa
com eles.

11. Quando seu filho pedir alguma coisa, não fale com ele/ela enquanto você estiver
ocupado com alguma coisa, como quando as mães falam com os filhos enquanto estão
cozinhando ou vendo TV, mas dê a eles total atenção e olhe direto em seus olhos quando
estiverem falando com você.
12. Almoce com sua família pelo menos uma vez por semana e discuta com todos as
questões da última semana. Lembre-se de não só ouvir, mas, também tentar participar,
contando-lhes alguma coisa que lhe tenha acontecido na última semana também.

13. Escreva palavras amorosas e encorajadoras, orações e até piadas em pequenos pedaços
de papel para seus filhos e coloque-os próximo à cama deles ou em suas mochilas se você
sai mais cedo do que eles. Isto fará com que sintam que você pensa neles todo o tempo.

14. Faça seus filhos ouvirem você enquanto estiverem em outro cômodo da casa. Diga alto o
quanto você os ama e como você se orgulha deles.

15. Quando seus filhos fizerem suas pinturas, coloque-as em um canto especial da casa e
faça com que sintam o orgulho que você sente deles.

16. Não trate seus filhos da mesma forma que você foi tratado por seus pais, o que poderia
destruí-los psicologicamente.

17. Quando seu filho fizer algo errado, em vez de censurá-lo "Você fez isto errado" diga
"Por que você fez isso assim?" e ensine a ele a forma correta.

18. Crie uma senha ou símbolo que mostre seu amor por cada um de seus filhos e certifique-
se de que ninguém mais tenha conhecimento disto.

19. Tente começar um novo dia sempre buscando perdoar e perdoar-se em relação à
educação de filhos e à vida do lar. Busque esquecer os erros passados como se cada novo dia
trouxesse uma nova oportunidade de amar seus filhos mais do que antes e descubra novos
dons neles.

20. Beije seus filhos todos os dias, abrace-os, e diga-lhes que você os ama.
Independentemente do número de vezes que você faça isto, eles sempre precisarão saber de
sua paixão por eles em cada etapa da vida deles. Mesmo quando forem adultos ou quando se
casarem e tiverem seus próprios filhos.

TÓPICO 4 - LIMITES NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS: Atualmente fala-se muito em


limites: como impor, como educar. De todos os estudos e reflexões sobre limites na
educação dos filhos, uma coisa é consensual: nossos filhos estão cada vez mais distantes da
convivência familiar. Ou estão com seus pares nos shoppings, nos lugares de lazer, ou
assistindo TV, na internet, no vídeo game ou cumprindo uma extensa agenda (esportes,
música, inglês...). E os pais, cada vez mais fora de casa também, lutando pela sobrevivência,
preocupados em não perder tempo, trabalhando, estudando para que a família tenha uma
vida melhor.

Para que possamos colocar limites nos nossos filhos, precisamos ter nossos próprios limites
internalizados.

É aquela história: a gente dá o que tem. Quem não tem limites, não tem como colocar limites
para o outro.
Vocês aqui são jovens, ainda não começaram a falar como eu... mas, anotem aí: o primeiro
indício de que a gente está ficando velho é começar a dizer: na minha época... pois bem, na
minha época, a gente ganhava presente no aniversário, no dia das crianças e no natal. E tinha
algumas condições, o presente tinha de estar dentro do orçamento familiar, tinha de me
comportar, ser boa aluna, passar de ano, aquelas coisas todas... me lembro que era assim lá
em casa.

Hoje, muitas vezes, pediu, ganhou. Não se conquista nada, tudo passou a fazer parte do
direito deles como filhos e nosso dever como pais. Muitas vezes compensamos o filho por
nossa ausência.

Os filhos hoje, não podem ser frustrados, não sabem esperar, não se sentem realizados, estão
sempre insatisfeitos.

A falta de limites afeta diretamente o desenvolvimento das dimensões da administração do


tempo (desejo, espera, ação ética...).

A falta de desejo está ligada à depressão, o sujeito deprimido não deseja. O bipolar, na
mania, não tem esperança, o presente o controla. É impressionante o quanto tem aumentado
os casos de distúrbios bipolares, depressivos e hiperativos nas clínicas: pessoas afetadas em
sua capacidade de lidar com as dimensões da administração do tempo...

1. OS PAIS PRECISAM SABPP F OS FILHOS TAMBÉM.

• Os pais precisam falar a mesma linguagem (um não pode invalidar o outro, senão, o filho
esperto, usa isso em seu favor)

• O que é meu direito

• O que é um privilégio

• Quais os princípios da minha família (o que rege a família, onde essa família quer chegar,
seus valores, em quê acredita...) Isso se aprende no dia a dia, nas conversas do cotidiano, à
medida que as coisas acontecem, ou numa oportunidade criada...

• É preciso mostrar ao filho a consequência de suas escolhas: quando se erra o alvo, perde-se
um privilégio. Mas o filho precisa saber qual é o alvo, como acertar. Precisa saber que as
consequências podem ser maiores ou menores, que certas perdas são reversíveis, que
determinados privilégios podem ser reconquistados.

Exemplo: Um alvo estabelecido é que o filho faça primeiro o dever de casa para depois
jogar vídeo game. Isso já foi ensinado e ele sabe qual será a consequência se errar o alvo...
mas mesmo assim, joga a tarde toda e se esquece do dever de casa. Os pais conversam com
ele e explicam por que vai perder o privilégio de jogar por determinado tempo (porque vídeo
game não é direito, é privilégio). Não existe receita de bolo, mas há princípios
imprescindíveis na hora de disciplinar.

2. DISCIPLINA X CASTIGO
Disciplina nos faz crescer, ser uma pessoa melhor, um cidadão, desenvolve a autoestima, a
ética, o senso de justiça.

Uma coisa é castigar, outra, disciplinar. Castigar, qualquer um pode disciplinar é um


trabalho longo, moroso, que exige antes de tudo muito amor, paciência, determinação,
autoconhecimento e conhecimento do sujeito à ser disciplinado.

3. ALGUNS PRINÍPIOS

• 1º) Amor: fale sempre com amor. "Você é meu filho, eu te amo..." Deixe claro que o que
você não aceita, o que você rejeita é o ato, não seu filho.

• 2º) Ética: nossos atos falam mais alto que nossas palavras. Fale sempre a verdade em
amor, isso gera confiança. Você ensina seu filho mentir, mentindo pra ele ou perto dele.

• 3º) Compromisso: cumpra sua palavra. Não cumprir promessas gera insegurança,
desconfiança, descrédito e estimula a falta de compromisso do outro, claro. Não diga: se
fizer isso, vai acontecer aquilo. Tenha cuidado, não prometa o que não pode cumprir.
Exemplo: se chamar seu irmão de idiota, vou te deixar um ano sem TV. Promessa absurda
porque não vai cumprir e porque a consequência é inadequada para a ação.

• 4º) Respeito: respeito a gente não ganha, conquista. Não dê shows em público, não
discipline seu filho na frente dos outros, não exponha seu filho, ainda que ele faça isso. Fale
com seu filho a sós, olhando nos olhos, sem gritaria, sem ira...

• 5º) Conhecimento: "Conheça-te a ti mesmo" e ao teu filho. Conheça suas virtudes, seus
defeitos, seus limites, seu temperamento... Valorize o que é bom o que é bonito. Saiba
reconhecer seus erros, não passe uma ideia de perfeição. Saiba pedir perdão.

• 6º) Por onde começar: reúna a família, conversem, estabeleçam metas, alvos
mensuráveis, alcançáveis a curto, médio e longo prazo. Orem juntos.

• 7º) Não desista: a superação dos problemas só será possível se os pais tiverem desejo e
vontade de mudar aspectos pessoais. Desejo significa energia para planejar, necessidade de
buscar. Vontade significa a energia necessária para a ação, o movimento indispensável para
a busca. Só havendo a decisão individual é que a tarefa de reorganizar a família, definir
novas regras de funcionamento, aprender outras formas de comunicação e relacionamento é
possível.
CAPÍTULO 5 - SEXO NO CASAMENTO

1. INTRODUCAO: Depois dos problemas de comunicação e dos problemas financeiros, o


relacionamento sexual é a próxima causa de divórcios e dificuldades no universo do
matrimônio. Vamos tratar neste capítulo a este respeito. Para escrever a respeito de sexo
dentro do casamento, esperamos que seja óbvio a você, caro aluno, que este tipo de
aconselhamento deve se restringir a conselheiros casados e com casamentos maduros e
estruturados.

Esta é uma área na qual nem todos os casais estão aptos a conversar com conselheiros,
devido a bloqueios e vergonha de exposição sobre a intimidade. Neste sentido, o conselheiro
deve buscar orientação e direção do Espírito Santo durante as conversas com o casal para
conseguir identificar indiretamente as causas dos problemas.

Vamos verificar neste capítulo, alguns sintomas de problemas na área sexual, bem como as
bases bíblicas para o sexo no casamento e como aconselhar casais com problemas nesta
área.

Este capítulo pode auxiliar também os alunos solteiros a entenderem o propósito do sexo
dentro do casamento e auxiliá-los a não terem problemas quando encontrarem sua "metade".

Estão preparados? Vamos lá !!!! Theo gostaria de dizer alguma coisa para nossos alunos?

Professor e alunos, neste capítulo, prefiro não me manifestar, pois o senhor sabe, sou
solteiro...Quero aprender muito para quando encontrar a pessoa que o Senhor preparou para
mim, não cometer erros em meu casamento! Vamos lá, estou ansioso para aprender sobre
este assunto!

TÓPICO 1 — A SANTIDADE DO SEXO

1. INTRODUÇÃO: Vivemos em uma sociedade onde os valores morais estão cada vez
mais deturpados, onde o casamento foi banalizado, a pornografia está presente em todos os
níveis da mídia, nossos jovens são encorajados a praticarem sexo casual cada vez mais cedo
e não existe espaço para os princípios da Palavra de Deus a este respeito. Em contrapartida,
nosso país nunca contou com tantas adolescentes grávidas, tantas crianças sendo criadas
pelos avós, famílias destruídas pelo divórcio, trazendo revolta, rebeldia aos filhos e uma
total destruição de valores tão importantes para o desenvolvimento das famílias.

Em primeiro lugar, caso as pessoas seguissem os preceitos divinos para as famílias, onde o
casamento é tido como a instituição humana mais importante, todas as pessoas casariam
apenas uma única vez com seu primeiro

namorado ou namorada, casando-se virgens, portanto. Quais seriam as consequências deste


comportamento na sociedade?

Todas as doenças sexualmente transmissíveis simplesmente não existiriam, os abortos não


existiriam, pois, a gravidez indesejada não existiria, todos os filhos estariam sob a benção da
proteção do matrimônio, não existindo assim filhos bastardos e todas as maldições
hereditárias que presenciamos hoje e que causam tantos problemas, simplesmente deixariam
de existir se simplesmente nossa sociedade adotasse os padrões bíblicos.

2. A CONSUMAÇÃO DA ALIANÇA: No Antigo Testamento, toda aliança instituída era


selada com sangue, em especial a circuncisão. No Novo Testamento, a instituição do
batismo simboliza a morte para a antiga vida e o renascimento com Cristo para uma nova
vida. O casamento também é um relacionamento de aliança e o símbolo desta aliança é o ato
sexual, que é um ato de entrega entre os cônjuges e tem um caráter sagrado.

Você se lembra do tópico sobre finanças quando falamos que o dízimo é santo? Podemos
aplicar o mesmo princípio para o sexo dentro do casamento. O ato sexual é santo, no sentido
de ser separado para o casal como a consumação do amor, instituído por Deus. Com este
caráter santo e espiritual, não é de se estranhar que o sexo tenha sido tão deturpado em
nossos dias.

Da mesma forma como a circuncisão no Tempo da Aliança era a evidência externa de uma
obra interna, ou seja, a crença nas Promessas do Senhor para seu povo, o ato sexual é a
evidência externa da união espiritual, emocional que ocorre com a cerimônia de casamento.

O sexo é o sinal da aliança estabelecida entre homem e mulher. A aliança é a razão pela qual
o Senhor estabeleceu o sexo para ser desfrutado apenas pelo casal. É importante salientar
que o sexo não é um ato destinado para a luxúria e autossatisfação, mas sim para demonstrar
e entrega. É importante salientar que qualquer relação sexual fora do casamento é pecado.
Sexo entre pessoas não casadas é chamado de fornicação. Relação sexual entre uma pessoa
casada com outra pessoa que não seja seu cônjuge é chamada de adultério. Relação sexual
entre uma pessoa e um animal é chamada de bestialismo, entre pessoas do mesmo sexo é
chamado de homossexualismo. Todas estas práticas estão listadas na Palavra de Deus e
devem ser entendidas como pecado, com consequências também listadas na Palavra de
Deus.

Todos sabem que adultério é duramente condenado na Bíblia, bem como os demais
comportamentos sexuais. Porém um deles, a fornicação, tem sido tratado com conivência e
sem a devida gravidade pelos jovens cristãos. Creio ser bastante útil, reiterarmos as
consequências do sexo antes do casamento, para que todos possam entender a gravidade em
quebrar um princípio estabelecido pelo Senhor. (1 Co 7:2)

3. CONSEQUÊNCIA DO SEXO ANTES DO CASAMENTO: Em nossos dias, muitos


casais de namorados e noivos cristãos não respeitam a ordenança do Senhor em guardar a
pureza física. Vejamos sete efeitos nocivos para o sexo pré-nupcial, retirado da obra: True
Love Waits, Editora Broadman e Holman, de 1996, sem tradução para o português.

1. Sexo antes do casamento tende a levar ao rompimento do relacionamento antes que o


casamento aconteça.

2. Muitos homens não querem se casar com urna mulher que tenha tido relacionamento
sexual com outra pessoa. A lógica estranha parece ser, "Tudo bem eu ter relação sexual com
a garota com quem o outro vai se casar, mas não é tudo bem o outro ter relação sexual com a
garota com quem vou me casar".

3. Aqueles que têm relações sexuais antes do casamento tendem a ter casamentos menos
felizes. A atração física é uma base inadequada sobre a qual construir um relacionamento
duradouro.

4. Aqueles que têm relacionamento sexual pré-nupcial são mais propensos a terminarem os
seus casamentos em divórcio.

5. Pessoas e casais que têm relacionamento sexual pré-nupcial são mais propensos a terem
casos extraconjugais também.

6. Relacionamento sexual antes do casamento pode levar você a se casar com a pessoa que
não é certa para você...o sexo pode lhe "cegar".

7. Pessoas e casais com experiência de sexo antes do casamento podem alcançar a satisfação
mais cedo no casamento. Todavia, são mais propensos a serem menos satisfeitos no todo
com a vida sexual durante o casamento. Parece que as experiências de relacionamentos
passados antes do casamento se levantam para assombrá-los.

Caso exista um arrependimento genuíno por parte do casal que caiu no pecado da
fornicação, o Senhor é fiel e justo para nos perdoar que todas as iniquidades (1Jo 1:9), desde
que decidam deixar o pecado e buscar santificar seu relacionamento.

Bem, até agora vimos que o sexo dentro do casamento é santo, um sinal externo de uma obra
interna, ou seja, o amor matrimonial dos cônjuges. Ao chegar até o casamento, devemos
desfrutar das bênçãos que o sexo dentro da esfera conjugal pode nos proporcionar. Veremos
no próximo tópico as bênçãos e vantagens de saber esperar.

TÓPICO 2 - VALE A PENA ESPERAR!

O sexo foi criado para ser bom! A grande verdade é que Deus criou o sexo para ser o ato
mais desejado por um homem em relação a uma mulher. Deste modo, ambos povoariam e
encheriam a terra, e a ordenança divina seria cumprida. Deus criou o prazer do sexo para que
o homem e a mulher não se sentissem forçados a povoar a terra. E também porque nos ama e
quer nos ver satisfeitos.

Podemos definir de maneira didática o propósito do sexo no casamento da seguinte maneira:

• É para ser desfrutado;

• É um meio de comunicação entre o casal;

• É para o prazer do casal;

• É para a procriação;

• É uma experiência de entrega.


2. COMO DESFRUTAR DE UM BOM RELACIONAMENTO SEXUAL

Como dissemos anteriormente, o relacionamento sexual é urna expressão de amor entre o


casal. Para que isso aconteça de maneira natural, todas as demais áreas do relacionamento
conjugal devem estar de acordo e funcionando de maneira correta para que o relacionamento
sexual seja desfrutado em sua plenitude.

O casal deve sempre lembrar de que além de marido e mulher devem ser seus melhores
amigos. Se a comunicação entre o casal estiver prejudicada pelos problemas do dia a dia, o
relacionamento sexual não será pleno, na medida em que é necessário que ambos desfrutem
de um nível de comunicação que incentive e compreenda o outro. Por exemplo, as mulheres
precisam saber que seus maridos as acham belas e lindas, para que mantenham sua
autoestima elevada e se sintam desejadas.

No mesmo sentido, os homens necessitam se sentirem valorizados para assumirem o papel


para o qual foram chamados: serem os líderes de seus lares e se sentirem valorizados por
suas famílias. Nenhum homem que passa a vida toda ouvindo de sua esposa que não serve
para nada e nunca será nada na vida, nunca conseguirá se sentir o líder da casa e o esposo
admirado por sua esposa.

Caso o nível da comunicação do casal esteja prejudicado, os cônjuges devem procurar


auxílio de um casal de conselheiros, pois a comunicação afeta todas as demais áreas do
relacionamento.

Marido e mulher devem se sentir amados um pelo outro para que o ato de entrega seja pleno
e uma experiência de plenitude e isso se demonstra não apenas com palavras, o que também
é importante, mas é fundamental que as atitudes sejam condizentes com as palavras.
Nenhum esposo que diz que ama sua esposa a passa todo seu tempo livre cuidando de carros
ou jogando futebol com os amigos, dando a esposa apenas as migalhas de seu tempo, está
dando mostras reais deste amor. Lembre-se de que gastamos tempo apenas com aquilo que
acreditamos ser importante para nós.

Da mesma forma, as esposas que dizem que amam seus esposos e preferem passar o tempo
livre com suas amigas, assistindo televisão e não dando a mínima para os gostos e
preferências do esposo, estão na verdade negligenciando seus papéis como guardiãs da
missão de seus esposos.

Passando do nível emocional, fisiologicamente homem e mulher são diferentes no tocante da


relação sexual. Cada casal possui também um ritmo sexual que precisa ser conhecido pelos
dois. Com o passar do tempo, as preferências de cada um passam a ser conhecidas e trazem
mais satisfação. A frequência das relações também deve ser estabelecida pelo casal, pois não
existe um padrão fixo, mas cada casal deve ter o seu. A quantidade não deve superar a
qualidade das relações, que deve melhorar na medida em que o casal se conhece e conhece
as preferências um do outro.

Outra questão bastante recorrente nos aconselhamentos matrimoniais está nos limites do
sexo entre o casal. O que é permitido e o que é proibido?
A Palavra de Deus nos mostra muitas referências a respeito do matrimônio, porém não
temos muitas sobre o sexo dentro do casamento. Podemos tomar como base o seguinte texto
do apóstolo Paulo:

"A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também
da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a
mulher." (1 Co 7.4)

A partir deste texto podemos aprender o princípio que norteia os limites do relacionamento
sexual: a defraudação de um dos cônjuges. Muitos casamentos possuem problemas na área
sexual pela falta de compreensão e respeito por aquilo que ambos concordam e sentem
prazer. Mais uma vez, a comunicação franca e sincera entre o casal é fundamental para que
ambos façam apenas aquilo que traz satisfação para ambos, de modo a que nenhum dos dois
venha a forçar situações que não sejam naturais ou confortáveis para ambos.

Outro elemento a ser considerado é a naturalidade do ato. Quando o esposo força a esposa a
fazer qualquer coisa contrária à sua vontade, existe um combate do amor contra a lascívia e
a luxúria. O esposo precisa respeitar a santidade do sexo para sua esposa e vice-versa. Tudo
aquilo que vai contra a naturalidade do ato sexual se transforma em um ato lascivo e de
luxúria.

TÓPICO 3 - INTIMIDADE: Normalmente associamos intimidade apenas ao


relacionamento sexual, porém a intimidade dentro do casamento é muito mais complexa que
apenas sexo. A verdadeira intimidade envolve o físico, o emocional e o espiritual.

Tratamos do nível físico nos tópicos anteriores. No nível emocional a intimidade é muito
importante. Um erro muito comum é confundirmos intimidade com uniformidade. Muitos
casamentos gastam todas suas energias tentando transformar o cônjuge em uma cópia na
maneira de ser, nos gostos, na linguagem do amor, enfim, "clonar" o cônjuge.

Avida conjugal tem um componente maravilhoso que vem da individualidade de cada um. A
descoberta dos gostos, desejos, manias, como agradar, só é possível se a individualidade
estiver bastante clara para ambos. Caso um dos dois aceite ser "transformado" em urna cópia
do outro, a descoberta acaba, a emoção não existirá mais, e a convivência será monótona e
muito previsível.

Pense por um instante nesta estranha estratégia conjugal: o casal se conhece cada qual com
sua individualidade e é exatamente a maneira única de ser que desperta a atração e o
interesse pelo outro. Nasce a paixão, e com ele o relacionamento evolui, vem o amor, o
noivado e o casamento. Dentro da relação marital, o esposo, mas pode ser a esposa também,
pode desejar diminuir as diferenças entre o casal e passa a causar discussões sobre a maneira
do outro. Caso isso seja feito sistematicamente por anos, é bastante provável que, caso o
casamento não termine em divórcio, o cônjuge coagido a mudar, aceitará as mudanças e
anulará sua individualidade. O cônjuge que venceu a disputa pelo poder, após algum período
de autossatisfação, vê que aquele ou aquela por quem ele ou ela se interessou no início, já
não existe mais, acabando assim com aquilo que trouxe o interesse no início.
Intimidade bíblica pode ser definida pelo seguinte texto bíblico:

"E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam." (Gn 2.25)

Este texto nos fala a respeito de uma total transparência entre marido e mulher, uma
ausência de medos em se mostrar como realmente se é. O apóstolo João, por meio do
Espírito Santo, nos diz que no verdadeiro amor não existe medo, e o verdadeiro amor lança
fora todo o medo. (1Jo 4:18). Muitos casais podem ter experimentado este sentimento
durante o início do relacionamento, através daquilo que tratamos no capítulo gomo paixão.
Embora a paixão não deva ser a base na qual um casamento seja pautado, pois falta o
elemento de autonegação e sacrifício que é encontrado apenas no amor, a paixão é
importante para manter a chama acesa. Por que muitos relacionamentos perdem a essência
da paixão e aparentemente se transformam após o casamento? Normalmente no início
existem dentre outros, os seguintes sentimentos:

• Sentimento de encanto;

• Sentimento de pertencer um ao outro;

• Percepção de que fomos feitos para ficar juntos;

• Sentimento de que algo dentro de nós mexe com algo dentro do outro;

• Sentimento de que Deus planejou nosso encontro;

• Vontade de acolher o outro, de compartilhar nossos desejos mais secretos e saber que nos
amaremos para sempre, não importa o que aconteça;

• Disposição de nos entregar totalmente ao outro.

O que acontece com a magia e o encanto do início do relacionamento? Normalmente com o


casamento, as obrigações e responsabilidades aumentam e não é possível viver apenas de
amor, os dois precisam lutar para ganhar a vida e passam muito tempo trabalhando, muitas
vezes mais de oito horas por dia, o que diminui o tempo em que o casal passa junto. Quando
chegam os filhos a atenção do casal se desdobra entre o trabalho e o cuidado com as
crianças, o tempo que sobra para o casal é muito pouco e a tendência natural é que a
frequência sexual diminua ou até mesmo não seja mais praticada. Estes são alguns sintomas
que qualquer casal pode facilmente passar, caso não esteja atento na necessidade
fundamental de passar tempo juntos de qualidade SOZINHOS. Pode parecer sem muita
importância, mas como já dissemos anteriormente, é preciso gastar tempo com aquilo que
achamos importante. Se nosso casamento é importante para nós, precisamos gastar tempo
para que continue sendo abençoado e um eterno romance. Vale novamente as dicas
fornecidas nos capítulos anteriores.

Intimidade espiritual é o ponto que diferencia os casamentos cristãos, dos casamentos


seculares. A intimidade espiritual vem do cordão de três dobras que apenas um
relacionamento entre um homem, uma mulher e Deus podem proporcionar. (Ec. 4:12). Para
tanto é fundamental que o casal ore junto, medite junto na Palavra de Deus e busque o
crescimento espiritual junto, para o conhecimento do Senhor do casal seja o mesmo. O
ministério deve ser pensado também de maneira a unir os dons e talentos naturais de cada
um visando o trabalho juntos. Caso um deseje ser pastor o outro um pregador itinerante, o
casal deve pensar e orar para seus propósitos sejam unidos pelo Senhor.

Na área da intimidade física, é importante ressaltar ao casal para cuidar com a abstinência
sexual. O homem e a mulher precisam da relação sexual, a ausência das relações naturais ao
casal abre brechas para tentações nesta área, num mundo cada vez mais erotizado. O ritmo
de cada um deve ser respeitado, mas o desejo sexual é um termômetro para que o casal
perceba se existe algo a ser tratado e conversado entre o casal.

TÓPICO 4 - PROBLEMAS NO RELACIONAMENTO SEXUAL

1. INTRODUÇÃO: Como já dissemos, o sexo foi criado por Deus para ser bom e um sinal
externo da aliança interna que o matrimônio realiza. Porém, em muitas ocasiões, existem
problemas nesta área que causam muitos conflitos matrimoniais. Vamos conhecer, neste
tópico, algumas causas de problemas que os casais podem enfrentar na área sexual.

2. PROBLEMAS NO SEXO MATRIMONIAL

• Falta de Informação: apesar da abertura que a sociedade tem em nossos dias a respeito do
sexo, mesmo no meio cristão, muitos jovens ainda têm uma visão distorcida com relação ao
sexo, achando que o mesmo é sujo, não é algo cristão. Esta visão muitas vezes é proveniente
de um passado promíscuo e de relacionamentos passados, impedindo de desfrutar da
realização que o sexo traz ao casal.

• Atitudes Culturais: a maneira como cada pessoa enxerga o sexo pode causar problemas
após o casamento, e ajustes podem ser necessários. Apenas com um diálogo franco e
honesto o casal pode superar maneiras distintas de ver o sexo e chegar a um denominador
comum.

• Estresse: em uma pesquisa recente, pesquisadores mostraram que a falta de desejo está no
topo da lista de problemas sexuais. Uma das maiores causas de falta de desejo nos dias de
hoje é o estresse. Muitas pessoas gastam tanto tempo e energia no trabalho que tudo o que
mais desejam quando chegam a casa é ficarem quietas e em paz. Quando a pessoa fica
ansiosa por causa do trabalho, por causa das pressões do trabalho, possui a tendência natural
em diminuir o desejo sexual. Resumindo, quando o nível de estresse sobe o interesse e o
envolvimento sexual tendem a diminuir.

• Cansaço, pressa e falta de oportunidade: o cansaço é hoje uma das causas mais comuns
de insatisfação sexual. Para que seja satisfatório, a relação sexual requer um gasto de energia
tanto física como mental. É preciso estar descansado, e principalmente não ter preocupações
com o tempo para desfrutar da relação. A falta de oportunidade pode aumentar com a
chegada dos filhos.
• Tédio: com o passar do tempo alguns casais tendem a se acostumados um com o outro,
isso pode afetar a relação sexual. Para isso, realizar eventos que saiam da rotina do dia a dia
do casal e muito importante para um bom relacionamento.

• Causas Físicas: às vezes os problemas sexuais podem ter origens em doenças como
diabetes, obesidade, enfraquecimento muscular, entre outras. Em outros casos, após uma
experiência traumática como um enfarto, por exemplo, pode dificultar o desejo sexual. Estes
problemas devem ser tratados por profissionais da medicina, pois o psicológico é bastante
afetado quando o homem ou a mulher não conseguem se desenvolver sexualmente.

• Conflitos matrimoniais: com discussões contínuas durante o dia, as relações noturnas


tendem a serem mais escassas, quando não se tornam totalmente mecânicas e rotineiras. É
fundamental que os conflitos sejam resolvidos para que as demais áreas voltem a funcionar a
contento.

3. UMA PALAVRA AOS CONSELHEIROS

Para os conselheiros é muito importante que ouçam de maneira compreensiva e receptiva,


pois não é fácil para um casal abrir problemas de cunho tão íntimo como a vida sexual.
Demonstrar a compreensão de modo a continuarem sua narrativa é um trabalho dos
conselheiros. O passo seguinte é o de procurar se informar de maneira mais específica sobre
os problemas através de perguntas que os incentivem a serem honestos, como por exemplo:
quais as suas atitudes com o sexo atualmente? Fora o sexo como está o relacionamento
atualmente? Recomende um exame médico caso detecte que o problema tem uma origem
física. Por fim, o conselheiro deve fornecer informações precisas sobre os assuntos que o
casal solicitar.
CAPÍTULO 6 - DESAFIOS PARA A FAMÍLIA CRISTÃ NA PÓS-MODERNIDADE

TÓPICO 1 - E OS DIVORCIADOS E O NOVO CASAMENTO?

1. INTRODUÇÃO: No meio evangélico há posições que vão desde as mais radicais até as
absurdamente liberais, cabe a cada pastor estudar o assunto de forma clara, bíblica,
historicamente contextualizada, teológica, antropológica, psicológica, e jurídica, e com total
conhecimento abstrair e concluir com paz, boa consciência e bem-estar espiritual para si,
convicções consistentes sobre o "divórcio e novo casamento" para terem e oferecerem
respostas e posicionamento pessoal à luz da palavra de Deus a pessoas sofredoras,
encarceradas e carentes de uma mensagem e voz justa, libertadora, imparcial, isenta de
qualquer tipo de preconceito e juízo, principalmente porque este pertence a Deus.

Leve em consideração como a sua denominação trata eticamente deste assunto, mas não se
esqueça de que estatutos, leis e interpretações e dogmatismos dos homens não são maiores
do que a própria palavra de Deus. Vamos procurar esclarecer à luz da Bíblia este assunto tão
polêmico, e antigo. Vamos então refletir sobre ele?

2. O CASAMENTO E O DIVÓRCIO: O casamento é instituição divina, o divórcio é


instituição humana. O casamento é a vontade absoluta, boa, perfeita, ideal e agradável de
Deus, o divórcio é sua vontade permissiva, devido às questões que envolvem o adultério, às
fortes necessidades de sanidade, de preservação da vida, de questões de dignidade moral, de
restituição e muitos motivos mais.

A Bíblia declara que Deus odeia o divórcio, não o divorciado. Jesus fala claramente sobre o
motivo legítimo para o divórcio — adultério (Mt. 19:9). Incompatibilidade, falta de amor
etc., não são motivos suficientes para o fim do casamento. Todas estas coisas são tratáveis, e
um casal só pode decidir pelo fim do seu casamento, depois de terem esgotado todas as
alternativas possíveis de recuperação.

A orientação e o acompanhamento dos nossos jovens diminuirão consideravelmente as


dificuldades a serem enfrentadas nos primeiros tempos de casados, e os ajudarão a desfrutar
de um casamento bem-sucedido, conduzido pela Palavra de Deus.

3. O DIVÓRCIO: Este assunto não pode ser tratado com frivolidade, nem com
generalidade. Cada caso é um caso, e deve ser analisado desta forma pelos pastores e
orientadores espirituais.

Em geral quando os casamentos entram em crise, os casais são surpreendidos pela falta de
auxílio, entendimento, compreensão e encorajamento disponíveis dentro da igreja para a
reconciliação, restauração ou definição pessoal diante de Deus a respeito do assunto.

No entanto, a Bíblia não é omissa a respeito. Há conselhos e orientações abundantes com


relação ao divórcio e à perspectiva de um novo futuro.

As pessoas que estão em crise, incertas, confusas, ou desejosas de manter seus casamentos
deveriam encontrar esta opção dentro do Corpo de Cristo.
Há de se levar em consideração os aspectos que desencadearam as crises, especialmente
onde houve "fraude", "omissões", "reserva mental", "falta de comunicação e capacidade para
resolução de conflitos", "ter errado na vontade de Deus - precipitação", "acepção e rejeição
por causa da fé", "deslealdade", "adultério, prostituição, imoralidade e impureza sexual,
promiscuidade, ou fornicação", "violência sexual, abuso e pecados sexuais dentro da família:
incesto", "infidelidade sexual durante o namoro e noivado e depois do casamento", dentre
tantos outros motivos.

Para Deus, nas crises de casamento não existem níveis de culpa, Deus não busca o
"contribuinte majoritário" para o problema matrimonial, sempre ambos os parceiros estão
errados e violaram os princípios funcionais do casamento e do lar de Efésios 5.22-33. Mas
Jesus fala a respeito de se verificar e determinar a vítima e o inocente quando houve
adultério.

Quando descobrimos que contrariamos a vontade de Deus em qualquer área de nossa vida, a
decisão mais certa é arrepender-se, receber o perdão e continuar.

Deus divorciou-se de Israel, com exceção de Judá. E depois, repetidamente estendeu o


convite à "Retornar a Mim". Este fato no mínimo é interessante. Há muito mal-entendido, e
má interpretação baseada nos originais hebraicos e gregos, dos textos bíblicos relacionados
ao assunto. As leis bíblicas do divórcio dissolvem os relacionamentos legais.

No contexto histórico e contemporâneo de Jesus, o divórcio era uma prática comum, frívola,
e o Senhor estabeleceu a sua lei sobre o assunto. Na mente de Jesus só havia duas
possibilidades: união total, ou dissolução total, o que implicitamente concedia o direito ao
novo casamento, se assim a pessoa o desejasse. O Senhor não aceitava a separação "de bens
e de corpos" somente. Deus apenas permite um divórcio diante da inexistência de uma
aliança.

O Senhor não revogou a lei do divórcio dada por Moisés, restringiu-a, um exemplo claro se
encontra na conversa com a mulher samaritana, onde ele mesmo reconheceu os seus quatro
primeiros relacionamentos conjugais como "casamentos", e o homem com quem estava
vivendo agora, por Jesus, não fora reconhecido como marido, porque não havia aliança! (Jo.
4)

Há outros textos que devem ser analisados para uma interpretação e posicionamento pastoral
e pessoal corretos e equilibrados. A palavra de Deus nos tem dado o direito de aliança para
apoiar a restauração de lares e famílias, mas também tem dado o direito ao divórcio, dentro
dos critérios que ela mesma estabelece.

3.1 A DECISÃO: Esta é uma decisão que quando necessária for tomada, deve ser tomada
individualmente entre a pessoa em particular, e Deus. Não devemos culpar ou condenar
aqueles que algum dia se divorciaram, casaram-se novamente ou não conseguiram manter
sua aliança. Embora Deus nos mantenha responsáveis pela verdade que ele nos revela, a sua
misericórdia e graça estão à disposição. Enquanto as promessas de Deus são condicionais, o
seu amor é incondicional.
Outro fato importante, para os que se sentem culpados de alguma forma, é que o perdão de
Deus é para todos e para qualquer pecado, não há nenhum pecado que Ele não possa
perdoar. Manter um casamento na base do desempenho e do ritual não agradam ou alcançam
as bênçãos de Deus. Para Deus só tem valor a aliança de amor.

3.2 A LEI DO DIVÓRCIO PAULINA

Paulo nos ensina:

• "O amor é um caminho sobremodo excelente..."

• "Dons (casamento inclusive), línguas, sem amor, só são barulhos não há ritmo, não há
música e canção!..."

• "Conhecer as coisas, todas possíveis, e não amar ninguém, que bem faria isso"?

• "Fé, poder e milagres, sem amor, de nada se valem"

• "Demonstração de altruísmo, sem amar, nada disso me aproveitaria"

• "O amor tem suas características próprias, evidentes, incontestáveis, é puro amor em ação
e em atitude. Este amor verdadeiro nunca falha!, jamais acaba, transcende a nossa própria
existência, e não terminará nem mesmo quando estivermos no céu, mas lá, continuará sendo
a maior coisa! Todos os poderes e dons terminarão um dia, menos o Dom de Amar!"

3.3 O DIVÓRCIO: A DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO:O casamento foi a primeira


instituição divina. Ele preexiste ao Estado e à Igreja. Contudo, ao longo dos séculos, essa
instituição vem sendo bastante atacada.

Nestes tempos pós-modernos, os próprios alicerces do casamento estão sendo abalados. A


geração atual não aceita mais absolutos. Os valores de Deus são desprezados. Os marcos
antigos foram arrancados e cada um vive à mercê de suas próprias ideias. Neste mundo
plural, pós-moderno e pós-cristão, prevalece a privatização dos conceitos e valores. Cada um
estabelece para si o que é certo e o que é errado. Não existe mais o conceito de uma lei
absoluta e universal que rege a conduta e o comportamento. Com isso, a instituição do
casamento é desprezada e o concubinato legitimado; os vínculos conjugais afrouxados para
se estimular o divórcio; a verdade relativizada para justificar as atitudes egoístas.

Na verdade, a geração atual espera mais do casamento que as gerações anteriores, mas o
respeita menos. Os vestidos de noiva estão cada vez mais brancos e os véus cada vez mais
longos, mas a fidelidade aos votos do casamento está cada vez mais fraca. Organizar uma
cerimônia de casamento está cada vez mais fácil, mas manter o casamento cada vez mais
difícil.

Muitas são as causas das crises dos casamentos, infidelidade conjugal, descumprimento dos
papéis de cada um dos cônjuges dentro do casamento, imaturidade, falta de preparo para o
próprio casamento, problemas financeiros, frieza e agressividade verbal e/ou física.
Várias são as causas que contribuem para o espantoso crescimento do número de divórcios:
infidelidade conjugal, ausência de diálogo, emancipação da mulher, mudança do padrão
profissional (agora, marido e mulher trabalham fora), o desemprego, arrocho financeiro,
facilidades legais para o divórcio, declínio da fé cristã, falta de compreensão da santidade e
permanência do casamento, apologia do divórcio. Muitos consideram o casamento
heterossexual, monogâmico, monossomático e indissolúvel uma instituição arcaica, rígida,
obsoleta, opressiva, decadente e vitoriana. Outros dão uma nova versão ao casamento,
esvaziando-o do seu conteúdo de aliança e eliminando o compromisso de união até a morte.

Muitos casamentos sobrevivem a despeito da crise; outros sucumbem durante a crise. O


divórcio é uma dramática realidade na sociedade contemporânea. Em alguns países, 50%
dos casamentos terminam em divórcio. Não podemos fechar os olhos a esta triste realidade.

3.3.1 O CONTEXTO HISTÓRICO VIVENCIAL FAMILIAR NA ÉPOCA DE


CRISTO

Quando os fariseus perguntaram a Jesus sobre o divórcio, a intenção deles era colocá-lo
numa situação difícil, inclusive em relação a Herodes e Herodias (Mt.14:3), também
desejavam enredar Jesus no surrado debate ente os dois rabinos da época Shammai e Hillel,
porém Jesus não entrou no jogo estéril de uma discussão inútil. Em vez de criar conflitos,
ele aproveitou para reafirmar algumas verdades fundamentais sobre o casamento e
estabelecer a sua lei sobre o divórcio.

3.3.1.1 A LEI DO DIVÓRCIO DE CRISTO E ERROS DE TRADUÇÃO

1º) Jesus endossou a estabilidade do casamento.

2º) Jesus declarou que a provisão mosaica do divórcio era uma concessão temporária ao
pecado humano da quebra da aliança. O que os fariseus chamavam de "mandamento" era
uma "permissão" e não intenção divina.

3º) Jesus chamou de "adultério" o segundo casamento depois do "repúdio", e não depois do
"divórcio". As versões e traduções da Bíblia, a partir da tradução de "King James" (Rei
Tiago) da Inglaterra, têm tornando sinônimos os termos "repúdio" e "divórcio".

3.3.1.2 OS TERMOS E AS TRADUÇÕES

• Repúdio era o simples abandono para casar-se com outra mulher, sem libertá-la do jugo
anterior contraído pelo casamento.

• Divórcio era a dissolução da união conjugal. O divórcio com força dissolutiva era o único
reconhecido por Judeus. Era a liberação legal da mulher do jugo da servidão ao primeiro
casamento, através da carta de divórcio, que concedia automaticamente a liberação para uma
segunda união.

No contexto histórico e cultural de Jesus não havia a ideia da impossibilidade de um


segundo casamento, e a partir da sua lei de divórcio estabelecida, quando as condições eram
legítimas, esta nova situação se tornou digna e possível quanto à condição do primeiro
casamento.

Um exemplo de como Jesus via o casamento no seu tempo, está implícita e registrada no seu
encontro com a mulher Samaritana, João 4, em que havia tido quatro "maridos" e o quinto
homem com quem vivia não era seu "marido". Jesus a evangelizou, não a rejeitou, e ainda a
fez uma missionária das boas novas da ressurreição.

Nós trataríamos da questão e faríamos o mesmo com aquela mulher em nossos dias?

3.3.1.3 A CONDIÇÃO DA MULHER: Há de se fazer referência aqui a respeito da


condição humilhante da mulher até aquela época, um problema cultural-histórico.

Jesus veio resgatar e salvar também a dignidade da mulher e conceder-lhe direitos que os
"homens" não lhes davam. A mulher era mais "propriedade" do que "pessoa", portanto esta
condição feria o princípio, a dignidade, a posição pessoal e o propósito da criação de cada
um diante de Deus, onde Ele os tornou iguais diante de Si mesmo, "macho" e "fêmea" os
criou.

No mesmo livro de Malaquias em que declara que "Deus odeia o repúdio", a deslealdade
implícita no repúdio (abandono irresponsável, puro e simples), também registra que "Deus
divorciou-se de Israel", havia chegado o limite da relação para Deus com Israel, não com
Judá, por causa da infidelidade de Israel, da queda espiritual injustificável após o cativeiro,
ao final da História do Povo de Deus no Velho Testamento. Deus continuou chamando
"volta-te para mim" totalmente, mas sabemos pela Palavra que este problema será
totalmente resolvido apenas no contexto do tempo do Apocalipse. É importante declarar que
as palavras originais, os termos, são completamente diferentes, e se fizermos a releitura
correta da lei do divórcio deixada por Cristo entenderemos muito mais a respeito deste
assunto e libertaremos pessoas que estão impostas a uma prisão emocional sem fim.

"Moisés, por causa da dureza dos vossos corações (falta de perdão), vos permitiu
repudiar vossas mulheres. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar (abandonar
sem resolução legal) sua mulher, não sendo por causa da prostituição (infidelidade
conjugal através de relações sexuais ilícitas), e casar com outra (sem divórcio legal),
comete adultério, e o que casar com a repudiada (não a divorciada), também comete
adultério." (Mt.19.8-9)

Jesus estabeleceu estes limites por causa da frivolidade com que o divórcio era tratado. A
carta de divórcio tinha que ser lavrada, entregue à esposa, e o motivo restrito que justificava
o divórcio era a "infidelidade conjugal através da prática do adultério", Jesus acabou com a
banalidade comum da prática do divórcio do seu tempo histórico e cultural; porém há outros
motivos que devemos levar em consideração, que estão dentro dos pecados familiares, que
também pela Palavra concedem o direito ao divórcio.

3.3.1.4 A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO


A "indissolubilidade do casamento é uma doutrina Católica Romana, porque para estes o
casamento é um "sacramento", portanto não pode ser violado, sacramento salva. Isto não é
bíblico, e só há dois sacramentos legítimos para a Igreja de Cristo: O Batismo e a Ceia do
Senhor."

O casamento bíblico é um dom, e deve ser abençoado por Deus. Não é bíblica a frase "até
que a morte os separe", mas é bíblica a frase "o que Deus ajuntou não o separe o homem"
(Mt.19:6c).

Por conseguinte, pergunto:

• Quantos casamentos foram de fato "ajuntados" por Deus?

• Como Deus recebeu ou reconheceu as alianças feitas, com tantas e várias motivações,
prematuras, imaturas, inconsequentes, ou feitas numa banca de negócios e interesses
egoístas e pessoais; e até para ser um disfarce, uma mascaração de problemas morais não
resolvidos, portanto sem a sua direção e vontade?

Uma aliança "suja" não é apenas a aliança feita sob o relacionamento sexual pré-nupcial, tão
comum em nossos dias, digo "suja" se não for devidamente encarada e tratada segundo a
palavra, pois para todos estes pecados há perdão.

Mas o que fazer com aqueles que acordaram do seu delírio e se viram presos a uma teia
emocional que demandará consequências de vida e de continuidade de vida, sofrida,
dolorosa?

Como a Igreja como "comunidade terapêutica" que tão arrogantemente a classificam, mas
que tão pobremente se demonstra e atua, agirá para resolver estes conflitos e libertar o povo
de Deus confuso, enfraquecido, infeliz, autodestrutivo e destruidor?

Casamentos não podem ser atos e vivências de hipocrisia, pois este ambiente é combatido
pela Bíblia, conforme o ensino do Apóstolo Paulo (1 Co 7), constituindo-se num pecado
familiar.

O Curso de Aconselhamento Pré-Nupcial, objetivo e bem estruturado, adequadamente


ministrado, ou seja, com bom material, com tempo suficiente para ministrar, interagir,
analisar, corrigir e emitir o veredito acerca do "sim", "não", ou "espere" para aquele
casamento, fará com que a resposta à pergunta acima, seja de fato, consciente e mais segura.
Contudo, afirmar publicamente a vontade de se casar, proceder aos votos matrimoniais,
celebrar a aliança entre o casal, receber a bênção matrimonial, não é suficiente para manter o
matrimônio, bem como, só o amor não basta como já vimos anteriormente, precisará da
consciência do compromisso, do exercício da vontade responsável acima das emoções, da
doação integral do ser na sua entrega total ao outro, da comunicação aberta, profunda,
preferivelmente adulta e inteligente de ambos, onde os dois, envolvidos numa atitude,
decisão, disposição e comportamentos de amor, constroem e escrevem a sua história e a sua
felicidade. Eis aí uma grande aventura de fé, que jamais poderá se adentrar precipitada ou
apressadamente.
Que Deus abençoe a Sua Igreja, para que mais e mais tenhamos líderes dispostos a uma ação
pastoral significativa, consciente, responsável, preventiva e clínica-terapêutica para os casais
e para as famílias, antes e após do matrimônio.

Quando não há preocupação, consideração e responsabilidade pastoral para com os noivos,


haverá nos dias posteriores, até em curto prazo, uma agenda de atendimento e
aconselhamento sobrecarregada, com casais e filhos desestruturados e disfuncionais.

Quem não previne antes, sofre e trabalha demais depois" . É o ônus da inconsequência
ministerial familiar.

4. A BÍBLIA É CONTRA.

• A banalização do divórcio, ou seja, o divórcio sem causa bíblica;

• A desonra da mulher, e a transformação da mulher como mulher objeto;

• O abandono do cônjuge. A Bíblia o classifica como abominável diante de Deus;

• O adultério, pois o adultério quebra a aliança, pela qual Deus é 100%.

5. UM NOVO CASAMENTO

• Este é outro assunto, dissociado do divórcio.

• Só é justificado diante de Deus segundo a lei de Cristo e segundo a Lei de Paulo. • Os que
se divorciam segundo a Lei de Moisés, tendo como causa outras razões que não sejam o
adultério do cônjuge ou o abandono do descrente, caracterizarão adultério.

• O adultério deve ser resolvido:

- Admitir, arrepender-se e confessar que está em pecado;

- Regularizar e celebrar a aliança diante de Deus e dos homens;

- Entender que no novo casamento deverá desenvolver o padrão de Deus para a aliança e o
perfil de Jesus na união.

You might also like