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1. Geometria no Plano
i
a marca deixada sobre uma folha de papel pelo bico de um lápis:
Matemática IV 1
Geometria no Plano
Tal como o ponto, também a reta é, em Geometria, um conceito abstrato. Por exemplo,
um raio de luz solar despontando por entre as nuvens, a linha do horizonte, o vinco
deixado pela dobragem de uma folha de papel em duas partes, são exemplos de
representações grosseiras de retas e não retas propriamente ditas, no sentido que lhe é
dado em Geometria. Tal como foi feito para o ponto, o conceito abstrato de reta pode
ser introduzido a partir, por exemplo, da consideração de sucessivos traços realizados,
com o auxílio de uma régua, sobre uma folha de papel e com feltros de espessuras cada
vez mais finas ou lápis cada vez mais afiados.
Matemática IV 2
Geometria no Plano
Tal como nos casos do ponto e da reta, foram apresentadas representações grosseiras
de (porções de) planos e não (porções de) planos no sentido que a Geometria lhe
confere. Analogamente ao que se fez para as noções de ponto e reta, a noção abstrata
de plano pode ser introduzida a partir de placas de espessura decrescente, considerando
que estas se estendem ilimitadamente em várias direções.
Notações:
Os pontos notam-se usando letras maiúsculas do alfabeto latino {A, B, C, …}.
As retas notam-se usando letras minúsculas do alfabeto latino {r, s, t, …} ou
duas letras maiúsculas que notam dois pontos (distintos) da reta.
Os planos notam-se usando letras minúsculas do alfabeto grego ( , , ,... ).
Matemática IV 3
Geometria no Plano
A1. Por cada par de pontos distintos passa uma e uma só reta.
Se os pontos não forem distintos, isto é, se for um único ponto, por esse ponto pode
passar uma infinidade de retas, que formam um feixe de retas.
Na verdade, sobre uma reta qualquer, existe sempre um número infinito de pontos.
Os pontos situados sobre a mesma reta dizem-se pontos colineares.
Matemática IV 4
Geometria no Plano
A nossa intuição diz-nos que fora de qualquer reta r, se podem considerar pontos, senão
viveríamos num espaço semelhante a uma reta, ou seja, num espaço unidimensional.
Dada uma reta qualquer r, existe pelo menos um ponto do plano que não está sobre r.
Analisemos a posição relativa dos pontos sobre uma mesma reta, mediante a relação
primitiva “estar entre”, a partir dos axiomas que se seguem, designados por axiomas
de ordem. Estes axiomas para além de se referirem à posição relativa dos pontos sobre
uma mesma reta, referem-se também à posição relativa das retas num mesmo plano.
Axiomas de ordem:
B1. Se um ponto B estiver entre dois pontos A e C de uma reta, então A, B e C são
colineares e distintos.
B2. Se, numa reta, B estiver entre A e C, então B está também entre C e A.
B3. Dados três pontos distintos sobre uma reta, um e apenas um deles está entre os
outros dois.
B4. Para cada dois pontos A e C existe pelo menos um ponto B da reta AC tal que C
está entre A e B.
Além destes axiomas lineares de ordem, existe um quinto axioma de ordem relativo a
retas num mesmo plano. É conhecido por Axioma de Pasch, e pode ser enunciado do
seguinte modo:
B5. Sejam A, B e C três pontos não colineares e r uma reta que não contém nenhum
dos pontos referidos. Quando a reta r passa por um ponto do segmento [AB] então
seguramente, passa também por um ponto do segmento [AC] ou por um ponto do
segmento [BC].
Matemática IV 5
Geometria no Plano
Traduzindo em termos mais intuitivos, este axioma exprime somente que se uma reta
entra no interior de um triângulo, tem forçosamente que sair.
Quando no plano se consideram duas retas, elas podem ou não ter pontos comuns.
Quando têm apenas um ponto comum dizem-se retas concorrentes. Quando não têm
pontos comuns ou têm todos os pontos comuns dizem-se retas paralelas.
No caso de duas retas terem todos os pontos comuns dizem-se retas coincidentes
(um caso particular das retas paralelas).
Observações:
Matemática IV 6
Geometria no Plano
Matemática IV 7
Geometria no Plano
pode-se sempre traçar uma circunferência passando por três pontos não
colineares.
Na figura que se segue está representado o Sol emitindo os seus raios de luz para a
Terra.
Os raios que atingem a superfície do nosso Planeta podem ser considerados como
representações de porções de reta cujos extremos estão, um sobre o Sol e o outro sobre
a superfície da Terra. De um modo geral, o que nos aparece à nossa volta são
representações de porções de reta e não propriamente retas. As porções de reta
limitadas por pontos A e B, são designadas por segmentos de reta.
Definição: Dados dois pontos A e B sobre uma dada reta, chamamos segmento de reta
determinado por A e B, à porção da reta AB constituída por:
-AeB
e
- todos os pontos de AB situados entre A e B.
Um segmento de reta determinado por A e por B representa-se por [AB] ou [BA]. A A
e a B chamamos os extremos ou extremidades do segmento de reta [AB]. Os pontos
situados entre A e B dizem-se pontos interiores. Os restantes pontos da reta AB
designam-se por pontos exteriores.
Matemática IV 8
Geometria no Plano
74 3 3
ou
4 7 3 3.
Para medirmos a distância entre dois pontos A e B, imaginamos uma régua graduada
infinita que se pode ajustar à reta AB. A cada ponto da reta corresponde um número
real, a coordenada desse ponto. Supondo que as coordenadas de A e B são
respetivamente a e b, a distância entre os pontos A e B (o comprimento do segmento
d ( A, B) a b b a .
Para cada par de pontos A e B do plano, a distância entre A e B goza das seguintes
propriedades:
d ( A, B ) 0 para todos os pontos A e B do plano;
d ( A, B ) 0 se e só se A B ;
d ( A, B ) d ( B, A) para todos os pontos A e B do plano.
Matemática IV 9
Geometria no Plano
Ponto médio de um segmento de reta é o ponto do segmento que está a igual distância
dos pontos extremos.
M é o ponto médio de [AB]. Por sua vez, [AM] e [MB] são segmentos de reta
congruentes.
Dado um segmento de reta, ele tem apenas um único ponto igualmente distanciado dos
pontos extremos do segmento. No entanto, no plano é possível encontrar outros pontos
igualmente distanciados dos extremos do segmento de reta considerado. Esses pontos
formam uma reta que se designa por mediatriz do segmento.
Mediatriz de um segmento de reta é a reta formada pelos pontos do plano que estão
a igual distância dos pontos extremos do segmento.
Matemática IV 10
Geometria no Plano
Numa figura anteriormente apresentada, a qual representava o Sol emitindo raios de luz
para a Terra, os raios que não atingem a superfície da Terra, de uma forma geral, vão
continuar pelo espaço fora… a maioria deles sem nunca encontrarem um obstáculo.
Estes raios não podem representar segmentos de reta, uma vez que para eles não existe
uma segunda extremidade, como acontece nos segmentos de reta. Às porções de reta
deste tipo chamamos semirretas.
Definição: Sejam O, A, B e C, quatro pontos de uma mesma reta r, tais que O está
entre A e C, mas não está entre A e B.
Dizemos que:
- os pontos A e B estão sobre a reta r e para o mesmo lado em relação ao ponto O;
- os pontos A e C estão sobre a reta r de um e outro lado do ponto O.
O conjunto de todos os pontos da reta r que estão para o mesmo lado de O diz-se uma
semirreta com origem em O.
A semirreta com origem em O e que contém o ponto C representa-se por O C . O ponto
O diz-se a origem da semirreta. Não podemos trocar a ordem dos pontos visto que o
primeiro ponto designa a origem da semirreta: O C C O .
Ao traçar uma reta r no plano este fica dividido em duas partes que se designam de
semiplanos, tais que:
- dois pontos do mesmo semiplano definem um segmento que não intersecta a reta r;
- dois pontos pertencentes a semiplanos diferentes definem um segmento que intersecta
a reta r.
Matemática IV 11
Geometria no Plano
1.4. Ângulos
Duas semirretas com a mesma origem determinam no plano duas regiões. Chama-se
ângulo a qualquer uma das regiões em que fica dividido o plano por duas semirretas
nas referidas condições. As duas semirretas chamam-se lados do ângulo e a sua
origem comum, vértice do ângulo.
Podemos olhar para os ângulos sob o ponto de vista dinâmico como rotações dos seus
lados, inicialmente sobrepostos, em torno do vértice. Tal ideia pode ser concretizada,
por exemplo, quando se abre uma porta ou quando se dobra uma palhinha de refresco
ao meio, de modo que as duas partes fiquem bem juntinhas, fixando uma das partes da
palhinha e movimentando a outra parte. A quantidade de rotação determina a
amplitude do ângulo.
Tal como o comprimento de segmentos, também a amplitude dos ângulos pode ser
medida. Na medição de ângulos podem ser utilizadas unidades de medida tais como o
grau, o grado ou o radiano. É de notar, que por vezes se encontra a expressão “medida
Matemática IV 12
Geometria no Plano
É usual fazer a distinção entre ângulos convexos (com medida de amplitude inferior
a 180º) e ângulos côncavos (com medida de amplitude superior a 180º). Duas
semirretas com a mesma origem e que não estejam contidas na mesma reta, dividem
sempre o plano em duas regiões, pelo que definem sempre dois ângulos: um convexo e
um côncavo.
De acordo com a figura acima, o ângulo convexo tanto se pode designar por ângulo BAC
(representando-se por BAC ) como por ângulo CAB (representando-se por CAB ).
Para nos referirmos ao ângulo não convexo teremos de, explicitamente, dizer ângulo
não convexo BAC (ou CAB). Notamos a medida da amplitude de um ângulo BAC por
m(BAC ) .
Se duas semirretas com a mesma origem não forem coincidentes mas estiverem no
prolongamento uma da outra, isto é, estiverem contidas na mesma reta, o ângulo obtido
é um ângulo raso.
Matemática IV 13
Geometria no Plano
As semirretas K M e K N estão no prolongamento uma da outra. O ângulo MKN é um
ângulo raso.
Dois ângulos dizem-se congruentes se puderem fazer-se coincidir ponto por ponto, por
meio de um deslocamento. Ou, por outras palavras, os ângulos BAC e EDF dizem-
se congruentes se e só se têm a mesma medida de amplitude.
Duas retas concorrentes originam quatro ângulos convexos. Destes ângulos, os opostos,
que se designam ângulos verticalmente opostos, são congruentes.
são congruentes.
Duas retas concorrentes podem originar quatro ângulos congruentes entre si. Nesse
caso, as retas dizem-se retas perpendiculares e os ângulos obtidos são ângulos
retos.
Matemática IV 14
Geometria no Plano
Um ângulo reto, cuja medida de amplitude é 90º, é usado como referência para
classificar outros ângulos. Dizemos que um ângulo é:
- agudo quando a medida da sua amplitude é positiva e inferior a 90º;
- obtuso quando a medida da sua amplitude for superior a 90º e inferior a 180º.
Dois ângulos (tais como ABD e DBE ou ABE e EBC ou ABD e DBC), que têm em comum
o vértice e um lado, dizem-se adjacentes.
Exemplos:
1)
2)
3)
4)
Matemática IV 16
Geometria no Plano
A linha que resulta da ligação sequencial dos vários pontos define a figura requerida.
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Geometria no Plano
Por exemplo:
a) b)
Assim, na figura a), [ABCDEF] representa uma linha poligonal aberta cujos vértices são
os pontos A, B, C, D, E e F e os seus extremos os pontos A e F (A e F são dois pontos
distintos). Por sua vez, na figura b), [GHIJKLM] representa uma linha poligonal fechada,
cujos vértices são os pontos G=M, H, I, J, K e L e os seus extremos os pontos G e M,
que, neste caso, coincidem.
Matemática IV 18
Geometria no Plano
2. parcialmente limitada:
3. completamente limitada por uma linha fechada: figura plana. A linha que limita
a figura plana é a sua fronteira.
1.5.1. Polígonos
Quando uma linha poligonal fechada está completamente contida num mesmo plano,
permite considerar três regiões no plano que a contém: a própria linha poligonal, a região
plana limitada pela linha poligonal e a região plana que lhe é exterior.
Polígono é uma superfície plana limitada por uma linha poligonal fechada. O polígono
compreende a fronteira e o seu interior.
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Geometria no Plano
Um polígono é convexo se para quaisquer dois dos seus pontos o segmento de reta
que os une está contido no polígono. No caso contrário, o polígono é não convexo ou
côncavo.
Exemplo:
Podemos classificar os polígonos de acordo com o número de lados que estes possuem.
Matemática IV 20
Geometria no Plano
3 lados
Não há triângulos côncavos
Triângulo ou Trilátero
4 lados
Quadrilátero
5 lados
Pentágono
6 lados
Hexágono
7 lados
Heptágono
Matemática IV 21
Geometria no Plano
Exemplo:
Em todos os polígonos com mais de três lados é possível unir os vértices não
consecutivos, isto é, é possível traçar diagonais. No caso dos triângulos, quaisquer dois
vértices são sempre consecutivos, por isso o triângulo não tem diagonais.
ângulo externo
ângulo interno
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Geometria no Plano
1.5.1.1. Triângulos
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Geometria no Plano
Matemática IV 24
Geometria no Plano
Teorema: A soma das medidas das amplitudes dos ângulos internos de qualquer
triângulo é igual a 180º.
Demonstração:
Seja [ABC] um triângulo. Tracemos por um dos vértices, por exemplo, B, uma reta, KJ,
paralela ao lado oposto.
Considerando as retas KJ, AC e AB, verificamos que os ângulos KBA e BAC são
ângulos alternos internos e portanto são congruentes, isto é, m(KBA) m(BAC ) .
Considerando as retas KJ, AC e BC, concluímos que m(CBJ ) m(ACB ) , pois são
Assim,
m(KBA) m(ABC ) m(CBJ ) m(BAC ) m(ABC ) m(ACB ) 180º .
Matemática IV 25
Geometria no Plano
Demonstração:
Seja [ABC] um triângulo.
Assim,
m( BAC ) m(ABC ) m(ACB ) m(ACB ) m(DCB ) .
Isto é,
m( BAC ) m(ABC ) m(DCB ) .
Matemática IV 26
Geometria no Plano
Por exemplo, no triângulo isósceles [ABC], [AB] e [BC] são lados congruentes. O ângulo
CAB é oposto ao lado [BC], por sua vez o ângulo BCA é oposto ao lado [AB]. Assim
concluímos que CAB e BCA são ângulos congruentes.
Demonstração:
O triângulo [BCD] é isósceles e os lados congruentes são [BD] e [BC]. Os ângulos BCD
e BDC , que se lhes opõem, também são congruentes.
O ângulo ADC é congruente com BDC , que é congruente com BCD .
Como m(BCD ) m(ACD ) então m(ADC ) m( ACD ) .
Como num triângulo ao maior ângulo se opõe o maior lado, concluímos que
AD AC
AB BD AC
AB BC AC , porque [BD] é congruente com [BC].
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Geometria no Plano
Num triângulo retângulo o lado que se opõe ao ângulo reto designa-se de hipotenusa.
Os outros dois lados são os catetos. No triângulo retângulo abaixo, [BC] é a hipotenusa
e [AB] e [AC] são os catetos do triângulo retângulo [ABC].
2 2 2
Na figura anterior, o Teorema de Pitágoras diz-nos que BC AB AC .
Demonstração:
A figura seguinte representa um quadrado cujo lado tem de comprimento a + b.
O quadrado está dividido em cinco partes: quatro triângulos retângulos, de catetos com
medida de comprimento a e b, respetivamente, e um quadrado cujos lados são as
hipotenusas dos triângulos.
1
Pode consultar, por exemplo: Andrade, J. e Saraiva, M. (2008). Pitágoras até aos nossos dias e o
raciocínio visual. Educação e Matemática, 96, 2-6.
Matemática IV 28
Geometria no Plano
e m(BCA) m(EFD ) ).
Matemática IV 29
Geometria no Plano
Quando escrevemos [ ABC ] [ DEF ] (ou, ABC DEF ), queremos dizer não só que
Os critérios de congruência que vamos estudar dizem que, em certos casos, basta que
três partes (ângulos ou lados) de um triângulo sejam congruentes às correspondentes
partes do outro para que essa correspondência seja uma congruência.
[ ABC ] [ RST ]
2. LAL (Lado-Ângulo-Lado)
[ ABC ] [ RST ]
Matemática IV 30
Geometria no Plano
3. ALA (Ângulo-Lado-Ângulo)
[ ABC ] [ RST ]
1.5.1.2. Quadriláteros
Classificação de trapézios:
Trapézio isósceles
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Geometria no Plano
Trapézio retângulo
Trapézio escaleno
Matemática IV 32
Geometria no Plano
AB CD e AC BD ;
m(ACD ) m(ABD ) .
Matemática IV 33
Geometria no Plano
Observação: Poderá consultar outros textos nos quais surjam definições diferentes
para os quadriláteros, por exemplo, de trapézio, como sendo um quadrilátero com
exatamente um par de lados paralelos, e que, portanto, não inclui os paralelogramos.
Matemática IV 34
Geometria no Plano
Os quadriláteros são polígonos com duas diagonais. Nas figuras seguintes as diagonais
são, respetivamente, os segmentos de reta [AC] e [BD]
Matemática IV 35
Geometria no Plano
Demonstração:
mostrar que AM MC e DM MB .
mostrar.
Outras propriedades:
Matemática IV 36
Geometria no Plano
O círculo é formado pela circunferência e pela região plana que esta limita, ou seja,
considerando uma circunferência de centro C e que tenha r por comprimento do raio, o
círculo é o conjunto de pontos do plano cuja distância ao ponto C é inferior ou igual a r.
Matemática IV 37
Geometria no Plano
- Se uma reta, qualquer que seja, passar pelo centro de uma circunferência e for
perpendicular a uma corda, então bisseta a corda.
- Se uma reta, qualquer que seja, passar pelo centro de uma circunferência e bissetar
uma corda, então é perpendicular à corda.
Exemplos:
Matemática IV 38
Geometria no Plano
Matemática IV 39
Geometria no Plano
Exemplos:
Matemática IV 40
Geometria no Plano
Uma reta tangente a uma circunferência num ponto A, é perpendicular ao raio [AC],
sendo C o centro da circunferência.
Diz-se que um polígono está inscrito numa circunferência (ou que uma
circunferência está circunscrita a um polígono) quando todos os vértices do
polígono são pontos da circunferência; o centro desta circunferência diz-se o
circuncentro do polígono.
Exemplo:
O pentágono [PQRST] está inscrito na circunferência de centro C, por sua vez, a
circunferência de centro C está circunscrita ao pentágono [PQRST]. O ponto C é o
circuncentro do pentágono.
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Geometria no Plano
Diz-se que um polígono está circunscrito a uma circunferência (ou que uma
circunferência está inscrita num polígono) quando todos os lados do polígono são
tangentes à circunferência; o centro desta circunferência diz-se o incentro do
polígono.
Exemplo: O hexágono [MNOPQR] está circunscrito à circunferência de centro C, por sua
vez, a circunferência de centro C está inscrita no hexágono [MNOPQR]. O ponto C é o
incentro do hexágono.
Exemplo:
O segmento [CS] é um raio do pentágono regular [PQRST].
O segmento [CA] é um apótema do pentágono regular [PQRST].
Matemática IV 42
Geometria no Plano
Matemática IV 43
Geometria no Plano
Podemos assim concluir que qualquer que seja o quadrilátero, a soma das
medidas de amplitude dos seus ângulos internos é sempre 360º 2 180º .
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Geometria no Plano
Quantos?
1) N.º de lados: 5
N.º de diagonais: 2 = 5 – 3
N.º de triângulos: 3 = 5 - 2
Soma das medidas de amplitude dos ângulos internos: 3 180º 540º .
2) N.º de lados: 6
N.º de diagonais: 3 = 6 – 3
N.º de triângulos: 4 = 6 - 2
Soma das medidas de amplitude dos ângulos internos: 4 180º 720º .
Se continuarmos com este processo para polígonos com um número diferente de lados,
concluímos que se um polígono tiver n lados, existem n – 3 diagonais partindo de cada
vértice e portanto n – 2 triângulos.” Assim:
Matemática IV 45
Geometria no Plano
MEDIR é comparar.
Imagine que tem 8 linhas com o mesmo comprimento e que, com o auxílio de alfinetes
ou pioneses, constrói cada uma das seguintes linhas poligonais fechadas:
Dizemos que estes polígonos têm o mesmo perímetro (do grego: peri (contorno) +
metron (medida)).
Matemática IV 46
Geometria no Plano
O perímetro não depende do número de lados do polígono. Como se pode observar nos
polígonos anteriores podem existir polígonos com número diferente de lados e
que têm o mesmo perímetro.
Matemática IV 47
Geometria no Plano
Duas figuras que têm a mesma área dizem-se equivalentes. Duas figuras
equivalentes não são necessariamente geometricamente iguais.
Matemática IV 48
Geometria no Plano
Quadrados
A(Q) l l l 2
Matemática IV 49
Geometria no Plano
Retângulos
b
Paralelogramos
NOTA: Num paralelogramo se escolhermos um dos seus lados para base (por exemplo
[AB]), chamamos altura (relativa àquele lado) ao segmento perpendicular com
extremidades na base e no lado oposto (por exemplo [CE] para a base [AB]).
Matemática IV 50
Geometria no Plano
Triângulos
1
A([ ABC ]) AB h ,
2
NOTA: Num triângulo, se escolhermos um lado para base (por exemplo, [AB]),
chamamos altura do triângulo (relativa ao lado [AB]) ao segmento perpendicular à base
que une o vértice oposto à base (que une C à base).
Matemática IV 51
Geometria no Plano
Trapézios
Então,
Chamando, como habitualmente, bases do trapézio aos dois lados paralelos e altura a
qualquer segmento de reta perpendicular às bases e com origem numa e extremidade
noutra, podemos dizer que:
Matemática IV 52
Geometria no Plano
1
A 6 l med.apótema ,
2
com l a medida do comprimento do lado do hexágono.
1
n l med.apótema ,
2
Matemática IV 53
Geometria no Plano
P
,
d
com 3,14 .
Logo, pode afirmar-se que a medida do perímetro de uma circunferência é expressa por
P d ou P 2 r ,
Um processo que se pode aplicar para calcular a área do círculo é o cálculo da área por
enquadramento.
Matemática IV 54
Geometria no Plano
Matemática IV 55
Geometria no Plano
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Geometria no Plano
1 1
Ao P r 2 r r r2 .
2 2
Isto é,
Ao r 2 .
Referências
Andrade, J. e Saraiva, M. (2008). Pitágoras até aos nossos dias e o raciocínio visual.
Educação e Matemática, 96, 2-6.
Araújo, P. V. (1998). Curso de Geometria. Lisboa: Gradiva.
Barbosa, J. L. M. (1985). Geometria Euclidiana Plana. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira
de Matemática.
Hilbert, D. (1952). Fundamentos da Geometria, Lisboa: Instituto para a Alta Cultura.
Jacobs, H.(1987). Geometry. New York: W. H. Freeman and Company.
Loff, D. (1991). Polígonos e Pavimentações – uma abordagem elementar. Sociedade
Portuguesa de Matemática, Delegação Regional do Centro.
Loff, D. (1993). Algumas actividades Didácticas para a introdução da Geometria
Euclidiana. Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra: CMUC.
Oliveira, F. (1995). Geometria Euclidiana. Lisboa: Universidade Aberta.
Palhares, P. (coord.) (2004). Elementos de Matemática para professores do Ensino
Básico. Lisboa: Lidel.
Matemática IV 57