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DESASFALTAÇÃO

FEQUI39012 – Introdução à Engenharia de Petróleo e Gás Natural

Prof. Adilson J. de Assis


ajassis@ufu.br

Serviço Público Federal – Ministério da Educação


Universidade Federal de Uberlândia – Faculdade de Engenharia Química
Curso de Graduação em Engenharia Química

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DESASFALTAÇÃO

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DESASFALTAÇÃO
● A destilação a vácuo retira do petróleo boa parte das frações
lubrificantes (de baixa e média viscosidade), porém não consegue
recuperar os cortes mais pesados.
● Frações lubrificantes de alta viscosidade, de grande valor comercial,
encontram-se presentes no resíduo da destilação a vácuo, em
conjunto com resinas e betume asfáltico.
● As condições necessárias para a recuperação dos lubrificantes deste
resíduo por meio da destilação tornam o processo antieconômico.
Deveriam ser usadas pressões extremamente baixas, bem próximas
do vácuo absoluto, o que seria por si só uma impossibilidade.
● Além disso, a temperatura de aquecimento da carga deveria ser
superior a 400 ºC, o que provocaria craqueamento nos destilados,
fazendo com que o rendimento do processo fosse muito baixo.

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DESASFALTAÇÃO
● Descobriu-se contudo, que hidrocarbonetos de baixa massa molar
solubilizam as cadeias parafínicas e isoparafínicas contidas no
resíduo de vácuo, ao mesmo tempo que precipitam as resinas e o
material betuminoso (asfaltenos) → desasfaltação
● A carga que mantêm a unidade de desasfaltação a solvente
(UDASF) é conhecida como resíduo de vácuo (RV), rica em
compostos asfaltênicos, que também existem compostos oleosos.

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DESASFALTAÇÃO
● Assim, essa unidade tem como finalidade recuperar de um
resíduo uma fração mais leve (óleo desasfaltado ou ODES),
separando-a de uma fração mais pesada (resíduo asfáltico ou
RASF).
● Destino do ODES →
(1) carga da unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC) ou do
hidrocraqueamento (HCC), elevando a geração de combustíveis
(2) carga da unidade de lubrificantes → óleos básicos lubrificantes
(origem histórica do método em 1935)
● Destino do RASF → formulação do cimento asfáltico de petróleo
(CAP) ou diluído em correntes mais leves para compor o óleo
combustível
● Aumento da rentabilidade do refino

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DESASFALTAÇÃO
Evolução da composição das frações residuais, de acordo com a
análise SARA:

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DESASFALTAÇÃO
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
● Processo de extração líquido-líquido, baseado na diferença de

solubilidade entre as frações de ODES e RASF em um hidrocarboneto


de baixo ponto de ebulição (solvente)
● Emprega colunas de extração em contracorrente

● Extração líquido-líquido: envolvem a separação

de uma fase líquida em duas outras fases, que


são usualmente denominadas extrato
(fase rica em solvente) e rafinado
(fase pobre em solvente)

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO:
diagrama ternário

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Diagrama triangular (curva binodal e
linhas de amarração (tie-lines)).

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Estágio em equilíbrio num processo de extração líquido/líquido. 11


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Extração líquido/líquido em coluna operando de modo contra-corrente 13


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COLUNA DE EXTRAÇÃO

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COLUNA DE EXTRAÇÃO

http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?Itemid=148&id=63 16
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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
● Exemplo: separação do ácido

acético da água usando como


solvente acetato de etila (veja
simulação dessa coluna de
extração líquido-líquido usando
o ChemSep em:
https://www.youtube.com/watch?v=cN9UMM0JUSU
● Nesse processo, após a extração
líquido-líquido há colunas de destilação
para fazer o acerto final da composição

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(óleo desasfaltado)

(resíduo asfáltico)

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DESASFALTAÇÃO
Diagrama esquemático da desasfaltação a propano:

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COLUNA DE EXTRAÇÃO

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COLUNA DE EXTRAÇÃO
● Devido à diferença de densidade entre os dois líquidos (propano =

0,5; resíduo de vácuo = 1,0), estabelece-se um escoamento


contracorrente no interior da torre, o que permite o contato do
solvente com o óleo e a dissolução dos hidrocarbonetos parafínicos
pelo propano.
● De modo a aumentar a eficiência no contato entre os líquidos,

utilizam-se atualmente torres providas de discos rotativos (RDC),


possibilitando maiores rendimentos e melhor qualidade do produto
extraído.
● Próximo ao topo da torre, existem serpentinas de aquecimento, para o

controle da temperatura de extração.

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DESASFALTAÇÃO
RECUPERAÇÃO DO SOLVENTE
● A fase extrato, constituída de óleo desasfaltado e propano, deixa o

topo das torres extratoras para ser enviada à seção de recuperação


de solvente do extrato.
● O sistema de recuperação é feito por torres de “flashes” onde o

propano é progressivamente vaporizado.


● O produto de fundo da torre de vaporização vai em seguida à torre de

retificação, onde, por intermédio de uma injeção de vapor d’água


localizada na base da torre, é eliminada alguma quantidade residual
de propano.

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RECUPERAÇÃO DO SOLVENTE
Sistema de efeito
simples: etapa de
vaporização única

● Plantas atuais é usual usar duplo efeito, primeiro à alta pressão e depois à média pressão,
pois isso diminui o consumo de energia (OPEX) da planta (porém aumenta CAPEX)
● A recuperação do solvente da mistura “RASF + solvente” é similar 23
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● Carga mais parafínica (de menor RC ou resíduo de carbono) → mais facilmente craqueada
no FCC; assim esse parâmetro é importante para qualificar o ODES para craqueamento.
● No caso de produção de lubrificantes todas as propriedades são importantes
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● Carga mais parafínica (de menor RC ou resíduo de carbono) → mais facilmente craqueada
no FCC; assim esse parâmetro é importante para qualificar o ODES para craqueamento.
● No caso de produção de lubrificantes todas as propriedades são importantes
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DESASFALTAÇÃO
ESCOLHA DO SOLVENTE
● O solvente deve ser capaz não só de extrair a fração oleosa

desejada, mas também de controlar o rendimento e a qualidade do


ODES dentro dos limites operacionais
● Solubilidade: medida da quantidade máxima de hidrocarbonetos que

pode ser dissolvida no solvente, em equilíbrio com a fração não


dissolvida, à temperatura e pressão especificadas
● Seletividade: capacidade de produzir um ODES de boa qualidade e

com alto rendimento (ou seja, rejeitar asfaltenos e metais)


● Todos os HC parafínicos de baixa massa molar, desde o propano até

o heptano, em princípio,
poderiam ser usados

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DESASFALTAÇÃO
ESCOLHA DO SOLVENTE

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DESASFALTAÇÃO
ESCOLHA DO SOLVENTE
● Propano: solvente mais utilizado quando o objetivo da unidade é a

geração de cargas para a produção dos óleos básicos lubrificantes


bright stock e cilindro (produção de um óleo de boa qualidade)
→ desvantagem: Tmáx da torre extratora em torno de 82 ºC, pois a TC
do propano é de 96,8 ºC; puro não serve para cargas muito viscosas
● Butano (T = 152,1 ºC): mais adequado para produzir carga da UFCC
C
ou da UHCC (exigência menor na remoção de metais e precursores
de coque)
● N-pentano (T = 196,9 ºC): produz elevado rendimento de ODES,
C
porém com teor de contaminantes maior
● Mistura propano + butanos: aumenta a flexibilidade da unidade em

relação à carga processada

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DESASFALTAÇÃO
PARÂMETROS OPERACIONAIS
● Razão solvente/óleo (solvente/carga):

propano → 6-10 | butano → 5-8 | n-pentano → 3-6


● Temperatura de extração: na desasfaltação → ↑T, ↓solubilidade do

óleo no solvente e ↑seletividade → ↓rendimento de ODES, ↑qualidade


→ ↑T, ↑RASF no fundo da torre
T máx limitado pela TC; T mín manter um bom contato e permitir
escoamento.
Na prática, na entrada da torre:
propano → 55-90 ºC | butano → 90-130 ºC | n-pentano → 165-210
● Pressão: acima da pressão de vapor do solvente, na T operacional

(manter o solvente na fase líquida)

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