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Resumo
O artigo objectiva analisar os tipos de uso e ocupação do solo no Município de Tete aplicando os Sistemas de
Informação Geográfica e especificamente: identificar as classes do uso e ocupação do solo do Município de Tete,
comparar os diversos cenários de uso e ocupação do solo, verificar a adequabilidade de uso e ocupação do solo, e
elaborar o mapa de uso e ocupação do solo do Município de Tete, quanto aos objectivos é uma pesquisa do tipo
explicativa. No entanto para a identificação de classes de uso e ocupação do solo no Município de Tete, foi
mediante a utilização das geotecnologias, onde a base de dados foi gerada através da carta topográfica escala
1:50.000, cuja nomenclatura é Cidade de Tete, SD-36/Q-III-NO, 1434 C1 Folha n° 345, produzida pela Direcção
Nacional de Geografia e Cadastro (DINAGECA) do Governo de Moçambique. Todos os procedimentos foram
realizados no ambiente de geoprocessamento (SIG), no software ArcGIS 10.3. e QGIS 3.0, Para o levantamento
das informações naturais da área (corredores de água, rios, vegetação e solos) e culturais (aeroporto, estradas,
áreas construídas, campos agrícolas e áreas de pastagem) foi utilizada a imagem de satélite LANDSAT 8 do dia
25 de Agosto de 2018, disponibilizada gratuitamente pelo site da NASA-USGS (http://earthexplorer.usgs.gov/),
com resolução espacial de 30 metros e a composição colorida RGB (Red, Green e Blue).
Palavras-chave: SIG, uso e ocupação do solo, geoprocessamento, análise espacial.
1
Licenciado em Geografia com habilidades em História pela UP – Universidade Pedagógica – Delegação de
Tete. E-mail: gulambondo@gmail.com
2
PhD em Geografia na UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Mestrado em Solos
e Qualidade de Ecossistemas na UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Licenciado em Ensino
de Geografia pela UP – Universidade Pedagógica de Moçambique. É docente do curso de Geografia na
Universidade Púnguè – Extensão de Tete, afecto ao Departamento de Ciências da Terra e Ambiente. E-mail:
ribeviva@gmail.com
3
Mestrado em Planeamento e Desenvolvimento Comunitário UCM – Universidade Católica de Moçambique.
Licenciado em Ensino de Geografia pela UP – Universidade Pedagógica – Delegação de Nampula. É docente do
curso de Geografia na Universidade Púnguè – Extensão de Tete, afecto ao Departamento de Ciências da Terra e
Ambiente. E-mail: adelitobernardo@gmail.com
(http://earthexplorer.usgs.gov/), with 30-meter spatial resolution and RGB color composition (Red, Green and
Blue).
Keywords: GIS, land use and occupation, geoprocessing, spatial analysis.
Introdução
A aplicação dos sistemas de informação geográfica, no contexto de análise do uso e
ocupação do solo, auxilia a compreensão das dinâmicas ambientais, dos actos administrativos
e económicos, além de servir como instrumento essencial de levantamento e conhecimento
actualizado do uso e ocupação do solo numa dada região.
A aplicação de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) facilita a maneira de como o
uso do solo pode ser monitorado, pois técnicas relativamente simples podem fornecer
informações que permite a avaliação pontual e temporal, reparação e readaptação dos usos, a
um custo aceitável. Uma questão importante na adopção das técnicas de SIG para o
planeamento do uso do solo é a actividade agrícola (PELEGRIN, 2001).
De acordo com Batty (2007), hoje em dia, os SIG são considerados ferramentas
essenciais para um planeamento urbano efectivo, pois são a melhor ferramenta para se lidar
com qualquer tipo de problema que esteja relacionado ao espaço.
Portanto o levantamento do uso e ocupação do solo tornou-se um aspecto de interesse
fundamental para a compreensão do nível de organização do espaço/solo. Neste contexto
segundo IBGE (2013) o levantamento sobre a cobertura e o uso da Terra comporta análises e
mapeamentos e é de grande utilidade para o conhecimento actualizado das formas de uso e de
ocupação do espaço, constituindo importante ferramenta de planeamento e de orientação à
tomada de decisão.
Em Moçambique, instituições públicas e privadas utilizam dados espaciais e não-
espaciais para suportar seus processos de tomada de decisão, neste sentido, com o acelerado
crescimento dos municípios no país, gera diversas demandas de uso e ocupação do solo.
Assim sendo, para Oliveira et al. (2013) o espaço geográfico resulta da
construção/reconstrução produzida pela sociedade que, mediante o trabalho, transforma a
natureza, isto é, produz espaço. Este espaço é dinâmico produzido pelas forças dialécticas da
natureza e da sociedade e reflecte-se no uso e ocupação das Terras.
Nesta perspectiva, Rocha (2000), alude que caracterização do uso e ocupação do solo
fornece uma infinidade de informações sobre o espaço em questão, as quais devem ser
avaliadas, integradas e armazenadas, sendo o geoprocessamento, uma tecnologia eficiente na
integração de várias ferramentas, dados e programas.
No entanto, para a identificação de classes de uso e ocupação do solo no Município de
Tete, foi mediante a utilização das geotecnologias, onde a base de dados foi gerada através da
carta topográfica escala 1:50.000, cuja nomenclatura é Cidade de Tete, SD-36/Q-III-NO, 1434
C1 Folha n° 345, produzida pela Direcção Nacional de Geografia e Cadastro (DINAGECA)
do Governo de Moçambique.
APLICAÇÃO DO SIG
De acordo com Sener et al. (2010), diversas áreas utilizam o SIG para analisar,
interpretar e representar o mundo geográfico e para compreender o comportamento espacial
segundo suas perspectivas. Ou seja, há neste uma ampla aplicação e funcionalidades (Ribeiro,
2011), o que acaba por ter uma grande influência no processo de tomada de decisões e nas
análises espaciais para a localização de diversos empreendimentos.
Os SIG possuem uma gama ampla de aplicações, que costumam buscar o
preenchimento dos cincos Ms (Management), mapeamento, medição,
monitoramento, modelagem e gerenciamento. Os campos de aplicação do SIG
estabelecidos há mais tempo são: os militares; governos; ensino e serviços de água e
energia.
Seu uso em diversos campos é sustentado por uma gama ampla de motivos, mas é
possível identificar diversos temas em comum, sendo os escopos dessas aplicações
relacionados dentro de quatro domínios: governo e serviços públicos; planeamento de
comércios e serviços; logísticas e transporte e meio ambiente (LONGLEY et al., 2013).
No domínio do governo e serviços públicos, o SIG pode ser aplicado para critérios
como desenvolvimento económico, habitação, infra-estrutura, saúde, serviço social,
segurança pública, planeamento do uso da terra, monitoramento ambiental, entre
outros. Em planeamento de comércios e serviços o SIG é amplamente utilizado para
pesquisa de mercado imobiliário, localização de serviços, distribuição de bens e
serviços e também para a localização de novas lojas. Em logística e transporte,
aborda a expedição e o transporte de bens, transporte de pessoas de um lugar para o
outro, como também, infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias,
procurando pela optimização ou concepção de soluções. O meio ambiente foi uma
forte força motivacional no desenvolvimento dos primeiros SIG, sendo que as
aplicações ambientais constituem o objecto de muitos estudos sobre o sistema. Há
diversas aplicações para o meio ambiente, tais como: expansão urbana
descontrolada, desmatamento, diminuição dos impactos ambientais pelo
planeamento espacial, uso e ocupação da terra. Resumindo, sua gama de aplicação é
diversificada para as questões ambientais4.
As aplicações do SIG incluem (Elias, 2005):
Uso do Solo: identificação dos diferentes usos do solo e classes de cobertura;
Mapeamento da vegetação: utilizando o sensoriamento remoto para gerar informações
sobre a distribuição da vegetação do solo;
4
LONGLEY, et al., 2013
Mapeamento da geomorfologia: é feita a discriminação das unidades de paisagem e as
unidades de mapeamento são baseadas na litologia, no relevo, no padrão de drenagem,
na vegetação natural e no uso da terra, juntamente com os elementos de imagem
associados;
Geologia e Hidrologia: interpretação preliminar de imagens de satélite para a
demarcação dos limites litológicos, delineamentos, e caracterização das diferentes
unidades geomórficas.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado no Município de Tete, na Província de Tete em Moçambique,
localiza-se nas margens do vale do Rio Zambeze, a mais de 200 km da costa moçambicana do
Índico, inserido num planalto situado a 500 metros de altitude. Com suas coordenadas
geográficas de latitude 16º 14' 52'' S e longitude 33º 39' 23'' E.
DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Todos os procedimentos foram realizados no ambiente de geoprocessamento (SIG), no
software ArcGIS 10.3.e QGIS 3.0, como já referido pelo autor acima, com isto, foi utilizada a
imagem de satélite LANDSAT 8 do dia 25 de Agosto de 2018,disponibilizada gratuitamente
pelo site da NASA-USGS (http://earthexplorer.usgs.gov/), com resolução espacial de 30
metros e a composição colorida RGB (Red, Green e Blue), com as bandas 1, 2 e 3, obtida
através da ferramenta Windows, Image Analysis, Processing, Composite Bands e salvar.
Portanto, depois do trabalho de recolha de dados que concernem as classes de uso e
ocupação do solo, confrontou-se estas informações com informações obtidas a partir da
imagem do software Google Earth Pro e seguiu-se a sua identificação detalhada.
Posteriormente, procedeu-se à identificação manual das propriedades básicas (classes
de usos da terra) através das ferramentas Customise, Toolbars, Image Classification, Training
Sample Manager, Draw, onde foram feitos os levantamentos sobre os tipos de uso e ocupação
do solo, depois na ferramenta Classification, Maximum Likelihood Classification, onde foram
criados os shapefiles.
Portanto, como ilustra o mapa que se segue, as áreas de uso e ocupação do solo no
Município de Tete, foram confrontados e que estão de acordo com o trabalho de campo feito
pelo proponente do da pesquisa. Pode-se observar no mapa, propriedades básicas, tais como:
aeroportos, áreas de uso especial, área industrial, armazém e estaleiros, área urbanizada, área
semiurbanizada, área não urbanizada, área inundável, agricultura, rios, corredores de água,
estradas primárias e secundárias, solo exposto, savana de Embondeiro, pastagem, floresta
nativa, savana arbórea arbustiva, afloramento rochoso e o vale do Nhartanda.
Aqui referir que, cada uma das propriedades básicas é influenciada por alguns factores
e elementos naturais e artificiais, o exemplo de área inundável, agricultura, rios, corredores de
água, solo exposto, savana de Embondeiro, pastagem, floresta nativa, savana arbórea
arbustiva, afloramento rochoso e o vale do Nhartanda, são influenciadas por factores e
elementos naturais, tais como: relevo, continentalidade, vegetação, clima (temperatura,
humidade, e precipitação), e geomorfologia. Uma vez que, propriedades, como: aeroportos,
áreas de uso especial, área industrial, armazém e estaleiros, área urbanizada, área
semiurbanizada, área não urbanizada, estradas primárias e secundárias, são influenciadas
elementos artificiais que advêm da tomada de decisões dos órgãos que tutelam no Município
de Tete, que são responsáveis pela identificação, estruturação dos tipos de uso e
ocupação/cobertura do solo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. Para a identificação de classes de uso e ocupação do solo no Município de Tete, foi
mediante a utilização das geotecnologias, onde a base de dados foi gerada através da
carta topográfica escala 1:50.000.
2. Nesta senda, no que concerne as Zonas de Protecção Parcial (ZPP) consideraram-se as
distâncias de 100 m para rios e nascentes, 30 e 15 m para estrada primária e secundária
respectivamente, os procedimentos empregues para a delimitação das ZPP
obedeceram os critérios da legislação vigente em Moçambique, o Artigo 8 da Lei nº
19/97 De 1 de Outubro (MINAP, 1997).
3. Portanto, para a quantificação dos cenários de uso e ocupação do solo em termos
numéricos e héctares, foi necessário os seguintes passos clica-se no Data com o botão
direito do Mouse, OpenAtributeTable, TableOptions, AddField, colocar o nome área,
Type, Float, FieldProprerties e ok.
4. No entanto, todos os procedimentos foram realizados no ambiente de
geoprocessamento (SIG), no software ArcGIS 10.3. e QGIS 3.0, para o levantamento
das informações naturais da área foi utilizada a imagem de satélite LANDSAT 8 do
dia 25 de Agosto de 2018, disponibilizada gratuitamente pelo site da NASA-USGS
(http://earthexplorer.usgs.gov/).
BIBLIOGRAFIA
BATTY. M. Apresentação. In: ALMEIDA, C. M.; CÂMARA, G.; MONTEIRO, A. M. V.
(Org.).
Geoinformação em urbanismo: cidade real x cidade virtual. São Paulo: Oficina de Textos,
2007.
Costa, T.C. e C. da.; Souza, M.G. de.; Brites, R.S. Delimitação e caracterização de áreas de
preservação permanente, por meio de um sistema de informações geográficas (SIG). In: VIII
Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 1996, Salvador. p.121-127, 1996.
ELIAS, M. 2005. GIS and Remote Sensing for Natural Resource Surveyand Management.
Global Scan Technologies. Dubai, 2005.
IBGE, Manual Técnico de uso da Terra. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. 171 p. (Manuais
técnicos em Geociências, n. 7).
LONGLEY, P. A.; GOODCHILD, M. F.; MAGUIRE, D. J.; RHIND, D. W. Sistemas e
Ciência da Informação Geográfica. 3. ed. Porto Alegre: Bookman. 540p. 2013.
Oliveira, A. S.; Reis. C. H. Evolução do uso e Ocupação das Terras da Região Norte
Fluminense entre as Décadas de 1980 e 2010. In.: Anais do XV Simpósio Brasileiro de
Geografia Física Aplicada: Uso e Ocupação da Terra e as Mudanças das Paisagens. Vitória
(ES), 8 a 12 de julho de 2013. Departamento de Geografia. CCHN.UFES.
Pelegrin, L. A. Técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento aplicadas ao
mapeamento do uso do solo: a Bacia do Rio Pará como um exemplo. 2001. 109p. Dissertação
(Mestrado em Análise Espacial) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG. 2001
http://earthexplorer.usgs.gov/).<Acesso: 25 de Agosto de 2018>
http://www.diva-gis.org.<Acesso: 3 de Agosto de 2018>.