Professional Documents
Culture Documents
Introdução
O Brasil é reconhecido internacionalmente como o país do futebol e do carnaval. Porém, temos
um outro produto também genuinamente nacional: “o jeitinho brasileiro”, que é maneira, muitas
vezes não ética, de sempre se arrumar uma solução ou desculpa para tudo.
Às vezes temos o mesmo comportamento também quando se trata de realidades espirituais. Nós
nos comportamos como se alguma desculpa ou “jeitinho” pudesse nos justificar diante de Deus.
No entanto, a Bíblia não deixa nenhuma dúvida para a realidade de que diante de Deus ninguém
poderá se desculpar ou dar um jeitinho. Vejamos quais são as razões para esse ensinamento
bíblico.
Isso por si só já seria motivo mais do que suficiente para nos ocuparmos com o trabalho
evangelístico e missionário. Se pesar sobre nós a consciência de que todos aqueles que não
conhecem o evangelho de Jesus Cristo estão debaixo da ira de Deus, sentiremos a urgência e a
necessidade de anunciarmos do poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Professar o Cristianismo e sentir segurança espiritual por causa do conhecimento, pode ser muito
perigoso. Aos olhos de Deus alguém que procede desse modo não é nem um pouco menos
culpado do aquele que pratica o paganismo deliberadamente.
II. Por que todos são culpados?
Paulo já havia mencionado várias razões por que tanto gentios como judeus são culpados.
Porém, para não haver qualquer tipo de questionamento ele cita alguns trechos do Antigo
Testamento (Rm 3.10-18), onde é expressamente declarada o motivo para toda a humanidade
estar debaixo da ira de Deus.
É interessante observar que o próprio apóstolo Paulo se inclui nessa lista quando diz: “temos nós
qualquer vantagem?”. Isto mostra que nem o apóstolo Paulo confiava em méritos próprios como
garantia da sua salvação.
O quadro é muito real e não deixa dúvidas: “a garganta deles é sepulcro aberto; com a língua,
urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldade e de
amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e
miséria; desconheceram o caminho da paz” (Rm 3.13-17). Aqui, Paulo cita algumas atitudes e
órgãos do nosso corpo que, em vez de glorificarem a Deus e servirem o próximo, servem para
desonrar a Deus e ferir o semelhante. Todas essas práticas, em menor ou maior grau, só nos
fazem culpados e merecedores da ira de Deus.
c. A universalidade do pecado
Por último, utilizando-se das próprias Escrituras do Antigo Testamento, Paulo aponta para a
universalidade do pecado. Elas dizem que “não há justo, nem um sequer, não há quem entenda,
não há quem busque a Deus; todos se extraviaram (…); não há quem faça o bem, não há nem
um sequer” (Rm. 3.10-12). Essas citações são mais do que suficientes para provar a
universalidade do pecado.
Diante de tais argumentos, o que devemos fazer é confessar a nossa culpa, nos arrependermos
dos nossos pecados e depositarmos a nossa total confiança e esperança na obra de Jesus
Cristo. O que percebemos também, é que essa concepção do pecado nivela toda humanidade a
um mesmo patamar, não restando assim, nenhum espaço para o orgulho e para qualquer
sentimento de auto-suficiência.
a. Dos gentios
A incapacidade de se autojustificar por parte dos gentios, ou seja, daqueles que nunca
conheceram o evangelho, tem sido apresentado por Paulo desde o princípio da sua carta. As
duas pretensas justificativas foram desqualificadas pelo ensino apostólico.
1. Alegação de ignorância – Desde o início da sua carta, o apóstolo tem declarado que todos os
homens são indesculpáveis diante de Deus (Rm 1.20). Ninguém pode alegar ignorância da
existência de Deus, pois o testemunho divino é claro a toda humanidade. Esse testemunho revela
conhecimento suficiente de Deus para ninguém alegue desconhecimento (Sl 19.1-3; At 14.17; Rm
1.19,20). Se isso não fosse verdadeiro, só nos restaria fazer uma pergunta: se a ignorância salva,
por que Jesus Cristo mandou que o evangelho seja pregado a todas as nações? A atitude não
deveria ser o contrário?
2. Alegação de mérito – Outro argumento que ninguém poderá apresentar diante de Deus, será o do
mérito próprio. Paulo afirma em Romanos 2.1, que aqueles que alegam mérito próprio, praticam
em muitas ocasiões as mesmas coisas que condenam. Jesus não precisará nem do
conhecimento do evangelho para julgar essas pessoas. Apenas o próprio padrão moral que há no
coração será suficiente para condená-los (Rm 2.14,15).
b. Dos judeus
Por último, Paulo destrói qualquer tentativa também por parte dos judeus para se autojustificarem.
O seu objetivo é demonstrar como todos estão debaixo da ira de Deus, por serem igualmente
culpados. Nenhum dos argumentos apresentados seria suficiente. Logo, somente o evangelho é
o meio para que essas pessoas sejam salvas.
Conclusão
Uma das maiores dificuldades que enfrenta o ser humano é reconhecer a necessidade de um
salvador. Ele procura seguir uma religião, busca um líder espiritual e até mesmo alguém que lhe
diga o que fazer. No entanto, crer em Jesus como salvador, é algo que o homem reluta em fazer.
A razão é simples: ninguém reconhece que necessita de um salvador enquanto não sentir o peso
da condenação por causa do seu pecado. Isso requer humilhação, arrependimento e uma entrega
total a Jesus Cristo.
Aplicação
Se Deus lhe perguntasse os motivos pelos quais ele deveria lhe conceder vida eterna, quais
razões você apresentaria?
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, em revista para escola dominical
da série Palavra Viva, com base no livro A Obra Consumada de Cristo, de Francis A. Schaeffer,
da Editora Cultura Cristã. Usado com permissão.