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2019
Edição 1
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Luciana Fiamoncini Frainer
F812l
ISBN 978-85-515-0271-6
CDD 340.14
Impresso por:
Apresentação
A Língua Portuguesa é um universo a ser explorado. Utilizada em
todas as situações do cotidiano, é ela que faz com que sejamos seres sociáveis.
A linguagem é o que nos faz humanos. Este material, Linguagem Jurídica,
trará para você, acadêmico, um pouco mais do que é a língua portuguesa e
de que maneira ela deve ser utilizada no meio jurídico.
Espero que com este material você consiga aprimorar o uso da nossa
Língua Portuguesa adequando-a às mais inusitadas situações da esfera
jurídica. Aproveite-o ao máximo, realize as autoatividades disponíveis e
acesse as referências utilizadas. Assim, você potencializará ainda mais seu
aprendizado.
Cordialmente,
Luciana Fiamoncini Frainer.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS................................1
TÓPICO 1 - ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO.......................................................3
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................3
2 AFINAL, O QUE É COMUNICAR? ................................................................................................3
2.1. O CONCEITO DE COMUNICAÇÃO.........................................................................................4
2.2. QUANDO E COMO SURGIU A COMUNICAÇÃO?..............................................................5
2.3. AS DIFERENTES MANEIRAS DE COMUNICAR...................................................................7
2.3.1 Comunicação verbal..............................................................................................................7
2.3.2 Comunicação não verbal......................................................................................................8
3 OS ELEMENTOS E AS CARACTERÍSTICAS DA (BOA) COMUNICAÇÃO .......................9
3.1. OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO . ................................................................................9
3.2. CARACTERÍSTICAS DA BOA COMUNICAÇÃO E DO BOM COMUNICADOR ...........14
3.3. A EXCELÊNCIA NA COMUNICAÇÃO: COMO CONSEGUI-LA? ....................................17
4 A PALAVRA: MATÉRIA-PRIMA DA LINGUAGEM JURÍDICA.............................................19
4.1. O QUE É A PALAVRA, AFINAL? . ............................................................................................20
4.2. O PODER DAS PALAVRAS.........................................................................................................21
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................24
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................25
VII
4 EXPRESSÃO CORPORAL: PARTE ESSENCIAL DA COMUNICAÇÃO................................60
4.1 SEU CORPO FALA.........................................................................................................................60
4.2 ENFRENTANDO O MEDO..........................................................................................................63
4.3 TÉCNICAS DE RELAXAMENTO................................................................................................64
4.4 DICAS PARA UMA BOA POSTURA NA HORA DE FALAR.................................................65
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................67
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................72
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................73
VIII
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................124
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................126
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................127
IX
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................180
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................183
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................184
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................187
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• saber portar-se quando num discurso, com a consciência de que seu corpo fala;
• utilizar técnicas de relaxamento, bem como dicas para perder o medo de falar
e para ter uma boa postura na hora de falar publicamente.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A comunicação não é algo desenvolvido há pouco tempo, nem menos novo
para nós. Comunicar, mesmo que não através das palavras, é uma habilidade que
já existe há milhares de anos, seja a partir de sinais, de grunhidos ou mesmo da
arte rupestre.
Quando num contexto jurídico, algumas são as regras essenciais para que a
comunicação se estabeleça de maneira eficaz. Para tanto, neste tópico, trabalharemos
o que é a comunicação, seu conceito, quando surgiu e o que é preciso fazer para
tornar-se um bom comunicador. Está pronto? Então, vamos adiante.
3
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Observe a tirinha:
4
TÓPICO 1 | ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO
NOTA
NOTA
Você sabia que as tintas usadas nas pinturas rupestres eram feitas com plantas, flores
coloridas, terra e carvão e tinham uma alta durabilidade? No Brasil, ainda é possível ver os
registros em cavernas de vários estados, mas as mais visitadas são em Minas Gerais e no Piauí.
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TÓPICO 1 | ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO
Vamos lá?
7
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
NOTA
A comunicação oral, por ser imediata (quando não se tratar de uma gravação,
por exemplo), permite ao falante clarear a mensagem, esclarecendo certos mal-
entendidos que podem ocorrer no ato, diferente da escrita, que precisa ser muitíssimo clara
para que o leitor não compreenda mal o que o escritor quis dizer.
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TÓPICO 1 | ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO
Vamos adiante.
DICAS
PRONOMES DE TRATAMENTO.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
FONTE: A autora
Algo que deve ser enfatizado também é o fato de que há, no processo de
comunicação, o uso das FUNÇÕES DA LINGUAGEM. As funções da linguagem
são geradas por cada um dos elementos da comunicação.
O Amor Antigo
• Função Fática: tem por objetivo dar continuidade à conversa. Um dos seus
principais detalhes é a repetição dos termos.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Adiante!
é o foco deste material, também. Trocando em miúdos, para que tenhamos bons
relacionamentos interpessoais, devemos aperfeiçoar nossa conversação, porque a
partir dela podemos tudo ganhar ou tudo perder. Isso é sério, não é?
ATENCAO
Você sabia que de acordo com o site da revista Exame, 57% dos projetos
fracassam por causa da má comunicação entre as partes?
Saber ouvir é tão importante (ou mais) do que saber falar. Buscar falar com
espontaneidade traz um ambiente mais amigável e pode ser uma porta aberta
para negociações ou amizades. Já uma conversa fechada, sem muita abertura,
pode ser o desperdício de uma chance para quem sabe, futuros negócios.
Por mais que pareçam coisas sem importância, pequenos detalhes podem
ser cruciais para causar uma boa impressão (ou não). Ainda de acordo com Maciel
(2016), até mesmo o tom de voz que usamos revela nossa personalidade. Uma voz
firme transmite muito mais confiança do que uma voz trêmula e insegura.
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Maciel (2016, s.p.) nos apresenta algumas dicas para sermos bons
comunicadores, listando o que não devemos fazer quando conversamos. Estas
dicas podem ser usadas em todas as esferas da comunicação. Vamos conhecê-las?
UNI
Outra observação que deve ser levada em consideração e que pode parecer
inofensiva é prestar atenção somente ao que nos interessa. Ouça o que a pessoa
está falando. É extremamente desagradável ouvir ao final da pergunta ou da frase
as expressões “hum?” ou “desculpe?”. É claro que há casos em que realmente a
audição possa ser prejudicada, como em uma festa, um local com muitas pessoas,
mas não se justifica quando estiverem sentados no sofá de sua casa ou na mesa
do escritório. Lembre-se de soltar o celular quando você conversa com as pessoas.
16
TÓPICO 1 | ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO
quem não conhece, evite também ser aquela pessoa que só fala de tragédias, más
notícias ou piadas sem graça.
Maciel (2016) também ressalta que olhar nos olhos das pessoas com quem
se fala demonstra consideração, e, assim como o saber ouvir, faz parte da regra de
que é inaceitável deixar o interlocutor falando sozinho, e isso infelizmente ocorre
muito. Se você olhar no olho, evita distrair-se.
ATENCAO
OUÇA quem está falando com PACIÊNCIA e preste ATENÇÃO no seu interlocutor. Assim,
você não dará nenhuma bola fora.
Gross (2013) elenca algumas dicas de ouro para que possamos ter sucesso
nas negociações a partir da comunicação. A seguir, selecionamos para vocês,
acadêmicos, cinco destas dicas criadas pelo autor. Você perceberá que algumas
delas muito têm a ver com o que já estudamos até agora.
Isso quer dizer que você precisa observar se a pessoa para quem você está
transmitindo a mensagem irá compreender o que você vai dizer. Gross
(2013) ainda ressalta que por mais que isso pareça óbvio, nem todos os
comunicadores estão atentos a isso. Quer ver um exemplo? Quando um
técnico de informática chega à sua casa para resolver um problema com seu
computador e usa termos específicos, você provavelmente terá dificuldades
em entender o que ele quer dizer, não é mesmo? Gross (2013) destaca que
17
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
isso não está atrelado à falta de capacidade, mas sim, à falta de vocabulário
específico ou mesmo de conhecimento técnico.
Olha o que nos aparece novamente? Esta dica de ouro já foi mencionada
anteriormente, em outra seção, não é mesmo? Assim, podemos ter ainda
mais certeza de que a comunicação é eficaz quando o comunicador ouve
com atenção. Ao afirmar que “durante uma conversa, quando você se
silencia e escuta o outro de maneira focada, envia uma mensagem que é
interpretada positivamente pelo receptor: ele me ouve, valoriza as minhas
ideias, respeita e me considera como indivíduo” (GROSS, 2013, p. 44), o
autor desconstrói a percepção comum que as pessoas têm de que quanto
mais elas falarem e expuserem suas ideias, mais poder de influência elas
terão. Resumindo: se você deseja ser um influenciador, deve interagir com
as pessoas, e para isso é preciso fugir de monólogos. Lembre-se da regra do
“OPA”: OUÇA quem está falando com PACIÊNCIA e preste ATENÇÃO no
seu interlocutor.
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TÓPICO 1 | ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO
Estas dicas foram valiosas, não é mesmo? Aproveite cada uma delas e não
as deixe no papel. Coloque-as em prática. Você sentirá a diferença.
Chegamos ao fim da seção 3. Mas ainda temos muito pela frente. Vamos
lá? Fique firme e você aprenderá muitas técnicas interessantes.
Vamos lá.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
DICAS
As Palavras
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
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TÓPICO 1 | ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO
NOTA
Dizer coisas sem pensar é algo comum do ser humano. Quem nunca disse
algo de que tenha se arrependido profundamente logo em seguida? As consequências
geradas por palavras ou expressões mal formuladas podem ser devastadoras,
dependendo da situação em que são proferidas. Além de ofender pessoas, elas
podem afetar relacionamentos e até mesmo levar quem as disse ao fundo do poço
com a perda de empregos ou, no caso da linguagem jurídica, de causas.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Vamos conhecê-los?
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TÓPICO 1 | ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO
É muito comum ouvir a seguinte expressão: “você pode dizer tudo o que
quiser, mas depende da maneira como você fala”. Cuidar com a maneira como as
coisas são ditas não quer dizer que você deva deixar de expressar suas opiniões,
mas sim, que precisa saber como dizer sem magoar ou ofender a outra pessoa.
Você pode fazer uma crítica, por exemplo, ajudando uma pessoa a melhorar ou
colocá-la no fundo do poço apenas a partir da maneira como você diz a mesma
coisa. Lembre-se: o que determina que uma crítica seja construtiva ou destrutiva
é como você a faz. Aqui também entram o tom da voz e o saber silenciar. Nem
sempre a pessoa com quem você vai falar está pronta para ouvir. Por vezes, o
mais sábio a fazer é apenas calar-se.
Até breve.
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• São muitos os significados para a palavra comunicar, mas todos elas têm algo
em comum: a conexão com a sociedade.
24
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – F – V – V.
A – Emissor.
B – Receptor.
C – Canal.
D – Código.
E – Referente.
F – Mensagem.
a) ( ) B – F – C – D – A – E.
b) ( ) B – E – A – C – F – D.
c) ( ) E – A – C – F – D – B.
d) ( ) A – E – C – B – D – F.
25
b) ( ) Para o bem comunicar, não se deve usar imagens em sua apresentação.
c) ( ) Para o bem comunicar, o que é mais importante é a roupa do
comunicador.
d) ( ) Para o bem comunicar, saber ouvir é um dos elementos mais importantes.
a) F – F – V – F.
b) V – F – V – F.
c) F – V – F – V.
d) V – V – F – V.
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UNIDADE 1
TÓPICO 2
O ESTILO JURÍDICO DE
COMUNICAR
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, seja bem-vindo ao novo tópico do seu material de Linguagem
Jurídica. Você já deve ter percebido que nesta primeira unidade trabalharemos
algumas regras gerais da comunicação, para que depois possamos entrar mais
especificamente na linguagem jurídica.
Exemplos de metáfora:
− Aquela cena era um filme de guerra (Aquela cena era como um filme de guerra
– a comparação está subentendida).
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Exemplos de metonímia:
− Ela comprou um Omo® (na verdade, ela comprou sabão em pó da marca
Omo®).
− Ontem eu li Casimiro de Abreu (na verdade, eu li o livro escrito por Casimiro
de Abreu).
Exemplos de comparação:
− Paula é ágil como um foguete.
− Ela é linda que nem a mãe.
− Os garotos jogam tal qual o treinador orientou.
Exemplos de perífrase:
− O rei da selva é feroz (rei da selva = leão).
− Faz frio na terra da garoa (terra da garoa = São Paulo).
Exemplo de sinestesia:
− Ouvi os amargos gemidos de socorro (ouvir – audição; amargo – paladar).
− Senti o cheiro doce do seu perfume (cheiro – olfato; doce – paladar).
− Pude ver as macias nuvens no céu (ver – visão; macias – tato).
Exemplo de sinédoque:
− A mulher é um ser delicado (generaliza as mulheres).
− O baiano adora acarajé (generaliza os baianos).
− Os professores gostam das férias (generaliza os professores).
− O homem é um ser pensante (generaliza o homem).
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TÓPICO 2 | O ESTILO JURÍDICO DE COMUNICAR
Exemplo de alegoria:
− Em terra de cego, quem tem um olho é rei.
− Quem não tem cão, caça com gato.
• Catacrese: Ocorre quando se utiliza uma palavra para nomear outra coisa
porque, para este, não há nome específico.
Exemplo de catacrese:
− Machucou a batata da perna.
− Queimou o céu da boca.
− Quebrou o bico do bule.
Exemplo de antítese:
− Prometo-te ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
− Dias e noites passo me martirizando.
Exemplo de apóstrofe:
− Ei, senhor, aqui está seu chapéu.
− Moça, não se apresse. Ainda está cedo.
• Eufemismo: ocorre quando usamos uma palavra para suavizar um termo que
pode ser desagradável, polêmico ou impactante.
Exemplo de eufemismo:
− Ele partiu desta para uma melhor (ao invés de falar a palavra “morreu”).
− Ela não atingiu a média esperada (ao invés de usar a palavra “reprovou”).
Exemplo de gradação:
− Te darei a mão, um abraço, um beijo, minha vida.
− Nós nascemos, crescemos, evoluímos e morremos.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Exemplo de hipérbole:
− Morri de rir com sua risada.
− Já repeti um milhão de vezes.
Exemplo de ironia:
− Que maravilha! Saiu a energia mais uma vez.
− Parabéns, você conseguiu destruir a festa.
Exemplo de paradoxo:
− Eu sonho acordada com esse momento.
− Este fogo não me queima.
Exemplo de personificação:
− O vento assobiava alegre.
− As árvores choravam pelo calor intenso.
Exemplo de pleonasmo:
− Ela gritou alto seu nome.
− Ele morreu de morte natural.
− O pássaro saiu pra fora assim que abrimos a janela.
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TÓPICO 2 | O ESTILO JURÍDICO DE COMUNICAR
Exemplo de anáfora:
− Eu te amo, eu te quero aqui; eu te odeio, eu quero que partas daqui.
− Ela é guerreira, ela é uma deusa, ela é mulher de verdade.
• Anacoluto: ocorre mais na fala, quando ocorre uma interrupção para antecipar
um termo que seria dito depois, desconectando-o da oração.
Exemplo de anacoluto:
− Mulheres? Ame-as ou deixe-as.
− Eu, quando chego, você me enche de carinho.
Exemplo de zeugma:
− Meu pai gosta de Caetano Veloso, minha mãe, de Roberto Carlos.
− Eu tomo açaí e meu marido, sorvete.
Exemplo de assíndeto:
− Gosto de comer frutas: maçãs, bananas, laranjas, abacaxis, todas.
− Ela dança, canta, desenha, pinta... que mais lhe falta?
Exemplo de polissíndeto:
− Gosto de comer frutas: maçãs e bananas e laranjas e abacaxis e todas.
− Ela dança e canta e desenha e pinta... que mais lhe falta?
Exemplo de hipérbato:
− Cantavam ciranda meus filhos no parque (Meus filhos cantavam ciranda no
parque).
− Tranquila dormia minha esposa (Minha esposa dormia tranquila).
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Exemplo de silepse:
− São Paulo é cheia de mistérios.
− A população chegou agitada e levavam cartazes.
Vamos adiante?
Ainda de acordo com o autor, são comuns, especificamente, três usos que
não soam nada naturais na língua portuguesa. Estes galicismos (usos franceses
trazidos para a língua portuguesa) poderiam ser substituídos por termos de mais
fácil compreensão. São eles:
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TÓPICO 2 | O ESTILO JURÍDICO DE COMUNICAR
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Veja o texto:
Entendeu?
Maciel (2007, s.p.) aponta que a frase é um dos “galhos da árvore textual,
cujo fruto é a comunicação”. Quanto mais longa, mais fácil de quebrar. Utilize esta
analogia também para os textos. As frases curtas permitem melhor concatenação
de ideias, facilitando o ato de escrever (e de ler, com certeza).
34
TÓPICO 2 | O ESTILO JURÍDICO DE COMUNICAR
3. Ser claro: manter uma linha lógica de raciocínio é o que confere coesão ao
texto. Na conclusão, retome brevemente o que foi debatido, assim, a coesão
estará garantida do início ao final.
7. Planejar a escrita do texto: faça um rascunho, crie tópicos com todos os pon-
tos a serem abordados. Na hora de escrever, isso o ajudará a manter o raciocínio.
35
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
15. Revisar: esta é a última, mas não menos importante das dicas. Ela é o
fechamento das boas práticas de escrita jurídica. Deve ser feita depois de
um tempo, para que a leitura não esteja mais tão viciada.
Agora que você já observou estas dicas, podemos ir adiante, pois se você
conseguir levá-las em consideração na hora da escrita, certamente não cairá no
“juridiquês”.
3.2. A RETÓRICA
Acadêmico, você sabe o que é retórica? Vamos iniciar nossa conversa a
partir do que nos diz o próprio Aristóteles.
36
TÓPICO 2 | O ESTILO JURÍDICO DE COMUNICAR
autor afirma que “os retores, com seu agudo senso de publicidade, ofereceram
aos litigantes e aos logógrafos um instrumento de persuasão que afirmavam ser
invencível, capaz de convencer qualquer pessoa de qualquer coisa” (REBOUL,
2000, p. 2).
37
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Esta especificidade, por sua vez, pode dar à linguagem jurídica o título de
prolixa. O que se deve evitar é que o tecnicismo necessário para a compreensão
dos termos se transforme em excessivo requinte ou rebuscamento desnecessário.
Lembre-se, acadêmico: falar muito nem sempre é falar tudo.
Para que usar estas palavras se há, na língua portuguesa, termos mais
atuais e fáceis de compreender? Estes são os populares vícios da linguagem
jurídica.
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TÓPICO 2 | O ESTILO JURÍDICO DE COMUNICAR
DICAS
Para ler ainda mais sobre os vícios da linguagem, acesse o site <https://jus.
com.br/artigos/13581/problemas-da-linguagem-juridica>. Lá você encontrará artigos
interessantes para potencializar ainda mais seu conhecimento.
39
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você estudou que:
40
• No Renascimento, quando os teólogos católicos retomam a filosofia dos
antigos, a retórica volta a ser mencionada.
41
AUTOATIVIDADE
I- Tecnicismo
II- Rebuscamento
III- Prolixidade
42
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
a) ( ) I – II – III.
b) ( ) II – III – I.
c) ( ) I – III – II.
d) ( ) III – I – II.
I- Perífrase
II- Metonímia
III- Metáfora
a) ( ) I – II – III.
b) ( ) II – III – I.
c) ( ) I – III – II.
d) ( ) III – I – II.
43
44
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmicos. Cá estamos novamente para aprendermos um pouco
mais sobre a boa comunicação, não é mesmo?
DICAS
45
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
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TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
• Como era: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
• Como ficou: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
2.2. ACENTUAÇÃO
Quanto à acentuação, observe a tabela (Figura 14).
FIGURA 14 - ACENTUAÇÃO
48
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
2.3. HÍFEN
Quanto ao uso do hífen, observe a tabela a seguir (Figura 15).
FIGURA 15 - HÍFEN
49
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Vamos adiante?
Exemplos:
Regras específicas:
50
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
Neste caso, com os pronomes indefinidos neutros nada, algo, muito, tanto
+ a preposição “de”, o adjetivo deve ficar no masculino e no singular.
51
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
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TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
Regra geral: o verbo deve concordar com seu sujeito em pessoa e número.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Com elementos ligados por ou: caso a conjunção crie uma relação de
exclusividade, o verbo fica no singular.
b) Verbo com o pronome apassivador “se”: neste caso o verbo concorda com o
sujeito.
c) Verbo que indica indeterminação do sujeito: neste caso, o verbo deve ficar na
terceira pessoa do singular. A indeterminação do sujeito ocorre quando não se
sabe quem é o sujeito da oração.
− O arquipélago é lindo.
− A alcateia atacou as galinhas.
f) Porcentagem:
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TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
Neste caso, quando o sujeito for composto por nomes próprios, o verbo
fica no plural quando esse nome vier precedido de artigo plural. Se não, fica no
singular.
E
IMPORTANT
55
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
ATENCAO
Seria inviável para nós listarmos todos os nomes e suas regências, portanto, é
de suma importância consultar um bom dicionário no caso de alguma dúvida.
SUBSTANTIVOS
Devoção a, para, com,
Admiração a, por Medo de
por
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Dúvida acerca de, em,
Atentado a, contra Ojeriza a, por
sobre
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Respeito a, com, para
Capacidade de, para Impaciência com
com, por
ADJETIVOS
Acessível a Entendido em Necessário a
Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a
Agradável a Escasso de Paralelo a
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
56
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
ADVÉRBIOS
Longe de
Perto de
ATENCAO
57
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
ATENCAO
a) Assistir:
b) Chegar:
c) Custar:
d) Obedecer:
e) Proceder:
f) Visar:
58
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
g) Esquecer:
h) Querer:
i) Aspirar:
j) Informar:
k) Ir:
l) Implicar:
m) Morar:
59
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
n) Preferir:
o) Simpatizar:
p) Chamar:
q) Pagar:
60
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
DICAS
O site Universia lista 20 indicadores que podem ajudar você e devem ser
observados quando você se comunicar. Vamos conhecê-los?
1. Proximidade: para saber se uma pessoa está confortável com você, basta reparar na
proximidade física que ela mantém. Sente-se perto, esbarre levemente ou toque o
braço despretensiosamente e observe como ela reage.
2. Olhar para baixo: quando uma pessoa olha constantemente para baixo quando
conversa, ela não está confortável: ou está com vergonha, ou desconfortável ou ainda
triste. Atente: o olhar desviado para baixo em uma relação jurídica pode indicar que a
pessoa não está sendo sincera ao falar.
4. Pernas inquietas: da mesma maneira que as mãos, pernas se movendo, batendo o pé,
cruzando e descruzando freneticamente também mostram impaciência (ou a pessoa
está apurada para ir ao banheiro fazer suas necessidades fisiológicas). Pergunte se
está tudo bem e se ela precisa ir ao toalete ou beber água antes de prosseguir com a
conversa. Às vezes, o nervosismo pode fazer essas coisas.
5. Mãos na cintura: indica que a pessoa está ou muito brava ou realmente a paciência
acabou. Este é um dos sinais para os quais se deve estar mais atento.
7. Segurar as mãos atrás das costas: este é um dos mais difíceis sinais a serem lidos.
Ele pode demonstrar respeito, poder ou ainda insubordinação. Neste caso, é preciso
prestar atenção aos outros sinais para conseguir diferenciar o significado deste.
61
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
8. Mãos fechadas como punhos: isso indica raiva, frustração. É um sinal violento e
intimidador. Ao discutir ou confrontar com pessoas que estejam com os punhos
cerrados, certifique-se de que você está seguro, pois a conversa pode não dar certo.
9. Tocar: significa, na maioria das vezes, que a pessoa está confortável com você.
10. Braços cruzados: este sinal demonstra irritação (especialmente quando acompanhado
de pernas cruzadas) ou desconforto. Quando visto dessa maneira, geralmente é uma
maneira de “abraçar-se” ou confortar-se.
11. Olhar para cima de felicidade: quando em um momento de felicidade, o ato de olhar
para cima é atribuído a alívio, e demonstra felicidade por conquistar algo que os alivia. É
uma forma de agradecer a Deus. Observe, por exemplo, um jogador após fazer um gol.
12. Levantar os olhos e as sobrancelhas: surpresa é a palavra que resume este movimento.
Esta surpresa pode ser positiva, como uma notícia boa, por exemplo, ou negativa,
quando a pessoa fica chocada com algum acidente, por exemplo.
13. Procurar em volta por algo melhor a fazer: isso claramente demonstra tédio. Olhar
em volta, como se procurasse por algo para fazer, ou começar a rabiscar com uma
caneta, nem sempre é uma ação consciente, mas demonstra que a pessoa não está
interessada no assunto.
14. Pisotear: o popular “bater os pés” indica irritação. É mais comum nas crianças, mas
adultos pisoteiam de uma maneira mais “discreta”, andando de um lado para o outro
com firmeza, por exemplo.
15. Limpar a garganta: ansiedade ou nervosismo são os principais sinais de quem limpa
a garganta em situações que não sejam uma faringite ou uma gripe. Vamos a um
exemplo: quando um comediante faz uma piada e o público não ri, é comum que ele
limpe a garganta, como se tentasse desviar a atenção do recente ocorrido.
16. Projetar o peito para frente: esta é uma característica inconsciente que copiamos dos
animais. Os homens projetam o peito para frente como forma de intimidar o outro,
parecendo mais fortes. Também na conquista, quando o homem projeta o peito para
frente quando encontra uma mulher é porque ele se sentiu atraído por ela.
17. Observe como você anda: seu jeito de andar diz muito sobre você. Pessoas que
andam com uma postura torta, curvada para baixo, mostram depressão. Pessoas que
andam com o queixo reto são geralmente bem resolvidas e pessoas que caminham
com o nariz levemente voltado para cima são, geralmente, arrogantes.
18. Fechar os olhos: pode demonstrar frustração, irritação e impaciência. Também pode
ser um sinal de que a pessoa está analisando seus pensamentos para lidar com os
problemas.
19. Esfregar os olhos: esta ação pode mandar mensagens misturadas. O cansaço é o
principal deles, mas dependendo da situação, pode ser caracterizada como desgosto
ou desconforto.
20. Encarar, há duas razões pelas quais as pessoas costumam encarar: atração ou
dominância. Se você está encarando alguém e a pessoa responde ao olhar, o primeiro
a quebrar o contato visual é o menos dominante.
FONTE: <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2013/05/28/1026612/ilustraces-os-
20-indicadores-mais-populares-da-linguagem-corporal.html>. Acesso em: 01 dez. 2018.
62
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
• Mantenha o foco: esta é uma das mais difíceis estratégias quando se está em
pânico, mas quando dominada, é a mais eficaz. Quando estamos com medo,
a mente se fixa no que é assustador, por exemplo, no coração disparado, na
sensação de desmaio, na dor de barriga. Quando estas sensações são focalizadas,
elas tendem a aumentar. Para acabar com isso, tente esquecer e repita para si
mesmo: “eu estou indo muito bem, eu consigo fazer isso com sucesso”.
63
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
• Aqueça sua voz: isso prepara as pregas vocais para melhor desempenho e
previne que você as machuque. Para aquecer a voz, existem inúmeros exercícios,
mas estes são os mais básicos e fáceis. Para fazê-los, mantenha-se com as costas
eretas. Exercício 1: inspire e solte o ar lentamente, como uma baforada ou um
“A” sussurrado, até o ar acabar. Exercício 2: Inspire e crie uma vibração com a
língua, pronunciando o som “rrrrrrrr”. Solte o ar dos pulmões até que acabe.
Exercício 3: Inspire e crie o som “zzzzzzzzzz”. Solte o ar dos pulmões até acabar.
Estes exercícios podem ser repetidos quantas vezes forem necessárias.
• Treine sua dicção: aqui, uma boa dica (e simples) é fazer leituras em voz alta
em frente ao espelho e articular exageradamente os movimentos. Assim, os
músculos trabalham em prol da articulação das palavras.
64
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
• Relaxe seu corpo: alongue-se, movimente a cabeça para os lados, para trás e
para frente, faça caretas com os músculos do rosto, estique-se.
Prieto (2014) menciona alguns itens que precisam ser observados para que
você possa potencializar ainda mais sua capacidade comunicativa:
• Hidrate-se.
• Evite beber leite, comer chocolates e beber refrigerantes antes de falar por
longos períodos. Essas bebidas aumentam a secreção da garganta.
65
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
• Disfarce o tremor das suas mãos. Se não houver uma caneta ou um passador
de slides para segurar, apoie as mãos na mesa, na cadeira ou no microfone.
• Peça críticas construtivas. Peça para que um amigo de confiança assista sua
apresentação e relate depois o que é preciso corrigir.
• Mulheres: evitem usar pulseiras que façam barulho quando mexer os braços.
Isso, além de ser deselegante, tira a atenção dos ouvintes.
Com estas dicas de postura, certamente você se sairá muito bem enquanto
comunicador, seja qual for a área de atuação. Nos vemos na Unidade 2.
66
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Faça como Steve Jobs. Veja abaixo as 11 lições que ele ensina para fazer
uma apresentação de sucesso, uma apresentação que seja a diferença, que atraia
futuros consumidores e que faça com que os mesmos se tornem clientes da
empresa.
67
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
A plateia quer ser informada sobre o seu produto, ensinada sobre como
ele funciona e entretida enquanto aprende sobre ele. As pessoas querem saber a
resposta para a seguinte pergunta: “Por que eu devo me interessar?”.
3) Simplicidade
O seu discurso também tem que ser simples. Jobs escolhe cuidadosamente
as suas palavras para descrever um produto. Ele substitui frases longas por
citações, as quais facilmente poderiam ser inseridas em um post do Twitter. Desta
forma, as frases são simples e fáceis de serem lembradas.
4) Use imagens
Você precisa ter confiança para expor suas ideias utilizando imagens ao
invés de palavras. Você deve, então, transmitir sua mensagem perfeitamente. Jobs
transmite suas ideias de maneira simples, clara e confiante, e essa é a diferença
entre Steve e milhões de comunicadores comuns.
68
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
Como foi possível ver até agora, Jobs fala de uma maneira simples, clara e
direta, isenta de jargão e complexidade. Ele escolhe palavras que são divertidas,
tangíveis e incomuns.
6) Compartilhe o palco
Nosso cérebro não presta atenção em coisas chatas, ele deseja variedade.
Divida o palco com convidados, com pessoas capazes de explicar de forma
mais eficaz sobre uma etapa do funcionamento de um produto. Isso somará
credibilidade e entusiasmo à apresentação.
69
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO: A BASE DAS PRÁTICAS JURÍDICAS
Quando Jobs apresentou o novo iPod, ele tinha uma única mensagem-
chave: ele põe mil músicas em seu bolso.
9) Presença de palco
Steve Jobs possuía uma presença de palco impressionante. Sua voz, seus
gestos e sua linguagem corporal comunicavam autoridade, confiança e energia.
As palavras que ele empregava para descrever um produto são importantes
de se observar, assim como a maneira como se expressava. Ele destacava as
palavras-chave em cada parágrafo, fazia gestos expansivos para complementar
sua expressão vocal.
Jobs era capaz de estabelecer um contato visual firme com seus espectadores
porque ensaiava suas apresentações. Assim, ele sabia exatamente o que havia em
cada slide e o que dizer no momento em que ele aparecia. Quanto mais ensaiava,
mais incorporava o conteúdo e, assim, mais fácil e firme ficava a sua conexão com os
ouvintes. Outro detalhe para manter o contato visual com a plateia é elaborar slides
70
TÓPICO 3 | REGRAS PARA A BOA COMUNICAÇÃO
Gestos com as mãos: enfatize uma palavra ou frase com algum gesto que
as complemente. Evite permanecer com os braços parados ao lado do corpo, pois,
desta forma, você parecerá rígido, formal e, até mesmo, um pouco esquisito.
Utilizar gestos com a mão enfatiza um pensamento, esclarecendo-o. Utilize gestos
com as mãos para enfatizar suas ideias, porém tenha cuidado para que os gestos
não pareçam robotizados. Seja espontâneo e autêntico, evitando copiar gestos de
outros comunicadores.
b) Pausas: utilize pausas para que não pareça que você está tentando despejar o
conteúdo rapidamente na apresentação. Faça pausa para que a sua mensagem
seja absorvida pela plateia.
FONTE: <http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/como-steve-jobs-nos-ensina-a-
ser-um-bom-comunicador/92224/>. Acesso em: 29 nov. 2018.
71
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com
o seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma preposição.
Na regência verbal os termos regidos são o objeto direto (sem preposição) e o
objeto indireto (preposicionado).
72
AUTOATIVIDADE
73
74
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você estará apto a:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de ensino está dividida em três tópicos. No decorrer da uni-
dade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
75
76
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A leitura, a interpretação e, consequentemente, o entendimento de textos é
uma atividade primordial no contexto do mundo atual. Ela faz com que os hábitos,
pensamentos, conhecimentos e a dimensão lógica e racional se desenvolva.
Isto significa dizer que a leitura tem a função imediata de ser mediadora
do mundo, pois se lê “[...] para entender o mundo, para viver melhor” (LAJOLO,
1982, p. 7).
2 A PRÁTICA DE LEITURA
Compreendemos, acadêmico, que o diálogo estabelecido entre o leitor e o
texto, como estávamos discutindo anteriormente, enfatiza a linguagem em dois
princípios: o interdiscurso e a alteridade.
77
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
O texto, por sua vez, segundo Bakhtin (1997, p. 333), “[...] não é um
objeto, sendo, por essa razão, impossível eliminar ou neutralizar nele a segunda
consciência, a consciência de quem toma conhecimento dele”.
intelectual, cognitivo e, também, político, pois, sem essa prática, teremos nossas
atitudes pautadas apenas no que lemos, assim como nossas ações que serão
submissas a uma elite dita dominante que está mais preparada para operar do
que aqueles que não conseguem ler e interpretar com excelência.
79
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
Manguel (1996, p. 49), postula que “[...] ler, então, não é um processo auto-
mático de capturar um texto como um papel fotossensível captura a luz, mas um
processo de reconstrução desconcertante, labiríntico, comum e, contudo, pessoal”.
80
TÓPICO 1 | DECODIFICANDO E INTERPRETANDO TEXTOS
É nesse ambiente que surge o nosso segundo tipo de leitor, aquele que
nasce com o advento do jornal e das multidões nos centros urbanos
habitados de signos. É o leitor que foi se ajustando a novos ritmos da
atenção, ritmos que passam com igual velocidade de um estado fixo
para um móvel. É o leitor treinado nas distrações fugazes e sensações
evanescentes cuja percepção se tornou uma atividade instável, de
intensidades desiguais.
Afinal, o que significa ler e ser um leitor em pleno século XXI? Podemos
dizer que ontem líamos apenas utilizando o papel; hoje, lemos no papel e no
digital. Será que a utilização da internet mudou ou mudará nossa relação com a
leitura? Vamos discutir um pouco sobre isso?
81
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
Dessa maneira, o texto vem adquirindo novas configurações que nos dão
possibilidade de perceber que o texto, hoje, é algo multimodal. Guimarães (1990)
define o texto multimodal como um processo de construção textual sucedido da
mobilização de diferentes modos de representação. Podemos compreender como
modos de representação elementos como imagem, entonação, efeitos visuais,
gestos, cores, músicas, recursos semióticos entre outros.
Acadêmico, agora que você já deve ter ideia de que tipo de leitor você é,
aproveite ainda mais as ferramentas para leitura que você dispõe.
E
IMPORTANT
83
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
DICAS
Caro acadêmico!
TIPOS DE LEITURA
Segundo Calvino (2000), a primeira leitura que se faz de qualquer texto é a sensorial, isto
é, o leitor, ao tomar em suas mãos uma publicação, trata-a como objeto em si, avaliando
seu aspecto físico e a sensação tátil que desperta. Essa atitude é um elemento importante
do nosso relacionamento com a realidade escrita. Observe o cuidado gráfico com que
são apresentadas as revistas nas bancas: cores, formas e embalagens procuram atrair o
interesse do comprador.
Com os livros acontece a mesma coisa: basta entrar numa livraria para perceber que
todos aqueles volumes expostos e dispostos constituem uma mensagem apelativa aos
nossos sentidos. Além disso, há quem sinta muito prazer em possuir livros, acariciando-
os e exibindo-os como objetos artísticos: são os bibliófilos. Como exemplo de bibliófilo,
podemos citar José Mindlin, um apaixonado pelo livro que, além de adquiri-los onde quer
84
TÓPICO 1 | DECODIFICANDO E INTERPRETANDO TEXTOS
que estejam, é um leitor que “ganha o dia” equilibrando desejo e mania; a mania saborosa
de manusear e ler os livros que tem, numa relação de “amor incurável”. Segundo Mindlin
(2002), o livro é “um mágico artefato [...] que nos abre portas, fantasias e mundos”. Isso
reforça uma das muitas conclusões sobre o ato de ler, a ideia de que o fascínio pela leitura
nos leva a entender que “a vida de toda pessoa é única, uniforme e compacta como um
cobertor enfeltrado”. (CALVINO, 2000, p. 111).
A história pode ser emocionante ou tediosa, o artigo ou matéria pode fazer rir ou irritar,
os poemas podem ser fáceis ou difíceis de ler, agradáveis ou complicados e aborrecidos.
Normalmente, a leitura emocional conduz a apreciações do tipo “gostei”/“não gostei”, sem
maiores pretensões analíticas. É uma experiência descompromissada, da qual participa
nosso gosto e nossa formação.
A leitura emocional costuma ser criticada, sendo, muitas vezes, chamada de superficial.
Essa avaliação tem muito de racionalismo e nem sempre é verdadeira.
Quando optamos por ler um romance de ficção científica, por exemplo, por pura distração,
podemos entrar num universo cujas relações nos apresentam uma realidade diferente da
nossa, capaz de nos levar, sem grandes floreios intelectuais, a pensar sobre o nosso mundo.
O mesmo pode acontecer com revistas em quadrinhos e outros textos considerados
“menos nobres” e que, na verdade, sugerem e possibilitam profundas reflexões. Isso não
significa, no entanto, que não há publicações que investem na nossa vontade de descansar
a cabeça, oferecendo-nos um elenco de informações e ideias que reforçam os valores
sociais dominantes.
Também os textos publicitários devem ser incluídos nesse grupo, bem como aqueles
escritos para apresentação oral (rádio ou audiovisual, televisão). É importante ressaltar que
a leitura intelectual implica uma atitude crítica, voltada não só para a compreensão do
“conteúdo” do texto, mas principalmente ligada à investigação dos procedimentos de quem
o produziu.
FONTE: SANTOS-THÉO, I. O. Tipos de Leitura. Revista de Educação CEAP, Salvador ano 11,
n. 41, p. 59-66, jun. 2003.
85
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
86
TÓPICO 1 | DECODIFICANDO E INTERPRETANDO TEXTOS
E
IMPORTANT
• Atente para seu interlocutor: você precisa saber o nível de conhecimento das
pessoas sobre o assunto em questão para poder ajustar o vocabulário ao nível de
conhecimento que você está supondo.
87
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
• Para o grande público: procure ser claro, sem ser simplista, quando se comunica em
público.
• Utilização de termo técnico: quando houver a necessidade da utilização de um
termo técnico não deixe de expor, posteriormente, o significado desse termo de uma
maneira mais simples.
• Pergunte o significado: questione seu significado de uma expressão que você nunca
ouviu. Além de fundamental para uma boa execução de seu trabalho, essa é a maneira
mais eficaz de aprender termos desconhecidos.
• Vocabulário específico: se você está ingressando em um novo campo de trabalho
saiba que há no mercado muitos dicionários especializados em termos técnicos que
o ajudarão em seu período de adaptação.
Continue conosco!
88
TÓPICO 1 | DECODIFICANDO E INTERPRETANDO TEXTOS
4 ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Torna-se essencial utilizar as estratégias de leitura a seu favor na
compreensão textual, as técnicas para realizar uma leitura competente dos mais
variados gêneros e tipos textuais, bem como dominar os termos técnicos que
envolvem a sua área de atuação.
ATENCAO
90
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
91
AUTOATIVIDADE
1.1 Nos dois primeiros quadros da tirinha, podemos perceber que o menino:
1.2 A tirinha utiliza um recurso para apresentar a fala dos personagens. Este
recurso é:
a) ( ) O gesto.
b) ( ) A cor.
c) ( ) O tipo de letra.
d) ( ) O balão.
a) ( ) Aborrecimento.
b) ( ) Bondade.
c) ( ) Preconceito.
d) ( ) Inveja.
92
c) ( ) O apelo para vender.
d) ( ) A pressa em vender.
1.5 Na fala em que o menino diz: “Não trabalho com pedestre”, o termo
destacado refere-se a pessoas que:
a) ( ) Andam de ônibus.
b) ( ) Caminham a pé.
c) ( ) Passeiam de bicicleta.
d) ( ) Viajam de carro.
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Iniciaremos, a partir de agora, um estudo especificamente
acerca de questões relacionadas à argumentação, ao raciocínio e sua aplicabilidade
na produção textual.
Mesmo que o autor do texto não saiba exatamente o que estas palavras
significam, intuitivamente ele as utiliza, aplicando-as ao escrever textos que serão
compreendidos ao serem lidos.
95
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
ATENCAO
DICAS
Marcuschi (2010) postula que o gênero textual compõe textos que são
empiricamente realizados para cumprir determinadas funções em situações
comunicativas específicas, ou seja, o número de gêneros é praticamente ilimitado,
organizados por sua função, estilo, composição e canal de comunicação que ele
é veiculado.
Como nos ensina Marcuschi (2010, p. 83), “os gêneros textuais funcionam
como paradigmas porque nos oferecem modelos de comunicação para que esta
seja eficaz, não só verbalmente como também através da produção escrita”. Já o
tipo textual possui características mais restritas.
96
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS POR ESCRITO
uma carta, ela terá uma estrutura, que no caso é o tipo textual, que se apresentará
em forma de gênero, que no caso seria a carta em si.
Marcuschi (2010) nos diz que, mesmo que essa carta não fosse assinada
ou datada, ela não deixará de ser uma carta, pois cumpre sua função dentro da
comunicação, segue um padrão, um modelo com características bem definidas.
Podemos dizer que em nosso país a leitura é uma prática apreciada por
poucos. De acordo com Alencastro (2012), pesquisas indicam que apenas 4,7
livros por ano são lidos pelos brasileiros, sendo que 3,4 desses são obrigatórios.
Assim, concluímos, em amplas linhas, que a leitura é tida por algumas pessoas
como algo secundário.
Ler textos nos auxilia muito na hora de escrever, contribuindo para que
nossa produção também seja coerente ao objetivo que ela se propõe. Logo, é
necessário que a leitura aconteça desde cedo para que a escrita ocorra de forma
natural, pois ela, a leitura, caracteriza-se por certa individualidade, já que o leitor
se envolve mais com alguns tipos específicos de texto.
Então, acadêmico, escrever bem não é tão fácil quanto parece. Seguir as
regras que dizem que devemos ser claros ou escrever frases coesas e coerentes
não nos levam a ser um bom escritor de fato.
97
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
98
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS POR ESCRITO
DICAS
FONTE: <https://prezi.com/wyijl4n3oozf/o-objetivo-da-escrita-e-.comunicar-e-o-
objetivo-da-leitura-e/>. Acesso em: 10 nov. 2018.
99
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
3 COESÃO E COERÊNCIA
Acadêmico, o assunto coesão e coerência não deve ser novidade para você.
Dessa maneira, vamos compreender ou, melhor, revisitar esses dois importantes
termos? Observe a figura que segue:
Mas, sem cara feia! Daqui em diante vamos estudar e detalhar cada uma
delas.
100
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS POR ESCRITO
DICAS
FIGURA 2 – COESÃO
101
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
E
IMPORTANT
Vamos analisar a oração que segue. Ela se utiliza de períodos compostos, que
além de qualificar o texto, deixam-no coeso.
A sociedade que aguarda uma atitude do governo brasileiro que nada faz para amenizar
o desemprego e a criminalidade no país.
1) A sociedade.
2) Que aguarda uma atitude do governo brasileiro.
3) Que nada faz.
4) Para amenizar o desemprego e a criminalidade no país.
Veja que a segunda frase está subordinada à primeira frase, que é a primeira oração e, que
ela está apresentada de maneira truncada. A terceira frase também segue essa relação de
dependência e, a quarta, tem o sentido de finalidade em relação à terceira frase.
A sociedade aguarda uma atitude do governo brasileiro que nada faz para amenizar o
desemprego e a criminalidade no país.
A segunda oração, que iniciou com o pronome relativo “que”, está subordinada à primeira parte,
que é a oração principal, adjetivando-a. Já a terceira parte acrescenta a finalidade à segunda
oração. A segunda e a terceira oração pressupõem a presença de uma oração principal.
102
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS POR ESCRITO
FONTE: <https://descomplica.com.br/blog/redacao/questoes-comentadas-coesao-
textual-2/>. Acesso em: 12 nov. 2018.
FIGURA 3 – PRONOME
FONTE: VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: se deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto
Alegre: L&PM, 1997.
103
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
FIGURA 4 – CONECTIVOS
104
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS POR ESCRITO
Acompanhe:
• Não abra a porta para ninguém mesmo que a pessoa insista. (conectivo de
concessão).
AUTOATIVIDADE
105
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
FIGURA 5 – MARIO
Bem, isso é o que acontece também com a língua, com os textos que
escrevemos. Eles devem adequar-se com a situação comunicativa, nós devemos
escolher o que utilizar. Lembrando que língua é um instrumento de comunicação
composto por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de
falantes consiga produzir enunciados permitindo, assim, comunicar-se fazendo-
se compreender, sendo o texto a transcrição de tudo isso.
106
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS POR ESCRITO
Para que um texto seja um texto e não uma porção de palavras soltas
e sem sentido, necessitamos de alguns fatores como a coesão, já estudada, e a
coerência, entre os outros de textualidade.
ATENCAO
107
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
Você consegue, acadêmico, nos dizer onde está a INCOERÊNCIA do texto apresentado
anteriormente? Parece difícil? Então, vamos visualizar o mapa a seguir e reler o texto e ler
o texto novamente:
A incoerência, acadêmico, está na informação que diz que “A América do Sul está situada
fora do continente americano”, não é mesmo?
Trânsito
Laranja,
jornal,
esmola,
acelera, engata, foi!
Salvador França,
Ipiranga.
Liga rádio -
Voz do Brasil...
Desliga.
Calor,
cigarro,
estacionamento lotado!
Fila
Espera.
Vaga.
8 horas...
Atrasado.
110
TÓPICO 2 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS POR ESCRITO
ATENCAO
111
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
112
AUTOATIVIDADE
“Cuidado! Tocar nesses fios provoca morte instantânea. Quem for flagrado
fazendo isso será processado” (Tabuleta numa estação ferroviária).
“Devo confessar que morria de inveja de minha coleguinha por causa daquela
boneca que o pai lhe trouxera da Suécia: ria, chorava, balbuciava palavras,
tomava mamadeira e fazia xixi. Ela me alucinava. Sonhei com ela noites
a fio. Queria dormir com ela uma noite que fosse. Um dia, minha vizinha
esqueceu-a em minha casa. Fui dormir e, no dia seguinte, quando acordei,
lá estava a boneca no mesmo lugar em que minha amiguinha havia deixado.
Imaginando que ela estivesse preocupada, telefonei-lhe e ela mais do que
depressa veio buscá-la.”
113
114
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Este tópico, acadêmico, abordará a produção de textos orais, ou seja, a
argumentação e a opinião. Estudaremos uma estrutura um tanto delicada a ser
construída, pois o convencimento e a fala espontânea devem persuadir o outro de
uma determinada ideia, influenciando-o.
Vamos começar!
115
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
116
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS
FIGURA 6 - PERSUASÃO
DICAS
117
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
118
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS
natureza da regra que leva das premissas à conclusão. Os tipos fundamentais são:
argumentos dedutivos, indutivos e abdutivos.”
119
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
ATENCAO
Dessa maneira, é imprescindível pensar bem antes de falar, agir e ter sempre
em mente que, no discurso ou na fala, as opiniões e percepções serão sempre
suscetíveis a discussões e que confusões poderão acontecer, principalmente
quando se trabalha com grupos heterogêneos.
120
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS
interferência é tudo o que afeta a transmissão da mensagem. São fatores que surgem
ou que se colocam entre o emissor e o receptor no processo de comunicação.
FIGURA 7 – RUÍDOS
Falar em voz muito baixa, estar nervoso ou com pouco ânimo, faltar com a
atenção, se faltar energia elétrica ou, até mesmo, se manchar o papel que contém
a informação que você está lendo, certamente ocorrerão ruídos na comunicação.
Sendo assim, o bom senso é uma palavra muito importante nas relações
comunicativas profissionais e cabe a cada um a avaliação de sua atuação
com relação ao comportamento e à postura diante do grupo e das situações
comunicativas que exerce.
121
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
Você pode estar pensando, acadêmico, que tudo isso é muito simples e que
a comunicação oral não necessita de tantos cuidados. Porém, tire suas próprias
conclusões analisando a figura que segue:
FIGURA 8 - COMUNICAÇÃO
122
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS
123
UNIDADE 2 | PRODUZIR E INTERPRETAR TEXTOS: CONSIDERAÇÕES
LEITURA COMPLEMENTAR
Por outro lado, a arte verbal pede hoje um outro tipo de leitura, individual,
silenciosa (ela já foi coletiva em outros tempos e feita em voz alta), exigindo no mais
das vezes uma disponibilidade maior de tempo. Também não é comum estarmos,
dois ou três amigos ou conhecidos, lendo o mesmo livro no mesmo momento (a
não ser que se trate desses best sellers que provocam uma febre coletiva de leitura).
Entretanto, quando é possível compartilhar impressões sobre o texto lido (a
escola também poderia propiciar essas oportunidades), agimos do mesmo modo
como quando acabamos de assistir a um filme: evidenciamos a particularidade de
nossas leituras com apreciações individualizadas sobre personagens, narradores,
enredo, valores etc., emitimos o nosso ponto de vista, nossas impressões sobre
vários aspectos da leitura – todas elas legítimas, portanto.
124
TÓPICO 3 | A PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS
FONTE: BRASIL. Ministério da Educação. Orientações curriculares para o ensino médio: linguagens,
códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006,
p. 67-69.
125
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
126
AUTOATIVIDADE
127
128
UNIDADE 3
A COMUNICAÇÃO
JURÍDICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
129
130
UNIDADE 3
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO À
COMUNICAÇÃO JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
O ser humano, acadêmico, desde o início de sua história sempre quis se
comunicar, para tanto, criou e desenvolveu diversos meios para partilhar suas
ideias, pensamentos, conhecimentos e experiências de mundo.
Vamos em frente!
2 O VOCABULÁRIO JURÍDICO
Sabemos que quem lida com áreas específicas, como a do Direito, a da
informática, entre outras, necessita expressar-se adequadamente, pois é por meio
das palavras que profissionais desses campos passam, por exemplo, para o papel
131
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Dessa maneira, voltamos a dizer que uma das maneiras mais utilizadas
pelo ser humano para se comunicar é por meio da palavra, e é por meio dela que
a linguagem se estabelece com sucesso e eficácia.
Seja como for, o homem, animal falante que é, em seus três níveis
de manifestação - como humanidade, como comunidade e como
indivíduo - está indissoluvelmente ligado ao fenômeno da linguagem.
Ignorar-lhe a importância é não querer ver. O pensamento e seu
veículo, a palavra, privilegiam o homem na escala zoológica e o fazem
exceler entre todos os seres vivos. Oxalá saiba ele usar proficiente e
dignamente esse dom da evolução criadora, pois o poder da palavra é
a força mais conservadora que atua em nossa vida.
Xavier (2003, p. 11) nos diz que há exemplos dos usos diferenciados dos
vocábulos jurídicos, nos quais se percebe:
132
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Assim, é primordial que, para você, futuro ou já atuante dessa área, que
faz uso da linguagem jurídica e, consequentemente, que utiliza a comunicação
como ferramenta de trabalho, esteja articulado, pois necessita aplicar todo o
conhecimento aprendido e, também, se comunicar com clientes e com outros
operadores da área jurídica, com clareza e exatidão.
133
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Logo, prezemos pela clareza e pelo uso adequado dos termos jurídicos
que compõem nosso dia a dia, e façamos com que os que não têm acesso a estes
os compreendam de forma simples e coerente.
134
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO JURÍDICA
DICAS
135
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
• Leia: a leitura o faz aprender. E, quando lemos, acadêmico, não estamos apenas
visualizando uma palavra e lendo o que ela significa, lemos uma palavra nova
dentro de um contexto, isto é, nosso cérebro realmente vai compreender como
utilizar essa palavra, dificilmente esquecendo-a.
• Mantenha um dicionário por perto: a tecnologia e, consequentemente, a
internet, facilitou a nossa vida e disponibiliza vários dicionários gratuitos, mas
ter um dicionário físico é indispensável. Ter um ao seu lado vai transformar a
136
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO JURÍDICA
DICAS
FONTE: <https://cdn0.tnwcdn.com/wp-content/blogs.dir/1/files/2018/02/duolingo-796x419.
jpg>. Acesso em: 02 dez. 2018.
137
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
138
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO JURÍDICA
3 LINGUAGEM JURÍDICA
O Direito e a linguagem, acadêmico, têm uma importante relação, pois o
direito se consolida por meio da linguagem. Neste sentido, Passos (2001, p. 63)
assegura que:
Continue estudando!
139
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
• Furto: art. 155 CP - subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
• Roubo: art. 157 CP - subtrair, para si ou para outrem, coisa móvel alheia
mediante grave ameaça ou violência.
• Mútuo: art. 586 CC - empréstimo oneroso de coisas fungíveis.
• Comodato: art. 579 CC - empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.
• Sequestrar:
o Direito Processual: apreender judicialmente bem em litígio.
o Direito Penal: privar alguém de sua liberdade de locomoção.
3.1.4 Parônimos
Os parônimos são os termos de sentido distinto, porém semelhantes na
escrita e na pronúncia. Exemplos:
140
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO JURÍDICA
3.1.5 Arcaísmo
O arcaísmo é um termo que não é mais utilizado, por exemplo, coita para
dizer dor; ou, ainda, podemos dizer que o arcaísmo é um vício que versa em
empregar expressões antiquadas. Vamos conhecer os dois tipos de arcaísmo:
141
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
3.1.6 Estrangeirismos
O estrangeirismo nada mais é do que a influência de uma língua
em outra. Quando as palavras estrangeiras tiverem equivalência na língua
portuguesa, daremos preferência ao uso das nossas palavras, salvo se houver
alguma justificativa para usar a forma estrangeira. Na área jurídica temos muitos
estrangeirismos, observe os exemplos que seguem:
142
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO JURÍDICA
3.1.7 Latinismos
O latinismo é a utilização de expressões latinas na linguagem forense. O
latim traz ao texto brevidade e clareza. Há várias expressões latinas ligadas ao
direito, veja:
3.2 A ELOQUÊNCIA
A eloquência, na área do direito, pode ser entendida, e resumida, como
sendo a arte de se expressar bem e com clareza.
143
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
144
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO JURÍDICA
A semiótica engloba:
c) A pragmática, área da semiótica que cuida dos efeitos dos comportamentos
da comunicação, das relações entre os signos e os seus intérpretes e usuários,
do discurso e seus agentes. No campo jurídico os estudiosos expõem que
ela visará ao discurso normativo e seus usuários; o editor da norma (órgão
competente) e o destinatário dela.
FONTE: <https://jus.com.br/artigos/58757/algumas-consideracoes-sobre-semiotica-e-o-direito>.
Acesso em: 9 dez. 2018.
145
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
FONTE: <https://jus.com.br/artigos/58757/algumas-consideracoes-sobre-semiotica-e-o-direito>.
Acesso em: 9 dez. 2018.
DICAS
Você sabe, acadêmico, o que é um objeto extralinguístico? Pois bem, ele está
relacionado ao conhecimento de mundo, ou seja, às vivências e a todas as experiências dos
envolvidos em uma situação comunicativa.
146
RESUMO DO TÓPICO 1
• Os vocábulos análogos são os que não têm um radical comum, logo pertencem
a uma mesma linhagem ideológica ou são apresentados como sinônimos.
• O arcaísmo é um termo que não é mais utilizado, por exemplo, coita para
dizer dor; ou, ainda, podemos dizer que o arcaísmo é um vício que versa em
empregar expressões antiquadas.
a) ESTRANGEIRISMO:
Exemplo:
b) ARCAÍSMO:
Exemplo:
c) LATINISMO:
Exemplo:
d) PARÔNIMOS:
Exemplo:
148
UNIDADE 3
TÓPICO 2
O DISCURSO JURÍDICO
1 INTRODUÇÃO
Compreendemos, acadêmico, que o Direito, e o mundo que o engloba, tem
como função controlar os comportamentos da nossa sociedade. Ele se apresenta
por meio de uma linguagem: a linguagem jurídica.
Sobre o discurso jurídico podemos dizer que ele faz a ligação entre o
homem, a lei e as instituições. É através do discurso jurídico que se convence e
angaria opiniões. É por esse motivo que esse discurso necessita apresentar uma
linguagem de aceitação simples e organizada, para que o orador alcance maior
poder social.
150
TÓPICO 2 | O DISCURSO JURÍDICO
DICAS
151
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
152
TÓPICO 2 | O DISCURSO JURÍDICO
3 REDAÇÃO JURÍDICA
A redação jurídica, acadêmico, é tão importante quanto a fala. Há quem
diga que até mais, pois como fica registrada, tudo o que é dito precisa ser
cuidadosamente revisado.
Mas, afinal, por que é importante expor o tópico frasal do parágrafo logo
no início do desenvolvimento da ideia? Justamente pelo fato de que o tópico
153
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
FIGURA 2 - PARÁGRAFO
154
TÓPICO 2 | O DISCURSO JURÍDICO
Na sentença seguinte, ele explica por que o assunto passou a ser pauta de
discussão: “Com a abertura das importações e consequentemente diminuição das
taxas, a oferta dessas peças aumentou significativamente nos anos 90, provocando
uma crescente curiosidade sobre o assunto”.
Por fim, ele conclui a ideia justificando o motivo pelo qual o trabalho
será escrito: “Por isso, e pelo quase total desconhecimento dos consumidores
brasileiros sobre a matéria, nos sentimos compelidos a elaborar este trabalho”.
Perceba que se o autor quiser prosseguir com sua ideia, ele, certamente, fará
uma continuação do texto em outro parágrafo. Este, teoricamente, está concluído.
Assim, o leitor conseguiu compreender a ideia que o autor quis transmitir a partir
deste tópico frasal, que consiste em explicar por que ele se sentiu na obrigação de
escrever o texto.
Para que a embalagem seja a adequada para cada tipo de peça, são
necessárias técnicas básicas, como esta que acabamos de ensinar. Se você conseguir
identificar qual é o ponto mais fraco da peça (ambiguidade, por exemplo) e
conseguir embalá-la para que não quebre durante o trajeto, você certamente terá
feito um excelente trabalho.
DICAS
Os textos jurídicos, portanto, precisam ser mais bem escritos para que a
sociedade em geral consiga compreendê-los.
155
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
156
TÓPICO 2 | O DISCURSO JURÍDICO
E
IMPORTANT
Sempre antes de veicular seu texto para onde quer que ele seja publicado, leia-o
e pergunte-se: este texto está claro para meu leitor? Outra dica é dar o texto para que outra
pessoa o leia. Se a resposta for: “sim, está claro”, prossiga. Agora, caso a resposta seja “não
consegui entender” ou “fiquei com algumas dúvidas”, retome e verifique onde foi que seu
texto se perdeu.
Vamos a elas?
157
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
AUTOS:
158
TÓPICO 2 | O DISCURSO JURÍDICO
Vale lembrar ao autor que estamos tratando de um Fiat Uno ano 2010 e não
um Fiat Uno ano 2018, cujo modelo e características são totalmente diversos.
"A Autora mantém uma pequena oficina para resolver problemas mecânicos
dos veículos táxi e para efetuar pequenos reparos."
Para que se possa esclarecer de uma vez por todas quais foram os reais e
efetivos gastos que o autor possuiu para com o conserto de seu veículo, requer
o requerido que o MM. Juiz determine a autorização para a execução dos
serviços e a juntada da Nota Fiscal, onde discrimina as peças efetivamente
substituídas, assim como o valor da mão de obra necessária à época.
159
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Nestes termos,
Pede deferimento.
FONTE: <https://www.centraljuridica.com/modelo/298/peticao/pedido_de_realizacao_de_
pericia_em_veiculo_envolvido_em_acidente.html>. Acesso em: 6 fev. 2019.
ATENCAO
160
TÓPICO 2 | O DISCURSO JURÍDICO
Outro cuidado que deve ser tomado ao escrever peças é para que não haja
a contradição nas alegações, pois caso isso seja comprovado, o pedido poderá
ser anulado antes mesmo de ir a julgamento. Desta maneira, ao elaborar uma
peça processual, tenha em mente o seguinte silogismo: “a partir de determinados
fatos (premissa menor), há uma dada situação jurídica (premissa maior), razão
pela qual quero determinada providência jurisdicional e o pedido (conclusão)”
(DAMIÃO; HENRIQUES, 2000).
161
RESUMO DO TÓPICO 2
• O parágrafo é o bloco que alavanca as ideias e deve ser muito bem planejado.
162
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – F – V – V.
a) ( ) Uma introdução.
b) ( ) Um tópico frasal.
c) ( ) Uma conclusão.
d) ( ) Um relatório.
163
5 Sobre as peças jurídicas, analise as sentenças e marque V para as verdadeiras
e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – F – V – V.
164
UNIDADE 3
TÓPICO 3
ORATÓRIA FORENSE
1 INTRODUÇÃO
Conforme é do seu conhecimento, acadêmico, já estamos trabalhando
com a redação de peças jurídicas há algumas seções desta Unidade 3, correto?
Assim sendo, vamos agora a mais um tópico que trabalhará algumas questões
relacionadas a este assunto.
Para que você possa compreender o que as peças jurídicas querem, quando
escritas, é necessário que você sempre leia bons textos da área e mantenha-se
sempre informado, afinal de contas, a leitura é uma das principais maneiras de
adquirir vocabulário.
165
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Simplicidade: embora obediente à língua culta, seu texto deve ser acessível,
com o mínimo de erudição possível, por exemplo, ao invés de outrossim,
use também.
Esta dica já estudamos, mas vale ressaltar. Seja simples e evite os vícios de
linguagem jurídica (lembra do juridiquês?)
Dica número 3: os juízes e tribunais não têm muito tempo, por isso, opte
por textos curtos e certeiros.
Dica número 6: qualquer destaque no texto, seja ele CAIXA ALTA, negrito,
sublinhado, itálico ou texto recuado, deve ser usado com moderação. Você
lembra do que dissemos na Unidade 1?
Destacar tudo é o mesmo que não destacar nada. Mas afinal, o que é
necessário destacar na peça jurídica? O cabeçalho (nº do processo etc.),
os itens e subitens da petição, a(s) palavra(s)-chave na conclusão de tese
desenvolvida na petição, o nome da demanda proposta ou ato processual
praticado (ação civil pública, denúncia, promoção de arquivamento etc.),
o nome das partes envolvidas; não necessitam de destaque os nomes de
testemunhas, juízes, tribunais ou autores.
Cuide também quando for usar as aspas. Elas podem evidenciar ironia,
trocadilho, citação, ambiguidade proposital, grande excepcionalidade,
ditado popular, frase-feita ou estrutura rígida de palavras. Caso não seja
nenhum dos casos anteriores, o uso é inadequado.
166
TÓPICO 3 | ORATÓRIA FORENSE
Dica número 10: A abreviação para a palavra “folha” é “f.”, não importa se
no singular ou no plural. Não use “fl.” ou “fls.”. Quanto ao intervalo entre
folhas, separe-o por hífen (-), não pela barra (/).
Use: Na f. 10; nas f. 10-12.
Dica número 12: Não use adjetivos desnecessários, por exemplo, “o nobre
Carlos de Sá”, “o supremo ensinamento do mestre Paulo Miranda”.
167
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Dica número 13: O adjetivo “anexo” concorda com o termo que o rege.
As folhas estão anexas.
A folha está anexa.
O documento está anexo.
Os documentos estão anexos.
Dica número 14: A expressão “sendo que” é uma maneira de prolongar uma
frase que poderia ter sido encurtada com um ponto. Em vez de dizer “duas
vítimas foram mortas no local, sendo que os bandidos fugiram” poderia ter
sido dita “duas vítimas foram mortas no local. Os bandidos fugiram”.
Dica número 15: A sigla “etc.” significa “e outros”. Quando, portanto, for
usar “etc.”, não use “e” ou vírgula.
Use: eles usaram máscaras, toucas, luvas etc.
Dica número 16: Não use nos seus textos o termo “menor”, mas sim
“criança” (até 11 anos) ou “adolescente” (entre 12 e 17 anos).
Dica número 17: Use números por extenso, por exemplo, a ligação caiu
duas vezes.
Exceções:
- Expressões de valores em moeda: R$ 350,00.
- Datas: 28/12/2018.
- Quantidades superiores a vinte: a ligação caiu 26 vezes.
Dica número 18: Mesmo não sendo necessário escrever valores monetários,
quando lhe for exigido, a maneira correta de escrever “R$ 1200,00” é “mil
e duzentos Reais”. O uso “um mil e duzentos reais” ou ainda “hum mil e
duzentos reais” são formas adotadas para preenchimento de cheques para
evitar alterações e estão erradas.
Dica número 19: No caso de medidas precisas de massa, espaço, tempo etc.,
embora não seja obrigatório, costuma ser útil a redação do numeral arábico
e por extenso: “1,254 g (mil, duzentos e cinquenta e quatro gramas)”, “28
m2 (vinte e oito metros quadrados)”, 19h36min (dezenove horas e trinta e
seis minutos).
168
TÓPICO 3 | ORATÓRIA FORENSE
Dica número 23: Todas as páginas das manifestações deverão ser numeradas
como o exemplo: “1/5”, “2/5”, “3/5”, “4/5” e “5/5”.
Lembre-se: “f. 1/5” significa “página 1, dentro do total de 5”. Já “f. 1-5”
significa “da folha 1 à folha 5”.
3 A ORATÓRIA FORENSE
Já sabemos que para a escrita forense, muitas são as dicas, conforme você
já estudou, mas, e para a oratória? Quais são as técnicas que devem ser utilizadas
para que o advogado convença o tribunal a partir da sua fala? Vamos lá.
169
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Observe:
FIGURA 3 - O ADVOGADO
A imagem nos faz refletir sobre o fato de que para falar com naturalidade
e demonstrar autoridade e conhecimento sobre o assunto, é preciso estudar
antecipadamente, treinando, inclusive. O bom orador não pode inventar o
conteúdo ou falar sobre o que não conhece, bem como não pode fingir ser o que
não é. Caso qualquer uma destas afirmações ocorra, ele estará dando “um tiro no
próprio pé”.
170
TÓPICO 3 | ORATÓRIA FORENSE
171
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
3.1.2 Autoconfiança
Confie em si mesmo. Se você foi chamado a palestrar é porque você é
bom. O medo da plateia é bem comum, mas pode ser evitado com algumas dicas
simples. Uma dessas dicas é conhecer sua plateia. Saiba se estará falando com
professores, com médicos, com administradores.
Outro item importante é: treine seu discurso previamente para que não
haja inconvenientes. Algumas pessoas, porém, ainda precisam de uma ajuda
extra. Há alguns cursos, inclusive on-line, que ajudam a perder o medo e a
insegurança na hora de falar ao público.
Uma dica que parece boba, mas que funciona: imagine que você está
sozinho no palco. Mentalize que está sozinho, falando com as paredes. Outra dica
é imaginar que, naquele momento, você está usando uma máscara e ninguém
pode ver seu rosto. Esta é uma dica que ajuda o pânico a ir embora rapidinho.
3.1.3 Empatia
Goste daquilo que você está falando e mostre que gosta. Acredite naquilo
que está falando e mostre que acredita. Ao falar sobre um assunto pelo qual é
apaixonado, você apaixonará sua plateia por ele. Imagine-se falando sobre seu
primeiro amor no auge da sua paixão. Deixe que seus olhos brilhem e você
encantará a todos.
Quando você não está seguro sobre o que realmente sabe sobre um assunto,
aprofunde-se. Encontre a essência. Somente assim você fará uma apresentação
memorável que valerá cada segundo gasto estudando.
172
TÓPICO 3 | ORATÓRIA FORENSE
173
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
Este microfone fica apoiado em uma base fixa. Geralmente ele pode ser
retirado para dar maior mobilidade ao orador.
Cuidado: ao usar cabelo solto, cuidado para não deixar com que ele fique
batendo insistentemente no microfone, causando ruídos desagradáveis.
174
TÓPICO 3 | ORATÓRIA FORENSE
FONTE: <https://www.keepsound.com.br/produto/2937/microfone-headset-condensador-
cardioide-sem-fio-sm35-tqg-shure.html>. Acesso em: 29 dez. 2018.
Cuidado: não encoste muito a boca no headset, para que sua voz saia
naturalmente.
• Mantenha uma distância adequada: antes de iniciar sua fala, procure ajustar
o microfone a uma altura adequada, para que você não precise se esticar para
falar. Também é aconselhável que o microfone não cubra seu rosto. Sua voz
não deve sair muito estridente nem muito baixa. Caso seja microfone de lapela,
cuide com os cabelos.
• Tenha cuidado com os ruídos emitidos por você: mexer as mãos, mexer em
papéis, palmas, bater no peito, estalar a língua, soprar ou respirar com muita
intensidade ficam muito evidentes quando no microfone e são absurdamente
desagradáveis para o público. Para testar o microfone, diga em voz alta “teste”
ou “som”. Jamais dê palminhas no microfone ou assopre.
• Cuidado redobrado com os comentários próximos ao microfone. Já houve casos
extremamente constrangedores nos quais o palestrante fez um comentário
sobre a roupa de uma mulher pensando que o microfone estava desligado e na
verdade não estava. Não é preciso relatar quão constrangedora foi a situação.
• Crie um vínculo com seu público olhando para eles, fazendo brincadeiras,
estabelecendo uma conversa. Não fique olhando fixamente para um ponto apenas.
175
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
• Não enrole o fio do microfone enquanto fala. Isso pode causar problemas,
também não fique caminhando freneticamente de um lado para outro do
palco. As pessoas ficarão cansadas de acompanhá-lo.
• Por fim, evite a microfonia. Como ela ocorre? Quando você envolve com a
mão o globo do microfone como se quisesse tapá-lo ou quando você passa
na frente das caixas de retorno (caixa de som). A microfonia é extremamente
desagradável para quem ouve e pode tirar sua concentração.
• Voz: A voz do ser humano é mais do que uma produção de som. Ela é a
principal forma de comunicação utilizada, por ser rápida e natural. A voz faz
parte da nossa personalidade e é um meio essencial de atingir o outro. Ela é
produzida quando as pregas vocais vibram pela passagem do ar. Ao falar ou
cantar, nosso cérebro envia mensagens aos músculos que controlam as pregas
vocais para que haja o controle da aproximação e do afastamento das pregas
vocais, fazendo com que diferentes entonações saiam.
176
TÓPICO 3 | ORATÓRIA FORENSE
Para aprender a falar com técnica, não existe nenhum milagre. Existem
sim o treino, o estudo e a dedicação. A nossa voz é nosso principal instrumento
na hora de nos comunicarmos. Quando a ideia da fala é persuadir, que é o caso da
linguagem jurídica, isso se reafirma ainda mais: um discurso claro e com a dicção
perfeita é meio caminho andado para o sucesso.
O ideal é que não ocorram erros na fala, mas podemos afirmar que quanto
menores forem os escorregões na hora da fala, maior será sua credibilidade.
Imagine-se monitorado por uma buzina: cada vez que você pronunciasse uma
palavra errada, a buzina soasse. Quantas vezes você seria surpreendido?
Uma dica para começar a sua fala sem problemas com a dicção é o
relaxamento. Na Unidade 1, nós passamos a você algumas dicas para relaxar a
voz. Elas serão, em parte, retomadas aqui. Para que seu discurso esteja relaxado
e bem articulado, sua voz precisa estar sem tremores e sua boca (língua e lábios)
devem estar relaxados.
E
IMPORTANT
177
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
UNI
UNI
Pouco mais de meia hora por dia fazendo exercícios já é suficiente para que os
resultados sejam visíveis na hora da apresentação.
178
TÓPICO 3 | ORATÓRIA FORENSE
importante que precisa ser dito. Por este motivo, queremos que o outro nos ouça
e preste atenção.
Quanto ao ritmo da sua fala, fique atento para não engatar a primeira
marcha e sair correndo. Brincadeiras à parte, pessoas que falam muito rápido
transmitem ansiedade ou nervosismo e pessoas que falam muito devagar
transmitem moleza e preguiça. Assim sendo, fique atento e fale devagar e
constantemente.
A última e mais preciosa das dicas, por incrível que pareça, é: saiba
silenciar quando for necessário. Parece paradoxal quando falamos em discurso,
em oratória. Mas o silêncio faz parte da comunicação e saber usá-lo é muito
importante. Durante uma apresentação, as pausas são muito importantes.
179
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Em vista disso, percebe-se que o Direito instrumental não pode ser visto
como uma lógica matemática, em que dois mais dois são quatro, e sim interligado
ao Direito material, estudando os dois conjuntamente. Com isso vem à tona o
problema da linguagem e até onde o Direito tem uma linguagem extremamente
técnica? Será que o mundo jurídico se “aliena” da linguagem vulgar?
180
TÓPICO 3 | ORATÓRIA FORENSE
181
UNIDADE 3 | A COMUNICAÇÃO JURÍDICA
mais rebuscado aos acadêmicos para que tenham uma formação mais aberta e não
sejam simples formalistas, quer dizer, aplicar a lei tal qual é, estritamente formal,
devendo aplicá-la, mas sob o aspecto social e atual, em que o fato se concretizou,
utilizando as palavras para obter o resultado almejado. De tal modo, no âmbito
jurídico a comunicação é o fator que viabiliza a existência do Direito.
Conclui-se nessa pequena e rápida análise que o Direito não deve reduzir-se
a uma só linguagem, apesar de não poder se afastar da tecnicidade de suas normas.
Ou seja, a linguagem do Direito não é exclusivamente natural ou exclusivamente
técnica, mas composta de ambas as espécies, podendo-se denominar a linguagem
jurídica como mista. Afinal, em decorrência da necessidade de se cumprir as
normas, a linguagem empregada nas normas jurídicas, ou melhor, na tradução
destas, deve se basear na linguagem natural para que o Direito cumpra o seu
papel de controle social e resolução de conflitos.
182
RESUMO DO TÓPICO 3
• A escrita de peças jurídicas é bastante delicada, por isso requer muita atenção.
• Ser simples e objetivo são grandes ferramentas para poder alcançar o sucesso
nas peças jurídicas.
• Deve-se tomar cuidado com a microfonia: evite passar na frente das caixas de
som e envolver o globo do microfone.
• Aquecer sua voz antes de entrar no palco é fundamental, bem como relaxar a
mandíbula.
183
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – F – V – V.
184
5 Sobre os cuidados que se deve ter quando se está no palco, analise as sentenças
e marque V para as verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – F – V – V.
185
186
REFERÊNCIAS
ALENCASTRO, C. Brasileiro lê, em média, quatro livros por ano. O Globo. Rio
de Janeiro, 28 mar. 2012. Disponível em: http://oglobo.globo.com/sociedade/
educacao/brasileiro-le-em-mediaquatro-livros-por-ano-revela-pesquisa-4436899.
Acesso em: 21 nov. 2018.
188
MATA, L. Literacia Familiar: ambiente familiar e descoberta da linguagem es-
crita. Porto: Porto Editora, 2006.
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