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Os dons fundamentais de Efésios 2:20

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Friday, May 06, 2016

Os cessacionistas sustentam uma visão de que o dom de profecia está atualmente inoperante através do seu
acentuado apelo a um argumento-por-analogia em Ef.2:20, ou seja, já que os apóstolos e profetas aparecem como
o ‘fundamento’ do templo/igreja, e já que o fundamento pode apenas representar uma geração de tempo, então
estes dons fundamentais necessariamente cessaram antes da segunda geração do Cristianismo. Até agora os
evangélicos não-cessacionistas ou têm falhado em responder a este argumento ou têm consentido com a primeira
premissa dos cessacionistas.

Este argumento-por-analogia falha porque: (1) ‘fundamento’ indica um padrão a ser replicado, e não uma ‘geração’
confinada no tempo; (2) o ‘fundamento’ de Ef.2:20 representa tanto o próprio Cristo bem como a recorrente
apostólica e profeticamente inspirada ‘confissão fundamental’ de Pedro, sua ‘grande confissão’ (Mt.16:16-18),
revelada a todos os cristãos de todas as eras; (3) o Protestantismo tradicional vê um apóstolo do Novo Testamento
como um papa do século dezesseis, ao invés de o ver como uma função ministerial constante na igreja; (4) a
metáfora cessacionista confunde em uma manobra questionável e ilógica, a morte dos antigos apóstolos e profetas
com a morte de seus dons; (5) a metáfora é destruída se Cristo, o akrogone (‘pedra angular), for, como é provável
que seja, também a ‘pedra de esquina’ ou ‘cabeça de esquina’ mantendo as paredes unidas como dedos
entrelaçados (2.21), estando também em contato com cada pedra; (6) esta metáfora cessacionista viola o claro
ensino de Ef.4.11; e (7) ela substitui a ‘letra’ do Novo Testamento por uma experiência revelada pelo Espírito do
próprio Cristo como o derradeiro fundamento.

Situação do Problema

Um dos poucos textos restantes do Novo Testamento a que os cessacionistas [1] apelam como suporte da sua
posição é Ef.2:20.[2] O argumento-por-analogia cessacionista afirma que já que os apóstolos e profetas aparecem
como o fundamento do templo/igreja, e já que os caminhos das pedras neste templo representam metaforicamente
sucessivas gerações de crentes ao longo da história da igreja, então estes dons ‘fundamentais’ terão
necessariamente se esvanecido antes da segunda geração do Cristianismo.[3]

Pela frequência e extensão com que este argumento é apresentado em círculos cessacionistas[4], era de se
esperar uma séria resposta de seus parceiros de diálogos teológicos, os Pentecostais e Carismáticos. Geralmente
os acadêmicos Pentecostais ou Carismáticos têm falhado em tratar este argumento cessacionista com um grau
qualquer significante ou adequado[5].

Este artigo oferece uma refutação bíblica ao uso cessacionista de Ef 2:20 como um argumento para a cessação da
profecia, e, por extensão, dos outros assim chamados dons miraculosos do Espírito Santo.

Tendo oferecido uma declaração do problema, este artigo irá agora examinar a única e significativa resposta anti-
cessacionista que foi dada até agora, resposta que foi dada por Wayne Grudem, e em seguida nosso artigo irá
oferecer algumas respostas alternativas.

A Resposta de Wayne Grudem ao Uso Cessacionista de Efésios 2.20

Wayne Grudem é o único acadêmico que eu encontro atacando o argumento cessacionista de Ef.2.20 com algum
detalhe[6]. Assim, a resposta de Grudem permanece bastante razoavelmente como a posição
Pentecostal/Carismática padrão em confronto aos cessacionistas, juntamente com as suas percepções sobre os
seus pontos fortes e fracos.

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Embora Grudem apresente a sua posição como uma tentativa de mediação entre carismáticos e cessacionistas,
parece que a defesa dele neste ponto partilha pressuposições tradicionalmente cessacionistas sobre a origem dos
apóstolos e sobre o fundamento em Ef.2:20. Grudem parece concordar com os cessacionistas que argumentam
contra a continuação do dom de profecia quando estes dizem que o dom está de alguma forma relacionado com a
primeira geração (‘piso-fundamento’) de profetas cristãos, e que necessariamente quando estes profetas em
particular morreram, o dom de profecia morreu com eles. O mesmo seria verdade em relação aos apóstolos.

No entanto, Grudem, ingenuamente tenta negar a morte da profecia argumentando que apenas uma categoria
especial de profetas é descrita em Ef.2.20, isto é, que eles são ‘fundamentais’, e assim, cessaram porque estes
profetas em particular são na verdade apóstolos. Ele também oferece uma possível alternativa de que talvez estes
profetas ‘fundamentais’ fossem uma elite que recebiam e declaravam revelações de nível apostólico. Ele então
concorda com os cessacionistas em que os apóstolos, pelo menos os doze originais (ou 13, se incluirmos Paulo)
permaneceram sendo únicos, pois são eles os tutores autoritativos de doutrina Cristã fundamental, doutrina que
eles transcreveram como Escritura. De acordo com isto, Grudem vê os apóstolos/profetas como o equivalente dos
profetas canônicos do Velho Testamento, cujos decretos e escritos tinham também a autoridade religiosa final,
tendo-se tornado depois como Escritura.[7]

Nesta visão, e para preservar a continuação da profecia cristã, Grudem deve então definir a profecia do Novo
Testamento em duas categorias:

(1) Concordando com os cessacionistas tradicionais, a primeira classe de profecia, que deveria ter cessado ainda
na primeira geração, foi um tipo de cânon aguardando a sua forma escrita; enquanto que (2) a segunda classe de
profecia era representado pelo ‘tipo de profecia menos autoritativos indicado em 1ª Coríntios’.[8]

Compreensivelmente, esta nova defesa tem recebido uma uma resposta bem acesa por parte dos cessacionistas,
os quais desejam negar um dom de profecia em ‘dois níveis’ tal como Grudem descreve.[9] Não irei adentrar
detalhamente nos seus argumentos; eles procuram comprovar que todas as manifestações do dom de profecia na
primeira geração cessariam juntas, já que a profecia é revelação divina e como tal deve necessariamente ser
escriturada.[10]

Grudem encontra-se então num dilema interessante. Por um lado, já que ele vê apóstolos (e esta primeira classe
de profetas do Novo Testamento) como os homólogos dos profetas do Velho Testamento no Novo Testamento e
portanto “aptos para falar e escrever palavras que tinham absoluta autoridade divina”[11], ou seja, no cânon da
Escritura é crucial restringir esta classe de homens a algo fundamental e irrepetível. Devido ao papel central dos
apóstolos como autores da Escritura, e por que o cânon do Novo Testamento está fechado, o dom ou o ‘ministério’
de apostolado deve necessariamente cessar.[12]. Por outro lado, ‘apostolado’ está discretamente listado junto com
os outros dons espirituais ‘miraculosos’ em 1ª Co 12:28 e Ef.4:11, dons esses que Grudem insiste que devem
continuar na igreja! Resumindo, as opiniões de Grudem sobre apostolado, profecia, revelação e Escritura deixam-
no vulnerável à acusação de que ele é fatalmente inconsistente na sua defesa da continuação dos dons espirituais.

Mas será que a própria Escritura vê os apóstolos e profetas do Novo Testamento como conscientes repositores de
Escritura ainda não escrita ou canônica? Ou será esta noção destas figuras bíblicas, defendida por Grudem e seus
homólogos cessacionistas, uma noção anacrónica e demasiado limitada?

A Tradição Protestante e a sua Influência sobre o ‘Fundamento dos Apóstolos e Profetas’ na Interpretação
Evangélica

Embora possamos apresentar várias respostas, uma breve revisão da historicamente condicionada origem da
doutrina fundamentalista cessacionista poderá ser esclarecedor. Parece que esta tradição evangélica cessacionista
sublinhando esta visão de Ef.2.20 tem sido acriticamente passada desde as polêmicas dos Reformadores contra o
papado.

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Para minar as reivindicações papais de autoridade religiosa final via sucessão apostólica [13], os Reformadores
falharam em examinar adequadamente os papéis neotestamentários de apóstolo e profeta. Ao invés disso, eles
simplesmente assumiram as premissas de Roma e transferiram a coroa e a autoridade do Papa do século 16 para
os apóstolos do primeiro século. Então, os apóstolos, nesta visão os receptores de revelação divina, canonizaram a
sua autoridade final eclesiástica e doutrinária, não em encíclicas papais, mas no Novo Testamento. Os
Reformadores, e particularmente os teólogos escolásticos que os seguiram, continuaram protegendo a autoridade
‘papal’ do Novo Testamento ao negar qualquer revelação divina adicional baseando-se implicitamente no papel
fundamental dos profetas em Ef 2:20.

Neste contexto, para os Protestantes então, é anátema a noção de um contínuo dom de apostolado ou de um de
revelação profética. O primeiro representa o espectro da sucessão apostólica e do papado, enquanto que o último
implica a reivindicação para algo final, mas em constante evolução e contaminação crescente de autoridade
doutrinária ex cathedra sobre a igreja. Por esta razão, e não por razões bíblicas, é que a a cessação dos apóstolos
e profetas se tornou uma doutrina fundamental para a teologia Protestante tradicional. A aplicação desta polêmica,
podia então ser fácil e acriticamente transferida para qualquer um que advogasse a continuação dos dons
espirituais, incluindo os particularmente explosivos dons de apóstolos e profetas.

Uma Visão Alternativa ao ‘Fundamento dos Apóstolos e Profetas

Se esta tradição evangélica falha em refletir uma interpretação adequada de Ef.2:20, então que alternativa poderá
ser oferecida? Eu argumentaria que ‘o fundamento’ de Ef.2:2 representa a recorrente apostólica e profeticamente
inspirada “confissão fundamental” de Pedro, sua ‘grande confissão’ (Mt.16.16-19), revelada e confessada por todos
os cristãos de todas as eras. A confissão de Pedro é universalmente considerada sendo tanto paradigmática como
parentética.

É provável que a antiga tradição Cristã sobre a confissão de Pedro moldou a metáfora de Ef.2.20 em que ambos
partilham de pelo menos quatro elementos chave: (1) a revelação profética do Pai foi sublinhada como o meio pelo
qual Pedro soube que (2) Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (o ponto central da discussão); (3) a linguagem
fundamental de edificar a igreja de Cristo ‘nesta pedra’; (4) o papel arquétipo de Pedro resulta de sua confissão
profética: a partir de (a) o jogo de palavras para ‘pedra’, conectando a sua confissão profética ao fundamento e à
edificação da igreja (b) o fato que lhe foram dadas as chaves do reino: não apenas que ele mesmo tinha acesso
naquele dado momento, mas também o papel que desempenhava em desbloquear o reino para as experiências
proféticas e cristocêntricas dos Samaritanos em Atos 8 e dos Gentios em Atos 10.

O debate sobre o exato significado desta última frase é histórico: O que significa ‘pedra’? A liderança de Pedro? A
confissão de Pedro, que de alguma forma ‘desbloqueou’ o reino para todos e podia ‘reter’ e ‘liberar’ pecados?
Aquela confissão de Pedro foi um paradigma para todos confessarem, assim desbloqueando o reino e sendo
acrescentados à igreja? Será que a pedra era o próprio Cristo? (‘esta petra’, distinguida de Petros)? Se o ultimo for
verdade então como é que a revelação, a confissão e as chaves estão relacionadas com a pedra/fundamento e a
edificação?

O que parece claro de tudo isto, no entanto, é que já que esta história está na Escritura canônica, ela tem alguma
outra reivindicação sobre o leitor que não o retardo de informação histórica. Nos parece que a confissão profética
de Pedro é de alguma forma paradigmática e arquétipa para todos que viessem a ser crentes em Cristo. A perícope
parece também sugerir que esta confissão revelada desbloquearia o reino ao confessor, e que toda a assembleia
de confessores, a igreja, descansaria e seria edificada na pedra — seja ela esta confissão sobre Cristo, seja o
próprio Cristo (Rm 15:20, 1ª Co 3:11), ou ambas.

Efésios 2:20 então se relaciona com a confissão de Pedro ao longo dos quatro pontos acima. (1) Os apóstolos e
profetas (aqueles que receberam e confessaram revelação) se paralelizam com Pedro e a importância de sua
revelação sobre (2) Cristo, ‘pedra angular’ (cabeça do fundamento). (3) O templo é então ‘edificado’ sobre este
fundamento ‘nEle’ //‘Eu [Cristo] edificarei a minha igreja’. (4) Os papéis arquétipos (fundamentais) dos apóstolos e
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profetas resultam de suas confissões proféticas: (a) o jogo de palavras para ‘pedra’, conectando as suas confissões
proféticas ao fundamento (b) assim como Pedro pode agora desbloquear o reino por causa da sua revelação,
também agora, ambos Judeus e Gentios têm acesso ‘em um mesmo Espírito’ (Ef.2.18). Notem que os Gentios
antes estavam ‘separados da comunidade de Israel’ (2.12), agora são ‘não mais estrangeiros e forasteiros mas
concidadãos da família de Deus’ (2.19).

Mas como é que ambos, judeus e gentios, são trazidos à esta comunidade ou reino, ou que atividade está
envolvida na entrada? Através da obra de Cristo todos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito’ (2.18. Na era
do Novo Testamento ‘Espírito ‘ era comummente um sinónimo de ‘profecia’.) O próximo versículo continua
abordando a inclusão na família de Deus, que é edificada no fundamento dos apóstolos e dos profetas
[personificações de revelação, como a confissão fundamental de Pedro], com Cristo como o cabeça de esquina’
(também implícito na perícope da confissão de Pedro). Aqui a metáfora muda ligeiramente onde todos estão sendo
edificados ‘no qual’, ‘no Senhor’, ‘no qual’ (por três vezes: vv. 21 e 22, claramente um estado revelador à medida
que o conhecemos ‘de acordo com o Espírito’) e finalmente, ‘sendo juntamente edificados para morada de Deus
pelo seu Espírito’ (outra referência reveladora).

Nesta sugestão, então — em que o fundamento dos apóstolos e profetas representa uma expressão paralela da
confissão de Pedro com a subsequente inclusão dos Gentios — nós oferecemos uma interpretação de Ef.2.20.
Contrariamente à noção cessacionista ou exclusivista de um certo tipo de revelação, creditou o estatuto de
apóstolos e profetas, uma mais profunda dinâmica é retratada nesta passagem: a de que o fundamento dos
apóstolos e profetas simboliza um caminho pelo qual qualquer um na terra possa entrar no
templo/reino/aliança/comunidade/família de Deus, ou seja, pela confissão de Cristo Jesus revelada pelo Espírito.

Esta passagem existe não para provar a autoridade papal e unicidade dos apóstolos e profetas, mas para
expressar os meios fundamentais de entrada na divina comunhão: ‘Ninguém pode confessar ‘’Jesus é Senhor’’
senão pelo Espírito.’ Esta confissão, é, então, o fundamento dos apóstolos e profetas! [14] Certamente esta
revelação apostólica e profética não está limitada a este grupo de Ef.2:20, a não ser claro, que Paulo esteja a falar
de todos os crentes como sendo fundamentais! Em 1:15-23 o objetivo de Paulo para o leitor (e não apenas para os
Efésios do primeiro século, se este livro deve ser considerado pela igreja como canônico), por via de sua oração é
que ‘o Pai vos dê em seu conhecimento [lit: experiência em primeira mão] o Espírito de sabedoria e de revelação’.
Paulo prossegue descrevendo a sabedoria e a revelação: ‘’tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para
que saibais [lit: experiência em primeira mão] qual seja a esperança de sua vocação e quais as riquezas da glória
da sua herança nos santos, e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder [dunamis — muito frequente no Novo
Testamento, ‘’poder operador de milagres’’], como o poder de Deus na ressurreição.

Paulo deseja que a revelação ao leitor se estenda ao ponto que eles saibam que Cristo é exaltado acima de todos
os poderes e nações usando a linguagem de Sl.2. Paulo então parece estar a definir o objetivo para a inclusão de
todas as nações debaixo de Cristo, que na igreja ‘cumpre tudo em todos’. Em outras palavras, fica claro que tanto
canonicamente como portanto normativamente, todos os crentes devem partilhar da revelação da inclusão dos
gentios na Igreja. Paulo não ora para que seja dado ao leitor o ‘Novo Testamento’ da sabedoria e de revelação, mas
o Espírito de sabedoria e revelação, o conteúdo é tanto claro como proposital.

Outra passagem ilustra a revelação normativa, partilhada e contínua esperada por todos os crentes. Novamente,
Paulo ora indicando o ideal para os leitores, que o Pai ‘vos fortaleça com poder [dunamis] pelo Seu Espírito [de
sabedoria e de revelação] no vosso interior, para que Cristo possa habitar nos vossos corações [centro de
discernimento espiritual] pela fé [não nesta passagem pelo Novo Testamento, mas por uma ciência/certeza
subjetiva]… que sendo arraigados e fundados em amor [para os Judeus ou os Gentios?] possam juntos com todos
os santos ter poder para compreender [a extensão] do amor de Cristo [de novo, a unidade de judeus e gentios? […]
que possam ser cheios de toda a plenitude de Deus’. Cessacionistas restringem este tipo de efusão apenas aos
‘dons fundamentais’ dos apóstolos e profetas.

Desempacotando a Metáfora “O fundamento dos Apóstolos e Profetas”


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Em que sentido o fundamento é composto por apóstolos e profetas? Para o argumento cessacionista funcionar ele
deve provar que quando este grupo fundamental morreu, a sua autoridade de criação-de-Escritura e seus dons
necessariamente morreram com eles. Várias respostas estão em ordem.

Primeiro, uma observação geral. Mesmo se o paralelo entre a arquétipa e paradigmática confissão petrina e a
passagem de Ef.2.20 for negado, e os apóstolos e profetas forem vistos como depósitos humanos de Escritura,
resta ser provado que ninguém os podia substituir ou que os seus dons de revelação pertenciam exclusivamente a
eles e não ao Espírito Santo. Contudo, a exceção fatal ao argumento-por-analogia cessacionista é a presença de
Cristo Jesus como o elemento principal no fundamento. Vamos então apresentar a lógica cessacionista neste
argumento-por-analogia:

Premissa #1: O termo, ‘fundamento’ é necessariamente um descritivo de um limitado período de tempo, ie., uma
‘geração’. Necessariamente, então, este fundamento não pode indicar um evento arquétipo partilhado por todos os
crentes, como uma confissão, nem pode se referir a uma normativa ‘padrão’ replicável, por exemplo, de ministério.
E mais, fundamento não pode ser uma metonímia para o edifício como um todo.[15]

Premissa #2: Alguém que constitua este fundamento necessariamente não pode funcionar após este prazo
fundamental, quer seja como uma pessoa, ou como uma classe de atividade que esteja essencial e
caracteristicamente associada com essa pessoa, e.g., apostolado ou profecia. A morte dos constituintes do
fundamento necessário exige a morte dos seus dons característicos, os quais então, em algum sentido são
transmutados para um corpo de doutrina escriturada.[16]

Premissa #3: Jesus Cristo é uma parte constituinte, sendo o ‘cabeça de esquina’, de fato a própria essência,
deste fundamento (1ª Co 3:11).[17]

Conclusão: Portanto, se o fundamento está necessariamente limitado ao primeiro século, então a vida e o
essencial e característico em atividades da ‘classe de Jesus’, como a regeneração, justificação, e santificação
cessaram e foram reduzidos a um corpo de doutrina escriturada. Por outro lado, se Cristo ainda está vivo e ativo no
seu ministério no Espírito, então o fundamento deve ser expandido para incluir o tempo presente.[18] Em qualquer
dos casos, a interpretação cessacionista de Ef.2.20 falha.

Ainda outras duas dificuldades derivam do argumento-por-analogia cessacionista. (1) O ajuntamento de todos os
elementos do edifício/templo em Cristo, que é o fundamento. As claras referências a Cristo como sendo a última ou
final pedra no edifício/tempo, sobre qual irei me debruçar.

Em primeiro lugar, se os vv. 21 e 22 são normativos e canônicos para toda a igreja, então o argumento
cessacionista se torna insustentável, na medida em que exige que toda a igreja esteja necessariamente limitada à
geração dos apóstolos e profetas. Como o texto declara: ‘no qual [Cristo a pedra angular] todo o edifício bem
ajustado cresce (sunarmologoumene)’ e ‘no qual [Cristo a pedra angular] vós juntamente sois edificados
(sunoikodomeishe)’. A metáfora é sobre a conexão do edifício crescendo templo santo ‘no Senhor’. O
fundamento, então, não pode representar um tempo limitado ou uma geração se todo o edifício é tão
categoricamente e individualmente em Cristo, no Espírito. Se Cristo está limitado ao fundamento do primeiro
século, então como podem as subsequentes gerações de Cristão, aliás, toda a igreja, estar tão empaticamente ‘em
Cristo’— uma típica expressão paulina, a qual é uma característica de todos e de cada um dos crentes?

Em segundo lugar, este discernimento é também sustentado pelo uso do termo ‘pedra angular’ para Cristo neste e
em outros contextos. Um considerável debate[19] continua sobre a colocação do fundamento, seja como parte do
fundamento, como insistiriam os cessacionistas, ou como a grande ‘pedra de esquina’[20] ou ‘viga’—uma longa
pedra no canto de um edifício que sustenta duas paredes unidas como dedos entrelaçados, ou seja, as duas
‘paredes’: Judeu e Gentio.[21]

Onde os escritores do Novo Testamento citam Sl 118.22, ‘A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabeça

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de esquina (kephale gõnias)’ (Mt. 21.42//Mc. 12.10//Lc. 20.17; At. 4.11; 1 Pe. 4.7), parece bastantemente claro que
a posição é exaltada ou elevada e não uma parte do fundamento. O contraste é desenhado, por outro lado, entre
uma pedra rejeitada, não incluída no edifício, mas provavelmente indetectável, no solo (talvez escondida nas ervas
daninhas), como uma ‘pedra de tropeço’ (Is 8:14, citada em 1ª Pe. 2:8, c.f. Mt. 21:44/Lc 20:18), e por outro lado,
como mais tarde sendo escolhida para ser exaltada na ‘cabeça de esquina’.[22]

Daqui por diante a metáfora cessacionista enfrenta uma dificuldade. Mesmo que admitamos que Cristo é o
fundamento da igreja em Ef.2:20 e 1ª Co 3.11. talvez derivada da confissão de Pedro, nós também temos um Cristo
que é claramente colocado como ‘pedra de esquina’ ou ‘cabeça de esquina’. Já que o argumento cessacionista
depende inteiramente no seu entendimento das pedras do edifício como pessoas cujos temporariamente limitados,
dons e atividades características morreram com eles, então que faremos acerca da aparição de Cristo mesmo no
fim da era da igreja? A metáfora cessacionista do fundamento não exigiria que os dons e atividades características
de Cristo continuem até ao fim do período da igreja? Se isto é verdade e se Cristo é o elemento mais essencial do
fundamento, então, o que é que isso diz acerca dos outros membros do fundamento? Necessariamente isto não
exigiria que os seus dons fundamentais continuariam até ao mesmo tempo? Se não, porque não?

Em terceiro lugar, uma observação final envolve o histórico ponto de vista do próprio escritor apostólico desta
metáfora, Paulo, um fato que torna impossível a interpretação cessacionista desta passagem. No v. 20 Paulo diz
que a igreja efésia estava edificada sobre os apóstolos e profetas, pretérito. Sendo esse o caso, de acordo com
esta visão cessacionista, apostolado e profecia, dons que os cessacionistas rigidamente ligam ao cânon da
Escritura, não poderiam mais estar em operação na época que Paulo escreve aos Efésios; para Paulo é evidente
que a incorporação dos Judeus e Gentios já tinha acontecido. Como, então, pode Paulo continuar a receber e
transmitir revelação divina, ou até mesmo chamar a si mesmo de apóstolo? Mesmo que nós neguemos a autoria
Paulina de Efésios, alguém com ‘autoridade-de-nivel-de-Escritura’ escreveu Efésios depois de uma geração de
pedras ter sido disposta no fundamento. Se a interpretação cessacionista de Ef 2:20 está correta, Paulo não tinha a
autoridade para dizer que apostolado e profecia não mais existiam, pois ele mesmo, neste caso, já não seria mais
um apóstolo.[23]

Apóstolos, Profetas e Escritura

O modelo cessacionista de apóstolos e profetas servindo essencialmente como repositores de Escritura para ainda
ser escrita é uma estranha caricatura. A conexão entre estes dons e o cânon do Novo Testamento simplesmente
não é tão explícito na própria Escritura quanto os cessacionistas querem que acreditemos. Por exemplo, quando
alguém realmente faz as contas ao número de palavras no Novo Testamento escritas por apóstolos, em oposição a
não-apóstolos, a proporção é um espantoso 49 por cento para 51 por cento, respectivamente!

Os apóstolos, até mesmo pela mais conservadora atribuição evangélica da autoria [24] do Novo Testamento
escreveram menos de metade do Novo Testamento! Aliás, se o círculo do apostolado é tão bem guardado,
lembrem-se que Paulo que não era membro dos doze originais escreveu 43 por cento dos 49 por cento
‘apostólicos’! O relato de Atos regista a pesada ênfase de que os onze depositaram na presença física com
Jesus.[25] O apostolado de Paulo quebra esta ligação física, [26] o que implicitamente tende a universalizar o
exclusivo contato apostólico com Jesus. Ele insiste que ‘já não conhecemos [experiência] Cristo segundo a carne
[por formas fracas e humanas] ‘ (2ª Co 5:16), mas agora ‘segundo o Espírito’ (2ª Co 3:17). O foco central aqui, no
entanto, é que a própria Escritura do Novo Testamento não está ciente do fato de que um novo ‘cânon’ está sendo
produzido pelos apóstolos, e em caso nenhum é dito que mesmo uma tarefa de um apóstolo era o de escrever
Escritura!

Para além disso, a ‘autoridade’ apostólica está longe de ser clara. A maioria das referências de Paulo a apóstolos é
negativa e critica (e.g. 2ª Co 10-12; Gl 1-2); ele descobre que deve fazer um esforço extenuante até mesmo para
defender o seu próprio apostolado, o qual parece geralmente contestado e não reconhecido mesmo em algumas
de suas próprias igrejas! Por outro lado, os ‘super-apóstolos’ (2ª Co 11:5) se opunham à principal mensagem de
Efésios, a reconciliação com os Gentios pela fé, não pela lei. Foram estes apostolos da parte de Tiago em
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Jerusalém (Gl. 2:12.), quem intimidaram até mesmo Pedro, o primeiro Papa, a se retirar de sua missão aos gentios.
Pelo menos dois dos três ‘pilares’ da igreja de Jerusalém parecem também ter-se tornado contra esta missão! O
padrão de compromisso apostólico com a sã doutrina, parece, então, quanto muito, disperso. Certamente quatro
apóstolos tiveram sua parte na escrita do Novo Testamento, mas muitos mais não tiveram.

A relação entre os profetas do Novo Testamento e o cânon do Novo Testamento é ainda mais obscura. É verdade
que o Espírito é visto a inspirar profeticamente dez vezes,[27] o mesmo Espírito revela e causa elocuções
proféticas de outros estilos 153 vezes! Ainda que seja possível demonstrar que o Revelador considerava o seu livro
como ‘profecia’ (Ap.22.18-19), é um grande salto presumir que, portanto, toda a profecia do Novo Testamento deve
ser a plataforma oral da Escritura![28] De fato, as funções específicas da profecia do Novo Testamento são
explicitamente escritas: louvar e glorificar a Deus (At 2.14), para edificação, exortação e consolação (1ª Co 14:3,
c.f. At 15:32) e para equipar crentes em direção a objetivos espirituais máximos (Ef 4:12-13). Um caso hipotético de
profecia oferecido por Paulo (1ª Co 14:24-25) demonstra profecia revelando os segredos do coração dirigindo em
direção ao arrependimento. Certamente nenhum destes propósitos explícitos da profecia sugere a escrita de um
novo documento no Novo Testamento!

Aliás, os exemplos de profecia em Atos mostram claramente diferentes propósitos para a sua expressão do que o
de acumular um reservatório oral de revelação que se tornaria Escritura! Ágabo informa a igreja de Antioquia uma
fome iminente, motivando assim uma caridosa contribuição para os crentes necessitados na Judeia (At 11-27-30).
Os profetas de Antioquia comissionam Paulo e Barnabé para uma missão de alcance (At 11.1-3). Judas e Silas
‘encorajaram e fortaleceram’ as igrejas gentílicas com uma não registada mensagem profética após a Conferencia
de Jerusalém (At 15:32-33).

Os convertidos efésios profetizaram, mas nenhum conteúdo é registado (At 19.6). Os discípulos habitantes de Tiro,
‘pelo Espírito’, alertaram Paulo para não ir à Jerusalém (At 21.3-4). Filipe tinha quatro filhas virgens, que
profetizavam (At 21.9). Ágabo avisa que ele seria preso e amarrado se ele fosse a Jerusalém (At 21. 10-11). Em
nenhum dos casos, algum destes profetas ou o narrador destes textos indica que alguma elocução profética foi
intencionada como uma ‘doutrina fundamental’ na qual a igreja seria edificada!

Certa e obviamente estes casos de profecia foram registados na Escritura, mas não há nenhuma indicação a partir
destes textos de que a função essencial da profecia era servir como Escritura oral até poder ser reduzida à termo.
Se de fato a função dos dons determina a sua duração, então é claro que argumentar para a cessação dos
apóstolos e profetas na base da cessação da atividade de escrita da Escritura, na qual alguns estiveram
envolvidos, depende das mais tênues indicações do Novo Testamento. As fortes e explícitas funções destes dons
parecem evidenciar sim, a sua continuação até as suas tarefas estarem completas na parousia. Efésios continua a
sua descrição dos apóstolos e profetas em 4.11-13 onde descreve os dons sendo dados à igreja até (mechri) nós
todos entrarmos ao estado escatológico de ‘atingindo a medida da plenitude de Cristo’.

CONCLUSÃO

A premissa mais desconcertante do argumento fundamental é a noção do que em última análise é o fundamento —
o mais importante elemento ou valor central —da igreja.

Alguns cessacionista parecem estar insistindo que o fundamento é a doutrina estabelecida nos documentos do
Novo Testamento. Como alguém comprometido com a infalibilidade e inerrância da Escritura eu nunca procuraria
minimizar o significado central da Bíblia para a fé. Não obstante, nem a Bíblia no geral, nem Efésios em particular,
se identificam a si mesmos como o valor fundamental da igreja. Mas antes, a experiência divulgadora de Cristo,
ainda que dentro da sua estrutura bíblica, é verdadeiramente o fundamento da igreja. São Paulo estava
preocupado de que a fé dos Cristãos descansasse não em palavras, mas em ‘uma demonstração do poder do
Espírito’ (1ª Co 2:14). Isto enfaticamente sugere que normativamente um sistema de proposições, a despeito do
quão verdadeiras possam elas ser, não é a base para a fé, mas antes é o próprio Cristo, através da atividade do
Espírito de Cristo, com uma forte implicação de revelação, que caracteriza este fundamento.
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Título Original: Foundational Gifts Ephesian 2:20

Tradução: Ângelo Lima

[1] Para os objetivos deste artigo, o termo ‘cessacionista’ designa alguém que afirma o término dos assim
chamados dons de ‘sinais’ ou dons ‘miraculosos’ do Espírito Santo, usualmente conectado com a morte dos
apóstolos ou com a finalização dos escritos do Novo Testamento. Para as várias descrições e datas deste término
dadas por escritores cessacionistas veja R.W.Graves, ‘Tongues Shall Cease: A Critical Study of the Supposed
Cessation of the Charismata’, Paraclete 17/4 (Outono 1983), pp.20-28. Em contraste, os Cristãos Pentecostais ou
Carismáticos crêem que os assim chamados dons ‘miraculosos’ do Espírito têm continuado na igreja. No entanto
muitos deste segundo grupo negam a continuidade do dom de apostolado.

[2] E.g., por R.B. Gaffin Jr, Perspectives on Pentecost: Studies in New Testament Teaching on the Gifts of the Holy
Spirit (Philipsburg, PA: Presbyterian and Reformed Publishers, 1979), pp. 93-116; R.L.Thomas, ‘Prophecy
Rediscovered? A Review of The Gift of Prophecy in the New Testament and Today’, BSac 149/5933 (Jan.-Mar.
1992), pp. 83-96; K.L. Gentry, The Charismatic Gift of Prophecy: A Reformed Response to Wayne Grudem
(Memphis: Footstool, 1989); R.F. White, ‘Gaffin and Grudem on Eph 2.20: In Defense of Gaffin’s Cessationatist
Exegesis’, WTJ 54 (1992), pp.303-20 e F.D. Farnell, ‘Is the Gift of Prophecy for Today?’ BSac 149/595 (Jul.-Set.
1992) pp. 62-88; 150/598 (Abr.-Jun. 1993), pp. 171-202. Esta última série deriva do trabalho de doutorado de
Farnell. ‘The New Testament Prophetic Gift: Its Nature and Duration’ (ThD dissertation, Dallas Theological
Seminary, 1990). Richard D. Kelso, Nature, Role and Exercise of Non-Apostolic Prophecy in the New Testament
and Today’ (MA Thesis, Columbia Biblical Seminary and Graduate School of Missions, 1999). R. Fowler White,
‘Reflections on Wayne Grudem’s ETS 1992 Presentation, “The New Testament Gift of Prophecy: A Response to My
Friends” ’, Theological Research Exchange Network, 1993.

[3] Esta interpretação historicista da metáfora sobre a ‘pedra angular’ (akrogone) em Ef.2.20 tem as raízes mais
tênues da história da igreja. Por exemplo, das cerca de 101 referências descobertas pelo CD-ROM, versão D de
Thesaurus Linguae Graeccae, basicamente todas as referências à ‘pedra angular’ de Ef.2.20, que oferecem
contexto suficiente para discernir sua localização, mostram que ‘pedra angular’ aparecem como sendo ‘pedra de
esquina’ ou ‘pedra principal’, ou como a mais alta e mais proeminente pedra no edifício — usualmente a ‘ultima’
pedra a ser colocada, completando assim a estrutura. É possível encontrar uma possível exceção em Shepherd of
Hermas: ‘E as pedras, senhor’, eu disse, ‘que foram tomadas do abismo e couberam no edifício: o que são elas?’
‘As primeiras’, ele disse, ‘as dez, viz, que foram colocadas como um fundamento são a primeira geração, e as vinte
e cinco são a segunda geração, de homens justos; e os trinta e cinco são os profetas de Deus e Seus ministros; e
os quarenta são os apóstolos e mestres da pregação do Filho de Deus.’ Dificilmente isto oferece uma base
coerente para a metáfora cessacionista de Ef.2.20, já que as ultimas pedras mencionadas, aparentemente a quarta
(!) geração representam apóstolos!

[4] Gaffin apela para um argumento cânon-dentro-do-cânon. O decisivo, controlador significado de Efésios 2.20 (no
seu contexto) deve ser tomado em conta… 1 Coríntios 14… tem um foco relativamente estreito e está confinado à
situação particular em Corinto. Efésios, por outro lado, pode muito bem ser uma carta circular, intencionada
originalmente por Paulo para uma maior audiência que a congregação em Éfeso. Mais importante ainda, 2.20 é
parte de uma seção que examina a igreja como um todo numa forma tão arrebatadora e compreensível. Efésios
2.20 dá um passo atrás, vislumbra todo o edifício e anota o lugar da profecia nesse edifício (como parte do
fundamento); 1 Coríntios e as outras passagens sobre profecia examinam uma das partes desde o seu interior.
Efésio 2.20, depois, com o seu prisma mais ampliado deve ter um papel importante e governante na procura pelo
entendimento de outras sentenças do Novo Testamento sobre profecia com um foco mais estreito, mais particular e
detalhado…’ Perspectives on Pentecost, p.96. ‘Efésios 2.20 figura proeminentemente neste debate’, Charles E.
Powell, Dallas Theological Seminary, no 48º Encontro Anual da Evangelical Theological Society, Jackson,
Novembro 1996. http.//www.bible.org/docs/theology/pneuma/giftques.htm

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[5] E.g. na obra influente de Jack Deere , Surprised by the Power of The Spirit (Grand Rapids: Zondervan, 1993) há
um breve tratamento (p.248) com a promessa de um plano para discutir Ef.2.20 mais detalhadamente ‘no meu
próximo livro’. If Surprised by the Voice of God (Grand Rapids: Zondervan, 1996) é esse livro, a passagem não
aparece no Index das Escrituras e eu não sou capaz de encontrar qualquer discussão da mesma.
Semelhantemente, numa outra grande obra Gary S. Kreig e Kevin N. Springer (eds.), The Kingdom and the Power:
Are Healing and the Spiritual Gifts Used by Jesus and the Early Church Meant for the Church Today? (Ventura, CA:e
Healing and the Spiritual Gifts Used by Jesus and the Early Church Meant for the Church Today? (Ventura, CA:
Regal Books, 1993), uma página é dedicada a Ef.2.20 em um capitulo escrito por Wayne Grudem (veja abaixo). J
Rodnam Williams não trata sobre a visão cessacionista de Ef.2.20, mas pelo contrário parece confirmá-la, pelo
menos no que toca aos ‘originais’ 13 incluindo Paulo (em oposição a ‘contínuos’) apóstolos, vejam a sua obra
Renewal Theology (Grand Rapids: Zondervan, 1992), p.173. Nenhuma real crítica ao argumento ‘fundamental’
aparece na extensa discussão em Are Miraculous Gifts for Today? (Grand Rapids: Zondervan, 1996) de Wayne
Grudem (ed.).

[6] Primeiro na adaptação da sua dissertação de PhD em Cambridge, The Gift of Prophecy in 1 Corinthians
(Washington, DC: University Press of America, 1982), pp. 82-105.

[7] ‘Todos nós [alguns dos críticos de Grudem e ele mesmo] concordamos que estes [itálicos dele] profetas são
quem providenciou o fundamento da igreja, e portanto, estes são profetas que falaram palavras infalíveis de
Deus… Se nós dizemos que este grupo eram só os apóstolos ou se dizemos que era um pequeno grupo de
profetas intimamente associados com os apóstolos e que falaram palavras de qualidade de Escritura, ainda
continuamos com a descrição de um grupo único e muito pequeno de pessoas que providenciam este funfamento
para a igreja universal’, Systematic Theology (Grand Rapids: Zondervan, 1994), p.1051 n. 4.

[8] Grudem Gift of Profechy in 1 Corinthians, p.105. Também de Grudem The Gift of Prophecy in the New
Testament and Today (Westchester, IL: Crossway Books, 1989), pp. 45-63, e a sua Teologia Sistemática, p.1051.

[9] E.g., por F. David Farnell, ‘Falible New Testament Prophecy/Prophets? A Critique of Wayne Grudem’s
Hypothesis’, Master’s Seminary Journal 2.2 (Outono 1991), pp. 165-77.

[10] Michael Moriarty declara claramente a sua posição, Deus colocou profetas em igrejas apostólicas para ‘prover
visão doutrinária’ apenas durante um ‘periodo intercalar’ em que as igrejas ‘tinham apenas porções da Bíblia’, The
New Charismatics (Grand Rapids: Zondervan, 1992), p.231. Assim como Farnell, ‘Fallible New Testament
Prophecy/Prophets?’ Gaffin parece sustentar esta visão. Ele escreve ‘Devo enfatizar que, durante o fundamental,
período apostólico da igreja, o seu ‘’cânon’’ (i.e., onde eu encontro a palavra de Deus e Sua vontade revelada para
a minha vida) era uma fluida, envolvente entidade, constituída por três fatores: (1) um completo Velho Testamento;
(2) um eventual Novo Testamento e outros documentos inspirados não mais inexistentes (e.g., a carta mencionada
em 1 Co.5.9), à medida que cada uma escrita e circulada (c.f. Cl.4.16) e (3) uma oral apostólica e profética voz
(‘tanto por palavra falada como por carta) [2 Ts. 2.15] aponta para este misto autoritativo entre oral e escrito). A
igreja naquela época vivia por um principio de autoridade e direção que era ‘Escritura mais’; dada a natureza do
caso, ela ainda não poderia estar comprometida, como um principio formal, ao Sola Scriptura’, ‘A Cessationist View’
em Are Miraculous Gifts for Today?, pp. 45-46 n.50 de Grudem (ed.). Essencialmente aquilo que Gaffin fez foi
redefinir o cânon para a igreja do Novo Testamento. Para ele, o cânon contém revelação não incluída nas
Escrituras. Mas agora, após a completação do Novo Testamento, o cânon é simplesmente a Bíblia. Isto
simplesmente não resolve. O cânon ou é a Escritura apenas ou é toda a revelação. Não podem ser ambos: um
para a igreja apostólica e outro para a igreja pós-apostólica. O argumento de Gaffin parece ser um trabalho
desesperado para preservar tanto a completação do cânon como o cessacionismo.

[11] Grudem, Teologia Sistemática, p. 1050.

[12] É interessante que entre os quatro parceiros de diálogo para o livro que Grudem editou, Are Miraculous Gifts
for Today? Four Views (Grand Rapids: Zondervan, 1996), nem os participantes Carismáticos nem os Pentecostais
9/11
afirmaram a continuação de um dos dons espirituais: apostolado! Vejam minha revisão, ‘Review of Wayne Grudem
(ed.), Are Miraculous Gifts for Today? Four Views, Zondervan, 1996’, Pneuma 21.1 (Primavera 1999), pp. 155-58.
Também publicada em JETS 42.3 (Set. 1999), pp. 531-32.

[13] Ainda hoje apologetas Católicos Romanos apelam para Ef.2.20 como texto-prova para a autoridade papal.
Anthony Saldarini, ‘Chapter 2, Interpretation: Part One: The Biblical Period’. T.J. Teikppe (ed.), Papal Infallibility: Anh
Application of Lonergan’s Theological Method (Washington, DC: University Press of America, 1983), pp. 9-22 (18).

[14] Marcus Barth toma uma visão relacionada desta ‘confissão-como-fundamento’. ‘Mais provavelmente o termo
‘’fundamento’’ em 2.20 é mais amplamente explicado por 4.7, 11, 6.19-20, i.e., por aquelas passagens em Efésios
que falam da pregação, exortação e atividade de aviso dos porta-vozes de Deus destacados por Cristo para a
Igreja’, Ephesians (AB,35, New York, 1974), pp. 315-16.

[15] Uma premissa contrariara por K.L. Schmidt, ‘themelios’, TDNT, III, p.63.

[16] Em ‘fundamento’ como um depósito de doutrina veja W.Schmitals, The Office of Apostle in the Early Church
(Nashville, Abingdon Press, 1969), p.43, esp. n. 91.

[17] E.g., Fowler White, ‘Gaffin and Grudem on Ephesians 2.20’, p.304 n. 6. ‘Estritamente falando, para Gaffin o
fundamento da igreja consiste de Cristo (Ef.2.20b_; 1Co 3.11) e dos apóstolos e profetas. O assentamento do
fundamento (Is. 28.16) começou com Cristo (e.g., Mt.21.42-44) [sic] e se concluiu com os apóstolos e profetas
como testemunhas de Cristo (e.g., Lc 24.44-48)’, Também Gaffin, Perspetives on Pentecost, pp. 91-93, 107-08.

[18] Uma resposta cessacionista a este silogismo poderá ser que há um sentido no qual as atividades da ‘classe de
Jesus’ podem muito bem ter cessado de uma de duas formas. Primeiro, o ministério terreno de Jesus foi
fundamental, já que em sua ascensão e reinado, seu ministério mudou de formas fundamentais. Portanto, a
analogia funcionaria, apóstolos e profetas teriam um ministério terreno, recebendo e emitindo revelação com
‘qualidade de Escritura’ durante o período fundamental, mas depois de suas mortes, seus ministérios continuariam
nas Escrituras.A esta altura, no entanto, a analogia estaria muito instável. A ascensão de Jesus — o fim de seu
período fundamental—precipitou uma profusão de miraculosos, reveladores dons Espirituais, os quais depois
encontraram outro terminal período fundamental: o dos apóstolos e profetas. Os fundamentos não são nem
congruentes temporariamente nem conceitualmente. Além disso, o ponto da analogia cessacionista é que os
apóstolos e profetas eram eles mesmos os dons de apostolado e profecia. Nesta linha raciocínio, Jesus Cristo é em
Si mesmo um dom de salvação, o qual morreria quando Jesus morreu fisicamente. Mas estes apóstolos não
continuam de forma alguma participando pessoalmente nas vidas dos crentes hoje pelo Espírito como assim Cristo
faz. Além disso, o dom de Cristo não morre com ele, mas ao invés disso é feito viável apenas na sua morte. Estes
pontos abrem uma tão séria disjunção entre os membros fundamentais que é necessário procurar uma outra
interpretação da metáfora. Uma melhor analogia seria: a igreja é fundada em uma combinada metáfora do próprio
Cristo e a confissão revelada pelo Espírito acerca de Cristo, o Filho do Deus Vivo, uma confissão como a dos
apóstolos e profetas, i.e. uma experiência reveladora, que tal como o presente ministério de Cristo, continua
através do Espírito Santo. Isto faz lembrar a máxima do livro de Apocalipse: ‘O Espírito de profecia é o testemunho
de Jesus’. O Espírito não pode ser simplesmente equacionado com o inacabado cânon do Novo Testamento! Uma
segunda réplica cessacionista poderia ser insistir de que há uma analogia entre os apóstolos/profetas e Jesus, em
que ambos falaram palavras com qualidade-de-Escritura até ao fim do período fundamental, quando o cânon foi
completado. De novo, para a metáfora cessacionista do fundamento se aguentar, ela deve tratar Cristo, como parte
desse fundamento, de formas idênticas às dos apóstolos e profetas: a central e caracterizante expressão de Cristo,
envolvendo o próprio dom da salvação, teria que cessar na sua morte—uma posição largamente contradita pelo
mesmo cânon de Escritura que o cessacionismo pretende defender: ‘A minha palavra e a minha pregação não
consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para
que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus’ (1Co 2:4-5).

[19] Vejam o sumário em A.T. Lincoln, Ephesians (WBC, Dallas: Word, 1990), p.154.
10/11
[20] G.W.H. Lampe, A Patristic Greek Lexicon (Oxford: Clarendon Press, 1961), p.66: ‘Os top-mais ângulos ou
pontos de uma pirâmide, obelisco, etc’.

[21] SoCyril, Isa.3.2 (2.397E) e John of Damascus, Hom. 4.30 (MIgne’s Patrologia Graecae, vol. 96, col. 632§c).

[22] Elwell expressa um equivoco comum, em que ele parece sentir que é difícil ter uma ‘pedra de tropeço’. A que é
colocada no fundamento como uma pedra angular, ‘mas as metáforas podem ser esticadas’. O foco em duas das
nossas passagens (Mt.21 e Lc.20) é que a pedra não pode estar no edifício de todo se foi de facto ‘rejeitada’

[23] Devo esta observação a Robert Graves, ‘That Glorious Day’, Pneuma Review 3.2 (Primavera 2000), pp. 38-52
(45).

[24]
Presumindo aqui que Hebreus não foi escrito por um apóstolo. Poucos evangélicos hoje acreditam que este livro
tenha sido escrito por Paulo. Para os nossos propósitos os livros escritos por apóstolos são: Mateus, João, o
corpus Paulino, incluindo Efésios e as Pastorais, 1, 2 Pedro; 1, 2, 3 João; Apocalipse.

[25] Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram connosco durante todo o tempo em que
o Senhor Jesus viveu entre nós, desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós’ (NVI,
itálicos meus).

[26] Como os eventos de Pentecostes parecem também fazer, desde o enchimento dos ‘12’ parece ter sido
actualizado, não com a eleição de Mateus, de quem nunca mais ouvimos falar, mas antes nos 120 como a
comunidade simbólica do Novo Israel composta por profetas.

[27] Mt. 22.43; Mc. 12.36; Atos 1.16; 28.25; Hb. 3.7; 9.8; 10.15; 1 Pe. 1.11,12; 2 Pe. 1.21.

[28] Robert L. Thomas, ‘The Correlation of Revelatory Spiritual Gifts and New Teatament Canonicity’, Master’s
Seminary Journal 8 (Primavera 1997), pp. 5-28.

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