Utilização da fibra da casca de coco na produção de

membranas para processos de separação.

III SEMANA DE QUÍMICA
João Vitor T. Ferreti *(IC), Carla da S. Meirelles (PQ)
DO NORTE DO ESPÍRITO
SANTO Universidade Federal do Espírito Santo – CEUNES, São Mateus, ES
CEUNES-2018

jvitor.tf10@gmail.com

1. Introdução 3. Resultados
Os produtos derivados de celulose têm ganhado cada vez mais A caracterização do material purificado quanto ao teor de lignina pelo
notoriedade devido as suas mais variadas aplicações em diversas áreas método de Klason baseia-se na solubilização dos polissacarídeos, pela ação
de interesse. Processos como a osmose inversa, para dessalinização da de um ácido forte, permanecendo apenas a lignina, que é posteriormente
água, faz uso de membranas que podem ser produzidas a partir do quantificada. Determinou-se 0,88% de lignina na fibra após procedimento
acetato de celulose. que representa uma grande diminuição deste constituinte quando
comparado a 34% no material in natura.
c)
b) A determinação do grau de substituição (GS) do acetato de celulose por via
química baseia-se na determinação da porcentagem (%m/m) de grupos
acetila (GA) que foram substituídos na cadeia celulósica. Foi determinado
um valor de 2,62 para o GS do material produzido que corresponde a um
material tri substituído. Com este material foi possível obter membranas que
foram avaliadas quanto a permeação a água. A Figura 3 mostra os
Figura 1 – Planta de dessalinização. materiais desde a fibra in natura até a membrana produzida
As fibras da casca de coco podem ser chamadas de material
a)
c)
lignocelulósico por serem constituídas basicamente por celulose, lignina d)

e polioses. O objetivo deste trabalho foi a utilização da fibra da casca de

b)
coco como fonte alternativa de celulose para produção do derivado
acetato de celulose, que tem grande importância industrial na produção
de membranas poliméricas para aplicação em processos de separação. Figura 3 – Fibra in natura (a), material purificado (b), acetato de celulose (c) ) e membrana (d).

A tabela 1 apresenta os dados de permeabilidade da membrana comparada

2. Metodologia
a uma comercial. O maior fluxo pode ser atribuído a diferenças quanto a
A fibra da casca de coco foi lavada e submetida a reação em solução porosidade ao longo da espessura. Dados de microscopia serão realizados
80/20 V/V etanol/HNO3 ,sob refluxo para isolamento da celulose e para avaliação da morfologia
caracterizado quanto ao teor de lignina pelo método de Klason.O
Tabela 1: Fluxo de água nas membranas
acetato de celulose foi obtido por reação de esterificação em meio ácido
Fluxo da membrana Fluxo da membrana
acético como solvente e anidrido acético como agente acetilante e Comercial produzida
(Lh-1 m-2) (Lh-1 m-2)
caracterizado quanto ao grau de substituição(GS). A membrana foi b)
703,83 891,50
produzida utilizando-se dioxano-acetona como sistema solvente. A
solução foi espalhada com auxílio do bastão de vidro em uma placa. O
4.Conclusões
solvente foi deixado evaporar por 90 seg e a placa foi submersa em
Os resultados mostraram que o procedimento de deslignificação foi eficiente,
água, onde ocorre o processo de inversão de fases. O filme foi avaliado
levando a um material final que apresentou 0,88% de lignina comparado a
quanto a permeabilidade a água em sistema de permeação, Figura 4,
34% no material in natura. O GS de 2,62 caracteriza acetato de celulose como
sob pressão de 4 bar.
tri substituído e possibilitou obtenção de membranas que obtiveram dados de
permeabilidade a água, nas condições estudadas, superior ao de uma
membrana comercial. Esta membrana será posteriormente caracterização
quanto a sua morfologia e capacidade de retenção de solutos como sal para
avaliação do seu potencial em dessalinização de água
Referências Bibliográficas:
Figura 2 – Sistema de permeação para medida do fluxo.
BARCELLOS, C.P. Reciclagem química da fibra da casca de coco para síntese de acetato de celulose e

Agradecimentos: produção de membranas. Monografia, Universidade Federal do Espírito Santo: São Mateus. 2015
CERQUEIRA,D.A.et al. Caracterização de acetato de celulose obtido a partir do bagaço de cana-de-açúcar
por 1H-RMN. Polímeros, 20,85-91, 2010