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por
sob orientação do
Mestre em Matemática.
Abril/2013
João Pessoa - PB
P681s Pita, Maxwell de Sousa.
Sobre uma classe de problemas elípticos com não
linearidades do tipo côncavo-convexa / Maxwell de Sousa
Pita.João Pessoa, 2013.
74f.
Orientador: Everaldo Souto de Medeiros
Dissertação (Mestrado) - UFPB/CCEN
1. Matemática. 2. Problemas elípticos semilineares.
3. Teorema do Passo da Montanha. 4. Princípio variacional
de Ekeland.
i
Dedicatória
ii
Resumo
iii
Abstract
In this work, we will establish a version of the Mountain Pass Theorem due to Martin
Schechter [12], which will provide a Cerami sequence at a max-min level. As a consequence
of this result, together with the Ekeland variational principle, we obtain some results of
existence and multiplicity of solution for a class of semilinear elliptic problems involving
a nonlinearity of concave-convex type.
iv
Sumário
Introdução 8
3 Um problema Superlinear 42
3.1 Prova do Teorema 3.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2 Prova do Teorema 3.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4 O caso f (x, u) ≡ λu 57
4.1 Prova do Teorema 4.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.2 Prova do Teorema 4.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
A Resultados utilizados 62
A.1 Diferenciabilidade de funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
A.2 Regularidade dos funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
A.3 Autovalores do Laplaciano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
A.4 Resultados de Análise Funcional e Teoria da Medida . . . . . . . . . . . . 69
Referências Bibliográcas 71
v
Notações
Notações gerais:
∂u
• ∇u = ( ∂x 1
∂u
, ..., ∂x n
) denota o gradiente da função u.
• u+ =max{0, u}.
• u− =max{0, −u}.
Espaços de funções:
vi
• H01 (Ω) denota o espaço de Sobolev usual.
• C0∞ (Ω) denota o espaço das funções de classe C ∞ em Ω com suporte compacto.
Normas:
21
, para u ∈ H01 (Ω).
R
• kuk = Ω
|∇u|2 dx
vii
Introdução
8
linear, assintoticamente linear e superlinear, desde que f (x, s) seja subcrítico.
Consideraremos apenas soluções não-negativas e não-triviais para o problema (1),
assim supomos f (x, s) ≥ 0 para s ≥ 0.
Esta dissertação está organizada da seguinte forma:
No Capítulo 1, estão enunciados e demonstrados alguns resultados clássicos da Análise
não-linear que são: uma versão mais geral do que conhecemos como Teorema do Passo
da Montanha e o Princípio Variacional de Ekeland. Ambos tem importância fundamental
para que possamos encontrar soluções fracas do problema (1).
No Capítulo 2, será estudado o problema (1) no caso assintoticamente linear. Assim,
a função f (x, s) deve satisfazer a seguinte hipótese:
Serão enunciados e demonstrados dois teoremas. No primeiro deles, o Teorema 2.1, vamos
obter uma solução fraca não-negativa para este problema, com energia positiva. Além
disso, se a função h for não-negativa esta solução deverá ser estritamente positiva. Sua
demonstração consiste de vários lemas, mas dois desses lemas tem maior importância,
num sentido que cará preciso no decorrer desta dissertação, onde daremos agora algumas
informações que justicam a importância destes dois lemas. No primeiro deles, o Lema 2.1,
vamos mostrar que o funcional energia I associado ao problema (1) satisfaz a geometria
do Teorema do Passo da Montanha. Isto nos garante a existência de uma sequência de
Cerami no nível c > 0 que será denido no Teorema 1.2. No outro lema citado, o Lema
2.4, mostramos que toda sequência de Cerami para o funcional I é limitada. Assim, a
compacidade da imersão H01 (Ω) ,→ Lp (Ω), com 1 ≤ p < 2∗ , garantirá a existência de
uma solução fraca não-negativa para este problema. No teorema seguinte, o Teorema 2.2,
será adicionada uma outra hipótese sobre a função h. Vamos denotar por c1 o ínmo
do funcional I em uma bola B ρ ⊂ H01 (Ω) e provaremos que c1 < 0. Utilizaremos o
Princípio Variacional de Ekeland para construir uma sequência (un ) ⊂ H01 (Ω) limitada.
Assim, novamente pela imersão compacta H01 (Ω) ,→ Lp (Ω), com 1 ≤ p < 2∗ , e pelo
mesmo procedimento do Teorema 2.1 obteremos uma solução não-negativa, com energia
negativa. O Princípio do Máximo Forte será útil para mostrar que se h for não-negativa
então as soluções obtidas nesses dois dois teoremas devem ser estritamente positivas.
No Capítulo 3, será estudado o problema (1) no caso superlinear. Assim, na condição
9
(f3 ) anterior analisaremos o caso onde ` = +∞. Por consequência, adicionaremos mais
algumas hipóteses de regularidade e crescimento para a função f (x, s). Este capítulo é
composto por dois teoremas. No primeiro deles, o Teorema 3.1, vamos obter duas solu-
ções fracas não negativas, uma com energia positiva e outra com energia negativa. Para
demonstrá-lo, vamos utilizar um lema técnico e mais dois lemas análogos aos do capítulo
2, mas com demonstração diferente, pois agora f (x, s) é superlinear. No primeiro deles,
o Lema 3.1, novamente vamos mostrar que o funcional energia associado ao problema
satisfaz a geometria do passo da montanha. Isto nos dá uma sequência de Cerami , a qual
mostraremos ser limitada no lema seguinte, o Lema 3.2. A partir daí, procedemos analo-
gamente ao Teorema 2.1 e obteremos uma solução não-negativa com energia positva. Para
obtermos uma outra solução não-negativa, mas com energia negativa, procedemos de ma-
neira análoga ao Teorema 2.2, utilizando o princípio variacional de Ekeland. No teorema
seguinte, o Teorema 3.2, vamos obter uma solução não-negativa com energia positiva, mas
analisando o caso onde a função h é não-negativa. Para tal, descartamos algumas hipó-
teses envolvendo h e f (x, s) utilizadas no Teorema 3.2 e acrescentamos monotonicidade à
função f (x, s). A demonstração é análoga.
No Capítulo 4, como aplicação, analisaremos um caso particular do problema (1); a
saber, o caso especial onde f (x, u) é globalmente linear em relação a u, isto é, f (x, u) =
λu. Serão enunciados e demonstrados dois teoremas. No primeiro deles, o Teorema 4.1,
supondo que a função h seja não-negativa vamos provar existência e não existência de
soluções positivas, analisando separadamente os casos onde λ ≥ λ1 e λ < λ1 . Vamos
mostrar que o funcional energia J associado ao problema satisfaz a geometria do passo da
montanha e assim o restante da demonstração será análoga a demonstração do Teorema
2.1, no caso λ < λ1 . No teorema seguinte, o Teorema 4.2, supondo que h seja não-
positiva vamos novamente provar existência e não-existência de soluções positivas para
este problema, analisando separadamente os casos onde λ > λ1 e λ ≤ λ1 . Além disso, será
dada uma caracterização para soluções positivas deste problema, se h for identicamente
nula e λ = λ1 .
Finalmente, no Apêndice vamos demonstrar alguns resultados de regularidade dos
funcionais energia utilizados, serão enunciados alguns resultados de Análise Funcional
e outros envolvendo os autovalores do Laplaciano. Estes resultados serão utilizados no
10
decorrer de toda a dissertação.
11
Capítulo 1
α1 kI 0 (u)k ≤ I 0 (u)w(u)
12
1.2 O Teorema do Passo da Montanha
com
kw(u)k = 1.
é metrizável e portanto paracompacto, existe uma cobertura localmente nita {Vi }i∈J
e uma partição da unidade {λi }i∈J localmente Lipschitz contínua subordinada à esta
cobertura, onde podemos supor que J = {1, 2, ..., n0 }. Com isso, para cada i ∈ J temos
Vi ⊂ Vui . Assim, consideremos a função γ : E
e → E denida por
n0
X
γ(v) = λi (v)w(ui ).
i=1
Logo, como cada λi é localmente Lipschitz contínua, e uma soma nita de aplicações
localmente Lipschitz também o é, temos que γ é localmente Lipschitz contínua. Assim,
n0
X
kγ(v)k ≤ λi (v) = 1.
i=1
claramente pertence a Ψ.
O seguinte teorema é uma versão generalizada do Teorema do Passo da Montanha.
13
1.2 O Teorema do Passo da Montanha
(i) I ∈ C 1 (E, R)
e
kI 0 (un )k
→ 0, quando n → +∞.
ψ(kun k)
Figura 1.1:
14
1.2 O Teorema do Passo da Montanha
Inicialmente, suponhamos que b > η . Suponha por contradição que a conclusão deste
teorema não seja verdadeira. Assim, existe ε > 0 e ψ ∈ Ψ tal que
3ε < b − η.
Q = {u ∈ E, |I(u) − b| ≤ 2ε},
Q1 = {u ∈ E; |I(u) − b| ≤ ε},
Q2 = E \ Q.
Dados u2 , u2 ∈ E , temos
g2 (u1 ) g2 (u2 )
g(u1 ) − g(u2 ) = − .
g1 (u1 ) + g2 (u1 ) g1 (u2 ) + g2 (u2 )
Daí,
g1 (u2 )g2 (u1 ) + g2 (u2 )g2 (u1 ) − g1 (u1 )g2 (u2 ) − g2 (u1 )g2 (u2 )
g(u1 ) − g(u2 ) = .
[g1 (u1 ) + g2 (u1 )][g1 (u2 ) + g2 (u2 )]
15
1.2 O Teorema do Passo da Montanha
para algum α > 0. Seja ϕ : E → E a aplicação denida por ϕ(u) = g(u)γ(u). Assim, ϕ é
localmente Lipschitz contínua com
16
1.2 O Teorema do Passo da Montanha
Como ϕ é localmente lipschitziana e limitada, existe uma única solução para (1.8) denida
em um intervalo maximal (t− (u), t+ (u)). Armamos que t− (u) = −∞ e t+ (u) = +∞. De
fato, suponhamos por contradição que t+ (u) < ∞. Seja uma sequência (tn ) no intervalo
(−∞, t+ (u)) tal que tn → t+ (u). Assim, temos
Z tm
d
kσ(tm , u) − σ(tn , u)k =
(σ(τ, u))dτ
tn dτ
Z tm
=
ϕ(σ(τ, u))dτ
t
Z tmn
≤ kϕ(σ(τ, u))kdτ
tn
≤ ktm − tn k.
Assim, como (tn ) é uma sequência de Cauchy, pois é convergente em R, temos que a
sequência (σ(tn , u)) ⊂ E também é de Cauchy. Logo, (σ(tn , u)) converge para algum
ponto v ∈ E , desde que tn → t+ (u). Agora, considere o seguinte problema de valor inicial
d
σ(t, u) = ϕ(σ(t, u)),
dt
σ(t+ (u), u) = v.
Isto nos dá uma extensão de σ(t, u) no intervalo [t− (u) − δ, t+ (u) + δ], para algum δ > 0.
Isto é uma contradição, pois por hipótese temos que (t− (u), t+ (u)) é um intervalo maximal.
De maneira análoga, provamos que t− (u) = −∞. Por (1.7) temos
kσ(t, u) − uk ≤ t. (1.9)
> 0.
17
1.2 O Teorema do Passo da Montanha
Seja
M = sup kuk, (1.13)
u∈∂N
Assim
σ(t, u) 6= 0, σ(t, u) 6= e, u ∈ ∂N, t ≥ 0, (1.16)
σ(t, u) ∈ Q1
18
1.2 O Teorema do Passo da Montanha
Consequentemente
I(σ(T, u)) > b + ε. (1.20)
> 2ε.
NT = {σ(T, u); u ∈ N },
e
∂NT = {σ(T, u); u ∈ ∂N }.
Por (1.7) e pela dependência contínua de σ(T, u) em u temos que NT é um conjunto aberto
limitado em E . Como 0, e ∈ Q2 e g ≡ 0 em Q2 , pela unicidade de soluções de (1.8) temos
que σ(T, 0) = 0, σ(T, e) = e. Como σ(T, 0) ∈ NT e σ(T, e) ∈/ N T , temos que 0 ∈ NT e
/ N T . Assim, NT ∈ Λ e, por (1.20)
e∈
Mas isto contradiz (1.2). Assim, o teorema está provado para o caso η < b. Agora,
suponha que η = b. Então, por (1.1), temos
Seja
1
T = min[d(0, ∂N0 ), d(e, ∂N0 )]. (1.23)
2
19
1.2 O Teorema do Passo da Montanha
Escolha ε > 0 sucientemente pequeno tal que (1.14) seja verdadeiro. Então, procedendo
de maneira análoga com N0 em vez de N substituímos (1.12) por (1.22). Para obtermos
(1.16), por (1.9) e (1.23) temos a seguinte desigualdade
k(σ(t, u) − uk ≤ t ≤ T.
Isto implica que (1.16) é verdadeiro para todo u ∈ ∂N0 e 0 ≤ t ≤ T . Para obter (1.21)
procedemos analogamente contradizendo mais uma vez (1.2). Assim, está concluído o
teorema.
Agora, vamos relembrar a condição de Cerami:
Denição 2 Seja E um espaço de Banach real e I ∈ C 1 (E, R). Uma sequência (un ) ⊂ E
é dita uma sequência de Cerami no nível c ∈ R quando
Teorema 1.2 Seja E um espaço de Banach real com seu espaço dual E ∗ e suponha que
I ∈ C 1 (E, R) satisfaz a condição
20
1.3 O princípio variacional de Ekeland
Deniremos a seguir indutivamente uma sequência (un ) cujo primeiro elemento seja u0 .
Escolhamos um elemento un ∈ V . Então podemos ter um dos seguintes casos:
Supondo que (a) seja verdadeiro, denimos un+1 = un . Caso contrário, se (b) for verda-
deiro, então denimos un+1 da seguinte forma:
Seja Sn o conjunto dos elementos w ∈ V satisfazendo a condição (b). Assim, escolha
un+1 ∈ Sn tal que
1
F ((un+1 ) − inf F (u) ≤ F (un ) − inf F (u) .
u∈Sn 2 u∈Sn
Armamos que a sequência (un ) é de Cauchy. De fato, se (a) for verdadeiro, então a
sequência é convergente e portanto de Cauchy. Caso contrário, se o item (b) for verdadeiro,
temos satisfeita a seguinte desigualdade:
21
1.3 O princípio variacional de Ekeland
Desde que
F (un ) → l,
F (v) ≤ l ≤ F (w,
22
Capítulo 2
Temos como principal objetivo encontrar soluções para o problema (2.1) quando f (x, s)
tem crescimento assintoticamente linear no innito. Mais precisamente:
23
(f2 ) lims→0+ f (x,s)
s
= µ ∈ [0, λ1 ) uniformemente em x ∈ Ω.
Figura 2.1:
Denição 3 Dizemos que u ∈ H01 (Ω) é uma solução fraca para o problema (2.1) se
Z Z Z
∇u∇ϕdx = + q
h(x)(u ) ϕdx + f (x, u+ )ϕdx, para todo ϕ ∈ H01 (Ω). (2.2)
Ω Ω Ω
Note que o funcional energia associado ao problema (2.1) é dado por(veja Apêndice)
Z Z Z
1 1
I(u) = 2
|∇u| dx − + q+1
h(x)(u ) dx − F (x, u+ )dx. (2.3)
2 Ω q+1 Ω Ω
Pela Proposição A.1 temos que I ∈ C 1 (H01 (Ω), R). Além disso, para todo ϕ ∈ H01 (Ω)
temos Z Z Z
0
I (u)ϕ = ∇u∇ϕdx − + q
h(x)(u ) ϕdx − f (x, u+ )ϕdx. (2.4)
Ω Ω Ω
Se u ∈ H01 (Ω) é um ponto crítico de I , escolhendo ϕ = u− em (2.4), obtemos
Z Z Z
− 2 + q −
− |∇u | = h(x)(u ) u dx + f (x, u+ )u− dx = 0.
Ω Ω Ω
24
2.1 Prova do Teorema 2.1
Observação 2.1 Suponha que h(x) ≥ 0. Então, pelo Princípio do Máximo Forte, o
qual pode ser encontrado em [8], os pontos críticos não-nulos de (2.3) são soluções fracas
positivas do problema (2.1).
No teorema a seguir, sob as hipóteses anteriores, com exceção da hipótese (h2 ), encon-
traremos uma solução não-negativa com energia positiva para o problema (2.1) quando a
norma khk∞ é pequena.
Teorema 2.1 Suponha que as funções h e f (x, s) satisfaçam as hipóteses (h1 ), (f1 ), (f2 )
e (f3 ). Então existe uma constante m > 0 tal que se khk∞ < m, o problema (2.1) tem
uma solução fraca não-negativa, u1 ∈ H01 (Ω), com I(u1 ) > 0. Além disso, se h(x) ≥ 0
então u1 > 0.
Assumindo uma hipótese adicional, além da solução obtida no Teorema 2.1, obtemos
uma outra solução não-negativa u2 com energia negativa. Mais precisamente, temos
Teorema 2.2 Suponha que as funções h e f (x, s) satisfam as hipóteses (h1 ), (h2 ), (f1 ),
(f2 ) e (f3 ). Então existe uma constante m > 0 tal que se khk∞ < m, o problema (2.1) tem
pelo menos duas soluções fracas não-negativas u1 , u2 ∈ H01 (Ω) tais que I(u1 ) < 0 < I(u2 ).
Além disso, se h(x) ≥ 0 devemos ter u1 > 0 e u2 > 0.
Para demonstrar o Teorema 2.1, usaremos o Teorema 1.2. A seguir, serão enunciados
e demonstrados alguns lemas importantes utilizados na demonstração deste teorema. Ini-
ciamos esta seção com o Lema 2.1, o qual trata a geometria do Teorema 1.2. Este lema é
de fundamental importância para garantir, juntamente com o Teorema 1.2, a existência
de uma sequência de Cerami no nível max-min c > 0.
Lema 2.1 Suponha que as funções h e f (x, s) saatisfaçam as hipóteses (h1 ), (f1 ), (f2 ) e
(f3 ). Então existe uma constante m > 0 tal que se khk∞ < m, temos:
25
2.1 Prova do Teorema 2.1
ii) Existe e ∈ H01 (Ω) com kek > ρ tal que I(e) < 0.
26
2.1 Prova do Teorema 2.1
Agora xemos ε0 > 0 tal que µ + ε0 < λ1 . Pela caracterização do primeiro autovalor
temos Z Z
(µ + ε0 ) (µ + ε0 )
2
u ≤ |∇u|2 dx.
2 Ω 2λ1 Ω
Pela denição de I dada em (2.3), segue de (2.5) e da imersão de Sobolev H01 (Ω) ,→ Lp (Ω)
que
Z Z Z
1 2 1 + q+1 (µ + ε0 ) 2
I(u) ≥ |∇u| dx − khk∞ (u ) dx − [ u + Cε |u|k+1 ]dx
2 Ω q+1 Ω Ω 2
khk
Z Z
1 (µ + ε0 ) 2 ∞
≥( − )kuk − (u ) dx − Cε |u|k+1 dx
+ q+1
2 2λ1 q+1 Ω Ω
Assim,
I(u) ≥ [C1 − khk∞ C2 kukq−1 − C3 kukk−1 ]kuk2 . (2.11)
C3 (k − 1)tk−q
0 + C2 (q − 1)khk∞ = 0,
27
2.1 Prova do Teorema 2.1
Logo,
(` − ε) F (x, s) (` + ε)
≤ 2
≤ , para todo s ≥ M.
2 s 2
Portanto,
F (x, s) `
lim 2
= , uniformemente em x ∈ Ω.
s→+∞ s 2
Agora, usando que ` > λ1 , existe τ > 0 tal que, para s > 0 sucientemente grande, temos
F (x, s) `−τ λ1
2
≥ > , uniformemente em x ∈ Ω. (2.13)
s 2 2
Seja ϕ1 > 0 a autofunção associada ao autovalor λ1 . Sabemos que
Assim temos
t2 tq+1
Z Z
2 q+1
I(tϕ1 ) = kϕ1 k − h(x)ϕ1 dx − F (x, tϕ1 )dx
2 q+1 Ω Ω
2 q+1 Z 2 Z
t t t
≤ kϕ1 k2 − h(x)ϕq+1
1 dx − (` − τ )ϕ21 dx
2 q+1 Ω 2 Ω
2 Z q+1 Z
t t
= (λ1 − ` + τ )ϕ21 dx − h(x)ϕq+1
1 dx
2 Ω q+1 Ω
t2 tq−1
Z Z
2 q+1
= (λ1 − ` + τ )ϕ1 dx − h(x)ϕ1 dx .
2 Ω q+1 Ω
Como
0 < q < 1 e λ1 − ` + τ < 0,
temos
tq−1
Z Z
lim h(x)ϕq+1
1 dx =0 e (λ1 − ` + τ )ϕ21 dx < 0.
t→+∞ q + 1 Ω Ω
28
2.1 Prova do Teorema 2.1
kt0 ϕ1 k > ρ,
temos
I(t0 ϕ1 ) < 0.
Lema 2.2 Seja Ω ⊂ Rn um aberto limitado e (un ) ⊂ H01 (Ω) uma sequência tal que
n * u e un * u .
un * u em H01 (Ω). Então u+ + − −
Demonstração: Pela convergência fraca de (un ) em H01 (Ω), existe uma constante C > 0
tal que kun k ≤ C. Além disso, como un = u+n + u−n , temos
Z
2
kun k = |∇un |2 dx
ZΩ
− 2
= |∇(u+
n + un )| dx
ZΩ Z Z
= |∇un | dx + 2 ∇un ∇un dx + |∇u−
+ 2 + − 2
n | dx
ZΩ Z Ω Ω
= |∇u+ 2
n | dx + |∇u− 2
n | dx
Ω Ω
= ku+
nk
2
+ ku− 2
nk .
Logo (u+n ) é limitada em H01 (Ω). Assim, existe v ∈ H01 (Ω) tal que
u+
n * v em H01 (Ω),
u+
n → v em Lp (Ω) 1 ≤ p < 2∗ , (2.14)
u+ (x) → v(x) q.t.p em Ω.
n
29
2.1 Prova do Teorema 2.1
u+ +
n * u .
Lema 2.3 Seja Ω ⊂ Rn um aberto limitado e (fn ) ⊂ L2 (Ω) uma sequência tal que fn * f
em L2 (Ω) e fn ≥ 0, para todo n. Então temos que f ≥ 0 q.t.p em Ω.
= − (f − )2 dx.
Ω
Logo,
f − = 0 q.t.p em Ω.
Portanto,
f ≥ 0 q.t.p em Ω,
Lema 2.4 Suponha que as funções f (x, s) e h(x) satisfazem as condições (h1 ), (f1 ), (f2 )
e (f3 ). Então toda sequência de Cerami (un ) para o funcional I é limitada.
Demonstração: Seja (un ) ⊂ H01 (Ω) uma sequência de Cerami no nível c > 0, ou seja,
Z Z
1 1
I(un ) = kun k2 − h(x)(u+
n)
q+1
dx − F (x, u+
n )dx = c + o(1) (2.16)
2 q+1 Ω Ω
30
2.1 Prova do Teorema 2.1
e Z Z Z
0
I (un )ϕ = ∇un ∇ϕdx − h(x)(u+ q
n ) ϕdx − f (x, u+
n )ϕdx = o(1). (2.17)
Ω Ω Ω
De fato,
kI 0 (un )k
kI 0 (un )k = (1 + kun k) .
1 + kun k
Desde que
1
≤ 1,
1 + kun k
por (1.24) obtemos
kI 0 (un )k = o(1), (2.18)
e portanto temos (2.17). Agora, substituindo un = ϕ em (2.17), temos
Z Z Z
0
I (un )un = 2
|∇un | dx − h(x)(u+
n)
q+1
dx − f (x, u+
n )un dx = o(1). (2.19)
Ω Ω Ω
Armamos que
w 6= 0.
= 0.
31
2.1 Prova do Teorema 2.1
Como a imersão H01 (Ω) ,→ Lr (Ω) é compacta se 1 ≤ r < 2∗ , existe ψb ∈ Lq+1 (Ω) tal que
Logo,
|h(x)(wn+ (x))q+1 | ≤ khk∞ (ψ(x))
b q+1
∈ L1 (Ω).
F (x, s) ≤ C1 s2 + C2 sk+1.
Assim, temos
0 ≤ F (x, wn+ (x)) ≤ C1 (wn+ (x))2 + C2 (wn+ (x))k+1 .
Assim, temos
|F (x, wn+ (x))| ≤ C1 |(wn+ (x))|2 + C2 |(wn+ (x))|k+1
32
2.1 Prova do Teorema 2.1
onde
f (x, s) se s > 0
p(x, s) = s
0 se s ≤ 0.
Assim, segue de (f1 ), (f2 ) e (f3 ) que existe uma constante M > 0 tais que
f (x, s)
s ≤ M,
para todo x ∈ Ω e s ∈ R. (2.24)
f (x, s)
s ≤ ε + `, se s > A,
f (x, s)
s ≤ M1 , se s ∈ [δ, A].
Por outro lado, segue de (2.24) e do fato que wn+ → 0 em L2 (Ω), que
Z Z
p(x, u+ + 2
n )(wn ) dx ≤ M
(wn+ )2 dx.
Ω Ω
Pela imersão compacta H01 (Ω) ,→ L2 (Ω) existe ψ ∈ L2 (Ω) tal que
33
2.1 Prova do Teorema 2.1
Assim, Z
lim p(x, u+ + 2
n )(wn ) dx = 0.
n→+∞ Ω
v(x) ≥ 0 q.t.p x ∈ Ω.
Armamos que
Z Z
p(x, un )wn+ (x)ϕdx → v(x)w+ ϕdx para todo ϕ ∈ H01 (Ω). (2.28)
Ω Ω
De fato, como
p(x, un )wn+ ϕ − v(x)w+ ϕ = p(x, un )wn+ ϕ − p(x, un )w+ ϕ + p(x, un )w+ ϕ − v(x)w+ ϕ,
temos
Z Z Z
[p(x, un )wn+ ϕ − v(x)w+ ϕ]dx ≤ |p(x, un )wn ϕ|dx − |p(x, un )w+ ϕ|dx
+
Ω Ω Ω
Z Z
+ |p(x, un )w ϕ|dx − |v(x)w+ ϕ|dx
+
Z Ω Ω
+ +
≤ M |(wn − w )ϕ|dx.
Ω
34
2.1 Prova do Teorema 2.1
Logo, Z
lim [p(x, un )wn+ ϕ − v(x)w+ ϕ]dx = 0,
n→+∞ Ω
35
2.1 Prova do Teorema 2.1
Portanto, pela unicidade do limite, segue de (2.27) que v(x) = `. Substituindo esta
igualdade em (2.29), obtemos (2.31). Logo, w é uma solução fraca não-trivial do seguinte
problema:
−∆w = `w, em Ω;
w = 0, sobre Ω.
Sabemos que λ1 < `. Assim, existe uma autofunção ϕ1 > 0 associada ao autovalor λ1 que
é ortogonal a w. Assim, fazendo a substituição ϕ = ϕ1 em (2.31), temos
Z Z
` wϕ1 dx = ∇w∇ϕ1 dx = 0.
Ω Ω
Mas isto contraria o fato de que ` > λ1 , pois λ1 é o menor autovalor de −∆. Logo, a hipó-
tese kun k → +∞ é falsa, isto é, (un ) é limitada em H01 (Ω). Isto conclui a demonstração.
Prova do Teorema 2.1: Pelo Lema 2.1 e Teorema 1.2, existe uma sequência de
Cerami (un ) ⊂ H01 (Ω) no nível c > 0. Pelo Lema 2.4 a sequência (un ) é limitada e, como
consequência da imersão compacta H01 (Ω) ,→ Lp (Ω), existe u1 ∈ H01 (Ω), tal que
un * u1 em H01 (Ω),
un → u1 em Lp (Ω) 1 ≤ p < 2∗ , (2.32)
un (x) → u1 (x) q.t.p em Ω.
36
2.2 Prova do Teorema 2.2
kun − u1 k2 → 0.
Portanto, u1 é uma solução fraca não-negativa do Problema (2.1) com I(u1 ) > 0.
Para demonstrar este teorema, faremos uso do bem conhecido Princípio Variacional de
Ekeland, o Teorema 1.3, para obter uma solução do problema (2.1) com energia negativa.
Vale relembrar que o Teorema 2.2 é equivalente ao Teorema 2.1 mas com a hipótese
adicional (h2 ), a qual será de fundamental importância para obtermos uma solução com
energia negativa através do Teorema 1.3.
Prova do Teorema 2.2: Para ρ > 0 dado pelo Lema 2.1, item (i), dena
dist(u, v) = ku − vk para u, v ∈ B ρ .
37
2.2 Prova do Teorema 2.2
c1 = inf{I(u) : u ∈ B ρ }. (2.35)
Armamos que
c1 < 0. (2.36)
Logo,
(µ − ε) F (x, s) (µ + ε)
≤ ≤ para todo s < δ.
2 s2 2
Portanto,
F (x, s) µ
lim+ 2
= uniformemente em x ∈ Ω.
s→0 s 2
Então, para s > 0 sucientemente pequeno temos
F (x, s) µ
≥ .
s2 4
Seja v ∈ C0∞ (Ω) satisfazendo (h2 ). Assim, para t > 0 sucientemente pequeno obtemos
t2 tq+1
Z Z Z
I(tv) = |∇v|2 dx − h(x)(v ) dx − F (x, tv + )dx
+ q+1
2 Ω q+1 Ω Ω
(2.37)
t2 tq+1 2 Z
Z Z
µt
≤ |∇v|2 dx − + q+1
h(x)|v | dx − |v + |2 dx.
2 Ω q+1 Ω 4 Ω
Por outro lado, segue de (h2 ) que
tq−1
Z
lim+ h(x)(v + )q+1 dx = +∞.
t→0 q + 1 Ω
38
2.2 Prova do Teorema 2.2
Portanto,
I(tv) < 0.
Assim, basta escolher t0 > 0 satisfazendo (2.38) tal que kt0 vk ≤ ρ. Logo, existe e = t0 v ,
com e ∈ B ρ tal que
I(e) < 0,
I(un ) ≥ η > 0.
Assim, obtemos
0 > c1 ≥ η > 0,
39
2.2 Prova do Teorema 2.2
Como (un ) é limitada, pela imersão compacta H01 (Ω) ,→ Lp (Ω), existe u2 ∈ H01 (Ω) tal que
un * u2 em H01 (Ω)
un → u2 em Lp (Ω) 1 ≤ p < 2∗ (2.42)
un (x) → u2 (x) q.t.p em Ω.
40
2.2 Prova do Teorema 2.2
Como Z
2
kun − u2 k = ∇(un − u2 )∇(un − u2 )dx,
Ω
temos
Z Z
2
kun − u2 k = h(x)(u+ q
− u2 )dx − h(x)(u+
n ) (un
q
2 ) (un − u2 )dx+
ZΩ Z Ω
+ f (x, un )(un − u2 )dx − f (x, u+
+
2 )(un − u2 )dx + o(1).
Ω Ω
kun − u2 k2 → 0.
Assim u2 ∈ H01 (Ω) é uma solução não-negativa do problema (2.1). Além disso, se h(x) ≥ 0,
o Princípio do Máximo Forte [8] implica que u2 > 0 q.t.p em Ω. Isto naliza a prova do
teorema.
41
Capítulo 3
Um problema Superlinear
42
f (x, s)
(f4 ) lim = 0 uniformemente em x ∈ Ω,
s→+∞ sr
onde r é uma constante tal que r ∈ (1, (N + 2)/(N − 2)) se N ≥ 3 e r ∈ (1, +∞) se
N = 1, 2.
Denição 4 Dizemos que u ∈ H01 (Ω) é uma solução fraca para o Problema (3.1) se
Z Z Z
∇u∇ϕdx = q
h(x)u ϕdx + f (x, u)ϕdx para todo ϕ ∈ H01 (Ω). (3.3)
Ω Ω Ω
Pela Proposição A.1 temos que I ∈ C 1 (H01 (Ω), R). Além disso, para todo ϕ ∈ H01 (Ω)
temos Z Z Z
0
I (u)ϕ = ∇u∇ϕdx − + q
h(x)(u ) ϕdx − f (x, u+ )ϕdx. (3.5)
Ω Ω Ω
Se u ∈ H01 (Ω) é um ponto crítico de I , escolhendo ϕ = u− em (3.5), obtemos
Z Z Z
− 2 + q −
− |∇u | = h(x)(u ) u dx + f (x, u+ )u− dx = 0.
Ω Ω Ω
Observação 3.1 Suponha que h satisfaz (h1 ) e que h(x) ≥ 0. Então, pela Proposição A.1
e pelo Princípio do Máximo Forte, o qual pode ser encontrado em [8], os pontos críticos
não-nulos de (3.4) são soluções fracas positivas do problema (3.1).
O teorema a seguir nos diz que podemos encontrar duas soluções não-negativas, uma
com energia negativa e outra com energia positiva.
Teorema 3.1 Suponha que h(x) e f (x, s) satisfazem (h1 ), (h2 ), (f1 ), (f2 ), (f3 ) e (f4 ).
Além disso, suponha que para todo σ ∈ (0, 1), com τ > 0 sucientemente pequeno tal que
σ > q + (1 + q)τ , tenhamos satisfeitas as seguintes condições:
f (x, s)
lim = 0 uniformemente em x ∈ Ω (3.6)
s1+τ
s→+∞
43
No teorema a seguir encontraremos uma solução não-negativa com energia positiva,
no caso em que h(x) ≤ 0.
Teorema 3.2 Suponha que h satisfaz (h1 ) e que f (x, s) satisfaz (f1 ), (f2 ), (f3 ) e (f4 ).
Considere a função denida por p(x, s) = f (x, s)/s, s > 0. Suponha que p(x, s) seja
não-decrescente e que h(x) ≤ 0. Então o problema (3.1) possui pelo menos uma solução
não-negativa u ∈ H01 (Ω), com I(u) > 0.
Observação 3.2 Relembremos que uma função f (x, s) satisfaz a condição de Ambrosetti-
Rabinowitz, se existe θ > 2 e M > 0 tais que
Em um certo sentido, nossas hipóteses (f1 ), (f2 ), (f3 ), (3.6), (3.7) e a hipótese de que
p(x, s) = f (x, s)/s seja não decrescente em s>0, são mais fracas que a condição de
Ambrosetti-Rabinowitz. Devemos observar que se f (x, s) satisfaz a condição de Ambrosetti-
Rabinowitz então
f (x, s)
lim >0
s→+∞ s1+τ
claramente satisfaz as condições (f1 ), (f2 ), (f3 ), (3.6), (3.7) e a condição de que p(x, s) =
f (x, s)/s seja não decrescente em s>0, mas não satisfaz a condição de Ambrosetti-
Rabinowitz. De fato, supondo que satisfeita a condição de Ambrosetti-Rabinowitz, tería-
mos
f (x, s)
lim 6= 0
s→+∞ s1+θ
o qual contradiz (3.6), pois τ em (3.6) pode ser tomado sucientemente pequeno tal que
τ < θ.
44
3.1 Prova do Teorema 3.1
Para demonstrar este teorema, usaremos lemas análogos ao capítulo anterior. Temos
como objetivo principal encontrar duas soluções, uma com energia positiva e outra com
energia negativa. Para isso, serão utilizados principalmente os Teoremas 1.2 e 1.3. A
seguir, demonstraremos um resultado análogo ao Lema 2.1. Note, porém, que agora f
é superlinear, isto é, f satisfaz a hipótese (f3 ), a qual não é mais a mesma do capítulo
anterior. Assim a demonstração do lema seguinte não segue de maneira análoga ao Lema
2.1. Mais precisamente, temos o seguinte:
Lema 3.1 Suponha que h e f (x, s) funções satisfazendo as hipóteses (h1 ), (f1 ), (f2 ), (f3 )
e (f4 ). Além disso, suponha que p(x, s) = f (x, s)/s seja não-decrescente em s > 0. Então,
existe m > 0 tal que se khk∞ < m, temos:
ii) Existe e ∈ H01 (Ω) com kek > ρ tal que I(e) < 0.
Demonstração:
Prova do item i): A prova utilizada no item i) do Lema 2.1 é a mesma para este caso,
pois pela hipótese (f3 ) e por (f4 ) obtemos novamente a desigualdade (2.5). Assim, a prova
segue de maneira análoga.
Prova do item ii): Seja ϕ1 ∈ C(Ω), ϕ1 > 0, uma autofunção associada ao autovalor
λ1 . Por continuidade, para todo x0 ∈ Ω existe r > 0 tal que
Portanto,
lim tϕ(x) = +∞ uniformemente em Br (x0 ).
t→+∞
Note, que
0 ≤ 2F (x, s) ≤ f (x, t)t para todo x ∈ Ω, t ≥ 0 (3.8)
45
3.1 Prova do Teorema 3.1
46
3.1 Prova do Teorema 3.1
Assim,
tq−1
Z Z Z
I(tϕ1 ) 1 2 F (x, tϕ1 ) 2
≤ |∇ϕ1 | dx − 2 ϕ2
ϕ1 dx − h(x)ϕ1 (x)q+1 dx
t2 2 Ω Br (x0 ) t 1 q + 1 Ω
Z Z
1 2
≤ |∇ϕ21 | dx − K ϕ21 dx + 1
2 Ω Br (x0 )
Z
1 2
≤ |∇ϕ21 | dx − α2 K|Br (x0 )| + 1
2 Ω
< 0.
Logo, escolhendo e = t0 ϕ1 , para t0 sucientemente grande tal que e = kt0 ϕ1 k > ρ, o item
(ii) está provado.
Lema 3.2 Suponha que as funções f (x, s) e h satisfazem as condições (h1 ), (f1 ), (f2 ),
(f3 ), (3.6) e (3.7). Então toda sequência de Cerami (un ) para o funcional I é limitada.
Demonstração: Por (3.6), para todo ε > 0 existe T1 > 0 tal que
An = {x ∈ Ω; |un (x)| ≥ T }
Bn = {x ∈ Ω; |un (x)| ≤ T }.
Sejam ρ, η e e dados no Lema 3.1. Aplicando o Teorema 1.2, com µ = 0, E = H01 (Ω), seja
(un ) ⊂ H01 (Ω) uma sequência de Cerami. Assim, temos
Z Z
1 1
2
I(un ) = kun k − h(x)(un ) dx − F (x, u+
+ q+1
n )dx = c + o(1). (3.11)
2 q+1 Ω Ω
Pela hipótese (f1 ), em Ω × BT (0) existe uma constante K > 0 tal que
47
3.1 Prova do Teorema 3.1
Integrando em Bn , temos:
Z Z
− Kdx ≤ [f (x, un )un − 2F (x, un )]dx
Bn Bn
Z
≤ Kdx.
Bn
e, por (3.10),
f (x, un )un − 2F (x, un ) ≥ 0 em An . (3.13)
Para o T > 0 escolhido acima, segue de (3.11), (3.12), (3.13) e (3.10) que
Z Z
2 + q+1
−1 |un | dx + 2c + o(1) = [f (x, u+ + +
n )un − 2F (x, un )]dx
q+1 Ω
ZΩ
= [f (x, u+ + +
n )un − 2F (x, un )]dx
ZAn ∪Bn
= [f (x, u+ + +
n )un − 2F (x, un )]dx
An
Z
+ [f (x, u+ + +
n )un − 2F (x, un )]dx
Z Bn
≥ [f (x, u+ + +
n )un − 2F (x, un )]dx − C0
An
Z
η
≥ |u+
n|
1+σ
dx − C0 .
2 An
Isto implica que, pelas imersões de Sobolev
Z
2 2 4c
|u+
n|
σ+1
dx ≤ − 1 kun kq+1 + + C0 + o(1)
An η q+1 η
Denotando
4c
C1 = + C0 ,
η
2 2
C2 = , −1 ,
η q+1
temos Z
|u+
n|
σ+1
dx ≤ C1 + C2 kun kq+1 + o(1). (3.14)
An
Seja m = 1+q
q
. Como q ∈ (0, 1), temos que m > 2. Multiplicando (3.12) por (− q+1
q
)e
somando com (3.11), temos
Z
1−q 1−q
Z
1
kun k2 − h(x)|u+
n|
q+1
dx − + +
F (x, un ) − f (x, un )un dx
2(1 + q) q+1 Ω Ω m
48
3.1 Prova do Teorema 3.1
= c + o(1). (3.15)
Pela hipótese (f1 ), sabemos que existe K > 0 tal que em Ω × BT (0)
1
|F (x, u+
n) − f (x, u+ +
n )un | ≤ K.
m
Pela imersão de Sobolev, existe uma constante positiva C > 0 tal que
q+1
ku+ + q+1
n kq+1 ≤ Ckun k .
Assim,
Z
1 + + q + +
c + C3 + f (x, un )un − f (x, un )un dx
2 1+q
Z An
1−q
+ h(x)|u+n|
q+1
dx
1+q Ω
Z
1 + + q + +
≤ c + C3 + f (x, un )un − f (x, un )un dx
An 2 1+q
C(1 − q)
+ |h(x)|∞ ku+ nk
q+1
dx.
1+q
49
3.1 Prova do Teorema 3.1
2(1 + q)
Tomando ε = em (3.9), temos
1−q
Z
1 + + q + +
c + C3 + f (x, un )un − f (x, un )un dx
An 2 1+q
C(1 − q)
+ |h(x)|∞ ku+ nk
q+1
dx
1+q
Z
≤ c + C3 + |u+
n|
2+τ
dx + C|h(x)|∞ ku+ nk
q+1
.
An
Tomando p = σ+1
1+τ
eq = σ+1
σ−τ
, temos que p > 1, q > 1 e 1
p
+ 1
q
= 1. Assim, como
|u+
n|
1+τ
∈ Lp (Ω) e |u+
n | ∈ L (Ω), pela desigualdade de Hölder temos
q
Z Z 1+τ Z
1+σ σ−τ
1+σ σ+1
+ 2+τ + 1+σ + σ−τ
|un | ≤ |un | dx |un | .
An An An
Assim,
Z
c + C3 + |u+
n|
2+τ
dx + C|h(x)|∞ ku+
nk
q+1
An
Z 1+τ Z
1+σ σ−τ
1+σ σ+1
≤ c + C3 + |u+
n|
1+σ
dx |u+
n|
σ−τ
An An
+C|h(x)|∞ ku+
nk
q+1
.
Assim,
2(1+τ )
(1 + q)C 2
Z
1−q 2 + 1+σ
1+σ
c + C3 + kun k + |un | dx
4(1 + q) 1−q An
+C|h(x)|∞ ku+nk
q+1
50
3.2 Prova do Teorema 3.2
Portanto,
1−q 1−q
kun k2 + o(1) ≤ C|h(x)|∞ ku+ nk
q+1
+ c + C3 + kun k2
2(1 + q) 4(1 + q)
2
(1 + q)C 2(1+τ )
+ (C2 kun kq+1 + C1 ) 1+σ
1−q
1−q 2(q+1)(1+τ )
≤ C4 kun kq+1 + C5 + kun k2 + C6 kun k 1+σ + C7 .
4(1 + q)
Multiplicando a desigualdade acima por kun k−2 , temos
1−q C5 2(q+1)(1+τ ) C7
+ o(1) ≤ C4 kun kq−1 + 2
+ C6 kun k 1+σ −2 + . (3.16)
2(1 + q) kun k kun k2
Isto implica que {un } é limitada em H01 (Ω). De fato, suponha por contradição que kun k →
+∞. Sabendo que q + (1 + q)τ < σ < 1, temos 2(1+q)(1+τ )
1+σ
< 2. Assim, fazendo n → +∞
em (3.16), temos
1−q
= 0.
2(1 + q)
Isto é uma contradição, pois 0 < q < 1. Logo, (un ) é limitada.
Prova do Teorema 3.1: Pelo Lema 3.1 e pelo Teorema 1.2, existe uma sequência de
Cerami (un ) ⊂ H01 (Ω). Pelo Lema 3.2, temos que (un ) é limitada. Logo, pela prova do
Teorema 2.1, concluímos que o problema (3.1) tem uma solução não-negativa u1 ∈ H01 (Ω)
com I(u1 ) > 0. De maneira inteiramente análoga à prova do Teorema 2.2, encontramos
uma solução não-negativa u1 ∈ H01 (Ω) do problema (3.1) com I(u1 ) < 0. Além disso,
supondo que h(x) ≥ 0, pelo Princípio do Máximo Forte temos que u1 > 0 e u2 > 0.
A seguir, temos um lema técnico importante muito útil nos resultados seguintes.
Lema 3.3 Sejam h e f (x, s) funções satisfazendo as hipóteses (h1 ), (f1 ), (f2 ) e (f3 ).
Além disso, suponha que h(x) ≤ 0 e que p(x, s) = f (x, s)/s seja não-decrescente em s >
0.. Seja I o funcional denido por (3.4). Supondo que existe uma sequência (un ) ⊂ H01 (Ω)
satisfazendo
I 0 (un )un → 0,
51
3.2 Prova do Teorema 3.2
Note que Z Z
0 2 q+1
I (un )un = kun k − h(x)(un ) dx + f (x, un )(un )dx.
Ω Ω
Por hipótese, segue que que f (x, s) é não decrescente em s > 0. Desde que un (x) ≤ u+n (x)
para todo x ∈ Ω, temos
Z Z
0 2
I (un )un ≤ kun k − h(x)(u+
n)
q+1
dx + f (x, u+
n )(un )dx.
Ω Ω
Z Z Z
1 + + 2 + q+1
− + f (x, un )un dx ≤ kun k − h(x)(un ) dx + f (x, u+ +
n )(un − un )dx
n Ω Z Ω Ω
(3.18)
1 + +
≤ + f (x, un )un dx.
n Ω
52
3.2 Prova do Teorema 3.2
Assim,
≥ 0 se t ≤ 1
g 0 (t) = f (x, s)ts − f (x, ts)s =
≤ 0 se t ≥ 1
Isto mostra que g(t) ≤ g(1), para todo t > 0. Portanto, segue de (3.20) que
t2
2
tq+1
Z
t
I(tun ) ≤ + − h(x)(u+ n)
q+1
dx (3.21)
2n 2 q+1 Ω
Z
1 + + +
+ f (x, un )un − F (x, un ) dx.
Ω 2
Portanto, Z
1 1
+ + +
f (x, un )un − F (x, un ) dx ≤ + I(un ). (3.22)
Ω 2 2n
Assim, por (3.21) e pela desigualdade (3.22), temos
t2
2
tq+1
Z
t
I(tun ) ≤ + − h(x)(u+ n)
q+1
dx
2n 2 q+1 Ω
Z
1 + + +
+ f (x, un )un − F (x, un ) dx.
Ω 2
t2
2
tq+1
Z
t 1
≤ + − h(x)(u+ n)
q+1
dx + + I(un ).
2n 2 q+1 Ω 2n
53
3.2 Prova do Teorema 3.2
A prova deste teorema segue de maneira análoga à parte da prova do Teorema 3.1
onde se obtém uma solução para o problema (3.1), com energia positiva. Note, porém,
que temos hipóteses diferentes. Assim, para podermos usar o Teorema (1.2) precisamos
do seguinte lema:
Lema 3.4 Suponha que as funções f (x, s) e h(x) satisfazem as condições (h1 ), (f1 ), (f2 ),
(f3 ) e que p(x, s) = f (x, s)/s seja não-decrescente em s > 0. Então toda sequência de
Cerami (un ) para o funcional I é limitada.
Demonstração: Suponha por contradição que kun k → ∞. Seja c > 0 o nível dado pelo
Teorema 1.2. Denotamos
√ √
2 c 2 cun
tn = , wn = tn un = . (3.23)
kun k kun k
Claramente, (wn ) é limitada em H01 (Ω). Assim, pela imersão compacta H01 (Ω) ,→ Lp (Ω),
existe w ∈ H01 (Ω) tal que
wn * w em H01 (Ω),
wn → w em Lp (Ω) 1 ≤ p < 2∗ ,
wn (x) → w(x) q.t.p em Ω.
Armamos que
w+ 6= 0.
wn → 0 em L2 (Ω),
wn → 0 em Lq+1 (Ω).
Portanto, Z
lim h(x)(wn+ )q+1 dx = 0,
n→∞ Ω
54
3.2 Prova do Teorema 3.2
Z
lim F (x, wn+ (x))dx = 0.
n→∞ Ω
Logo, Z Z
1 1
I(wn ) = kwn k2 − h(x)(wn+ )q+1 dx − F (x, wn+ )dx
2 q+1 Ω Ω (3.25)
= 2c + o(1).
Como estamos supondo kun k → ∞, por (3.23), temos
tn → 0.
I(wn ) = I(tun )
t2n + 1
2
tq+1
Z
tn n
≤ + − h(x)(u+n)
q+1
dx + I(un )
2n 2 1+q Ω
t2n
1−q Z
tn 1
= + − h(x)(wn+ )q+1 dx + I(un ).
2n 2 1+q Ω
n (x) → +∞ q.t.p em Ω2 .
u+
onde
f (x, un (x))
para x ∈ Ω com un (x) ≥ 0
pn (x, un ) = un (x)
0 para x ∈ Ω com un (x) ≤ 0.
55
3.2 Prova do Teorema 3.2
Como
f (x, u+
n)
lim = +∞ q.t.p em Ω2 ,
n→+∞ u+n
w+ ≡ 0 q.t.p em Ω.
Mas isto é uma contradição, pois provamos que w+ 6= 0. Logo, (un ) é limitada em H01 (Ω).
Prova do Teorema 3.2: Pelo Lema 3.1 e pelo Teorema 1.2, existe uma sequência de
Cerami (un ) ⊂ H01 (Ω) no nível do passo da montanha c > 0. Pelo Lema 3.4, temos que
(un ) é limitada. Logo, novamente pela prova do Teorema 2.1, concluímos que o problema
(3.1) tem uma solução não-negativa u1 ∈ H01 (Ω) com I(u1 ) > 0.
56
Capítulo 4
O caso f (x, u) ≡ λu
Nesta capítulo vamos estudar o caso particular em que f (x, u) = λu. Mais precisa-
mente, vamos considerar o problema:
−∆u = h(x)uq + λu em Ω
u≥0 em Ω (4.1)
sobre ∂Ω,
u=0
Denição 5 Dizemos que u ∈ H01 (Ω) é uma solução fraca para o Problema (4.1) se
Z Z Z
∇u∇ϕdx = λ uϕdx + h(x)(u)q ϕdx para todo ϕ ∈ H01 (Ω).
Ω Ω Ω
onde u ∈ H01 (Ω). Pela Proposição A.1 temos que J ∈ C 1 (H01 (Ω), R). Além disso,
Z Z Z
0
J (u)ϕ = ∇u∇ϕdx − λ uϕdx − h(x)(u)q ϕdx para todo ϕ ∈ H01 (Ω). (4.3)
Ω Ω Ω
57
4.1 Prova do Teorema 4.1
Observação 4.1 Suponha que h(x) ≥ 0. Então, pela Proposição A.1 e pelo Princípio do
Máximo, os pontos críticos não-nulos de (4.2) são soluções positivas do problema (4.1).
Teorema 4.1 Seja h uma função satisfazendo (h1 ). Se λ ≥ λ1 , então o problema (4.1)
não possui solução positiva. Entretanto, se λ < λ1 o problema (4.1) tem pelo menos uma
solução positiva.
Teorema 4.2 Seja h uma função satisfazendo (h1 ). São verdadeiras as seguintes ar-
mações:
existe δ > 0 tal que h(x) ≤ −δ , então para todo λ > λ1 o problema (4.1) possui uma
solução não-negativa u ∈ H01 (Ω) com I(u) > 0.
Demonstração: Suponha que o problema (4.1) tem uma solução positiva u ∈ H01 (Ω).
Seja ϕ1 ∈ C(Ω), ϕ1 > 0, uma autofunção associada ao autovalor λ1 . Assim, temos
Z Z Z Z
q
λ1 uϕ1 dx = ∇u∇ϕ1 dx = h(x)u ϕ1 dx + λ uϕ1 dx.
Ω Ω Ω Ω
pois u > 0, h(x) ≥ (6=)0 e ϕ1 > 0. Portanto, λ < λ1 . Logo, se λ ≥ λ1 o problema (4.1)
não possui solução positiva. Por outro lado, se λ < λ1 armamos que existe ρ > 0, η > 0
tais que
J(u) ≥ η > 0 para todo u ∈ H01 (Ω) com kuk = ρ. (4.4)
58
4.2 Prova do Teorema 4.2
Assim,
khk∞
Z
1 λ
J(u) ≥ kuk2 − kuk2 − |u+ |q+1
2 2λ1 q+1 Ω
1 λ khk∞ C
≥ kuk2 − kuk2 − kukq+1 .
2 2λ1 q+1
Com isso, tomando ρ sucientemente grande obtemos (4.4). Portanto, por (4.4) e pela
prova do Teorema 2.2, sabemos que (4.1) tem uma solução positiva.
Demonstração: Para provar o item (i), aplicamos o Teorema 1.2. Inicialmente, temos
que existem ρ > 0, η > 0 tais que
2 ≤ t(q + 1) + s2∗ .
Fazendo α = 1
t
e β = 1s , pela desigualdade de Hölder, temos
Z Z Z α1 Z β1
q+1 2∗ q+1 2∗
2 α β
u dx ≤ u α u dx ≤
β (u α ) dx (u ) dx
β .
Ω Ω Ω Ω
Portanto, tomando ε = 2δ
λ(q+1)
e pela imersão de Sobolev, temos:
∗
λ|u+ |22∗
Z
1 2 2ε + q+1 δ
J(u) ≥ kuk − |u |q+1 − + (u+ )q+1 dx
2 2 2(αε)β/α β q + 1 Ω
−β/α
1 2αδ ∗
2
≥ kuk − λβ β −1 |u+ |22∗
2 q+1
−β/α
1 2αδ
λβ β −1 Sku+ k2 , para algum S > 0.
2 ∗
≥ kuk −
2 q+1
59
4.2 Prova do Teorema 4.2
onde ϕ1 > 0 é uma autofunção associada ao autovalor λ1 . Então, para t > 0 temos
tq−1
Z Z
J(tϕ1 ) 1 λ
lim 2
= kϕ1 k − 2
ϕ dx + lim h(x)ϕq+1
1 dx
t→+∞ t2 2 2 Ω 1 t→+∞ q + 1 Ω
Z
1 2 λ
= kϕ1 k − ϕ21 dx
2 2 Ω
1
= (1 − λ/λ1 )kϕ1 k2 < 0 pois λ > λ1 ,
2
donde concluímos nossa armação.
Pelas duas armações anteriores, segue do Teorema 1.2 que existe uma sequência
(un ) ∈ H01 (Ω) tal que
Z Z
1 λ 1
kun k2 − (u+ 2
n ) dx − h(x)(u+
n)
q+1
dx = c + o(1), (4.5)
2 2 Ω q+1 Ω
e daí, temos
Z Z
kun k − λ 2
(u+ 2
n ) dx − h(x)(u+
n)
q+1
dx = o(1), (4.6)
Ω Ω
o que implica
Z Z Z
u+ n ) ϕdx = o(1) para todo ϕ ∈ H0 (Ω). (4.7)
h(x)(u+ q 1
∇un ∇ϕdx − λ n ϕdx +
Ω Ω Ω
Do mesmo modo como anteriormente, sabemos que para concluir a prova precisamos
somente mostrar que (un ) é limitada em H01 (Ω). Por contradição, suponha que kun k →
+∞ e seja wn = un
kun k
. Então, a menos de uma subsequêcia, existe w ∈ H01 (Ω) tal que
wn * w em H01 (Ω)
wn → w em Lp (Ω) 1 ≤ p < 2∗
n→+∞
→ w(x) q.t.p em Ω
wn (x) n→+∞
60
4.2 Prova do Teorema 4.2
Isto implica que kwn k → 0, o que contradiz o fato de que kwn k = 1. Portanto, w 6= 0.
Agora, armamos que w > 0. De fato, como kun k → ∞, h(x) ∈ Lα , α ∈ [ 2∗ −1−q
2 ∗
, +∞]
e wn+ é limitado em H01 (Ω), temos
Z
1
h(x)(wn+ )q+1 dx → 0.
kun k1−q Ω
Z
|∇w− |2 dx = 0.
Ω
o que é um absurdo, pois λ > λ1 . Logo, (un ) é limitada em H01 (Ω), donde concluímos a
prova de (i)
A seguir provaremos o item (ii). Se o problema (4.1) tem uma solução positiva u ∈
H01 (Ω), então
Z Z Z Z
q
λ1 uϕ1 dx = ∇u∇ϕ1 dx = h(x)u ϕ1 dx + λ uϕ1 dx.
Ω Ω Ω Ω
pois u > 0, ϕ1 > 0 e h(x) ≤ (6≡)0. Portanto, λ > λ1 , e isto conclui a prova do item (ii).
A prova do item (iii) segue das propriedades da autofunção associada ao autovalor λ1 .
61
Apêndice A
Resultados utilizados
62
A.2 Regularidade dos funcionais
e seja Z s
F (x, s) = f (x, t)dt.
0
63
A.2 Regularidade dos funcionais
onde r = 2N
N +2
e s = 2∗ = 2N
N −2
se N ≥ 3. Como H01 (Ω) está imerso em Ls (Ω), temos
t→0
ku − tϕks → 0.
Como a aplicação s → f (., s) leva o espaço Lp (Ω) no espaço Lp/σ (Ω) para todo σ ≤ p de
forma contínua, temos
Assim, R
|g(ϕ)| ψ(u + ϕ) − ψ(u) − Ω
f (x, u)ϕdx
lim = lim = 0.
t→0 kϕk t→0 kϕk
Logo, ψ é diferenciável à Frechét.
Mostraremos agora que ψ 0 é contínua. De fato,
Analogamente, obtemos
64
A.2 Regularidade dos funcionais
Assim,
kf (., u + v) − f (., u)kH −1 (Ω) → 0 se v → 0 em H01 (Ω).
Lema A.2 Seja ρ : H01 (Ω) → R denido por ρ(u) = 21 kuk2 . Então ρ ∈ C 1 (H01 (Ω), R).
Demonstração: Temos
1 ku + tϕk2 − kuk2
ρ0 (u)ϕ = lim
2 t→0 t
1 kuk + 2thu, ϕi + t2 kϕk2 − kuk2
2
= lim
2 t→0 t
1 2
= lim(2hu, ϕi + tkϕk )
2 t→0
= hu, ϕi.
Assim, ρ é derivável à Gateaux e ρ0 (u)ϕ = hu, ϕi. Agora vamos mostrar que ρ0 é contínua.
Seja uma sequência (un ) ⊂ H01 (Ω) tal que un → u. Dados arbitrariamente ε > 0 e
ϕ ∈ H01 (Ω), com kϕk = 1, existe n0 ∈ N tal que se n > n0 então
= khun − u, ϕik
≤ kun − ukkϕk
< ε.
Assim, temos
kρ0 (un ) − ρ0 (u)kH0−1 (Ω) ≤ ε.
Proposição A.1 Suponha que sejam válidas as hipóteses (h1 ), (f1 ) e (f2 ) do Capítulo 1.
Então funcional I : H01 (Ω) → R denido por
Z Z Z
1 1
I(u) = 2
|∇u| dx − h(x)(u ) + q+1
dx − F (x, u+ )dx (A.2)
2 Ω q+1 Ω Ω
65
A.2 Regularidade dos funcionais
Demonstração: Pelo Lema A.2, sabemos que o funcional ρ : H01 (Ω) → R denido por
ρ(u) = 21 kuk2 é de classe C 1 .
Vamos mostrar agora que as funções f (x, u) e h satisfazem as hipóteses do Lema A.1.
Por (2.7), temos
Assim,
|f (x, s)| ≤ C1 |s| + C2 |s|k
Daí,
C3 |s|k , para |s| ≥ 1,
C1 |s| + C2 |s|k ≤
C + C |s|k ,
4 5 para |s| ≤ 1.
Então
|f (x, s)| ≤ C e2 |s|k ,
e1 + C para todo s ≥ 0, x ∈ Ω; (A.3)
onde k ∈ (0, 2∗ − 1). Logo, pelo Lema A.1, ψ(u) = F (x, s)ds é de classe C 1 .
R
Ω
onde P (x, s) = p(x, t)dt e p(x, s) = h(x)(s+ )q , com 0 < q < 1. Por (A.4) e pelo Lema
Rs
0
66
A.3 Autovalores do Laplaciano
Denição 8 Dizemos que u ∈ H01 (Ω) é uma solução fraca para o problema de autovalor
do laplaciano com condição de fronteira de Dirichlet se
Z Z
∇u∇v = λ uv, para todo v ∈ H01 (Ω).
Ω Ω
λm = min R(v).
v⊥{w1 ,...,wm−1 }
v6=0
67
A.3 Autovalores do Laplaciano
R(w) = λ1 .
Daí, Z Z
+ 2
|∇w | = λ1 (w+ )2 , (A.5)
Ω Ω
e similarmente Z Z
− 2
|∇w | = λ1 (w− )2 . (A.6)
Ω Ω
R(w+ ) = R(w− ) = λ1 .
68
A.4 Resultados de Análise Funcional e Teoria da Medida
dida
Teorema A.1 (Lema de Fatou) Seja (fn ) uma sequência de funções mensuráveis tais
que fn ≥ 0. Então Z Z
lim inf fn dµ ≥ lim inf fn dµ
n→+∞ n→+∞
Proposição A.5 Seja (fn ) uma sequência de funções de L1 (Ω) tal que
69
A.4 Resultados de Análise Funcional e Teoria da Medida
i) un → u q.t.p em Ω e
70
Referências Bibliográcas
[1] Ambrosetti, A.; Brezis, H.; Cerami, G., Combined eects of concave and convex
nonlinearities in some elliptic problems. J. Funct. Anal. 122 (1994), no. 2, 519-543.
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Library, NY, 1995.
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[4] Brezis, H.; Functional analysis, Sobolev spaces and partial dierential equations. Uni-
versitext. Springer, New York,, 2011.
[5] Brézis, H.; Oswald, L., Remarks on sublinear elliptic equations. Nonlinear Anal. 10
(1986), no. 1, 55-64.
[6] Brézis, H.; Nirenberg, L., Positive solutions of nonlinear elliptic equations involving
critical Sobolev exponents. Comm. Pure Appl. Math. 36 (1983), no. 4, 437-477.
[7] Ekeland, I.,Nonconvex minimization problems, Bull. Amer. Math. Soc. 1 (1979), 443-
473
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2nd ed., Springer-Verlag, Berlin/Heidelberg, 1983.
[9] Kesavan, S., Topics in functional analysis and applications. John Wiley & Sons, Inc.,
New York, 1989.
[10] Li, S.; Wu, S.; Zhou, H. S., Solutions to semilinear elliptic problems with combined
nonlinearities, J. Dierential Equations 185 (2002), 200-224.
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[11] Perera, K., Multiplicity results for some elliptic problems with concave nonlinearities.
J. Dierential Equations 140 (1997), no. 1, 133-141.
[12] Schechter, M. A variation of the Mountain Pass lemma and applications, J. London
Math. Soc. 44(1991), 491-502.
[13] Wang, Zhi-Qiang, Nonlinear boundary value problems with concave nonlinearities
near the origin. Nonlinear Dierential Equations. Appl. 8 (2001), no. 1, 15-33.
72