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Unidade I

RACIOCÍNIO LÓGICO
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS

Profa. Deborah Paula


Argumentação

 Argumentar é a arte de convencer e


persuadir
 Convencer é saber gerenciar
informações, demonstrando, provando –
vencer junto com o outro. razão
 Persuadir é saber gerenciar a relação, é
falar à emoção do outro. emoção
Argumentação

Diferença entre convencer e persuadir:


 Convencer é construir algo no campo das
ideias;
 O outro passa a pensar como nós.
 Por exemplo
exemplo, as informações em
circulação na sociedade.
 Auditório universal
Argumentação

Diferença entre convencer e persuadir:


 Persuadir é construir no terreno das
emoções
 É sensibilizar para agir
 O outro realiza algo que desejamos que
ele realize
 Por exemplo, informações que circulam
em contextos particulares
 Auditório particular
Argumentação

Argumento lógico e quase lógico:


 Lógico é baseado em conhecimentos do
real
 Quase lógico são argumentos baseados
na possibilidade
Argumentação

Exemplo de raciocínio lógico:


 “Quanto mais chove mais o rio
transborda”
 Os argumentos são baseados nos
conhecimentos prévios.
Argumentação

Exemplo de raciocínio quase lógico:


 “O anão quanto mais sobe, menor se
apresenta”
 Ocorre uma ruptura com os
conhecimentos prévios, indicando outras
possibilidades.
Argumentação

Exemplo de argumentação lógica e quase


lógica:
 “Enquanto o professor falava os alunos
aprendiam”
 “Enquanto
Enquanto o professor falava os alunos
dormiam”
 No marco das cognições sociais que se
referem aos conhecimentos prévios o
papel do professor é ensinar. Assim,
ocorre uma nova circunstância.
Interatividade

(Questão 1 – ENADE 2009). A urbanização no Brasil registrou marco


histórico na década de 1970, quando o número de pessoas que viviam
nas cidades ultrapassou o número daquelas que viviam no campo. No
início deste século, em 2000, segundo dados do IBGE, mais de 80% da
população brasileira já era urbana. Considerando essas informações,
estabeleça a relação entre as charges.
Com base nas informações dadas e na relação proposta entre essas
charges, é correto afirmar que:
a) a primeira charge é falsa, e a segunda é verdadeira.
b) a primeira charge é verdadeira, e a segunda é falsa.
c) as duas charges são falsas.
d) as duas charges são verdadeiras, e a segunda explica a primeira.
e) as duas charges são verdadeiras, mas a segunda não explica a
primeira.

porque
Resposta

(Questão 1 – ENADE 2009). A urbanização no Brasil registrou marco


histórico na década de 1970, quando o número de pessoas que viviam
nas cidades ultrapassou o número daquelas que viviam no campo. No
início deste século, em 2000, segundo dados do IBGE, mais de 80% da
população brasileira já era urbana. Considerando essas informações,
estabeleça a relação entre as charges:
Com base nas informações dadas e na relação proposta entre essas
charges, é correto afirmar que
a) a primeira charge é falsa, e a segunda é verdadeira.
b) a primeira charge é verdadeira, e a segunda é falsa.
c) as duas charges são falsas.
d) as duas charges são verdadeiras, e a segunda explica a primeira.
e) as duas charges são verdadeiras, mas a segunda não explica a
primeira.

porque
Pensando na lógica da resposta

 O texto inicial diz que “a urbanização no


Brasil registrou marco histórico na
década de 1970, quando o número de
pessoas que viviam nas cidades
ultrapassou o número daquelas que
viviam no campo.
campo No início deste século,
século
em 2000, segundo dados do IBGE, mais
de 80% da população brasileira já era
urbana”. Ou seja, houve uma inversão do
percentual de pessoas que viviam no
campo e na cidade: “antes”,
antes , a maioria da
população do Brasil vivia no campo;
“hoje”, a maioria da população do Brasil
vive na cidade.
Pensando na lógica da resposta

 Isso se traduz nas charges da seguinte


maneira: “hoje” temos “enxadas
paradas” (ou seja, ”pouca gente no
campo”) e “inchadas paradas” (ou seja,
“muita gente na cidade”). Pela leitura do
texto inicial e pela lógica,
lógica concluímos
que as duas charges são verdadeiras.
Pensando na lógica da resposta

 A palavra porque, que “liga” as duas


charges. Essa palavra indica que a
segunda charge seria a causa e a
primeira charge seria a sua
consequência. Usando a lógica,
concluímos que esse raciocínio não é
correto, pois foi a saída de pessoas do
campo (primeira charge - causa) que
ocasionou o “caos” urbano (segunda
charge - consequência) e não o contrário.
 Assim
Assim, pela análise lógica de “causa
causa e
efeito”, que as duas charges são
verdadeiras, mas a segunda não explica a
primeira .
Processos dedutivos e indutivos

Abdução, Indução e Dedução são


momentos diferentes que constroem o
conhecimento e que são tratados como
métodos de investigação científica.
 A abdução é utilizada quando ocorre um
problema e se busca os conhecimentos
prévios já adquiridos para uma resposta.
Processos dedutivos e indutivos

 A indução é o método caracterizado pela


observação, assim o elemento observado
é singular e o conhecimento adquirido do
seu exame é generalizado para todos os
seres da mesma espécie através do
processo da dedução
 Dedução é feita das formas de
conhecimentos já cristalizados e
devidamente generalizados.
Por exemplo: uma rachadura na parede.
Processos dedutivos e indutivos

 Dedutivo: hipotético dedutivos;


formulação da hipótese, dedução das
consequências, observação ou
experimentação para determinar a
validade das consequências.
Processo dedutivo

Geral

Específico
Particular
Processos dedutivos e indutivos

 Indutivo: argumentar por enumeração/


estatísticas, ver os perigos,
generalização e tendências; analogia
(comparação – ver qualidades
específicas daquilo que se compara);
autoridade (autoridade também erra).
erra)
Processo indutivo

Particular
Específico

Geral
Interatividade

Em: “Todo brasileiro é corintiano”. Qual é a


negação total dessa afirmação ?
a) Nenhum brasileiro é corintiano.
b) Existe brasileiro que não é corintiano.
c) Todo não brasileiro é corintiano.
corintiano
d) Todo não brasileiro não é corintiano.
e) Todo brasileiro não é corintiano.
Resposta

Em: “Todo brasileiro é corintiano”. Qual é a


negação total dessa afirmação ?
a) Nenhum brasileiro é corintiano.
b) Existe brasileiro que não é corintiano.
c) Todo não brasileiro é corintiano.
corintiano
d) Todo não brasileiro não é corintiano.
e) Todo brasileiro não é corintiano.
Deduzindo a lógica da resposta

 Se pelo menos um brasileiro não for


corintiano, a proposição “Todo brasileiro
é corintiano” torna-se falsa. Ou seja, se
existir brasileiro que não seja corintiano
então se nega que “Todo brasileiro é
corintiano” Ou ainda
corintiano”. ainda, basta que um
único brasileiro não seja corintiano para
que “Todo brasileiro é corintiano” seja
uma proposição falsa.
Deduzindo a lógica da resposta

 Dedução: raciocínio que parte de uma


proposição geral para uma proposição
particular.
 Frege, Russell e Wittgenstein pensaram
na linguagem significativa em termos da
lógica. Sobre dois princípios da lógica,
denominados de Princípio do Terceiro
Excluído e Princípio da Não Contradição
Conectivos

 Os conectivos são palavras que “ligam”


proposições, ou seja, são palavras
usadas na formação de outras sentenças.
Os principais conectivos são as
partículas “e”, “ou”, “se e somente se” e
“se então”
“se... então”.
 Os conectivos fazem o papel de
modalizadores e têm a função de
determinar o modo como aquilo que se
diz é dito.
Operadores argumentativos

Operadores argumentativos:
 Indicam a força argumentativa dos
enunciados, o sentido para o qual
apontam; introduzem no enunciado
conteúdos semânticos adicionais,
conteúdos que ficam à margem da
discussão (pressupostos); as marcas que
os introduzem são os marcadores de
pressuposição.
Operadores argumentativos

a) Operadores que assinalam o argumento


mais forte de uma escala orientada no
sentido de determinada conclusão: até,
mesmo, até mesmo, inclusive. Ou de
escala subtendida: ao menos, pelo
menos no mínimo.
menos, mínimo
b) Operadores que somam argumentos a
favor de uma mesma conclusão: e,
também, ainda, nem (=e não), não
só...mas também, tanto...como, além de, a
par de ... Aliás
pa ás
c) Operadores que introduzem uma
conclusão relativa a argumentos
apresentados em enunciados anteriores:
portanto, logo, por conseguinte, pois, em
decorrência, consequentemente...
Operadores argumentativos

d) Operadores que introduzem argumentos


alternativos que levam a conclusões
diferentes ou opostas: ou, ou então,
quer...quer, seja...seja etc.
e) Operadores que estabelecem relações de
comparação entre elementos, com vistas
a uma dada conclusão: mais que, menos
que, tão ...como etc.
f) Operadores que introduzem uma
justificativa ou explicação relativa ao
enunciado anterior: porque, que, já que,
pois etc.
Operadores argumentativos

 Principais tipos de modalidade:


necessário/possível; certo/incerto,
duvidoso; obrigatório/facultativo.
 Ex: mesmo conteúdo proposicional
veiculado sob modalidades diferentes:
 É (necessário/ possível/ certo/ provável)
que a guerra termine.
 É (obrigatório/facultativo) o uso de
crachás.
Interatividade

Existem três suspeitos de invadir uma rede de


computadores: Luiz, Thais e Felipe. Sabe-se que a
invasão foi de fato cometida por um ou por mais
de um deles, já que podem ter agido
individualmente ou não. Sabe-se, ainda, que:
I. Se Luiz é inocente,, então Thais é culpada.
p
II. Ou Felipe é culpado ou Thais é culpada, mas
não os dois.
III. Felipe não é inocente.
Com base nessas considerações, conclui-se que:
a) somente Luiz é inocente.
inocente
b) somente Thais é culpada.
c) somente Felipe é culpado.
d) Thais e Felipe são culpados.
e) Luiz e Felipe são culpados.
Resposta

Existem três suspeitos de invadir uma rede de


computadores: Luiz, Thais e Felipe. Sabe-se que a
invasão foi de fato cometida por um ou por mais
de um deles, já que podem ter agido
individualmente ou não. Sabe-se, ainda, que:
I. Se Luiz é inocente,, então Thais é culpada.
p
II. Ou Felipe é culpado ou Thais é culpada, mas
não os dois.
III. Felipe não é inocente.
Com base nessas considerações, conclui-se que:
a) somente Luiz é inocente.
inocente
b) somente Thais é culpada.
c) somente Felipe é culpado.
d) Thais e Felipe são culpados.
e) Luiz e Felipe são culpados.
Conectando a resposta

 Por III, sabemos que Felipe é culpado,


pois Felipe não é inocente.
 Por II, sabemos que Thais é inocente,
pois Felipe é culpado e foi dito que ou
Felipe é culpado ou Thais é culpada, mas
ambos não são culpados
simultaneamente.
 Por I, como sabemos que Thaís é
inocente, então Luiz não é inocente, ou
seja, Luiz é culpado.
Operadores argumentativos

Outras formas de expressão de modalidade:


a) Certos advérbios ou locuções adverbiais
(talvez, provavelmente, certamente,
possivelmente, seguramente,
indubitavelmente etc.)
b) Verbos auxiliares modais (poder, dever
etc.)
c) Construções de auxiliar+infinito (ter de,
precisar, dever +inf.): os candidatos
deverão apresentar
p RG.
d) Orações modalizadoras (tenho a certeza
de que..., não há dúvida de que..., há
possibilidade de..., todos sabem que...
suponho que..., creio que... exige-se que...)
Operadores argumentativos

Um mesmo indicador modal pode exprimir


modalidades diferentes:
 Todos os candidatos devem comparecer
em traje social (= é obrigatório).
 O tempo deve melhorar amanhã (=
( é
possível).
 Vamos, a reunião deve estar começando
(= é provável).
 Os candidatos podem apresentar-se em
traje esportivo (= é facultativo)
 Os preços podem cair nos próximos
meses (= é possível)
Indicadores da enunciação

 Indicadores atitudinais (de estado


psicológico, atitude subjetiva):
infelizmente, felizmente, pesarosamente,
francamente, é com prazer...
 Índices de avaliação (valoração dos fatos,
estados ou qualidades atribuídas a um
referente): em geral, expressões
adjetivas e formas intensificadoras:
excelente, extremamente...
Indicadores da enunciação

Índices de domínio (operadores que


delimitam domínio dentro do qual o
enunciado deve ser entendido(a e b) ou o
modo como ele é formulado pelo locutor
(c e d)):
a) Politicamente, ele está desmoralizado.
b) Geograficamente, o Brasil é um dos
maiores países do mundo.
c) Resumidamente, pode-se dizer que a
desavença
ç se deu da seguinte
g maneira:
d) Vou abordar concisamente esse aspecto
da questão.
Indicadores da enunciação

Índices de polifonia: formas linguísticas que


funcionam como índices, no texto, da
presença de outra voz, com a qual o locutor
se identifica ou não.
a) ao contrário, pelo contrário: Ex: Roberto
não é um traidor. Pelo contrário, tem-se
mostrado um bom amigo.
b) Operadores do grupo do mas e do
embora
c)) Operadores
p conclusivos: Ex: Carlos é
dorminhoco. Não pode, portanto, vencer
na vida. (“Quem cedo madruga, Deus
ajuda.”)
Indicadores da enunciação

d) Os marcadores de pressuposição:
Mariana continua linda.
e) O uso do futuro do pretérito como
metáfora temporal (o locutor não se
responsabiliza pelo que é dito,
atribuindo-o a outrem): Ex: O técnico do
Corinthians estaria disposto a se demitir.
(=ouvi dizer)
f) O uso de aspas (como modo de manter
distância do que se diz, colocando-o “na
boca” de outros).
g) A intertextualidade, o discurso indireto
livre, a ironia etc.
Interatividade

(ENADE 2008). Émile


É Durkheim e Marcel Mauss figuram entre
grandes expoentes da sociologia francesa. Ambos contribuíram
para a elaboração de noções como “representações individuais”
e “representações coletivas”. Em uma de suas formulações
clássicas, a noção de representações coletivas — em oposição à
de representações individuais — é definida como as maneiras de
agir e pensar, consagradas pela tradição e impostas pela
sociedade aos indivíduos. Considerando essa definição, assinale
a opção correta.
a) A prece, na qualidade de fenômeno religioso, é um ato
individual e, por essa razão, trata-se de uma representação
individual.
b) Durante a realização de ritos funerários, o choro e a
lamentação decorrentes do sentimento de perda do ente
querido são expressões de uma representação individual.
c) A noção de pessoa e os sobrenomes são impostos aos
membros de uma sociedade conforme a tradição desta.
d) Uma vez criada, a tradição se transmite de geração a geração
de forma inalterada nas representações coletivas.
e) Direito e moral, religião e magia, mitos e contos são comuns
a muitas sociedades e é essa generalidade que faz deles
representações coletivas.
Resposta

(ENADE 2008). Émile


É Durkheim e Marcel Mauss figuram entre
grandes expoentes da sociologia francesa. Ambos contribuíram
para a elaboração de noções como “representações individuais”
e “representações coletivas”. Em uma de suas formulações
clássicas, a noção de representações coletivas — em oposição à
de representações individuais — é definida como as maneiras de
agir e pensar, consagradas pela tradição e impostas pela
sociedade aos indivíduos. Considerando essa definição, assinale
a opção correta.
a) A prece, na qualidade de fenômeno religioso, é um ato
individual e, por essa razão, trata-se de uma representação
individual.
b) Durante a realização de ritos funerários, o choro e a
lamentação decorrentes do sentimento de perda do ente
querido são expressões de uma representação individual.
c) A noção de pessoa e os sobrenomes são impostos aos
membros de uma sociedade conforme a tradição desta.
d) Uma vez criada, a tradição se transmite de geração a geração
de forma inalterada nas representações coletivas.
e) Direito e moral, religião e magia, mitos e contos são comuns
a muitas sociedades e é essa generalidade que faz deles
representações coletivas.
ATÉ A PRÓXIMA!

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