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COMO SABEMOS QUE A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS?

Texto Bíblico: Obadias v. 1

INTRODUÇÃO

A pergunta que intitula o presente estudo é oportuna. Como sabemos


que a Bíblia é a Palavra de Deus? Para responder satisfatoriamente a pergunta
precisamos partir de alguns termos teológicos importantes para
compreendermos a natureza singular da Bíblia.

INSPIRAÇÃO

O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua


inspiração divina (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21; Jó 32.8). É devido à inspiração divina
que ela é chamada A Palavra de Deus.

O Que é Inspiração Divina?

“Inspiração divina é a influência sobrenatural do Espírito Santo como um


sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a
mensagem divina sem mistura de erro” (GILBERTO).

“Ação sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores sagrados, que


os levou a produzir, de maneira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a
Palavra de Deus — a Bíblia Sagrada” (Dicionário Teológico, de Claudionor de
Andrade, CPAD).

“Homens movidos pelo Espírito, escreveram palavras sopradas por


Deus, as quais são a fonte de autoridade para a fé e para a prática cristã”
(Norman Geisler).

De acordo com Geisler, a definição adequada de inspiração precisa ter


três fatores fundamentais: Deus, o Causador original, os homens de Deus, que
serviram de instrumentos, e a autoridade escrita, ou Sagradas Escrituras, que
são o produto final.

A causalidade divina

Deus é a Fonte Primordial da inspiração da Bíblia. O primeiro fator


fundamental da doutrina da inspiração bíblica, e o mais importante, é que Deus
é a fonte principal e a causa primeira da verdade bíblica.

A mediação profética

As personalidades dos profetas não foram violentadas por uma intrusão


sobrenatural. A Bíblia que eles produziram é a Palavra de Deus, mas também é
a palavra do homem. Deus usou personalidades humanas para comunicar
proposições divinas. Os profetas foram a causa imediata dos textos escritos,
mas Deus foi a causa principal.

A autoridade escrita

O produto final da autoridade divina em operação por meio dos profetas,


como intermediários de Deus, é a autoridade escrita de que se reveste a Bíblia.
A Bíblia é a última palavra no que concerne a assuntos doutrinários e éticos.
Todas as controvérsias teológicas e morais devem ser trazidas ao tribunal da
Palavra escrita de Deus. “Autoridade das Escrituras significa que todas as
palavras nas Escrituras são palavras de Deus, de modo que não crer em
alguma palavra da Bíblia ou desobedecer a ela é não crer em Deus ou
desobedecer a ele” (GRUDEN).

REVELAÇÃO

Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor


coisas desconhecidas e que o homem por si só não podia jamais saber.
Revelação diz respeito à exposição da verdade. A revelação prende-se à
origem da verdade e à sua transmissão (Hb 1.1-2).

ILUMINAÇÃO

Iluminação diz respeito à devida compreensão dessa verdade


descoberta. A inspiração relaciona-se com a recepção e o registro da verdade.
A iluminação ocupa-se da posterior apreensão e compreensão da verdade
revelada.

DIFERENÇA ENTRE OS TERMOS

A inspiração nem sempre implica em revelação. Toda a Bíblia foi


inspirada por Deus, mas nem toda ela foi dada por revelação.

A revelação é o fato da comunicação divina; a inspiração é o meio; a


iluminação, o dom de compreender essa comunicação.

Outra coisa a destacar é a diferença entre Declaração da Bíblia e


Registro de Declaração.

DA INSPIRAÇÃO DECORREM ALGUNS PONTOS IMPORTANTES:

1) A VERACIDADE DAS ESCRITURAS

Precisamos asseverar a veracidade das Escrituras. Como aprendemos


da boca do próprio Jesus, “a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35, ARA).
Afirmamos a veracidade das Escrituras por meio de três vocábulos teológicos
importantes.
1.1) O primeiro é a afirmação de que as Escrituras são inerrantes.
A afirmação da inerrância das Escrituras significa que estas não
contêm erro, nem em matérias doutrinais ou éticas, nem em
questões factuais ou históricas e culturais. O que a Escritura
registra é verdadeiro. Dessa forma, a inerrância se refere não
apenas a temas e histórias contidos no texto bíblico, mas também
a cada palavra presente nesse texto. Se Deus é inerrante, sua
palavra também é.
1.2) A afirmação da inerrância caminha com mais dois vocábulos
importantes: infalível e confiável. Em outras palavras, não há
como a Escritura falhar em seus pressupostos, bem como os
ensinos nela revelados são totalmente confiáveis. Podemos
estudar a Escritura com confiança, pois não há nela contradição
ou ensino que não seja verdade.

2) A CLAREZA DAS ESCRITURAS

Mas o grande milagre da condescendência divina é que a sua


mensagem central é acessível a qualquer pessoa, independente da idade ou
escolaridade, etnia ou extrato social. Por várias vezes, essas pessoas podem
até não ter um entendimento abrangente sobre as doutrinas importantes da fé
cristã, como a justificação pela graça por meio da fé ou a nossa união mística
com o Salvador, mas elas experimentam essas verdades em todo o seu poder.

3) A SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS.

Tudo o que precisamos saber para vivermos para a glória de Deus e


recebermos a vida eterna está revelado na Escritura. Não precisamos de
outras fontes de saber para conhecermos e amarmos mais a Deus. A Escritura,
a Palavra de Deus dada a nós, é suficiente. E é por meio da Escritura que toda
a tradição e todas as nossas ideias e experiências precisam ser testadas ou
julgadas.

APLICAÇÕES

Vivemos é um mundo relativista. Tudo que é sólido se desmancha no ar.


As implicações religiosas e culturais desse estado de coisas é obvia: a verdade
é pulverizada, a moral é esfacelada em pequenas migalhas individualizadas,
Deus é assassinado ou tratado com um entre vários outros deuses. Nesse
contexto, a igreja é chamada a anunciar a verdade absoluta de Deus com seus
imperativos morais e éticos. Não podemos ceder às investidas da cultura para
relativizar a verdade de Deus. Que como Obadias possamos dizer “Assim diz o
Senhor”.

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