You are on page 1of 141

CEI-MAGISTRATURA

DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO

3ª RODADA - 27/08/2017
DURAÇÃO

07/08/2017 A 04/10/2017

MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas

ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone

40 QUESTÕES OBJETIVAS
Por rodada

2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada

1 SENTENÇA JUDICIAL
Por rodada

IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-MAGIS-
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. TRATURA DO
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela TRABALHO.
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo. 2017

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 1


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

PROMOÇÃO

R$ 150,00
GARANTA O SEU!

editoracei.com pág. 2
CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl
CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

PROFESSORES

FABRÍCIO LIMA SILVA


Juiz do Trabalho do TRT da 3ª Região. Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo, com
habilitação em Direito de Empresa. Especialista em Direito Material e Processual do Trabalho pela
Uniderp. Especialista em Direito Público pela Anamages – Associação Nacional dos Magistrados
Estaduais. Professor de Cursos de Pós-Graduação da FAI – Ipecont. Analista Judiciário do TRT da 3ª
Região (2006/2010).

DOROTHEO BARBOSA NETO


Juiz do Trabalho do TRT da 14ª Região. Bacharel em Direito pela Faculdade de Franca. Especialista
em Engenharia Financeira pela IEVAL. Especialista em Gestão Pública e do Poder Judiciário pela FGV.
Professor Substituto da Universidade Federal do Acre, nas matérias de Direito do Trabalho e Processo do
Trabalho. Professor de Legislação Social no curso de Administração de Empresas e Contabilidade – IEVAL.
Membro da Banca examinadora do concurso do TRT da 14ª Região. Membro de Banca Examinadora do
Concurso para Professor Substituto no Curso de Direito PROGRAD – UFAC.

SAMANTHA FONSECA STEIL SANTOS E MELLO


Juíza do Trabalho do TRT da 2ª Região. Especialista em Direito e Processo do Trabalho. Professora em
Cursos Preparatórios para Concursos.

VINÍCIUS DE MIRANDA TAVEIRA


Juiz do Trabalho do TRT da 15ª Região. Especialista em Direito Público. Professor em Cursos Preparatórios
para Concursos e de Pós-graduação.

MURILLO FRANCO CAMARGO


Juiz do Trabalho do TRT da 3ª Região. Bacharel em Direito e Especialista em Direito Processual pela
Faculdade de Direito do Sul de Minas – FDSM.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 3


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

INSTRUÇÕES GERAIS

Sejam bem-vindos ao CEI-MAGISTRATURA DO TRABALHO – RETA


FINAL.

Foi com imensa honra que aceitei o desafio de coordenar este curso destinado à
preparação de candidatos para ingresso na Magistratura do Trabalho.

Para quem ainda não conhece, o curso CEI já possui tradição e vem demonstrando
ótimos resultados na preparação de candidatos para os concursos da Magistratura
Federal, Estadual e Defensorias, dentre outros.

Todos nossos professores são Juízes Federais do Trabalho e assumiram o compromisso


de manter o mesmo padrão de qualidade dos demais cursos do CEI, com intuito de se
alcançar os tão esperados resultados.

E, podem ter certeza, que não poderia haver momento melhor para lançamento do
curso: o advento do primeiro I CONCURSO PÚBLICO NACIONAL UNIFICADO PARA
INGRESSO NA CARREIRA DA MAGISTRATURA DO TRABALHO.

Este será o maior certame para provimento dos cargos de Juiz do Trabalho Substituto.
Foram oferecidos 132 cargos vagos, sendo que este número poderá dobrar dentro do
prazo de validade do concurso.

O enfoque do curso será a análise dos posicionamentos doutrinários, jurisprudenciais e


legais dos temas constantes do edital, com eleição dos temas de maior incidência em
concursos anteriores, com uma mescla de todos os aspectos no decorrer das rodadas.

O nosso principal diferencial é que o candidato, desde o início da sua preparação, já


tem o contato com as duas primeiras etapas do concurso. O estudo direcionado para
quaisquer das etapas, com a exclusão das demais, quando ainda não superadas, pode
prejudicar o rendimento do aluno e a obtenção dos melhores resultados.

O método do CEI consiste em preparar o aluno para a primeira e segunda fases, desde
o início da sua preparação, fornecendo espelhos detalhados de correção, selecionando
as melhores respostas e, especialmente, corrigindo individualmente a do candidato,
fazendo as devidas críticas e sugestões.

Os alunos que enviarem suas respostas dentro do prazo receberão a correção


individualizada, sendo que, ao final de cada rodada, será publicado um espelho de
correção detalhado, disponível para todos os alunos, mesmo os que optarem por não

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 4


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

responder.

Sugerimos que o aluno procure responder às questões objetivas sem consultar nenhum
material, avaliando, ao final, o seu desempenho, para que possa detectar bem quais os
pontos em que precisa reforçar os estudos. Quanto às questões dissertativas e sentenças,
sugerimos seja consultada apenas a legislação, para simular a situação que irá encontrar
na prova, a não ser que o aluno não possua nenhuma intimidade com o tema, caso em
que sugerimos que proceda a uma breve leitura na doutrina, para se ambientar, antes
de iniciar a resposta. Está disponível na área do aluno a folha de respostas, a qual deve
ser utilizada pelo aluno para o envio das respostas, observando, inclusive, o limite de
linhas ali existente, salvo menção expressa em contrário no enunciado da questão. Se
o aluno preferir enviar a resposta redigida à mão (digitalizada), ela será corrigida quanto
aos aspectos técnicos, mas não quanto à ortografia, além de que a resposta não poderá
ser selecionada entre as melhores da rodada. Fica ao critério do aluno.

Finalmente, ressalto que estou à disposição, em meu e-mail pessoal (fabriciolimasilva@


yahoo.com.br) para qualquer dúvida ou esclarecimento, seja a respeito do curso ou do
certame.

Desejo a todos muito sucesso!

Publicação Limite para Limite para Publicação


rodada resposta correção espelho
1ª. Rodada 07/08/17 24/08/17 24/08/17 25/08/17
2ª. Rodada 17/08/17 24/08/17 03/09/17 04/09/17
3ª. Rodada 27/08/17 03/09/17 13/09/17 14/09/17
4ª. Rodada 06/09/17 13/09/17 23/09/17 25/09/17
5ª. Rodada 16/09/17 23/09/17 03/10/17 04/10/17
26/09/17 (40 questões objetivas e dicas para discursiva com 1 modelo
6ª. Rodada
de peça, 2 modelos de questões dissertativas, SEM CORREÇÃO INDIVI-
EXTRA DUALIZADA).

FABRÍCIO LIMA SILVA


Coordenador do Curso CEI – Magistratura do Trabalho

@fabriciosilvatrt

/professorfabriciosilva/

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 5


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

SUMÁRIO

QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO.................................................................... 7


DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO.............................................................................................7
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO................................................................................................11
DIREITO ADMINISTRATIVO.............................................................................................................. 12
DIREITO PENAL..................................................................................................................................... 14
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO......................................................................................... 15
DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................................................................. 19
DIREITO CONSTITUCIONAL DO TRABALHO.............................................................................. 21
DIREITO CIVIL........................................................................................................................................ 21
DIREITO DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE E DO JOVEM......................................................23
DIREITO PROCESSUAL CIVIL........................................................................................................... 24
DIREITO INTERNACIONAL E COMUNITÁRIO.............................................................................25
DIREITO PREVIDENCIÁRIO...............................................................................................................26
DIREITO EMPRESARIAL......................................................................................................................28
DIREITOS HUMANOS E DIREITOS HUMANOS SOCIAIS.........................................................29
GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS...................................................................................................30
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO................................................................ 31
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO........................................................................................... 31
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO.............................................................................................. 44
DIREITO ADMINISTRATIVO..............................................................................................................52
DIREITO PENAL.....................................................................................................................................62
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO........................................................................................ 64
DIREITO CONSTITUCIONAL.............................................................................................................76
DIREITO CONSTITUCIONAL DO TRABALHO..............................................................................89
DIREITO CIVIL........................................................................................................................................92
DIREITO DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE E DO JOVEM......................................................97
DIREITO PROCESSUAL CIVIL..........................................................................................................100
DIREITO INTERNACIONAL E COMUNITÁRIO...........................................................................104
DIREITO PREVIDENCIÁRIO..............................................................................................................110
DIREITO EMPRESARIAL.....................................................................................................................117
DIREITOS HUMANOS E DIREITOS HUMANOS SOCIAIS.......................................................120
QUESTÕES DISSERTATIVAS....................................................................................................................... 125
SENTENÇA....................................................................................................................................................... 126

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 6


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO

ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum
material, a fim de simular a situação encontrada em prova.

DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO BLOCO I

QUESTÃO 1. Sobre as férias, julgue os itens a seguir:

I) A prescrição sobre o direito às férias têm seu curso iniciado quando houver o
encerramento do período aquisitivo, exceto se extinto o contrato de trabalho.

II) Sobre as férias indenizadas haverá depósito relativo ao FGTS;

III) O empregado que receber benefício previdenciário por acidente ou doença por mais
de seis meses não fara jus ao período de férias. No entanto, o gozo do descanso anual
será devido caso o período seja descontínuo;

IV) O empregado terá direito a 30 dias de férias, desde que não falte mais de 5 vezes
durante o período aquisitivo;

V) O período de gozo das férias deverá ser avisado com antecedência mínima de 15 dias
ao empregado.

a) Estão corretos os itens IV e V.

b) Todas as alternativas estão incorretas.

c) São incorretos os itens I, II e V.

d) Apenas uma assertiva está correta.

e) O item III é correto.

QUESTÃO 2. Julgue as seguintes afirmativas:

I) A irredutibilidade do salário não é mais uma característica atribuída pela doutrina à


contraprestação paga pelo empregador, eis que art. 7º, inciso VI, da CF/1988 permite sua
diminuição caso haja previsão em norma coletiva.

II) O caráter forfetário do salário decorre da impossibilidade do empregador transferir os

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 7


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

riscos do estabelecimento ao empregado. A obrigação de pagar o trabalhador é absoluta,


ainda que a atividade econômica não gere lucro ou resultados.

III) Segundo o entendimento consolidado em orientação jurisprudencial do C. TST, não


se admite a penhora sobre o salário.

IV) A alimentação fornecida como salário in natura terá cunho indenizatório caso a
empresa se submeta ao PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador.

V) O vale-cultura fornecido pelo empregador possui natureza salarial.

a) Há três itens incorretos.

b) Os itens I, II, III e IV são corretos.

c) Os itens II, III, IV e V são corretos.

d) Os itens II, III e IV são corretos.

e) Nenhuma das alternativas anteriores corresponde ao julgamento dos itens acima.

QUESTÃO 3. Sobre a discriminação no ambiente de trabalho, aponte a alternativa correta:

a) Dentre as medidas adotadas pela Lei 9.029/95 estão a reintegração do obreiro


discriminado com o ressarcimento do período integral de afastamento. Porém, pagos
os salários e demais haveres trabalhistas, está vedada a indenização por danos morais.

b) O TST entende que há presunção no sentido de que a dispensa é discriminatória


quando o empregado possuir doença grave ou enfermidade que cause estigma. Dessa
forma, caberá à empresa provar que a rescisão contratual ocorreu de forma legítima,
sem se basear na saúde do trabalhador.

c) A caracterização do rompimento do contrato por motivo discriminatório gera ao


trabalhador o direito de pleitear indenização por danos morais, mesmo que seja
reintegrado com o pagamento dos salários pelo período de afastamento. Contudo, o
montante indenizatório não poderá ser superior ao dobro do valor pago pelo referente
período.

d) Consiste faculdade do empregador optar pela reintegração do trabalhador ou o


pagamento, em dobro, da remuneração entre o período de afastamento e o reconhecimento
do direito.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 8


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) Conforme o entendimento jurisprudencial atual, o art. 384 da CLT não foi recepcionado
pela Constituição Federal de 1988, pois constitui critério discriminatório entre homens
e mulheres.

QUESTÃO 4. Sobre o tempo de percurso, avalie as alternativas a seguir:

I – O tempo de trajeto gasto pelo trabalhador até o serviço e para sua volta será computado
na jornada de trabalho caso a empresa se localize em local de difícil acesso ou não
servido por transporte público, desde que a empresa forneça a condução e não cobre
por isso;

II – Caso haja transporte público até o local de trabalho, este não se considera de difícil
acesso, o que, por si só, impede o pagamento das horas in itinere;

III – O transporte público intermunicipal, ainda que em horários compatíveis, não é


suficiente a elidir o pagamento das horas de trajeto, segundo a jurisprudência majoritária
do C. TST;

IV – Se o trabalhador, computadas as horas de trajeto, não extrapolar o lapso previsto


no art. 7º, inciso XII, da CF (8 horas diárias e 44 horas semanais), não terá direito a horas
extras, mas o percurso deverá ser pago como hora trabalhada;

V – Se a empresa cobrar pela condução, ainda que valores irrisórios, descaracteriza-se


a situação das “horas in itineres”.

a) I, III, IV e V estão corretas.

b) III e IV estão corretas.

c) Apenas I e V são incorretas.

d) Apenas III é correta.

e) Apenas IV é correta.

QUESTÃO 5. João Paulo pediu demissão do emprego e seu contrato foi rompido em
07.10.2015. Afirmou em reclamação trabalhista que recebia da empresa R$ 1.500,00 mensais
fixos e comissões pelas vendas realizadas, as quais eram pagas extra folha. Além do
reconhecimento da remuneração por fora e seus reflexos, João Paulo pleiteou em Juízo o
pagamento de 2 horas extras diárias. A prova oral evidenciou que a remuneração da inicial
se confirma, e que o trabalhador recebia, em média, R$ 500,00 mensais a título de comissões.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 9


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Confirmou-se, ainda, que o trabalhador trabalhava dez horas por dia, conforme os cartões
de ponto e a testemunha ouvida em audiência.

Com base no caso concreto apresentado, afirma-se que:

a) O trabalhador tem direito às horas extras realizadas, com o adicional de 50% sobre a
hora normal, sendo que o divisor utilizado para a liquidação será o de 220.

b) João Paulo é considerado comissionista misto. As horas extras realizadas devem ser
pagas, sendo que quanto à parte fixa o trabalhador receberá a hora mais o adicional de
50%. Quanto à parte variável, as horas estão pagas pelas comissões recebidas, mas o
trabalhador tem direito ao adicional de 50% sobre elas.

c) O trabalhador receberá os reflexos do salário extra folha em férias com um terço,


décimo terceiro salário, FGTS e multa de 40%, haja vista que o art. 15 da Lei 8.036/90
determina que os depósitos sejam calculados sobre todas as parcelas remuneratórias.

d) João Paulo é considerado comissionista misto e tem direito a receber as horas extras
com o adicional de 50% sobre a remuneração média integral.

e) Como a CLT permite a realização de duas horas extras diárias, João Paulo não fará
jus ao recebimento daquelas e tampouco do adicional, já que as comissões pagas já
remuneram o tempo trabalhado.

QUESTÃO 6. Sobre o trabalho da gestante, aponte a alternativa correta:

a) A gestante goza de estabilidade provisória no emprego. O prazo se conta desde a


confirmação da gravidez até 5 meses após o parto e poderá ser elastecido por mais 180
dias.

b) Para que a gestante goze da estabilidade provisória no emprego, é necessário que


esta comunique a situação ao empregador enquanto perdurar o contrato.

c) O conhecimento da gravidez por parte do empregador é prescindível para a garantia


provisória conferida à gestante.

d) A estabilidade provisória conferida à gestante tem o mesmo período do benefício de


licença-maternidade.

e) É pacífico que a estabilidade provisória relacionada à gestante não se aplica aos


contratos a termo.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 10


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

DIREITO COLETIVO DO TRABALHO BLOCO I

QUESTÃO 7. Escolha a assertiva correta:

a) O constituinte pátrio consagrou a unicidade sindical e a liberdade sindical como dois


dos princípios do Direito Coletivo do Trabalho. Diante dessa colisão, somente a liberdade
sindical vigora por conta da revogação tácita do princípio da unicidade.

b) Em um caso hipotético coexistem duas convenções coletivas, na mesma época: a


primeira, firmada entre sindicato dos vigilantes do Município Z e sindicato das empresas
de vigilância dos Municípios X e Z; a segunda, assinada pela Federação dos vigilantes
do Estado e sindicato das empresas de vigilância dos Municípios X e Z. Nesse cenário,
em face do conflito entre as normas autônomas, deve prevalecer a norma mais benéfica.

c) Havendo conflito entre acordo coletivo e convenção coletiva, sempre prevalecerá o


primeiro por ser norma especial, em detrimento da norma geral.

d) O Brasil não ratificou a convenção 87 da OIT, que trata sobre a liberdade sindical,
tendo ratificado a Convenção 98, que versa sobre condutas antissindicais.

e) Em nenhuma hipótese os empregados podem criar normas autônomas sem a


participação do sindicato, por ser essa uma prerrogativa do ente sindical de primeiro
grau. Caso o sindicato não se manifeste sobre a intenção de negociação no prazo de 8
dias, caberá à Federação e, na sua falta ou ausência, à Confederação a celebração do
acordo coletivo.

QUESTÃO 8. Analise as alternativas, à luz da jurisprudência do TST, e responda:

I – Membro do conselho fiscal de sindicato é detentor de estabilidade;

II – Delegado sindical não tem estabilidade;

III – Dirigente sindical eleito de categoria diferenciada sempre tem estabilidade;

IV – Delegado sindical eleito para conselho de representante de federação ou confederação


não tem estabilidade;

V – Dirigente eleito de sindicato sem carta sindical tem estabilidade.

a) Somente estão erradas I, III e IV.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 11


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) Estão corretas apenas I, II, III e IV.

c) Todas estão corretas

d) Nenhuma está correta.

e) Somente não estão erradas II, III, IV e V.

QUESTÃO 9. Sobre condutas antissindicais, assinale a incorreta:

a) Práticas antissindicais somente podem ser de autoria exclusiva de empregadores.

b) Yellow dog contracts ou contratos de cães amarelos, constitui-se em cláusula no


contrato de trabalho de não sindicalização.

c) Company unions (sindicatos de empresas ou sindicatos amarelos), configura-se como


conduta antissindical e é caracterizado pelo controle do sindicato pelo empregador.

d) Mise a l’index (colocar no index) é prática antissindical.

e) Closed shop (empresa fechada) e tida como conduta antissindical.

DIREITO ADMINISTRATIVO BLOCO I

QUESTÃO 10. Escolha a alternativa incorreta:

a) De acordo com entendimento firmado pelo STF, como regra, o surgimento de novas
vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados
fora das vagas previstas no edital.

b) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

c) Entende o Supremo que a autorização legislativa genérica para contratação temporária


e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias são
inconstitucionais por violarem o artigo 37, IX, da CF, o qual autoriza contratação por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público.

d) O teto remuneratório estabelecido na Constituição aplica-se a todos os ocupantes de


cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional,

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 12


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

empresas públicas e sociedades de economia mista, dos membros de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza.

e) De acordo com a Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,


exceto, quando houver compatibilidade de horários, a de dois cargos de professor; a de
um cargo de professor com outro técnico ou científico; a de dois cargos ou empregos
privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

QUESTÃO 11. No que tange o ato administrativo, não é incorreto afirmar que:

a) De acordo com a doutrina majoritária, são pressupostos de existência e validade do


ato administrativo apenas sujeito competente, motivo, objeto e finalidade.

b) Motivo e motivação do ato administrativo são expressões sinônimas.

c) Pela teoria dos motivos determinantes, o administrador vincula-se à motivação do ato


administrativo, mesmo nos casos em que se trate de ato administrativo discricionário
que independa de motivo.

d) São atributos do ato administrativo a presunção de legitimidade e veracidade, a


autoexecutoriedade e a impessoalidade.

e) Um determinado Município decidiu construir um novo estádio com complexo esportivo


na cidade para fomentar a prática esportiva de alto rendimento e educativa. Para tanto,
publicou ato contratando uma construtora de propriedade de sua família sem licitação.
Entretanto, essa decisão foi alvo de duras críticas pela oposição, pela imprensa local e
por setores da sociedade civil, sob o argumento, inclusive, de que faltavam escolas e
leitos nos hospitais municipais, além da existência de diversos bairros sem água tratada
e esgoto. Em resposta, o prefeito emitiu nota declarando que agiu no estrito exercício
do poder discricionário inerente à função de gestor público e que a política também
melhoraria a educação e a saúde da população. Posteriormente, um morador ajuizou
ação popular buscando a anulação dos atos administrativos. No hipotético relatado, é
correto afirmar que caberia ao Poder Judiciário apreciar a validade do ato administrativo,
inclusive quanto à oportunidade e conveniência da construção do estádio, tendo em
vista o estado de calamidade social do Município.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 13


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÃO 12. Analise as afirmativas abaixo:

I – Bens públicos são aqueles pertencentes a todas pessoas jurídicas integrantes da


Administração Pública direta e indireta.

II – Os bens públicos se caracterizam por serem impenhoráveis, imprescritíveis,


absolutamente inalienáveis e não passíveis de oneração.

III – A constituição prevê três modalidades de precatório: (i) precatórios comuns; (i)
precatórios alimentícios; (iii) precatórios alimentícios a idosos, portador de doença
grave ou portador de deficiência, até o triplo do valor do teto do RPV.

IV – É prescindível processo administrativo prévio para demissão ou exoneração de


servidor público titular de cargo, admitido por concurso público, mas que ainda se
encontra em estágio probatório.

V – Entre as sanções disciplinares aplicáveis ao servidor público estatutário federal


estão advertência, suspensão, multa e a demissão, entre outras.

a) Somente não estão certas III e V.

b) Estão corretas apenas I, III e V.

c) Todas estão corretas.

d) Somente não estão erradas III e V.

e) Nenhuma está correta.

DIREITO PENAL BLOCO I

QUESTÃO 13. Aponte a alternativa correta, conforme o caso concreto apresentado:

João, convidado a ser testemunha em audiência trabalhista, sabendo que não trabalhou
no mesmo período que o reclamante, falsificou sua CTPS com dados incorretos sobre
admissão, função, salário e dispensa. O documento foi exibido em Juízo, e o depoimento
relevante para a prolação da sentença que negou a equiparação salarial pleiteada, já que o
reclamante não convidou testemunhas.

I – O ato praticado se enquadra no tipo penal da falsidade ideológica.

II – João praticou o crime de falsa identidade, o qual constitui apenas uma modalidade

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 14


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

da falsidade ideológica.

III – João, como é funcionário público atualmente, terá sua pena elevada.

IV – O crime de falsidade ideológica não pode ser praticado por omissão do agente.

a) V, F, V, F.

b) V, V, F, V.

c) V, V, V, V.

d) V, F, F, F.

e) nenhuma das alternativas corresponde ao julgamento dos itens acima.

QUESTÃO 14. Sobre o crime de abuso de autoridade, constituem sanções administrativas,


exceto:

a) Exoneração;

b) Advertência;

c) Demissão a bem do serviço público;

d) Suspensão do cargo.

e) Todas acima são consideradas sanções de natureza administrativa a serem impostas


ao agente.

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO BLOCO I

QUESTÃO 15. Assinale a alternativa INCORRETA:

a) A decisão que acolher a “exceção de pré-executividade” tem a natureza de sentença e


pode ser atacada pelo credor, por Agravo de Petição, mas a decisão que a rejeita assume
natureza interlocutória, não sendo recorrível de imediato.

b) Somente a prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto
com a confissão ficta, sendo que a vedação à produção de prova posterior pela parte
confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/
dever de conduzir o processo

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 15


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

c) O juiz não está adstrito às conclusões do laudo pericial, podendo basear-se em outros
elementos de convicção presentes nos autos para formar sua convicção motivada.

d) Quando a parte receber a notificação da sentença em um sábado, o início do prazo


será na segunda-feira ou no primeiro dia útil subsequente.

e) Compete à parte autora a prova da igualdade da função, fato constitutivo do direito


à equiparação salarial, e à reclamada os fatos modificativos, impeditivos ou extintivos
do pleito equiparatório, quais sejam, diferença de produtividade e perfeição técnica,
diferença de tempo no exercício da função superior a dois anos, labor em localidades
geoeconômicas diferentes e existência de quadro de carreira.

QUESTÃO 16. Com base nas referidas assertivas, assinale a alternativa CORRETA:

I - Para que seja apresentada reconvenção é necessário que esta seja conexa com a ação
principal ou com os fundamentos da defesa.

II - A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu


mérito obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção, uma vez que a
extinção do processo principal impede o exame do acessório (reconvenção).

III – A apresentação da defesa é requisito para o conhecimento da reconvenção.

IV – A reconvenção também enseja litispendência.

a) Todas as assertivas estão corretas.

b) Somente a assertiva I está correta.

c) Somente as assertivas II e III estão incorretas.

d) Somente as assertivas I e II estão corretas.

e) Somente as assertivas II e IV estão corretas.

QUESTÃO 17. Em relação ao ônus da prova e às provas no Processo do Trabalho, assinale


a alternativa CORRETA:

a) Não existe nulidade no indeferimento de prova testemunhal por alegação de


cerceamento de defesa, se a reclamada, contando com mais de 10 empregados, não
tenha apresentado os controles de ponto do reclamante.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 16


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) A apresentação de contradita da testemunha é logo após o seu compromisso, sob


pena de preclusão.

c) Conforme o entendimento do TST, é do empregado o ônus de comprovar que satisfaz


os requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte, por se tratar de fato
constitutivo de seu direito.

d) É do empregado o ônus da prova em relação à ausência de regularidade dos depósitos


do FGTS em sua conta vinculada.

e) Compete ao empregado a prova dos requisitos para a percepção do salário-família,


inclusive quanto à eventual recusa do empregador em receber a certidão do filho menor
de catorze anos.

QUESTÃO 18. Caio Rolando do Morro ajuizou reclamação trabalhista em face de sua ex-
empregadora, a empresa Serra Alta Ltda., pretendendo o recebimento de horas extras, verbas
rescisórias decorrentes da dispensa imotivada e indenização por assédio moral. Na primeira
audiência a reclamada apresentou defesa, negando a realização de trabalho extraordinário,
alegando a existência de abandono de emprego e os fatos constitutivos do assédio moral.
Foram juntados apenas controles de ponto, com horários invariáveis, pertinentes a todo
pacto laboral, os quais foram impugnados pelo autor. Para a audiência de instrução, as
partes foram intimadas pessoalmente para depoimentos pessoais, sob pena de confissão,
mas não compareceram, estando presentes apenas os advogados. Diante da ausência das
partes, o Juiz encerrou a fase de instrução e os autos foram conclusos para sentença.

Considerando-se a situação fática retratada, analise a distribuição do ônus da prova e


assinale a afirmativa CORRETA:

a) A ausência das partes gera a confissão ficta recíproca, sendo que deverá ser observando
o ônus probatório do autor, e para os extintivos, modificativos e impeditivos, o ônus será
do réu. Portanto, todos os pedidos deverão ser julgados improcedentes.

b) Não há confissão em razão da presença dos advogados. Todavia, inexistindo outras


provas, os pedidos deverão ser julgados improcedentes.

c) Em razão da confissão, presumem-se verdadeiros os fatos alegados, diante do


princípio da proteção, deverão ser julgados procedentes todos os pedidos formulados
na petição inicial.

d) Em razão da confissão recíproca, os pedidos de horas extras e de pagamento das


verbas rescisórias decorrentes da dispensa imotivada procedem. Porém, improcede o

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 17


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

pedido de indenização por assédio moral.

e) A audiência deveria ser adiada, diante do comparecimento dos procuradores, uma vez
que inviável a colheita dos depoimentos pessoais das partes.

QUESTÃO 19. No que se refere ao agravo de petição, segundo as previsões da Consolidação


das Leis do Trabalho e entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, é
INCORRETO afirmar:

a) O recurso adesivo é inadmissível na hipótese de agravo de petição.

b) Deixando a agravante de delimitar os valores impugnados no cálculo homologado


pelo d. Juízo de 1º grau, seu recurso não deve ser conhecido.

c) A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em agravo


de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive
os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à
Constituição Federal.

d) A ausência de garantia do Juízo é obstáculo ao conhecimento do agravo de petição


aviado pelo executado.

e) Sendo as razões do agravo de petição as mesmas dos embargos à execução, sem que
tenha sido apresentada qualquer impugnação aos fundamentos da decisão recorrida,
não é possível conhecer do recurso, por inobservância do Princípio da Dialeticidade.

QUESTÃO 20. Assinale a alternativa INCORRETA:

a) Diante da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, inexiste medida processual a


ser adotada em face da decisão de que determina a reintegração de empregado em sede
de tutela de urgência, antes da sentença de mérito.

b) A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do


mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário.

c) O simples fato de a testemunha estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo


empregador, com pedidos idênticos ou semelhantes, não a torna suspeita.

d) A decisão em exceção de incompetência territorial que remete o feito a Tribunal


Regional diverso daquele a que se vincula o juízo excepcionado é recorrível, mesmo
sendo de natureza interlocutória.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 18


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não


contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes
dados constituem elementos que os individualizam.

DIREITO CONSTITUCIONAL BLOCO II

QUESTÃO 21. Sobre o controle de constitucionalidade, é correto afirmar que:

a) De acordo com a cláusula de reserva de plenário, os tribunais somente podem declarar


uma norma constitucional ou inconstitucional, incidentalmente, por decisão da maioria
absoluta do plenário ou do órgão especial.

b) Somente têm legitimidade para propor ADI ou ADC: o Presidente da República; a Mesa
do Senado; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de Assembleia Legislativa ou
Câmara Legislativa do DF; os Estados ou o DF; o PGR; o Conselho Federal da OAB;
partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical,
central sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

c) Há casos em que a legitimidade ativa para propositura da ADI ou ADC depende


da existência de pertinência temática, tal como ocorre na propositura pela Mesa da
Assembleia Legislativa.

d) Os conselhos de fiscalização profissional têm legitimidade para ADI, desde que


presente a pertinência temática.

e) Com a instituição da repercussão geral, pode-se dizer que, em consonância com


a doutrina pacífica bem como a jurisprudência consolidada do Supremo, o recurso
extraordinário passou a ser instrumento de controle objetivo de constitucionalidade.

QUESTÃO 22. Examine as afirmativas acerca dos princípios da igualdade e não


discriminação:

I – Sob a ótica da Constituição, todos são iguais perante a lei, sendo vedada a discriminação
de qualquer natureza, inclusive a discriminação positiva.

II – De acordo com a jurisprudência do STF, são constitucionais as leis que estabelecem


reservas de vagas em concursos públicos e universidades públicas com base em
critério étnico-racial em benefício de grupos sociais historicamente excluídos, pois se
consubstanciam em ações afirmativas visando à concretização do princípio da igualdade
material.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 19


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

III – Em consonância com o entendimento jurisprudencial da corte constitucional


brasileira, as provas de aptidão física em concursos públicos, bem como a limitação de
idade sempre afrontam o princípio constitucional da igualdade.

IV – A ideia de tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de


suas desigualdades revela o princípio da isonomia substancial.

V – Qualquer norma que prescreva tratamento diferenciado em favor de determinado


grupo social desfavorecido historicamente somente é compatível com os princípios da
igualdade e da não discriminação se, na hipótese, houver relação lógica entre o critério
de diferenciação eleito pela norma e as finalidades a que seve a diferenciação. Além
disso, a finalidade do tratamento discriminador deve ser legítima à luz do ordenamento
jurídico.

Responda:

a) Somente estão erradas I e III.

b) Estão corretas apenas I, II, III e IV.

c) Todas estão corretas

d) Nenhuma está correta.

e) Somente não estão erradas II, III, IV e V.

QUESTÃO 23. Examine as assertivas acerca do poder constituinte:

I – De acordo com a doutrina majoritária e o STF, o poder constituinte originário


(também chamado de genuíno ou de primeiro grau) inaugura uma nova ordem jurídica,
caracterizando-se por ser ilimitado e incondicionado, não se submetendo a qualquer
restrição em relação à ordem jurídica anterior ou externa. Em outras palavras, o poder
constituinte é um poder de caráter político e pré-jurídico, inserindo-se, assim, na esfera
do “ser” e não do “dever ser”.

II – O poder constituinte originário é inaugural e ilimitado, ao passo que o poder


constituinte derivado é um poder constituído e limitado.

III – O poder constituinte derivado decorrente se manifesta por meio da mutação


constitucional.

IV – O chamado poder constituinte difuso consiste na alteração informal do conteúdo

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 20


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

normativo da constituição decorrente da mudança interpretativa das normas


constitucionais.

V – Considerando que o poder constituinte originário rompe com a ordem jurídica pretérita,
instituindo um novo Estado constitucional, é correto dizer que todo o ordenamento
jurídico vigente antes da nova constituição necessariamente perde a validade.

a) Somente estão erradas I, III e V.

b) Estão corretas apenas I, II, IV e V.

c) Todas estão corretas

d) Nenhuma está correta.

e) Somente não estão erradas I, II e IV.

DIREITO CONSTITUCIONAL DO TRABALHO BLOCO II

QUESTÃO 24. Ao aprovar a Súmula Vinculante n. 4, estabelecendo que: “Salvo nos casos
previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de
cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial”, especificamente em relação ao adicional de insalubridade, o Supremo Tribunal
Federal aplicou a seguinte técnica de decisão em controle de constitucionalidade:

a) Declaração de constitucionalidade com apelo ao legislador.

b) Declaração de inconstitucionalidade com redução de texto.

c) Declaração de constitucionalidade mediante interpretação conforme.

d) Declaração de nulidade parcial sem redução de texto.

e) Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade.

DIREITO CIVIL BLOCO II

QUESTÃO 25. Tício possui um único imóvel no qual reside com seus filhos, gozando da
impenhorabilidade conferida ao bem de família. Não se trata, porém, de bem de família
convencional, ou seja, não houve qualquer registro. A impenhorabilidade que protege Tício
decorre diretamente da lei. Se a lei que garante a impenhorabilidade do imóvel for revogada,
e Tício tiver o bem penhorado após a entrada em vigor do texto da Lei nova:

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 21


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

a) Poderá invocar a proteção conferida ao ato jurídico perfeito, pois a aquisição do imóvel
ocorreu em momento anterior ao advento da lei nova, não podendo haver prejuízo.

b) Poderá invocar a proteção do direito adquirido, pois incorporou a seu patrimônio o


regime jurídico anterior à lei revogadora, de forma que fica o bem protegido.

c) Não poderá invocar a proteção do direito adquirido, pois inexiste direito adquirido a
regime jurídico e assim já o decidiu o STF.

d) Poderá invocar a proteção conferida ao direito adquirido, o qual abrange os fatos


passados, pendentes e futuros.

e) Poderá invocar a proteção conferida ao direito adquirido apenas se o processo em


que se der a penhora houver se iniciado antes do advento da lei revogadora.

QUESTÃO 26. Caio abalroou o veículo de Mévio, que sofreu danos materiais. Visando à
reparação do dano, Mévio acionou direta e exclusivamente a seguradora de Caio, já que em
diversas tratativas o condutor do outro veículo alegou que não tinha dinheiro por causa da
crise no país. De acordo com o Código Civil e com jurisprudência consolidada do Superior
Tribunal de Justiça:

a) Não pode Mévio acionar direta e exclusivamente a seguradora.

b) O Juiz deverá, de ofício, incluir no polo passivo da ação a pessoa de Caio, o qual
responderá, solidariamente com a seguradora, pelos danos que houver causado
culposamente a Mévio. 

c) A obrigação da seguradora é aferida independentemente da responsabilidade civil do


segurado. 

d) A seguradora responderá de maneira objetiva, no âmbito de referida ação, se ficar


comprovado que Caio agiu com culpa. 

e) A seguradora responderá de maneira objetiva, no âmbito de referida ação,


independentemente de prova de que Caio agiu com culpa. 

QUESTÃO 27. Anitta, Madonna, Rihanna e Beyoncé são condôminas de um apartamento.


Anitta vende sua parte a Madonna, sem consultar as outras comproprietárias. Assinale a
opção correta: 

a) Titular da maior fração ideal sobre o bem, Rihanna pode obter a resolução da venda

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 22


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e adjudicar para si a parte vendida, depositando o preço pago por Madonna dentro do
prazo decadencial indicado em lei. 

b) Beyoncé, titular de benfeitorias mais valiosas incorporadas ao bem, pode obter a


resolução do negócio e adjudicar a parte vendida, depositando judicialmente o preço
pago dentro do prazo decadencial indicado em lei. 

c) Rihanna, titular da maior fração ideal sobre o bem, pode obter a resolução da venda
e adjudicar para si a parte alienada, depositando o preço pago por Madonna no prazo
prescricional indicado em lei.

d) Beyoncé, titular de benfeitorias mais valiosas incorporadas ao bem, pode obter a


resolução do negócio e adjudicar a parte vendida, depositando judicialmente o preço
pago no prazo prescricional indicado em lei. 

e) Nem Beyoncé e nem Rihanna têm direito de preferência sobre a parte alienada. 

DIREITO DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE E DO JOVEM BLOCO II

QUESTÃO 28. Não faz parte do rol de atribuições do Conselho Tutelar:

a) Atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art.


129, I a VII;

b) Representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado


de suas deliberações.

c) Assessorar o Poder Legislativo local na elaboração da proposta orçamentária para


planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

d) Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos


no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

e) Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão


do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do
adolescente junto à família natural. 

QUESTÃO 29. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, exceto:

a) Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria;

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 23


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

c)Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente


na rede regular de ensino;

d) Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;

e) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo
a capacidade de cada um;

DIREITO PROCESSUAL CIVIL BLOCO III

QUESTÃO 30. De acordo com as novas regras do Código de Processo Civil – Lei nº. 13.105,
de 16 de março de 2015 – os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão, porém especifica algumas
exceções a essa regra. Dentre as alternativas abaixo, aponte a que NÃO corresponde a uma
dessas exceções.

a) O julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas


repetitivas.

b) Os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal.

c) As preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça.

d) As sentenças que dependam de prova a ser produzida em outra Comarca.

e) A causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.

QUESTÃO 31. Sobre o agravo de instrumento:

a) Não caberá agravo de instrumento contra sentença parcial de mérito.

b) Caberá agravo de instrumento da decisão sobre a competência absoluta ou relativa.

c) As decisões interlocutórias não impugnáveis por agravo de instrumento tornam-se


irrecorríveis, não podendo ser impugnadas em nenhum outro momento processual uma
vez que preclusas, ante a marcha progressiva do processo.

d) Caberá agravo de instrumento da decisão que indefere a produção de prova pericial,


haja vista o dever legal de sua produção.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 24


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) Caberá agravo de instrumento da decisão que redistribui o ônus da prova.

QUESTÃO 32. Sobre a Lei n° 11.419 de 2006, que dispõe sobre a informatização do processo
judicial, é possível afirmar:

a) A Lei do Processo Eletrônico dispõe que os advogados e defensores públicos devem


providenciar a distribuição de petições em geral, em formato digital, quando se tratar
de autos eletrônicos, não havendo que se exigir do Poder Judiciário o fornecimento de
equipamentos de digitalização e de acesso à rede mundial de computadores, dado o
princípio da economicidade.

b) Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a outro juízo ou a


instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser suspensos
até que o juízo/instância providencie a informatização de seu sistema, haja vista a
incompatibilidade.

c) Se considera realizada a intimação no dia em que o intimado efetivar a consulta


eletrônica ao teor da intimação, mas se a consulta se der em um domingo, por exemplo, a
intimação será considerada como realizada em tal data, haja vista a não obrigatoriedade
de acesso na hipótese.

d) O prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução
do problema, quando o ato processual tiver que ser praticado em determinado prazo, por
meio de petição eletrônica, se o Sistema do Poder Judiciário se tornar indisponível por
motivo técnico.

e) Os originais dos documentos digitalizados, e juntados aos autos pelas partes, deverão
ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença, após o que
poderão ser seguramente descartados, pois não terão mais qualquer finalidade.

DIREITO INTERNACIONAL E COMUNITÁRIO BLOCO III

QUESTÃO 33. É possível afirmar que:

a) São abrangidos pela imunidade de jurisdição os atos de império e de gestão praticados


por Estado Estrangeiro.

b) Os atos decorrentes de atividades privadas se sujeitam à legislação e à jurisdição


brasileira, desde que praticados por Organização Internacional. No entanto, não estarão
sujeitos os atos, com aquelas características, que sejam praticados por Estados
Estrangeiros.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 25


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

c) A imunidade de jurisdição, inclusive quanto aos Estados Estrangeiros, tem sido


relativizada pela doutrina e pela jurisprudência, pois leva-se em conta a natureza do ato
praticado. Se o ato é de gestão, há imunidade. Se o ato praticado decorre do poder de
império, não há imunidade.

d) A imunidade de jurisdição quanto aos Estados Estrangeiros é mitigada caso o ato


praticado se refira a interesses particulares, pelo que está sujeito à legislação e à
jurisdição trabalhista brasileira.

e) A renúncia à imunidade de jurisdição poderá ocorrer por parte do Estado Estrangeiro.


Uma vez renunciada a imunidade, abrange também a imunidade quanto à execução.

QUESTÃO 34. É certo afirmar que:

a) O Estado-membro, em relação à convenção internacional firmada perante a OIT, terá


o prazo de 18 meses, a contar do encerramento da sessão, para submeter a matéria ao
crivo legislativo local.

b) As convenções da OIT são classificadas em “autoaplicáveis”, “de princípios” e


“promocionais”. As convenções são multilaterais e envolvem uma gama de países que
cooperam para uma forma de uniformização do Direito do Trabalho.

c) As convenções autoaplicáveis geram consequências, mas necessitam de norma


posterior para que produzam efeitos concretos sobre as relações de trabalho.

d) As convenções promocionais são idênticas às recomendações.

e) As convenções “de princípio” possuem natureza cogente e, logo, não necessitam de


norma interna para que possuam validade.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO BLOCO III

QUESTÃO 35. Escolha a alternativa que, de acordo com a legislação e jurisprudência


majoritária dos Tribunais, não está incorreta:

a) Os segurados obrigatórios do regime geral da Previdência Social são: empregado,


avulso, empregado doméstico, contribuinte individual e segurado especial. O aprendiz,
o estagiário, o estudante, o síndico não remunerado e o MEI são segurados facultativos.

b) O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do


Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações,

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 26


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

são excluídos do Regime Geral de Previdência Social, desde que amparados por regime
próprio de previdência social. Já o servidor público ocupante de cargo em comissão
e o contratado por tempo determinado do artigo 37, IX, da CF somente são segurados
obrigatórios do RGPS quando o regime jurídico de contratação for celetista.

c) Com o advento da EC 72/2013 e a LC 150/2015, o empregado doméstico passou,


somente então, a ser enquadrado como segurado obrigatório, passando a ter direito
também a auxílio-doença acidentário, aposentadoria por invalidez acidentária e auxílio-
acidente, desde que preenchidos os requisitos legais.

d) São dependentes de primeiro grau: cônjuge, companheiro(a), filho não emancipado,


de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave, além de enteado nas mesmas condições que os
filhos. A dependência econômica desse rol de dependentes é presumida, diferentemente
do que ocorre com os dependentes de segundo e terceiro graus; ademais, todos os
dependentes de primeiro grau concorrem em igualdade de condições, tendo o benefício
dividido em partes iguais entre eles.

e) Empresa que contrata serviço de prestador de serviços autônomos deve recolher


contribuição previdenciária da empresa à base de 20%, sendo que, nesse caso, a
contribuição do trabalhador autônomo, com alíquota de 20%, é por ele diretamente
recolhida e não pela empresa tomadora.

QUESTÃO 36. Assinale a única assertiva correta:

a) As alíquotas das contribuições previdenciárias básicas e do SAT ou GILRAT devidas


pelas empresas empregadoras são as mesmas das referidas contribuições pagas pelos
empregadores domésticos.

b) O auxílio-acidente tem natureza indenizatória e é devido quando o segurado empregado,


doméstico, avulso ou especial sofre acidente de qualquer natureza que resulte sequelas
que, consolidadas, acarretam redução (parcial) da capacidade para o trabalho; o auxílio-
acidente pode ser acidentário ou previdenciário e não exige carência mínima em ambas
as modalidades; o valor mensal é igual a 50% do salário de benefício.

c) O auxílio-doença tem natureza indenizatória e é devido somente quando o segurado


empregado, avulso ou especial se acomete de doença, seja ela ocupacional ou não,
importando na perda total e temporária da capacidade do segurado por mais de quinze
dias.

d) O nexo técnico epidemiológico gera presunção “juris et de jure”.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 27


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) O legislador equiparou doenças ocupacionais ao acidente do trabalho para fins


previdenciários, exceto no que tange o auxílio-acidente acidentário, o qual somente é
devido nos casos de acidentes do trabalho típico.

DIREITO EMPRESARIAL BLOCO III

QUESTÃO 37. Julgue as seguintes assertivas:

I – Estabelecimento comercial é onde o empresário exerce seu comércio.

II – Estabelecimento é o conjunto de bens utilizados pelo empresário para o exercício da


atividade empresarial.

III – O estabelecimento comercial constitui tão somente os bens corpóreos.

IV – O estabelecimento engloba bens corpóreos e incorpóreos, haja vista que estes


últimos são de propriedade da pessoa física, e não da empresa em si.

a) Estão corretos os itens I, II e III.

b) Estão corretos os itens III e IV.

c) Estão corretos os itens II e IV.

d) Está correto o item II.

e) O item III é correto.

QUESTÃO 38. Aponte a alternativa correta:

a) A sociedade estrangeira se submete aos mesmos requisitos que a sociedade brasileira.

b) A sociedade estrangeira depende de autorização do Poder Executivo para


funcionamento em território brasileiro. Porém, eventuais modificações independem
desta mesma autorização.

c) A sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais


brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no Brasil e fora dele.

d) A sede da sociedade estrangeira poderá ser transferida para o Brasil, mas depende de
autorização do Poder Executivo para tanto.

e) A autorização ocorrerá mediante medida provisória ou decreto, sendo que o Poder

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 28


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Executivo sempre colocará condições convenientes à defesa dos interesses nacionais.

DIREITOS HUMANOS E DIREITOS HUMANOS SOCIAIS BLOCO III

QUESTÃO 39. Segundo a Convenção 182 da OIT, em seu Artigo 6º:

1. Todo membro deverá elaborar e implementar programas de ação para eliminar, como
medida prioritária, as piores formas de trabalho infantil.

2. Esses programas de ação deverão ser elaborados e implementados em consulta com


as instituições governamentais competentes e as organizações de empregadores e de
trabalhadores, levando em consideração as opiniões de outros grupos interessados, caso
apropriado.

Pergunta-se: Sob a ótica da Recomendação 190 da OIT, tais programas devem dispensar
especial atenção, exceto:

a) Às crianças menores de 12 anos;

b) Às meninas;

c) Ao problema do trabalho oculto, nos quais as meninas estão particularmente expostas


a riscos;

d) A outros grupos de crianças com vulnerabilidades ou necessidades especiais;

e) Identificar comunidades em que haja crianças particularmente expostas a riscos,


entrar em contato direto com essas comunidades e trabalhar com elas;

QUESTÃO 40. Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer
que seja a modalidade de depósito.

Ao editar referida Súmula, em qual diploma o STF fundamentou a questão:

a) Princípios de Bangalore sobre a conduta judicial.

b) Convenção Interamericana de Direitos Humanos. Pacto de São José da Costa Rica.

c) Declaração Universal dos Direitos Humanos

d) Convenção de Viena de 1961

e) Tratado de Constituição do MERCOSUL.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 29


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS

QUESTÃO 1 ALTERNATIVA D QUESTÃO 21 ALTERNATIVA C

QUESTÃO 2 ALTERNATIVA D QUESTÃO 22 ALTERNATIVA A

QUESTÃO 3 ALTERNATIVA B QUESTÃO 23 ALTERNATIVA E

QUESTÃO 4 ALTERNATIVA B QUESTÃO 24 ALTERNATIVA E

QUESTÃO 5 ALTERNATIVA B QUESTÃO 25 ALTERNATIVA C

QUESTÃO 6 ALTERNATIVA C QUESTÃO 26 ALTERNATIVA A

QUESTÃO 7 ALTERNATIVA D QUESTÃO 27 ALTERNATIVA E

QUESTÃO 8 ALTERNATIVA A QUESTÃO 28 ALTERNATIVA C

QUESTÃO 9 ALTERNATIVA A QUESTÃO 29 ALTERNATIVA D

QUESTÃO 10 ALTERNATIVA D QUESTÃO 30 ALTERNATIVA D

QUESTÃO 11 ALTERNATIVA C QUESTÃO 31 ALTERNATIVA E

QUESTÃO 12 ALTERNATIVA D QUESTÃO 32 ALTERNATIVA D

QUESTÃO 13 ALTERNATIVA D QUESTÃO 33 ALTERNATIVA D

QUESTÃO 14 ALTERNATIVA A QUESTÃO 34 ALTERNATIVA B

QUESTÃO 15 ALTERNATIVA D QUESTÃO 35 ALTERNATIVA D

QUESTÃO 16 ALTERNATIVA C QUESTÃO 36 ALTERNATIVA B

QUESTÃO 17 ALTERNATIVA E QUESTÃO 37 ALTERNATIVA D

QUESTÃO 18 ALTERNATIVA D QUESTÃO 38 ALTERNATIVA D

QUESTÃO 19 ALTERNATIVA A QUESTÃO 39 ALTERNATIVA A

QUESTÃO 20 ALTERNATIVA A QUESTÃO 40 ALTERNATIVA B

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 30


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO

PROFESSOR: MURILLO FRANCO CAMARGO


E-mail: facocursocei@gmail.com

DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO BLOCO I

QUESTÃO 1. Sobre as férias, julgue os itens a seguir:

I) A prescrição sobre o direito às férias têm seu curso iniciado quando houver o
encerramento do período aquisitivo, exceto se extinto o contrato de trabalho.

II) Sobre as férias indenizadas haverá depósito relativo ao FGTS;

III) O empregado que receber benefício previdenciário por acidente ou doença por mais
de seis meses não fara jus ao período de férias. No entanto, o gozo do descanso anual
será devido caso o período seja descontínuo;

IV) O empregado terá direito a 30 dias de férias, desde que não falte mais de 5 vezes
durante o período aquisitivo;

V) O período de gozo das férias deverá ser avisado com antecedência mínima de 15 dias
ao empregado.

a) Estão corretos os itens IV e V.

b) Todas as alternativas estão incorretas.

c) São incorretos os itens I, II e V.

d) Apenas uma assertiva está correta.

e) O item III é correto.

COMENTÁRIO

I – INCORRETO: De acordo com o art. 149 da CLT, o início do prazo prescricional ocorrerá com o
fim do período concessivo das férias ou, na hipótese de rescisão contratual, da data que delimitar
a extinção do vínculo.

Art. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 31


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

respectiva remuneração é contada do término do prazo mencionado no art. 134 ou, se


for o caso, da cessação do contrato de trabalho.

II – INCORRETO: Os depósitos de FGTS incidem sobre as parcelas de natureza salarial, conforme


o art. 15 da Lei 8.036/90. Segundo o entendimento exposto na OJ 195 da SDI-1 do C. TST, as férias
indenizadas ao empregado não estão sujeitas ao recolhimento:

Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a
depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior,
a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e
458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de
1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.

OJ - 195. FÉRIAS INDENIZADAS. FGTS. NÃO INCIDÊNCIA (inserido dispositivo) - DJ


20.04.2005 - Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas.

III – INCORRETO: De fato, o empregado que receber benefício previdenciário (auxílio-doença ou


acidente) por mais de seis meses não terá direito às férias. No entanto, diferentemente do que diz
a alternativa, o art. 133, inciso IV, da CLT assevera que o período que impede a aquisição do direito
poderá ser descontínuo:

Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes
à sua saída; II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais
de 30 (trinta) dias; III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30
(trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e IV -
tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-
doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. (…)

IV – CORRETO: O art. 130, inciso I, da CLT determina que, caso o empregado não tenha mais de
cinco faltas, fará jus a 30 dias de férias.

Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho,
o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 30 (trinta) dias corridos,
quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes. (…).

V – INCORRETO: O período de gozo das férias deverá ser avisado ao obreiro com antecedência
mínima de 30 dias. É o que se extrai do art. 135 da CLT:

Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com
antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 32


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÃO 2. Julgue as seguintes afirmativas:

I) A irredutibilidade do salário não é mais uma característica atribuída pela doutrina à


contraprestação paga pelo empregador, eis que art. 7º, inciso VI, da CF/1988 permite sua
diminuição caso haja previsão em norma coletiva.

II) O caráter forfetário do salário decorre da impossibilidade do empregador transferir os


riscos do estabelecimento ao empregado. A obrigação de pagar o trabalhador é absoluta,
ainda que a atividade econômica não gere lucro ou resultados.

III) Segundo o entendimento consolidado em orientação jurisprudencial do C. TST, não


se admite a penhora sobre o salário.

IV) A alimentação fornecida como salário in natura terá cunho indenizatório caso a
empresa se submeta ao PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador.

V) O vale-cultura fornecido pelo empregador possui natureza salarial.

a) Há três itens incorretos.

b) Os itens I, II, III e IV são corretos.

c) Os itens II, III, IV e V são corretos.

d) Os itens II, III e IV são corretos.

e) Nenhuma das alternativas anteriores corresponde ao julgamento dos itens acima.

COMENTÁRIO

I – INCORRETA: O salário é elemento essencial referente à onerosidade do contrato de emprego.


Ao empregado compete à prestação de serviços mediante contraprestação, esta que possui o
cunho remuneratório e constitui a obrigação principal imposta ao empregador.

Ainda que possível sua redução mediante negociação coletiva (art. 6º, inciso IV, da CF), esta
situação é excepcional é aceita nos casos em que seja essencial para a manutenção do emprego.

Segundo o Ministro Maurício Godinho Delgado, são características centrais do salário:

“caráter alimentar, caráter forfetário, indisponibilidade, irredutibilidade, periodicidade,


persistência, natureza composta; tendência à determinação heterônoma; pós-
remuneração. (…) A característica da irredutibilidade está associada à indisponibilidade.
O salário não pode ser objeto de supressão, como também não pode, em princípio, ser

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 33


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

reduzido por ato unilateral ou bilateral na dinâmica empregatícia. (DELGADO, Maurício


Godinho. CURSO DE DIREITO DO TRABALHO. 16ª Edição. 2017.Editora LTR. Página
828/829).

II – CORRETO: O caráter forfetário do salário é característica encontrada pacificamente na doutrina


trabalhista. Segundo o mesmo autor:

“(...) traduz a circunstância de o salário qualificar-se como obrigação absoluta do


empregador, independentemente da sorte de seu empreendimento. O neologismo criado
pela doutrina (oriundo da expressão francesa à forfait) acentua, pois, a característica
salarial derivada da alteridade, que distingue o empregador no contexto da relação de
emprego (isto é, o fato de assumir, necessariamente, os riscos do empreendimento e do
próprio trabalho prestado – art. 2º, caput, CLT). - Obra citada, página 829.

III – CORRETO: Muito se discute acerca da possibilidade de penhora sobre os salários, haja vista
que a dívida trabalhista também é de natureza alimentar, assim como a parcela recebida pelo
devedor em razão de seu trabalho.

O art. 833, inciso IV, do NCPC impede a penhora do salário. Nesse sentido é a OJ 153 da SDI-II
do TST:

153. MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE PENHORA SOBRE


VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. Art. 649, IV, do CPC. ILEGALIDADE.
(DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) - Ofende direito líquido e certo decisão que
determina o bloqueio de numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito
trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos
ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança, visto que o art. 649, IV,
do CPC contém norma imperativa que não admite interpretação ampliativa, sendo a
exceção prevista no art. 649, § 2º, do CPC espécie e não gênero de crédito de natureza
alimentícia, não englobando o crédito trabalhista.

IV – CORRETO: O Programa de Alimentação do Trabalhador foi instituído pela Lei 6.321/76, ao


passo que seu art. 3º prevê a natureza indenizatória da parcela quitada nos casos em que a
empresa se submeter à sua disciplina.

Art 3º Não se inclui como salário de contribuição a parcela paga in natura, pela empresa,
nos programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho.

Nesse sentido é o entendimento exposto na OJ 133 da SDI-I do C. TST:

133. AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO


(inserida em 27.11.1998) - A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do
programa de alimentação ao trabalhador, instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter
salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito legal.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 34


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

V – INCORRETA: Art. 458, inciso VIII, da CLT foi acrescentado em 2012 e previu a possibilidade do
empregador conceder ao obreiro o “vale-cultura”. No entanto, a própria norma estipula que a verba
não possui natureza salarial.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

QUESTÃO 3. Sobre a discriminação no ambiente de trabalho, aponte a alternativa correta:

a) Dentre as medidas adotadas pela Lei 9.029/95 estão a reintegração do obreiro


discriminado com o ressarcimento do período integral de afastamento. Porém, pagos
os salários e demais haveres trabalhistas, está vedada a indenização por danos morais.

b) O TST entende que há presunção no sentido de que a dispensa é discriminatória


quando o empregado possuir doença grave ou enfermidade que cause estigma. Dessa
forma, caberá à empresa provar que a rescisão contratual ocorreu de forma legítima,
sem se basear na saúde do trabalhador.

c) A caracterização do rompimento do contrato por motivo discriminatório gera ao


trabalhador o direito de pleitear indenização por danos morais, mesmo que seja
reintegrado com o pagamento dos salários pelo período de afastamento. Contudo, o
montante indenizatório não poderá ser superior ao dobro do valor pago pelo referente
período.

d) Consiste faculdade do empregador optar pela reintegração do trabalhador ou o


pagamento, em dobro, da remuneração entre o período de afastamento e o reconhecimento
do direito.

e) Conforme o entendimento jurisprudencial atual, o art. 384 da CLT não foi recepcionado
pela Constituição Federal de 1988, pois constitui critério discriminatório entre homens
e mulheres.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: A discriminação é a diferenciação sem que haja motivos justos para tanto e
fere de morte o princípio da isonomia. A CF/1988 tem especial preocupação com a matéria e
trouxe diversos dispositivos que tem como finalidade impedir que ocorram condutas com essas
características.

Segundo o Ministro Maurício Godinho Delgado:

“Discriminação é a conduta pela qual se nega à pessoa, em face de critério injustamente


desqualificante, tratamento compatível com o padrão jurídico assentado para a situação

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 35


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

concreta por ela vivenciada. A causa da discriminação reside, muitas vezes, no cru
preconceito, isto é, um juízo sedimentado desqualificador de uma pessoa em virtude
de uma sua característica, determinada externamente, e identificadora de um grupo
ou segmento mais amplo de indivíduos (cor, etnia, sexo ou gênero, nacionalidade,
deficiência, riqueza, opção sexual, etc.). (…) O princípio da não discriminação seria, em
consequência, a diretriz geral vedatória de tratamento diferenciado à pessoa em virtude
de fator injustamente desqualificante (...)”. (DELGADO, Maurício Godinho. CURSO DE
DIREITO DO TRABALHO. 16ª Edição. 2017.Editora LTR. Página 902/903).

No plano da legislação ordinária, a Lei 9.029/95 criminalizou as práticas discriminatórias. Em seu


art. 4º, prevê que:

Art. 4º - O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos moldes desta
Lei, além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre: I - a
reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante
pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de
juros legais; II - a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento,
corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais.

Logo, a alternativa “a” está incorreta porque excluiu a indenização por danos morais como direito a
ser requerido pelo empregado.

b) CORRETA: A alternativa corresponde ao entendimento exposto na Súmula 443 do C. TST:

Súmula 443 do C. TST- DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO


PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À
REINTEGRAÇÃO - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 - Presume-
se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença
grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à
reintegração no emprego.

c) INCORRETA: A Lei 9.029/95 não traz tarifação quanto à indenização por danos morais. Esta é de
cunho subjetivo, embora o candidato deva se atentar para a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017)
que entrará em vigor em novembro e prevê limites no arbitramento da indenização.

O que está previsto no art. 4º do mencionado Diploma é a dobra quanto ao ressarcimento pelo
período de afastamento, nos casos em que o trabalhador não optar pela reintegração.

d) INCORRETA: Conforme visto acima, a faculdade é do trabalhador, e não do empregador. Cabe


ao obreiro lesado optar por voltar ao trabalho ou ser ressarcido material e moralmente.

e) INCORRETA: O art. 384 da CLT prevê o intervalo de 15 minutos para as mulheres que se
sujeitem ao trabalho em regime de sobrejornada.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 36


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Art. 384 - Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de


15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho.

A jurisprudência entende que o dispositivo foi recepcionado pela Constituição Federal e deve ser
aplicado em relação aos contratos de trabalho das mulheres. Este é outro ponto que o candidato
deva se atentar, haja vista que este dispositivo não foi mantido pela Lei 13.467/17.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) negou provimento ao Recurso Extraordinário (RE)
658312, com repercussão geral reconhecida, e firmou a tese de que o artigo 384 da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) foi recepcionado pela Constituição da República de 1988. Em que
pese a possível nulidade da decisão em razão de vícios de natureza formal, conforme noticiado no
próprio sítio do Pretório Excelso, o entendimento sobre o mérito deixa clara a aplicação do art. 384
da CLT quanto ao trabalho das mulheres:

Não foi por outro motivo que a Constituição Federal de 1988, sobre o tema, explicitou,
em três mandamentos, a necessária garantia da igualdade, sob seus diversos aspectos.
Assim: i) fixou a cláusula geral de igualdade, prescrevendo, em seu art. 5º, caput, que
“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)”; ii) estabeleceu
uma cláusula específica de igualdade de gênero, declarando que “homens e mulheres
são iguais em direitos e obrigações” (art. 5º, inciso I, CF); e iii) ao mesmo tempo, deixou
excepcionada a possibilidade de tratamento diferenciado, por opção do constituinte, na
parte final desse dispositivo, salientando que isso se dará “nos termos [da] Constituição”.
As situações expressas de tratamento desigual, sobre as quais poderia ocorrer alguma
dúvida, foram dispostas formalmente na própria Constituição, como podemos verificar,
por exemplo, nos arts. 7º, inciso XX, e 40, § 1º, inciso III, letras a e b. Pela leitura esses
dispositivos podemos concluir que a Constituição Federal veio a se utilizar de alguns
critérios para esse tratamento diferenciado: i) em primeiro lugar, levou em consideração
a histórica exclusão da mulher do mercado regular de trabalho e impôs ao Estado a
obrigação de implantar políticas públicas, administrativas ou meramente legislativas de
natureza protetora no âmbito do direito do trabalho (PITANGUY, Jacqueline & BARSTED,
Leila L. (orgs.). O Progresso das Mulheres no Brasil. Brasília: UNIFEM, Fundação Ford
e CEPIA, 2006); ii) considerou existir um componente orgânico, biológico, a justificar o
tratamento diferenciado, inclusive pela menor resistência física da mulher; e iii) considerou
haver, também, um componente social, pelo fato de ser comum o acúmulo de atividades
pela mulher no lar e no ambiente de trabalho – o que, de fato, é uma realidade e, portanto,
deve ser levado em consideração na interpretação da norma, como propõe a metódica
concretista de Friedrich Müller (cf. Métodos de trabalho do Direito Constitucional. Trad.
Peter Naumann: Rio de Janeiro, Renovar, 2005 e O novo paradigma do direito: introdução
à teoria e à metódica estruturantes do direito. Trad. Dimitri Dimoulis et. al.. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2008). Não vislumbro ser a espécie um enunciado normativo que

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 37


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

retrate mecanismo de compensação histórica por discriminações socioculturais fundado


na doutrina do “impacto desproporcional”, tal qual desenvolvida pelo sistema jurídico
norteamericano. O art. 384 da CLT levou em consideração os outros dois critérios acima
elencados. Esses parâmetros constitucionais são legitimadores de um tratamento
diferenciado, desde que a norma instituidora amplie direitos fundamentais das mulheres
e atenda ao princípio da proporcionalidade na compensação das diferenças. Essa é a
tese em jogo e, ao se analisar o teor da regra atacada, podemos inferir que a norma trata
de aspectos de evidente desigualdade de forma proporcional, garantindo o período de
descanso de, no mínimo, quinze (15) minutos antes do início do período extraordinário
de trabalho, à mulher trabalhadora.

Nesse mesmo sentido é a jurisprudência do C. TST:

“ART. 384 DA CLT. CONSTITUCIONALIDADE. HORAS EXTRAS. Nos termos da decisão


proferida por esta Corte, em sua composição plena, no julgamento do processo IIN-
RR-1540/2005-046-12-00, o art. 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal.
Compreensão que foi acolhida pelo Excelso STF no Recurso Extraordinário 658312/
SC, julgado sob o regime da repercussão geral. A inobservância do intervalo previsto
nesse dispositivo implica o pagamento das horas extras correspondentes ao período,
por se tratar de medida de higiene, saúde e segurança das trabalhadoras. Recurso de
revista não conhecido. Processo: ARR - 1326-59.2012.5.09.0014 Data de Julgamento:
08/06/2016, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, Data
de Publicação: DEJT 17/06/2016”.

GABARITO: ALTERNATIVA (B)

QUESTÃO 4. Sobre o tempo de percurso, avalie as alternativas a seguir:

I – O tempo de trajeto gasto pelo trabalhador até o serviço e para sua volta será computado
na jornada de trabalho caso a empresa se localize em local de difícil acesso ou não
servido por transporte público, desde que a empresa forneça a condução e não cobre
por isso;

II – Caso haja transporte público até o local de trabalho, este não se considera de difícil
acesso, o que, por si só, impede o pagamento das horas in itinere;

III – O transporte público intermunicipal, ainda que em horários compatíveis, não é


suficiente a elidir o pagamento das horas de trajeto, segundo a jurisprudência majoritária
do C. TST;

IV – Se o trabalhador, computadas as horas de trajeto, não extrapolar o lapso previsto

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 38


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

no art. 7º, inciso XII, da CF (8 horas diárias e 44 horas semanais), não terá direito a horas
extras, mas o percurso deverá ser pago como hora trabalhada;

V – Se a empresa cobrar pela condução, ainda que valores irrisórios, descaracteriza-se


a situação das “horas in itineres”.

a) I, III, IV e V estão corretas.

b) III e IV estão corretas.

c) Apenas I e V são incorretas.

d) Apenas III é correta.

e) Apenas IV é correta.

COMENTÁRIO

I – INCORRETA: A CLT traz duas situações que ensejam o pagamento de horas de trajeto: trabalho
em local de difícil acesso ou não servido por transporte público. Para tanto, a condução deve ser
fornecida pelo empregador.

O horário de percurso é tratado pelo art. 58, § 2º da CLT. Vejamos:

Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade


privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente
outro limite. (…) § 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e
para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada
de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por
transporte público, o empregador fornecer a condução.

O fato de cobrar pelo transporte não impede o reconhecimento das horas in itinere. A matéria
suscitou bastante dúvida, mas o TST firmou entendimento nas súmulas 90 e 320 sobre o tema e
pacificou algumas questões:

Súmula nº 90 do TST - HORAS “IN ITINERE”. TEMPO DE SERVIÇO - I - O tempo


despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de
trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu
retorno é computável na jornada de trabalho. II - A incompatibilidade entre os horários
de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é
circunstância que também gera o direito às horas “in itinere”. III - A mera insuficiência de
transporte público não enseja o pagamento de horas “in itinere”. IV - Se houver transporte
público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas “in

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 39


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

itinere” remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. V -


Considerando que as horas “in itinere” são computáveis na jornada de trabalho, o tempo
que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir
o adicional respectivo.

Súmula nº 320 do TST - HORAS “IN ITINERE”. OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO


NA JORNADA DE TRABALHO (mantida) - O fato de o empregador cobrar, parcialmente
ou não, importância pelo transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido
por transporte regular, não afasta o direito à percepção das horas “in itinere”.

II – INCORRETA: Conforme prevê o entendimento exposto na súmula 90, não basta que haja
transporte público regular, pois este deverá ser compatível com os horários de entrada e saída do
reclamante para evitar o pagamento do período de trajeto.

III – CORRETA: Conforme entende o C. TST, o transporte público intermunicipal tem peculiaridades
que impedem afastar o reconhecimento das horas de trajeto. Muitas vezes, o gasto de trabalhador
com a condução e o tempo dispendido torna impossível manter o contrato de emprego.

Seguem alguns julgados sobre a matéria:

“HORAS IN ITINERE. De acordo com o delineamento fático promovido pela Corte


Regional, insuscetível de reexame nesta fase processual, a teor da Súmula nº 126/TST,
restou evidenciado estar a reclamada situada em local de difícil acesso e não servido
por transporte público regular. Ademais, a jurisprudência desta Corte Superior tem se
firmado no sentido de que a existência de transporte público intermunicipal/interestadual
não é suficiente para afastar a aplicação da Súmula nº 90 do TST. Desse modo, a
decisão recorrida se alinha ao disposto na Súmula nº 90, I, do TST. Óbice da Súmula nº
333 desta Corte e do art. 896, § 7º, da CLT. Recurso de revista não conhecido. Recesso:
RR – 24159-85.2015.5.24.0002 Data de Julgamento: 14/12/2016, Relatora Ministra:
Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/12/2016.

“HORAS IN ITINERE. TRANSPORTE INTERMUNICIPAL. SÚMULA Nº 90, II, DO TST


– 1. Não afasta o direito a horas in itinere a existência de transporte intermunicipal
ou interestadual, porquanto notoriamente incompatível com o cumprimento do horário
de trabalho, seja porque tal meio de transporte é disponibilizado em horários e pontos
de parada mais elásticos que os dos ônibus urbanos, seja porque o valor da tarifa
intermunicipal ou interestadual é sempre superior à da urbana e, portanto, relativamente
inacessível. 2. Acórdão regional em conformidade com o item II da Súmula nº 90 do TST.
3. Agravo de instrumento da Reclamada de que se conhece e a que se nega provimento.
Processo: AIRR - 24072-90.2014.5.24.0091 Data de Julgamento: 03/08/2016, Relator
Ministro: João Oreste Dalazen, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/08/2016.”

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 40


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

IV – CORRETA: O art. 58 § 2º da CLT aponta que as horas de percurso se computam na jornada


de trabalho. Por óbvio, caso não seja extrapolado o limite de 8 horas diárias e 44 horas semanais,
não haverá o pagamento de horas extras. A questão também encontra delimitada por interpretação
do item V da súmula 90.

V – INCORRETA: Conforme o entendimento exposto na súmula 320 do C. TST, a cobrança pela


empresa do transporte fornecido não impede o reconhecimento das horas de percurso e o seu
cômputo na jornada de trabalho.

GABARITO: ALTERNATIVA (B)

QUESTÃO 5. João Paulo pediu demissão do emprego e seu contrato foi rompido em
07.10.2015. Afirmou em reclamação trabalhista que recebia da empresa R$ 1.500,00 mensais
fixos e comissões pelas vendas realizadas, as quais eram pagas extra folha. Além do
reconhecimento da remuneração por fora e seus reflexos, João Paulo pleiteou em Juízo o
pagamento de 2 horas extras diárias. A prova oral evidenciou que a remuneração da inicial
se confirma, e que o trabalhador recebia, em média, R$ 500,00 mensais a título de comissões.
Confirmou-se, ainda, que o trabalhador trabalhava dez horas por dia, conforme os cartões
de ponto e a testemunha ouvida em audiência.

Com base no caso concreto apresentado, afirma-se que:

a) O trabalhador tem direito às horas extras realizadas, com o adicional de 50% sobre a
hora normal, sendo que o divisor utilizado para a liquidação será o de 220.

b) João Paulo é considerado comissionista misto. As horas extras realizadas devem ser
pagas, sendo que quanto à parte fixa o trabalhador receberá a hora mais o adicional de
50%. Quanto à parte variável, as horas estão pagas pelas comissões recebidas, mas o
trabalhador tem direito ao adicional de 50% sobre elas.

c) O trabalhador receberá os reflexos do salário extra folha em férias com um terço,


décimo terceiro salário, FGTS e multa de 40%, haja vista que o art. 15 da Lei 8.036/90
determina que os depósitos sejam calculados sobre todas as parcelas remuneratórias.

d) João Paulo é considerado comissionista misto e tem direito a receber as horas extras
com o adicional de 50% sobre a remuneração média integral.

e) Como a CLT permite a realização de duas horas extras diárias, João Paulo não fará
jus ao recebimento daquelas e tampouco do adicional, já que as comissões pagas já
remuneram o tempo trabalhado.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 41


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: Considera-se comissionista o trabalhador que aufere remuneração baseada nos


resultados das vendas realizadas. A doutrina define como comissionista puro aquele que não recebe
nenhum valor fixo mensal, mas tão somente o produto das transações. Lado outro, trata também
da figura do comissionista misto, como o que recebe parte remuneratória fixa e outra variável.

A CLT estipula que as comissões integram a remuneração:

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais,


além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do
serviço, as gorjetas que receber. § 1º - Integram o salário não só a importância fixa
estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias
para viagens e abonos pagos pelo empregador.

O TST examinou a matéria referente às horas extras do trabalhador comissionista e pacificou que:

Súmula nº 340 do TST - COMISSIONISTA. HORAS EXTRAS (nova redação) - Res.


121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado
à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento)
pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no
mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.

OJ 397 da SDI-1. COMISSIONISTA MISTO. HORAS EXTRAS. BASE DE CÁLCULO.


APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 340 DO TST. O empregado que recebe remuneração
mista, ou seja, uma parte fixa e outra variável, tem direito a horas extras pelo trabalho
em sobrejornada. Em relação à parte fixa, são devidas as horas simples acrescidas do
adicional de horas extras. Em relação à parte variável, é devido somente o adicional de
horas extras, aplicando-se à hipótese o disposto na Súmula n.º 340 do TST.

Portanto, a alternativa é incorreta porque não respeitou o entendimento sobre o comissionista


misto, que recebe apenas o adicional quanto ao salário variável. Além disso, o divisor utilizado está
incorreto, já que deverá se basear nas horas efetivamente trabalhadas (súmula 340).

b) CORRETA: A assertiva corresponde ao entendimento exposto na OJ 397 da SDI-1 do TST


(acima).

c) INCORRETA: O enunciado aponta que o reclamante pediu demissão. Logo, não faz jus à multa
de 40% sobre o FGTS.

d) INCORRETA: A assertiva vai de encontro ao entendimento exposto na OJ 397 acima mencionada.

e) INCORRETA: A alternativa exclui o pagamento das horas extras, o que vai contra tudo o quanto
descrito acima.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 42


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

GABARITO: ALTERNATIVA (B)

QUESTÃO 6. Sobre o trabalho da gestante, aponte a alternativa correta:

a) A gestante goza de estabilidade provisória no emprego. O prazo se conta desde a


confirmação da gravidez até 5 meses após o parto e poderá ser elastecido por mais 180
dias.

b) Para que a gestante goze da estabilidade provisória no emprego, é necessário que


esta comunique a situação ao empregador enquanto perdurar o contrato.

c) O conhecimento da gravidez por parte do empregador é prescindível para a garantia


provisória conferida à gestante.

d) A estabilidade provisória conferida à gestante tem o mesmo período do benefício de


licença-maternidade.

e) É pacífico que a estabilidade provisória relacionada à gestante não se aplica aos


contratos a termo.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: A empregada gestante tem direito ao emprego desde a confirmação da gravidez


até cinco meses após o parto. O elastecimento poderá ocorrer caso o empregador faça parte do
programa “empresa cidadã”, pelo prazo de 60 dias.

O ADCT, em seu artigo 10, inciso II, alínea “b”, prevê esta espécie de garantia provisória do
emprego. Além disso, é possível o elastecimento do período no caso de adesão ao programa
“empresa cidadã”, disciplinado pela Lei 11.770/2008.

ADCT, art. 10, inciso II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: (...) b) da
empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Lei 11.770/08 - Art. 1º É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar:


I - por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do
caput do art. 7º da Constituição Federal. (…).

Por sua vez, a CF/1988 estipula o direito à licença-maternidade, o qual é regulamentado pela Lei
8.213/91.

Art. 7º, inciso XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias (…).

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 43


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Sobre o tema, o TST tem o seguinte entendimento:

Súmula nº 244 do TST - GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III


alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - I - O desconhecimento
do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade (art. 10, II, “b” do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante
só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário,
a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de
estabilidade. III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no
art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo
na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.

b) INCORRETA: Conforme o item I da súmula acima, não é necessário o conhecimento da gravidez


por parte do patrão.

c) CORRETA: Conforme entendimento exposto na súmula acima.

d) INCORRETA: Licença-maternidade é benefício previdenciário garantido pela CF/1988 e


regulamentado pela Lei 8.213/91 e corresponde ao período de afastamento da trabalhadora
gestante do serviço, mesmo depois do parto, com a finalidade de salvaguardar os primeiros meses
de vida da criança em companhia da sua genitora. O prazo é de 120 dias e há o pagamento integral
da remuneração à obreira.

A garantia de emprego conferida à gestante é instituto de Direito Material do Trabalho estipulado


pelo ADCT, conforme acima descrito, e o seu prazo é contado desde a confirmação da gravidez até
cinco meses depois do parto (salvo o elastecimento acima mencionado). Esta garantia impede que
a trabalhadora seja dispensada sem justa causa no período.

e) INCORRETA: Por fim, conforme se extrai do entendimento sumulado acima, embora haja
decisões em sentido contrário, mesmo nos contratos a termo se aplica a estabilidade provisória à
gestante.

GABARITO: ALTERNATIVA (C)

PROFESSOR: VINÍCIUS DE MIRANDA TAVEIRA


E-mail: facocursocei@gmail.com

DIREITO COLETIVO DO TRABALHO BLOCO I

QUESTÃO 7. Escolha a assertiva correta:

a) O constituinte pátrio consagrou a unicidade sindical e a liberdade sindical como dois

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 44


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

dos princípios do Direito Coletivo do Trabalho. Diante dessa colisão, somente a liberdade
sindical vigora por conta da revogação tácita do princípio da unicidade.

b) Em um caso hipotético coexistem duas convenções coletivas, na mesma época: a


primeira, firmada entre sindicato dos vigilantes do Município Z e sindicato das empresas
de vigilância dos Municípios X e Z; a segunda, assinada pela Federação dos vigilantes
do Estado e sindicato das empresas de vigilância dos Municípios X e Z. Nesse cenário,
em face do conflito entre as normas autônomas, deve prevalecer a norma mais benéfica.

c) Havendo conflito entre acordo coletivo e convenção coletiva, sempre prevalecerá o


primeiro por ser norma especial, em detrimento da norma geral.

d) O Brasil não ratificou a convenção 87 da OIT, que trata sobre a liberdade sindical,
tendo ratificado a Convenção 98, que versa sobre condutas antissindicais.

e) Em nenhuma hipótese os empregados podem criar normas autônomas sem a


participação do sindicato, por ser essa uma prerrogativa do ente sindical de primeiro
grau. Caso o sindicato não se manifeste sobre a intenção de negociação no prazo de 8
dias, caberá à Federação e, na sua falta ou ausência, à Confederação a celebração do
acordo coletivo.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: O inciso I do artigo 8º da CF adota expressamente a liberdade sindical no caput


e o inciso II do mesmo artigo da Carta Maior estabelece a obrigatoriedade da unicidade sindical,
sendo que a jurisprudência amplamente majoritária, inclusive do STF, reconhece a validade da
coexistência em nosso ordenamento jurídico da liberdade e unicidade sindicais.

Isso porque, no Brasil, tanto a liberdade sindical quanto a unicidade sindical são prescritas em
normas constitucionais criadas pelo poder constituinte originário, o qual se caracteriza por ser
ilimitado, soberano.

Ademais, vale lembrar que prevalece no Brasil a corrente de acordo com a qual não há hierarquia
entre normas formalmente constitucionais editadas pelo constituinte originário. Logo, os aparentes
conflitos entre normas constitucionais originárias devem ser solucionados por meio da harmonização
entre elas tendo em vista a unidade da Constituição (princípio da unidade hierárquico-normativa).

Contudo, merece destaque que existe doutrina minoritária sustentando que, embora o poder
constituinte originário seja ilimitado, incondicionado e autônomo em relação aos ordenamentos
anteriores, ele deve ser pautado pelos valores civilizatórios dos direitos humanos reconhecidos
como essenciais e inafastáveis pela ordem internacional.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 45


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) INCORRETA: De acordo com o artigo 513, “b”, da CLT, compete aos sindicatos a celebração de
acordos e convenções coletivas.

Soma-se a isso que, pelo artigo 611, § 2º, da CLT, as federações e confederações somente podem
avençar convenções coletivas quando as categorias forem “inorganizadas em sindicatos, no âmbito
de suas representações”.

Desse modo, no caso em análise, verifica-se que a convenção coletiva subscrita pela federação
é ineficaz em relação à área do Município Z, onde a categoria profissional tem seu respectivo
sindicato.

Portanto, como a convenção coletiva firmada pela federação nem mesmo tem eficácia na área do
Município Z, não há que se falar em conflito entre as CCTs.

Segue abaixo julgado da SDI-1 do TST sobre a matéria:

“RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO ANTES DA EDIÇÃO DA LEI N.º 11.496/2007.


(...) ACORDO FIRMADO COM A FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS.
INVALIDADE. 1. Consoante o disposto no artigo 611, § 2º, da Consolidação das Leis
do Trabalho – as federações e, na falta destas, as confederações representativas de
categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de
trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em
sindicatos, no âmbito de suas representações –. 2. Nesse contexto, afigura-se inválido
acordo coletivo firmado com a Federação se a categoria profissional encontra-se
organizada em Sindicato na base territorial do reclamante. 3. Hipótese em que não se
vislumbra afronta ao artigo 7º, XXXVI, da Lei Magna, resultando incólume o artigo 896
da Consolidação das Leis do Trabalho. 5. Recurso de embargos não conhecido.”(E-
ED-RR - 765343-97.2001.5.18.0005, Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de
Julgamento: 28/06/2012, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de
Publicação: DEJT 10/08/2012)

c) INCORRETA: O artigo 620 da CLT expressamente consagra o princípio da norma mais favorável,
ao estabelecer que as convenções coletivas prevalecem em face dos acordos coletivos se aquelas
forem mais benéficas aos trabalhadores.

Em que pese persista divergência, a doutrina amplamente majoritária e a jurisprudência do TST


adotam o princípio da norma mais favorável.

Vale lembrar, ainda, que há cizânia acerca dos parâmetros de aplicação do referido princípio na
solução dos conflitos entre normas autônomas, com três correntes sobre o tema:

- teoria da acumulação (tomista ou atomista);

- conglobamento (ou do conjunto);

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 46


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

- conglobamento mitigado ou por institutos (eclética, intermediária ou orgânica).

A jurisprudência atual do TST segue a teoria do conglobamento, de acordo com a qual devem ser
comparadas a convenção coletiva e o acordo coletivo em sua totalidade, selecionando-se a que,
no conjunto se revela, em abstrato, mais favorável aos trabalhadores.

A decisão a seguir indica o posicionamento do TST.

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. DIFERENÇAS SALARIAIS.


PISO SALARIAL. JORNADA DE TRABALHO. CONVENÇÃO COLETIVA APLICÁVEL.
APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL. TEORIA DO CONGLOBAMENTO. Esta
Corte adota o entendimento de que prevalece a aplicação do princípio do conglobamento
para a solução do conflito acerca das condições estabelecidas e convenção e acordo
coletivo, segundo o qual tais normas devem ser consideradas em seu conjunto para
efeito de apuração da norma mais benéfica. Na hipótese, denota-se, da decisão
recorrida, que o Regional entendeu que as convenções coletivas de trabalho firmadas
pelo SINTTEL-RJ, em seu todo, previam normas mais benéficas àquelas elencadas
nas convenções coletivas firmadas pelo SINTTEL-Norte e Noroeste Fluminense,
motivo pelo qual entendeu devido o pagamento de diferenças salariais decorrentes da
aplicação do piso salarial e da jornada de trabalho de 40/44 horas semanais previstas
naquele instrumento coletivo. Para se decidir em sentido contrário ao do Regional seria
necessário o revolvimento de fatos e provas, o que é vedado nesta esfera recursal de
natureza extraordinária, conforme teor da Súmula nº 126 do TST. Agravo de instrumento
desprovido. (TST – AIRR: 13395420125010055, Relator: José Roberto Freire Pimenta,
Data de Julgamento: 16/03/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 18/03/2016).”

d) CORRETA: O Brasil ratificou a convenção 98 da OIT que versa sobre condutas antissindicais,
contudo não ratificou a convenção 87, que prescreve a plena liberdade sindical e prega a pluralidade
sindical.

e) INCORRETA: A assertiva está errada tendo em vista o que dispõe o artigo 617, § 1º, da CLT, in
verbis:

§ 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha se desincumbido do


encargo recebido, poderão os interessados dar conhecimento do fato à Federação a
que estiver vinculado o Sindicato e, em falta dessa, à correspondente Confederação,
para que, no mesmo prazo, assuma a direção dos entendimentos. Esgotado esse prazo,
poderão os interessados prosseguir diretamente na negociação coletiva até final.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 47


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÃO 8. Analise as alternativas, à luz da jurisprudência do TST, e responda:

I – Membro do conselho fiscal de sindicato é detentor de estabilidade;

II – Delegado sindical não tem estabilidade;

III – Dirigente sindical eleito de categoria diferenciada sempre tem estabilidade;

IV – Delegado sindical eleito para conselho de representante de federação ou confederação


não tem estabilidade;

V – Dirigente eleito de sindicato sem carta sindical tem estabilidade.

a) Somente estão erradas I, III e IV.

b) Estão corretas apenas I, II, III e IV.

c) Todas estão corretas

d) Nenhuma está correta.

e) Somente não estão erradas II, III, IV e V.

COMENTÁRIO

I – INCORRETA: A OJ 365 da SDI-1 do TST trata sobre o assunto, nos seguintes termos:

“ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO.


INEXISTÊNCIA. Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade
prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa
ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à
fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).”

II – CORRETA: A assertiva espelha o posicionamento consubstanciado na OJ 369 da SDI-1 do


TST, in verbis:

“ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DELEGADO SINDICAL. INAPLICÁVEL. O delegado


sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988,
a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção
nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.”

Cumpre salientar que esse entendimento se deve ao fato de que os delegados dos sindicatos não
ocupam cargos eleitos, visto que são nomeados pelos dirigentes para representarem a entidade
em locais da base territorial de modo mais próximo aos representados.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 48


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

III – INCORRETA: A súmula 369, III, do TST reflete o entendimento jurisprudencial da corte superior
no sentido de que o dirigente sindical de categoria diferenciada somente tem estabilidade quando
exerce na empresa a profissão correspondente à categoria que ele representa.

Por exemplo, o engenheiro eleito para presidente do sindicato dos engenheiros, mas que ocupa
cargo de vendedor não tem estabilidade, pois não exerce a profissão correspondente à categoria
diferenciada, cujo sindicato representa. Diferente seria se o mesmo o engenheiro eleito para
presidente do sindicato dos engenheiros tivesse sido contratado para atuar como empregado
engenheiro; nesse caso, ele teria estabilidade, independentemente do ramo de atividade da
empregadora.

Vide súmula 369, III, do TST:

“O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade


se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o
qual foi eleito dirigente.”

IV – INCORRETA: Conforme decidido pela SDI-1 do TST, em decisão divulgada no informativo nº 3


do TST, representante sindical eleito para conselho de representante de federação ou confederação,
denominado delegado, é detentor de estabilidade.

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. REPRESENTANTE SINDICAL E SUPLENTE


ELEITOS PARA O CONSELHO DE REPRESENTANTES DE FEDERAÇÃO OU
CONFEDERAÇÃO. INCIDÊNCIA DOS ARTS. 8º, VIII, DA CF E 543, § 3º, DA CLT. A
diretriz da Orientação Jurisprudencial n.º 369 da SBDI-I, que diz respeito a delegado
sindical junto a empresas, não se aplica ao representante sindical eleito, e ao seu
suplente, junto ao Conselho de Representantes de federação ou confederação (art.
538, “b”, da CLT), uma vez que estes últimos gozam da estabilidade provisória disposta
no inciso VIII do art. 8º da CF e no § 3º do art. 543 da CLT. Ademais, não há falar na
incidência do limite quantitativo previsto no art. 522 da CLT e na Súmula n.º 369, II,
do TST, visto que aplicável tão somente aos cargos da Diretoria e do Conselho Fiscal
da entidade sindical, pois o Conselho de Representantes dispõe de número fixo de
membros de cada sindicato ou federação, quais sejam dois titulares e dois suplentes
(CLT, art. 538, § 4º). Com esse entendimento, a SBDI-I, por maioria, conheceu e deu
provimento aos embargos para restabelecer a decisão do TRT que reconheceu a
estabilidade pleiteada e determinou a reintegração do reclamante com pagamento dos
salários do período do afastamento. Vencida a Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi.
TST-E-ED-RR-125600-83.2003.5.10.0014, SBDI-I, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes,
22.3.2012. Informativo TST nº 03.

Para que não restem dúvidas, é importante salientar que esse entendimento acima referido não
colide com a OJ 369 da SDI-1 do TST, de acordo com a qual delegado sindical não tem estabilidade.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 49


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Isso porque o delegado sindical referido na OJ 369 não é representante eleito, mas nomeado pela
gestão do sindicato visando maior aproximação com a base da categoria. De outra sorte, o delegado
sindical das federações e confederações, previstos no artigo 538 da CLT, são representantes
eleitos para representarem os sindicatos nos conselhos das federações e confederações. Por
conta disso, por entender que são dirigentes eleitos, o TST tem reconhecido a estabilidade desses
representantes.

V – CORRETA: Sobre o tema, TST e STF têm entendimento de que, à luz do princípio da máxima
efetividade da constituição, o artigo 8º, VIII, da CF deve ser interpretado extensivamente, de sorte
que, ainda, que o sindicato não tenha carta sindical, os candidatos a dirigentes e os dirigentes
eleitos são titulares de estabilidade, independentemente da existência do registro no MTE e do
depósito dos atos constitutivos no cartório.

Seguem decisões do STF e do TST:

“Estabilidade sindical provisória (...); reconhecimento da garantia aos diretores eleitos,


na assembleia constitutiva da entidade sindical, desde, pelo menos, a data do pedido
de registro no Ministério do Trabalho, o que não contraria a exigência deste, constante
do art. 8º, I, da Constituição. A constituição de um sindicato – posto culmine no
registro no Ministério do Trabalho (STF, MI 144, 3-8-1992, Pertence, RTJ 147/868) –
a ele não se resume: não é um ato, mas um processo. Da exigência do registro para
o aperfeiçoamento da constituição do sindicato, não cabe inferir que só a partir dele
estejam os seus dirigentes ao abrigo da estabilidade sindical: é “interpretação pedestre”,
que esvazia de eficácia aquela garantia constitucional, no momento talvez em que ela
se apresenta mais necessária, a da fundação da entidade de classe. [RE 205.107, rel.
min. Sepúlveda Pertence, j. 6-8-1998, Plenário, DJ de 25-9-1998.]”

“RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA DE DIRIGENTE SINDICAL.


DISPENSA ANTERIOR AO REGISTRO DO SINDICATO PERANTE O MINISTÉRIO
DO TRABALHO E EMPREGO. I. O Tribunal Regional negou provimento ao recurso
ordinário interposto pelo Reclamante e manteve a sentença, na qual se rejeitou o
pedido de reconhecimento da garantia de emprego de dirigente sindical e se afastou,
por consequência, a pretendida reintegração. Reconheceu que o Autor foi eleito para
cargo de dirigente sindical, mas entendeu que ele não faz jus à estabilidade provisória
em virtude da falta de registro do sindicato no Ministério do Trabalho e Emprego no
Cartório de Títulos e Documentos. Consignou que a assembleia para fundação da
entidade sindical foi realizada em 10/6/07, data em que o Autor foi eleito para o cargo
de tesoureiro, e que “o pedido de registro do sindicato junto ao Ministério do Trabalho e
emprego somente foi protocolado em 24 de setembro de 2007”. Ressaltou que o Autor
foi dispensado quando o sindicato ainda “não estava regularmente constituído pois nem
havia sido encaminhado o pedido de registro no Ministério do Trabalho e Emprego”

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 50


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e que “não há prova nos autos de que houvesse o registro no cartório de títulos e
documentos”. Também informou que “os empregados da ré já eram representados por
sindicato atuante, que inclusive celebrou convenção coletiva de trabalho para o ano
2007-2008”. (TST - RR: 1667220125040261, Data de Julgamento: 17/02/2016, Data de
Publicação: DEJT 19/02/2016)”

GABARITO: ALTERNATIVA (A)

QUESTÃO 9. Sobre condutas antissindicais, assinale a incorreta:

a) Práticas antissindicais somente podem ser de autoria exclusiva de empregadores.

b) Yellow dog contracts ou contratos de cães amarelos, constitui-se em cláusula no


contrato de trabalho de não sindicalização.

c) Company unions (sindicatos de empresas ou sindicatos amarelos), configura-se como


conduta antissindical e é caracterizado pelo controle do sindicato pelo empregador.

d) Mise a l’index (colocar no index) é prática antissindical.

e) Closed shop (empresa fechada) e tida como conduta antissindical.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA (responde as demais alternativas): Para facilitar a abordagem da questão,


excepcionalmente, os comentários abrangerão todas as assertivas em conjunto.

A única afirmativa errada é a “A”, sendo as demais todas corretas. As demais assertivas mostram-
se corretas, trazendo exemplos de condutas antissindicais.

Com efeito, condutas ou práticas antissindicais podem ser conceituadas como toda e qualquer
prática adotada pelo empregador, por entidade sindical, pelo Estado ou mesmo por trabalhadores,
contra a liberdade e autonomia sindicais, ou mesmo contra o direito de greve, o qual se insere na
liberdade sindical.

A propósito, a Convenção 98 da OIT, ratificada pelo Brasil, trata sobre condutas antissindicais
praticados por empregadores e por outros entes sindicais, ressaltando-se que as condutas nela
delineadas são meramente exemplificativas.

Os artigos 1º e 2º da referida Convenção classificam as condutas antissindicais em: (i) atos


antissindicais de discriminação (contra a liberdade sindical individual do trabalhador); (ii) atos
antissindicais de ingerência (interferências de empresas que afrontam a liberdade e autonomia
sindicais).

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 51


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Ainda sobre o assunto, Maurício Godinho Delgado (Curso, 2008, p. 1307-1311), com base no
Direito estrangeiro, aponta alguns exemplos de práticas antissindicais:

→ closed shop (empresa fechada): o empregador se obriga perante o sindicato obreiro a contratar
apenas trabalhadores filiados a este sindicado;

→ union shop (empresa sindicalizada): o empregador se compromete a manter apenas


empregadores que, após prazo razoável de sua admissão, se filiem ao respectivo sindicato operário.
Não se obstrui o ingresso de trabalhador não sindicalizado, mas inviabiliza-se sua continuidade no
emprego caso não proceda, em certo período, a sua filiação sindical.

→ preferencial shop (empresa preferencial): favorecendo a contratação de obreiros filiados ao


respectivo sindicato;

→ maintenance of membership (manutenção de filiação): obriga o empregado a manter sua


filiação durante o prazo de vigência da convenção coletiva, sob pena de ser dispensado;

→ yellow dog contracts (contratos de cães amarelos): cláusula no contrato de trabalho de não
sindicalização;

→ company unions (sindicatos de empresas ou sindicatos amarelos): o empregador controla


o sindicato;

→ mise a l’index (colocar no index): lista negra dos trabalhadores sindicalizados;

→ sindicatos pelegos: sindicatos controlados pelo Estado.

GABARITO: ALTERNATIVA (A)

DIREITO ADMINISTRATIVO BLOCO I

QUESTÃO 10. Escolha a alternativa incorreta:

a) De acordo com entendimento firmado pelo STF, como regra, o surgimento de novas
vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados
fora das vagas previstas no edital.

b) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

c) Entende o Supremo que a autorização legislativa genérica para contratação temporária


e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias são
inconstitucionais por violarem o artigo 37, IX, da CF, o qual autoriza contratação por

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 52


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse


público.

d) O teto remuneratório estabelecido na Constituição aplica-se a todos os ocupantes de


cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional,
empresas públicas e sociedades de economia mista, dos membros de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza.

e) De acordo com a Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,


exceto, quando houver compatibilidade de horários, a de dois cargos de professor; a de
um cargo de professor com outro técnico ou científico; a de dois cargos ou empregos
privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

COMENTÁRIO

a) CORRETA: A matéria foi abordada em acórdão do STF de recurso extraordinário com repercussão
geral (tema 784), no qual ficou decidido que, em regra, a abertura de novas vagas durante a
validade do concurso, não confere direito subjetivo à nomeação dos candidatos aprovados fora
do número de vagas inicialmente previstas no edital, exceto em casos de preterição arbitrária e
imotivada por parte da administração.

Destaco o seguinte trecho da ementa:

Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público


exsurge nas seguintes hipóteses: I - Quando a aprovação ocorrer dentro do número de
vagas dentro do edital; II - Quando houver preterição na nomeação por não observância
da ordem de classificação; III - Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo
concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de
forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima. [RE 837311
tema 784]”

b) CORRETA: De acordo com o artigo 37 da Constituição, os cargos, empregos e funções públicas


são acessíveis aos brasileiros – natos e naturalizados – que preencham os requisitos estabelecidos
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

A emenda constitucional 19/98 alterou a Constituição, passando a possibilitar que estrangeiros


também ocupem cargos, empregos e funções públicas. Contudo, o constituinte reformador
condicionou à regulamentação por lei, o que até a presente data não ocorreu, lembrando que os
§§ 2º e 3º do artigo 4º, bem como a alínea “d” do inciso II do artigo 30 da Lei de Migração, que

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 53


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

autorizavam a ocupação de cargo, emprego e função por imigrantes, foi vetado.

Somente há leis autorizando a contratação nas seguintes hipóteses específicas: (i) cargos de
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, nos termos da Lei 8.212, art. 5º, § 3º; (ii) professores
e pesquisadores estrangeiros no regime de contratação temporária para atender necessidade
temporária e de excepcional interesse público, Lei 8.745/93, art. 2º, § 6º; (iii) contratação de
médicos intercambistas estrangeiros no âmbito do programa Mais Médicos, Leis 12.871/2013 e
13.333/2016.

Cumpre salientar, por oportuno, que o artigo 12, § 1º, da Constituição, prevê o direto de reciprocidade
aos portugueses com residência no Brasil, nos termos da lei.

Outrossim, não se pode olvidar que o § 3º do artigo 12 da Carta Maior elenca cargos que são
privativos de brasileiros natos, afastando, assim, o acesso aos naturalizados e estrangeiros, por
motivo de segurança nacional.

No que tange ao programa Mais Médicos, sublinho que, nos termos dos artigos 17 e 18 da Lei
12.871/2013, as atividades desempenhadas pelos contratados não criam vínculo empregatício de
qualquer natureza, sendo que o médico intercambista estrangeiro inscrito no programa fará jus
ao visto temporário de aperfeiçoamento médico pelo prazo de 3 (três) anos, prorrogável por igual
período.

c) CORRETA: Uma das exceções à imprescindibilidade de concurso público para contratação


de agentes públicos está prescrita no artigo 37, IX, da Constituição, de acordo com o qual “a
lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público”.

Percebe-se que é da essência dessa modalidade de contratação a provisoriedade visando (i)


suprir necessidade de curta duração ou (ii) com fins sociais relevantes com duração por prazo
determinado. Assim, não se admite que a contratação nos termos do artigo 37, IX, se dê para
exercícios de funções e serviços perenes da Administração, sob pena de violação do princípio do
concurso público.

Sobre o assunto, em recente decisão na ADI 3662 (informativo 858 do STF), cujo acórdão ainda
não foi publicado, o STF firmou entendimento de que são inconstitucionais, por afronta ao artigo
37, IX, da CF, autorizações legislativas genéricas para contratação temporária e a permissão de
prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias.

Por ser matéria de importância e afeta ao tema em análise, é sobreleva registrar que o STF fixou
entendimento de que não compete à Justiça do Trabalho julgar ações que versem sobre trabalho
temporário, por se tratar de relação jurídico-administrativa, ainda que o regime adotado seja
celetista.

d) INCORRETA: A assertiva está equivocada, pois incluiu os empregados públicos das empresas

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 54


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

públicas e sociedades de economia mista, sem fazer qualquer ressalva. Vejamos.

O artigo 37, XI, da CF estabelece o teto remuneratório público, dispondo que a remuneração e o
subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica
e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não.

No que se refere aos empregados públicos das empresas estatais, conforme § 9º do artigo 37 da
CF, a limitação do teto remuneratório somente se aplica às empresas públicas e às sociedades
de economia mista, e suas subsidiárias, que recebem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

Em outras palavras, as empresas públicas e sociedade de economia mista, bem como suas
subsidiárias, quando não receberem aportes de recursos provenientes da União, Estados, DF
ou Municípios, podem pagar aos empregados públicos salários superiores ao teto constitucional.
Desse modo, nem todos os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista
se submetem ao teto, diferentemente do que consta da assertiva ora analisada.

Isso se deve ao fato de que as empresas estatais, na maior parte das vezes, atuam no mercado em
concorrência com empresas privadas do mesmo setor, de sorte que, para conseguirem contratar
e manter CEOs, administradores, gerentes e outros gestores, precisam oferecer remunerações
compatíveis com o mercado, sendo certo que os valores dos subsídios do STF são bem aquém
daqueles praticados pelas grandes empresas. Como exemplo, insta lembrar que, conforme
amplamente noticiado na época, a ex-presidente da Petrobrás, Graça Foster, recebia remuneração
superior a R$ 150.000,00 mensais. Atualmente, de acordo com dados do site www.econoinfo.com.
br, os salários dos diretores da estatal chegam a ultrapassar R$ 200.000,00 mensais, além de
outros benefícios.

Sobre o teto do funcionalismo, merecem destaque também as informações abaixo abordadas.

Não são computados para fins de limitação pelo teto as verbas de natureza indenizatória, consoante
disposto no § 11 do artigo 37.

Recentemente, o Supremo firmou entendimento de que as acumulações de cargos, empregos


ou funções permitidas pela Constituição possibilitam que a soma dos vencimentos cumulados
ultrapasse o teto, sendo certo que cada um dos vencimentos deve se limitar ao teto constitucional.

Nesse sentido, decidiu com repercussão geral nos RE 612.975 e RE 602.043, Informativo 862,
temas 377 e 384, cujo teor segue abaixo:

“Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e


funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de
cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 55


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

ao somatório dos ganhos do agente público. Com base nesse entendimento, o Plenário,
em julgamento conjunto e por maioria, negou provimento a recursos extraordinários e
reconheceu a inconstitucionalidade da expressão ‘percebidos cumulativamente ou não’
contida no art. 1º da Emenda Constitucional 41/2003, que alterou a redação do art.
37, XI, da CF, considerada interpretação que englobe situações jurídicas a revelarem
acumulação de cargos autorizada constitucionalmente.”

e) CORRETA: Como regra, não se admite a cumulação de cargos, empregos e funções na


Administração, com exceção daquelas hipóteses autorizadas pelo constituinte.

É o que dispõe o artigo 37, XVI, da CF:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas.

Além dessa hipótese excepcional, deve-se recordar que o artigo 38 da Constituição também
possibilita a cumulação de cargo, emprego ou função com mandatos eletivos, nos seguintes termos:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no


exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu


cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-


lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá


as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão


determinados como se no exercício estivesse.

A Lei Maior, em seu artigo 40, § 6º, veda a cumulação de mais de uma aposentadoria no regime
próprio, com exceção das hipóteses de cumulação de cargos do artigo 37, VI.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 56


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Cumpre mencionar, também, que o § 10 do artigo 37 da Constituição veda a percepção simultânea


de proventos de aposentadoria decorrentes dos regimes próprios (civis ou militares) com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Caso o servidor federal, titular de cargo público, cumule ilegalmente cargos, pode ser punido com
demissão, nos termos do artigo 132 da Lei 8.112/90.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

QUESTÃO 11. No que tange o ato administrativo, não é incorreto afirmar que:

a) De acordo com a doutrina majoritária, são pressupostos de existência e validade do


ato administrativo apenas sujeito competente, motivo, objeto e finalidade.

b) Motivo e motivação do ato administrativo são expressões sinônimas.

c) Pela teoria dos motivos determinantes, o administrador vincula-se à motivação do ato


administrativo, mesmo nos casos em que se trate de ato administrativo discricionário
que independa de motivo.

d) São atributos do ato administrativo a presunção de legitimidade e veracidade, a


autoexecutoriedade e a impessoalidade.

e) Um determinado Município decidiu construir um novo estádio com complexo esportivo


na cidade para fomentar a prática esportiva de alto rendimento e educativa. Para tanto,
publicou ato contratando uma construtora de propriedade de sua família sem licitação.
Entretanto, essa decisão foi alvo de duras críticas pela oposição, pela imprensa local e
por setores da sociedade civil, sob o argumento, inclusive, de que faltavam escolas e
leitos nos hospitais municipais, além da existência de diversos bairros sem água tratada
e esgoto. Em resposta, o prefeito emitiu nota declarando que agiu no estrito exercício
do poder discricionário inerente à função de gestor público e que a política também
melhoraria a educação e a saúde da população. Posteriormente, um morador ajuizou
ação popular buscando a anulação dos atos administrativos. No hipotético relatado, é
correto afirmar que caberia ao Poder Judiciário apreciar a validade do ato administrativo,
inclusive quanto à oportunidade e conveniência da construção do estádio, tendo em
vista o estado de calamidade social do Município.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: De acordo com a doutrina majoritária e consoante disposto no artigo 2º da Lei

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 57


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

4.717/65 (Lei da Ação Popular), são pressupostos de existência e validade do ato administrativo
sujeito competente, forma, motivo, objeto e finalidade.

(dica mnemônica: “FOFICOM” ou “COM FIFO”→ FOrma; FInalidade; Competência; Objeto; Motivo)

Destarte, a assertiva mostra-se incompleta pois dela não consta o atributo forma.

b) INCORRETA: Diversamente do enunciado da questão, motivo e motivação não são sinônimos.

Com efeito, motivo é requisito (elemento ou pressuposto de validade) do ato administrativo, sem
o qual este é considerado inválido. O motivo corresponde às razões que levaram o administrador
à pratica do ato, abrangendo os pressupostos fáticos (circunstâncias de fato) e os pressupostos
jurídicos (norma que justifica a prática do ato).

De outro lado, motivação é a exposição dos motivos fáticos e jurídicos do ato. É a exteriorização
formal dos motivos que levaram à realização do ato administrativo.

Tendo em vista o princípio da publicidade e da supremacia do interesse público, doutrina e


jurisprudência majoritárias defendem que a motivação é obrigatória em quase todos os atos, exceto
quando há discricionariedade acerca dos motivos do ato e a lei dispensa a motivação, como, por
exemplo, nomeação e exoneração “ad nutum” de ocupantes de cargo em comissão.

Importa rememorar que o STF decidiu no ano 2013, com repercussão geral, que a dispensa de
empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista deve ser motivada, sob pena
de nulidade (RE 589998 – tema 131).

c) CORRETA: De acordo com a teoria dos motivos determinantes, o administrador se vincula aos
motivos do ato expostos por ele na motivação, sob pena de nulidade do ato.

Com efeito, como referido no item anterior, a motivação é essencial em quase todos os atos
administrativos, sendo certo que, mesmo quando não for obrigatória, a motivação vincula o
administrador.

De acordo com a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato depende da existência e
veracidade do motivo fático, assim como a existência do motivo jurídico, explicitados na motivação.

Assim, caso os motivos fáticos e jurídicos expostos na motivação não corresponderem à realidade
ou se for falsa a circunstância fática apontada como motivadora do ato, o ato administrativo é nulo.

d) INCORRETA: São atributos do ato administrativo: a presunção de legitimidade e veracidade, a


autoexecutoriedade e a imperatividade.

(dica mnemônica: PAI → Presunção; Autoexecutoriedade; Imperatividade)

Pela presunção de legitimidade e veracidade, entende-se que, até que se prove o contrário, os
atos administrativos são considerados: (i) legais, pois compatíveis com a lei; (ii) legítimos, pois

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 58


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

consonantes com a moral; (iii) e verídicos, pois condizentes com a realidade.

Vale lembrar que essa presunção é relativa (“juris tantum”), podendo ser infirmada por prova em
contrário, cabendo a quem alega contrariamente à presunção o ônus probatório.

A autoexecutoriedade possibilita a Administração executar seus atos e impor o cumprimento de


seus atos sem precisar da tutela jurisdicional.

Já a imperatividade confere à Administração a prerrogativa de impor unilateralmente obrigações


aos administrados, independentemente de sua anuência.

Portanto, a afirmativa está equivocada visto que incluiu a impessoalidade no rol de atributos do ato
administrativo, não se referindo à imperatividade.

e) INCORRETA: Os atos administrativos discricionários podem ser objeto de controle pelo Poder
Judiciário quanto à legalidade, não sendo possível o controle no tocante ao mérito administrativo.

Nesse sentido, o Poder Judiciário somente pode exercer controle sobre a conveniência e
oportunidade do ato administrativo, excepcionalmente, se a conveniência e oportunidade forem
incompatível com o ordenamento jurídico, ou seja, quando afrontarem o princípio da legalidade
ampla.

No caso hipotético da assertiva, o Poder Judiciário poderia examinar aqueles pressupostos de


validade dos atos administrativos que não se confundem com o mérito administrativo.

Logo, levando em conta os dados da questão, no caso hipotético caberia ao juiz analisar a existência
de legalidade ampla (regras e princípios, constitucionais e infraconstitucionais) na dispensa da
licitação e na escolha da construtora familiar. De outra sorte, não poderia o julgador se imiscuir na
decisão discricionária de escolha pelo administrador da política pública de promoção de prática
esportiva, por não se configurar como política pública que, por si, afronta o ordenamento jurídico,
visto que a eleição dessa ou daquela política pública compete ao gestor público e não ao Judiciário.

GABARITO: ALTERNATIVA (C)

QUESTÃO 12. Analise as afirmativas abaixo:

I – Bens públicos são aqueles pertencentes a todas pessoas jurídicas integrantes da


Administração Pública direta e indireta.

II – Os bens públicos se caracterizam por serem impenhoráveis, imprescritíveis,


absolutamente inalienáveis e não passíveis de oneração.

III – A constituição prevê três modalidades de precatório: (i) precatórios comuns; (i)
precatórios alimentícios; (iii) precatórios alimentícios a idosos, portador de doença

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 59


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

grave ou portador de deficiência, até o triplo do valor do teto do RPV.

IV – É prescindível processo administrativo prévio para demissão ou exoneração de


servidor público titular de cargo, admitido por concurso público, mas que ainda se
encontra em estágio probatório.

V – Entre as sanções disciplinares aplicáveis ao servidor público estatutário federal


estão advertência, suspensão, multa e a demissão, entre outras.

a) Somente não estão certas III e V.

b) Estão corretas apenas I, III e V.

c) Todas estão corretas.

d) Somente não estão erradas III e V.

e) Nenhuma está correta.

COMENTÁRIO

I – INCORRETA: De acordo com o artigo 98 do Código Civil e doutrina amplamente majoritária, são
bens públicos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público, ou seja, entes políticos
integrantes da Administração direta (União, Estados, DF e Municípios, assim como as pessoas
jurídicas de direito público integrantes da Administração indireta (autarquias e fundações públicas
de direito público).

Contudo, em que pese a natureza jurídica de autarquias especiais dos conselhos de fiscalização,
o STF decidiu pela não sujeição ao regime de precatórios. Como consequência, tem-se que os
bens dos conselhos de fiscalização profissional são penhoráveis, conforme decidido no Rext com
repercussão geral RE 938837.

Outrossim, insta ressaltar que o STF reconheceu a natureza pública e, portanto, a impenhorabilidade
dos bens dos Correios, por se tratar de empresa pública “sui generis” que exerce serviço público
essencial de competência exclusiva da União, não se submetendo à concorrência do livre mercado.

No mais, as empresas públicas e sociedades de economia mista têm seus bens são penhoráveis,
assim também as fundações públicas de direito privado.

Logo, conclui-se que são bens públicos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
– União, Estados, DF e Municípios, autarquias e fundações públicas de direito público), assim
como os bens de propriedade dos Correios (apesar de este ser empresa pública). De outra sorte,
não são bens públicos aqueles de propriedade das empresas públicas e sociedades de economia

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 60


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

mista e das fundações públicas de direito privado, do mesmo modo que os bens dos conselhos
profissionais (apesar de serem autarquias especiais).

II – INCORRETA: Os bens públicos têm os seguintes atributos, que delineiam seu regime
jurídico especial: (i) impenhorabilidade, não podendo ser objeto de penhora, sequestro ou outra
medida constritiva judicial, conforme súmula 340 do STF; (ii) imprescritíveis, pois não podem ser
adquiridos por usucapião (prescrição aquisitiva); (iii) não onerabilidade, visto que, se não podem
ser penhorados, por óbvio também não podem sofrer ônus reais.

Em que pese a alienação de bens públicos seja mais complexa que a alienação de bens de
particulares, é certo que eles podem ser alienados a terceiros, desde que observado o princípio
da legalidade. Cumpre lembrar que a venda de bens públicos – que é uma das modalidades de
alienação de bens públicos – somente pode se dar por meio de licitação. Logo, aqui se encontra o
erro da assertiva, pois os bens públicos não são absolutamente inalienáveis.

A impenhorabilidade dos bens públicos decorre do regime de precatórios, regulado no artigo 100
da CF, o qual prestigia os princípios da impessoalidade e supremacia do interesse público.

III – CORRETA: O artigo 100, caput e §§ 1º e 2º, da CF prescrevem três modalidades de precatórios:
no caput encontra-se previsto o precatório comum, ordinário ou genérico; o § 1º trata dos precatórios
alimentares, os quais têm prioridade sobre os ordinários; e o § 2º prescreve o precatório alimentar
em benefício de idosos, portadores de doença grave ou portadores de deficiência, até o triplo do
valor do teto do RPV.

Estes últimos precatórios são superprivilegiados e preferem em relação a todos os demais.

IV – INCORRETA: De acordo com entendimento firmado pelo STF e à luz dos princípios da
impessoalidade, finalidade, contraditório e ampla defesa, o STF firmou entendimento no sentido de
que, mesmo estando em estágio probatório, o servidor público titular de cargo, que ingressou por
concurso público, somente pode ser demitido ou exonerado com prévio processo administrativo.

Nesse sentido é a súmula 21 do STF: “Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado
nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade.”

Registro que, em que pese a lei 8.112/90, artigo 21, estabeleça que se adquire estabilidade após
período de dois anos de efetivo exercício, a Constituição Federal, em seu artigo 41, caput, prevê
que a estabilidade se adquire após três anos de efetivo exercício, período em que o servidor se
submete ao estágio probatório. Sobre o tema, o STF consolidou entendimento de que o interregno
de estabilidade é o mesmo do estágio probatório, qual seja, três anos, nos termos da Lei Maior.
Vide decisão STA 263 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 26-2-2010.

V – CORRETA: O artigo 127 da Lei 8.112/90 prevê as seguintes sanções disciplinares aos
servidores estatutários federais: advertência; suspensão; demissão; cassação de aposentadoria
ou disponibilidade; destituição de cargo em comissão; destituição de função comissionada.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 61


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Vale lembrar que exoneração não é punição disciplinar. É o ato administrativo de destituição de
ocupante cargo em comissão, constituindo-se em ato discricionário que não precisa ser motivado.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

PROFESSOR: MURILLO FRANCO CAMARGO


E-mail: facocursocei@gmail.com

DIREITO PENAL BLOCO I

QUESTÃO 13. Aponte a alternativa correta, conforme o caso concreto apresentado:

João, convidado a ser testemunha em audiência trabalhista, sabendo que não trabalhou
no mesmo período que o reclamante, falsificou sua CTPS com dados incorretos sobre
admissão, função, salário e dispensa. O documento foi exibido em Juízo, e o depoimento
relevante para a prolação da sentença que negou a equiparação salarial pleiteada, já que o
reclamante não convidou testemunhas.

I – O ato praticado se enquadra no tipo penal da falsidade ideológica.

II – João praticou o crime de falsa identidade, o qual constitui apenas uma modalidade
da falsidade ideológica.

III – João, como é funcionário público atualmente, terá sua pena elevada.

IV – O crime de falsidade ideológica não pode ser praticado por omissão do agente.

a) V, F, V, F.

b) V, V, F, V.

c) V, V, V, V.

d) V, F, F, F.

e) nenhuma das alternativas corresponde ao julgamento dos itens acima.

COMENTÁRIO

I – CORRETA: A conduta praticada por João se enquadra ao tipo penal da falsidade ideológica,
pois houve a falsificação de documento particular a fim de prejudicar direito e também para alterar

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 62


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

a verdade sobre fato juridicamente relevante.

Segundo o art. 299 do CPB, comete falsidade ideológica quem:

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com
o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único - Se
o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a
falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de
sexta parte.

II – INCORRETA: O crime de falsa identidade não é uma modalidade da falsidade ideológica, mas
é conduta autônoma que pode ser considerada subsidiária e responder o agente pelo crime mais
grave caso a conduta tenha outros desdobramentos.

Vejamos o que dispõe o art. 307 do CPB:

Falsa identidade - Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter
vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção,
de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

Portanto, além de João não ter praticado falsa identidade, este crime não é considerado uma
modalidade da falsidade ideológica, já que ambos são previstos de forma autônoma no CPB.

III – INCORRETA: Conforme se vê do dispositivo acima transcrito, o funcionário público que se


utiliza do cargo para a prática do crime tem sua pena elevada. No entanto, referida hipótese não se
enquadra no caso em questão, já que João não se utilizou do cargo para a prática do ato.

IV – INCORRETA: O próprio dispositivo demonstra que o crime também pode ocorrer por omissão
do agente, quando este deixa de declarar informação relevante que deveria constar do documento
a fim de causar as consequências previstas.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

QUESTÃO 14. Sobre o crime de abuso de autoridade, constituem sanções administrativas,


exceto:

a) Exoneração;

b) Advertência;

c) Demissão a bem do serviço público;

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 63


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

d) Suspensão do cargo.

e) Todas acima são consideradas sanções de natureza administrativa a serem impostas


ao agente.

COMENTÁRIO

O art. 6º da Lei de Abuso de Autoridade traz sanções administrativas a serem impostas ao Agente
que comete o crime. Dentre elas, não há previsão para a exoneração e, portanto, a alternativa “a”
está incorreta.

Art. 6º Lei 4.898/1965 - O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa
civil e penal. § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do
abuso cometido e consistirá em: a) advertência; b) repreensão; c) suspensão do cargo,
função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e
vantagens; d) destituição de função; e) demissão; f) demissão, a bem do serviço público.

GABARITO: ALTERNATIVA (A)

PROFESSOR: FABRÍCIO LIMA SILVA


E-mail: profcei.fabriciolima@gmail.com

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO BLOCO I

QUESTÃO 15. Assinale a alternativa INCORRETA:

a) A decisão que acolher a “exceção de pré-executividade” tem a natureza de sentença e


pode ser atacada pelo credor, por Agravo de Petição, mas a decisão que a rejeita assume
natureza interlocutória, não sendo recorrível de imediato.

b) Somente a prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto
com a confissão ficta, sendo que a vedação à produção de prova posterior pela parte
confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/
dever de conduzir o processo

c) O juiz não está adstrito às conclusões do laudo pericial, podendo basear-se em outros
elementos de convicção presentes nos autos para formar sua convicção motivada.

d) Quando a parte receber a notificação da sentença em um sábado, o início do prazo


será na segunda-feira ou no primeiro dia útil subsequente.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 64


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) Compete à parte autora a prova da igualdade da função, fato constitutivo do direito


à equiparação salarial, e à reclamada os fatos modificativos, impeditivos ou extintivos
do pleito equiparatório, quais sejam, diferença de produtividade e perfeição técnica,
diferença de tempo no exercício da função superior a dois anos, labor em localidades
geoeconômicas diferentes e existência de quadro de carreira.

COMENTÁRIO

a) CORRETA: Segundo entendimento pacificado na Súmula n. 214, do TST, “a Justiça do Trabalho,


nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato”.

Assim, sendo interlocutória a decisão que rejeita a “exceção de pré-executividade”, esta não é
passível de recurso imediato.

Estas são as lições do professor Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite, na sua obra “Curso de Direito
Processual do Trabalho”:

“Se a exceção de pré-executividade for rejeitada pelo juiz, dessa decisão, por ser
tipicamente interlocutória, não caberá nenhum recurso, a teor do § 1º do art. 893 da CLT,
sendo certo que as questões suscitadas nesse meio de defesa poderão ser novamente
levantadas nos embargos do devedor, desde que garantido o juízo da execução”.

Todavia, a contrario sensu, se a exceção for acolhida, será passível o recurso imediato contra a
decisão.

b) CORRETA: Nos termos do entendimento contido na Súmula n. 74, do C. TST:

“Súmula nº 74 do TST CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) –


Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016

I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação,


não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não
implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.

III - A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica,
não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo”.

Lembre-se que o art. 765, da CLT, confere ao juiz amplos poderes na condução e direção do
processo, desde que não obste o conhecimento da verdade. Cabe ao julgador indeferir a produção
de provas desnecessárias ou inúteis ao julgamento do feito ou determinar a realização daquelas
que julgar necessárias.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 65


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

c) CORRETA: Segundo o art. 479, do CPC: “O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o
disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de
considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito”.

E, conforme já decidiu o TST:

“Realizada perícia, na forma exigida pelo art. 195 da CLT, o Juiz não está adstrito à
respectiva conclusão, podendo valer-se de outras provas para infirmar ou modificar o
laudo e deferir o adicional. Não violada a literalidade do art. 195 da CLT e inespecífico
o dissenso, que desconsidera as circunstâncias que motivaram a rejeição do laudo”
(Processo: RR - 516966-81.1998.5.06.5555 Data de Julgamento: 19/06/2002, Relator
Juiz Convocado: José Pedro de Camargo Rodrigues de Souza, 2ª Turma, Data de
Publicação: DJ 02/08/2002).

d) INCORRETA: A hipótese está prevista na Súmula nº 262, I, do TST, que prevê o início do prazo
quando a notificação é recebida no sábado. Conforme entendimento do TST: “I – Intimada ou
notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem,
no subseqüente”.

Logo, a contagem do prazo deveria iniciar-se na terça-feira ou no primeiro dia útil subsequente.

e) CORRETA: Segundo o artigo 818, da CLT, é ônus do autor comprovar os fatos constitutivos de
seu direito (identidade de funções). E o item VIII da Súmula n. 6 do TST: “É do empregador o ônus
da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial”.

Nesse sentido, colacionamos o seguinte julgado do E. TRT da 3ª Região:

“EQUIPARAÇÃO SALARIAL. IDENTIDADE DE FUNÇÕES. ÔNUS DA PROVA. A


equiparação salarial se impõe como justa medida da isonomia consagrada em nossa
Lei Maior, porquanto visa remunerar, com igual salário, os empregados que executem
um conjunto de tarefas e misteres inerentes à mesma função (art. 7º, XXX, da CF/88
c/c art. 461 da CLT). A questão sobre o ônus probatório das controvérsias relativas à
equiparação salarial foi resolvida pela súmula 6 do C. TST. Assim cabe ao autor provar
os fatos constitutivos de seu direito (art. 818 da CLT e art. 373, I do CPC/2015), isto é,
o exercício de função idêntica para o mesmo empregador e na mesma localidade; ao
reclamado fica o ônus de provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos da
equiparação salarial, quais sejam, diferença de produtividade ou de perfeição técnica e
do tempo no exercício da função superior a dois anos (art. 373, II do CPC/2015)” (TRT
da 3.ª Região; PJe: 0010900-96.2015.5.03.0005 (RO); Disponibilização: 24/08/2017;
Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Milton V.Thibau de Almeida).

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 66


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÃO 16. Com base nas referidas assertivas, assinale a alternativa CORRETA:

I - Para que seja apresentada reconvenção é necessário que esta seja conexa com a ação
principal ou com os fundamentos da defesa.

II - A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu


mérito obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção, uma vez que a
extinção do processo principal impede o exame do acessório (reconvenção).

III – A apresentação da defesa é requisito para o conhecimento da reconvenção.

IV – A reconvenção também enseja litispendência.

a) Todas as assertivas estão corretas.

b) Somente a assertiva I está correta.

c) Somente as assertivas II e III estão incorretas.

d) Somente as assertivas I e II estão corretas.

e) Somente as assertivas II e IV estão corretas.

COMENTÁRIO

I) CORRETA: A reconvenção, no Processo do Trabalho, deve seguir os parâmetros estabelecidos


no Código de Processo Civil. Nesse sentido, são as lições do Professor Mauro Schiavi:

“A reconvenção disciplinada no Código de Processo Civil é compatível com o Processo


do trabalho, por omissão da CLT e compatibilidade com os princípios que regem o Direito
Processual do Trabalho (art. 769 da CLT)” (Manual de Direito Processual do Trabalho,
10ª edição, LTr, pág. 650).

Fixada tal premissa, verifica-se que o art. 343, do CPC/2015, estabelece que:

“Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão
própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa” (destaquei).

II) INCORRETA: Nos moldes do parágrafo 2º do art. 343 do CPC/2015:

“§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de


seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção”.

III) INCORRETA: Conforme o disposto no parágrafo 6º do art. 343 do CPC/2015:

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 67


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

“§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação”.

IV) CORRETA: Segundo estabelece o art. 337, §§ 1º, 2º e 3º, do CPC/2015, ocorre a litispendência
quando se repete ação que ainda está em curso, contra a mesma parte e com os mesmos pedidos
e causa de pedir.

Por ter natureza jurídica de ação, a reconvenção também enseja litispendência, tendo em vista que
a finalidade da norma é evitar, por meio desse fenômeno jurídico, o risco de decisões conflitantes
e a movimentação desnecessária da máquina judiciária.

GABARITO: ALTERNATIVA (C)

QUESTÃO 17. Em relação ao ônus da prova e às provas no Processo do Trabalho, assinale


a alternativa CORRETA:

a) Não existe nulidade no indeferimento de prova testemunhal por alegação de


cerceamento de defesa, se a reclamada, contando com mais de 10 empregados, não
tenha apresentado os controles de ponto do reclamante.

b) A apresentação de contradita da testemunha é logo após o seu compromisso, sob


pena de preclusão.

c) Conforme o entendimento do TST, é do empregado o ônus de comprovar que satisfaz


os requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte, por se tratar de fato
constitutivo de seu direito.

d) É do empregado o ônus da prova em relação à ausência de regularidade dos depósitos


do FGTS em sua conta vinculada.

e) Compete ao empregado a prova dos requisitos para a percepção do salário-família,


inclusive quanto à eventual recusa do empregador em receber a certidão do filho menor
de catorze anos.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: Embora seja ônus do reclamado, que possua mais de 10 empregados, juntar
aos autos os controles de ponto do trabalhador (art. 74, §2º, da CLT e Súmula 338/TST), o não
atendimento dessa obrigação implica confissão ficta e, portanto, relativa, admitindo a produção de
provas em contrário.

O poder-dever do Magistrado de dirigir o processo, que lhe permite indeferir a produção de provas
que reputar inúteis ou protelatórias (art. 765 da CLT), deve ter fundamento sólido, sob pena de

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 68


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

cercear, de forma injusta, o direito constitucional das partes à ampla defesa e ao contraditório (art.
5º, LV, da Constituição Federal).

Saliente-se que o item I da Súmula n. 338, do TST, faz a expressa ressalva: “I - É ônus do empregador
que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art.
74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção
relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário”
(destaquei).

Logo, o indeferimento da produção de prova testemunhal pela reclamada, configura cerceamento


do direito de defesa.

b) INCORRETA: Dispõe o art. 457, do CPC/15:

Art. 457. Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarará ou confirmará seus
dados e informará se tem relações de parentesco com a parte ou interesse no objeto do
processo.

§ 1º É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento


ou a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os fatos que lhe são imputados,
provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até 3 (três), apresentadas no
ato e inquiridas em separado.

§ 2º Sendo provados ou confessados os fatos a que se refere o § 1º, o juiz dispensará a


testemunha ou lhe tomará o depoimento como informante.

§ 3º A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os motivos


previstos neste Código, decidindo o juiz de plano após ouvidas as partes.

E, segundo salienta o professor Mauro Schiavi: “a contradita deve ser arguida depois da qualificação
da testemunha e antes do compromisso, sob consequência de preclusão”.

Neste sentido, colaciona-se o seguinte julgado:

“EMENTA: CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. CONTRADITA DE


TESTEMUNHA NÃO ARGUIDA NO MOMENTO OPORTUNO. A contradita de testemunha
deve ser apresentada no momento processual oportuno, de acordo com o disposto nos
arts. 828/CLT e 414 c/c 415 do CPC, qual seja logo após a qualificação e antes de
prestar o compromisso legal, sob pena de preclusão. Não se pode reputar válida a
tentativa de comprovar a suspeição de testemunha não argüida no momento oportuno,
cuja audiência foi encerrada sem lavratura de qualquer protesto e com a declaração
das partes de que não teriam mais provas a produzir” (TRT da 3.ª Região; Processo:
0000477-15.2013.5.03.0113 RO; Data de Publicação: 06/06/2014; Órgão Julgador:
Oitava Turma; Relator: Sercio da Silva Pecanha; Revisor: Paulo Mauricio R. Pires).

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 69


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

c) INCORRETA: Conforme a Súmula n. 460, do TST: “É do empregador o ônus de comprovar que


o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não
pretenda fazer uso do benefício”.

d) INCORRETA: Nos termos da Súmula n. 461, do TST: “É do empregador o ônus da prova em


relação à regularidade dos depósitos do FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do autor
(art. 373, II, do CPC de 2015)”.

e) CORRETA: O pagamento do salário-família possui como requisito indispensável a apresentação


da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido;
indispensável ainda a apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória e à comprovação
de frequência à escola do filho ou equiparado, nos termos do art. 67 da Lei 8.213/91.

Assim, compete ao trabalhador a comprovação dos requisitos para a percepção do benefício em


questão, como se extrai da jurisprudência consubstanciada na Súmula n. 254, do TST, in verbis:

“SALÁRIO-FAMÍLIA. TERMO INICIAL DA OBRIGAÇÃO. O termo inicial do direito ao


salário-família coincide com a prova da filiação. Se feita em juízo, corresponde à data
de ajuizamento do pedido, salvo se comprovado que anteriormente o empregador se
recusara a receber a respectiva certidão”.

GABARITO: ALTERNATIVA (E)

QUESTÃO 18. Caio Rolando do Morro ajuizou reclamação trabalhista em face de sua ex-
empregadora, a empresa Serra Alta Ltda., pretendendo o recebimento de horas extras, verbas
rescisórias decorrentes da dispensa imotivada e indenização por assédio moral. Na primeira
audiência a reclamada apresentou defesa, negando a realização de trabalho extraordinário,
alegando a existência de abandono de emprego e os fatos constitutivos do assédio moral.
Foram juntados apenas controles de ponto, com horários invariáveis, pertinentes a todo
pacto laboral, os quais foram impugnados pelo autor. Para a audiência de instrução, as
partes foram intimadas pessoalmente para depoimentos pessoais, sob pena de confissão,
mas não compareceram, estando presentes apenas os advogados. Diante da ausência das
partes, o Juiz encerrou a fase de instrução e os autos foram conclusos para sentença.

Considerando-se a situação fática retratada, analise a distribuição do ônus da prova e


assinale a afirmativa CORRETA:

a) A ausência das partes gera a confissão ficta recíproca, sendo que deverá ser observando
o ônus probatório do autor, e para os extintivos, modificativos e impeditivos, o ônus será
do réu. Portanto, todos os pedidos deverão ser julgados improcedentes.

b) Não há confissão em razão da presença dos advogados. Todavia, inexistindo outras

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 70


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

provas, os pedidos deverão ser julgados improcedentes.

c) Em razão da confissão, presumem-se verdadeiros os fatos alegados, diante do


princípio da proteção, deverão ser julgados procedentes todos os pedidos formulados
na petição inicial.

d) Em razão da confissão recíproca, os pedidos de horas extras e de pagamento das


verbas rescisórias decorrentes da dispensa imotivada procedem. Porém, improcede o
pedido de indenização por assédio moral.

e) A audiência deveria ser adiada, diante do comparecimento dos procuradores, uma vez
que inviável a colheita dos depoimentos pessoais das partes.

COMENTÁRIO

d) CORRETA (responde as demais alternativas): Consoante art. 844, da CLT e a Súmula n. 74,
do TST, deve ser aplicada a pena de confissão à parte que, expressamente intimada com esta
cominação, não comparecer à audiência de prosseguimento.

No caso da assertiva, inexistindo comprovação dos motivos da ausência, há que se considerar a


existência de confissão recíproca, devendo ser aplicada a regra de que para os fatos constitutivos
cabe o ônus da prova ao autor, e para os extintivos, modificativos e impeditivos, o ônus será do réu,
nos termos do art. 818, da CLT.

A presença dos advogados em audiência, sem a apresentação de justificativa quanto à ausência


das partes não afasta os efeitos da confissão, inexistindo motivo para o adiamento da assentada.

Assim, resta analisar o ônus da prova relativo a cada um dos pedidos formulados pelo autor:

I) Em relação ao pedido de horas extras, considerando-se que os cartões de ponto juntados aos
autos registram horários invariáveis (britânicos), há que se aplicar o entendimento contido no item
III da Súmula nº 338 do TST:

“III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras,
que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se
desincumbir”.

Logo, em relação ao referido pedido, o ônus da prova seria da reclamada, uma vez que esta
colacionou aos autos registros invariáveis, devendo este ser julgado procedente.

II) No tocante ao pedido de verbas rescisórias, decorrentes da alegada dispensa imotivada,


igualmente, a reclamada, ao alegar que o trabalhador cometeu a falta grave tipificada como
abandono de emprego, atraiu para si o ônus da prova, inclusive porque milita em favor do empregado

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 71


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

o princípio da continuidade da relação de emprego, consoante preconiza a Súmula nº 212 do TST:

“O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de


serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação
de emprego constitui presunção favorável ao empregado”.

Portanto, em razão da confissão recíproca, o referido pedido também deveria ser julgado procedente.

III) Por fim, em relação ao pedido de indenização por assédio moral, sob o enfoque dos artigos
186 e 927 do Código Civil, há necessidade de ser demonstrado o nexo de causalidade entre a
conduta do empregador e os danos alegadamente sofridos pelo trabalhador, a fim de acarretar a
responsabilidade por indenizar.

Não se tratando a hipótese de responsabilidade objetiva ou de alguma modalidade de presunção,


o ônus da prova seria do autor, devendo o referido pedido ser julgado improcedente.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

QUESTÃO 19. No que se refere ao agravo de petição, segundo as previsões da Consolidação


das Leis do Trabalho e entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, é
INCORRETO afirmar:

a) O recurso adesivo é inadmissível na hipótese de agravo de petição.

b) Deixando a agravante de delimitar os valores impugnados no cálculo homologado


pelo d. Juízo de 1º grau, seu recurso não deve ser conhecido.

c) A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em agravo


de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive
os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à
Constituição Federal.

d) A ausência de garantia do Juízo é obstáculo ao conhecimento do agravo de petição


aviado pelo executado.

e) Sendo as razões do agravo de petição as mesmas dos embargos à execução, sem que
tenha sido apresentada qualquer impugnação aos fundamentos da decisão recorrida,
não é possível conhecer do recurso, por inobservância do Princípio da Dialeticidade.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: Diz a Súmula nº 283 do TST:

“SUM-283 RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 72


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS

O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8


(oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição,
de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja
relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária” (destaquei).

Logo, é admissível a apresentação de recurso adesivo na hipótese de agravo de petição.

b) CORRETA: Nos termos do parágrafo 1º do art. 879, da CLT: “O agravo de petição só será
recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados,
permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta
de sentença”.

Nesse sentido o seguinte aresto do TST:

“EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO.


AGRAVO DE PETIÇÃO NÃO CONHECIDO POR FALTA DE DELIMITAÇÃO DA
MATÉRIA E DOS VALORES IMPUGNADOS. Conforme entendimento pacificado no
âmbito do Supremo Tribunal Federal e deste Tribunal Superior, o não-conhecimento
de recurso, por ausência de requisitos de admissibilidade, restringe-se à interpretação
da norma processual de regência, na presente hipótese, o não-conhecimento do
agravo de petição interposto pela executada, com apoio na norma do artigo
89, § 1º, da CLT, tendo em vista a falta de delimitação da matéria e dos valores
impugnados. Eventual ofensa à Constituição Federal só se daria de forma indireta, o
que não atende à exigência do artigo 896, § 2º, da CLT e ao entendimento cristalizado
na Súmula nº 266 do TST. Agravo de instrumento a que se nega provimento” (5ª Turma,
DJ 15/09/2006. - 15/9/2006 AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
AIRR 1083406519935060301 108340-65.1993.5.06.0301 - Destaquei).

c) CORRETA: Consoante previsão a Súmula n. 266, do TST: “A admissibilidade do recurso de


revista interposto de acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em
processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração
inequívoca de violência direta à Constituição Federal”.

d) CORRETA: A garantia do juízo constitui pressuposto indispensável para a admissibilidade do


agravo de petição contra as decisões proferidas em execução, conforme previsto no artigo 897, a,
da CLT.

Assim, para a admissibilidade do recurso é necessário que o juízo esteja garantido pela penhora
ou mediante o depósito recursal (artigo 899 da CLT).

Nesse sentido, a Súmula 128 do Colendo TST, in verbis:

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 73


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

“DEPÓSITO RECURSAL

I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a


cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação,
nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso.

II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer


decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do
valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo”.

e) CORRETA: Pelo princípio processual da dialeticidade, a fundamentação, cujo atendimento


pressupõe necessariamente a argumentação lógica destinada a evidenciar o equívoco da decisão
impugnada, é pressuposto extrínseco de admissibilidade de conhecimento de qualquer recurso.

Segundo leciona o Professor Mauro Schavi:

“O princípio da dialeticidade, também chamado princípio da discursividade, significa a


necessidade de o recorrente fundamentar seu inconformismo com a decisão, bem como
apontar os capítulos da decisão que pretende reformar. Também possibilita que a parte
contrária possa contra-arrazoar o recurso, exercendo o contraditório e ampla defesa”

Nestes termos, é o constante do item III, da Súmula n. 422 do C. TST:

“RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO.

III - Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da competência de


Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente
dissociada dos fundamentos da sentença.” (Manual de Direito Processual do Trabalho,
10ª edição, LTr, pág. 856).

GABARITO: ALTERNATIVA (A)

QUESTÃO 20. Assinale a alternativa INCORRETA:

a) Diante da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, inexiste medida processual a


ser adotada em face da decisão de que determina a reintegração de empregado em sede
de tutela de urgência, antes da sentença de mérito.

b) A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do


mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário.

c) O simples fato de a testemunha estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo


empregador, com pedidos idênticos ou semelhantes, não a torna suspeita.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 74


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

d) A decisão em exceção de incompetência territorial que remete o feito a Tribunal


Regional diverso daquele a que se vincula o juízo excepcionado é recorrível, mesmo
sendo de natureza interlocutória.

e) É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não


contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes
dados constituem elementos que os individualizam.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: Nos termos do item II da Súmula n. 414 do TST: “No caso de a tutela provisória
haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da
inexistência de recurso próprio”.

b) CORRETA: Segundo o entendimento contido no item I da Súmula n. 414 do TST:

“A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do


mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível
a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido
ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por
aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015”.

c) CORRETA: Este é a previsão a Súmula n. 357, do TST: “Não torna suspeita a testemunha o
simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador”.

d) CORRETA: Conforme a Súmula n. 214, do TST:

“SUM-214 DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE

Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional
do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que
acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto
no art. 799, § 2º, da CLT”.

e) CORRETA: Conforme a Súmula n. 456 do TST:

“SUM-456 REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALIDADE.


IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE.

I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não


contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 75


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

dados constituem elementos que os individualizam.

II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o


juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber
ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76,
§ 1º, do CPC de 2015).

III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase recursal,


o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente,
ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao
recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de2015)”.

GABARITO: ALTERNATIVA (A)

PROFESSOR: VINÍCIUS DE MIRANDA TAVEIRA


E-mail: facocursocei@gmail.com

DIREITO CONSTITUCIONAL BLOCO II

QUESTÃO 21. Sobre o controle de constitucionalidade, é correto afirmar que:

a) De acordo com a cláusula de reserva de plenário, os tribunais somente podem declarar


uma norma constitucional ou inconstitucional, incidentalmente, por decisão da maioria
absoluta do plenário ou do órgão especial.

b) Somente têm legitimidade para propor ADI ou ADC: o Presidente da República; a Mesa
do Senado; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de Assembleia Legislativa ou
Câmara Legislativa do DF; os Estados ou o DF; o PGR; o Conselho Federal da OAB;
partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical,
central sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

c) Há casos em que a legitimidade ativa para propositura da ADI ou ADC depende


da existência de pertinência temática, tal como ocorre na propositura pela Mesa da
Assembleia Legislativa.

d) Os conselhos de fiscalização profissional têm legitimidade para ADI, desde que


presente a pertinência temática.

e) Com a instituição da repercussão geral, pode-se dizer que, em consonância com

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 76


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

a doutrina pacífica bem como a jurisprudência consolidada do Supremo, o recurso


extraordinário passou a ser instrumento de controle objetivo de constitucionalidade.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: O artigo 97 da Constituição estabelece a denominada cláusula de reserva de


plenário ao dispor que “somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros
do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público”.

Percebe-se, pois, que o constituinte determinou que o reconhecimento de inconstitucionalidade de


lei ou ato normativo por órgãos colegiados, seja no exercício de controle concentrado (abstrato ou
objetivo) ou difuso (concreto ou subjetivo), somente pode se dar com votos da maioria absoluta do
pleno ou do órgão especial.

É importante salientar que somente a declaração de inconstitucionalidade atrai a cláusula de


reserva de plenário, sendo certo que a declaração de constitucionalidade prescinde da norma do
artigo 97 da Constituição Federal. Aliás, aqui se encontra o erro da assertiva.

O STF tem entendimento firmado no sentido de que, quando a matéria já tiver sido apreciada
anteriormente pelo plenário do STF ou caso exista súmula deste mesmo tribunal, não incide a
cláusula de reserva de plenário, dispensando-se a remessa do julgamento ao plenário ou órgão
especial. No mesmo sentido é o artigo 949, II, do CPC.

A propósito, registro que o Supremo reiterou seu entendimento em decisão com repercussão geral
(tema 856, I), conforme segue:

“I - É desnecessária a submissão à regra da reserva de plenário quando a decisão


judicial estiver fundada em jurisprudência do Plenário ou em Súmula deste Supremo
Tribunal Federal”

Ademais, também não há necessidade de se remeter ao órgão especial ou ao pleno, quando o


plenário ou órgão especial do tribunal já tiver pronunciamento anterior sobre o tema, conforme
também prevê o inciso II do artigo 949 do CPC.

Finalmente, não se pode olvidar a existência da súmula vinculante 10 que também versa sobre o
assunto, in verbis:

Súmula Vinculante 10: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.”

b) INCORRETA: O artigo 103 da Constituição estabelece que somente têm legitimidade para ajuizar

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 77


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

ADI ou ADC: o Presidente da República; a Mesa do Senado; a Mesa da Câmara dos Deputados; a
Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa do DF; o governador dos Estados ou o DF;
o PGR; o Conselho Federal da OAB; partido político com representação no Congresso Nacional;
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

A assertiva apresenta dois erros, que se relacionam com os pontos grifadas no parágrafo anterior,
conforme a seguir explicado:

(i) os estados e o DF não têm legitimidade; são legitimados ativos os respectivos governadores,
consoante texto constitucional expresso;

(ii) as centrais sindicais não são legítimas para ajuizamento de ADI ou ADC, visto que no inciso
IX do artigo 103 somente há previsão de confederação sindical e entidades de classe de âmbito
nacional, sendo certo o Supremo já decidiu nesse sentido na ADI 4.224, cujo trecho segue em
destaque:

“Mantida a decisão de reconhecimento da inaptidão da agravante para instaurar controle


abstrato de normas, visto não se amoldar à hipótese de legitimação prevista no art. 103,
IX, “parte inicial”, da CF. Muito embora ocorrido o reconhecimento formal das centrais
sindicais com a edição da Lei 11.648/2008, a norma não teve o condão de equipará-
las às confederações, de modo a sobrelevá-las a um patamar hierárquico superior na
estrutura sindical. Ao contrário, criou-se um modelo paralelo de representação, figurando
as centrais sindicais como patrocinadoras dos interesses gerais dos trabalhadores, e
permanecendo as confederações como mandatárias máximas de uma determinada
categoria profissional ou econômica. [ADI 4.224 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 1º-8-2011,
P, DJE de 8-9-2011.]”

Por oportuno, lembro também que, de acordo com a jurisprudência do STF:

→ sindicatos e federações não têm legitimidade ativa para propositura de ADI e ADC;

→ associação nacional de associações de classe (Ex.: ANAMATRA) têm legitimidade ativa [ADI
3.153; informativo STF 356, AgR, ADI 2.797 e ADI 2.860];

→ somente o partido político com representação no Congresso Nacional, confederação sindical e


entidade de classe de âmbito nacional precisam se fazer representar por advogados; os demais
legitimados detêm capacidade postulatória, inclusive os governadores.

c) CORRETA: Entre todos legitimados para propositura de ADI e ADC, somente aqueles indicados
nos incisos IV, V e IX precisam demostrar pertinência temática com relação a sua finalidade
institucional, quais sejam: Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; o Governador de Estado ou do Distrito Federal; confederação sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 78


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Os demais legitimados, denominados neutros ou universais, não precisam comprovar a pertinência


temática.

d) INCORRETA: Diversamente do que referido na assertiva, os conselhos de fiscalização


profissional (ex.: CRM - Conselho Regional de Medicina) não têm legitimidade para ajuizamento
de ADI e ADC, visto que não se inserem ou se equiparar a entidade de classe de âmbito nacional.

A propósito, cumpre colacionar trecho de decisão em que o STF refutou a legitimidade ativa dos
conselhos de fiscalização profissional:

“Os conselhos de fiscalização profissional têm como função precípua o controle e a


fiscalização do exercício das profissões regulamentadas, exercendo, portanto, poder
de polícia, atividade típica de Estado, razão pela qual detêm personalidade jurídica de
direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais conselhos não se ajustam à
noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente aquelas entidades
vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria ou classe
de profissionais. [ADPF 264 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 18-12-2014, P, DJE de 25-2-
2015.]”

e) INCORRETA: Com a exigência de repercussão geral (art. 102, § 3º, da CF) e a técnica de
julgamento de recurso repetitivos nos recursos extraordinários (art. 1.036 e seguintes do CPC),
bem como a técnica de vinculação dos precedentes incorporada pelo atual CPC, discute-se na
doutrina se o recurso extraordinário deixou de ser instrumento processual de controle difuso de
constitucionalidade, transmudando-se para instrumento de controle concentrado (objetivo) de
constitucionalidade.

Com efeito, de acordo com o artigo 1.035, § 1º, do CPC, a repercussão geral consiste na existência
de “questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassemos
interesses subjetivos das partes”. Ademais, com o julgamento do processo representativo da
controvérsia, a decisão aplica-se automaticamente nos demais recursos extraordinários que
versam sobre a mesma matéria de direito.

Nesse cenário, percebe-se que, no regime de repercussão geral, o recurso extraordinário deixou de
ser remédio recursal para solução jurídica exclusivamente de um único caso, passando a se atrelar
a inúmeros processos que versem sobre a mesma questão jurídica. Em outras palavras, o acórdão
de recurso extraordinário não vincula unicamente as partes do processo julgado, tocando, ainda
que indiretamente, também outros sujeitos, alheios àquele processo em que se deu o acórdão.

Igualmente, a decisão em recurso extraordinário repetitivo impõe a aplicação da tese firmada pelo
STF no acórdão paradigma nos demais recursos com idêntica questão de direito (art. 1.039 do
CPC), devendo os tribunais observar o entendimento asseverado na tese estabelecida (artigos 927
e 1.039, III, do CPC).

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 79


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Logo, é evidente que, de certo modo, as decisões proferidas em recurso extraordinário, atualmente,
são dotadas de alguma abstratividade, pois atinge outros sujeitos externos à relação processual
em que a decisão é prolatada.

Tanto é verdade que se admite a intervenção de terceiros na modalidade “amicus curiae” no regime
de repercussão e nos recursos repetitivos, com o fim de viabilizar a atuação de terceiros que
potencialmente possam ser afetados pela decisão do recurso extraordinário.

Cabe ressaltar, por oportuno, que o STF ainda não se manifestou expressamente sobre a questão,
em que pese já tenha sinalizado que o recurso extraordinário com repercussão geral é dotado de
certa eficácia “erga omnes” no julgado da ADI 4.071, cujo trecho do teor da ementa segue abaixo:

“Ação direta de inconstitucionalidade manifestamente improcedente. Indeferimento


da petição inicial pelo Relator. Art. 4º da Lei nº 9.868/99. 1. É manifestamente
improcedente a ação direta de inconstitucionalidade que verse sobre norma (art.
56 da Lei nº 9.430/96) cuja constitucionalidade foi expressamente declarada pelo
Plenário do Supremo Tribunal Federal, mesmo que em recurso extraordinário.”

Acontece que o tema ainda é bastante controvertido na doutrina.

Há, do outro lado do debate, aqueles que sustentam que, apesar das incontestáveis modificações
no regime do recurso extraordinário, especialmente quanto à eficácia da decisão, não é possível se
afirmar que tal modalidade recursal tenha se transmudado em instrumento processual de controle
concentrado de constitucionalidade.

Isso porque, de acordo com essa segunda vertente, embora a decisão em recurso extraordinário
seja dotada de eficácia externa ao processo paradigma, alcança tão-somente outros casos “sub
judice”, não vinculando a Administração Pública.

Outrossim, para que o acórdão de Rext que reconhece a inconstitucionalidade de norma tenha
eficácia “erga omnes”, deve o STF noticiar o Senado, a quem cabe, por resolução, suspender
a eficácia da lei declarada inconstitucional, consoante artigo 52, X, da Constituição, sendo certo
que tal procedimento não gera efeitos “ex tunc”, ao contrário do que ocorre com as decisões em
controle concentrado de constitucionalidade (controle abstrato). Outro meio de se atribuir eficácia
“erga omnes” aos entendimentos consubstanciados nas decisões de Rext é a edição de súmula
vinculante sobre a matéria.

Portanto, a assertiva da questão se mostra equivocada, visto que trata de um tema extremamente
divergente na doutrina e ainda não pacificado pela jurisprudência do Supremo.

GABARITO: ALTERNATIVA (C)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 80


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÃO 22. Examine as afirmativas acerca dos princípios da igualdade e não


discriminação:

I – Sob a ótica da Constituição, todos são iguais perante a lei, sendo vedada a discriminação
de qualquer natureza, inclusive a discriminação positiva.

II – De acordo com a jurisprudência do STF, são constitucionais as leis que estabelecem


reservas de vagas em concursos públicos e universidades públicas com base em
critério étnico-racial em benefício de grupos sociais historicamente excluídos, pois se
consubstanciam em ações afirmativas visando à concretização do princípio da igualdade
material.

III – Em consonância com o entendimento jurisprudencial da corte constitucional


brasileira, as provas de aptidão física em concursos públicos, bem como a limitação de
idade sempre afrontam o princípio constitucional da igualdade.

IV – A ideia de tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de


suas desigualdades revela o princípio da isonomia substancial.

V – Qualquer norma que prescreva tratamento diferenciado em favor de determinado


grupo social desfavorecido historicamente somente é compatível com os princípios da
igualdade e da não discriminação se, na hipótese, houver relação lógica entre o critério
de diferenciação eleito pela norma e as finalidades a que seve a diferenciação. Além
disso, a finalidade do tratamento discriminador deve ser legítima à luz do ordenamento
jurídico.

Responda:

a) Somente estão erradas I e III.

b) Estão corretas apenas I, II, III e IV.

c) Todas estão corretas

d) Nenhuma está correta.

e) Somente não estão erradas II, III, IV e V.

COMENTÁRIO

I – INCORRETA: O artigo 5º, caput e I, da Constituição da República consagra o princípio da


igualdade como um dos princípios mais importantes do ordenamento jurídico brasileiro.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 81


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Outrossim, o caput do art. 5º adota o princípio fundamental da não discriminação, de acordo com o
qual, em regra, são ilícitas normas e práticas que dispensam tratamento desfavorável a pessoa(s)
ou grupo(s) por conta de características físicas, origem, religião, sexo, idade, opção sexual ou
outros critérios de distinção.

Somente se admite o tratamento desigual de oportunidades quando o fator de discrímen se justificar


em razão da finalidade legítima de diferenciação e, ainda, desde que o critério de divergência eleito
se mostre compatível com a ordem constitucional.

Também tratam sobre o tema:

→ os artigos 7º, XX e XXX, da CF;

→ inúmeros tratados internacionais de Direitos Humanos entre eles a Carta Internacional dos
Direitos Humanos (DUDH, PIDESC e PIDCP), Pacto de San Jose de Costa Rica (Interamericano
de Direitos Humanos), Convenção 111 da OIT, artigo 1º;

→ CLT, artigos 5º, 6º, 461, 372 e seguintes;

→ Lei 9.029, artigos 1º e 4º;

→ Estatuto da pessoa com deficiência, Lei 13.146/2015, art. 34, § 1º;

→ Estatuto do Idoso.

Importante ressaltar que, como corolário dos princípios da isonomia substancial e da não
discriminação, o Direito proíbe a discriminação negativa, mas admite e promove a discriminação
positiva, que se concretiza por meio das ações afirmativas.

Nesse sentido, são lícitas normas e práticas que dispensam tratamento diferenciado mais benéfico
a indivíduos e grupos socialmente vulneráveis, desde que o tratamento mais benéfico tenha
como motivo uma condição social desfavorável do destinatário e vise estabelecer igualdade de
oportunidades.

Portanto, a assertiva está incorreta no que se refere à discriminação positiva, já que o Direito veda
a discriminação negativa, mas admite e fomenta a discriminação positiva, instrumentalizada pelas
ações afirmativas.

II – CORRETA: Os exemplos mais notórios de ações afirmativas consagradas em nosso sistema


constitucional são os sistemas de cotas com base em critérios étnico-raciais para ingresso em
concurso público ou instituição pública de ensino superior, tendo o STF reconhecido mais de
uma vez a constitucionalidade das normas que estabelecem tais medidas de concretização dos
princípios da igualdade substancial e da não discriminação.

Seguem trechos das decisões do Supremo sobre a matéria:

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 82


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

“(...) Com base nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente
o pedido formulado em ação declaratória de constitucionalidade em que se discutia
a legitimidade da Lei federal nº 12.990/2014. A norma reserva aos candidatos que se
autodeclararem pretos ou pardos 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos
para provimento de cargos e empregos públicos. Prevê também que, na hipótese de
constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido
nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão, após procedimento administrativo.
A lei ainda dispõe que a nomeação dos candidatos aprovados respeitará os critérios de
alternância e proporcionalidade, que consideram a relação entre o número de vagas
total e o número de vagas reservadas a candidatos com deficiência e a candidatos
negros. (...) A reserva de vagas vale para todos os órgãos e, portanto, para todos os
Poderes da União. Os Estados e os Municípios não estão obrigados por essa lei, mas
serão consideradas constitucionais as leis estaduais e municipais que adotarem essa
mesma linha. [ADC 41, rel. min. Roberto Barroso, Informativo 868.]”

“Atos que instituíram sistema de reserva de vagas com base em critério étnico-racial
(cotas) no processo de seleção para ingresso em instituição pública de ensino superior.
(...) Não contraria – ao contrário, prestigia – o princípio da igualdade material, previsto
no caput do art. 5º da Constituição da República, a possibilidade de o Estado lançar
mão seja de políticas de cunho universalista, que abrangem um número indeterminado
de indivíduos, mediante ações de natureza estrutural, seja de ações afirmativas, que
atingem grupos sociais determinados, de maneira pontual, atribuindo a estes certas
vantagens, por um tempo limitado, de modo a permitir-lhes a superação de desigualdades
decorrentes de situações históricas particulares. (...) Justiça social hoje, mais do
que simplesmente retribuir riquezas criadas pelo esforço coletivo, significa distinguir,
reconhecer e incorporar à sociedade mais ampla valores culturais diversificados, muitas
vezes considerados inferiores àqueles reputados dominantes. No entanto, as políticas
de ação afirmativa fundadas na discriminação reversa apenas são legítimas se a sua
manutenção estiver condicionada à persistência, no tempo, do quadro de exclusão social
que lhes deu origem. Caso contrário, tais políticas poderiam converter-se em benesses
permanentes, instituídas em prol de determinado grupo social, mas em detrimento da
coletividade como um todo, situação – é escusado dizer – incompatível com o espírito
de qualquer Constituição que se pretenda democrática, devendo, outrossim, respeitar a
proporcionalidade entre os meios empregados e os fins perseguidos. [ADPF 186, rel. min.
Ricardo Lewandowski]”

No mesmo sentido é a tese firmada pelo STF em repercussão geral no RE 597285:

É constitucional o uso de ações afirmativas, tal como a utilização do sistema de reserva


de vagas (“cotas”) por critério étnico-racial, na seleção para ingresso no ensino superior

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 83


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

público.

III – INCORRETA: A afirmativa se revela equivocada pois o STF entende que o tratamento desigual
nos concursos públicos pode se revelar lícito se, analisando o caso concreto e decidindo pela
ponderação, se constatar que estão presentes, cumulativamente, os seguintes elementos:

(i) previsão legal do requisito para o cargo;

(ii) o fator de distinção tiver relação com da finalidade de diferenciação;

(iii) a finalidade da distinção deve ser legítima;

(iv) o critério de discrímen eleito deve ser condizente com a ordem constitucional.

Assim, o Supremo tem entendido que é lícito se estabelecerem nos editais de concursos requisitos
tais como aptidão física e idade máxima, desde que tais atributos estejam prescritos em lei e sejam
imprescindíveis para o exercício da função, conforme se vê nas decisões abaixo colacionadas:

“Concurso público. Prova de esforço físico. Caso a caso, há de perquirir-se a sintonia


da exigência, no que implica fator de tratamento diferenciado com a função a ser
exercida. Não se tem como constitucional a exigência de prova física desproporcional
à habilitação ao cargo de auxiliar médico-legista, porquanto a atuação deste, embora
física, não se faz no campo da força bruta, mas a partir de técnica específica. [AI 851.587
AgR, rel. min. Marco Aurélio; vide também RE 150.455 ]”.

“Concurso público da Polícia Militar. Teste de esforço físico por faixa etária: exigência
desarrazoada, no caso. Ofensa aos princípios da igualdade e legalidade. O STF entende
que a restrição da admissão a cargos públicos a partir da idade somente se justifica
se previsto em lei e quando situações concretas exigem um limite razoável, tendo
em conta o grau de esforço a ser desenvolvido pelo ocupante do cargo ou função.
No caso, se mostra desarrazoada a exigência de teste de esforço físico com critérios
diferenciados em razão da faixa etária. [RE 523.737 AgR, rel. min. Ellen Gracie; vide
também RE 345.598 AgR]”.

“Concurso público. Fator altura. Caso a caso, há de perquirir-se a sintonia da


exigência, no que implica fator de tratamento diferenciado com a função a ser exercida.
No âmbito da polícia, ao contrário do que ocorre com o agente em si, não se tem como
constitucional a exigência de altura mínima, considerados homens e mulheres, de um
metro e sessenta para a habilitação ao cargo de escrivão, cuja natureza é estritamente
escriturária, muito embora de nível elevado.” [RE 150.455, rel. min. Marco Aurélio; vide
também AI 384.050 AgR, RE 194.952, AI 851.587 AgR]”.

“Razoabilidade da exigência de altura mínima para ingresso na carreira de


delegado de polícia, dada a natureza do cargo a ser exercido. Violação ao princípio

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 84


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

da isonomia. Inexistência.” [RE 140.889, rel. Min. Maurício Corrêa; vide RE 659.557]”

“Concurso público. Critério de admissão. Sexo. A regra direciona no sentido da


inconstitucionalidade da diferença de critério de admissão considerado o sexo – art. 5º, I;
e § 2º do art. 39 da Carta Federal. A exceção corre à conta das hipóteses aceitáveis,
tendo em vista a ordem socioconstitucional. [RE 120.305, rel. min. Marco Aurélio;
vide RE 528.684, rel. min. Gilmar Mendes]”

Súmula 683 do STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se


legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.”

Por fim, destaco que, no âmbito das relações de emprego também há norma que possibilita a
distinção quando o fator de discrímen tiver relação lógica com os atributos necessários para
o cargo. Nesse sentido, a Convenção 111 da OIT, no artigo 1º, prescreve que: “As distinções,
exclusões ou preferências fundadas em qualificações exigidas para um determinado emprego não
são consideradas como discriminação.”

IV – CORRETA: Conforme já asseverado, a ideia de se tratarem igualmente os iguais e desigualmente


os desiguais na medida de suas desigualdades revela o princípio da isonomia substancial.

V – CORRETA: Como referido anteriormente, as ações afirmativas são plenamente compatíveis


com os princípios da isonomia substancial e não discriminação, desde que, se verifique relação
lógica entre o critério de diferenciação eleito pela norma e as finalidades a que serve a diferenciação.
Além disso, a finalidade do tratamento discriminador deve ser legítima à luz do ordenamento jurídico.

GABARITO: ALTERNATIVA (A)

QUESTÃO 23. Examine as assertivas acerca do poder constituinte:

I – De acordo com a doutrina majoritária e o STF, o poder constituinte originário


(também chamado de genuíno ou de primeiro grau) inaugura uma nova ordem jurídica,
caracterizando-se por ser ilimitado e incondicionado, não se submetendo a qualquer
restrição em relação à ordem jurídica anterior ou externa. Em outras palavras, o poder
constituinte é um poder de caráter político e pré-jurídico, inserindo-se, assim, na esfera
do “ser” e não do “dever ser”.

II – O poder constituinte originário é inaugural e ilimitado, ao passo que o poder


constituinte derivado é um poder constituído e limitado.

III – O poder constituinte derivado decorrente se manifesta por meio da mutação


constitucional.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 85


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

IV – O chamado poder constituinte difuso consiste na alteração informal do conteúdo


normativo da constituição decorrente da mudança interpretativa das normas
constitucionais.

V – Considerando que o poder constituinte originário rompe com a ordem jurídica pretérita,
instituindo um novo Estado constitucional, é correto dizer que todo o ordenamento
jurídico vigente antes da nova constituição necessariamente perde a validade.

a) Somente estão erradas I, III e V.

b) Estão corretas apenas I, II, IV e V.

c) Todas estão corretas

d) Nenhuma está correta.

e) Somente não estão erradas I, II e IV.

COMENTÁRIO

I – CORRETA: O poder constituinte originário consiste no poder político que o povo tem de estabelecer
a ordem jurídica que regerá o grupo social por meio de uma constituição escrita. A doutrina refere
que, como o poder constituinte originário não se funda em nenhuma norma preexistente, isto é, por
ser um poder político, pré-jurídico e inaugural, baseado na soberania e autodeterminação do povo,
insere-se no mundo do “ser” e não do “dever ser”. São atributos do poder constituinte originário:

(i) inaugural: visto que inicia uma nova ordem jurídica, rompendo com a ordem jurídica pretérita;

(ii) ilimitado: é um poder superior, soberano ou supremo, não se submetendo a quaisquer


restrições jurídicas, exceto aquelas estabelecidas pelo próprio poder constituinte originário; dessa
característica decorre que a concepção lógica de que as normas criadas pelo poder constituinte
originário nunca podem ser tidas como inconstitucionais;

(iii) incondicionado: o exercício do poder constituinte originário não se sujeita a qualquer condição
previamente estabelecidas pelo ordenamento jurídico anterior ou outro ordenamento externo;

(iv) permanente e inalienável: com a instituição de uma constituição, o poder constituinte originário
não se esvai, pois subsiste de modo latente, podendo ser exercido pelo povo quando entender que
se faz necessária o rompimento com a ordem constitucional vigente e inauguração de nova ordem.

Em que pese a doutrina amplamente majoritária e o STF entenderem que o poder constituinte
originário é ilimitado, não se pode deixar de registrar que existe uma segunda corrente doutrinária,
minoritária, denominada de jusnaturalista, a qual sustenta que o poder constituinte originário é

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 86


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

limitado pelos princípios reconhecidos na ordem internacional dos direitos humanos. De acordo
com esta vertente – a qual, vale lembrar, não prevalece na doutrina e não é adotada pelo STF –
seria possível se falar em normas constitucionais originárias inconstitucionais.

II – CORRETA: Conforme já referido acima, o poder constituinte originário é inaugural e ilimitado.

De outro lado, o poder constituinte derivado (chamado também de poder constituinte de segundo
grau, secundário ou remanescente) consiste na competência estabelecida pelo poder constituinte
originário de reforma da Constituição (poder constituinte derivado reformador – emendas
constitucionais) ou revisão da Constituição (poder constituinte derivado revisor – emendas
constitucionais de reforma). Há também o poder constituinte derivado decorrente que se revela no
poder de estruturar as constituições dos estados-membros autônomos.

Ao contrário do poder constituinte originário – que é inaugural e ilimitado – o poder constituinte


derivado, em qualquer de suas modalidades, é caracterizado por ser limitado e condicionado. Isso
porque o poder constituinte derivado, como o próprio nome diz, decore do originário e neste tem
seus fundamentos jurídicos. Significa dizer que o poder constituinte derivado é um poder constituído
pelo originário e, por isso, tem seus limites e condições, materiais e formais, estabelecidos pelo
poder constituinte inaugural.

Com efeito, o exercício do poder constituinte de segundo grau somente pode ser exercido de acordo
com as regras estabelecidas pelo poder constituinte originário. Ou seja, as reformas e revisões
constitucionais somente se dão de acordo com os parâmetros e procedimentos delineados pelo
texto constitucional original.

A propósito, vale lembrar que as emendas constitucionais, que equivalem à materialização do


poder constituinte derivado reformador, devem se pautar pelos limites formais, materiais (cláusulas
pétreas) e circunstanciais, prescritos no artigo 60 da CF, sob pena de serem as emendas
consideradas inconstitucionais.

Do mesmo modo, as constituições dos estados-membros devem observar as regras formais e


somente podem tratar sobre aquelas matérias indicadas pelo poder constituinte originário, não
podendo também contrariar as normas instituídas por este.

III – INCORRETA: O poder constituinte derivado decorrente se manifesta nas constituições dos
estados-membros, sendo um poder instituído pelo poder constituinte originário.

Já a mutação constitucional – que não tem relação com o poder constituinte derivado, inclusive o
decorrente – consiste na mudança da interpretação do conteúdo das normas constitucionais, sem
que o texto seja formalmente modificado.

IV – CORRETA: A mutação constitucional ocorre pela alteração da exegese das normas


constitucionais, sem que o texto seja formalmente modificado. A mutação acontece sem que haja
reforma do texto constitucional. São exemplos de mutação constitucional as alterações interpretativas

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 87


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

constitucionais pelo Supremo acerca dos seguintes temas: anencefalia; competência da Justiça do
Trabalho para julgamento de greve der servidores públicos; expressão “mulher honesta”, etc.

A doutrina denomina de poder constituinte difuso a possibilidade de se alterar o conteúdo das


normas constitucionais sem se proceder à alteração formal dos dispositivos constitucionais. Assim,
o exercício da mutação constitucional se dá pelo poder constituinte difuso, destacando-se que a
mutação constitucional não pode violar os princípios fundantes da constituição, sob pena de se
considerar a mutação inconstitucional.

V – INCORRETA: É certo que o poder constituinte originário instaura um novo Estado constitucional
e um novo ordenamento jurídico. Entretanto, como corolário da segurança e da estabilidade das
relações sociais, prevalece na doutrina e também entende o STF que as normas infraconstitucionais
anteriores são incorporadas à nova ordem constitucional, desde que sejam materialmente
compatíveis com a novel constituição.

Tais normas infraconstitucionais deixam de ter fundamento na constituição anterior, passando a ter
a constituição mais recente como lastro de validade jurídica. É o fenômeno da recepção.

Assim, com a edição de uma nova constituição, inaugura-se um novo ordenamento jurídico,
contudo se aproveitam, por meio da recepção, as normas infraconstitucionais anteriores, desde
que materialmente compatíveis com a constituição atual.

Sobre o tema, é importante ressaltar que, de acordo com a doutrina e jurisprudência do STF, as
normas infraconstitucionais anteriores à Constituição de 88 materialmente compatíveis com a atual
Lei Maior foram recepcionadas, ainda que formalmente incompatível.

Como exemplo de recepção de norma materialmente compatível, mas formalmente incompatível,


podemos apontar a própria CLT, a qual foi instituída por meio de Decreto-Lei, modalidade normativa
esta não prevista em nossa ordem constitucional. Considerando que a CLT é materialmente
constitucional, ela foi recepcionada pela ordem estabelecida pela Constituição de 88, embora
tivesse sido editada como Decreto-Lei.

Ainda acerca do ponto, merece destaque que as normas não recepcionadas, pois materialmente
contrárias à nova Constituição, não são tidas como inconstitucionais, pois nem mesmo chegam a
coexistir com a nova constituição. Nesse caso ocorre a revogação da norma infraconstitucional.
Assim, tais normas infraconstitucionais não podem ser objeto de controle de constitucionalidade
por meio de ADI ou ADC, mas apenas por intermédio da ADPF.

GABARITO: ALTERNATIVA (E)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 88


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

PROFESSOR: FABRÍCIO LIMA SILVA


E-mail: profcei.fabriciolima@gmail.com

DIREITO CONSTITUCIONAL DO TRABALHO BLOCO II

QUESTÃO 24. Ao aprovar a Súmula Vinculante n. 4, estabelecendo que: “Salvo nos casos
previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de
cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial”, especificamente em relação ao adicional de insalubridade, o Supremo Tribunal
Federal aplicou a seguinte técnica de decisão em controle de constitucionalidade:

a) Declaração de constitucionalidade com apelo ao legislador.

b) Declaração de inconstitucionalidade com redução de texto.

c) Declaração de constitucionalidade mediante interpretação conforme.

d) Declaração de nulidade parcial sem redução de texto.

e) Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade.

COMENTÁRIO

O modelo de controle de constitucionalidade adotado pela Constituição Federal é multimodal,


podendo ocorrer de forma difusa, com a análise de cada caso concreto ou de forma direta (objetiva),
com o controle concentrado de constitucionalidade.

Na hipótese do controle concentrado, procura-se verificar a compatibilidade da lei ou ato normativo


em tese ou abstrato da norma com o paradigma constitucional, denominado de Bloco de
Constitucionalidade.

Conforme salientam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, na obra “Direito Constitucional


Descomplicado” (Editora Método. 14º Edição. Pag.836):

“Diferentemente do controle difuso, de origem norte-americana, que se limita, em um caso


concreto, a subtrair alguém aos efeitos de uma lei, o controle abstrato é efetivado em tese,
sem vinculação a uma situação concreta, com o objetivo de expelir do sistema a lei ou ato
inconstitucionais. Diz-se que no controle abstrato a inconstitucionalidade é examinada
“em tese” (in abstratcto) porque o controle é exercido em uma ação cuja finalidade é,
unicamente, o exame da validade da lei em si; a aferição da constitucionalidade da lei
não ocorre incidentalmente, em um processo comum”.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 89


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Todavia, embora o controle concentrado de constitucionalidade seja realizado objetivamente, sem


análise do caso concreto, o órgão julgador tem que avaliar as situações em que a norma vergastada
já produziu seus efeitos, observando-se os ditames constitucionais, principalmente o da segurança
jurídica.

Assim, diante dessa necessidade de se respeitar as referidas garantias e compatibilizar a avaliação


em abstrato da constitucionalidade da norma e as situações em concreto regidas pela norma objeto
de controle, são utilizadas pelas Cortes Constitucionais técnicas decisórias, com intuito de garantir
a compatibilização destas decisões com os valores gerais constitucionais.

Todavia, conforme salientou o Ministro Dias Tóffoli, no julgamento do RE 704292/PR: “A modulação


dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade é medida extrema, a qual somente se justifica
se estiver indicado e comprovado gravíssimo risco irreversível à ordem social”.

Algumas dessas modalidades de técnicas decisórias foram objeto da presente indagação.

a) INCORRETA: Na declaração de constitucionalidade com apelo ao legislador (lei ainda


constitucional), a lei ou ato normativo é declarado constitucional, mas o órgão julgador adverte que
ela está em trânsito para a inconstitucionalidade, que ela se tornará inconstitucional em breve, em
razões de mudanças na sociedade.

Segundo salienta Francisco Cabral:

“busca-se não declarar a inconstitucionalidade da norma sem antes fazer um ‘apelo’


vinculado a ‘diretivas’ para obter do legislador uma atividade subseqüente que torne
a regra inconstitucional harmônica com a Carta Maior. Incumbe-se ao legislador a
difícil tarefa de regular determinada matéria, de acordo com o que preceitua a própria
Constituição” (Controle de Constitucionalidade, 1ª Edição, Ed. Schoba, p. 160).

Neste sentido, foi a decisão do Ministro Gilmar Mendes, no julgamento do HABEAS CORPUS
82.959-7-SP:

“É inegável que a opção desenvolvida pelo STF inspira-se diretamente no uso que a
Corte Constitucional alemã faz do ‘apelo ao legislador’, especialmente nas situações
imperfeitas ou no ‘processo de inconstitucionalização’. Nessas hipóteses, avalia-se,
igualmente, que, tendo em vista razões de segurança jurídica, a supressão da norma
poderá ser mais danosa para o sistema do que a sua preservação temporária.

Não há negar, ademais, que aceita a idéia da situação ‘ainda constitucional’, deverá o
Tribunal, se tiver que declarar a inconstitucionalidade da norma, em outro momento,
fazê-lo com eficácia restritiva ou limitada. Em outros termos, o ‘apelo ao legislador’ e
a declaração de inconstitucionalidade com efeitos limitados ou restritos estão muito
próximos do prisma conceitual ou ontológico.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 90


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) INCORRETA. Na declaração de inconstitucionalidade com redução de texto, declara-se a lei


inconstitucional e retira-se do ordenamento o trecho que é incompatível com a Constituição Federal.

c) INCORRETA. Na declaração de constitucionalidade mediante interpretação conforme, o ato


normativo é declarado constitucional, desde que lhe seja dada determinada interpretação que
exclua outras incompatíveis com a Constituição Federal.

d) INCORRETA. Com a técnica de declaração de nulidade parcial sem redução de texto, a aplicação
da lei a determinada situação é declarada inconstitucional, mas não é retirado nenhum trecho do
texto, apenas se determina que aquele dispositivo não pode ser aplicado a determinados casos.

Todavia, tal medida não pode ser confundida com declaração de constitucionalidade mediante
interpretação conforme, uma vez que, segundo salienta o Ministro Gilmar Mendes:

“Ainda que se não possa negar a semelhança dessas categorias e a proximidade do


resultado prático de sua utilização, é certo que, enquanto, na interpretação conforme
a Constituição, se tem, dogmaticamente, a declaração de que uma lei é constitucional
com a interpretação que lhe é conferida pelo órgão judicial, constata-se, na declaração
de nulidade sem redução de texto, a expressa exclusão, por inconstitucionalidade, de
determinadas hipóteses de aplicação (Anwendungsfälle) do programa normativo sem
que se produza alteração expressa do texto legal” (Jurisdição Constitucional. São Paulo:
Saraiva, 1996, p. 275).

e) CORRETA. Na declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade, o órgão


julgador declara que determinada lei é inconstitucional, mas, para não agravar as situações fáticas
dependentes, deixa de pronunciar a nulidade, mantendo-a no ordenamento, geralmente com um
prazo determinado, até que outra norma seja elaborada.

Esse foi o caso da base de cálculo do adicional de insalubridade, fixado pelo art. 192, da CLT, com
base no salário mínimo, conforme já se manifestou o Tribunal Superior do Trabalho:

“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - BASE DE CÁLCULO - SALÁRIO MÍNIMO (CLT,


ART. 192) DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM PRONÚNCIA DE
NULIDADE (UNVEREINBARKEITSERKLÄRUNG) SÚMULA 228 DO TST E SÚMULA
VINCULANTE 4 DO STF. 1. O STF, ao apreciar o RE-565.714-SP, sob o pálio da
repercussão geral da questão constitucional referente à base de cálculo do adicional de
insalubridade, editou a Súmula Vinculante 4, reconhecendo a inconstitucionalidade da
utilização do salário mínimo, mas vedando a substituição desse parâmetro por decisão
judicial. Rejeitou, inclusive, a tese da conversão do salário mínimo em sua expressão
monetária e aplicação posterior dos índices de correção dos salários, uma vez que, sendo
o reajuste do salário mínimo mais elevado do que a inflação do período, restariam os
servidores e empregados postulantes de uma base de cálculo mais ampla prejudicados

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 91


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

ao receberem como prestação jurisdicional a redução da vantagem postulada. 2.


Assim decidindo, a Suprema Corte adotou técnica decisória conhecida no Direito
Constitucional Alemão como declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia
da nulidade (Unvereinbarkeitserklärung), ou seja, a norma, não obstante ser
declarada inconstitucional, continua a reger as relações obrigacionais, em face
da impossibilidade de o Poder Judiciário se substituir ao legislador para definir
critério diverso para a regulação da matéria. 3. O Direito Constitucional pátrio
encampou tal técnica no art. 27 da Lei 9.868/99, o qual dispõe que, ao declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo e tendo em vista razões de segurança
jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou
decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento
que venha a ser fixado. In casu, o momento oportuno fixado pela Suprema Corte foi
o da edição de norma que substitua a declarada inconstitucional. 4. Nesse contexto,
ainda que reconhecida a inconstitucionalidade do art. 192 da CLT e, por conseguinte, da
própria Súmula 228 do TST, tem-se que a parte final da Súmula Vinculante 4 do STF não
permite criar critério novo por decisão judicial, razão pela qual, até que se edite norma
legal ou convencional estabelecendo base de cálculo distinta do salário mínimo para
o adicional de insalubridade, continuará a ser aplicado esse critério para o cálculo do
referido adicional, salvo a hipótese da Súmula 17 do TST, que prevê como base de cálculo
o piso salarial da categoria, que o possua (já que o piso salarial é o salário mínimo da
categoria)” (Processo: RR-872/2005-042-15-00; Publicação: DJ de 13/06/2008; Acórdão
da 7a Turma; Relator Ministro: Ives Gandra Martins Filho - destaquei).

GABARITO: ALTERNATIVA (E)

PROFESSORA: SAMANTHA STEIL SANTOS E MELLO


E-mail: profcei.samanthasteil@gmail.com

DIREITO CIVIL BLOCO II

QUESTÃO 25. Tício possui um único imóvel no qual reside com seus filhos, gozando da
impenhorabilidade conferida ao bem de família. Não se trata, porém, de bem de família
convencional, ou seja, não houve qualquer registro. A impenhorabilidade que protege Tício
decorre diretamente da lei. Se a lei que garante a impenhorabilidade do imóvel for revogada,
e Tício tiver o bem penhorado após a entrada em vigor do texto da Lei nova:

a) Poderá invocar a proteção conferida ao ato jurídico perfeito, pois a aquisição do imóvel

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 92


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

ocorreu em momento anterior ao advento da lei nova, não podendo haver prejuízo.

b) Poderá invocar a proteção do direito adquirido, pois incorporou a seu patrimônio o


regime jurídico anterior à lei revogadora, de forma que fica o bem protegido.

c) Não poderá invocar a proteção do direito adquirido, pois inexiste direito adquirido a
regime jurídico e assim já o decidiu o STF.

d) Poderá invocar a proteção conferida ao direito adquirido, o qual abrange os fatos


passados, pendentes e futuros.

e) Poderá invocar a proteção conferida ao direito adquirido apenas se o processo em


que se der a penhora houver se iniciado antes do advento da lei revogadora.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: Art. 6º, da LINDB: “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitando o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.” Inexiste ato jurídico perfeito. Não houve
penhora anterior à Lei nova legislação.

b) INCORRETA: Art. 6º, da LINDB: “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitando o
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.” Inexiste direito adquirido. Não houve
aquisição de direitos com base em legislação vigente, posteriormente alterada. Observe que a
questão trata de bem de família não convencional (comentários abaixo).

c) CORRETA: O Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudência no sentido de que não há direito
adquirido à regime jurídico-funcional pertinente à composição dos vencimentos ou à permanência
do regime legal de reajuste de vantagem, desde que eventual modificação introduzida por ato
legislativo superveniente preserve o montante global da remuneração, não acarretando decesso de
caráter pecuniário. Precedentes.” (RE 593304 AgR, Relator Ministro Eros Grau, Segunda Turma,
julgamento em 29.9.2009, DJe de 23.10.2009)

Regime jurídico não se refere apenas ao administrativo, como na decisão supra. Regime jurídico é
o conjunto de direitos, deveres, garantias, vantagens, proibições e penalidades aplicáveis a
determinadas relações sociais qualificadas pelo Direito. Há, portanto, regime jurídico civil (dos
bens: CC/02 e Lei 8.009/90), administrativo, trabalhista, dentre outros.

d) INCORRETA: Art. 6º, da LINDB: “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitando o
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.” Inexiste direito adquirido. Não houve
aquisição de direitos com base em legislação vigente, posteriormente alterada. Observe que a
questão trata de bem de família não convencional (comentários acima).

e) INCORRETA: Art. 6º, da LINDB: “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitando o ato

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 93


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.” Inexiste ato jurídico perfeito. Não houve
penhora anterior à Lei nova legislação.

*Bem de família não convencional (involuntario) é o legal, com previsão na Lei 8.009/90. Se diz nao
convencional porque é considerado bem de familia e, consequentemente, impenhorável, de forma
automática, independente de qualquer ato dos proprietários. É impenhorável por si. O bem de
família convencional, ou seja, voluntário, tem previsão no artigo 1.711 e ss do Código Civil; nesse
caso o bem é destinado para ser constituído como bem de família, depende de escritura pública/
testamento e deve observar outros requisitos legais.

GABARITO: ALTERNATIVA (C)

QUESTÃO 26. Caio abalroou o veículo de Mévio, que sofreu danos materiais. Visando à
reparação do dano, Mévio acionou direta e exclusivamente a seguradora de Caio, já que em
diversas tratativas o condutor do outro veículo alegou que não tinha dinheiro por causa da
crise no país. De acordo com o Código Civil e com jurisprudência consolidada do Superior
Tribunal de Justiça:

a) Não pode Mévio acionar direta e exclusivamente a seguradora.

b) O Juiz deverá, de ofício, incluir no polo passivo da ação a pessoa de Caio, o qual
responderá, solidariamente com a seguradora, pelos danos que houver causado
culposamente a Mévio. 

c) A obrigação da seguradora é aferida independentemente da responsabilidade civil do


segurado. 

d) A seguradora responderá de maneira objetiva, no âmbito de referida ação, se ficar


comprovado que Caio agiu com culpa. 

e) A seguradora responderá de maneira objetiva, no âmbito de referida ação,


independentemente de prova de que Caio agiu com culpa. 

COMENTÁRIO

a) CORRETA (responde as demais alternativas): Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade


civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente
em face da seguradora do apontado causador do dano. Segunda Seção, aprovada em 13/5/2015,
DJe 18/5/2015.

Demais alternativas incorretas, pois contrariam o teor do entendimento sumulado pelo STJ.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 94


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Para aprofundar o estudo: Súmula 537-STJ:  Em ação de reparação de danos, a seguradora


denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta
e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites
contratados na apólice. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje 15/06/2015.

GABARITO: ALTERNATIVA (A)

QUESTÃO 27. Anitta, Madonna, Rihanna e Beyoncé são condôminas de um apartamento.


Anitta vende sua parte a Madonna, sem consultar as outras comproprietárias. Assinale a
opção correta: 

a) Titular da maior fração ideal sobre o bem, Rihanna pode obter a resolução da venda
e adjudicar para si a parte vendida, depositando o preço pago por Madonna dentro do
prazo decadencial indicado em lei. 

b) Beyoncé, titular de benfeitorias mais valiosas incorporadas ao bem, pode obter a


resolução do negócio e adjudicar a parte vendida, depositando judicialmente o preço
pago dentro do prazo decadencial indicado em lei. 

c) Rihanna, titular da maior fração ideal sobre o bem, pode obter a resolução da venda
e adjudicar para si a parte alienada, depositando o preço pago por Madonna no prazo
prescricional indicado em lei.

d) Beyoncé, titular de benfeitorias mais valiosas incorporadas ao bem, pode obter a


resolução do negócio e adjudicar a parte vendida, depositando judicialmente o preço
pago no prazo prescricional indicado em lei. 

e) Nem Beyoncé e nem Rihanna têm direito de preferência sobre a parte alienada. 

COMENTÁRIO

Temas 2, 9 e 10 do edital.

a, b, c, d: INCORRETAS: O art. 504 do CC enuncia que: “Não pode um condômino em coisa


indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino,
a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e,
na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os
comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço”.

No caso da questão, a venda ocorreu em favor de condômino e não de estranho.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 95


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) CORRETA: art. 504 do CC: “Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua
parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der
conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos,
se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Parágrafo único. Sendo
muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o
de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a
quiserem, depositando previamente o preço”.

Nesse sentido decidiu o STJ, cujo julgado consta do Informativo de Jurisprudência n. 577:

DIREITO CIVIL. INAPLICABILIDADE DO DIREITO DE PREFERÊNCIA EM CONTRATO


DE COMPRA E VENDA CELEBRADO ENTRE CONDÔMINOS.

O direito de preferência previsto no art. 504 do CC aplica-se ao contrato de compra


e venda celebrado entre condômino e terceiro, e não àquele ajustado entre
condôminos.

O art. 504 do CC enuncia que: “Não pode um condômino em coisa indivisível vender
a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a
quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si
a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena
de decadência. Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver
benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes
forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando
previamente o preço”. Partindo-se da literalidade do previsto nesse artigo, infere-
se que o direito de preferência deve ser observado apenas nos casos em que a
alienação se pactue entre consorte e estranho, e não entre consortes. Efetivamente,
o caput do aludido dispositivo é bastante claro quanto à incidência da preempção
apenas nas hipóteses de negócio jurídico envolvendo terceiro/estranho ao
condomínio. Aliás, necessário destacar que a ratio da positivação da referida norma
sobre o direito de prelação se cinge justamente à conciliação dos objetivos particulares
daquele que pretende alienar sua fração com a (possível) manutenção da comunidade
de coproprietários, até porque, conforme entendimento doutrinário, “[...] a função social
recomenda ser mais cômodo manter a propriedade entre os titulares originários, evitando
desentendimento com a entrada de um estranho no grupo”. A referida preocupação está
inserida, outrossim, no parágrafo único do art. 1.314 do CC, segundo o qual: “Nenhum
dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou
gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros”. Com efeito, a alienação de frações
ideais entre condôminos refoge à finalidade intrínseca ao direito de preferência, uma
vez que não se tratará de hipótese de ingresso de terceiro/estranho à comunhão.
Pelo contrário, serão mantidos os consortes, apenas com alterações no percentual da

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 96


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

parte ideal daquele que adquiriu a parcela de outrem. Esse entendimento, aliás, já foi
adotado por esta Corte, em antigo precedente da Terceira Turma (REsp 19.538-SP,
DJ 17/5/1993), no qual analisado o art. 1.139 do CC/1916 - norma correspondente ao
atual art. 504 do CC. Além disso, não é cabível o argumento de que o parágrafo único
do art. 504 do CC, ao enunciar que: “Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver
benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes
forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando
previamente o preço”, teria estendido o direito de preempção às hipóteses de alienação
entre consortes. Em verdade, o referido parágrafo único apenas complementa a norma
enunciada no caput, estabelecendo o procedimento a ser adotado caso mais de um
condômino venha manifestar o seu direito de preferência, por ocasião da alienação de
fração ideal à terceiro alheio à comunhão. Ademais, tratando-se de restrição à liberdade
de contratar, o instituto em comento - direito de preferência – deve ser interpretado de
forma restritiva. Assim, se a lei de regência (art. 504 do CC) apenas o institui em relação
às alienações a estranhos, não cabe ao intérprete, extensivamente, aplicar essa norma
aos casos de compra e venda entre consortes. REsp 1.137.176-PR, Rel. Min. Marco
Buzzi, julgado em 16/2/2016, DJe 24/2/2016.

GABARITO: ALTERNATIVA (E)

DIREITO DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE E DO JOVEM BLOCO II

QUESTÃO 28. Não faz parte do rol de atribuições do Conselho Tutelar:

a) Atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art.


129, I a VII;

b) Representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado


de suas deliberações.

c) Assessorar o Poder Legislativo local na elaboração da proposta orçamentária para


planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

d) Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos


no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

e) Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão


do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do
adolescente junto à família natural. 

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 97


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

COMENTÁRIO

As questões de ECA versaram sobre os itens 1 e 3 do conteúdo programático.

a) CORRETA: Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art.


129, I a VII;

b) CORRETA: Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:

III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado


de suas deliberações.

c) INCORRETA: Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:

IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para


planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

O erro da questão é alterar a palavra “Executivo” por “Legislativo”. Atente-se: historicamente as


provas cobram texto de lei nessa matéria.

Na verdade, por exclusão era possível acertar, uma vez que o Poder Legislativo não tem tal
atribuição. Os programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente estão localizados
nos municípios.

d) CORRETA: Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:

X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos


no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

e) CORRETA: Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:

XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão


do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do
adolescente junto à família natural.

GABARITO: ALTERNATIVA (C)

QUESTÃO 29. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, exceto:

a) Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria;

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 98


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

c)Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente


na rede regular de ensino;

d) Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;

e) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo
a capacidade de cada um;

COMENTÁRIO

As questões de ECA versaram sobre os itens 1 e 3 do conteúdo programático.

a) CORRETA: Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria;

b) CORRETA: Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

c) CORRETA: Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,


preferencialmente na rede regular de ensino;

d) INCORRETA: Vejam a sutil alteração da legislação:

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;


[antes]

IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;


(Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)

Em matérias que se cobra lei seca é bastante comum que o examinador exija justamente as
alterações, se for recente, maior será a chance de cair na prova.

e) CORRETA: Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,


segundo a capacidade de cada um;

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 99


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

PROFESSORA: SAMANTHA STEIL SANTOS E MELLO


E-mail: profcei.samanthasteil@gmail.com

DIREITO PROCESSUAL CIVIL BLOCO III

QUESTÃO 30. De acordo com as novas regras do Código de Processo Civil – Lei nº. 13.105,
de 16 de março de 2015 – os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão, porém especifica algumas
exceções a essa regra. Dentre as alternativas abaixo, aponte a que NÃO corresponde a uma
dessas exceções.

a) O julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas


repetitivas.

b) Os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal.

c) As preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça.

d) As sentenças que dependam de prova a ser produzida em outra Comarca.

e) A causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.

COMENTÁRIO

As questões versaram sobre os itens 2, 18 e 20 do edital.

a) INCORRETA: Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica


de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição


para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.

§ 2º Estão excluídos da regra do caput:

III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas


repetitivas;

IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;

b) INCORRETA: Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica


de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 100


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.

§ 2º Estão excluídos da regra do caput:

VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;

c) INCORRETA: Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica


de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição


para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.

§ 2º Estão excluídos da regra do caput:

VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;

d) CORRETA: não faz parte do rol do art. 12.

e) INCORRETA: Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica


de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição


para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.

§ 2º Estão excluídos da regra do caput:

IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão


fundamentada.

Percebam que o artigo objeto da questão foi alterado em 2016, ou seja, é mais recente que o próprio
CPC. Como já dissemos, legislação alterada recentemente tem maior chance de ser cobrada.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

QUESTÃO 31. Sobre o agravo de instrumento:

a) Não caberá agravo de instrumento contra sentença parcial de mérito.

b) Caberá agravo de instrumento da decisão sobre a competência absoluta ou relativa.

c) As decisões interlocutórias não impugnáveis por agravo de instrumento tornam-se


irrecorríveis, não podendo ser impugnadas em nenhum outro momento processual uma
vez que preclusas, ante a marcha progressiva do processo.

d) Caberá agravo de instrumento da decisão que indefere a produção de prova pericial,


haja vista o dever legal de sua produção.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 101


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) Caberá agravo de instrumento da decisão que redistribui o ônus da prova.

COMENTÁRIO

As questões versaram sobre os itens 2, 18 e 20 do edital.

a) INCORRETA: cabe agravo na hipótese: Art. 356, § 5º, CPC: “O juiz decidirá parcialmente o
mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: § 5º A decisão proferida com
base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.”

b) INCORRETA: não consta no rol taxativo do art. 1015 do CPC (vide jurisprudência).

c) INCORRETA: poderá ser objeto de eventual apelação. Art. 1.009, § 1º, CPC: “Da sentença cabe
apelação. § 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não
comportar agravo de instrumento, não são acobertadas pela preclusão e devem ser suscitadas em
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.”

d) INCORRETA: não consta no rol taxativo do art. 1.015 do CPC (vide jurisprudência).

e) CORRETA: Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que
versarem sobre: XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;

Jurisprudência mencionada, letras b e d:

“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO


QUE INADMITIU RECURSO ORDINÁRIO. INADMISSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA
FUNGIBILIDADE. INAPLICABILIDADE. HIPÓTESE NÃO CONTEMPLADA NO ROL
TAXATIVO DO ART. 1.015 DO CPC/2015. RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO
CONTRAACÓRDÃO PROFERIDO NO JULGAMENTO DEAPELAÇÃO. DESCABIMENTO
(ART. 105, II, DA CF). PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. INAPLICABILIDADE. ERRO
GROSSEIRO. Agravo regimental improvido.” (AgRg no Ag 1433611/MS, Rel. Ministro
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 02/02/2017)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. DECISÃO


AGRAVADA QUE NÃO ESTÁ ELENCADA NAS HIPÓTESES NO ART. 1.015 CPC.
ROL TAXATIVO. A decisão agravada que manteve a suspensão da ação individual
até o trânsito em julgado da ação civil pública, não está elencada no rol taxativo das
decisões suscetíveis de impugnação pela via do agravo de instrumento, o que leva ao
não conhecimento do recurso. AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO CONHECIDO, COM
BASE NO ART. 932, INC. III, DO CPC, EM RAZÃO DA MANIFESTA INADMISSIBILIDADE.
(Agravo de Instrumento Nº 70071848659, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Leonel Pires Ohlweiler, Julgado em 11/11/2016)

GABARITO: ALTERNATIVA (E)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 102


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÃO 32. Sobre a Lei n° 11.419 de 2006, que dispõe sobre a informatização do processo
judicial, é possível afirmar:

a) A Lei do Processo Eletrônico dispõe que os advogados e defensores públicos devem


providenciar a distribuição de petições em geral, em formato digital, quando se tratar
de autos eletrônicos, não havendo que se exigir do Poder Judiciário o fornecimento de
equipamentos de digitalização e de acesso à rede mundial de computadores, dado o
princípio da economicidade.

b) Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a outro juízo ou a


instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser suspensos
até que o juízo/instância providencie a informatização de seu sistema, haja vista a
incompatibilidade.

c) Se considera realizada a intimação no dia em que o intimado efetivar a consulta


eletrônica ao teor da intimação, mas se a consulta se der em um domingo, por exemplo, a
intimação será considerada como realizada em tal data, haja vista a não obrigatoriedade
de acesso na hipótese.

d) O prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução
do problema, quando o ato processual tiver que ser praticado em determinado prazo, por
meio de petição eletrônica, se o Sistema do Poder Judiciário se tornar indisponível por
motivo técnico.

e) Os originais dos documentos digitalizados, e juntados aos autos pelas partes, deverão
ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença, após o que
poderão ser seguramente descartados, pois não terão mais qualquer finalidade.

COMENTÁRIO

As questões versaram sobre os itens 2, 18 e 20 do edital.

a) INCORRETA: Art. 10. § 3º Os órgãos do Poder Judiciário deverão manter equipamentos de


digitalização e de acesso à rede mundial de computadores à disposição dos interessados para
distribuição de peças processuais.

b) INCORRETA: Art. 12. § 2º Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a
outro juízo ou instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser impressos
em papel, autuados na forma dos arts. 166 a 168 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código
de Processo Civil, ainda que de natureza criminal ou trabalhista, ou pertinentes a juizado especial.

c) INCORRETA: Art. 5. § 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 103


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização. § 2º
Na hipótese do § 1º deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a intimação
será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte.

d) CORRETA: Art. 10. § 2º No caso do § 1º deste artigo, se o Sistema do Poder Judiciário se tornar
indisponível por motivo técnico, o prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil
seguinte à resolução do problema.

e) INCORRETA: Art. 11. § 3º Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no § 2º


deste artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença ou,
quando admitida, até o final do prazo para interposição de ação rescisória.

Referida Lei, haja vista a informatização nacional dos processos em todos os TRTs, é cobrada com
razoável frequência nos concursos.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

PROFESSOR: MURILLO FRANCO CAMARGO


E-mail: facocursocei@gmail.com

DIREITO INTERNACIONAL E COMUNITÁRIO BLOCO III

QUESTÃO 33. É possível afirmar que:

a) São abrangidos pela imunidade de jurisdição os atos de império e de gestão praticados


por Estado Estrangeiro.

b) Os atos decorrentes de atividades privadas se sujeitam à legislação e à jurisdição


brasileira, desde que praticados por Organização Internacional. No entanto, não estarão
sujeitos os atos, com aquelas características, que sejam praticados por Estados
Estrangeiros.

c) A imunidade de jurisdição, inclusive quanto aos Estados Estrangeiros, tem sido


relativizada pela doutrina e pela jurisprudência, pois leva-se em conta a natureza do ato
praticado. Se o ato é de gestão, há imunidade. Se o ato praticado decorre do poder de
império, não há imunidade.

d) A imunidade de jurisdição quanto aos Estados Estrangeiros é mitigada caso o ato


praticado se refira a interesses particulares, pelo que está sujeito à legislação e à
jurisdição trabalhista brasileira.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 104


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) A renúncia à imunidade de jurisdição poderá ocorrer por parte do Estado Estrangeiro.


Uma vez renunciada a imunidade, abrange também a imunidade quanto à execução.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: A imunidade é o privilégio reconhecido a entes estrangeiro em razão das funções


que exercem ou dos cargos que ocupam, de forma que fogem à jurisdição do Estado onde se
encontram.

As Convenções de Viena firmadas em 1961 e 1963 (promulgadas no Brasil pelos Decretos


56.435/1965 e 61.078/1967) asseguram a imunidade de jurisdição aos cônsules e diplomatas de
Estado Estrangeiro.

A imunidade conferida ao Estado, em si, decorre de norma consuetudinária advinda da máxima de


que “entre os pares não há jurisdição”.

Diversas dúvidas giram em torno das imunidades, sendo que a doutrina diferencia o ato praticado
a fim de submetê-lo, ou não, à legislação e à jurisdição brasileira.

Entende-se que os atos de império estão protegidos pela imunidade, ao passo que os atos de
gestão (aqueles que se tratem de interesses privados, tais como as relações de trabalho), não
estão englobados, pelo que devem respeito à lei brasileira e estão sujeitos ao julgamento por órgão
do Poder Judiciário Nacional.

Vejamos o voto do Ministro Fachin:

(…) Como se depreende do relatado, a controvérsia posta em juízo cinge-se em fixar


o alcance da imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro em relação a ato de
império ofensivo ao direito internacional da pessoa humana praticado em espacialidade
brasileira. Em outras palavras, trata-se de definir a possibilidade de submissão de Estado
soberano à solução de lide promovida pelo Poder Judiciário de outra estatalidade, à luz
da igualdade jurídica entre os Estados na sociedade internacional, nos termos do art.
4º, V, do Texto Constitucional. No Brasil, a matéria é regida pelo Direito costumeiro,
tendo em vista que o país ainda não se vinculou à Convenção das Nações Unidas
sobre a Imunidade de Jurisdição dos Estados e de suas Propriedades de 2004, ou a
tratado congênere. A esse respeito, o advento da Constituição da República de 1988
representou marco na alteração da jurisprudência do STF de modo a abarcar a divisão de
feitos do Estado soberano em atos de gestão e de império, sendo os primeiros passíveis
de cognoscibilidade pelo Poder Judiciário brasileiro. Cito a ACi 9.696, de relatoria do
Ministro Sydney Sanches, Tribunal Pleno, DJ 12.10.1990, cuja ementa transcreve-se:
ESTADO ESTRANGEIRO. IMUNIDADE JUDICIÁRIA. CAUSA TRABALHISTA. NÃO
HÁ IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO PARA O ESTADO ESTRANGEIRO, EM CAUSA DE
NATUREZA TRABALHISTA (…)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 105


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Nesse sentido:

“Imunidade de jurisdição. Reclamação trabalhista. Litígio entre Estado estrangeiro e


empregado brasileiro. Evolução do tema na doutrina, na legislação comparada e na
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: da imunidade jurisdicional absoluta à
imunidade jurisdicional meramente relativa. Recurso extraordinário não conhecido.
Os Estados estrangeiros não dispõem de imunidade de jurisdição, perante o poder
judiciário brasileiro, nas causas de natureza trabalhista, pois essa prerrogativa de direito
internacional público tem caráter meramente relativo. O Estado estrangeiro não dispõe
de imunidade de jurisdição, perante órgãos do Poder Judiciário brasileiro, quando se
tratar de causa de natureza trabalhista. Doutrina. Precedentes do STF (RTJ 133/159
e RTJ 161/643-644). Privilégios diplomáticos não podem ser invocados, em processos
trabalhistas, para coonestar o enriquecimento sem causa de Estados estrangeiros, em
inaceitável detrimento de trabalhadores residentes em território brasileiro, sob pena de
essa prática consagrar censurável desvio ético-jurídico, incompatível com o princípio da
boa-fé e inconciliável com os grandes postulados do direito internacional. O privilégio
resultante da imunidade de execução não inibe a justiça brasileira de exercer jurisdição
nos processos de conhecimento instaurados contra estados estrangeiros. A imunidade
de jurisdição, de um lado, e a imunidade de execução, de outro, constituem categorias
autônomas, juridicamente inconfundíveis, pois – ainda que guardem estreitas relações
entre si – traduzem realidades independentes e distintas, assim reconhecidas quer no
plano conceitual, quer, ainda, no âmbito de desenvolvimento das próprias relações
internacionais. A eventual impossibilidade jurídica de ulterior realização prática do título
judicial condenatório, em decorrência da prerrogativa da imunidade de execução, não
se revela suficiente para obstar, por si só, a instauração, perante Tribunais brasileiros,
de processos de conhecimento contra Estados estrangeiros, notadamente quando se
tratar de litígio de natureza trabalhista. Doutrina. Precedentes.” (STF, 2ª T., AgReg RE
222.368-4/PE, Rel. Min. Celso Mello, j. 30.4.2002).

Por sua vez, quanto às organizações internacionais, o entendimento é no sentido de que só haverá
imunidade se houver norma quanto ao tema, pois não gozam dos mesmos privilégios dos Estados
Estrangeiros.

Assim entende o TST:

“OJ 416 da SDI-1 do TST. Imunidade de jurisdição. Organização ou organismo


internacional. As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade
absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao
ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário
relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição
brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional”.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 106


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Nesse sentido:

REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.034.840 -


RELATOR: MIN. LUIZ FUX – 01/06/2017. EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ORGANISMO INTERNACIONAL. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS ONU.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO PNUD.
CONVENÇÃO SOBRE PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DAS NAÇÕES UNIDAS
DECRETO 27.784/1950. CONVENÇÃO SOBRE PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DAS
AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS DAS NAÇÕES UNIDAS DECRETO 52.288/1963.
ACORDO BÁSICO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA COM AS NAÇÕES UNIDAS E SUAS
AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS DECRETO 59.308/1966. IMPOSSIBILIDADE DE O
ORGANISMO INTERNACIONAL VIR A SER DEMANDADO EM JUÍZO, SALVO EM
CASO DE RENÚNCIA EXPRESSA À IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ENTENDIMENTO
CONSOLIDADO EM PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL.
REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

(…) consoante entendimento assente no Excelso Supremo Tribunal Federal, a imunidade


de jurisdição dos Estados estrangeiros somente se afigura passível de ser relativizada
quando tais entidades atuarem despidas da soberania que lhes é elementar. Em relação
aos organismos internacionais, por carecerem de tal atributo, a aludida imunidade
decorre de tratados internacionais firmados pelo Presidente da República e ratificados
pelo Congresso Nacional. Dessa forma, sem que haja previsão no compromisso
internacional firmado pela República Federativa do Brasil, inviável o afastamento, via
Poder Judiciário, da referida imunidade, sob pena de se vilipendiar o art. 60, § 4º, III, da
Constituição da República. Assim, por convergir com a Excelsa Suprema Corte, deve ser
mantida a Orientação Jurisprudencial n° 416 da Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais do TST. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. (RO-61600/2003-0005-
23.00).

b) INCORRETA: Conforme exposto acima, os atos praticados por organismos internacionais


podem, inclusive só estão imunes se houver norma nesse sentido. Por sua vez, a segunda parte da
alternativa está incorreta, já que os atos de gestão do estado não estão englobados pela estudada
imunidade.

c) INCORRETA: A assertiva prevê a imunidade de forma invertida. Há imunidade quando revestido


do império estatal, mas não subsiste se o ato é praticado no âmbito de atividades particulares.

d) CORRETA: Conforme já demonstrado acima, os atos de gestão não são englobados pela
imunidade de jurisdição.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 107


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

e) INCORRETA: A renúncia à imunidade poderá ocorrer, mas não abrange quanto à execução, que
dependerá de nova renúncia para que seja possível o ataque ao patrimônio do Estado Estrangeiro.

Art. 32 da Convenção de Viena (promulgada pelo Decreto nº 56.435/65):

Artigo 32 - 1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus


agentes diplomáticos e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do artigo 37.
2. A renúncia será sempre expressa. 3. Se um agente diplomático ou uma pessoa que
goza de imunidade de jurisdição nos termos do artigo 37 inicia uma ação judicial, não lhe
será permitido invocar a imunidade de jurisdição no tocante a uma reconvenção ligada
à ação principal. 4. A renúncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações civis ou
administrativas não implica renúncia a imunidade quanto as medidas de execução da
sentença, para as quais nova renúncia é necessária.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

QUESTÃO 34. É certo afirmar que:

a) O Estado-membro, em relação à convenção internacional firmada perante a OIT, terá


o prazo de 18 meses, a contar do encerramento da sessão, para submeter a matéria ao
crivo legislativo local.

b) As convenções da OIT são classificadas em “autoaplicáveis”, “de princípios” e


“promocionais”. As convenções são multilaterais e envolvem uma gama de países que
cooperam para uma forma de uniformização do Direito do Trabalho.

c) As convenções autoaplicáveis geram consequências, mas necessitam de norma


posterior para que produzam efeitos concretos sobre as relações de trabalho.

d) As convenções promocionais são idênticas às recomendações.

e) As convenções “de princípio” possuem natureza cogente e, logo, não necessitam de


norma interna para que possuam validade.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: Art. 19, item 5 da Constituição da OIT:

5. Tratando-se de uma convenção: a) será dado a todos os Estados-Membros


conhecimento da convenção para fins de ratificação; b) cada um dos Estados-Membros
compromete-se a submeter, dentro do prazo de um ano, a partir do encerramento da
sessão da Conferência (ou, quando, em razão de circunstâncias excepcionais, tal não

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 108


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

for possível, logo que o seja, sem nunca exceder o prazo de 18 meses após o referido
encerramento), a convenção à autoridade ou autoridades em cuja competência entre a
matéria, a fim de que estas a transformem em lei ou tomem medidas de outra natureza
(…).

b) CORRETA: Segundo Carlos Roberto Husek (Husek, Carlos Roberto. Curso Básico de Direito
Internacional Público e Privado do Trabalho. Editora LTR. 3ª Edição. 2015. Páginas 131/133):

“(...) Tais convenções são, portanto, diferentes dos tratados-contratados. Estes


são bilaterais, fechados, ensejando direitos e obrigações recíprocos, de interesse
divergentes que se complementam por intermédio de tais tratados, o que não ocorre
com as convenções da OIT que têm a marca da coletividade dos países, que concordam
com as regras ali estabelecidas. De certo modo, cooperam para uma espécie de
uniformização do Direito do Trabalho, cujos princípios e regras são muito semelhantes
no mundo, exatamente porque se alimentam das mesmas fontes, consubstanciadas em
tais convenções. Além dessa classificação geral, temos uma mais específica para os
tratados no âmbito da OIT. As convenções internacionais trabalhistas são classificadas
como autoaplicáveis, de princípios e promocionais (…)”.

c) INCORRETA: Ainda segundo o autor:

“(...) As autoaplicáveis são as que passam a gerar efeitos de forma imediata. Isto é, suas
disposições não exigem que haja uma regulamentação para sua aplicação. Importa
em dizer que tais convenções já teria todos os elementos possíveis para, de imediato,
entrarem em plena vigência. (…) As de princípios são aquelas que necessitariam de
adaptação do Estado-Membro, e com o depósito de ratificação na RIT, abre-se o prazo de
12 meses para que o governo brasileiro providencie a edição da medida necessária para
transformá-la em lei interna. (…) Promocionais são as que fixam determinados objetivos
e estabelecem programas para sua consecução. Com elas o Estado se compromete a
caminhar no atendimento de suas normas, mediante providências sucessivas, a médio
e longo prazos. Não se confundem com as Recomendações, que não têm status de
tratado, mas o iter procedimental é bem parecido, tendo em vista que a OIT, nestas
últimas, cobra do Estado providências que tendem a implementar tais Recomendações.
(…) as recomendações não representam obrigações para o Estado, ao contrário das
Convenções, que são tratados, pelos quais os Estados juridicamente se obrigam”.

d) INCORRETA: Diferentemente da assertiva, as convenções são diferentes das recomendações,


já que estas últimas não geram obrigações aos Estados.

e) INCORRETA: Conforme visto acima, as convenções de princípios são aquelas que necessitariam
de adaptação do Estado-Membro, e com o depósito de ratificação na RIT, abre-se o prazo de 12
meses para que o governo brasileiro providencie a edição da medida necessária para transformá-

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 109


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

la em lei interna.

GABARITO: ALTERNATIVA (B)

PROFESSOR: VINÍCIUS DE MIRANDA TAVEIRA


E-mail: facocursocei@gmail.com

DIREITO PREVIDENCIÁRIO BLOCO III

QUESTÃO 35. Escolha a alternativa que, de acordo com a legislação e jurisprudência


majoritária dos Tribunais, não está incorreta:

a) Os segurados obrigatórios do regime geral da Previdência Social são: empregado,


avulso, empregado doméstico, contribuinte individual e segurado especial. O aprendiz,
o estagiário, o estudante, o síndico não remunerado e o MEI são segurados facultativos.

b) O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do


Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações,
são excluídos do Regime Geral de Previdência Social, desde que amparados por regime
próprio de previdência social. Já o servidor público ocupante de cargo em comissão
e o contratado por tempo determinado do artigo 37, IX, da CF somente são segurados
obrigatórios do RGPS quando o regime jurídico de contratação for celetista.

c) Com o advento da EC 72/2013 e a LC 150/2015, o empregado doméstico passou,


somente então, a ser enquadrado como segurado obrigatório, passando a ter direito
também a auxílio-doença acidentário, aposentadoria por invalidez acidentária e auxílio-
acidente, desde que preenchidos os requisitos legais.

d) São dependentes de primeiro grau: cônjuge, companheiro(a), filho não emancipado,


de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave, além de enteado nas mesmas condições que os
filhos. A dependência econômica desse rol de dependentes é presumida, diferentemente
do que ocorre com os dependentes de segundo e terceiro graus; ademais, todos os
dependentes de primeiro grau concorrem em igualdade de condições, tendo o benefício
dividido em partes iguais entre eles.

e) Empresa que contrata serviço de prestador de serviços autônomos deve recolher


contribuição previdenciária da empresa à base de 20%, sendo que, nesse caso, a
contribuição do trabalhador autônomo, com alíquota de 20%, é por ele diretamente
recolhida e não pela empresa tomadora.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 110


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: Conforme previsto no artigo 12 da Lei 8.212/90 e 9º do Decreto 3.0149/99, são


segurados obrigatórios: empregados, empregados domésticos, contribuintes individuais, avulsos e
segurados especiais.

De outro lado, pelo artigo 14 da Lei de Contribuição e 11 do Decreto 3.048/99, são segurados
facultativos os maiores de catorze anos de idade que se filiarem ao Regime Geral de Previdência
Social, mediante contribuição, desde que não incluído nas disposições do art. 12. São exemplos
prescritos pelo decreto: dona de casa; estudantes, estagiários bolsistas (quando o estágio é
legítimo), o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer
regime de previdência social.

Merecem destaque os seguintes contribuintes obrigatórios que, para fins previdenciários, se


enquadram como empregados:

- aprendiz;

- diretor empregado;

- trabalhadores contratados por empresa de serviços temporários (Lei 6.109/73);

- o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União,
Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais;

- servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, desde
que não amparados por regime próprio de previdência social.

- o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado
a regime próprio de previdência social;

- servidor público celetista dos Estados, Municípios, autarquias e fundações públicas


(sempre), bem como os empregados públicos das empresas públicas e sociedades de
economia mista;

- o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no


Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

- o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros
ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e
contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;

Igualmente, friso os seguintes exemplos de contribuintes obrigatórios individuais:

- pessoa física que explora atividade agropecuária;

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 111


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

- pessoa física que explora atividade de extração mineral – garimpo;

- ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de


congregação ou de ordem religiosa (ex.: padres, monges, freiras e pastores);

- o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual
o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto
por regime próprio de previdência social;

- titular de firma individual urbana ou rural,

- diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade


anônima;

- sócio-gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho


em empresa urbana ou rural, (“pro labore”);

- trabalhador eventual (inclusive diarista);

- trabalhador autônomo;

- MEI;

- notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm


a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos
cofres públicos;

- médico residente;

- membro do conselho tutelar;

- árbitro (esportivo) e seus auxiliares.

Não se pode olvidar, também, que, de acordo com o § 2º do artigo 12 da Lei de Contribuição, “todo
aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime
Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas”.

b) INCORRETA: A primeira frase da assertiva está correta pois reflete o disposto no artigo 13 da
Lei de Custeio, de acordo com o qual o servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias
e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social, desde que amparados por
regime próprio de previdência social.

Contudo, a segunda frase está errada, já que, de acordo com o artigo 40, § 13, da CF, os servidores
ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração
sem vínculo efetivo, bem como de cargo temporário nos termos do artigo 37, IX, da CF, enquadram-
se sempre no RGPS, independentemente do regime jurídico ser celetista ou estatutário.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 112


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

O ocupante de cargo em comissão somente será regido por RPPS se também ocupar cargo efetivo
e, ainda, se o ente a que ele se vincular tiver regime próprio de previdência, conforme artigo 12, I,
“g”, da Lei 8.212/91.

Consoante artigo 9º, inciso I, alínea “l”, do Decreto, o contratado por tempo determinado do artigo
37, IX, da CF sempre será segurado obrigatório do RGPS, independentemente do regime ser
celetista ou estatutário.

c) INCORRETA: Desde a publicação da antiga Lei dos Domésticos, Lei nº 5.989/73, o doméstico já
figurava como segurado obrigatório no RGPS – regime geral da Previdência Social. Antes disso, por
incrível que pareça, os domésticos não tinham nem mesmo direito aos benefícios previdenciários.

A EC 72/2013 e a LC 150/2015 inovaram no âmbito previdenciário ao conferirem aos domésticos


também o auxílio-doença acidentário, a aposentadoria por invalidez acidentária, o auxílio-acidente,
desde que preenchidos os requisitos legais. Até então, os domésticos não tinham direito a tais
benefícios.

Considerando que a Constituição não permite a criação de benefícios previdenciários sem a criação
da correspondente fonte de custeio, a LC 150/2015 alterou a lei 8.212/91, para incluir o artigo 24,
II, o qual estabelece que cabe ao empregador doméstico recolher o SAT (ou GILRAT) com alíquota
de 0,8%.

d) CORRETA: Consoante artigo 16 da Lei de Benefícios, são dependentes de primeiro grau:


cônjuge, companheiro(a), filho não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, além de enteado
nas mesmas condições que os filhos.

Estabelece o § 1º do artigo 16 que a existência de dependente de qualquer das classes exclui do


direito às prestações os das classes seguintes.

O § 4º prescreve que a dependência econômica desse rol de dependentes é presumida,


diferentemente do que ocorre com os dependentes de segundo e terceiro graus.

Ademais, todos os dependentes de primeiro grau concorrem em igualdade de condições, tendo o


benefício dividido em partes iguais entre eles.

e) INCORRETA: A assertiva está incorreta, pois, no caso hipotético, caberia à empresa contratante
recolher suas contribuições previdenciárias à base de 20% sobre toda a remuneração paga
ao contribuinte individual, além de deduzir 11% do valor total pago ao individual e efetuar seu
recolhimento, por força do artigo 216, § 26, do Decreto 3.048/99.

Com efeito, nos casos em que o contribuinte individual presta serviços em prol de pessoa jurídica,
é obrigação da contratante deduzir e recolher a cota da contribuição a ser paga pelo contribuinte
individual de 11%, limitada ao teto da previdência, conforme disposto no artigo, inclusive se a

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 113


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

empresa for optante pelo SIMPLES NACIONAL, nos termos do artigo 22, I, da Lei 8.212/91.
Sem prejuízo do recolhimento da contribuição devida pela empresa tomadora de 20% sobre a
remuneração total paga ao prestador de serviços.

A propósito, é por essa razão que o TST, na OJ 398 firmou entendimento de que, nos acordos
homologados sem reconhecimento vínculo de emprego, deverão ser recolhidas contribuições
previdenciárias à base de 31% sobre o valor do acordo, sendo 20% a cargo do tomador e 11% a
cargo do prestador de serviços.

Já quando o contribuinte individual presta serviços a pessoas físicas, cabe a ele próprio efetuar
o recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre o salário de contribuição, com
alíquota de 20%. Essa alíquota cai para 11% caso opte pela exclusão da aposentadoria por tempo
de contribuição.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

QUESTÃO 36. Assinale a única assertiva correta:

a) As alíquotas das contribuições previdenciárias básicas e do SAT ou GILRAT devidas


pelas empresas empregadoras são as mesmas das referidas contribuições pagas pelos
empregadores domésticos.

b) O auxílio-acidente tem natureza indenizatória e é devido quando o segurado empregado,


doméstico, avulso ou especial sofre acidente de qualquer natureza que resulte sequelas
que, consolidadas, acarretam redução (parcial) da capacidade para o trabalho; o auxílio-
acidente pode ser acidentário ou previdenciário e não exige carência mínima em ambas
as modalidades; o valor mensal é igual a 50% do salário de benefício.

c) O auxílio-doença tem natureza indenizatória e é devido somente quando o segurado


empregado, avulso ou especial se acomete de doença, seja ela ocupacional ou não,
importando na perda total e temporária da capacidade do segurado por mais de quinze
dias.

d) O nexo técnico epidemiológico gera presunção “juris et de jure”.

e) O legislador equiparou doenças ocupacionais ao acidente do trabalho para fins


previdenciários, exceto no que tange o auxílio-acidente acidentário, o qual somente é
devido nos casos de acidentes do trabalho típico.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: Ao contrário do que consta da assertiva, as alíquotas do SAT ou GILRAT devidas

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 114


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

pelas empresas empregadoras são bem diferentes das referidas contribuições pagas pelos
empregadores domésticos.

Com efeito, alíquota do SAT pago pelo empregador doméstico é sempre de 0,8% das remunerações
pagas aos empregados domésticos, como previsto no artigo 24, II, da Lei 8.212/91.

Diferentemente, o artigo 22, II, alíneas “a”, “b” e “c”, estabelece que as alíquotas do SAT ou GILRAT
das empresas são de 1%, 2% ou 3%, a depender do grau de risco da atividade preponderante da
empresa (RAT), podendo ser reduzida em até 100% ou majorada em até 50% dependendo do FAP
- fator acidentário de prevenção.

Ademais, o SAT ou GILRAT poderão ter acréscimo de 6%, 9% ou 12% sobre as remunerações
pagas a cada empregado sujeito aos riscos especiais, nos casos em que as empresas tiverem
empregados expostos a riscos capazes de gerar aposentadoria especial, nos termos do artigo 57,
§ 6º, da Lei 8.213/91.

b) CORRETA: O auxílio-acidente tem natureza indenizatória e é devido quando o segurado


empregado, doméstico, avulso ou especial sofre acidente de qualquer natureza que resulte
sequelas que, consolidadas, acarretam redução (parcial) da capacidade para o trabalho.

O benefício em análise pode ser de duas espécies: (i) acidentário, quando a redução da capacidade
decorre de acidente de trabalho típico, doenças ocupacionais (profissionais ou do trabalho) ou
acidentes por equiparação; (ii) previdenciário, quando a redução da capacidade for originada de
acidente ou doença comuns, isto é, não relacionados direta ou indiretamente com o labor.

Tanto o benefício de cunho acidentário quanto o previdenciário estrito não exigem carência mínima
e o valor mensal é igual a 50% do salário de benefício.

Considerando que o auxílio-acidente não substitui o salário de contribuição, visto que é pago como
indenização ao segurado que consegue voltar ao trabalho com perda parcial de sua capacidade,
pode ser recebido pelo segurado cumulativamente com o seguro-desemprego e salário-maternidade.
Não é cumulável, contudo, com aposentadorias de todas espécies.

c) INCORRETA: O auxílio-doença é benefício pago pelo INSS aos segurados que, por conta de
acidentes ou doenças, perdem sua capacidade laborativa total e temporariamente, impedindo o
segurado de exercer sua atividade remunerada por tempo superior quinze dias.

O auxílio-doença não tem natureza indenizatória, mas de benefício previdenciário propriamente


dito, visto que substitui o salário de contribuição do segurado.

Pode ser de duas espécies: (i) previdenciário estrito, quando a perda da capacidade foi gerada
por acidente ou doença comuns, sem nexo com o trabalho; (ii) acidentário, quando a perda da
capacidade total e temporária decorre de acidente do trabalho (típico ou por equiparação) ou
doença ocupacional (profissional ou ocupacional).

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 115


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Têm direito ao benefício os segurados empregado, empregado doméstico, avulso e especial,


lembrando que o doméstico passou a ter direito a esse benefício a partir da LC 150/2015, que
regulamentou a EC 72/2013.

O valor do benefício será de 91% do salário de benefício e cessa nas seguintes hipóteses: fim a
incapacidade; conversão em aposentadoria por invalidez; obtenção do auxílio-acidente (que tem
como premissa o reconhecimento da redução parcial da capacidade laborativa); ou falecimento do
segurado.

O auxílio-doença é instituto previdenciário que surte importantíssimos efeitos no contrato de


trabalhe, razão pela qual merecem ser pontuados em seus principais aspectos:

→ o auxílio-doença previdenciário suspende o contrato de trabalho: empregado não trabalha,


não recebe salários, não tem direito a depósito de FGTS e não conta tempo para fins previdenciários;

→ o auxílio-doença acidentário suspende parcialmente o contrato (há divergência quanto a


essa classificação): não trabalha, não recebe os salários, deposita-se o FGTS e conta-se tempo
para fins previdenciários.

→ de acordo com o artigo 118 da Lei 8.213/91, após o retorno do auxílio-doença acidentário, o
empregado tem direito a garantia de emprego por doze meses a contar da alta previdenciária;

→ durante gozo de auxílio-doença, seja acidentário ou previdenciário, o empregado tem


direito à manutenção do plano de saúde ou assistência médica oferecidos pelo empregador.
Aqui, importante registrar que, em que pese o enunciado da súmula se refira unicamente ao auxílio-
doença, o TST tem decisões posteriores reiteradas deferindo também em casos de auxílio-doença
previdenciário. De outra sorte, o TST entende que os benefícios não são devidos em casos de
aposentadoria por invalidez, previdenciária ou acidentária, ainda que gere a suspensão contratual.

d) INCORRETA: Consoante se depreende do artigo 21-A, §§ 1º e 2º, da Lei 8.213/91, o nexo


técnico epidemiológico gera presunção relativa, ou seja, “juris tantum”.

O NTEP consiste em método previsto pelo legislador de análise de nexo etiológico entre a
morbidade (doença) e a atividade do empregador para fins previdenciários, tendo como base
dados estatísticos, a partir do qual se presume relativamente a existência de nexo causal entre
determinadas moléstias e grupos de atividades;

Assim, quando perito previdenciário verifica que a doença (CID) se enquadra em uma das
hipóteses dos anexos relacionadas com a atividade empresarial (CNAE), reconhece o nexo causal
por presunção e, se presente a redução ou perda de capacidade laborativa, indica a concessão do
benefício de cunho acidentário.

É uma presunção legal de nexo de causalidade entre moléstia e o trabalho, de sorte que, mesmo
prevista na legislação previdenciária, surte efeitos no âmbito da responsabilidade civil decorrente de

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 116


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

doenças ocupacionais e acidentes do trabalho, visto que o ordenamento jurídico é uno e orgânico
Ademais, não restam dúvidas de que o contrato de trabalho e a relações previdenciárias, bem
como as normas trabalhistas e previdenciárias se influenciam mutuamente, uma vez que, apesar
de terem sujeitos diversos, são relações jurídicas que se interligam;

Assim, quando, a partir da leitura dos anexos do Decreto 3.048/99, o juiz verifica que há o NTEP, deve
presumir a existência do nexo de causalidade entre a atividade e a doença. Como consequência
lógica, inverte-se o ônus da prova, cabe ao empregador comprovar que, apesar do NTEP, a doença
não foi causada pela atividade laborativa;

Sobre o tema, ver artigo 21 da Lei 8.213/91; artigo 337, § 3º, e lista C do Anexo II do Decreto
3.048/99.

e) INCORRETA: Conforme disposto no caput do artigo 21, o legislador equiparou doenças


ocupacionais – que abrangem as doenças profissionais e doenças do trabalho – ao acidente do
trabalho para todos os fins previdenciários, inclusive para concessão de auxílio-acidente acidentário.

Desse modo, se o acidente do trabalho típico, doença ocupacional ou acidente por equiparação
acarretarem redução definitiva (consolidada) da capacidade laboral, o segurado (empregado,
empregado doméstico, avulso ou especial) terá direito ao auxílio-acidente da espécie acidentária
no valor de 50% do salário de benefício.

GABARITO: ALTERNATIVA (B)

PROFESSOR: MURILLO FRANCO CAMARGO


E-mail: facocursocei@gmail.com

DIREITO EMPRESARIAL BLOCO III

QUESTÃO 37. Julgue as seguintes assertivas:

I – Estabelecimento comercial é onde o empresário exerce seu comércio.

II – Estabelecimento é o conjunto de bens utilizados pelo empresário para o exercício da


atividade empresarial.

III – O estabelecimento comercial constitui tão somente os bens corpóreos.

IV – O estabelecimento engloba bens corpóreos e incorpóreos, haja vista que estes


últimos são de propriedade da pessoa física, e não da empresa em si.

a) Estão corretos os itens I, II e III.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 117


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) Estão corretos os itens III e IV.

c) Estão corretos os itens II e IV.

d) Está correto o item II.

e) O item III é correto.

COMENTÁRIO

I – INCORRETO: Segundo o art. 1.142 do Código Civil de 2002, o estabelecimento é todo complexo
de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. O
local onde a atividade empresarial é exercida não se confunde com o estabelecimento, embora
nele se encaixe.

André Luiz Ramos define como:

“(...) de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no


exercício da sua atividade. (…) Portanto, o local onde o empresário exerce suas atividades
– ponto de negócio – é apenas um dos elementos que compõem o estabelecimento
empresarial, o qual, como visto, é composto também de outros bens materiais
(equipamentos, máquinas, etc) e até mesmo de bens imateriais (marca, patente de
invenção, etc.). Autores há que chegam a colocar até a clientela como bem integrante do
estabelecimento. (…) o estabelecimento não se confunde com a empresa, uma vez que
esta, conforme visto, corresponde a uma atividade. Da mesma forma, o estabelecimento
não se confunde com o empresário, já que este é uma pessoa física ou jurídica que
explora essa atividade empresarial e é o titular dos direitos e obrigações dela decorrentes
(…) É preciso fazer uma observação relevante, que diz respeito à importância de não
confundir o estabelecimento empresarial com o patrimônio do empresário. Este é todo
o conjunto de bens, direitos, ações, posse e tudo o mais que pertença a uma pessoa
física ou jurídica e seja suscetível de apreciação econômica. Vê-se, pois, que nem todos
os bens que compõem o patrimônio são, necessariamente, componentes também do
estabelecimento empresarial, uma vez que, para tanto, será imprescindível que o bem,
seja ele material ou imaterial, guarde um liame com o exercício da atividade-fim do
empresário”. (Curso de Direito Empresarial – 2ª Edição. 2009. pág. 110)

II – CORRETO: Conforme o art. 1.142 e a definição doutrinária acima, está claro que o estabelecimento
é o complexo de bens utilizado para o exercício da atividade econômica, sendo eles materiais ou
imateriais. Inclusive, o autor mencionou que há quem sustente que a clientela seja considerada
parte do estabelecimento.

III – INCORRETO: Como o estabelecimento se traduz no complexo de bens corpóreos e incorpóreos,

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 118


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

a alternativa está errada.

IV – INCORRETO: A alternativa está errada porque, em sua parte final, aponta que os bens
incorpóreos pertencem à pessoa física, e não à empresa em si. Como visto acima, o empresário,
pessoa física ou pessoa jurídica, é o proprietário dos bens que envolvam a atividade econômica
exercia.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

QUESTÃO 38. Aponte a alternativa correta:

a) A sociedade estrangeira se submete aos mesmos requisitos que a sociedade brasileira.

b) A sociedade estrangeira depende de autorização do Poder Executivo para


funcionamento em território brasileiro. Porém, eventuais modificações independem
desta mesma autorização.

c) A sociedade estrangeira autorizada a funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais


brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no Brasil e fora dele.

d) A sede da sociedade estrangeira poderá ser transferida para o Brasil, mas depende de
autorização do Poder Executivo para tanto.

e) A autorização ocorrerá mediante medida provisória ou decreto, sendo que o Poder


Executivo sempre colocará condições convenientes à defesa dos interesses nacionais.

COMENTÁRIO

a) INCORRETA: A sociedade estrangeira é aquela que não tem sede no Brasil e sua organização
não segue os ditames da legislação brasileira. Esta necessita de autorização governamental para
funcionamento, conforme art. 1.134 CC/2002.

Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem
autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos
subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista
de sociedade anônima brasileira.

b) INCORRETA: Diferentemente do que diz a alternativa, o art. 1.139 do CC/2002 assevera que:

Art. 1.139. Qualquer modificação no contrato ou no estatuto dependerá da aprovação do


Poder Executivo, para produzir efeitos no território nacional.

c) INCORRETA: O art. 1.137 do CC/2002 deixa claro que a sociedade estrangeira autorizada a
funcionar ficará sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 119


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

no Brasil, diferentemente do que diz a alternativa, que menciona que os atos praticados fora do
Brasil estarão sujeitos ao nosso ordenamento jurídico e aos Tribunais do nosso país.

d) CORRETA: A assertiva é a correta. O art. 1.141 do CC/2002 permite que a sociedade estrangeira
se “nacionalize” e traga sua sede para território brasileiro, desde que autorizada pelo Poder
Executivo.

Art. 1.141. Mediante autorização do Poder Executivo, a sociedade estrangeira admitida


a funcionar no País pode nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil.

e) INCORRETA: Segundo o Art. 1.141, §§ 2º e 3º do CC/2002:

§ 2º O Poder Executivo poderá impor as condições que julgar convenientes à defesa


dos interesses nacionais. § 3º Aceitas as condições pelo representante, proceder-se-á,
após a expedição do decreto de autorização, à inscrição da sociedade e publicação do
respectivo termo.

É faculdade do Poder Executivo impor condições nos casos em que haja necessidade de defender
interesses nacionais. Além disso, a autorização é expedida mediante decreto, diferentemente do
que foi mencionado acima, no sentido de que também pode ocorrer por medida provisória.

GABARITO: ALTERNATIVA (D)

PROFESSORA: SAMANTHA STEIL SANTOS E MELLO


E-mail: profcei.samanthasteil@gmail.com

DIREITOS HUMANOS E DIREITOS HUMANOS SOCIAIS BLOCO III

QUESTÃO 39. Segundo a Convenção 182 da OIT, em seu Artigo 6º:

1. Todo membro deverá elaborar e implementar programas de ação para eliminar, como
medida prioritária, as piores formas de trabalho infantil.

2. Esses programas de ação deverão ser elaborados e implementados em consulta com


as instituições governamentais competentes e as organizações de empregadores e de
trabalhadores, levando em consideração as opiniões de outros grupos interessados, caso
apropriado.

Pergunta-se: Sob a ótica da Recomendação 190 da OIT, tais programas devem dispensar
especial atenção, exceto:

a) Às crianças menores de 12 anos;

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 120


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) Às meninas;

c) Ao problema do trabalho oculto, nos quais as meninas estão particularmente expostas


a riscos;

d) A outros grupos de crianças com vulnerabilidades ou necessidades especiais;

e) Identificar comunidades em que haja crianças particularmente expostas a riscos,


entrar em contato direto com essas comunidades e trabalhar com elas;

COMENTÁRIO

As questões versaram sobre os itens 8 e 10 do edital.

a) INCORRETA: Recomendação 190, 2: Os programas de ação mencionados no Artigo 6º da


Convenção deveriam ser elaborados e executados em caráter de urgência, em consulta com as
instituições governamentais competentes e as organizações de empregadores e de trabalhadores,
tomando em consideração o que pensam as crianças diretamente afetadas pelas piores formas
de trabalho infantil, suas famílias e, se for o caso, outros grupos interessados nos objetivos da
Convenção e desta Recomendação. Esses programas deveriam visar, entre outras coisas; c)
dispensar especial atenção: “a. às crianças.”

O texto da Recomendação 190 não tem a expressão “menor de 12 anos”, que no caso da questão
foi colocada para confundir o candidato.

b) CORRETA: Recomendação 190, 2: Os programas de ação mencionados no Artigo 6º da


Convenção deveriam ser elaborados e executados em caráter de urgência, em consulta com as
instituições governamentais competentes e as organizações de empregadores e de trabalhadores,
tomando em consideração o que pensam as crianças diretamente afetadas pelas piores formas
de trabalho infantil, suas famílias e, se for o caso, outros grupos interessados nos objetivos da
Convenção e desta Recomendação. Esses programas deveriam visar, entre outras coisas; c)
dispensar especial atenção: “b. às meninas;”

c) CORRETA: Recomendação 190, 2: Os programas de ação mencionados no Artigo 6º da


Convenção deveriam ser elaborados e executados em caráter de urgência, em consulta com as
instituições governamentais competentes e as organizações de empregadores e de trabalhadores,
tomando em consideração o que pensam as crianças diretamente afetadas pelas piores formas
de trabalho infantil, suas famílias e, se for o caso, outros grupos interessados nos objetivos da
Convenção e desta Recomendação. Esses programas deveriam visar, entre outras coisas; c)
dispensar especial atenção: “c. ao problema do trabalho oculto, nos quais as meninas estão
particularmente expostas a riscos;”

d) CORRETA: Recomendação 190, 2: Os programas de ação mencionados no Artigo 6º da

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 121


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Convenção deveriam ser elaborados e executados em caráter de urgência, em consulta com as


instituições governamentais competentes e as organizações de empregadores e de trabalhadores,
tomando em consideração o que pensam as crianças diretamente afetadas pelas piores formas
de trabalho infantil, suas famílias e, se for o caso, outros grupos interessados nos objetivos
da Convenção e desta Recomendação. Esses programas deveriam visar, entre outras coisas;
c) dispensar especial atenção: “d. a outros grupos de crianças com vulnerabilidades ou
necessidades especiais;”

e) CORRETA: Recomendação 190, 2: Os programas de ação mencionados no Artigo 6º da


Convenção deveriam ser elaborados e executados em caráter de urgência, em consulta com as
instituições governamentais competentes e as organizações de empregadores e de trabalhadores,
tomando em consideração o que pensam as crianças diretamente afetadas pelas piores formas
de trabalho infantil, suas famílias e, se for o caso, outros grupos interessados nos objetivos da
Convenção e desta Recomendação. Esses programas deveriam visar, entre outras coisas; c)
dispensar especial atenção: “e. identificar comunidades em que haja crianças particularmente
expostas a riscos, entrar em contato direto com essas comunidades e trabalhar com elas;”

Atentem: Convenção 182 e Recomendação 190 são temas de leitura obrigatória, pois são cobrados
recorrentemente em provas.

GABARITO: ALTERNATIVA (A)

QUESTÃO 40. Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer
que seja a modalidade de depósito.

Ao editar referida Súmula, em qual diploma o STF fundamentou a questão:

a) Princípios de Bangalore sobre a conduta judicial.

b) Convenção Interamericana de Direitos Humanos. Pacto de São José da Costa Rica.

c) Declaração Universal dos Direitos Humanos

d) Convenção de Viena de 1961

e) Tratado de Constituição do MERCOSUL.

COMENTÁRIO

As questões versaram sobre os itens 8 e 10 do edital.

a) INCORRETO: Tais princípios versam resumidamente sobre: independência, imparcialidade,


integridade, idoneidade, igualdade e competência (diligência) – ONU/2008.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 122


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

b) CORRETO. Vide Precedente Representativo da Súmula Vinculante 25:

“Se não existem maiores controvérsias sobre a legitimidade constitucional da prisão civil
do devedor de alimentos, assim não ocorre em relação à prisão do depositário infiel. As
legislações mais avançadas em matérias de direitos humanos proíbem expressamente
qualquer tipo de prisão civil decorrente do descumprimento de obrigações contratuais,
excepcionando apenas o caso do alimentante inadimplente. O art. 7º (n.º 7) da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos ‘Pacto de San José da Costa Rica, de 1969,
dispõe desta forma: ‘Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os
mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento
de obrigação alimentar.’ Com a adesão do Brasil a essa convenção, assim como ao
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, sem qualquer reserva, ambos no
ano de 1992, iniciou-se um amplo debate sobre a possibilidade de revogação, por tais
diplomas internacionais, da parte final do inciso LXVII do art. 5º da Constituição brasileira
de 1988, especificamente, da expressão ‘depositário infiel’, e, por consequência, de
toda a legislação infraconstitucional que nele possui fundamento direto ou indireto. (...)
Portanto, diante do inequívoco caráter especial dos tratados internacionais que cuidam
da proteção dos direitos humanos, não é difícil entender que a sua internalização no
ordenamento jurídico, por meio do procedimento de ratificação previsto na Constituição,
tem o condão de paralisar a eficácia jurídica de toda e qualquer disciplina normativa
infraconstitucional com ela conflitante. Nesse sentido, é possível concluir que, diante
da supremacia da Constituição sobre os atos normativos internacionais, a previsão
constitucional da prisão civil do depositário infiel (...) deixou de ter aplicabilidade diante
do efeito paralisante desses tratados em relação à legislação infraconstitucional que
disciplina a matéria (...). Tendo em vista o caráter supralegal desses diplomas normativos
internacionais, a legislação infraconstitucional posterior que com eles seja conflitante
também tem sua eficácia paralisada. (...) Enfim, desde a adesão do Brasil, no ano
de 1992, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 11) e à Convenção
Americana sobre Direitos Humanos ‘Pacto de San José da Costa Rica (art. 7º, 7), não há
base legal para aplicação da parte final do art.5º, inciso LXVII, da Constituição, ou seja,
para a prisão civil do depositário infiel.” (RE 466343, Voto do Ministro Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, julgamento em 3.12.2008, DJe de 5.6.2009)

“DIREITO PROCESSUAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO


INFIEL. PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA. ALTERAÇÃO DE ORIENTAÇÃO DA
JURISPRUDÊNCIA DO STF. CONCESSÃO DA ORDEM. 1. A matéria em julgamento
neste habeas corpus envolve a temática da (in)admissibilidade da prisão civil do
depositário infiel no ordenamento jurídico brasileiro no período posterior ao ingresso
do Pacto de São José da Costa Rica no direito nacional. 2. Há o caráter especial do
Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos (art. 11) e da Convenção Americana

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 123


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7°, 7), ratificados,
sem reserva, pelo Brasil, no ano de 1992. A esses diplomas internacionais sobre direitos
humanos é reservado o lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da
Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos
tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, torna inaplicável a
legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de
ratificação. 3. Na atualidade a única hipótese de prisão civil, no Direito brasileiro, é a do
devedor de alimentos. O art. 5°, §2°, da Carta Magna, expressamente estabeleceu que
os direitos e garantias expressos no caput do mesmo dispositivo não excluem outros
decorrentes do regime dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte. O Pacto de São José da Costa
Rica, entendido como um tratado internacional em matéria de direitos humanos,
expressamente, só admite, no seu bojo, a possibilidade de prisão civil do devedor de
alimentos e, consequentemente, não admite mais a possibilidade de prisão civil do
depositário infiel. 4. Habeas corpus concedido.” (HC 95967, Relatora Ministra Ellen
Gracie, Segunda Turma, julgamento em 11.11.2008, DJe de 28.11.2008)

c) INCORRETO: Não há qualquer menção no diploma sobre depositário infiel.

d) INCORRETO: Não há qualquer menção no diploma sobre depositário infiel.

e) INCORRETO: Não há qualquer menção no diploma sobre depositário infiel.

GABARITO: ALTERNATIVA (B)

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 124


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

QUESTÕES DISSERTATIVAS

ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.

PROFESSOR: DOROTHEO BARBOSA NETO


E-mail: profcei.dorotheoneto@gmail.com

Questão 1. Discorra, apontando as diferenças sobre fraude à execução e fraude contra


credores, respondendo se podem ser reconhecidas e declaradas incidentalmente pelo Juízo
da execução, justificando.

A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 03/09/2017:
profcei.dorotheoneto@gmail.com - LIMITE DE 30 LINHAS.

Questão 2. Diferencie conceituando medidas indutivas, coercitivas, mandamentais e sub-


rogatórias e discorra sobre a possibilidade de aplicação do art. 139, IV, do CPC ao Processo
do Trabalho na fase de conhecimento e execução.

A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 03/09/2017:
profcei.dorotheoneto@gmail.com - LIMITE DE 30 LINHAS.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 125


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

SENTENÇA

ORIENTAÇÃO: Procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com
agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.

PROFESSOR: FABRÍCIO LIMA SILVA


E-mail: profcei.fabriciolima@gmail.com

Distribuição: 06/05/2016.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA DO TRABALHO DE


ALFENAS - MG.

Mévio da Silva Trindade, qualificação xxx, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa. propor
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de Engenharia Elétrica Indústria S/A., qualificação xxx,
e Viamão Indústria e Comércio Ltda. (em recuperação judicial), qualificação xxx, pelos motivos
de fato e de direito que passa a expor:

1. DA JUSTIÇA GRATUITA

Nos termos do art. 5º, incisos XXXIV e LXXIV, da nossa Magna Carta, cominados com as Leis
nº 7.510/86 - art. 4º -, nº 1.060/50, requer, em seu favor, os benefícios da assistência judiciária
gratuita, uma vez que sua situação econômica não lhe permite pagar as custas processuais, sem
prejuízo de seu próprio sustento, conforme demonstrado em declaração anexa.

2. 2. DOS FATOS E DO DIREITO

2.1 - Dados contratuais

O reclamante foi admitido para trabalhar para a segunda reclamada (Viamão Indústria e Comércio
Ltda.) em 07/09/2009, na função de operador de produção, sendo que esta ficou sendo sua
empregadora até o mês 25 de janeiro do 2015, momento em que a referida empresa foi vendida
para a segunda reclamada (Engenharia Elétrica Indústria S/A.).

A última remuneração percebida foi de R$ 1.130,00 (um mil, cento e trinta reais).

No período compreendido entre os anos de 2007 até 2014, teve férias, 13° salário, salário e
reajustes pagos corretamente.

Contudo, desde o momento em que foi contratado, jamais recebeu:

a) - as horas em que estava ao dispor da fábrica, tendo em vista que o ônibus que a própria
fábrica fornecia, saia às 6h30m com os trabalhadores, e retornava às 17h00m. Durante os anos de
2015/2016 o reclamante não gozou de suas férias ou tampouco as recebeu.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 126


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

No mês de janeiro de 2015 foi solicitado que assinasse um documento de transferência, tendo
em vista que seu empregador mudaria, conforme já havia acontecido em outra ocasião, neste
momento, foi explicado pelos seus superiores que as férias seriam quitadas e gozadas.

Frise-se que o reclamante, se sentiu lesado pois não recebeu, no ano de 2015, as férias, as horas
em que estava à disposição do empregador e o reajuste.

No mês de janeiro do corrente ano, 2016, completou um ano que a Viamão Indústria e Comércio
Ltda. mantivera o reclamante como seu empregado, tendo combinado com o mesmo que, em face
do reclamante ter realizado cirurgia no joelho direito, gozaria e receberia suas férias corretamente.

Contudo o reclamante não se adaptando ao sistema que fora implantado na fábrica pediu demissão
em 07/04/2016.

Não tendo sido realizada a sua rescisão até o presente momento, dia 06 de maio de 2016.

2.3. Do não recebimento e gozo das férias

O reclamante deveria ter gozado suas férias em fevereiro de 2015 e no ano de fevereiro de 2016,
porém não as gozou ou recebeu 1/3, como lhe era devido.

2.4. Do não recebimento das horas extraordinárias

O reclamante tem direito ao recebimento de horas extras que jamais lhe foram pagas, tendo em
vista que entrava no ônibus da empresa às 6h30m, fazia uma hora de almoço e chegava em sua
cidade no ônibus da reclamada às 17h00m.

Frise-se que o reclamante era contratado por banco de horas, contudo essas horas de espera pelo
transporte, que a fábrica fornecia, ou as horas gastas durante o trajeto jamais foram compensadas
ou registradas.

Em face do explicitado o reclamante trabalhava 9h30m diariamente, de segunda a sexta, computando


no total 47 horas e 30 minutos semanalmente.

2.5. Do não recebimento das verbas rescisórias e da homologação do pedido de demissão

O reclamante pediu demissão em abril e até o presente momento, a empregadora, não o chamou
para fazer a homologação de sua demissão, ou seja, não o chamou para receber as verbas às
quais tem direito, tais como saldo salário, 13º proporcional, férias proporcionais + 1/3, devendo a
reclamada arcar com a multa imposta pelo artigo 477, § 1º, da CLT.

Efetivamente, o art. 477, § 1º, da CLT assinala que: “O pedido de demissão ou recibo de quitação
de rescisão do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço,
só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do
Ministério do Trabalho”.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 127


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

É fato incontroverso nos autos que o reclamante já contava com mais de um ano de serviço quando
do desligamento do quadro de pessoal da acionada; todavia, não foram observados os requisitos
previstos no citado diploma legal para efeito da quitação rescisória respectiva.

Nesse sentido, inclusive, o ensinamento do i. jurista Maurício Godinho Delgado:

“Não sendo observada a assistência administrativa, nos casos em que é obrigatória (ou
faltando a assistência própria, inerente ao trabalhador menor de 18 anos), desponta
presunção trabalhista favorável ao obreiro, de que a ruptura do pacto se deu nos moldes
da resilição unilateral por ato empresarial (dispensa injusta), com as parcelas que lhe
são conseqüentes. Não se trata, evidentemente, de presunção absoluta, porém relativa,
admitido prova convincente no sentido contrário” (in Curso do Direito de Trabalho, LTr,
3ª Ed, pg. 1-143).

Saliente-se que, acaso tivesse ocorrido a necessária assistência, certamente o reclamante seria
alertado sobre a existência de motivos suficientes para o reconhecimento da rescisão indireta do
seu contrato de trabalho.

2.6. Da continuidade do trabalho para as empregadoras

A primeira reclamada assumiu a fábrica da segunda reclamada, bem como seus empregados
conforme preconizam os artigos 10 e 448 da CLT:

“Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos


adquiridos por seus empregados.

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os


contratos de trabalho dos respectivos empregados”.

Considerando-se os princípios da continuidade e do in dubio pro operario, o empregado, parte


hipossuficiente da relação, jamais pode ser prejudicado.

A empresa mantém-se em funcionamento, assim como os contratos de trabalho com os empregados,


até mesmo porque, conforme foi mencionado anteriormente os titulares da nova empresa utilizaram-
se da boa-fé dos empregados para que a transferência fosse assinada.

Frise-se que não foram celebrados novos contratos de trabalho com a segunda reclamante, houve
somente transferência dos empregados para a segunda empresa, como fica comprovado através
dos registros contidos na carteira de trabalho da reclamada.

Assim, requer-se que seja reconhecida a sucessão empresarial entre a primeira e a segunda
reclamada, com a responsabilização da primeira pelas verbas postuladas na presente demanda.

Todavia, em caso de não reconhecimento do pedido, sucessivamente, pretende-se o reconhecimento


da rescisão indireta do contrato de trabalho, com fundamento no art. 483, da CLT, quando houve

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 128


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

a sucessão do contrato pela primeira reclamada, em 25 de janeiro de 2015, sendo que a segunda
reclamada deverá ser condenada ao pagamento das parcelas até a referida data e, por sua vez, a
primeira reclamada deverá ser condenada ao pagamento das parcelas do período subsequente.

2.6. Do não recolhimento do fundo de garantia

“São Direito dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, o fundo de garantia por tempo de serviço”. (artigo 7°, inciso III, da Constituição
Federal). Além desse dispositivo Constitucional, a Lei 8.036/90 estabelece que será obrigatório a
efetivação dos depósitos mensais de fundo de garantia, devendo este ser quitado pelo empregador.

2.7. Do atraso na quitação das verbas rescisórias

Ao deixar de quitar as verbas no prazo, o reclamado violou o direito do trabalhador, razão pelo qual
deve ser condenado a pagar a multa prevista, no valor atualizado do salário comercial.

2.8. Dos recolhimentos previdenciários

Saliente-se que, durante a vigência de todo o contrato havido com a primeira reclamada, nunca
houve o recolhimento das contribuições previdenciárias devidas pela reclamada, apesar da
ocorrência do desconto da cota parte devida pelo obreiro.

3. DOS PEDIDOS

Face ao exposto, requer:

1. Seja reconhecido e declarado em sentença o vínculo empregatício entre as partes no

período de 07/09/2009 a 07/04/2016, determinando a anotação e a baixa na CTPS;

2. Seja reconhecida a sucessão entre a primeira e a segunda reclamada, com a condenação da


primeira reclamada ao pagamento das seguintes verbas:

a. Saldo de salário abril, maio e junho de 2016..............................R$ 6.064,00

b. Em face da reclamante trabalhar 9h30m semanal..................... R$11.866,87

c. Décimo terceiro proporcional (6/12)......................................... R$ 659,17

d. Férias vencidas + 1/3..................................................................R$ 5.070,00

e. Férias vencidas:......................................................................... R$1.130,00

f. 1/3 sobre férias vencidas:........................................................... R$376,67

g. Férias proporcionais (6/12): ..................................................... R$565,00

h. 1/3 sobre férias proporcionais:.................................................. R$188,33

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 129


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

i. Férias indenizadas (1/12):......................................................... R$94,17

j. 1/3 sobre férias indenizadas:..................................................... R$31,39

f. O pagamento do FGTS não recolhido durante todo o contrato.. R$ 4.339,20

g. Multa de 40%............................................................................R$ 1.735,68

h. Multa do art. 477, § 1º..............................................................R$ 1.130,00

i. Contribuições previdenciárias devidas, durante todo o pacto havido com a primeira


reclamada......................................................................................R$ 2.000,00

j. Em caso de não reconhecimento do pedido de sucessão, pretende-se o reconhecimento da


rescisão indireta do contrato de trabalho, com fundamento no art. 483, da CLT, quando houve
a sucessão do contrato pela primeira reclamada, em 25 de janeiro de 2015, sendo que a
segunda reclamada deverá ser condenada ao pagamento das parcelas até a referida data e, por
sua vez, a primeira reclamada deverá ser condenada ao pagamento das parcelas do período
subsequente...........................R$1,00

Total ....................................................R$ 30.911,46

3. Diante dos fatos, requer que Vossa Excelência se digne determinar a notificação das reclamada,
para que, no dia e hora designados por esse M.M. Juízo compareçam à audiência de Conciliação
e Julgamento e, contestem, querendo, a presente reclamatória, sob pena de revelia e confissão
quanto à matéria fática.

4. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente, oitiva de
testemunhas, perícia, juntada de outros documentos e outros meios de prova, se necessários.

Dá-se à causa o valor R$ 30.911,46 (trinta mil, novecentos e onze reais e quarenta e seis centavos).

Termos em que,

Pede deferimento.

Alfenas, 06 de maio de 2016.

________________________________________________

(assinado eletronicamente)

ADVOGADA

OAB/MG N.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 130


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Juntou com a inicial: Procuração, declaração de pobreza, CTPS, com a seguinte anotação, em
25/01/2015: “Termo de Transferência: Em 09/01/2015 o Contrato de Trabalho celebrado com a
empresa Viamão Indústria e Comércio Ltda.– Em Recuperação Judicial, CNPJ 0000000000/0001-
00, foi transferido para a empresa Viamão Indústria e Comércio Ltda., CNPJ 0000000000/0001-01”.

Não consta baixa do contrato de trabalho havido com a segunda reclamada e não houve anotação
de novo contrato com a primeira reclamada.

Síntese da contestação da primeira reclamada:

1. EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE ANTES DE 25/01/2015

Embora o autor informe na inicial que em 25/01/2015 a reclamada Engenharia Elétrica Indústria
S/A. assumiu a unidade econômica, na verdade, esta comprou algumas unidades do Grupo
Viamão Indústria e Comércio Ltda., através da arrematação em leilão judicial em 25/01/2015.

Ou seja, apenas em 25/01/2015, passou a laborar para a ora contestante.

O autor foi empregado do Grupo Viamão Indústria e Comércio Ltda., que estava em recuperação
judicial, sendo certo que a contestante comprou em 25/01/2015 algumas Unidades Produtivas
Isoladas (UPI’s).

Conforme documentação anexada aos autos a contestante por meio da Assembleia Geral de
Credores, realizada em 21 de agosto de 2014, nos autos da Recuperação Judicial, Processo no.
0015555-00.3013.8.26.0100, em trâmite perante a 1ª. Vara de Falência e Recuperações Judiciais de
Rio de Janeiro - RJ, adquiriu algumas das Unidades Produtivas Isoladas (UPI’s) das Recuperandas
do Grupo Viamão Indústria e Comércio Ltda.

Em 25 de janeiro de 2015 foi expedida a Carta de Arrematação, atribuindo a contestante a


propriedade e posse definitiva das UPI’s, conforme se depreende dos documentos acostados à
defesa.

Antes dessa data nenhuma responsabilidade pode ser atribuída à contestante.

A continuidade das atividades na unidade produtiva, como os mesmos empregados, em nada


altera esse entendimento, pois esta é a intenção da lei.

Não há, portanto, sucessão de débitos trabalhistas nos casos de compra, em leilão judicial, de
unidades produtivas isoladas de empresas em recuperação judicial ou em processo de falência.

A reclamada reitera que a aquisição das UPI’s, deu-se na forma do artigo 60, da Lei n. 11.101/2005,
abaixo reproduzido:

“Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de


filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização,
observado o disposto no art. 142 desta Lei.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 131


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá
sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária,
observado o disposto no § 1º do art. 141 desta Lei”.

Nesse sentido, vem decidindo os Tribunais Pátrios:

“SUCESSÃO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA. ART. 60, PARÁGRAFO


ÚNICO, DA LEI 11.101/2005. Conforme assenta o parágrafo único do artigo 60 da Lei
n° 11.101, a aquisição por alienação judicial de ativos de empresa em recuperação
judicial não transfere ao adquirente, na condição de sucessor, as obrigações trabalhistas
da empresa em recuperação judicial. Precedentes do STF e do TST.” (RR - 55900-
24.2007.5.01.0016 DEJT - 18/03/2011 - 5ª Turma - Ministro Relator Emmanoel Pereira)

Saliente-se que o Supremo Tribunal Federal, instado a se manifestar sobre a matéria, decidiu pela
constitucionalidade dos artigos 60, parágrafo único, 83, I, IV, “c”

e 141, II da Lei 11.101/05:

“EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 60, PARÁGRAFO


ÚNICO, 83, I E IV, c, E 141, II, DA LEI 11.101/2005. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
JUDICIAL. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AOS ARTIGOS 1º, III E IV, 6º, 7º, I, E 170, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988. ADI JULGADA IMPROCEDENTE.

I – Inexiste reserva constitucional de lei complementar para a execução dos créditos


trabalhistas decorrente de falência ou recuperação judicial.

II – Não há, também, inconstitucionalidade quanto à ausência de sucessão de créditos


trabalhistas.

III – Igualmente não existe ofensa à Constituição no tocante ao limite de conversão de


créditos trabalhistas em quirografários.

IV – Diploma legal que objetiva prestigiar a função social da empresa e assegurar, tanto
quanto possível, a preservação dos postos de trabalho.

V – Ação direta julgada improcedente.” (ADI-3.934-2-DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,


DJ. 4/6/2009)

Nesse contexto, nos casos de falência ou recuperação judicial, os bens adquiridos por meio de
leilão judicial devem ser transmitidos livres de qualquer gravame, inexistindo sucessão.

2. DA PREJUDICIAL DE MÉRITO – DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – ART. 7º, XXXIX, DA CF/88.

O reclamante alega que foi contratado em 07/09/2009, vindo ajuizar a presente Reclamação
Trabalhista em 06/05/2016, sendo que a prestação de serviços para com esta peticionária se findou
em 07/04/2016.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 132


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Assim, por medida de cautela, requer que ante o princípio da eventualidade e da ampla defesa,
e, na remota hipótese de ser reconhecida qualquer parcela de cunho laboral em relação à esta
peticionária que seja decretada a prescrição quinquenal prevista no inciso XXIX do artigo 7º da
Constituição Federal de 1988

3. CONTRATO DE TRABALHO MANTIDO COM O RECLAMANTE A CONTAR DE 25/01/2015

Diferentemente do que alega o autor em sua inicial, o reclamante prestou serviços para a reclamada
entre 25/01/2015 até 07/04/2016 quando pediu demissão.

Recebeu todos os haveres a que teria direito de forma proporcional, conforme se pode depreender
do anexo termo de rescisão contratual.

Não há valores adicionais a serem quitados, quer a título de férias, FGTS, saldo salário ou supostas
horas extras ou adicionais.

Não foi necessária a homologação do pedido de demissão, uma vez que o período em que o
reclamante prestou serviços à ora contestante foi inferior a um ano.

4. DAS HORAS IN ITINERE

Repita-se, o reclamante não faz jus às horas extras, nem muito menos às famigeradas horas “in
itinere”, no que o pedido vestibular é até mesmo inepto e malicioso.

No caso específico dos autos, afirma-se que pegava o ônibus da empresa às 06h30min, fazia uma
hora de almoço e chegava em sua cidade no ônibus da reclamada às 17h00min.

Diante disso, alega que trabalhava 09h30min diariamente, de segunda a sexta, computando um
total de 47 horas e 30 minutos semanalmente.

Descabida as alegações do Autor. A sua jornada de trabalho era das 07h20min às 16h00, logo
sendo possível vislumbrar o curto espaço de tempo entre o trajeto da residência para o trabalho e
vice-versa.

Portanto, não se reconhece as horas “in itinere”, devendo tal pedido ser julgado improcedente.

5. DAS VERBAS RESCISÓRIAS FGTS, MULTA DE 40%, FÉRIAS, SALDO DE SALÁRIOS

Indevido pedido de FGTS e multa de 40%, tendo em vista que todos os valores devidos foram
quitados, conforme comprovam os documentos em anexo.

Referente às verbas rescisórias, o autor prestou serviços para a reclamada entre 25/01/2015 até
07/04/2016 e suas verbas foram pagas no prazo legal, recebendo todos os seus haveres rescisórios.

Conforme comprova o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho, todas as verbas rescisórias


devidas foram pagas no prazo legal, havendo a reclamante recebido saldo de salários, férias
proporcionais com 1/3, décimo terceiro salário.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 133


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Saliente-se que sequer foi descontado do reclamante o período de aviso prévio não cumprido.

Também não há que se falar em saldo de salários restantes dos meses de abril, maio e junho, pois
a rescisão do contrato de trabalho operou-se com o pedido de demissão do autor em 07/04/2016.

Logo, nenhum valor é devido ao autor.

6. MULTAS DO ART. 477 DA CLT

As verbas rescisórias foram pagas no prazo legal, o reclamante pediu demissão em 07/04/2016 e
suas verbas foram depositadas no prazo legal, ou seja, no dia 14/04/2016, portanto não prevalece
a multa do artigo 477, da CLT.

7. DA JUSTIÇA GRATUITA

A pretensão deverá ser julgada improcedente. O autor não demonstrou que não tem condições de
demandar sem prejuízo de seu sustento e ao que sabe a contestante está empregada.

8. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Honorários advocatícios são indevidos em razão de não preenchidos os requisitos da Lei.

9. CONCLUSÃO

Por força do exposto, aguarda-se seja declarada a total improcedência da ação.

Termos em que,

pede deferimento.

(assinado eletronicamente)

Machado de Assis

OAB/RJ 20.000

Juntou com a contestação: Procuração, contrato social, ficha de registro do Autor e TRTC
constando o pagamento do saldo de salário do mês de abril de 2016 (7 dias), das férias + 1/3 de
2015/2016, férias proporcionais + 1/3 de 2016 (3/12), do 13º salário proporcional de 2016 (3/12),
com pagamento em 14/04/2016. Foram comprovados os pagamentos dos salários, do 13º salário
proporcional de 2015; do recolhimento do FGTS e das contribuições previdenciárias do período de
25/01/2015 até 07/04/2016.

Além disso, foi juntada a regular carta de arrematação da UPI, expedida em 25 de janeiro de 2015,
da qual consta o seguinte termo:

“Após regular publicação de EDITAL DE OFERTA PÚBLICA, POR MEIO DE PROPOSTAS


FECHADAS, PARA ALIENAÇÃO JUDICIAL DE UNIDADES PRODUTIVAS ISOLADAS

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 134


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

(UPIs) E CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES e realização de


ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES, foi aprovada pelos credores presentes em
Assembleia Geral de Credores do Grupo Viamão Indústria e Comércio Ltda., a alienação
judicial de determinadas Unidades Produtivas Isoladas (UPIs) abaixo identificadas, na
forma do art. 60, parágrafo único, da Lei n. 11.101/05, para a Engenharia Elétrica
Indústria S/A., que assumiu a obrigação de transferir para si os funcionários alocados
nas respectivas UPIs e, para quem é transferida toda a posse, propriedade, domínio e
direitos sobre todos os ativos que compõem as UPI’s objeto da arrematação judicial,
livres de sucessão em relação a qualquer passivo ou contingência de qualquer natureza
Grupo Viamão Indústria e Comércio Ltda.”

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 135


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

ATA DE AUDIÊNCIA

PROCESSO: XXX

RECLAMANTE: Mévio da Silva Trindade

RECLAMADO: Engenharia Elétrica Indústria S/A. + 01

Em 24 de agosto de 2017, na sala de sessões da MM. VARA DO TRABALHO DE ALFENAS,


sob a direção da Exmo(a). Juiz SÉRGIO MOURÃO, realizou-se audiência relativa ao processo
identificado em epígrafe.

Às 10h45min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exmo(a). Juiz do Trabalho, apregoadas as


partes.

Presente o(a) reclamante, acompanhado(a) do(a) advogado(a)

Presente o preposto do(a) primeiro (a) reclamado(a), Sr(a). Empreendedor da Silva, acompanhado(a)
do(a) advogado(a).

Ausente o(a) segundo(a) reclamado(a), apesar de comprovadamente notificado, tendo o reclamante


requereu que fosse reconhecida a sua revelia e confissão quanto à matéria de fato. O referido será
analisado quando da prolação da sentença.

CONCILIAÇÃO REJEITADA.

Defesa e documentos juntados. Em réplica, o Autor se reporta à inicial, impugnando os termos da


carta de arrematação, ressaltando que a tese defensiva importa em venire contra factum proprium,
sendo que, diversamente do asseverado, a primeira reclamada teria assumido o seu contrato de
trabalho, conforme registrado em sua CTPS. Além disso, para que a tese defensiva pudesse ser
acolhida, seria necessário que a reclamada tivesse firmado um novo contrato de trabalho, pois,
caso contrário, não poderia postular os direitos decorrentes da ruptura do pacto laboral, em relação
à segunda reclamada.

Testemunha do reclamante: FRANCINETE MORENO, solteiro(a), do lar, residente e domiciliado(a)


na Rua b, 110, Alfena/MG. Advertida e compromissada. Depoimento: “que a depoente se deslocava
ao trabalho com o ônibus fornecido pela reclamada; que havia transporte público em horário
compatível com o trabalhado pela depoente.” Nada mais.

Indeferida a seguinte pergunta, sob protestos da reclamante: “qual o horário em que a depoente
pegava o ônibus?”

As partes declaram não ter outras provas a produzir, bem como ser impossível a conciliação.

Fica encerrada a instrução processual.

Razões finais orais remissivas pelos presentes.

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 136


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

Conciliação final rejeitada.

Publicação da sentença até 25/08/16, devendo as partes ser intimadas da decisão.

Nada mais.

ID

As partes não têm outras provas a produzir. Fica encerrada a instrução processual.

Razões finais remissivas.

Conciliação final rejeitada.

Designa-se para JULGAMENTO a data de 03/09/2017, às 17h05min, nos termos da Súmula 197
do TST.

Cientes.

Audiência encerrada às 11h35min.

Nada mais.

SÉRGIO MOURÃO

Juiz do Trabalho

Como juiz do trabalho, decida.

Desnecessária a liquidação de eventual condenação.

A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia 03/09/2017:
profcei.fabriciolima@gmail.com - LIMITE MÁXIMO DE 12 PÁGINAS

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 137


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

NOME:_________________________________________________________________________________________________

CURSO: CEI-MAGISTRATURA DO TRABALHO RODADA: 3ª. PROFESSOR:_________________________________

MATÉRIA: _____________________________________ SENTENÇA DATA: _____/_____/_____

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 138


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 139


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

NOME:_________________________________________________________________________________________________

CURSO: CEI-MAGISTRATURA DO TRABALHO RODADA: 3ª. PROFESSOR:_________________________________

MATÉRIA: _____________________________________ QUESTÃO Nº: _________ DATA: _____/_____/_____

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 140


CEI-MAGISTRATURA
DO TRABALHO
3ª RODADA - 27/08/2017

CPF: 004.359.891-97 ALUNO: marcusmcl pág. 141

You might also like