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1 – A MEDIUNIDADE DE CURA

O LAR ESPIRITUAL SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS,


Localizado na Estrada do Cantagalo, 883 em Campo Grande no
Rio de Janeiro, RJ – tem um trabalho direcionado para a cura
mediúnica, e para que este trabalho tenha efetividade, segundo
orientação de um benfeitor espiritual da Casa, todos os envolvidos,
devem estudar a mediunidade segundo os preceitos Kardequianos,
exarados nas obras da Kodificação.
Faremos um amplo estudo, onde tentaremos abordar a temática de
forma abrangente e o mais completa possível, já que nosso objetivo
é esclarecer e orientar o melhor possível cerca do assunto em pauta!

As dúvidas mais comuns sobre mediunidade de cura


Nena Galves, assim como a maioria dos médiuns, foi levada ao
mundo do espiritismo ainda jovem por suas inquietações e
necessidade de esclarecimentos mais abrangentes a respeito da
mediunidade.
Os caminhos que trilhou até encontrar-se com o médium Chico
Xavier e os frutos que essa amizade de mais de 40 anos gerou estão
relatados em alguns livros de sua autoria.
Em 1967, Nena e o marido, Francisco Galves, fundaram o Centro
Espírita União, em São Paulo, cujas atividades foram orientadas
através da mediunidade de Chico Xavier por Bezerra de Menezes e
Emmanuel.
Mensalmente, na última segunda-feira, de cada mês, Nena e sua
equipe respondem a dúvidas mais comuns dos frequentadores do
centro em uma mesa-redonda, com base em perguntas formuladas
sobre diversos temas a serem esclarecidos sempre à luz do espiritismo.

Mediunidade e cura são sempre assuntos recorrentes.


E é sobre eles que Nena Galves fala logo abaixo:
A influência espiritual

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Muitas pessoas chegam à casa espírita dizendo:
"Um vidente viu um espírito atrás de mim...”
Dizem assustadas, na esperança de que esse 'encosto' seja afastado.”
Não são encostos, são amigos que precisamos auxiliar, orientar
mesmo acerca do que fazer!
Mas elas têm pressa, querem se livrar logo do espírito...que
aparentemente incomoda!
Algumas chegam buscando um tratamento milagroso:
"Os espíritos me incomodam, perco o sono, não suporto mais isso".
E muitas vezes as queixas são com relação a crianças, que não
dormem, porque vêem vultos, escutam vozes e outros fatos mais.
Há uma diferença entre o tratamento espiritual e o tratamento físico,
mesmo sabendo-se que a parte espiritual, quando não é curada, vai
influenciando a matéria e muitas vezes provocando doenças físicas.
A gente confunde realmente:
Sente dores de cabeça, dores de estômago, ansiedades, inquietações,
insônia, etc.

Como tratar das influências espirituais que causam sintomas físicos?


Primeiro, devemos ajudar a pessoa a compreender que não é “encosto
“ rigorosamente, isto não existe! “
Os espíritos não se encostam, eles convivem conosco, porque muitas
vezes são dívidas nossas de um passado distante e que eles mesmo
cobram desconhecendo até os motivos.
Ficam nos assediando e encontram facilidades, brechas, nas nossas
atitudes do dia a dia, ou seja, não oramos e nem vigiamos conforme
recomendava Jesus.
Como esses espíritos agem?
Ninguém gosta de ser cobrado.
Muitas vezes protelamos esse pagamento.
E assim acontece nesse intercâmbio entre nós e os espíritos
desencarnados, com quem mantemos uma fiel relação.
Às vezes passamos reencarnação após reencarnação e não

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conseguimos nos acertar mutuamente.
E não são só dívidas do passado, são as do presente também.
Mas não nos esqueçamos de que no mundo espiritual sempre há
espíritos familiares que também nos protegem e que saem em defesa
do nosso bem, quando não, nos orientando acerca das necessidades
mais prementes.
Se você não paga, o defensor daquele que precisa receber a dívida
também sai em defesa dele.
Quando você fica bravo e xinga, ele vem e lhe diz:
"Mas você deve ao meu filho.”
Pague a sua dívida...
E passa também a incomodar.
Agora, quem é o errado?
Somente o que não paga a dívida?
Lógico que não.
Aquele ato ou fato que chamamos de obsessão, e de que acreditamos
ser sempre as vítimas, não é bem verdade.
Somos quase sempre nós os faltosos!
E esta convivência com os espíritos, seja do passado ou do presente, é
o que nos faz refletir, e até crescer no entendimento e compreensão
dos fatos que a espiritualidade sempre coloca ao nosso dispor.
O que fazer para conviver melhor com eles?
Queremos que a espiritualidade maior e nossos mentores convivam
conosco.
Para isso precisamos mudar de hábitos.
E o espírito menos evoluído também tem que aprender a mudá-los
para viver melhor e progredir.
Isso é o esforço conjunto pela evolução moral, que nos mostra
racionalmente os porquês, que nada mais são do que seguir
corretamente a lei divina.
Por isto Jesus afirmava:
Eu vos enviarei no tempo certo, um Consulador , que vos háde
esclarecer de uma forma mais objetiva tudo o que eu vos tenho dito e

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muito mais!
Não há castigos, nem vítimas ou algozes, porque tudo é muito
natural:
Quem deve, precisa pagar; quem quer colher, tem que plantar a
semente... isso é Evangelho puro.
Em resumo: Lei de Causa e Efeito!
Mas esse é o tratamento?
Muitas pessoas questionam quando dizemos que esse é o verdadeiro
tratamento.
E dizem:
Mas eu quero ir para um tratamento específico, espiritual, quero
resolver logo...
E o que são as palestras públicas?
Ao assisti-las, estamos nos tratando, nos educando e estudando para
agirmos melhor.
E também trazemos para o centro aqueles que nos assediam, que
acompanham o que está sendo falado.
Por isso também o obsessor adora quando a pessoa vai para a palestra
e dorme, porque percebe que ela não vai mudar nada, facilitando a
sua ação!
Outros espíritos ficam lá fora e, quando saímos, vão junto testar os
resultados obtidos, observar as nossas intenções renovadas ou não.
Precisamos conviver com eles, aprendendo e ensinando.

Frequência nas palestras e nos passes


Muitas vezes vem aquela preguiça de ir à casa espírita, esquecendo-
nos de que é ali que seremos tratados.
Quando se resolve ficar em casa para assistir à novela, o obsessor fica
lá também.
Não é melhor trazê-lo ao Centro?
Temos um compromisso com ele, para que também receba esses
conteúdos para melhorar-se.
Juntos vamos crescendo, educando-se assim o devedor e o que se diz

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vítima, fazendo-se a maior caridade, com a espiritualidade e conosco
mesmos.
Também ao receber o passe não devemos pensar só em nós, com a
idéia fixa de 'mandar' o obsessor embora, afinal precisamos nos
ajustar de uma vez por todas.
No passe, recebemos uma emissão fluídica assim como ele.
Então, relaxe, e abra sua mente.
Abrace o seu irmão fraternalmente.
Afinal se ele for favorecido, você também o será.

A reunião de desobsessão
Muita gente acha que indo para uma desobsessão ficará liberta da
influência espiritual.
Quando a pessoa está muito perturbada, não é esta a melhor
indicação, porque ela poderá sair mais atemorizada, por não conhecer
todo o processo.
O trabalho mediúnico não é para nos beneficiarmos, mas para o
socorro dos espíritos, muitos deles trazidos por nossa presençanas
palestras.
Mais interessados irão começar a desabafar e ser orientados,
conscientizando-se e aprendendo mais.
O médium não tem que saber se o espírito veio acompanhando Maria
ou João.
Pouco importa a quem esteja ligado.
Precisa de socorro, e às vezes, se manifesta em mais de uma
oportunidade..., e nem sempre esclarece o que realmente precisa pois
a maioria das vezes nem sabe!
Fala da sua revolta, que está tratando de cobrar uma dívida, ao que o
orientador irá conversar, explicar que nada é por acaso, que é preciso
perdoar, que a vingança não resolve nada!...
Devemos trazê-los à casa espírita para participar das palestras, dos
passes, enfim do conhecimento tão necessário a todos nós!
É preciso dizer:

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"Eu vou junto com você para a escola do bem", do esclarecimento e
da compreensão plena dos fatos que nos envolvem.

E a caridade?
Há quem acredite que só o trabalho de caridade material vai lhe fazer
bem.
A caridade material é importante, mas e a caridade moral que nós
devemos praticar mos com esses espíritos?
Eles têm que crescer, evoluir, não podem ficar cobrando de nós uma
dívida “ad eternum”.
Essa é a caridade espiritual, trazê-los para a compreensão do
Evangelho nas palestras, que são verdadeiras escolas para todos.
Por isso, a necessidade do estudo.
O conhecimento é um meio de se vacinar contra a obsessão.

Como e quando educar a mediunidade?


Mediunidade todos nós temos.
Já informavam os Benfeitores a Kardec, em o “Livro dos Espíritos”
durante a Codificação.
Não podemos exigir de uma pessoa um horário rígido quando ela
normalmente não possui essa disponibilidade, porque precisa daquele
tempo para trabalhar, estudar, tem família, filhos pequenos...
Os espíritos precisam de médiuns para trabalhar, mas, se a pessoa
não tem tempo, não deve assinar o compromisso com a mediunidade.
Quem viaja muito a trabalho, por exemplo, não pode se comprometer
com a tarefa mediúnica.
Nem pode ser uma pessoa desequilibrada, que possa comprometer o
trabalho dos benfeitores, que ainda vão ter que isolá-la para não
atrapalhar o andamento das reuniões.
Muitas vezes fuma, usa outras drogas...
Não pode.
E aí dizem:
Mas ele tem mediunidade!

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Sim, pode até ter mediunidade, mas a dificuldade que vai causar num
trabalho é muito maior do que os benefícios que poderia oferecer.
Melhor que se auto-eduque primeiro.

Adolescência e a mediunidade
É um absurdo levar um adolescente para uma sessão mediúnica.
Às vezes ela assina esse contrato de forma precoce.
Ela tem mediunidade – vamos dizer, em grau médio – que poderia
esperar.
A família chega e diz:
Mas ela é médium, vê os espíritos...
E é só arrumar um namorado católico que ela manda os espíritos
para longe e fica com o namorado.
Adolescentes têm que saber o que é o compromisso com os espíritos.

Preciso trabalhar porque tenho uma missão


A de nós não somos missionários, somos simplesmente tarefeiros.
Missionários foram Chico Xavier, dr. Bezerra de Menezes, que
aprenderam a trabalhar com a mediunidade desde crianças.
Quando a pessoa fala porque que tem uma missão, já é vaidade.
O tarefeiro precisa se preparar para a tarefa.
Se nós vamos seguir uma profissão, não precisamos aprender a lidar
com as ferramentas, saber que livros que vamos utilizar?
É mais do que natural que saibamos também como fazê-lo nas
atividades da Casa Espírita.
Do contrário, vamos dar muito trabalho aos espíritos.

Mediunidade e envelhecimento
Quando o médium envelhece demais e resolve que é hora de
trabalhar, melhor também pensar, porque a mediunidade exige muita
coisa de nós e as pessoas com mais idade, que nunca trabalharam
com ela, podem também criar conflitos.
Podem achar que suas dores, naturais, sejam influências espirituais.

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Se dói a perna, é influência que o espírito deixou...
O idoso está sempre cheio de dores.
Não é espiritual, é material mesmo.
Ao que tudo indica, brincamos e dizemos:
Prazo de validade vencido!
A rigor temos em que procurar um médico o mais breve possível.
É preciso lembrar que é grande esse compromisso e saber quando
podemos ou não assumir.
Quer trabalhar, ser um tarefeiro do mundo espiritual?
Não perca tempo.
Não espere envelhecer demais.
Viaje menos, assuma menos compromissos, libere um dia por semana
para o trabalho, faça um esforço para isso, renuncie a alguma coisa
material, para não dar muito trabalho aos espíritos.

Tratamento espiritual e não trabalho de cura


Temos um trabalho específico que a casa Espírita desenvolve para o
qual sempre lembro:
Não é trabalho de cura, mas tratamento espiritual.
Porque ninguém se cura até que não ame e se transforme.
É uma ajuda que não dispensa o médico.
Muitas vezes, espiritualmente, a equipe médica está lá para preparar o
campo para que o médico da Terra atue melhor.
Esses passes são recomendados para quem vai fazer uma cirurgia, se
está fazendo quimioterapia, se sofre de uma depressão mais profunda.
Por que estados depressivos são tratados no trabalho das palestras.
Se a pessoa não tem uma doença física para ser tratada e recorre
constantemente a essa assistência, acaba por tirar a oportunidade de
outra pessoa se tratar.
Esse tratamento não é indicado para obsessão, porque a corrente
médica precisa se concentrar no corpo físico do doente.

O que cada um tem a oferecer

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As casas espíritas costumam oferecer inúmeras formas de tratamento,
mas cada uma tem as suas características, algumas delas adotando
inclusive formas diferentes do próprio passe.
Mas o mais importante é que, na base de todo trabalho sério, esteja
sempre a coerência como o que nos ensinou Allan Kardec, tendo
sempre o incentivo para o estudo, pois sem estudo nada feito!

Aproveitar o estudo
Sem a prática daquilo que se estuda não haverá aprendizado
completo.
Tem gente que entra nos cursos e não quer sair.
Vai ficar um eterno aluno de espiritismo?
Ser doutor em espiritismo também não resolve.
Não se pode confundir intelectualidade de conhecimentos espíritas
com a condição evangelizada do médium, que pelo o que já estudou
pode reconhecer suas fragilidades e sabe que deve se esforçar para
vencê-las.
A doutrina espírita é maravilhosa, mas é preciso entendê-la de fato e
de verdade.

Publicado no jornal Correio Fraterno - Edição 478


novembro/dezembro 2017

Compilado: M. C. M. L. Novembro de 2018

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