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24/04/2019

TEORIA DA CONTABILIDADE

Evidenciação das
Demonstrações Contábeis
Professor: Juliano Francisco Baldissera
Maringá, Abril/2019

EVIDENCIAÇÃO

O termo evidenciação refere-se a tornar claro,


evidente. Quando utilizamos na contabilidade,
significa que estamos divulgando algum tipo de
informação e que provocará algum efeito no usuário.

Almeida e Freitag (2009, p.267)

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INTRODUÇÃO

A divulgação financeira possui papel


essencial na redução da assimetria
informacional existente entre as entidades e
os stakeholders. É considerada uma das
principais formas de comunicação entre a
organização e os usuários interessados em
avaliar o desempenho da administração.
Lima e Pereira (2011)

INTRODUÇÃO

Ao discutir a utilidade da informação contábil, o termo


evidenciação se identifica com os próprios objetivos da
contabilidade: comunicar as informações aos usuários
a fim de orientar decisões.

Dias Filho (2000)

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MODALIDADES DA DIVULGAÇÃO

Obrigatória
Divulgação
Voluntária

DIVULGAÇÃO OBRIGATÓRIA VERSUS VOLUNTÁRIA

• As empresas não estão dispostas a aumentar o nível de


divulgação, a não ser por imposição legal.
Obrigatória
• É reativa.

• As empresas possuem motivação suficiente para


divulgar as informações requeridas pelos investidores
e o estímulo da divulgação voluntária, tem a melhoria
Voluntária informacional do mercado de capital.

• É proativa.
Yamamoto e Salotti (2006, p. 83)

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DIVULGAÇÃO OBRIGATÓRIA

A exigência de disclosure obrigatório tem como vantagem a padronização


da informação.

No cenário nacional, que diz respeito às companhias abertas, cabe à


Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as demais empresas o
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) o poder de normatizar
(e fiscalizar) a divulgação das demonstrações contábeis.
Murcia (2009, p. 40); Yamamoto e Salotti (2006, p. 12)

DIVULGAÇÃO VOLUNTÁRIA

Representa a evidenciação que excede o que é recomentado por lei


e representa uma escolha livre (free choice) por parte dos gestores
em divulgar informações adicionais para o processo decisório dos
usuários.

É preciso entender os motivos que incentivam os


administradores a praticar a divulgação voluntária e a forma
como essa informação se torna confiável.

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TEORIA DA DIVULGAÇÃO VOLUNTÁRIA

Dye (2001) defende que qualquer entidade que esteja cogitando a


divulgação irá divulgar informação favorável para a entidade e não irá
divulgar informação desfavorável à entidade.

Para Verrecchia (1990 e 2001), a decisão do administrador, de tanto


reportar como reter as informações, com base nos efeitos que estas
possam provocar nos preços das ações, exercendo suas deliberalidades
para escolher o nível de divulgação.
Yamamoto e Salotti (2006, p. 86)

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NÍVEIS DE DIVULGAÇÃO

A compreensão dos níveis de divulgação ocorre por


meio da comparação entre o conjunto de
informações voluntárias passível de divulgação e as
informações efetivamente divulgadas.

A qualidade da divulgação da informação é


estabelecida pelo seu efeito nos preços das ações.
Yamamoto e Salotti (2006, p. 88)

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FORMAS DE EVIDENCIAÇÃO

O conjunto de informações que deve ser divulgado por uma sociedade


por ações representando sua “prestação de contas” abrange o
relatório de administração, as demonstrações contábeis e as notas
explicativas que as acompanham, o parecer do auditores
independentes ( se houver), o parecer do conselho fiscal e o
relatório do comitê de auditoria (se existirem).

FIPECAFI (2010, P. 2)

FORMA E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil
da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação
do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
 I - balanço patrimonial;
 II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
 III - demonstração do resultado do exercício;
 IV – demonstração dos fluxos de caixa para companhia aberta e companhia fechada quando esta tiver
patrimônio líquido, na data do balanço, maior ou igual a R$ 2.000.000,00.
 V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado
Art. 177
 Notas Explicativas
 Parecer de Auditores Independentes
BRASIL (1976)

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FORMA E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O CPC 26, item 10, menciona o conjunto completo de demonstrações contábeis


para as Empresas de Grande Porte:

 Balanço Patrimonial (BP) ao final do período;


 Demonstração do Resultado (DR) do período;
 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) do período;
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)do período;
 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) do período;
 Notas Explicativas (NE);
 Demonstração do Valor Adicionado (DVA);
 Informações comparativas com o período anterior

FORMA E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O CPC para as PME, item 3.17, menciona o conjunto completo de


demonstrações contábeis:

 Balanço Patrimonial (BP) ao final do período;


 Demonstração do Resultado (DR) do período;
 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) do período podendo estar
contida na DMPL;
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) do período;
 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) do período;
 Notas Explicativas (NE);
 Informações comparativas com o período anterior

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O que são PME para o CPC

São as entidades que:


 conforme Lei 11.638/2007:
 ativo total inferior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais); ou
 receita bruta anual inferior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).

 não possuem obrigação de prestação de contas públicas;

 elaboram demonstrações contábeis para usuários externos com fins gerais.

O que são Microempresa e Empresa de Pequeno Porte?

É a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada ou o


empresário a que se refere o Art. 966 da Lei n.º 10.406/02, que tenha auferido, no ano calendário anterior,
receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do Art. 3º da Lei Complementar n.º 123/06
• microempresa: receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00;
• empresa de pequeno porte: receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00.

Estão obrigadas a elaborar, ao final de cada exercício social:


 Balanço Patrimonial
 Demonstração do Resultado
 Notas Explicativas

ITG 1000 - RESOLUÇÃO CFC N.º 1.418/12

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BALANÇO PATRIMONIAL

 O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa


em determinada data, representando, portanto uma posição estática.
 Além disso, é importante que as contas sejam classificadas no balanço de forma
ordenada e uniforme, para permitir aos usuários uma adequada análise e interpretação da
situação patrimonial e financeira.

- Lei nº 6.404/76 arts. 178 a 182;


- CPC 26 R1 do itens 54 a 80 A.

Forma e Apresentação: Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Investimentos Capital Social
Imobilizado Reservas
Intangível Ajustes de Avaliação Patrimonial
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
FIPECAFI (2018)

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

A DR evidencia o resumo das variações positivas (receitas e ganhos) e


negativas (custos, despesas e perdas), ocorridas em determinado período de
tempo, normalmente no exercício social, em função da exploração das
atividades operacionais da empresa.
A finalidade básica da DR é descrever a formação do resultado gerado no
exercício, mediante especificação das receitas, custos e despesas por natureza dos
elementos componentes, até o resultado líquido final – lucro ou prejuízo.
Na Lei 6.404/76 art. 187
CPC 26 R1 dos itens 81- 105

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS E


DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A Lei das Sociedades por Ações aceita uma ou outra; a segunda é mais
completa e uma de suas colunas é a dos lucros ou prejuízos acumulados.
DMPL evidencia a mutação do patrimônio líquido em termos globais e em
termos de mutações internas. Na coluna ou na DLPA, é feita toda
destinação do resultado do exercício.

- CPC 26 R1, item 106 a 110, apresentação da DMPL.


-DLPA na Lei 6.404/76 art. 186

FIPECAFI (2018)

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE

O resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período


que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na
sua qualidade de proprietário. (aumento ou devolução de capital social, distribuição de lucros
ou compra ou venda de ações e quotas próprias dos sócios)

Para DRA, a entidade pode optar por apresentá-la separadamente ou dentro das mutações do
patrimônio líquido.

-CPC 26 (R1) do itens 81 a 105.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

A Demonstração dos Fluxos de Caixa visa mostrar como ocorrem as movimentações de


disponibilidades em um dado período de tempo. Divide todos os fluxos de entrada e
saída de caixa em três grupos: os derivados das atividades operacionais, das
atividades de investimento e das atividades de financiamento. Essa demonstração
será obtida de forma direta (a partir da movimentação do caixa e equivalentes a caixa)
ou de forma indireta (com base no lucro/prejuízo do exercício).

-Lei 6.404/76 art. 188


-CPC 03 Demonstração de Fluxos de Caixa FIPECAFI (2018)

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DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Demonstração do Valor Adicionado tem como objetivo principal informar o


valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição. A
DVA não era obrigatória até a Lei 11.638/07. Ela não faz parte das
demonstrações obrigatórias por parte das normas internacionais de
contabilidade.

-Lei 6.404/76 art. 188 item II


-CPC 09 Demonstração Valor Adicionado FIPECAFI(2018)

NOTAS EXPLICATIVAS

Notas explicativas, objetivo é evidenciar informação que não pode ser apresentado
no corpo das demonstrações contábeis.
Iudícibus (2004)

As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas,


quadro analíticos ou outras demonstrações contábeis necessárias à plena
avaliação da situação patrimonial e da evolução patrimonial da empresa.
Fipecafi (2018)

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NOTAS EXPLICATIVAS

A lei enumera o mínimo dessas notas e induz à sua ampliação quando for
necessário para o devido esclarecimento da situação patrimonial e dos
resultados do exercício.

-Lei 6.404/76 Art. 177


-CPC 26 R1, item 112 a 138

Fipecafi (2018)

QUADROS E DEMONSTRAÇÕES SUPLEMENTARES

Quadro suplementares: apresenta os detalhes de itens que constam nas


demonstrações tradicionais e não seriam cabíveis no corpo destes.

Demonstrações suplementares: apresenta informação adicional ou organizada


de maneira distinta.

Iudícibus (2004)

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RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES

 A exigência relativa ao relatório dos auditores é prevista pela Lei


das Sociedades por Ações em seu art. 177, § 3º, com a nova
Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009 , que estabelece que “As
demonstrações financeiras das companhias abertas observarão,
ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e
serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores
independentes nela registrados”.

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES

Em seu parecer, o auditor discorre sobre a qualidade das demonstrações contábeis


em relação as práticas contábeis geralmente aceitas, evidenciações e respectivas
notas, bem como o conteúdo das demonstrações.

Almeida e Freitag (2009)

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RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

 Não faz parte das demonstrações contábeis propriamente ditas,


mas a lei exige a apresentação desse relatório, que deve evidenciar
os negócios sociais e principais fatos administrativos ocorridos no
exercício, os investimentos em outras empresas, a política de
distribuição de dividendos e de reinvestimento de lucros etc.
Fipecafi (2018)

FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA (GUIDANCE)

É uma divulgação voluntária com informações prospectivas (receitas, fluxo


de caixa, despesas, investimento, margens de lucros), decorrente dos
instrumentos de orçamento, e não constituem promessas.

No Brasil, o CODIM (2008) orienta que o guidance privilegie a análise de


longo prazo e, quando realizado, compreenda um período de no mínimo
12 meses, com revisões e ajustes quando necessário

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REQUISITOS PARA UMA DIVULGAÇÃO APROPRIADA

1 – A quem deve ser divulgada a informação ?

2 – Qual a finalidade da informação ?

3 – Quanta informação deve ser divulgada ?

Hendriksen e Van Breda (1999, p.511)

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A QUEM DEVE SER DIVULGADA A INFORMAÇÃO ?

Governo

Público Acionistas

Organização

Empregados Clientes

Fornecedores
Investidores
e credores

CPC 00 R1

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QUAL A FINALIDADE DA INFORMAÇÃO (DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS) ?

Proporcionar informação acerca da posição patrimonial e


financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade
que seja útil a um grande número de usuários em suas
avaliações e tomada de decisões econômicas.

Apresentar os resultados da atuação da administração, em


face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente
dos recursos que lhe foram confiados
CPC 26, item 9

34

QUAL A QUANTIDADE DE INFORMAÇÃO DEVE SER DIVULGADA ?

A quantidade de informação a ser divulgada deve ser


relacionada ao nível de conhecimento que o receptor tiver.
Carvalho et al. (2005)

A quantidade de divulgação depende em parte, de quão


sofisticado o leitor possa ser ao interpretar dados
contábeis.
Hendriksen e Van Breda (1999, p.512)

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EXERCÍCIOS – ATIVIDADE 1 – 2º BIMESTRE

1. Entre as questões fundamentais que devem ser feitas para se obter o nível de informação
apropriado, qual é a mais importante?

2. Quais são as características da informação contábil?

3. Como usuária da informação contábil, a sociedade pode afirmar que os relatórios contábeis
possuem todas essas características? Qual, ou quais das características não estão sendo atendidas?

4. O que tem a ver a ética com o processo de evidenciação?

5. Quanto ao poder informacional, da análise da DFC em conjunto com a DRE, quais são os
benefícios?

6. O que evidencia a Demonstração do Valor Adicionado?

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Evidenciação das
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Professor: Juliano Francisco Baldissera
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