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21/05/2019 A política de cotas para deficientes nas empresas é adequada?

NÃO - 18/05/2019 - Opinião - Folha

OPINIÃO CARLOS PANZAN

A política de cotas para deficientes


nas empresas é adequada? NÃO
Lei precisa ser adaptada

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Deficientes visuais fazem curso de informática para inclusão no


mercado de trabalho - Julia Moraes - 10.fev.11/Folhapress

18.mai.2019 às 2h00

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-


simile/2019/05/18/)

Carlos Panzan

A legislação de cotas para pessoas portadoras de


deficiência nas empresas tem relevância social e
reconhecimento público por promover a inclusão
deste grupo de pessoas no mercado de trabalho
brasileiro.

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Alguns aspectos da legislação, porém, não devem ser


deixados de lado. São necessárias análises adequadas
para uma melhor adaptação a um mercado de
trabalho (https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/07/1659149-as-
dificuldades-das-empresas-para-atender-a-lei-de-cotas.shtml) altamente

diversificado. Afinal, cada nicho de negócio tem


particularidades que merecem ser levadas em conta
na legislação trabalhista, inclusive na Lei de Cotas
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/11/1934725-veja-as-principais-

mudancas-de-leis-trabalhistas-desde-a-criacao-da-clt.shtml). 

Como a legislação é ampla e irrestrita a todos os


setores e cargos das empresas, observa-se que
algumas não podem absorver —e outras não
conseguem, principalmente por envolver gestão de
segurança em atividades com alto risco de acidentes.

No transporte rodoviário de cargas (TRC), as


empresas buscam o pleno cumprimento da legislação
de cotas para deficientes; no entanto, acabam
enfrentando quadros problemáticos.

Ao analisar de perto o setor, verificamos que as


empresas de TRC têm muitos colaboradores em
funções de áreas operacionais, como motoristas e

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ajudantes. São atividades que exigem plena aptidão


dos profissionais. Também há problemas estruturais
na área operacional que impedem a acessibilidade aos
portadores de deficiência, além de falhas na
qualificação profissional devido à baixa oferta de
cursos.
Especificamente na função de motorista profissional,
vale destacar que, além do risco de acidentes, a
legislação de trânsito traz restrições ao exercício do
ofício. Por isso, entendemos que a atividade de
motorista deveria ficar fora do percentual de cotas.

Na prática, constatamos que o percentual imposto


pela lei acaba sendo elevado para alguns segmentos
do TRC. Para exemplificar, chamo a atenção para o
transporte de combustíveis, onde a função de
motorista tem elevada representatividade no quadro
de pessoal. Ao aplicarmos o percentual da cota de
forma linear, há uma enorme dificuldade para o
preenchimento dessas vagas
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/06/1786137-vagas-para-quem-tem-

deficiencia-ficam-ociosas-veja-como-contratar-ou-ser-contratado.shtml).

Outro aspecto importante é que a lei não deixa claro


se há um embasamento técnico que revele como se

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chegou aos percentuais exigidos.

Poderia ter alguma referência com dados apurados


pelo IBGE, por exemplo. Até para viabilizar o
cumprimento da legislação, seria interessante criar
um cadastro único para uma melhor inserção no
mercado de trabalho. 

Alguns acham discriminatório, mas entendemos ser


essa uma das formas para se aprimorar a legislação.
Outro ponto a ser levado em consideração é a
dificuldade das empresas em preencher o percentual
exigido por lei, que varia de 2% a 5%, devido à falta de
interesse deste público-alvo nas vagas ofertadas. O
recrutamento torna-se bastante difícil.

Na realidade, as transportadoras se esforçam e


direcionam recursos. Fazem anúncios em jornais,
utilizam outros meios de comunicação e até firmam
parceria com empresas especializadas em
recrutamento de pessoas com deficiência. Mesmo
assim, muitas encontram entraves para preencher as
suas cotas. Por outro lado, fazem o possível para
cumprir a legislação e se mostram satisfeitas com o
desempenho de seus colaboradores.

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Importante destacar que não somos contra a lei, mas


entendemos que são necessários ajustes e
embasamento técnico para ampliar a segurança
jurídica de todos.

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politica-de-cotas-para-deficientes-nas-empresas-e-
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