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A História do Jazz – Barry Ulanov

Catalogação

Origem da palavra jazz

Abreviação fonética de um jazzman chamado Charles – Charles, Chas, Jass, Jazz.

Do francês jaser – divertir, regozijar, tagarelar, falar mal de alguém.

Antecedentes / Origem

Cânticos e ritmos africanos com o material europeu que encontro nos EUA – tese sustentada,
porém, equivocada.

(...) é preciso que se tenha em mente que a música que eles encontraram constituía a base da
música que estavam criando. É necessário que se conheça alguma coisa da música dos colonos
ingleses e escoceses que haviam fixado residência nos Estados que ficavam no lado do
atlântico nos séculos XVII e XVIII, e dos franceses que precederam os negros no território da
Louisiana. Toda essa música – quer se trate das danças tradicionais para os bailes da
aristocracia, de uma música exprimindo a aceitação das desigualdades sociais, ou daquela
exprimindo um protesto, - era um complexo em que se misturavam diversas culturas.

(...) O longo alcance, em tempo e espaço, do tráfico de escravos negros, foi o primeiro fator
desta história. (...) s escravos trouxeram suas melodias africanas e seus ritmos de tam-tans,
batido sobre o fundo de tinas e utensílios de lata. Os puritanos traziam suas versões castradas
dos madrigais italianos, ingleses e holandeses.

Tradição da canção popular. (...) Havia canções sobre Deus e fábulas sobre o homem, histórias
de namorados que se casavam, e mais freqüentemente daqueles que não o faziam. Os temas
eram bem claros, havia música em toda a parte, pronta para ser imitada, absorvida e
transformada por um novo poeta, um novo trovador, o negro americano.

Glossário

Honky-Tonk – Espécie de bar com música ao vivo. Honk – termo pejorativo usado para
imigrantes húngaros, poloneses. Imigrantes brancos. Tonk - William Tonk & Bros. (1889),
fabricante de pianos cuja etiqueta era Ernest A. Tonk. Pianos fabricados em Chicago e Nova
York eram chamados de Tonk pianos.

Tin Pan Alley - O Tin Pan Alley é uma alusão ao som que vinha dos pianos a tocar a diferentes
tons no final do século XIX. Refere-se também ao famoso núcleo de lojas de música de Nova
Iorque que dominava a cena popular americana na altura.
Madison Avenue está para a publicidade assim como Tin Pan Alley está para a música popular
americana até aos 30. O nome corresponde ao beco entre a 5ª Avenida e a 28ª Rua em Nova
Iorque, que desde a década de 80 do século XIX congregava as mais poderosas editoras de
música americanas.

O que teve então de especial este grupo de editoras musicais? Depois da Guerra Civil
americana houve um clima de prosperidade que permitiu que a música e outras artes se
desenvolvessem, mas faltava uma estrutura que divulgasse a música e a fizesse chegar às
pessoas: não havia ainda rádio ou televisão.

As lojas da Tin Pan Alley conseguiram a proeza de transformar a música numa verdadeira
indústria lucrativa no final do século XIX: encontravam os autores de música popular
americana, compravam as suas músicas e obtinham direitos plenos sobre as mesmas. Depois,
contratavam músicos profissionais (os chamados song pluggers) para viajarem pelo país,
dando a conhecer as músicas para que pudessem ser vendidas sob forma de partitura, que era
o meio em voga na altura.

Durante quase 50 anos agarraram-se ao monopólio da indústria musical, gerando opiniões


contraditórias nos dias de hoje: se, por um lado, exploravam os músicos que viviam na pobreza
não beneficiando dos lucros das suas músicas, contribuíram também para o boom da música
ligeira que viria a culminar no nascimento do rock'n'roll.

De entre os músicos que a Tin Pan Alley albergava, destacam-se Irving Berlin, Milton Ager e
Thomas S. Allen, três grandes nomes da primeira metade do século XX. Quanto ao final da
hegemonia deste grupo de editoras, a História não é tão clara: a decadência iniciou-se com a
Grande Depressão nos anos 30, quando a rádio se tornou mais importante do que a música de
partitura, mas há quem diga que o Tin Pan Alley continuou até aos anos 50, quando apareceu
o rock'n'roll.

Vaudeville - Vaudeville é um tipo de espetáculo popular caracterizado por reunir uma dezena
de artistas, entre cantores, dançarinas, atores, ilusionistas e acrobatas, numa sequência de
atos geralmente independentes que misturam música, comédia e mágica. O teatro de
vaudeville (ou teatro de variedades, como era conhecido na Europa) fez grande sucesso nos
Estados Unidos entre o final do século 19 e as primeiras décadas do século 20. As origens do
vaudeville estão provavelmente num tipo de espetáculo teatral que existia na França desde o
começo do século 18 em que os atores misturavam pantomima e trechos de musical. Nos
Estados Unidos, esse teatro de variedades caiu no gosto popular, na segunda metade do
século 19, ao ser apresentado em bares e casas de espetáculos. Geralmente dirigidos a
audiências masculinas, eles exploravam temas grosseiros e obscenos. Os primeiros espetáculos
classificados como vaudeville foram apresentados pelo cantor Tony Pastor, que em 1881
estabeleceu sua casa de shows em Nova York. O sucesso fez com que o gênero se espalhasse
pelo país e no final daquela década o vaudeville já era considerado um entretenimento mais
familiar. A Grande Depresão de 1929 e o surgimento do rádio e da TV contribuíram para o
declínio e desaparecimento do vaudeville.

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