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Pressupostos Processuais

Pressupostos processuais são os elementos de cuja verificação depende o dever de o


juiz proferir decisões quanto ao pedido formulado ou seja, sobre o mérito da causa.

(Condições cuja verificação é indispensável para que o tribunal se ocupe do mérito da


causa.)

Pressupostos Processuais ≠ Condições da Ação

São os requisitos indispensáveis para que a ação proceda, o primeiro dos quais o de
que, o autor tenha razão segundo o D. Material ou seja, para que seja concedida a
providência pretendida pelo demandante.

Pressupostos Processuais ≠ Pressupostos Processuais que dizem respeito a apenas


alguns atos processuais

Exemplo: Citação Edital – art.º 225, n6 – art.º 236 – art.º 240 CPC.

(requer a verificação determinadas formalidades essenciais para lançar mão da citação


edital)

Pressupostos Processuais Positivos

São necessários estar presentes na ação para que o juiz se pronuncie.

 Personalidade Judiciária
 Capacidade Judiciária
 Legitimidade
 Interesse Processual
 Competência
 Patrocínio Judiciário.

Pressupostos processuais Negativos

Não devem estar presentes na ação.

 Litispendência – art.º 580 CPC


 Compromisso arbitral – art.º 280 CPC

1. Personalidade Judiciária – art.º11, n1 CPC


Personalidade Judiciária consiste na suscetibilidade de ser parte numa ação.
Lado Ativo – Autor, Demandante, Exequente, Requerente.
Lado Passivo – Réu, Demandado, Executado, Requerido.

Art.º 11, n2 CPC – Princípio da Equiparação


(Quem tem personalidade Jurídica tem também personalidade Judiciária.)
Art.º 14, n1 CC – atribui personalidade jurídica/ personalidade judiciária aos
estrangeiros.
Exceções ao Princípio da Equiparação da Personalidade Judiciária:
(casos em que não há personalidade jurídica mas sim, personalidade judiciária)

- Art.º 12 CPC;

- Art.º 13 CPC;

(A falta do pressuposto processual da Personalidade Judiciária em princípio, é


irremovível – salvo o disposto no art.º 14 CPC – quando sanada/ratificada a
personalidade judiciária.)

O juiz deve abster-se de conhecer do pedido e absolver o réu da instância – quando


entenda que alguma das partes é destituída de personalidade judiciária – art.º 278, n1,
c) (1ª parte) CPC.

Constitui uma Exceção Dilatória (a invocação pelo réu de um facto suscetível de


impedir o conhecimento do mérito da causa pelo tribunal – art.º 276, n2 (1ª parte)) a
falta de personalidade judiciária de alguma das partes – art.º 577, c) CPC.

2. Capacidade Judiciária – art.º 15 CPC

Capacidade Judiciária consiste na suscetibilidade de estar, por si, em juízo numa ação.

Art.º 15, n2 CPC – Princípio da Equiparação

(Quem não tem capacidade de exercício em princípio, também não tem capacidade
judiciária)

Em que medida, menores, interditos e inabilitados não têm capacidade de exercício –


De que forma se supre a incapacidade de exercício?

Menores – art.º16, n1 CPC salvo quando, art.º 127, n1, a) – art.º 1922, n1 CC

art. º 18, n1 CPC

art. º 27, n1 CPC – art. º 124 CC – art. º 1877 CC

Interditos – art. º 16, n1 CPC – art. º 139 CC

art. º 124 e art. º 127, n1, c) CC

Inabilitados – art.º 153, n1 e art.º 154, n1 CC.

O juiz deve abster-se de conhecer do pedido e absolver o réu da instância – quando


alguma das partes sendo incapaz, não está devidamente representado ou autorizado –
art.º 278, n1, c) (2ªparte) CPC;
Constitui uma Exceção Dilatória (art.º 276, n2 (1ª parte) a falta de capacidade judiciária
de alguma das partes – art.º 577, c) CPC;

Art.º 28,n2 CPC;

Art.º 29, n2 CPC.

3. Legitimidade – art.º 30 CPC


A Legitimidade é o poder que alguém tem de deduzir uma pretensão em juízo, ou
defender-se dessa pretensão. Saber qual a posição que as partes devem ter perante
uma determinada ação/ pretensão deduzida em juízo.
Uma pessoa é parte legítima num processo declarativo quando tem neste um interesse
direto, isto é, quando é titular da relação material que no processo é discutida.

Legitimidade afere-se pelo – Critério da titularidade do interesse em litigio:


Art.º30, n1 CPC – autor e réu são titulares do interesse direto. Autor – interesse direto
em demandar; Réu – interesse direto em contradizer.
Art.º30, n2 CPC – interesse em demandar resulta de retirar uma utilidade pela ação
proposta; interesse em contradizer resulta do prejuízo que advenha da procedência da
ação.
Art.º 30, n3 CPC – os titulares do interesse são os sujeitos da relação controvertida – tal
como é configurada pelo autor na sua petição inicial (sujeitos passivos da relação
material – aquela que causou o litigio)

Como é resolvida a questão da Legitimidade?


1º - Partir de uma ficção – partir do princípio que o direito e a obrigação alegados, pelo
autor, existem (de facto não podemos averiguar se eles existem ou não, isso é uma
questão de mérito).
2º - Devemos atender à fisionomia ou à configuração da hipotética relação material
dada unilateralmente, pelo autor, isto é, devemos ler a petição inicial e não entrando
no mérito da causa, devemos averiguar quem são os polos da relação hipotética
controvertida verificando, à posteriori, se correspondem aos polos da relação
processual controvertida.
Se tal não suceder, não há legitimidade processual.

Exceção ao art.º 30, nº1 CPC – não havendo um interesse direto na ação, há um
interesse reflexo ou derivado (lado ativo):
(lei estende a legitimidade a quem tem um interesse reflexo ou derivado)
 Proteção Interesses Privados – Sub-rogação (substituição) – art.º 606 CC
Ex. A tem um direito de crédito sobre B; C tem um direito de crédito sobre A. A
não quer intentar ação sobre B, para lhe exigir o crédito – tendo conhecimento
C desta situação pode sub-rogar-se a A para intentar a ação contra B, exigindo-
lhe o crédito.
 Proteção de Interesses Difusos – Ação Popular – Interesse Ambiental – art.º 31 e
art.º 52, n3 CRP.

Legitimidade Processual Singular – pressupõe que a ação seja proposta por apenas um
autor direcionada a apenas um réu.
Legitimidade Processual Plural – pressupõe uma pluralidade de partes (+ que 1
autor/réu) – Pode classificar-se em 3 tipos:
- Pluralidade Ativa – Quando a ação necessita de ser instaurada pelo A em
conjunto com o B, contra o C.
- Pluralidade Passiva – Quando A instaura um ação contra B e C.
- Pluralidade Mista – Quando A em conjunto com B instauram uma ação contra
C e D.

Dentro da Legitimidade Processual Plural encontramos duas figuras:


a) Litisconsórcio – pressupõe uma única relação material controvertida – art.º 32 a
35 CPC.
b) Coligação – pressupõe uma pluralidade de relações materiais controvertidas –
art.º 36 a 39 CPC.
a) A figura do Litisconsórcio subdivide-se em:
 Litisconsórcio Voluntário – art.º 32 CPC
Consagra a possibilidade, e não a obrigatoriedade, da ação poder ser proposta por
todos e contra todos os interessados.
Exemplo 1 – A e B emprestaram, pelo prazo de 12 meses, a quantia de 50 000€. Cada
um emprestou 25 000€, findo o prazo C não paga. Quem deve instaurar a ação?
Resp. Ex.1 – art.º 32, n1 (2ªparte) CPC.

 Litisconsórcio Necessário – art.º 33 CPC


Todas as partes têm que estar presentes na ação sob pena, de ilegitimidade – art.º 33,
n1 CPC.

Fontes do Litisconsórcio Necessário:


1. Lei
Art.º 33, n1,2 e 3 CPC
2. Fonte Voluntária (negócio)
3. Litisconsórcio Natural/ Fonte Natural
4. Fonte Provocada – art.º 316 CPC

Exemplos em que a Lei é uma fonte de litisconsórcio necessário (casos em que todas as
partes têm que estar presentes na ação):
I. Obrigações Indivisíveis com pluralidade de devedores – art.º 535 CC.
II. Ação de Impugnação Pauliana – art.º 611 CC.
III. Exercício de direitos relativos à herança – art.º 2091 CC.
IV. Legitimidade entre cônjuges – art.º 34 CPC
V. Habilitação dos sucessores da parte falecida – art.º 351, n1 CPC
VI. Ação de Preferência – art.º 410 CC.

Exemplos em que a Fonte Voluntária (negócio) é uma fonte de litisconsórcio


necessário:
I. Ação destinada a exigir a destituição da coisa depositada por duas ou mais
pessoas quando se estipule que essa coisa só podia ser levantada por todos os
depositantes em conjunto.

Exemplos em que o Litisconsórcio natural (fonte natural) é uma fonte de litisconsórcio


necessário:
Exemplo 2 – D instaura contra E uma ação de divisão de coisa comum. Sabendo que, o
prédio também pertence a F, será que a ação também deveria ser proposta contra
este?
Resp. Ex. 2 – Caso a ação não fosse proposta também contra F, não seriam produzidos
os efeitos ou seja, seria declarada ilegitimidade pois, estamos perante um litisconsórcio
necessário revelado através de um litisconsórcio natural (fonte natural) – é exigido que
todas as partes estejam presentes – art.º 925 CPC

Exemplos em que a Fonte provocada é uma fonte de litisconsórcio necessário:


I. Quando o terceiro é obrigado a intervir no processo sob pena, de ilegitimidade
– art.º 311 e ss. CPC (intervenção de terceiros).

b) Na Coligação é necessária a existência de uma pluralidade de partes - seja, do lado


ativo (autores), seja do lado passivo (réus). Pressupõe a existência de vários
pedidos reunidos num único processo. Diz-se coligação quando, sendo vários os
interessados, várias são também as relações jurídicas controvertidas.

Para haver Coligação é necessário estarem cumpridos determinados requisitos, que são
eles:
Verifica-se a Coligação quando,
- Requisitos Substantivos; esteja cumprido pelo menos 1
requisito substantivo em conjunto
- Requisitos Adjetivos. com todos os requisitos adjetivos,
estes são cumulativos.
I. Requisitos Substantivos (são quatro):
1. Identidade da causa de Pedir – art.º 36, n1 (1ª parte) CPC
(Factos sobre os quais assenta a pretensão de direito solicitada ao tribunal. Ex.
Atropelamento.)
2. Dependência entre os pedidos – art.º 36, n1 (2ªparte) CPC
(Ex. A instaura uma ação contra B – a exigir a anulação do contrato de compra e
venda de um carro; A instaura uma ação contra C – a exigir a entrega do carro.
- Os pedidos são dependentes um do outro ou seja, não faz sentido, instaurar o
1º pedido se não se instaurar o 2º pedido e vice-versa).
3. A Procedência do pedido depende da apreciação dos mesmos factos ou de
direito – art.º 36, n2 CPC
(Os Pedidos são distintos, as várias causas de pedir são distintas – o que de
facto, se verifica é que a procedência do pedido está dependente da apreciação
dos mesmos factos ou de direito)
4. Os pedidos deduzidos contra os vários réus, baseiam-se na invocação da
obrigação cartular quanto a uns, e da respetiva relação subjacente, quanto a
outros – art.º 36, n3 CPC
(de um lado- existe a obrigação cartular (o que consta do título); em
contrapartida – existe uma relação jurídica subjacente (motivo que fez emergir
o título)

II. Requisitos Adjetivos (são dois):


1. Identidade da forma de processo relativamente aos pedidos diferentes – art.º
37, n1 (1ª parte) CPC
(mesma forma processual para os vários pedidos)
2. Competência absoluta – art.º 37, n1 (2ª parte) CPC – art.º 96, al. a) CPC
(para poder ser considerada coligação válida é obrigatoriamente exigida a
competência absoluta do tribunal – para decidir.)

4. Interesse Processual
(não está previsto no CPC)

No ordenamento italiano entende-se interesse processual como o interesse em agir.


No ordenamento alemão entende-se interesse processual como a necessidade da
tutela judiciária.

Definimos assim Interesse Processual a necessidade de usar do processo de instaurar


ou fazer prosseguir a ação. (o autor pede a tutela judiciária numa situação de
necessidade. Não faz sentido, A instaurar uma ação contra B quando este, não tem
qualquer interesse na ação.)

Quando no âmbito de uma ação proposta, alguma das partes não tem qualquer
interesse processual daí derivam consequências, que são:
- Se a ação proposta é uma ação de condenação – consequência é a absolvição do
pedido.
- Se a ação proposta é uma ação constitutiva ou de simples apreciação – consequência
é a absolvição da instância.

5. Patrocínio Judiciário – art.º 40 a 52 CPC e art.º 58 CPC.


(relativo às partes)
Diz-se Patrocínio Judiciário a assistência técnica prestada às partes por profissionais do
foro (advogados, advogados estagiários ou solicitadores) ou representantes técnicos
para a condução do processo em geral, ou para a prática de certos atos judiciais em
especial.

Necessidade/ Razões do Patrocínio:


1- Conhecimento da lei (interpretação da lei/ conhecimento técnico na aplicabilidade
das leis)
2- Isenção/ Imparcialidade (alguém que não tem qualquer interesse no processo avalia-
o de forma imparcial)

Exercício Pleno ou Restrito do Patrocínio Judiciário


Art.º 40, n2 CPC – Advogados exercem Patrocínio Judiciário de forma plena. Têm
exercício restrito do Patrocínio Judiciário os Advogados estagiário, Solicitadores e as
próprias partes.

Nota:
Patrocínio Judiciário ≠ Assistência/Apoio Judiciário
Patrocínio Judiciário ≠ Assistência técnica aos mandatários – art.º 50 CPC (Ex.
Psicólogos, Arquitetos, Engenheiros, Médicos…)

Quando é obrigatória a constituição de mandatário (Advogado)?


Art.º 40, n1, al. a) CPC – é obrigatório a constituição de advogado nas causas de valor
superior à alçada do tribunal de primeira instancia (5000,01€) – art.º 44 LOSJ.
As partes podem pleitear por si, nas ações com valor até 5000€ - com a exceção da al.
b) do n1 do art.º40 CPC – às determinadas causas em que é sempre admissível recurso
ordinário seja qual for o valor – art.º 629, n2 e n3 CPC → art.º 298, n1 CPC.

Art.º 40, n1, al. c) CPC – é também obrigatória a constituição de Advogado quando
instauradas ações nos tribunais da relação ou STJ.
(art.º 147, n2 CPC – quando a constituição de mandatário é necessária é obrigatório
que a peça esteja narrada sob a forma de artigos- e vice versa)

Quais as consequências do incumprimento de não constituir mandatário?


- Art.º 41 CPC (1ªparte) – quando o incumprimento é por parte do autor há absolvição
do réu da instância;
(2ª parte) – quando o incumprimento é por parte do réu este, fica sem direito de poder
contestar – art.º 567, n1 CPC
Notas/ Considerações sobre Procurações:
Regra geral é a procuração forense – aquela que é usada em tribunal.
- Procuração com poderes gerais (a mais habitual) – aquela em que possibilita dar
poder para praticar todos os atos necessários ao processo. – Art.º 45, n1 e 44, n1 CPC.
- Procuração com poderes especiais – aquela que confere poderes ao mandatário de
confessar, transigir ou desistir (poder agir mesmo sem a presença da parte). – Art.º 45,
n2 CPC – art.º 283 e ss. CPC.
- Substabelecimento – art.º 44, n2 CPC
(ao atribuir a procuração já está a substabelecer)
Substabelecer significa atribuir a outro advogado as suas funções, naquele processo.
Substabelecimento pode ser:
- Com reserva – só tem efeitos para a função que está estabelecida no
substabelecimento.
- Sem reserva – transfere todas funções para outro advogado. – Art.º 44, n3 CPC e art.º
47, n2 CPC.
- Art.º 49 CPC – atuar como gestor de negócios.
- Art.º 43, b) CPC – por declaração verbal à possibilidade de passar procuração.
6. Competência
(não está relacionado com as partes e sim, com o tribunal)
O poder jurisdicional está repartido por aplicabilidade da competência – significa isto,
repartir as ações pelos tribunais de todo país.
A competência está regulada no CPC e em outras leis, como:

- Lei da Organização do Sistema Judiciário (LOSJ) – lei 62/2013 de 26 de agosto.

- Regime de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais (ROFTJ) – lei


49/2014 de 27 março

A competência pode ser:


1. Competência a nível internacional – quando existe um elemento de conexão
com uma ordem jurídica estrangeira. Saber se os tribunais são
internacionalmente competentes para resolver determinado assunto.
2. Competência a nível interno - quando não existe conexão com a ordem jurídica
estrangeira.

1. Competência Internacional

É caracterizada por um sistema dualista:

- Regime Comum (legal) – art.º 62 e 63 CPC

- Regime Convencional (tratados/acordos entre Portugal e outros países do


mundo) – Quando é entre Portugal e outro país da UE é denominado
Regulamento nº 1215/2012
Regime Comum
- Art.º 59 CPC – perceber se estamos perante tratados ou regulamentos – caso não
exista, regemo-nos pelos artigos 62 e 63 CPC.
- Art.º 62 a) CPC – Princípio da coincidência ou critério da exclusividade
- Art.º 70 a 84 CPC
Ex. Português instaura uma ação de divórcio contra uma Francesa (que foi morar para
frança) – Tribunais portugueses são competentes para resolver nesta matéria pelo art.º
72 CPC

- Art.º 62 b) CPC - Princípio da causalidade


(onde a causa de pedir é praticada)

- Art.º 62 c) CPC – Princípio ou critério da necessidade.


(o elemento ponderoso de conexão é pessoal (nacionalidade)
Ex. Dois Portugueses de férias na Tailândia, não se conhecem. Têm um acidente contra
o outro. O responsável pelo acidente decide não pagar. Por esta alínea, o elemento
comum é a nacionalidade e por esse facto, são competentes os tribunais portugueses.

Regime Convencional - Regulamento nº 1215/2012

- Art.º 1, n1 regulamento – Aplica-se o regulamento nas ações de matéria civil ou


comercial – não abrange matéria fiscal.
- Art.º1, n2 regulamento – Nas ações sobre o estado das pessoas (ex. divórcio) não se
aplica o regulamento.

Para aplicabilidade do regulamento é necessário analisar os seguintes critérios – caso


nenhum se aplique, seguimos o regime comum.

- Princípio “favor debitoris” – art.º 4, n1 regulamento (favorecimento do devedor)


Ex. Um estrangeiro vem viver para Portugal – o favorecido vai poder ser demandado no
pais onde reside.

- Outro Princípio é o do art.º 5, n1 regulamento – art.º 24, n1 regulamento (bem imóvel


situado num estado membro)

- Principio “Fori” – art.º 6, n1 CPC (aplica-se a lei de cada Estado membro onde se
adquiriu o imóvel) – art.º 63 CPC
2. Competência Interna

Requer a análise de quatro critérios:


A. Critério da competência em razão da hierarquia;
B. Critério da competência em razão da matéria;
C. Critério da competência em razão do valor;
D. Critério da competência em razão do território.

O art.º 209 CRP e o art.º 29 LOSJ – apresenta as categorias existentes dos tribunais
- Tribunal Constitucional (tribunais especiais)
- Supremo tribunal de justiça (tribunais judiciais)
- Tribunal da relação ou tribunais de 2ª instância (tribunais judiciais)
- Tribunais de 1ª instância (tribunais judiciais)
- Supremos tribunal administrativo (tribunais não judiciais)
- Tribunal de contas (tribunais especiais)

Art.º 64 CPC – competência genérica (aquilo que não é competência judicial é


competência não judicial e vice-versa)

Organização Judicial:
Assenta em 2 problemas que são,
- Divisão Judiciária;
- Categoria dos tribunais

Divisão Judiciária assenta no modelo das comarcas – 23 comarcas (que agregam vários
distritos) – art.º 33, n2 LOSJ – Anexo II
Ex. Comarca de Braga abrange vários municípios.
E também, Distritos Judiciais – art.º 32, n1 LOSJ – Anexo I (cada tribunal da relação
abrange várias comarcas)

Na Categoria dos tribunais judiciais temos:


1º - Supremo tribunal de justiça
2º - Tribunal da relação (2ª instancia)
3 – Tribunal de 1ª instancia (tribunais de acesso) – art.º 33, n1 LOSJ

Características do Supremo Tribunal de Justiça – art.º 31 e 45 a 66 LOSJ


- Tem sede em Lisboa – art.º 45 LOSJ
- Exerce competência sobre todo o território nacional – só resolve matéria de direito –
art.º 45 LOSJ
- A maior parte das ações são instauradas nos tribunais de 1ª instância. Existem porém,
alguns casos (raros) em que a ação pode ser instaurada diretamente no supremo
tribunal de justiça e no tribunal da relação – art.º 55, n1, c) LOSJ
- Os juízes no STJ designam-se juízes conselheiros.
- Art.º 48, n1 LOSJ – STJ funciona por secções:
1 – Plenário do tribunal
2 – Pleno de Secções
3 – Secções: Secção Cível (conhece matéria civil), Secção Criminal (conhece matéria
criminal), Secção Social (conhece matéria social) – art.º 47, n1 LOSJ

Características do Tribunal da Relação – art.º 67 a 78 LOSJ


(Denominados tribunais de 2ª instância)
- Existem 5 tribunais da relação no País – Anexo I
- Juízes do tribunal da relação designam-se por juízes desembargadores
- O tribunal da relação também funciona por secções tal como, o STJ (Secção Cível,
Penal, Social e ainda outras como refere o art.º 67, n3 LOSJ
- Art.º 73, b) e e) LOSJ – ações que podem ser propostas diretamente no tribunal da
relação.

Características dos Tribunais de 1ª instância – art.º 79 e ss. LOSJ


- Os juízes dos tribunais de 1ª instância designam-se juízes de direito.
- Os tribunais de 1ª instância estão divididos em Tribunais de competência genérica e
Tribunais de competência especializada – art.º 80, n2 LOSJ (independentemente da
forma de processo)
- Juízos de matéria especializada – art.º 81, n3 LOSJ – art.º 117 e ss. LOSJ

NOTA A TER EM CONSIDERAÇÃO:

O facto da instauração da ação ser feita no tribunal de 1ª instância é diferente do facto de a


ação ser passível de recurso (para assim o ser, a ação tem que ter valor superior a 5000,01€

Voltando à Competência Interna esta, tem que ser analisada com base nos quatro
critérios mencionados atrás – art.º 37, n1 LOSJ e art.º 60, n2 CPC
A. Critério da Competência em razão da hierarquia (tribunal hierarquicamente
competente)
(saber se a ação vai ser instaurada no Tribunal 1ª instância, no Tribunal da relação
(casos do art.º 73, b) e e) LOSJ) ou no Supremo tribunal de justiça (casos do art.º 55, c)
LOSJ))
- Por argumento à contrário senso aplica-se o art.º 67, 68 e 69 CPC (se a ação não vai
ser instaurada nem no TR nem no STJ- será no Tribunal de 1ª instancia).
B. Critério da Competência em razão da matéria
- Quer o STJ, quer o TR estão organizados em termos de matéria.
- Os tribunais de 1ª instância estão organizados em competência genérica e
competência especializada – art.º 65 CPC, art.º 80, n2 e 81, n3, al. a) e b) LOSJ (Juízo
central cível/ Juízo central cível) – art.º 126, n1, b) LOSJ, art.º 122, n1, c) LOSJ e art.º 123,
n1, d) LOSJ.
C. Critério da Competência em razão do valor – art.º 66 CPC

Juízo Central Civel - art.º 117, Juízo Local Civel - art.º 130, n1
n1, a) LOSJ LOSJ

Tudo aquilo que não é


Ações declarativas civeis,
processo comum e tudo aquilo
processo comum valor superior a
que é processo comum com
50000€
valor inferior a 50000€

D. Critério da Competência em razão do território – art.º 70 a 84 CPC


Ex 1. Nas Ações de Divórcio aplica-se o art.º 72 CPC (é competente o tribunal do
domicilio ou da residência do autor)
ROFSJ (DL 49/2014) – anexo III (Tribunal da comarca de Braga, Juízo de família e
menores de Barcelos que pertence à comarca de Braga)

Ex 2. Acidente de viação aplica-se o art.º 71, n2 CPC (é competente o tribunal


correspondente ao lugar onde o facto ocorreu)
Valor ação – 200 000€ (Juízo central cível Barcelos) ´
Mapa III – não havendo nenhum tribunal de competência especializada
nomeadamente, não havendo nenhum juízo central cível de Barcelos vai para o
Tribunal competência genérica.

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