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05/06/2019 Câmara aprova PEC e Orçamento impositivo será promulgado - 05/06/2019 - Mercado - Folha

Câmara aprova PEC e Orçamento impositivo será


promulgado
Mudança, porém, será fatiada e parte voltará para nova análise do Senado
5.jun.2019 às 15h08
Atualizado: 5.jun.2019 às 19h24

Angela Boldrini

BRASÍLIA A Câmara aprovou nesta quarta-feira (5) a proposta de emenda à


Constituição que engessa o poder do Executivo sobre o Orçamento.

A proposta recebeu 364 votos favoráveis e dois contrários, dos deputados Pedro Uczai
(PT-SC) e Tiago Mitraud (Novo-MG).

O texto vai para promulgação. A mudança, porém, será fatiada e parte voltará para
nova análise do Senado.

A proposta que será promulgada torna impositivas as emendas de bancadas estaduais.


Hoje, são obrigatórias apenas as emendas individuais dos deputados.

Deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, com o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre, durante sessão de votação da PEC do Orçamento impositivo - Andre Coelho/Folhapress

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O texto aprovado tem um aumento escalonado do percentual obrigatório das emendas


coletivas (de bancada): 0,8% da RCL (Receita Corrente Líquida) em 2020 e 1% no ano
seguinte. A partir de 2022, o valor alocado em emendas será corrigido pela inflação.
Atualmente, este percentual está fixado em 0,6%.

Além disso, outro artigo que foi incluído pelo Senadoe votado na Câmara é a
determinação de que emendas de bancada terão de ser apresentadas também no ano
seguinte, até que a obra seja concluída.

A Câmara incluiu novas mudanças na sua segunda análise, como por exemplo a
mudança para 30% do valor do pré-sal que deve ser repassado aos estados e
municípios e a exclusão deste valor do teto de gastos.

Trechos como este, e também o artigo que regula o chamado "restos a pagar", ou seja,
que a lei orçamentária pode conter previsões de despesas do exercício seguinte, terão
que passar por nova análise de senadores.

O plenário da Câmara também mexeu em um artigo, tirando a exclusividade do


presidente da República de apresentar projeto de lei para regulamentar a repartição do
excedente da cessão onerosa do pré-sal.

Por ser uma emenda ao texto constitucional, a proposta tem que estar totalmente de
comum acordo das duas Casas. Por isso, para fazer passar a valer logo a o cerne da
proposta, o Congresso acordou o fatiamento, que foi anunciado pelo presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), antes do início da votação.

A PEC do Orçamento impositivo estava parada na Câmara desde 2015. O texto não
estava nem previsto para a pauta do plenário da Casa até o fim de março, quando, em
votação relâmpago, a Câmara aprovou em dois turnos a proposta que retira do
governo poder sobre o Orçamento.

A votação foi um recado da Câmara ao Planalto em meio à crise de articulação entre o


Executivo e o Legislativo. Todos os partidos orientaram pela aprovação da PEC,
inclusive o PSL, partido do presidente.

Para evitar que a votação fosse caracterizada como uma derrota acachapante e após
perceber que perderia por ampla maioria, o próprio PSL de Jair Bolsonaro optou por
orientar os seus deputados a votarem a favor da PEC.

PEC ORÇAMENTO IMPOSITIVO

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O que será promulgado

Emendas de bancada: se tornarão impositivas. Hoje, só as individuais são de


execução obrigatória; segundo o texto, em 2020 será obrigatório um equivalente
a 0,8% do Orçamento, aumentado para 1% em 2021
Reapresentação: as emendas para obras que durem mais de um ano terão de ser
reapresentadas no ano seguinte, até que a obra seja concluída

O que irá para o Senado

Cessão onerosa: o texto da Câmara estabelece que 30% dos recursos de pré-sal
deverão ser repassados a estados e municípios
Teto de gastos: o valor referente à cessão onerosa passa a não ser limitado pelo
teto de gastos
Restos a pagar: a lei orçamentária pode conter previsões de despesas para o
exercício seguinte, que sejam investimentos em andamento

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