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DIREITO PROCESSUAL DO

TRABALHO
ASPECTOS PROCESSUAIS DA
REFORMA TRABALHISTA
(Lei 13.467/2017)

Prof. Antero Arantes Martins


ACESSO AO PODER
JUDICIÁRIO
INTRODUÇÃO
Acesso ao Poder Judiciário. Introdução.

• Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada


pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
[...]
• Art. 5º - [...]
• XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
• LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
Acesso ao Poder Judiciário. Introdução.

• Ser um Estado “de direito” (art. 1º, CF) significa dizer


não à barbárie e à selvageria, ou, em outras palavras,
garantir à todo aquele que estiver sob o território
nacional o império da ordem jurídica.
• A consequência lógica da afirmação anterior é que o
próprio Estado deve estar à disposição daquele que
sentir que seu direito foi violado para solucionar seu
conflito, o que implica em dizer que uma das
consequências evidentes do Estado de Direito é o livre
acesso ao Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, CF)
• Entretanto, garantir o acesso ao Poder Judiciário apenas
àqueles que têm recursos financeiros para custear a
demanda não é, de fato, garantir livre acesso e nem
promover o Estado de Direito, pois a todos aqueles
excluídos desta via de proteção resta apenas a selvageria
ou a submissão à vontade do mais forte.
Estado de direito
(Art. 1º, CF)

Devido Processo
Legal
(Art. 5º, LIV, CF)

Assistência Judiciária
Livre Acesso ao
Integral e gratuita
Poder Judiciário
(Art. 5º, LXXIV, CF)
(Art. 5º, XXXV, CF)
Acesso ao Poder Judiciário. Introdução.

• Daí porque é elementos concretizador do livre acesso ao


Poder Judiciário e, portanto, ao próprio Estado de
Direito a garantia de assistência judiciária integral e
gratuita a quem comprovar insuficiência econômica.
• Portanto, para assegurar o cumprimento de sua função
constitucional, a Justiça do Trabalho, como qualquer
outro ramo do direito, deve estar de portas abertas a
todos aqueles que dela necessitam.
• Não se pode intimidar aquele que pretende,
legitimamente, discutir judicialmente a violação de seu
direito, com ameaças relativas à imposição de
pagamento do custo da ação, notadamente àquele que
não pode custeá-la.
OBTENÇÃO DA JUSTIÇA
GRATUITA e SUA
MANUTENÇÃO
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

Redação anterior Nova redação

Art. 790. – [...] X Art. 790. – [...]


§ 3o É facultado aos juízes, órgãos § 3º É facultado aos juízes, órgãos
julgadores e presidentes dos julgadores e presidentes dos tribunais do
tribunais do trabalho de qualquer trabalho de qualquer instância conceder,
instância conceder, a requerimento a requerimento ou de ofício, o benefício
ou de ofício, o benefício da justiça da justiça gratuita, inclusive quanto a
gratuita, inclusive quanto a traslados traslados e instrumentos, àqueles que
e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a
perceberem salário igual ou inferior 40% (quarenta por cento) do limite
ao dobro do mínimo legal, máximo dos benefícios do regime geral
(continua) de previdência social.
ou declararem, sob as penas da lei, X § 4º O benefício da justiça gratuita será
que não estão em condições de concedido à parte que comprovar
pagar as custas do processo sem insuficiência de recursos.
prejuízo do sustento próprio ou de
sua família.
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Duas formas de obtenção da Justiça Gratuita:


• A) Receber salário inferior a um teto.
• A reforma altera o dobro do mínimo legal (R$ 1.874,00)
por 40% do limite máximo do RGPS (R$ 5.645,80 x
40% = R$ 2.258,32). Neste caso não precisa de
declaração ou prova.
• B) “Comprovar” insuficiência de recursos.
• Comentário: Troca “declarar” a insuficiência por
“comprovar”. Discussão:
– Como comprovar? CLT silencia.
– Logo, aplicação supletiva do CPC (Art. 15).
– Logo, aplica o art. 99, 3º:
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Art. 99 - ...
– § 3o Presume-se verdadeira a alegação de
insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.
• No mesmo sentido a Súmula 463, I do C. TST
que, apesar de anterior à reforma, continua atual.
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• E mais! Verifique-se a regra de ônus da prova:


• Provar a insuficiência de recursos é provar que
não tem recursos, ou seja, determinar à parte que
façar uma prova negativa.
• Daí porque basta afirmar. A parte contrária, ao
impugnar, é de que deve fazer a prova positiva no
sentido de que existem recursos.
• Neste sentido recentíssima decisão nos autos do
TST-E-ARR-464-35.2015.5.03.0181, da SBDI-1,
em 08/02/2018.
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Neste sentido o recente julgado do C. TST


(Processo: RR - 1375-28.2015.5.02.0067 ).
– “RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
– ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA
ECONÔMICA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE JURIS
TANTUM. RECEBIMENTO DE ALTO SALÁRIO NO
CURSO DA RELAÇÃO DE EMPREGO.
IMPOSSIBILIDADE DE SE PRESUMIR A
CAPACIDADE ECONÔMICA A DESPEITO DA
DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA FIRMADA
PELA PARTE.
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• (...) Ou seja, para afastar a presunção decorrente da


declaração do próprio reclamante, a parte contrária
também tinha o ônus de alegar e provar que, após a
rescisão do contrato de trabalho por eles mantido, o
autor estava em situação econômica que não permitisse
afirmar sua pobreza no sentido legal (e que o valor
recebido na rescisão também não é suficiente para
tanto). (...)
• (PROCESSO Nº TST-RR-1375-28.2015.5.02.0067 – 2ª
Turma -JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA -
Ministro Relator – Pub: 06/10/2017)
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Para indeferir é preciso que existam elementos de


falsidade de declaração e concessão de prazo,
prévio, para a prova do preenchimento dos
requisitos:
• Art. 99 - ...
– § 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se
houver nos autos elementos que evidenciem a
falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Pode o Juiz produzir estes elementos de


ofício (redes sociais, por exemplo)?
• Assistência judiciária integral significa que
o juridicamente pobre não paga nada.
• Concedidos os benefícios da Justiça
gratuita, nenhum ônus deve ser imposto ao
beneficiário, sob pena de ofensa direta ao
comando do art. 5º, LXXIV da CF.
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• O Decreto-Lei 1.569/77 autoriza, em seu art. 5º, que o Ministro da


Fazenda possa determinar a não inscrição do débito na dívida
ativa e, ainda, uma vez inscrito, a sua não execução.
– Art 5º Sem prejuízo da incidência da atualização monetária e dos juros de
mora, bem como da exigência da prova de quitação para com a Fazenda
Nacional, o Ministro da Fazenda poderá determinar a não inscrição como
Dívida Ativa da União ou a sustação da cobrança judicial dos débitos de
comprovada inexequibilidade e de reduzido valor.
• Amparado neste Decreto-Lei, o Ministro da Fazenda baixou
Portaria nº 75/2012 que determina, em seu art. 1º, inciso , a
hipótese de não inscrição de dívidas de valor igual ou inferior a
R$ 1.000,00 (Um mil reais) e a não execução de dívidas em valor
até R$ 20.000,00 (Vinte mil reais).
– Art. 1º Determinar: I - a não inscrição na Dívida Ativa da União de débito
de um mesmo devedor com a Fazenda Nacional de valor consolidado igual
ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais); e II - o não ajuizamento de execuções
fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja
igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Nas duas hipóteses acima tem-se o


reconhecimento de uma dívida existente,
mas, em condição suspensiva de
exigibilidade, já que o credor não tem
interesse na execução.
• Sendo assim, o pagamento é inexigível e,
portanto, também não pode ser exigido para
a propositura de nova ação.
Acesso ao Poder Judiciário. Justiça Gratuita.

• Lembrar, porém, que a parte pode perder o benefício se,


por fato futuro, deixar de ser pobre. Neste sentido o art.
100 do CPC:
– Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer
impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de
recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado
por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no
prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem
suspensão de seu curso.
– Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as
despesas processuais que tiver deixado de adiantar e pagará,
em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa,
que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual
ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa.
• Décuplo = Dez vezes maior
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS

e o beneficiário da

JUSTIÇA
GRATUITA
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Redação Nova redação
anterior
X § 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita,
desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a
despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de
exigibilidade e somente poderão ser executadas se,
nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado
da decisão que as certificou, o credor demonstrar
que deixou de existir a situação de insuficiência de
recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais
obrigações do beneficiário.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• O que é “crédito capaz de suportar a


despesa”?
• Será aquele matematicamente superior
à despesa, mas que mantém o
beneficiário na condição de pobreza
OU
• Será aquele capaz de retirar o
beneficiário da condição de pobreza?
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Quando posso considerar que o crédito


retirou o beneficiário da condição de
pobreza?
• Min. Barroso: O que superar o teto da
previdência pode ser penhorado em
30%;
• CPC: O que exceder a 50 salários
mínimos, pela metade
Penhora do Salário no CPC.

• Art. 833 do Código de Processo Civil.


– IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os
honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
– § 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à
hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia,
independentemente de sua origem, bem como às importâncias
excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais,
devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e
no art. 529, § 3o. (50% dos ganhos)
Créditos trabalhistas na Falência

• Lei 11.101/2005:
• Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece
à seguinte ordem:
• I – os créditos derivados da legislação do trabalho,
limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por
credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
• (...)
• VI – créditos quirografários, a saber:
• (...)
• c) os saldos dos créditos derivados da legislação do
trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I
do caput deste artigo;
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS

ea

SUCUMBÊNCIA
PARCIAL
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Redação Nova redação
anterior
X
§ 3º Na hipótese de
procedência parcial, o juízo
arbitrará honorários de
sucumbência recíproca,
vedada a compensação entre
os honorários.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• O que é procedência parcial?


• Dentro do pedido ou entre pedidos?
• Lembrar Súmula 326 do C. STJ:
– STJ-326: Na ação de indenização por dano moral, a
condenação em montante inferior ao postulado na
inicial não implica sucumbência recíproca.
• É específica para dano moral, mas, a sua ratio é
no sentido de que a parte não pode estimar o
quantum da sucumbência ao propor a ação.
• Pode-se sustentar a sua aplicação a outros temas.
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS

EXECUÇÃO

ou

COMPENSAÇÃO?
JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS.

• Condenação em honorários
advocatícios:
• Execução ou dedução do crédito?
–CC: Art. 1.707. Pode o credor não
exercer, porém lhe é vedado
renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de
cessão, compensação ou penhora.
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS

ea

BASE DE
CÁLCULO
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Redação Nova redação
anterior
X
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que
atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados
entre o mínimo de 5% (cinco por cento)
e o máximo de 15% (quinze por cento)
sobre o valor que resultar da liquidação
da sentença, do proveito econômico
obtido ou, não sendo possível mensurá-
lo, sobre o valor atualizado da causa.
JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS.

• Liquidação de sentença = condenação;


• Proveito econômico da ação = Só para
o autor. Réu não tem proveito
econômico (no máximo deixa de
pagar).
• Valor da causa não for possível
mensurar (medir). O que? O proveito
econômico. (“... mensurá-lo...”)
JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS.

• Conclusão: A lei NÃO FIXOU base de


cálculo dos honorários advocatícios
devidos em favor do réu.
• Observar que a Lei 13.467/2017 NÃO
COPIOU o § 6º do art. 85 do CPC:
– § 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e
3o aplicam-se independentemente de qual seja
o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de
improcedência ou de sentença sem
resolução de mérito.
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS

SUCUMBÊNCIA

CAUSALIDADE?
JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS.

• O art. 791-A da CLT trata explicitamente de


honorários de sucumbência (situação em
que há um vencido e um vencedor).
• O § 6º do art. 85 do CPC não foi transcrito.
• Logo, não existe previsão de condenação
em honorários advocatícios para as ações
extintas sem resolução do mérito e no
arquivamento, porque nestes casos não há
vencidos e vencedores.
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS

SUCUMBÊNCIA RECURSAL

NA EXECUÇÃO
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Não esquecer da sucumbência recursal


e honorários advocatícios na execução.
• Art. 791-A, 5º é omisso (O art. 85, 1º
do CPC foi transcrito parcialmente para
a CLT), atraindo a sua aplicação
subsidiária.
– § 1o São devidos honorários advocatícios na
reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório
ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos
recursos interpostos, cumulativamente.
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS

PROCESSOS ANTERIORES

A 11/11/2017
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• Processos distribuídos anteriormente ao início da vigência da Lei 13.467/2017


(11/11/2017).
• HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA
SINDICAL. A Corte Regional deferiu o pedido de pagamento de honorários
advocatícios sem que o reclamante estivesse assistido por sindicato da
categoria. Até a edição da Lei 13.467/2017, o deferimento dos honorários
advocatícios na Justiça do Trabalho estava condicionado ao preenchimento
cumulativo dos requisitos previstos no art. 14 da Lei 5.584/70 e sintetizados na
Súmula nº 219, I, desta Corte (sucumbência do empregador, comprovação do
estado de miserabilidade jurídica do empregado e assistência do trabalhador
pelo sindicato da categoria). A Lei 13.467/2017 possui aplicação
imediata no que concerne às regras de natureza processual,
contudo, a alteração em relação ao princípio da sucumbência
só tem aplicabilidade aos processos novos, uma vez que não é
possível sua aplicação aos processos que foram decididos nas instâncias
ordinárias sob o pálio da legislação anterior e sob a qual se analisa a existência
de violação literal de dispositivo de lei federal. Verificada contrariedade ao
entendimento consagrado na Súmula n.º219, I, do TST. Recurso de revista de
que se conhece e a que se dá provimento.
• (PROCESSO Nº TST-RR-20192-83.2013.5.04.0026, CILENE FERREIRA
AMARO SANTOS - Desembargadora Convocada Relatora)
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

• IN 41/TST:
• Art. 6º Na Justiça do Trabalho, a condenação em
honorários advocatícios sucumbenciais, prevista
no art. 791-A, e parágrafos, da CLT, será
aplicável apenas às ações propostas após 11 de
novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). Nas
ações propostas anteriormente, subsistem as
diretrizes do art. 14 da Lei nº 5.584/1970 e das
Súmulas nos 219 e 329 do TST.
HONORÁRIOS
PERICIAIS
JUSTIÇA GRATUITA. Honorários periciais.
Redação anterior Nova redação

Art. 790-B. A responsabilidade pelo X Art. 790-B. A responsabilidade pelo


pagamento dos honorários periciais é da pagamento dos honorários periciais é da parte
parte sucumbente na pretensão objeto da sucumbente na pretensão objeto da perícia,
perícia, salvo se beneficiária de justiça ainda que beneficiária da justiça gratuita (Art.
gratuita. 790-B)
Inexistente X § 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais,
o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da
Justiça do Trabalho.
Inexistente X § 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos
honorários periciais.
Inexistente X § 3º O juízo não poderá exigir adiantamento
de valores para realização de perícias.
Inexistente X § 4º Somente no caso em que o beneficiário
da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
créditos capazes de suportar a despesa
referida no caput, ainda que em outra lide, a
União responderá pelo encargo.
JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA.

• Caput: Afasta os honorários periciais do alcance da Justiça


gratuíta. Ver parágrafo 4º (desde que tenha proveito econômico
com a ação).
• § 1º: O limite máximo é fixado para o pagamento pelos cofres
públicos. Risco de ausência ou queda na qualidade dos peritos.
• § 2º: Pode deferir o parcelamento. O parcelamanto será na
execução ou logo após a perícia?
• § 3º: Não pode exigir depósito prévio.. Incorpora jurisprudência
consolidada do TST.
– § 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha
obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput,
ainda que em outra lide, a União responderá pelo encargo.
• Novidade. Perde a condição de “pobreza” se da ação resultar
proveito econômico “capaz de suportar a despesa”, mesmo que
em outra ação.
JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA.

• Questões interessantes para argumento.


• Empregado não tem conhecimento técnico para identificar
agentes agressores. Tanto que o TST tem súmula reconhecendo o
direito ao adicional de insalubridade por agente diverso daquele
indicado na petição inicial (Súmula 293, TST).
• Empregado tem dificuldade em fixar nexo causal e de concausa
em determinadas doenças.
• Existem muitas divergências entre laudos da justiça comum, nas
ações acidentárias e laudos da justiça do trabalho nas ações
indenizatórias.
• Nem todo pedido é desarrazoado ou inconsequente. Existem
situações de dúvida razoável. Aplicar este dispositivo em
qualquer circunstância implica em intimidar do trabalhador na
busca de solução para seu conflito negando, em última análise,
acesso ao Poder Judiciário.
JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA.

• IN 41/TST:
• Art. 5º O art. 790-B, caput e §§ 1º a 4º, da
CLT, não se aplica aos processos iniciados
antes de 11 de novembro de 2017 (Lei nº
13.467/2017).
LITIGÂNCIA
DE
MÁ-FÉ
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.

Redação Nova redação


anterior

Inexistente X Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé
(Art. 79, CPC) como reclamante, reclamado ou interveniente.

Inexistente X Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


(Art. 80, CPC) I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do
processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
Inexistente X Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o
(Art. 81, CPC) litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um
por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da
causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu
e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas
que efetuou.
Inexistente X § 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo
(Art. 81, § 1º CPC) condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na
causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a
parte contrária.
Inexistente X § 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa
(Art. 81, § 2º CPC). poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos
Troca 10 salários benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
mínimos por 2 x o
limite máximo dos
benefícios do RGPS
Inexistente X § 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não
(Art. 81, § 3º CPC) seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo
procedimento comum, nos próprios autos.
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.

Dupla punição à X Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista


testemunha que no art. 793-C desta Consolidação à
falta com a testemunha que intencionalmente
verdade. Penal e alterar a verdade dos fatos ou omitir
civil fatos essenciais ao julgamento da
causa.

Não estabelece o X Parágrafo único. A execução da multa


credor da multa. prevista neste artigo se dará nos
mesmos autos.
PRAZOS PROCESSUAIS,
PRESCRIÇÃO
e
OUTRAS FORMAS DE
SOLUÇÃO DE CONFLITOS
PRAZOS
PROCESSUAIS
PRAZOS PROCESSUAIS
Redação anterior X Nova Redação
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste X Art. 775. Os prazos estabelecidos neste
Título contam-se com exclusão do dia do Título serão contados em dias úteis, com
começo e inclusão do dia do vencimento, exclusão do dia do começo e inclusão do dia
e são contínuos e irreleváveis, podendo, do vencimento.
entretanto, ser prorrogados pelo tempo
estritamente necessário pelo juiz ou
tribunal, ou em virtude de força maior,
devidamente comprovada.
Parágrafo único - Os prazos que se X § 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo
vencerem em sábado, domingo ou dia tempo estritamente necessário, nas seguintes
feriado, terminarão no primeiro dia útil hipóteses:
seguinte. I – quando o juízo entender necessário;
II–em virtude de força maior, devidamente
comprovada.
Inexistente X § 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos
processuais e alterar a ordem de produção
dos meios de prova, adequando-os às
necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito. (NR)
PRAZOS PROCESSUAIS

– Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
• Prazos serão contados em dias úteis. Prejuízo à celeridade, mas, maior
racionalidade. IN 39 do C. TST havia fixado que os prazos em dias úteis não
eram aplicáveis no Processo trabalhista.
– § 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas
seguintes hipóteses:
– I – quando o juízo entender necessário;
– II–em virtude de força maior, devidamente comprovada
• Fim da discussão sobre prazos peremptórios e dilatórios. São todos dilatórios
de modo que o juiz pode prorrogar (nunca reduzir), sempre que entender
necessário.
– § 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção
dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito.
• Diferença entre prorrogar (§ 1º - inicia no prazo legal e depois é ampliado) e
dilatar (§ 2º - Já concede o prazo ampliado).
• ATENÇÃO: Alterar a ORDEM da produção da prova é diferente de alterar o
ônus da prova, tema tratado em outro artigo (818, 1º).
PRESCRIÇÃO
Prescrição.
Redação anterior Nova redação
Art. 11 - O direito de ação quanto a créditos X “Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes
resultantes das relações de trabalho prescreve: das relações de trabalho prescreve em cinco anos
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho.
I - em cinco anos para o trabalhador urbano, X REVOGADOS
até o limite de dois anos após a extinção do
contrato;
Il - em dois anos, após a extinção do contrato
de trabalho, para o trabalhador rural.
INEXISTENTE X § 2o Tratando-se de pretensão que envolva pedido
de prestações sucessivas decorrente de alteração ou
descumprimento do pactuado, a prescrição é total,
exceto quando o direito à parcela esteja também
assegurado por preceito de lei.
INEXISTENTE X § 3o A interrupção da prescrição somente ocorrerá
pelo ajuizamento de reclamação trabalhista,
mesmo que em juízo incompetente, ainda que
venha a ser extinta sem resolução do mérito,
produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos
idênticos.”
Prescrição.
– Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho
prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de
dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
• Sem grandes novidades. Reproduz os prazos constitucionais e
substituição ação por pretensão.
– § 2o Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas
decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total,
exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.
• Sem novidade. Incorpora a Súmula 294 do C. TST há muito aplicada
sem contestações.
– § 3o A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de
reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha
a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação
aos pedidos idênticos.
• Questão para o “somente”. E as demais hipóteses de interrupção da
prescrição do art. 202 do Código Civil. Parece aplicável supletivamente.
Discutir aplicação supletiva de subsidiária.
PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.

INEXISTENTE X “Art. 11-A. Ocorre a prescrição


intercorrente no processo do trabalho
no prazo de dois anos.

INEXISTENTE X § 1o A fluência do prazo prescricional


intercorrente inicia-se quando o
exequente deixa de cumprir
determinação judicial no curso da
execução.
INEXISTENTE X § 2o A declaração da prescrição
intercorrente pode ser requerida ou
declarada de ofício em qualquer grau
de jurisdição.”
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.

– Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no


processo do trabalho no prazo de dois anos.
• Fim da discussão entre a Súmula 327 do E. STF e
a 114 do C. TST. Aplica-se a prescrição
intercorrente. Harmonia com o art. 884, 1º da
CLT.
– § 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente
inicia-se quando o exequente deixa de cumprir
determinação judicial no curso da execução.
• Caberá ao advogado atenção para não deixar
cumprir determinação. Ausência de bens? (segue)
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.

• Ausência de bens? Combinar com o art. 774, V do CPC.


– Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta
comissiva ou omissiva do executado que:
– [...]
– V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à
penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se
for o caso, certidão negativa de ônus.
• É dever do devedor indicar quais são e onde estão os bens sujeitos
à penhora e não do credor. Logo, não se pode falar que o
exequente deixou de cumprir determinação judicial
– § 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou
declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.
• Fim de outra discussão. É possível a declaração de prescrição de
ofício no processo do trabalho. Vale também para as outras ou só
para a intercorrente?
• Em qualquer grau de jurisdição? Inclusive TST e STF? Penso que
não. Prescrição é matéria de fato.
ARBITRAGEM,
QUITAÇÃO ANUAL
e
ACORDO JUDICIAL
(Jurisdição Voluntária)
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM e QUITAÇÃO ANUAL.

Redação Nova redação


anterior
Inexistente X “Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja
remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do
empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos
termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.”
Inexistente X “Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na
vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de
quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato
dos empregados da categoria.
Inexistente X Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e
fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual
dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas
nele especificadas.”
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM.

– Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja


superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do
Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou
mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei
no 9.307, de 23 de setembro de 1996.
• Para empregados que recebem salário superior a R$ 11.062,62 está
autorizado o pacto de arbitragem.
• Discussão:
• Faz remissão à Lei 9.307/96. Esta Lei exige que os direitos sejam
disponíveis.
– Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem
para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
• Os direitos trabalhistas são disponíveis?
• O CDC considera nula a cláusula de convenção de arbitragem na
relação de consumo porque o consumidor é hipossuficiente. (Art. 51,
VII).
• É possível a acessar o Poder Judiciário se o árbitro ou a câmara arbitral
não decidir o conflito, após frustrada a conciliação?
Quitação anual de débitos.

– Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não


do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações
trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria.
– Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer
cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo
empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas.
• Comentário: Novidade.
• Destaque para:
– Discriminação das obrigações mês a mês. OK. E
valores? Precisa discriminar?
– Eficácia liberatória das parcelas. Mesmo que não
discrimine os valores? E se discrimina os valores e
estes forem menor do que os devidos. A norma fala
em quitação e não em transação.
Acordo Judicial. Jurisdição voluntária.

Redação Nova redação


anterior
Inexistente X Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:
...
f) decidir quanto à homologação de acordo
extrajudicial em matéria de competência da Justiça
do Trabalho.
Inexistente X ‘Art. 855-B. O processo de homologação de acordo
extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo
obrigatória a representação das partes por advogado.
Inexistente X § 1º As partes não poderão ser representadas por
advogado comum.
Inexistente X § 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo
advogado do sindicato de sua categoria.
Acordo Judicial. Jurisdição voluntária.

– Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: ...


– f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de
competência da Justiça do Trabalho.
• Cria procedimento de jurisdição voluntária de há muito
inexistente na Justiça do Trabalho.
– Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início
por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por
advogado.
– § 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
– § 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de
sua categoria.
• Lembrar que o Juiz não é obrigado a homologar o acordo e, ainda,
pode restringir os efeitos da homologação.
• Cuidado especial com as “casadinhas”. O advogado deve ser
escolhido pelo empregado e não pelo empregador. Verificar crime
de patrocínio infiel.
Acordo Judicial. Jurisdição voluntária.

Inexistente X Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica


o prazo estabelecido no § 6o do art. 477 desta
Consolidação e não afasta a aplicação da multa
prevista no § 8o art. 477 desta Consolidação.’
Inexistente X ‘Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da
distribuição da petição, o juiz analisará o acordo,
designará audiência se entender necessário e
proferirá sentença.’
Inexistente X ‘Art. 855-E. A petição de homologação de acordo
extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação
quanto aos direitos nela especificados.
Inexistente X Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a
fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado
da decisão que negar a homologação do acordo.
Acordo Judicial. Jurisdição voluntária.

– Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido


no § 6o do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa
prevista no § 8o art. 477 desta Consolidação.
• O acordo não é para substituir a rescisão do contrato. Pode-se até
concluir que sem o pagamento da rescisão do contrato o
procedimento seria inadmissível. A conferir.
– Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o
juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e
proferirá sentença.
• Prazo impróprio, eis que não há consequência. A conferir a
capacidade da Justiça do Trabalho em receber este volume e se
haverá criação de órgãos especiais para este fim.
– Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o
prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.
– Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte
ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.
• Atenção que a hipótese é de suspensão e não interrupção da
prescrição e somente para os direitos nela especificados.
• Mas e a pretensão for de quitação integral do contrato a suspensão
será para todos os direitos?
PROCESSO NO PRIMEIRO
GRAU
PETIÇÃO INICIAL
(Indicação de valor)
PETIÇÃO INICIAL
Redação anterior Nova redação
Art. 840 - A reclamação poderá ser X IDEM
escrita ou verbal
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá X § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá
conter a designação do Presidente da conter a designação do juízo, a qualificação
Junta, ou do juiz de direito a quem for das partes, a breve exposição dos fatos de
dirigida, a qualificação do reclamante e que resulte o dissídio, o pedido, que deverá
do reclamado, uma breve exposição dos ser certo, determinado e com indicação de
fatos de que resulte o dissídio, o pedido, seu valor, a data e a assinatura do reclamante
a data e a assinatura do reclamante ou de ou de seu representante.
seu representante.
§ 2º - Se verbal, a reclamação será X § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a
reduzida a termo, em 2 (duas) vias termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
datadas e assinadas pelo escrivão ou escrivão ou secretário, observado, no que
secretário, observado, no que couber, o couber, o disposto no § 1o deste artigo.
disposto no parágrafo anterior.
INEXISTENTE X § 3o Os pedidos que não atendam ao
disposto no § 1o deste artigo serão julgados
extintos sem resolução do mérito.”
PETIÇÃO INICIAL

– § Art. 840 - ... 1o Sendo escrita, a reclamação


deverá conter a designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos
fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que
deverá ser certo, determinado e com indicação
de seu valor, a data e a assinatura do
reclamante ou de seu representante.
• Pedido com valor para todas as ações.
• Questões:
• Deve ter demonstrativo?
• Limita a condenação mesmo que na
liquidação se apure um valor superior?
PETIÇÃO INICIAL. Interpretação gramatical.

• A leitura atenta deste dispositivo demonstra que a parte


autora deve indicar o valor do pedido. Entretanto,
indicar o valor do pedido é diferente de apresentar
pedido calculado, liquidado e demonstrado.
• O verbo transitivo direto “indicar” foi utilizado na
oração com o sentido de “mencionar, esboçar
levemente.” (Dicionário Aurélio “on line”:
https://dicionariodoaurelio.com/indicar - consulta
realizada em 16/08/2018 às 14:55 horas).
• A indicação do valor é, como a própria expressão
sugere, mero delineamento ou esboço da idéia de valor
que o pedido pode ter, sem a pretensão de ser exato ou
matematicamente demonstrado com planilha de
cálculos.
PETIÇÃO INICIAL. Interpretação Histórica.

• Esta expressão não é nova no processo do trabalho. O art. 852-B


da CLT, incluído pela Lei 9.957/2000, em seu inciso I estabelece:
– Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
– I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor
correspondente; (sem grifos no original).
• Portanto, quando do advento da Lei 13.467/2017, denominada de
“reforma trabalhista”, vigia há mais de dezessete anos, norma
jurídica que determinava ao autor, nas ações enquadradas no rito
sumaríssimo, a indicação do valor e a jurisprudência de há muito
estava consolidada no sentido de que: a) esta indicação não
precisa ser acompanhada de memória de cálculo ou
demonstrativo, já que é meramente sugestiva e não exata e; b) os
valores indicados não são limitadores da condenação quando da
fase de liquidação de sentença.
PETIÇÃO INICIAL. Interpretação Sistemática.

• A corroborar esta posição, além da interpretação gramatical e


histórica retro realizada, há que se verificar a análise sistemática
do processo.
• Se a petição inicial tivesse que ser liquidada e matematicamente
demonstrada, então da contestação deveria impugnar também os
cálculos da pretensão (princípio da concentração e da defesa
específica), atraindo para a fase cognitiva do processo a discussão
não apenas do an debeatur, mas, também, do quantum debeatur.
• E, se assim fosse, caberia ao julgador, já na sentença, dirimir
também este conflito que lhe foi posto pelas partes, qual seja, a
fixação do cálculo correto sobre o direito vindicado. Dito de outra
forma, estaria o julgador obrigado a proferir sempre sentença
líquida, o que acabaria com a fase de liquidação de sentença.
• Ocorre que a Lei 13.467/2017 não acabou com a fase de
liquidação de sentença. Ao revés! A fortaleceu! De fato, a referida
Lei tornou obrigatório o contraditório nesta fase (na redação
anterior do art. 879 da CLT o contraditório era possível, mas, não
obrigatório).
PETIÇÃO INICIAL. Interpretação Teleológica.

• Por fim, o art. 5º da (LINDB) determina expressamente ao Juiz que, ao


interpretar a norma jurídica, busque seu fim social e atenda às exigências do
bem comum.
• Aqueles que conhecem a realidade do processo do trabalho sabem que os
cálculos trabalhistas são complexos e, muitas vezes, dependem de elementos
que o trabalhador não dispõe.
• Destarte, dois caminhos são possíveis: (a) ou a Justiça do Trabalho vai permitir
que a indicação do valor seja feita da forma aproximada ou (b) terá que permitir
o procedimento de tutela de urgência preparatória para exibição de documentos
a fim de que o autor possa elaborar seus cálculos com exatidão.
• Esta segunda alternativa, porém, não parece ser a que atenda ao fim social da
norma e às exigências do bem comum, na medida em que: (i) atenta contra a
duração razoável do processo (direito constitucional de primeira grandeza) e
(ii) dificulta o acesso ao Poder Judicial (outro direito constitucional de primeira
grandeza) e, ainda, (iii) atravancaria o funcionamento da Justiça do Trabalho,
afrontando a regra da eficiência da administração pública (outra garantia
constitucional), porque traria para a fase de cognição a discussão sobre acertos
e desacertos de cálculos sobre direitos que sequer foram reconhecidos, além da
proliferação de tutelas de urgência para produção antecipada de provas.
PETIÇÃO INICIAL. Interpretação Teleológica.

• Portanto, por qualquer método


interpretativo que se utilize (gramatical,
histórico, sistemático ou teleológico), não
prevalece a interpretação no sentido de que
o art. 840, §1º da CLT estaria a exigir a
apresentação de pedido liquidado de forma
matematicamente demonstrada.
PETIÇÃO INICIAL

• Parágrafo segundo nada muda.


– § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste
artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito.
• Há necessidade de terminar a emenda? (art. 321, CPC).
– Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não
preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta
defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias,
a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve
ser corrigido ou completado.
EXCEÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA.
Redação anterior Nova redação
Art. 800 - Apresentada a exceção de X “Art. 800. Apresentada exceção de incompetência
incompetência, abrir-se-á vista dos autos ao territorial no prazo de cinco dias a contar da
exceto, por 24 (vinte e quatro) horas notificação, antes da audiência e em peça que sinalize
improrrogáveis, devendo a decisão ser a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento
proferida na primeira audiência ou sessão que estabelecido neste artigo.
se seguir.
INEXISTENTE X § 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e
não se realizará a audiência a que se refere o art. 843
desta Consolidação até que se decida a exceção.
INEXISTENTE X § 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz,
que intimará o reclamante e, se existentes, os
litisconsortes, para manifestação no prazo comum de
cinco dias.
INEXISTENTE X § 3o Se entender necessária a produção de prova oral,
o juízo designará audiência, garantindo o direito de o
excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por
carta precatória, no juízo que este houver indicado
como competente.
INEXISTENTE X § 4o Decidida a exceção de incompetência territorial,
o processo retomará seu curso, com a designação de
audiência, a apresentação de defesa e a instrução
processual perante o juízo competente.” (NR)
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA.

– “Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias


a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta
exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.
• Não mais em audiência e não mais como preliminar de
contestação. Prazo de cinco dias da notificação.
– § 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência
a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.
• Se houver prazo suficiente, desnecessário remarcar a audiência.
– § 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e,
se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
• Intimará? Mesmo que já tenha elementos para decidir a favor do
excepto? Penso que não.
– § 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência,
garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta
precatória, no juízo que este houver indicado como competente.
• A idéia é não obrigar o réu a ir ao Juízo incompetente.
– § 4o Sem comentários necessários.
PREPOSTO
COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA. PREPOSTO.

– Art. 843 – [...]


– § 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não
precisa ser empregado da parte reclamada.
• Derruba a Súmula 327 do C. TST.
• Preposto é, por definição, não empregado. Logo,
não tem mesmo sentido que se exija que o
preposto seja empregado.
AUSÊNCIA DO
RECLAMANTE
(Arquivamento)
Ausência do reclamante.
Redação anterior Nova redação
Art. 844 – O não-comparecimento do X IDEM
reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o não-
comparecimento do reclamado importa
revelia, além de confissão quanto à
matéria de fato
Parágrafo único – Ocorrendo, entretanto, X § 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o
motivo relevante, poderá o presidente juiz suspender o julgamento, designando
suspender o julgamento, designando nova audiência.
nova audiência.
INEXISTENTE X § 2o Na hipótese de ausência do reclamante,
este será condenado ao pagamento das custas
calculadas na forma do art. 789 desta
Consolidação, ainda que beneficiário da
justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo
de quinze dias, que a ausência ocorreu por
motivo legalmente justificável.
INEXISTENTE X § 3o O pagamento das custas a que se refere o §
2o é condição para a propositura de nova demanda.
Ausência do reclamante.
– § 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento,
designando nova audiência.
• Evidente. Apenas as ausências injustificadas geram penalidade processual
(arquivamento ou revelia). Deve o juiz suspender e mandar justificar?
– § 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao
pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação,
ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de
quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
• Questão interessante. Se a ausência ocorreu por motivo justificável, então não
poderia haver arquivamento.
• A imposição de custas até àquele que goza do benefício da justiça gratuita, a
meu ver, fere o direito constitucional de livre acesso do Poder Judiciário.
– § 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a
propositura de nova demanda.
• Novamente há clara intenção de impedir o acesso ao Poder Judiciário. Questão:
Se é condição, deve ser anterior à propositura da ação. Então, novo pedido de
Justiça gratuita não poderia alcançar as custas da ação anterior.
AUSÊNCIA DA
RECLAMADA
(Revelia? Confissão?)
Ausência da Reclamada.

Redação Nova redação


anterior
INEXISTENTE X § 4o A revelia não produz o efeito mencionado
no caput deste artigo se:
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles
contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de
instrumento que a lei considere indispensável à prova
do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante
forem inverossímeis ou estiverem em contradição com
prova constante dos autos.
INEXISTENTE X § 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o
advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os
documentos eventualmente apresentados.
Ausência da Reclamada.
– § 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo
se:
– I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
• Lembrar que ação não é processo. É pretensão deduzida em
Juízo. Em outras palavras, o pedido não contestado pelo
reclamado presente implica, sim, no efeito da refelia.
– II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
• Só quando o trabalhador for réu, já que a pessoa jurídica não
tem direitos indisponíveis.
– III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a
lei considere indispensável à prova do ato;
• Cópia do CPC. Aqui parece inaplicável. Não vislumbro ato
que exija prova que a lei considere indispensável. Entretanto,
se houver, não se dará a presunção de verdade deste fato ou
ato.
Ausência da Reclamada.
– IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos
autos.
• A presunção é relativa e é meio de prova. O que é
inverossímil é absurdo e o absurdo se rejeita de plano, não
adentrando ao campo provatório. E, como a presunção é
relativa, admite prova em contrário. Nenhuma novidade.
– § 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na
audiência, serão aceitos a contestação e os documentos
eventualmente apresentados.
• Aqui sim enorme novidade. Derruba a Súmula 122 do C.
TST. Questão. E se ausente o advogado, mas, já protocolada
a contestação no PJe?
– Não há revelia porque há defesa?
– Há revelia porque o comparecimento à audiência é obrigatório.
DEFESA DO RÉU
DEFESA
Redação anterior Nova redação
Art. 847 - Não havendo acordo, o X IDEM
reclamado terá vinte minutos
para aduzir sua defesa, após a
leitura da reclamação, quando
esta não for dispensada por
ambas as partes.
INEXISTENTE X Parágrafo único. A parte poderá
apresentar defesa escrita pelo sistema
de processo judicial eletrônico até a
audiência.” (NR)
INEXISTENTE X § ART. 841, 3o Oferecida a
contestação, ainda que
eletronicamente, o reclamante não
poderá, sem o consentimento do
reclamado, desistir da ação.” (NR)
DEFESA

– Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa


escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até
a audiência.” (NR)
• Embora o “caput” tenha mantido a apresentação em
audiência no prazo de 20 minutos, o parágrafo acrescido
permite a apresentação de defesa escrita antecipada, de
modo que não se pode falar em intempestividade.
– § ART. 841, 3o Oferecida a contestação, ainda que
eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o
consentimento do reclamado, desistir da ação.”
• O arquivamento pode ser considerado uma forma de
desistência? Estaria aqui envolvido nesta proibição?
ÔNUS DA PROVA
e
INVERSÃO
ÔNUS DA PROVA.
Redação anterior Nova redação
Art. 818 - A X Art. 818. O ônus da prova incumbe:
prova das I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
alegações II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo,
incumbe à parte modificativo ou extintivo do direito do reclamante.
que as fizer.
INEXISTENTE X § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade
de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior
facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo
atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por
decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
INEXISTENTE X § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida
antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte,
implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os
fatos por qualquer meio em direito admitido.
INEXISTENTE X § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar
situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja
impossível ou excessivamente difícil.” (NR)
ÔNUS DA PROVA. Regra geral.

– Art. 818. O ônus da prova incumbe:


– I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
– II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do reclamante.
• Repete a regra do Processo Civil, consagrada no art. 333 do
CPC de 1973 e repetida no atual CPC no art. 373.
• Constitutivo é o fato alegado na exordial (causa de pedir
remota);
• Modificativo, extintivo ou impeditivo são os fatos alegados
em defesa para alterar os efeitos jurídicos do fato
constitutivo que foi reconhecido. Em outras palavras, para
alegar um destes fatos o réu deve aceitar o fato constitutivo
que, assim, fica incontroverso e, portanto, não precisa mais
ser provado.
ÔNUS DA PROVA. Princípio da aptidão.

• Inversão do ônus da prova. Situação em que, pela regra anterior, seria de


uma parte, passa à outra.
– § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste
artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo
atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído.
• De regra será aplicado em favor do trabalhador, por ter o empregador
maior facilidade na produção da prova.
– § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura
da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e
possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.
• Questão: A decisão do Juiz instrutor em não inverter o ônus da prova o
Juiz julgador está vinculado a esta decisão? E o Tribunal? Caso não
esteja, qual a solução.
– § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.”
(NR)
DEPÓSITO RECURSAL
DEPÓSITO RECURSAL
Redação anterior Nova redação
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por X IDEM
simples petição e terão efeito meramente
devolutivo, salvo as exceções previstas neste
Título, permitida a execução provisória até a
penhora.
§ 4º - O depósito de que trata o § 1º far-se-á na X § 4o O depósito recursal
conta vinculada do empregado a que se refere será feito em conta
o art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de vinculada ao juízo e
1966, aplicando-se-lhe os preceitos dessa Lei corrigido com os mesmos
observado, quanto ao respectivo levantamento, o índices da poupança.
disposto no § 1º
§ 5º - Se o empregado ainda não tiver conta X REVOGADO
vinculada aberta em seu nome, nos termos do art.
2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, a
empresa procederá à respectiva abertura, para
efeito do disposto no § 2º. (Redação dada pela Lei
nº 5.442, 24.5.1968)
DEPÓSITO RECURSAL.

– § 4o O depósito recursal será feito em conta


vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos
índices da poupança.
– Revogação do parágrafo quinto.
• Comentário: Fim do depósito em conta do
FGTS. O depósito agora será à disposição
do Juízo (depósito judicial), o que é muito
mais racional.
DEPÓSITO RECURSAL
Redação anterior Nova redação

INEXISTENTE X § 9o O valor do depósito recursal será


reduzido pela metade para entidades sem fins
lucrativos, empregadores domésticos,
microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte.
INEXISTENTE X § 10. São isentos do depósito recursal os
beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação
judicial.
INEXISTENTE X § 11. O depósito recursal poderá ser
substituído por fiança bancária ou seguro
garantia judicial.” (NR)
DEPÓSITO RECURSAL.

– § 9o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade


para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos,
microempreendedores individuais, microempresas e empresas
de pequeno porte.
• Auto-explicativo. Há necessidade, entretanto, de
demonstrar esta condição.
– § 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da
justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em
recuperação judicial.
• Fim de polêmica quanto à possibilidade de insenção de
depósito recursal.
– § 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança
bancária ou seguro garantia judicial.
• Cria nova figura. Questão é verificar a idoneidade,
extensão temporal e valor da fiança ou seguro garantia.
EXECUÇÃO
Legitimidade ativa para a execução

Redação anterior Nova redação


Art. 878 - A execução poderá X Art. 878. A execução será
ser promovida por qualquer promovida pelas partes, permitida
interessado, ou ex-officio pelo a execução de ofício pelo juiz ou
próprio Juiz ou Presidente ou pelo Presidente do Tribunal
Tribunal competente, nos apenas nos casos em que as partes
termos do artigo anterior. não estiverem representadas por
advogado.
Parágrafo único - Quando se X REVOGADO
tratar de decisão dos Tribunais
Regionais, a execução poderá
ser promovida pela
Procuradoria da Justiça do
Trabalho.
Atuação do Juiz na execução.

– Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a


execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas
nos casos em que as partes não estiverem representadas por
advogado.
• A execução é mera fase processual e não ação autônoma. Logo,
pelo Princípio do Impulso Oficial, depois de provocado com a
petição inicial, o Juiz deve promover o andamento do processo até
o seu final.
– (CPC) Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
• Este artigo foi alterado apenas para possibilitar a declaração de
prescrição intercorrente.
• Lembrar que liquidação de sentença não faz parte da execução.
• COMENTÁRIO: Esse dispositivo somente será aplicado para a
citação inicial da execução (ver art. 880 da CLT). Promovida a
citação, o impulso oficial cuidará de determinar ao Juiz que
promova os atos executivos até o final da ação. Ainda assim é um
absurdo.
INCIDENTE DE
DESCONSIDERAÇÃO
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Redação Nova redação
anterior
Inexistente X Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts.
133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código
de Processo Civil.
Inexistente X § 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o
incidente:
I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma
do § 1º do art. 893 desta Consolidação;
II – na fase de execução, cabe agravo de petição,
independentemente de garantia do juízo;
III – cabe agravo interno se proferida pelo relator, em incidente
instaurado originariamente no tribunal
Inexistente X § 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem
prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza
cautelar de que trata o art. 301 da Lei nº 13.105, de 16 de
março de 2015 – Código de Processo Civil.
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO.

• Reproduz a instrução normativa 39 do C. TST que já era aplicável


na Justiça do Trabalho. Praticamente não há novidade.
• IN 39/TST: Art. 6° Aplica-se ao Processo do Trabalho o incidente
de desconsideração da personalidade jurídica regulado no Código
de Processo Civil (arts. 133 a 137), assegurada a iniciativa
também do juiz do trabalho na fase de execução (CLT, art. 878 –
Esta parte foi excluída pela Lei).
• § 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
• I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma
do art. 893, § 1º da CLT;
• II – na fase de execução, cabe agravo de petição,
independentemente de garantia do juízo;
• III – cabe agravo interno se proferida pelo Relator, em incidente
instaurado originariamente no tribunal (CPC, art. 932, inciso VI).
• §2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem
prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar
de que trata o art. 301 do CPC.
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO.

• Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica


será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe
couber intervir no processo.
• § 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará
os pressupostos previstos em lei.
• § 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração
inversa da personalidade jurídica.
• Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases
do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na
execução fundada em título executivo extrajudicial.
• § 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao
distribuidor para as anotações devidas.
• § 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que
será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
• § 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na
hipótese do § 2o.
• § 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos
pressupostos legais específicos para desconsideração da
personalidade jurídica.
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO.

• Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a


pessoa jurídica será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15
(quinze) dias.
• Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o
incidente será resolvido por decisão interlocutória.
• Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo
relator, cabe agravo interno.
• Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a
alienação ou a oneração de bens, havida em
fraude de execução, será ineficaz em relação ao
requerente.
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO.

• Iniciativa:
– Da parte ou do MPT quando couber a este interveir no
processo (Art. 133, CPC);
– Não cabe mais ao Juiz, ex officio, na execução (novo
Art. 878, CLT), salvo se a parte estiver sem advogado.
• Pressupostos previstos em Lei:
– Art. 50 do CC x Art. 28 do CDC x Art. 135 do CTN.
• Admite desconsideração invertida
– Da pessoa física para pessoa jurídica.
• Cabe em qualquer fase (Conhecimento,
liquidação, cumprimento de sentença e ação de
execução por título extrajudicial).
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO.

• Se requerida na petição inicial não haverá


incidente (A questão será decidida no transcurso
do próprio processo).
• Instaurado o incidente comunica-se de imediato o
distribuidor (Importante para evitar a fraude à
execução.).
• Suspende o processo, mas admite tutela de
urgência. (Efetividade da medida). Lembrar que se
for na petição inicial não haverá incidente e, assim,
não haverá suspensão.
• Ver recomendação GCGJT (Gabinete da
Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho)
01/2016 que trata da revogação pelos Tribunais
Regionais de previsões internas para regrar a
desconsideração.
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO.

• Recorribilidade:
– Decisão proferida na fase de conhecimento. É
interlocutória e, assim, não admite recurso de
imediato. Manifestar o inconformismo (protesto)
e rediscutir como preliminar de recurso;
– Decisão proferia na fase de execução, ainda
que interlocutória, admite agravo de petição,
independentemente da garantia do Juízo
(lembrar, entretanto, que admite tutela de
urgência = arresto de bens)
– Decisão proferida pelo Relator em grau recursal,
cabe agravo interno para o órgão colegiado.

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