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CAPÍTULO 4
POLARIZAÇÃO CC DE TBJ
4.1– Introdução
Embora vários circuitos sejam analisados neste capítulo, há uma certa semelhança entre
a análise de cada configuração (BC, EC e CC) devido ao uso das seguintes relações básicas:
𝐼𝐸 = (𝛽 + 1) 𝐼𝐵 ≅ 𝐼𝐶 (2)
𝐼𝐶 = 𝛽 𝐼𝐵 (3)
Como o ponto de operação é fixo na curva, ele também é chamado de “ponto quiescente”
(Q). A Figura 1 mostra as características de saída para um dispositivo com 6 pontos de operação
indicados.
Ponto A: Corrente e tensão nula no dispositivo, então significa que o transistor está
desligado.
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polarização está no centro da reta de carga. Uma aplicação desta polarização é
para os amplificadores Classe A (condução 360º).
Ponto C: Permite alguma variação positiva e negativa do sinal de saída, porém o valor de
pico a pico seria limitado pela proximidade com VCE = 0 V e IC = 0 mA.
Ponto F: Ponto de polarização como chave “desligada”, ou seja, neste caso pertencente à
região de corte (IB = 0). Neste ponto temos uma tensão VCE = VCC, tensão de
chave aberta.
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4.3.2 – Malha Coletor-Emissor
A seção coletor-emissor do circuito aparece na Figura 4, com o sentido de corrente IC e
a polaridade resultante através de RC indicados. O valor da corrente de coletor está diretamente
relacionado com IB através de:
𝐼𝐶 = 𝛽 𝐼𝐵 (6)
Aplicando a 2ª Lei de Kirchoff para as tensões no sentido horário ao longo da malha dada
pela Figura 4, obtemos:
𝑉𝐶𝐸 + 𝑅𝐶 𝐼𝐶 − 𝑉𝐶𝐶 (7)
Logo
𝑉𝐶𝐸 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝑅𝐶 𝐼𝐶 (8)
Tenha em mente que os valores de tensão como VCE são determinados colocando-se a
ponta de prova vermelha (positiva) do voltímetro no coletor e, a ponta de prova preta (negativa)
no emissor, como mostrado na Figura 5.
Para a medição da corrente de base IB pode ser feita de maneira indireta, como mostra a
Figura 6. Mede-se a diferença de potencial entre os terminais do resistor da base RB depois divide-
se pelo valor da resistência de base RB, ou seja,
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𝑉𝑅𝐵
𝐼𝐵 = (9)
𝑅𝐵
Exemplo 1
Determine, para a configuração fixa da Figura 7, o seguinte:
a) IBQ e ICQ
b) VCEQ
c) VB e VC
d) VBC
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A corrente de saturação resultante para a configuração com polarização fixa é dada por:
𝑉𝐶𝐶
𝐼𝐶𝑠𝑎𝑡 = (10)
𝑅𝐶
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Agora devemos sobrepor a Equação 11 sobre as curvas características, como ilustra a
Figura 10. Dois pontos são necessários para definir uma reta, neste caso da Equação 11, faz-se
primeiramente IC igual a zero e define VCE. Em seguida, faz-se VCE = 0 e determina ICsat.
𝑉𝐶𝐶
𝐼𝐶 𝑠𝑎𝑡 = |𝑉𝐶𝐸 𝑠𝑎𝑡=0 (13)
𝑅𝐶
Exemplo 2
Dados a reta de carga da Figura 11 e o ponto Q definido, determine os valores necessários
de VCC, RC e RB para um circuito de polarização fixa.
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A aplicação da lei das tensões de Kirchoff ao longo da malha indicada, no sentido horário,
resulta na equação:
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Mas
𝐼𝐸 = (𝛽 + 1)𝐼𝐵 (15)
𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐵𝐸
𝐼𝐵 = (17)
𝑅𝐵 + (𝛽 + 1)𝑅𝐸
Como 𝐼𝐸 ≅ 𝐼𝐶 , obtém-se
Exemplo 3
Para o circuito de polarização estável do emissor visto na Figura 15, determine:
a) IB
b) IC
c) VCE
d) VC
e) VE
f) VB
g) VBC
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Nas configurações anteriores, a corrente ICQ e a tensão VCEQ eram em função do ganho
de corrente (β). No entanto o β também é função da temperatura, daí os valores de polarização
podem ser alterados.
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4.5.1 – Análise Aproximada
Para este tipo de polarização faremos apenas pela análise aproximada, pois chega-se a
valores bem próximos dos pontos de operação projetados. Para esta análise aproximada vamos
representar o circuito da Figura 17.
𝛽𝑅𝐸 ≥ 10 𝑅2 (21)
𝑉𝐸 = 𝑉𝐵 − 𝑉𝐵𝐸 (22)
𝑉𝐸
𝐼𝐸 = (23)
𝑅𝐸
E
𝐼𝐶𝑄 ≅ 𝐼𝐸 (24)
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𝑉𝐶𝐸𝑄 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝐼𝐶 (𝑅𝐶 + 𝑅𝐸 ) (25)
Exemplo 4
Dado o circuito da Figura 18 e, utilizando a técnica da análise aproximada determine:
a) ICQ
b) VCEQ
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A Figura 20 mostra a malha base-emissor. Utilizando a 2ª Lei de Kirchoff, no sentido
horário obtém-se:
𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐵𝐸
𝐼𝐵 = (27)
𝑅𝐵 + 𝛽(𝑅𝐶 + 𝑅𝐸 )
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Exemplo 5
Determine os valores de ICQ e VCE para o circuito da Figura 22.
Neste tipo de configuração veremos na análise no modo CA que a tensão de saída está
em fase com a tensão de entrada, por isso o nome seguidor de emissor.
Vamos tomar como exemplo o circuito da Figura 23. Para a análise CC o coletor está
aterrado e a tensão da fonte está aplicada ao terminal de emissor.
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𝑉𝐸𝐸 − 𝑉𝐵𝐸
𝐼𝐵 = (30)
𝑅𝐵 + (𝛽 + 1)𝑅𝐸
𝑉𝐸𝐸 − 𝑉𝐵𝐸
𝐼𝐸 = (32)
𝑅𝐸
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Figura 25
Figura 27
Figura 26
A corrente de carga na Figura 27 é fixa e, não importa onde se localize a reta, a corrente
de coletor permanecerá a mesma. Em outras palavras, a corrente de coletor independe da carga
ligada ao circuito de coletor, portanto a corrente é uma perfeita fonte de corrente.
Até aqui todos os circuitos foram utilizados transistores NPN. Para os transistores PNP
seguem-se os mesmos procedimentos, ou seja, determina-se inicialmente a corrente de base IB e
depois as variáveis de saída VCE. A única coisa que muda é o sinal associado às quantidades
específicas.
𝑉𝐶𝐶 + 𝑉𝐵𝐸
𝐼𝐵 = (34)
𝑅𝐵 + (𝛽 + 1) 𝑅𝐸
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4.11 – Circuitos de Chaveamento com Transistor
Todos os transistores bipolares apresentam um hFE (relação IC/IB dado pelo fabricante ou
medido pelo multímetro digital) que varia na faixa de 20 a 1000.
Portanto, para garantir que o transistor opere com chaveamento pode ser adotado:
𝛽 = 10 (36)
Vamos utilizar um transistor como acionador de um relé. Sem uma entrada na base do
transistor a corrente de base, a corrente de coletor e a corrente na bobina do relé se mantém no
estado desligado. No entanto quando for aplicado um pulso positivo na base, o transistor é ligado
e, estabelece uma corrente suficiente para acionar o relé.
Porém pode estabelecer problemas quando o sinal de base for removido. Isto porque a
abertura do transistor pode estabelecer uma tensão nos terminais da bobina de valor elevado:
𝑑𝑖
𝑣𝐿 = 𝐿 (37)
𝑑𝑡
Esta tensão pode ser de valor elevado que supere o VCEO do transistor, podendo ocorrer
até a queima do transistor. Para minimizar este efeito é colocado um diodo em paralelo com a
bobina do relé. Ele tem a função de descarregar a energia armazenada na bobina, descarregando
esta energia na resistência interna do diodo e do enrolamento da bobina.
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Para tornar a tensão mais contínua são colocados capacitores para filtrar a tensão na saída
do retificador. A ondulação (ripple) de tensão será tanto menor quanto maior forem os valores
dos capacitores. Entretanto, deve-se quanto maior o capacitor maior será a corrente de surto
podendo inclusive danificar os diodos do retificador.
O circuito regulador de tensão pode ser constituído de diodo zener ou até mesmo circuitos
integrados reguladores de tensão. Ele pode utilizar essa entrada CC para produzir uma tensão CC
que não só tem menos ondulação (ripple), como ainda mantém constante o valor da tensão de
saída, mesmo com variações de tensão na entrada ou na carga a ele conectado.
Ainda na saída do regulador de tensão são colocados mais capacitores para filtrar os
ruídos oriundos da carga.
No final temos a carga cujos parâmetros são importantes para a devida especificação da
fonte linear de potência, e dimensionamento dos componentes que compõe a fonte.
𝑃1 = 𝑃2 (38)
𝑉1 𝐼1 = 𝑉2 𝐼2 (39)
4.12.2 – Retificador
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Os diodos da ponte retificadora ou do retificador com derivação central serão
dimensionados em função da corrente da carga. Como já dito anteriormente dois parâmetros são
de suma importância no dimensionamento dos diodos – IF e VR.
𝐼𝐹 ≥ 𝐼𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 (40)
Isto porque cada diodo contribui para 50 % da corrente da carga, portanto está se usando
um fator de segurança igual a 2. Onde VPIV representa o pico da tensão do secundário do
transformador.
O capacitor tem como finalidade filtrar a tensão de saída do retificador de maneira a ficar
a mais contínua possível. A Figura 31, como fica a forma de onda depois de introduzido o
capacitor como filtro de tensão.
A equação que fornece o valor do capacitor de filtro de baixa frequência é dada por:
2,4 𝐼𝐶𝐶
𝐶1 = (43)
𝑟 𝑉𝐶𝐶
Onde: ICC corrente contínua que corresponde ao mesmo valor da corrente da carga, r representa
o fator de ondulação (ripple) que é da ordem de 0,05 (cinco por cento) e, VCC representa a tensão
no barramento CC antes do transistor, que é o mesmo valor de pico da tensão do secundário do
transformador.
O capacitor C2 serve como um filtro de ruídos de alta frequência de entrada. O seu valor
pode ser estipulado na faixa de 330 nF até 1 μF e, são de poliéster.
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Para dimensionar o diodo zener é preciso saber qual o nível de tensão de saída - VO que
nós queremos. Como mostra o circuito da Figura 32, a tensão de zener deve ser dada pela soma
da tensão de saída mais VBE do transistor.
𝑉𝑍 = 𝑉𝑂 + 𝑉𝐵𝐸 (44)
Para dimensionar o resistor R1, deve-se escolher uma corrente que passe por ele esteja
entre os valores de IZmín e IZmáx. Logo, a corrente que passa pelo resistor R1 pode-se dizer que é
a mesma que passa sobre o diodo zener, visto que a corrente de base do transistor de potência
pode ser considerada desprezível em comparação com IZ.
𝐼𝑍𝑚í𝑛 + 𝐼𝑍𝑚á𝑥
𝐼𝑍 = (45)
2
Logo
𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝑍
𝑅1 = (46)
𝐼𝑍
Para especificar o transistor de potência deve-se preocupar com a corrente máxima que
ele suporta. Para isto vamos utilizar um fator de segurança igual a “4”. Então a corrente de coletor
deve ser igual a pelo menos quatro vezes a corrente da carga, já que toda corrente de carga passa
pelo coletor do transistor.
𝐼𝐶 ≥ 4 𝐼𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 (47)
A tensão VCEO do transistor deve ser maior do que a tensão de pico do secundário do
transformador, ou seja:
𝐶3 ≅ 0,5 𝐶1 (49)
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Por outro lado o capacitor C4 também funciona como um filtro de ruído de saída, e o seu
valor é dado por:
𝐶4 ≅ 0,5 𝐶2 (50)
𝑉𝑂 − 𝑉𝑙𝑒𝑑
𝑅2 = (51)
𝐼𝑙𝑒𝑑
A Figura 33 apresenta um diagrama geral da fonte linear, com diodo zener, como
regulador de tensão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
3. MALVINO, Albert Paul – Eletrônica: Volume 1 – 4ª ed. São Paulo: Pearson Makron
Books, 1997.
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