Professional Documents
Culture Documents
SERVIDÃO AMBIENTAL
Aplicabilidade em Zonas Urbanas de Mananciais
São Paulo-SP
2014
LUC DA COSTA RIBEIRO
SERVIDÃO AMBIENTAL
Aplicabilidade em Zonas Urbanas de Mananciais
São Paulo-SP
2014
FOLHA DE APROVAÇÃO
SERVIDÃO AMBIENTAL
Aplicabilidade em Zonas Urbanas de Mananciais
Data da aprovação:
Nome:
Titulação:
Assinatura:
Dedico esta monografia aos meus pais e
irmã: Adalberto, Jô e Monique.
AGRADECIMENTOS
Key words: Civil Code. Florestal Code. Civil Law. Environmental Law. Property
Registry. Urban Conservation Easement. Permanent Preservation Area. Water
Sources Areas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO
1 “Os romanos sintetizavam os atributos da propriedade como jus utendi et abutendi e as faculdades
do proprietário nas expressões: usus,fructus e abusus, ou nos verbos uti, frui e abuti. O jus utendi é o
direito da pessoa servir de uma coisa para todos os fins a que a mesma pode se prestar; o jus
abutendi significa os modos de dispor de uma coisa, alienando, emprestando, transformando-a e até
destruindo-a; significa, enfim todos os meios e variações possíveis sobre o direito de disposição de
uma coisa; com o ius fruendi, identifica-se o direito de gozo da coisa, tudo o que a mesma possa
proporcionar de renda, benefício, ou o que, por qualquer modo, satisfaça vontades, necessidades ou
interesses do proprietário.” (SOUZA, 2014a)
2 A doutrina sempre foi firme ao afirmar que o art. 167, I, da Lei 6015/73, que descreve os atos
passíveis de registro, seria numerus clausus. Um dos grandes defensores desta interpretação era o
Desembargador Ricardo Henry Dip. No entanto, em recente palestra, ele afirmou que repensou sua
posição e já consegue ver outras possibilidades de registro que não estejam expressamente previstas
naquele artigo. Da mesma forma, o Registrador Flauzilino Araújo dos Santos, em palestra, também
defendeu esta posição, dizendo que o numerus clausus se referiria à tipicidade dos direitos reais, que
só poderiam ser criados por lei, mas não à possibilidade de registro e publicidade na matrícula.
Ambos deram o exemplo da multipropriedade (time sharing), que é uma demanda do mercado, com
11
2.1 CONCEITO
alta relação com o imóvel e que se deveria albergar na publicidade registral. Confira-se, em reforço, o
recente Provimento CG 37/2013, que reformulou o Cap. XX (referente ao Registo de Imóveis) das
Normas de Serviço da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo: item 11.41 e item 229.
3 Essa característica da servidão vem desde os romanos. De fato, tem sentido quando se
considerada que o proprietário de dois imóveis pode usar e gozar de ambos à vontade. Mas quando
se pensa na dinâmica do trânsito imobiliário, quer nos parecer que essa característica tão forte na
servidão perde sustentação. O proprietário pode falecer e, quando o imóvel for transferido aos
herdeiros, ele irá sem o gravame (a menos que se reconheça judicialmente a servidão por destinação
do pai de família). Outra situação comum é de o proprietário de vários imóveis já querer deixar
definida a relação entre eles, para só então vender. Isso daria mais confiança a quem quisesse
comprar, pois as servidões já existiriam. Ainda podemos citar a situação em que o proprietário do
imóvel dominante adquire transitoriamente a propriedade do serviente. Pelo instituto da confusão a
servidão se extinguiria, mas essa não seria a vontade do proprietário que deseja vendê-lo logo em
seguida. Dessa forma, defendemos que a servidão deveria poder ser constituída em imóveis do
mesmo proprietário, como que ele mesmo abrindo mão de alguns direitos sobre o bem.
4 “A servidão é ainda um direito de gozo, mas a coisa cujo gozo o direito serve não é a mesma que
Assim, a inscrição ou transcrição das servidões é formalidade substancial: a) com força declaratória,
em se tratando de usucapião e de direito hereditário; b) como força constitutiva, nos demais casos.”
(LOPES, 1960, p. 135)
12
2.2 CLASSIFICAÇÃO
contínuas descontínuas6
aparentes não-aparentes7
urbanas rústicas
positivas negativas
2.3 CONSTITUIÇÃO
Imóveis, para a sua validade. (...) No nosso modo de entender, a única diferença entre servidões
aparentes e não aparentes, para o efeito do Registro de Imóveis, é que as primeiras podem ser
objeto de usucapião, ao passo que tal não pode ocorrer em relação às últimas. (...) Quanto ao mais,
aplicam-se a ambas as regras comuns do Registro de Imóveis. Ambas estão compreendidas no
Registro Imobiliário...” (LOPES, 1960, pp. 134-5)
8 Somente os proprietários podem estipular servidão. Necessário ainda que gozem da faculdade de
dispor. De observar, também, as regras gerais relativas à capacidade de contratar. (GOMES, 2006,
327)
14
Prédio Serviente
Quem pode constituir servidão: Quem não pode constituir servidão:
o que tenha capacidade para alienar, por
os relativa ou absolutamente incapazes;
ato "inter vivos" ou "causa mortis"; são
bem como os tutores, curadores, e, em
portanto 4 requisitos: 1) ser proprietário,
geral, todos os administradores que
2) ter capacidade jurídica, 3) poder
tiverem bens alheios confiados a sua
alienar o imóvel, 4) ter o consentimento
administração
dos demais, caso não seja o único dono;
um cônjuge, sem o consentimento do
o casal;
outro;
o co-proprietário de um imóvel em
comum, desde que concorra o um co-proprietário, sem anuência dos
consentimento de todos os demais demais;
condôminos conjuntamente;
o proprietário do domínio resolúvel; o credor fiduciário;
o proprietário do domínio útil; o senhorio direto, na enfiteuse;
o superficiário; o proprietário, no direito de superfície;
9 Aqui temos uma pequena contradição no Novo Código Civil, uma vez que a usucapião da
propriedade foi reduzida para quinze anos, mas a da servidão ainda se mantém em vinte. O
Enunciado 251 da III Jornada de Direito de Civil do Conselho da Justiça Federal estabelece: “O prazo
máximo para o usucapião extraordinário de servidões deve ser de 15 anos, em conformidade com o
sistema geral de usucapião previsto no Código Civil.”
10LOPES, Miguel Maria de Serpa. Tratado dos registros públicos: em comentário ao decreto nº
4.857, de 9 de novembro de 1939... 4. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1960. V.3, p.
127; BOVE, Roberto. O direito real de servidão. In: DIP, Ricardo; JACOMINO, Sérgio (org.). Direito
Registral: doutrinas essenciais. Volume V: Propriedade e direitos reais limitados. (Coleção doutrinas
essenciais). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 1343-4.
16
Prédio Dominante
Quem pode adquirir servidão: Quem não pode adquirir servidão:
quem não é proprietário do prédio
o titular do domínio resolúvel;
dominante;
11“O ônus real, criado posteriormente ao ônus hipotecário, fica subordinado, quanto à sua
subsistência, ao primado deste último.
(...) Quer isso significar, pelo argumento a contrario, que todos os ônus reais constituídos e transcritos
posteriormente à hipoteca não podem subsistir, tanto quanto sejam incompatíveis com a aludida
garantia real: inclusione unius fit exclusivo alterius.
Assim sendo, e contrabalançando com uma interpretação mais larga diremos: não fica vedada a
constituição das servidões, apenas será um ônus real subordinado, quanto à sua subsistência, ao
interesse primordial do crédito hipotecário pré-inscrito.
Não cabe, portanto, ao credor hipotecário provar que o ônus real da servidão é prejudicial ao seu
crédito. Mas ao titular da propriedade do prédio dominante incumbe a prova e a promoção dos meios
necessários a demonstrar o não interesse do credor hipotecário, o qual, a seu turno, não pode
evidentemente, ir além do valor do seu crédito, limite definido do seu direito real sobre o imóvel dado
em garantia.
(...) Do exposto, pode-se chegar à seguinte conclusão: a) a constituição de servidões sobre um prédio
hipotecado tem a sua subsistência condicionada à garantia hipotecária, a menos que o credor
hipotecário, por meio de convenção, haja consentido nessa constituição; b) facultado ao credor
hipotecário vender o prédio hipotecado como livre de ônus, no caso acima referido; c) ao dono do
prédio dominante incumbe pedir a manutenção do ônus, provando que a permanência do mesmo não
prejudica o valor da garantia real.” (LOPES, 1960, pp. 129-30)
17
12 “Pacifici-Manzoni, refutando o ponto de vista de Aubry et Rau, entendem que, no caso de co-
propriedade, somente é possível subsistir a servidão, se numa pessoa se reunir parcialmente a
propriedade do fundo dominante e a do fundo serviente.
Seguiu entre nós, essa doutrina J. M. Carvalho Santos, esclarecendo que, no condomínio, é permitido
manter-se a servidão, mas nunca instituir. Distingue-se a conservação das servidões da aquisição
destas.” (LOPES, 1960, p. 124)
13 “... se aplicam as regras de interpretação dos negócios jurídicos. A interpretação é restritiva.”
14 Código Civil:
19
Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso,
e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respectivos
donos.
Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo dono do prédio
dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título.
15 Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exonerar-se,
acordo com o seu fim, sem sair dos limites das necessidades a que ela buscou satisfazer.
Deve usá-la, portanto, "civiliter modo", de forma menos onerosa ao prédio serviente.” (BOVE, 2011, p.
1332)
17 Arts. 1383 e 1385 do Código Civil.
20
19“Ocorre simplesmente a impossibilidade de exercício, pelo que alguns não consideram a confusão
propriamente modo de extinção das servidões, mas, tão-só, de suspensão de seu exercício,
admitindo que se restaura se sucede a separação do domínio dos dois prédios. Predomina, no
entanto, a doutrina que a inclui entre os modos de extinção.” (GOMES, 2006, p. 330)
22
Nesse caso, Serpa Lopes leciona que o terceiro adquiriu o imóvel convicto da
existência da servidão, pois que ainda não cancelada. Dessa forma, “a despeito da
existência de uma causa de extinção, continua a subsistir, e isso pela razão de
continuar a viver formalmente.” (LOPES, 1960, p. 148)
O não-uso origina o chamado usucapião de liberdade (usucapio libertatis),
pelo qual o prédio serviente fica livre de ônus se o dominante não usufruir dele por
dez anos contínuos. Esse fato extintivo é mais evidente nas servidões positivas.
Nas negativas, o não uso se começa a contar do momento em que o dono
do prédio dominante perde a posse da servidão, isto é, do momento em que
o dono do prédio serviente consuma o ato proibido. Por exemplo, na
servidão "non altius tollendi", a prescrição correrá desde o dia em que no
prédio serviente o edifício existente foi erguido a uma altura superior à que
tinha, sem que o proprietário do prédio dominante opusesse embargo.
(BOVE, 2011, p. 1357)
20 “Qualquer que seja o fato extintivo, a servidão só deixa de existir quando cancelada. O
cancelamento é exigido a fim de que a extinção valha contra terceiros, não sendo, pois modo de
extinção propriamente dito.” (ASCENSÃO, 2000, p. 511)
23
Para finalizar esta seção, apenas para completar o estudo civilista das
servidões, mencionamos as possíveis ações para defesa deste direito: ação
confessória, ação publiciana, ação negatória, interditos proibitórios, nunciação de
obra nova e usucapião. Considerando que não é o foco deste trabalho a discussão
processual da servidão, remetemos o leitor para o trabalho de BOVE, 2011, pp. 1359
e seguintes.
21Se o imóvel pertenceu a muitas circunscrições, deve-se extrair a certidão da última transcrição.
Para comprovar que aquela é a última, deve-se ainda requerer a certidão negativa de cada um dos
cartórios posteriores que tiveram a atribuição daquele imóvel. Ribeirão Pires, por exemplo, antes de
se tornar comarca em 1966, pertenceu aos seguintes cartórios de registro de imóveis: 1º Santo
André; 9º, 12º, 6º e 3º de São Paulo. Se a transcrição da última aquisição estiver, digamos, no 12º
CRI de São Paulo, para abrir a matrícula em Ribeirão Pires, também será necessário trazer a certidão
dos cartórios seguintes, quais sejam: 9º de São Paulo e 1º de Santo André.
24
Uma vez que a matrícula tenha sido analisada, o registrador tem em sua
mente a descrição do imóvel, o atual proprietário e os ônus. Passa então à
qualificação do título, neste caso o da constituição da servidão.
Como foi visto, em geral o título será uma escritura pública ou um título
judicial. É possível que seja um instrumento particular quando o valor do imóvel não
atingir trinta salários mínimos22. Frise-se: o valor de trinta salários mínimos não é o
atribuído à servidão, mas sim ao imóvel inteiro.
Verificada a adequação da forma do título, passa-se ao seu conteúdo.
Primeiro verificam-se as partes. No caso da servidão, de um lado estará o
proprietário do imóvel serviente e de outro o do imóvel dominante. Ambos devem
corresponder às respectivas matrículas. Ambos devem ser maiores e capazes ou
estarem representados. Ambos não podem ter impeditivo para alienar o bem (ex.:
alguma indisponibilidade averbada no imóvel) No caso de existência de ônus, deve-
se observar o quadro que apresentamos na seção 2.4 deste capítulo.
Em seguida, verifica-se a descrição do imóvel. Pode ser dado em
servidão o imóvel inteiro ou parte dele. Se for o imóvel inteiro, a descrição deve
coincidir com a matrícula. Se foi parte do imóvel, a descrição na matrícula tem de ser
boa o suficiente para se ter certeza que a descrição daquela parte se contém na
matrícula do imóvel serviente. Nesse caso, deve acompanhar a escritura: 1) planta
demonstrando a área total e a área de servidão, devidamente assinada com
reconhecimento de firma do proprietário e do engenheiro responsável pela apuração
da área; 2) memorial descritivo, devidamente assinado com reconhecimento de firma
do proprietário e do engenheiro; e 3) ART (se engenheiro) ou RRT (se arquiteto),
acompanhada da guia de recolhimento.
Por fim, verifica-se se os tributos foram pagos, as demais exigências
formais quanto ao título (escritura ou judicial) e a autenticidade das assinaturas.
O registro será feito na matrícula do imóvel serviente. Mas como se trata
de um vínculo entre imóveis, é fundamental que se averbe no imóvel dominante a
existência da servidão.
Ao elaborar o ato, o registrador deve sempre mencionar o número e a
data da prenotação, pois os efeitos do registro se retroagem àquela. Em seguida,
221) O valor de 30 salários mínimos é o do imóvel e não o do negócio: assim, se as partes atribuírem
valor inferior, mas o valor venal for maior, prevalece a escritura pública. 2) O valor é do imóvel inteiro
e não da parte que está sendo alienada ou onerada. 3) O valor é o da época do negócio.
25
“Mas algumas coisas são factos da vida… essas são coisas que temos
de aceitar e de trabalhar com elas.”
Crescimento Exponencial
Um desses factos, salienta Suzuki, é o crescimento exponencial:
A Experiência:
1 célula de bactéria é introduzida num tubo de ensaio completamente cheio.
De acordo com o crescimento exponencial ela irá dividir-se a cada minuto.
26 Outro documentário muito esclarecedor sobre uma atitude sustentável é “A história das coisas”:
https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw (acesso em 09.08.2014).
29
27No mesmo sentido é a impressão de Camilo: “No Brasil foi tardia, é falha e é corrompida pelos
sentimentos de utilitarismo e antropocentrismo intrínsecos ao homem.” (2014, p. 2537)
30
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de
valor histórico, artístico ou cultural;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de
recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle
do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
III - função social da propriedade;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei,
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
31
Lei Estadual n° 4.056/84 - Dispõe sobre a área mínima dos lotes no parcelamento
do solo para fins urbanos.
Lei Estadual n° 6.134/88 - Dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais de
águas subterrâneas do Estado de São Paulo, e dá outras providências.
Lei Estadual n° 6.171/88 - Já alterada pela Lei Estadual nº 8.421/93 - Dispõe sobre
o uso, conservação e preservação do solo agrícola.
Lei Estadual n° 7.663/91 - Estabelece normas de orientação à Política Estadual de
Recursos Hídricos bem como ao Sistema Integrado de Gerenciamento de
Recursos Hídricos.
Lei Estadual n° 7.750/92 - Dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento, e dá
outras providências.
Lei Estadual n° 9.509/97 - Dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação (SEAQUA).
Lei Estadual n° 9.989/98 - Dispõe sobre a recomposição da cobertura vegetal no
Estado de São Paulo.
Lei Estadual n° 11.165/02 - Institui o Código de Pesca e Aquicultura do Estado.
Lei Estadual n° 11.977/05 - Institui o Código de Proteção aos Animais do Estado dá
outras providências.
Lei Estadual n° 12.300/06 - Institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos e define
princípios e diretrizes.
Lei Estadual n° 12.780/07 - Institui a Política Estadual de Educação Ambiental.
Lei Estadual n° 13.579/09 - Define a Área de Proteção e Recuperação dos
Mananciais da Bacia Hidrográfica do Reservatório Billings - APRM-B.
Lei Estadual n° 13.798/09 - Institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas -
PEMC.
30 “A servidão ambiental não tem como escopo substituir áreas de preservação permanente ou de
reserva legal, mais sim instituir um plus no que se refere à preservação. É uma inovação à proteção
ao meio ambiente.” (CAMILO, 2014, P. 2538)
39
§ 1o ......................................…………………….............
.............................................................................................
II - ...................................................…………................
.............................................................................................
d) sob regime de servidão ambiental;
...................................................................................” (grifos nossos)
Civil Ambiental33
Constituída por escritura pública, nos Constituída por instrumento público ou
termos do art. 108 do CC particular ou por termo administrativo –
art. 9º-A da Lei 6938/81
Registrada no cartório de Registro de Averbada no cartório de Registro de
imóveis - art. 167, I, 6, da Lei 6015/73 imóveis - art. 167, II, 23, da Lei 6015/73
Imóvel urbano ou rural Até o Novo Código Florestal, apenas em
imóvel rural (de 2000 a 2012)
Entre imóveis vizinhos ou próximos Os imóveis não precisam estar
próximos, basta que estejam no mesmo
bioma (art. 66, §6º, II, da Lei 12651/12)
32 BOVE, 2011, p. 1335. Na verdade, essa é a utilização clássica da servidão ambiental. No entanto, a
nova redação trazida pela Lei 12651/12 parece estender sua utilização para recursos artificiais, como
o patrimônio histórico, artístico e cultural, como veremos a seguir.
33 Considerando apenas a servidão ambiental, Cardoso propõe diversas submodalidades: “Nesse
sentido, pode-se optar pelos seguintes tipos de servidão ambiental: a) servidão ambiental para a
proteção integral da flora, dos recursos naturais, não se admitindo nenhum tipo de manejo, como a
proteção de importantes ecossistemas em extinção, tais como florestas, mangues, terras úmidas,
caatingas, dentre outros; b) servidão ambiental para a conservação admitindo-se o manejo
sustentável dos recursos naturais, como as de florestas destinadas à captura de carbono, permissão
para o ecoturismo, caminhos ecológicos, montanhismo, esportes em rios, lagos, mares e demais; c)
servidão ambiental para proteção ou conservação de paisagens de notável beleza cênica; d) servidão
ambiental para limitar a construção ou urbanização, proibindo-se determinados ou todos os tipos de
construções; e) servidão ambiental para proteção ou conservação histórica ou arqueológica, com a
finalidade de garantir o conhecimento para as futuras gerações.” (CARDOSO, 2010a, p. 395)
44
Por um lado, a nova redação deixou expresso que o instituidor pode ser o
proprietário ou o possuidor, pessoa natural ou jurídica; deixou claro que o
instrumento pode ser público, particular ou termo administrativo; mas foi muito sutil
nessa ampliação do objeto. Uma vez que a proteção deixa de ser apenas de
recursos naturais e também passa a proteger recursos artificiais, englobados no
conceito de recursos ambientais, fica claro que a lei quis proteger também imóveis
urbanos com a servidão ambiental.
Como incentivo fiscal, a lei excluiu a área de servidão ambiental da área
tributável do ITR. Com a ampliação do alcance do instituto para imóveis urbanos, é
conveniente que os Municípios, por paralelismo, adaptem sua legislação de IPTU
para também não incidir o imposto sobre áreas e servidão ambiental.
34 "Por outro lado, embora não exista a figura jurídica do detentor da servidão no ordenamento
jurídico brasileiro, faz-se necessária a sua criação, para que realmente haja maior eficácia da tutela
ambiental realizada por proprietários e organizações privadas.
O detentor da servidão ambiental seria o encarregado de fazer cumprir as restrições ambientais
impostas à propriedade pelo próprio dono do imóvel e, para alcançar seus objetivos, deve receber
incentivos tributários por parte do Estado.
As OCTs seriam um elemento imprescindível para o cumprimento dos termos avençados no contrato;
seria o seu responsável, uma vez que teria a obrigação de monitorar, inspecionar e exigir do
proprietário todas as restrições impostas à propriedade. Por isso, deve dispor de uma infraestrutura
46
Com os dois novos artigos, fica mais clara a intenção da lei ao criar a
servidão ambiental. Em momento algum o art. 9º-A faz referência a imóvel
dominante e serviente. Essa é uma inovação no instituto da servidão.
Tradicionalmente ela é uma vinculação de um imóvel em relação a outro, em que o
dominante frui alguma utilidade do serviente.
Na servidão ambiental, quando não utilizada para compensação, é
possível apenas que o proprietário (ou possuidor) abra mão de algumas faculdades
(uso e gozo) da propriedade, sem vincular esse ônus a nenhum outro imóvel. Nessa
situação, praticamente se descaracteriza a servidão, tal qual é entendida no direito
civil35. O Código Civil espanhol, entretanto, já incorporou essa nova roupagem: art.
531 "También pueden establecerse servidumbres en provecho de una o más
personas, o de uma comunidad, a quienes no pertenezca la finca gravada.”
A servidão ambiental pode ser instituída pelo proprietário ou possuidor. O
proprietário deve poder dispor do bem e ter capacidade de direito. A legitimação do
possuidor pode, por um lado, alargar a possibilidade de quem pode instituí-la, mas
por outro lado traz a insegurança quanto à publicidade. A posse é uma situação de
fato. Não há documento oficial que comprove a situação de possuidor. Dessa forma,
seu instrumento de servidão não terá acesso ao cartório de Registro de Imóveis.
O instituidor pode ser pessoa natural ou jurídica. Não importa se o
proprietário é uma pessoa física, uma sociedade ou uma associação. Qualquer ente
com personalidade jurídica pode utilizar a servidão ambiental.
suficiente para garantir o avençado, e, também, deter legitimidade para a propositura de medidas
judiciais necessárias ao cumprimento da servidão ambiental. Na realidade essas instituições
proporcionariam grande serviço ao governo e à coletividade conservando terras privadas."
(CARDOSO, 2010b, p. 190)
35 CARDOSO, 2010b: "Em verdade, o instituto não é tipicamente servidão, porque não há uma
relação prédio serviente/prédio dominante (servidão privada), nem mesmo um vínculo entre uma
coisa serviente (o imóvel particular), e um bem de domínio público (servidão pública).” (p. 163, citando
José Afonso da Silva) “O direito deve rever os seus conceitos clássicos para concretização da
preservação ambiental. Nessa esteira, a servidão ambiental, tal como está disposta no texto
normativo, é instituída a favor do meio ambiente ou entre proprietários para compensar o
desequilíbrio ecológico entre determinados imóveis. Portanto, embora a servidão ambiental não
corresponda puramente à servidão civil nem à servidão administrativa, é uma categoria jurídica em
benefício do meio ambiente.” (p. 163) "A servidão civil exige que o prédio serviente empreste
vantagem ao prédio dominante. De forma similar, a servidão administrativa, imposta pelo Estado,
requer que um prédio beneficie a coletividade. E, de maneira análoga, a servidão ambiental instituída
pelo proprietário privado surge como uma utilidade ou benefício proporcionado por um prédio ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado.” (p. 161)
"Por outras palavras: por meio da servidão de conservação ou servidão ambiental, o proprietário
destina a totalidade ou parte de sua área para fins de preservação ambiental, impondo uma ou mais
limitações de uso do imóvel protegido. (...) Deparamo-nos com um instituto de Direito Ambiental a
servidão adequado para atendimento a esse novo tipo de exigência que é a proteção ambiental, não
sendo necessário o requisito de imóvel dominante e serviente." (SOUZA, 2014b, p. 129)
47
36 Parece que a utilização desses três termos foi uma atecnia legislativa. A servidão tradicional nasce
com a instituição e é transferida com a cessão.
37 Art. 17 da Lei 12561/2012. Observe-se que esta é uma restrição quando a servidão ambiental for
referente a recursos naturais, mas não tem sentido dentro de toda a gama de proteção dos recursos
ambientais.
38 Reserva Particular do Patrimônio Natural: art. 21 da Lei 9985/2000 e Decreto 5746/2006.
48
39 Mais um ponto em que o regramento é para imóvel rural. O georreferenciamento atualmente tem
sido obrigatório apenas para imóveis rurais. Quanto a imóveis urbanos, a legislação sempre diz
“preferencialmente georreferenciado”. Considero que se pode entender pela não-obrigatoriedade nos
imóveis urbanos.
40 Não faz menção a georreferenciamento.
49
41 Em sentido contrário, podemos argumentar no seguinte sentido: a lei não colocou isso como
condição expressa. A instituição e a alienação estão colocadas em artigos distintos e autônomos.
Existe a previsão de averbação de ambos, sem que uma seja requisito da outra. O contrato previsto
no art. 9º-C já traz todos os requisitos de uma servidão. Não faz depender de uma prévia instituição.
Além do mais, se a prévia instituição fosse necessária, o contrato seria apenas de cessão dos direitos
de servidão, e não de alienação e transferência. Dentro desse contexto, o georreferenciamento de um
ponto de amarração não seria necessário no caso de alienação.
50
42“(...) a servidão ambiental não poderá ser constituída sobre as áreas de preservação permanente e
de reserva legal (art. 9º-A, §1º). A técnica empregada pelo legislador foi adequada, pois separou as
áreas protegidas legalmente da área protegida por ato de vontade do proprietário privado.”
(CARDOSO, 2010ª, p. 385)
52
da terra, o que gera campo fértil para invasões e ocupações clandestinas, que
resultam por destruir tudo que se queria proteger. Se o proprietário tivesse uma
contrapartida econômica, certamente ele se empenharia em protegê-las. E isso é
justo, pois essa proteção é a benefício de toda a coletividade. Então, de lege
ferenda, seria muito interessante que as áreas de APP também pudessem ser alvo
de servidão ambiental.
outros benefícios fiscais, como a exclusão das áreas de restrição da área tributável do IPTU.
54
46 Seria interessante que fosse também exigido o seguro ambiental, nos termos do art. 9º, XIII, da Lei
6938/81.
56
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito civil. Reais. 5.ed. (reimp.). Coimbra: Coimbra
Editora, 2000.
BOVE, Roberto. O direito real de servidão. In: DIP, Ricardo; JACOMINO, Sérgio
(org.). Direito Registral: doutrinas essenciais. Volume V: Propriedade e direitos reais
limitados. (Coleção doutrinas essenciais). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2011.
GOMES, Orlando. Direitos reais. 19.ed. Atualizada por Luiz Edson Fachin. Rio de
Janeiro: Forense, 2006.
contrato, com expressa renúncia de qualquer outro foro por mais privilegiado que
seja.
E, por acharem justo o que pactuam, firmam o presente instrumento, em 3(três) vias
de igual teor e forma, sem rasuras, para que produzam seus efeitos, perante duas
testemunhas que adiante subscrevem, prometendo cumpri-lo e fazê-lo cumprir.
....... .........................................................
COMPROMISSÁRIO(A) OUTORGANTE
.....................................................
PROMITENTE OUTORGADO(A)
65
S A I B A M quantos esta pública escritura virem que aos .. (__) dias do mês ___
do ano 2004 (dois mil e quatro), nesta Cidade de ___, Estado de ___, neste
Tabelionato de Notas, situado na Rua ______, perante mim Tabelião,
compareceram como outorgantes instituidores: ____, prof. . . . portador da cédula
de identidade RG nº . . . . SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob nº ...., e sua mulher
______, ___, portadora da cédula de identidade RG nº ... SSP/PR, inscrita no
CPF/MF sob nº ....., brasileiros, domiciliados nesta cidade, onde residem na Rua . . .
. . nº ___, CEP ___; e como outorgados ____, prof, . . portador da cédula de
identidade RG nº . . . . SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob nº ...., e sua mulher
______, ___, portadora da cédula de identidade RG nº ... SSP/PR, inscrita no
CPF/MF sob nº ....., brasileiros, domiciliados nesta cidade, onde residem na Rua . . .
. . nº ___, CEP ___; os presentes identificados por mim Tabelião, consoante os
documentos de identidade apresentados, dou fé. E pelos outorgantes me foi dito
que: I- São titulares do domínio e possuidores do imóvel rural, que é constituído pelo
lote de terras sob nº____, da Gleba _________localizado no município, comarca e
..ª Circunscrição Imobiliária de _____, Estado de _____, com a área de __ ha, com
as seguintes confrontações: “_______”. Dito imóvel encontra-se cadastrado no
INCRA, sob nº ____ , com o valor venal de R$ ____, para o corrente exercício; e foi
havido pelos outorgantes por força do R.0.. (registro ...), da Matrícula nº ..... (. . ), do
..º Registro de Imóveis de _____, nos termos da escritura lavrada nas fls. ___ do
livro nº ___, do ..º Tabelião de ____, em __ de ___ de 19__. II- Possuem o imóvel
anteriormente descrito, desde o ano 19__ (um mil novecentos e ____) e que não
têm dívidas ativas ou passivas, de qualquer espécie, anteriores ao ato desta
instituição, para ser saldada. Para os fins desta escritura este imóvel será
denominado de Imóvel Serviente. III – Declaram que este imóvel possui área de
preservação permanente devidamente preservada nos termos da Lei nº 12.651/12,
assim como mantém área conservada (ou em fase de restauração) de ____ ha como
reserva legal, devidamente averbada na matrícula do imóvel (IDENFITICAR
AVERBAÇÃO), de acordo com a Lei nº 12.651/12. IV- Declaram também que este
imóvel possui área florestal de ____ ha excedente às obrigações florestais do imóvel
referentes a reserva legal e área de preservação permanente, possuindo a seguinte
caracterização de linha de base: “____”. Para garantir a efetividade do
monitoramento da área, constituem anexos desta as fotos do imóvel serviente em
seu estado atual. V - Pela presente escritura, na melhor forma de direito, querem os
outorgantes INSTITUIR nesse imóvel, a SERVIDÃO AMBIENTAL, como
efetivamente instituindo estão, de acordo com o Artigo 1.378 e seguintes que
couberem do CC - Código Civil e demais regras estabelecidas no art. 9º-C e
seguintes da Lei 6938/81, a fim de ficar esse imóvel destinado a conservação do
patrimônio florestal, mediante a qual voluntariamente renunciam, em caráter
permanente (ou pelo período de ____ anos), a direitos de supressão ou exploração
da vegetação nativa existente ou a ser restaurada, para fins de utilização da área
serviente pelo imóvel de propriedade dos outorgados, constituído pelo lote de terras
sob nº____, da Gleba _________localizado no município, comarca e ..ª
Circunscrição Imobiliária de _____, Estado de _____, com a área de __ há, com
Matrícula nº ..... (. . ), do ..º Registro de Imóveis de _____, nos termos da escritura
lavrada nas fls. ___ do livro nº ___, do ..º Tabelião de ____, em __ de ___ de 19__,
que para os fins desta escritura se denominará Imóvel Dominante, visando atender a
exigência da Lei nº 12.651/12 de 20% (vinte por cento) de área de reserva legal,
consistente em ____ ha, estando esta compensação aprovada pelo órgão ambiental
do Estado do Paraná, de acordo com o Decreto Estadual nº 3320 de 12/07/2004,
pela inexistência de vedação pelo artigo 6º e pelo atendimento dos critérios previstos
pelo artigo 3º, quais sejam: reserva legal composta de vegetação nativa, áreas
pertencentes ao mesmo bioma e mesma bacia hidrográfica, áreas de preservação
permanente de ambos os imóveis preservadas ou em processo de restauração e a
área cedida deve estar inserida dentro do mesmo agrupamento de municípios que a
área recebida. A limitação ao uso da vegetação da área sob regime de servidão
ambiental será, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva legal, de acordo
com estabelecido em lei especial. VI - Não há motivos que possam prejudicar a
presente instituição, obrigando-se, os outorgantes, desde já, a fazer a competente
publicação pela Imprensa Oficial do Estado, para conhecimento de terceiros,
67
considerando a presente escritura boa, firme e valiosa, na forma da lei. VII- Têm
pleno conhecimento que: a-) esta instituição é para a proteção dos recursos
florestais e naturais do imóvel de acordo com as funções legais da reserva legal
constituída, abrangendo também suas pertenças e acessórios; e o bem não poderá
ter destino diferente, ou ser cedido, sem o consentimento expresso dos interessados
e dos seus representantes legais; b-) a instituição da presente servidão é feita de
forma permanente, impossibilitado o seu cancelamento ou revogação (ou pelo prazo
de ___ anos), obrigando a todos os sucessores ao seu fiel cumprimento; c-) os
outorgantes conferem aos outorgados, ou seus sucessores na propriedade do
imóvel, poderes para fiscalizar o cumprimento das obrigações garantidoras da
servidão ambiental, inclusive através de vistorias in loco, mediante acompanhamento
de técnicos. VIII- A presente servidão ambiental é instituída a título oneroso (ou
gratuito) pelo valor de R$ _____ (_______ MIL REAIS), quitado de acordo com
cláusulas do relativo instrumento particular. IX- Os outorgantes, assumindo a
responsabilidade civil e penal, declaram mais: a- que estão obrigados à
apresentação da Certidão Negativa de Débitos, do Instituto Nacional do Seguro
Social, por serem empregadores, ou produtores rurais que contem com empregados
ou que contratem serviço de mão-de-obra ou que comercializem sua produção, e
serem responsáveis por recolhimento de contribuições à Previdência Social; b- que
o __ imóvel __ objeto desta encontra-se livre e desembaraçado de quaisquer
dúvidas, dívidas, impostos, taxas ou ônus de quaisquer natureza, mesmo por
hipotecas legais, convencionais, ou outros encargos; C- para os fins da Lei Federal
nº 7.433, de 18/12/1985, regulamentada pelo Decreto nº 93.240, de 09/09/1986,
publicado no Diário Oficial da União, em 10/09/1986, que não tramitam, em todo o
território nacional e até a presente data, ações reais e pessoais reipersecutórias
relativas a esse (s) bem (ns) ou outros ônus reais incidentes sobre o (s) mesmo (s);
apresentando a (s) certidão (ões) de propriedade expedida (s) pelo Registro de
Imóveis competente, em __ de _____ do corrente, que ficará (ão) arquivada (s)
nestas notas, na pasta nº CP-__/04, fls. ___; d - que não __ têm participações em
nenhuma sociedade, seja mercantil, civil, religiosa, pia, moral, científica ou literária; e
- sendo vedada, durante o prazo de sua vigência, a alteração da destinação da área,
nos casos de transmissão a qualquer título, de desmembramento ou de retificação
dos limites da propriedade." X- Finalmente e desde já, nos termos do Artigo 246 da
Lei nº 6.015/1973, requerem e autorizam o Senhor Oficial do Registro de Imóveis
68
Processo PA/00075/13
Assunto:
Senhor Gerente
9. Fica implícito que a venda de uma propriedade que tenha sido regularizada
mediante esse mecanismo, implica na venda do(s) MCA(s) que
propiciou(aram) a regularização, uma vez que há compartilhamento de
propriedades escrituradas, ou seja, a área regularizada e o Módulo são
inseparáveis.
Atenciosamente