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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Desde 1632, os bandeirantes conheciam, de passagem e


HISTÓRIA E GEOGRAFIA de lutas, a região onde os jesuítas haviam localizado as suas
reduções de índios e que os espanhóis percorriam como terra
DE MATO GROSSO sua. Antônio Pires de Campos, chegou criança, em 1672,
com a bandeira paterna, às depois famosas

HISTORIA:
1. Período Colonial.
Os bandeirantes: escravidão indígena e exploração do ouro.
A fundação de Cuiabá: Tensões políticas entre os fundadores
e a administração colonial.
A escravidão negra em Mato Grosso.
Os Tratados de Fronteira entre Portugal e Espanha.
2. Período Imperial.
2.1 A crise da mineração e as alternativas econômicas da
Província.
2.3 A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai e a partici-
pação de Mato Grosso.
2.4 A economia mato-grossense após a Guerra da Tríplice
Aliança contra o Paraguai.
3. Período Republicano.
3.1 O coronelismo em Mato Grosso.
3.2 Economia de Mato Grosso na Primeira República: usinas
de açúcar e criação de gado.
3.3 Política fundiária e as tensões sociais no campo.
3.4 Os governadores estaduais e suas realizações
3.5 Desmembramento do Estado em MT e MS, ocorrido em
1977.
3.6. Criação e desmembramentos de municípios de Mato
Grosso.

Resumo histórico
O primeiro a desbravar a área que viria a constituir o
estado do Mato Grosso foi o português Aleixo Garcia (há
quem lhe atribua, sem provas decisivas, a nacionalidade
espanhola), náufrago da esquadra de Juan Díaz de Solís. Em
1525, ele atravessou a mesopotâmia formada pelos rios
Paraná e Paraguai e, à frente de uma expedição que chegou
a contar com dois mil homens, avançou até a Bolívia. De
volta, com grande quantidade de prata e cobre, Garcia foi
morto por índios paiaguás. Sebastião Caboto também
penetrou na região em 1526 e subiu o Paraguai até alcançar
o domínio dos guaranis, com os quais travou relações de
amizade e de quem recebeu, como presente, peças de metais
preciosos.
Os fantásticos relatos sobre imensas riquezas do interior
do continente sul-americano acenderam as ambições de
portugueses e espanhóis. Os primeiros, a partir de São Paulo,
lançaram-se em audaciosas incursões, nas quais prearam
índios e alargaram as fronteiras do Brasil. As bandeiras
paulistas chocaram-se com tropas espanholas do cabildo de
Assunção e com resistência das missões jesuíticas.

História e Geografia do MT 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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bandeirantes na região do Mato Grosso, para dirimir questões
minas dos Martírios. Já adulto, retomou o caminho da serra
de limites entre Portugal e Espanha. Outro tratado, de 1761,
misteriosa e navegou, de contracorrente, o Paraguai e o São
modificou o anterior, ao proibir constru- ções fortificadas na
Lourenço, embicando Cuiabá acima, até o atual porto de
faixa de fronteira. Os espanhóis exigiram a evacuação de
São Gonçalo Velho, onde se chocou com os índios
Santa Rosa, ocupada e fortificada por Rolim de Moura, que
coxiponés, que se retiraram, derrotados, e se deixaram
resolveu enfrentá-los. Travou-se luta, sem vantagem decisiva
aprisionar como escravos.
para nenhuma das partes. Afinal, os castelhanos se retiraram
Corrida do ouro. em 1766, já sob o governo do sucessor de Rolim, seu
sobrinho João Pedro da Câmara. Expulsos os jesuítas das
A notícia de índios pouco ariscos e descuidados logo se missões espanholas, em 1767, a situação tornou-se mais
espalhou. Em 1718, um bandeirante de Sorocaba, Pascoal tranquila para Portugal.
Moreira Cabral Leme, des- cendente de índios, subiu o rio
Coxipó até atingir a aldeia destruída dos coxiponés, onde Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, que
deu início à rancharia de uma base de operações. Às governou de 1772 a 1789, tomou, porém, a iniciativa de
margens do Coxipó e do Cuiabá, Cabral Leme descobriu reforçar o esquema defensivo.
abundantes jazidas de ouro. A caça ao índio cedeu vez,
então, às atividades minerado- ras. Em 8 de abril de 1719,
foi lavrado o termo de fundação do arraial de Cuiabá, e
aclamou-se Pascoal guarda-mor regente "para poder
guardar todos os ribeiros de ouro, socavar, examinar, fazer
composições com os mineiros e botar bandeiras, tanto
aurinas, como ao inimigo bárbaro".
A notícia da descoberta de ouro não tardou em transpor
os sertões, dando motivo a uma corrida sem precedentes
para o oeste. A viagem até Cuiabá, distante mais de 500
léguas do litoral atlântico, exigia de quatro a seis meses, e
era arriscada e difícil em consequência do desconforto, das
febres e dos ataques indígenas.
Rodrigo César de Meneses, capitão-general da capitania
de São Paulo, chegou a Cuiabá no fim de 1726 e ali
permaneceu cerca de um ano e meio. A localidade recebeu
o título de Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá.
Constituiu-se a câmara e nomeou-se um corpo de
funcionários encarrega- dos de dar cumprimento ao rigoroso
regulamento fiscal da coroa. Em 1729 foi criado o lugar de
ouvidor.
Defesa da terra.
As extorsões do fisco, a hostilidade dos índios e as
doenças levaram os mineiros à busca de paragens mais
compensadoras, Cuiabá e Paraguai acima, rumo à serra dos
Parecis. Disseminados os povoadores pelos arraiais, a
grande linha normativa da política do reino era manter e
ampliar as fronteiras com terras de Espanha. Na década de
1740, Manuel Félix de Lima e, a seguir, João de Sousa
Azevedo, desceram o Guaporé e o Sararé, e estabeleceram,
pelo Mamoré e Madeira, a ligação com a bacia amazôni- ca,
indo sair em Belém. Azevedo conseguiu fazer a viagem de
volta, pelo Tapajós, em condições penosíssimas, durante
nove meses.
As lavras de ouro intensificaram o povoamento do Mato
Grosso e im- puseram a estruturação de um poder local
para melhorar a fiscalização dos tributos e a vigilância dos
limites com as terras espanholas. Em 9 de maio de 1748,
um alvará de D. João V criou a capitania de Cuiabá, com
privilé- gios e isenções para aqueles que lá quisessem fixar-
se, com o objetivo de fortalecer a colônia do Mato Grosso e,
assim, conter os vizinhos, além de servir de barreira a todo o
interior do Brasil.
Problemas de fronteiras.
Em 17 de janeiro de 1751, Antônio Rolim de Moura
Tavares assumiu o cargo de capitão-general do Mato
Grosso, capitania que havia sido des- membrada de São
Paulo três anos antes. Sua administração, que durou 13
anos, foi importante sob vários aspectos. Rolim fundou
novos centros de população, como Vila Bela da Santíssima
Trindade, à margem do Guaporé, e estabeleceu uma nova
organização militar, com três milícias: de brancos, pardos e
pretos.
O Tratado de Madri, de 1750, reconheceu as conquistas
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de 1834, em Cuiabá, com a prisão ou morte de vários
Construiu, à margem do Guaporé, o forte real do Príncipe da portugueses em suas residências. Poupino Caldas apareceu
Beira, no qual chegaram a trabalhar mais de duzentos dessa vez como defensor da ordem, mas, na verdade,
obreiros, e no sul, sobre o rio Paraguai, abaixo do Miranda, o contemporizou com os rebel- des, nomeou líderes extremados
presídio de Nova Coimbra. Fundou Vila Maria (mais tarde São para postos importantes, e acabou prisio- neiro da rebelião,
Luís de Cáceres, ou simplesmente Cáceres), Casal- vasco, submetido às ordens da junta revolucionária. Antônio Pedro de
Salinas e Corixa Grande. Criticou severamente o novo tratado Alencastro assumiu em 22 de setembro a presidência e já em
luso- espanhol de 1777 (Tratado de Santo Ildefonso) no 30 de outubro conseguiu prender os chefes da revolta.
tocante ao Mato Grosso, por achar que encerrava concessões
prejudiciais a Portugal. Usou no levantamento cartográfico e Poupino Caldas voltou a atuar em 1836, tentando duas
na delimitação de fronteiras os serviços de dois astrônomos e sedições, a primeira para impedir a posse do presidente
matemáticos brasileiros recém-formados em Coimbra, Fran- escolhido pela assembleia, José Antônio Pimenta Bueno, futuro
cisco José de Lacerda e Almeida e Antônio Pires da Silva visconde e marquês de São Vicente, e
Pontes, e dos geógrafos capitães Ricardo Francisco de
Almeida Serra e Joaquim José Ferreira.
Luís de Albuquerque já estava seriamente enfermo
quando indicou pa- ra substituí-lo seu irmão João de
Albuquerque, que chegou ao Mato Grosso doente, assumiu o
posto em 1789 e morreu de "sezões malignas" em fevereiro
de 1796.
Caetano Pinto de Miranda Montenegro, o futuro marquês
de Vila Real de Praia Grande, chegou a Cuiabá em 1796 para
assumir o cargo de capitão-general, com recomendação da
metrópole para elaborar um plano de defesa que protegesse a
capitania contra qualquer tentativa de invasão. A guerra com
os espanhóis foi deflagrada em 1801, quando Lázaro de
Ribera, à frente de 800 homens, atacou o forte de Coimbra,
defendido bravamente por Ricardo Franco, com apenas cem
homens, que consegui- ram repelir o invasor. A paz, todavia,
só foi firmada em Badajoz, em 6 de maio de 1802. A
capitania, com meio século de vida autônoma, consolidou sua
estabilidade territorial e neutralizou de imediato o perigo de
novas invasões.
No fim do período colonial, registrou-se certo declínio da
capitania. Em 1819, Francisco de Paula Magessi Tavares de
Carvalho, futuro barão de Vila Bela, último capitão-general,
encontrou vazios os cofres públicos. Cuiabá e Vila Bela
haviam sido elevadas à categoria de cidade. Em 20 de agosto
de 1821, Magessi foi deposto pela "tropa, clero, nobreza e
povo", como "ambicioso em extremo, concussionário
insaciável, hipócrita". For- mou-se em Cuiabá uma junta
governativa que jurou lealdade ao príncipe D. Pedro, e outra,
dissidente, em Vila Bela, com o que se estabeleceu a duali-
dade de poder.
Independência.
A notícia da independência foi recebida ao raiar do ano de
1823. Um governo provisório único substituiu as duas juntas.
O primeiro presidente da província, que assumiu em 20 de
abril de 1824, foi José Saturnino da Costa Pereira, irmão de
Hipólito José da Costa, que instalou o governo em Cuia- bá, o
que transformou Vila Bela em "capital destronada".
As lutas entre as tendências conservadora e liberal
refletiram-se na província durante o primeiro reinado e a
regência. O padre José Joaquim Gomes da Silva, de Vila
Maria, foi processado em 1830 por suas "procla- mações
revolucionárias". Em 7 de dezembro de 1831 irrompeu um
motim contra os "pés-de-chumbo" portugueses. O carmelita
frei José dos Santos Inocentes ganhou evidência ao chegar a
Cuiabá, em março de 1833, a- companhado de comitiva
militar, como "embaixador da insurreição".
O governador, capitão-mor André Gaudie Ley, combateu
os exaltados, que se reuniam no Centro de Zelosos da
Independência, fundado em agosto de 1833, sob a liderança
de Antônio Luís Patrício Silva Manso, mulato natural de São
Paulo, que conquistou maioria no conselho geral da província.
A revolta conhecida como "a rusga" encontrou no governo
o conselhei- ro mais votado, tenente-coronel João Poupino
Caldas, que tinha um passa- do de agitador como participante
do motim de 1831. "A rusga" eclodiu na noite de 30 de maio
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demitiu diversos adversários, entre os quais o juiz da capital,
a segunda para amotinar a tropa contra essa autoridade. O Manuel José Murtinho, irmão de Joaquim Murtinho e aliado de
presidente fez valer sua autoridade e expulsou-o da Generoso Ponce, e mandou a seguir prendê-lo, a pretexto de
província. Quando fazia suas despe- didas, Poupino foi uma suposta ameaça de sublevação monarquista. Essa
assassinado com um tiro pelas costas. Na administração de arbitrariedade valeu-lhe a deposição. A constituição do estado
Pimenta Bueno foi montada em Cuiabá a tipografia na qual foi aprovada em 15 de agosto de 1891. No dia seguinte
seria im- presso o primeiro jornal da província, A Tifis empossou-se o primeiro governador republicano: Manuel José
Matogrossense, cujo primeiro número circulou em 14 de Murtinho.
agosto de 1839. A situação econômico-financeira da
província se agravou, com um déficit orçamentário No plano nacional, os acontecimentos se complicaram
crescente. com o manifesto de generais e almirantes contra Floriano
Peixoto, em que denunciavam a "indébita intervenção da
Guerra do Paraguai. força armada nas deposições de governadores dos estados".
Os governos se sucederam sem acontecimentos de Entre os signatários estava o general Coelho, que seria preso.
maior relevo até a guerra do Paraguai. Uma guarda Em Corumbá, seus partidários revidaram, com a deposição do
defensiva montada em 1850 no morro do Pão de Açúcar intendente municipal. Os rebeldes instalaram na cidade uma
pelo governador João José da Costa Pimentel irritou o junta governativa de tendência separatista, que logo estendeu
governo paraguaio. Pimentel então recuou ante gestões seu domínio a Cuiabá e destituiu
diplomáticas realizadas em Assunção. Foi substituído pelo
capitão-de-fragata Augusto João Manuel Leverger, barão de
Melgaço, cujo primeiro governo durou de 1851 a 1857.
Leverger recebeu ordem de concentrar toda a força
militar da província no baixo Paraguai, para esperar os
navios que deveriam subir o rio com ou sem licença de
Solano López. Mudou-se então para o forte de Coimbra,
onde permaneceu cerca de dois anos.
O coronel Frederico Carneiro de Campos, nomeado
presidente provin- cial em 1864, subia o rio Paraguai para
assumir o posto quando seu navio -
- o Marquês de Olinda -- foi atacado e aprisionado por uma
belonave para- guaia. Logo que o Paraguai rompeu as
hostilidades, revelou-se a fraqueza do sistema defensivo
brasileiro no Mato Grosso, prevista por Leverger. Caiu logo
Coimbra, após dois dias de resistência. Em seguida, foi a
vez de Corumbá e da colônia de Dourados. A guerra seguiu
seu curso, marcada por episódios como a retirada de
Laguna, a retomada e subsequente aban- dono de
Corumbá. Dessa cidade, as tropas brasileiras trouxeram
para Cuiabá uma epidemia de varíola que teve efeitos
devastadores. Para o povo, 1867 seria o "ano das bexigas",
mais que da retomada de Corumbá.
Os últimos anos do império registraram um lento
desenvolvimento da província, governada de outubro de
1884 a novembro de 1885 pelo general Floriano Peixoto.
Em 9 de agosto de 1889, assumiu a presidência o coronel
Ernesto Augusto da Cunha Matos, sob cujo governo se
realizou a eleição de que saíram vitoriosos os liberais --
triunfo celebrado em Cuiabá com um pomposo baile em 7
de dezembro, pouco antes de chegar à cidade a notícia da
queda da monarquia.
República.
As aspirações republicanas e federalistas no Mato
Grosso tinham tido expressão confusa em várias revoltas,
mas no remanso do segundo reina- do as agitações se
aplacaram. As campanhas pela abolição e pela repúbli- ca
tiveram ali repercussão modesta. Ao iniciar-se o período
republicano, o Mato Grosso tinha uma população calculada
em oitenta mil habitantes. A província ficava segregada:
sem estradas de ferro, eram necessários cerca de trinta
dias de viagem, passando por três países estrangeiros,
para atingi- la, a partir do Rio de Janeiro, por via fluvial.
Em 9 de dezembro foi aclamado governador do estado o
general Antô- nio Maria Coelho, barão de Amambaí, liberal
dissidente, antigo herói da retomada de Corumbá. Coelho
fundou o Partido Nacional, ao qual se contrapunha o Partido
Republicano, liderado por Generoso Ponce. Esse ato foi
denunciado como "manobra palaciana" por Joaquim
Murtinho. Nas vésperas da eleição de 15 de setembro de
1890, os republicanos recomen- daram a abstenção. Como
era de prever, Antônio Maria Coelho saiu vitorio- so. Logo
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intervenção federal.
Manuel Murtinho. Em 7 de maio de 1892, Generoso Ponce, a
frente de quatro mil homens, iniciou o cerco às forças Separação.
adversárias na capital e domi- nou-as em menos de uma
A velha ideia da separação só veio a triunfar em 1977, por
semana. Em 22 de junho caiu Corumbá. Vitorio- so o Partido
meio de uma lei complementar que desmembrou 357.471,5km2
Republicano, Manuel Murtino retornou ao poder.
do estado para criar o Mato Grosso do Sul. A iniciativa foi do
Surgiu mais tarde, entretanto, uma desavença entre os governo federal, que alegava em primeiro lugar a
dois líderes, Ponce e Murtinho, este último já então ministro impossibilidade de um único governo estadual administrar área
do Supremo Tribunal Fede- ral. O rompimento consumou-se tão grande e, em segundo, as nítidas diferenças naturais entre o
em dezembro de 1898, com uma declara- ção pública de norte e o sul do estado. A lei entrou em vigor em 1º de janeiro
Manuel Murtinho, apoiado por seu prestigioso irmão Joa- quim de 1979.
Murtinho, ministro da Fazenda do presidente Campos Sales. As políticas econômicas de apoio preferencial à exportação
Seus partidários conquistaram o poder, num ambiente de
e à ocupa- ção e desenvolvimento da Amazônia e do Centro-
grande violência. Mais tarde, contudo, Ponce e Murtinho
Oeste, implantadas a partir da década de 1970, levaram a novo
reconciliaram-se e formaram novo agru- pamento político, a
surto de progresso no Mato
Coligação. A vitória dessa corrente política se deu com
o movimento armado de 1906, que culminou na morte do
presidente Antô- nio (Totó) Pais de Barros. Seguiu-se um
período de interinidade na presi- dência. Generoso Ponce foi
afinal eleito em 1907. A economia do estado melhorou com a
abertura de vias férreas a partir do leste (Jupiá, Três Lagoas e
Água Clara) e do oeste (Porto Esperança, Miranda e
Aquidaua- na), para se encontrarem em Campo Grande. A
ligação ferroviária com São Paulo foi fator de progresso para
o Mato Grosso, por intensificar o comércio e valorizar as
terras da região.
Questão do mate. Com o novo presidente, Joaquim
Augusto da Costa Marques, que assumiu em 1911, avultaram
as pressões da companhia Mate Laranjeira no sentido de
renovar o arrendamento dos seus extensos ervais no sul do
estado. A pretensão suscitou nova divergência entre Murti-
nho e Ponce: o primeiro defendia a prorrogação do contrato
até 1930, com opção para a compra de um a dois milhões de
hectares, enquanto Ponce queria a divisão da área em lotes
de 450 hectares, que seriam oferecidos a arrendamento em
hasta pública.
Morto Ponce, a empresa ganhou novo trunfo com o apoio
do senador situacionista Antônio Azeredo. Mas o antigo
presidente do estado, Pedro Celestino Correia da Costa,
tomou posição contrária. Os deputados esta- duais hostis à
prorrogação do contrato fizeram obstrução e impediram que
ela fosse aprovada. Finalmente, a Mate Laranjeira foi
frustrada em suas pretensões, com a aprovação da lei nº 725,
de 24 de agosto de 1915.
O general Caetano Manuel de Faria Albuquerque assumiu
o governo em 15 de agosto de 1915. Seus próprios
correligionários conservadores tentaram forçá-lo à renúncia, e
ele, tendo a seu lado Pedro Celestino, aceitou o apoio da
oposição, num movimento que se chamou "caetanada".
Contra seu governo organizou-se a rebelião armada, com
ajuda da Mate Laranjeira e seus aliados políticos. Na
assembleia foi proposto e aprovado o impedimento do general
Caetano de Albuquerque. Consultado, o Supre- mo Tribunal
Federal não tomou posição definitiva, e o presidente
Venceslau Brás acabou por decretar a intervenção no estado
em 10 de janeiro de 1917. Em outubro, no Rio de Janeiro, os
chefes dos dois partidos locais concluíram acordo, mediante o
qual indicavam o bispo D. Francisco de Aquino Correia para
presidente, em caráter suprapartidário. O prelado assumiu em
22 de janeiro de 1918, e fez uma administração conciliadora,
assinalada por uma série de iniciativas.
Depois de 1930. Até a revolução de 1930, a administração
estadual lu- tou com graves problemas financeiros. No
período pós-revolucionário, sucederam-se os interventores.
Em 1932, o general Bertoldo Klinger, comandante militar do
Mato Grosso, deu apoio armado ao movimento
constitucionalista de São Paulo. Em 7 de outubro de 1935, a
Assembleia Constituinte elegeu governador Mário Correia da
Costa. Incidentes ocorri- dos em dezembro de 1936, quando
foram feridos a bala os senadores Vespasiano Martins e João
Vilas Boas, deram causa à renúncia do gover- nador e a nova
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não encontrava nenhum elemento fixador.
Grosso. A construção de Brasília contribuiu para acabar
com a antiga estagnação. Uma vez inaugurada a nova A vila foi elevada à categoria de cidade em 17 de
capital, o Mato Grosso continuou a atrair mão-de-obra setembro de 1818, passando a ser capital em 1820. A função
agrícola de outros estados, pois oferecia as melhores áreas de centro administrativo, no entanto, não foi suficiente para
de colonização do país. Graves problemas persistiam, tirar Cuiabá da estagnação econômica em que se encontrava,
porém, na década de 1980. O sistema de transporte, da qual somente libertou-se a partir de meados do século XX,
embora tenha ganho a rodovia Cuiabá-Porto Velho em com sua ligação à rede rodoviária nacional, realizada em
setembro de 1984, ainda não bastava para escoar a 1960. Essa ligação tirou partido da excelente posição
produção estadual; as instalações de armazenamento estratégica de que a cidade desfruta, permitindo seu
deixavam a dese- jar; a disponibilidade de energia elétrica desenvolvimento como pólo de atração regional e porta de
(120.000kW em 1983) era insufici- ente; eram precários o entrada para toda a Amazônia meridional.
saneamento e os serviços de saúde e educação.
Também o problema ecológico apresentava-se
gravíssimo: inúmeras espécies dessa região já foram
extintas e outras estavam em processo de extinção, como
os jacarés, caçados à razão de dezenas de milhares por
mês. Para coibir esses abusos, o governo federal lançou a
Operação Pantanal e criou o Parque Nacional do Pantanal
Mato-Grossense.
Cuiabá

Fundação de Cuiabá em 8 de abril de 1719


A localização de Cuiabá coincide exatamente com o
centro geodésico da América do Sul, cujo marco indicativo
se situa na praça Moreira Cabral.
Capital do estado de Mato Grosso, Cuiabá está situada
à margem es- querda do rio do mesmo nome. Apresenta
relevo tabular e suas temperatu- ras são elevadas, com
chuvas no verão. Predomina em seus arredores a
vegetação do cerrado, salvo às margens do rio Cuiabá,
onde se concentra o remanescente da reserva florestal do
município.
As primeiras notícias de ocupação efetiva da região
datam de 1719, quando a descoberta do ouro atraiu para lá
levas de povoadores vindos da Europa e dos
estabelecimentos agrícolas do litoral. Assim, o núcleo
desen- volveu-se em função da exploração aurífera e dos
movimentos das bandei- ras. Os distritos de Mato Grosso
(Vila Bela) e Cuiabá constituíram, durante a primeira
metade do século XVIII, os únicos aglomerados urbanos de
toda a área que abrange o centro-norte do atual estado de
Mato Grosso, na época sob a jurisdição da capitania de São
Paulo. Esta, entretanto, sem poder responder pelos
encargos administrativos das duas localidades, desanexou-
as por meio do alvará de 9 de maio de 1748. Criou-se
dessa forma a capitania de Mato Grosso e Cuiabá.
Com o declínio da exploração mineral nas jazidas e
aluviões, que se revelaram de pequena importância, e com
a imposição de normas drásticas de fiscalização e o
estabelecimento da sede do governo da capitania em Vila
Bela, iniciou-se para Cuiabá um período de rápida
decadência, com evasão em massa da população, que lá
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muito distantes de qualquer cidade colonial. Mas o objetivo
O centro urbano abrange a parte mais antiga de Cuiabá, deles não era nada heróico: eles eram caçadores de índios.
que compre- ende um conjunto de vias estreitas e tortuosas ...Os bandeirantes atacavam impiedosamente as aldeias
que datam do ciclo da mineração. Desse período podem indígenas. Matavam todo mundo que atrapalhasse inclusive as
ainda ser encontrados, na chamada Cidade Velha, inúmeros crianças. Depois acorrentavam os índios e os levavam como
sobrados, a igreja do Rosário e a capela de São Benedito escravos.
(1772), exemplos típicos da arquitetura colonial brasileira,
que, juntamente com as características do traçado dessa ... a cana-de-açúcar não obteve êxito, sendo que seus
área, conferem certo potencial turístico à cidade. colonos resolve- ram se dedicar a outras atividades, como foi o
caso da Capitania de São
Na economia, o setor terciário é o de maior relevância, em
virtude da função administrativa como sede estadual e de sua
posição como único centro urbano de vulto em uma vasta
região. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Chegada de Rodrigo Cesar de Menezes para a instalação da Villa


Processo Histórico da Ocupação
http://www.bonsucessomt.com.br/historia/matogrosso.pdf
O processo de ocupação desta região ocorreu na primeira
metade do século XVIII, com o avanço realizado para além da
fronteira oeste, a partir de um paralelo traçado pelo Tratado
de Tordesilhas entre Portugal e Espa- nha, sendo que as
terras que ficassem ao lado oeste pertenceriam ao Governo
espanhol e a leste ao Governo português. O Tratado de
Tordesi- lhas, assinado entre Portugal e Espanha em 07 de
Junho de 1494, oficiali- zou a divisão do mundo por linhas
imaginárias entre os Estados dos tem- pos modernos.
Os responsáveis por este avanço além fronteira foram os
bandeirantes paulistas, com o objetivo de aquisição de mão-
de-obra barata, uma vez que o tráfico negreiro já sofria
restrições, o que tornava a atividade muito onero- sa,
constituindo a prisão de indígenas como uma alternativa
vantajosa, por não ocasionar custos elevados. Os
bandeirantes faziam estas longas expedições, com este único
e exclusivo interesse, afinal, o comércio de escravos
indígenas era lucro garantido para seus capturadores.
No século XVII, São Vicente (onde hoje está o estado de
São Paulo) era uma capitania pobre, quando comparada às
da Bahia e de Pernambu- co. Não havia nela nenhum produto
de destaque para exportação. A eco- nomia era baseada em
agricultura de subsistência: milho, trigo, mandioca. Vendia
alguma coisa para o Rio de Janeiro, e só. A cidade de São
Paulo não passava de um amontoado de casebres de gente
pobre. Mas tinha a vantagem de ser uma das poucas vilas
Brasileiras que não se localizam no litoral. Partindo dela fica
mais fácil entrar nas florestas. Pois foi exatamente por isso
que a maioria dos bandeirantes saiu de São Paulo. Tornar-se
bandeirante era uma chance para o paulista melhorar de
vida....Os coman- dantes usavam roupas novas e botas de
couro, para se protegerem de picada de cobra. Os homens
livres e pobres tinham roupas velhas e pés descalços. Todos
eles armados. Também fazia parte da bandeira um grupo de
índios já submetidos pelos colonos. ...Eles se embrenhavam
na floresta tropical fechada e rios agitados, indo a lugares
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ofício como escrivão deste Arraial. Pascoal Moreira Cabral,
Paulo que, ao lado da agricultura de subsistência, optou por Simão Rodrigues Moreira, Manoel dos Santos Coimbra,
traficar, não escravos africanos, mas sim índios, necessários Manoel Garcia Velho, Baltazar Ribeiro Navar- ro, Manoel
às capitanias que não desenvolveram com sucesso o plantio Pedroso Lousano, João de Anhaia Lemos, Francisco de
da cana-de-açúcar e o fabrico da açúcar. Dessa forma, os Sequei- ra, Asenço Fernandes, Diogo Domingues, Manoel
paulistas criaram o movimento das bandeiras. Ferreira, Antônio Ribeiro, Alberto Velho Moreira, João
...Nesse movimento, os bandeirantes acabaram descobrindo Moreira, Manoel Ferreira de Mendonça, Antô- nio Garcia
ouro, em primeiro lugar, em terras que hoje pertencem ao Velho, Pedro de Godois, José Fernandes, Antônio Moreira,
estado de Minas gerais e, mais tarde, nas de Mato Grosso e lnácio Pedroso, Manoel Rodrigues Moreira, José Paes da
de Goiás. Com esse movimento, os bandeirantes paulistas Silva. (BARBOZA de SÁ, 1975, p. 18).
estavam, sem querer, aumentando o território colo- nial, pois
essas novas terras descobertas, segundo o tratado de Nesse dia, os bandeirantes fixados no Arraial de São
Tordesi- lhas, fixado em 1494, antes mesmo da descoberta Gonçalo, elege- ram um chefe chamado Guarda-Mor e o
do Brasil, não pertence- riam a Portugal, mas sim à escolhido por eleição, foi Pascoal Moreira Cabral.
Espanha. O Rei Lusitano, vendo que os bandei- rantes
Em 1722, o bandeirante Miguel Sutil chegou à zona
estavam alargando as fronteiras de sua Colônia, povoando
mineira com o ob- jetivo de verificar o estado de uma roça que
esses territórios e descobrindo metais preciosos (ouro e
havia plantado às margens de outro rio, o Cuiabá. Como ele e
diamante), resolveu apoiá-los e incentivá-los nesse
seus companheiros estavam famintos, mandou Sutil que dois
movimento.
índios saíssem à cata de mel. Os índios se demora-
A bandeira de Antônio Pires de Campos atingiu a região
do rio Coxipó- Mirim e ali ocorreu uma guerra, e
aprisionaram os índios Coxiponés, que reagiram, travando
um intenso combate com os paulistas. Logo atrás dessa
bandeira, seguiu-se outra, capitaneada por Pascoal Moreira
Cabral que, desde 1716, já palmilhava terras mato-
grossenses sabendo ele da existên- cia de índios, resolveu
seguir para o mesmo local, onde havia um acampa- mento
chamado São Gonçalo. Exaurida pelas lutas travadas, a
bandeira de Moreira Cabral resolveu arranchar-se às
margens do rio Coxipó-Mirim e, segundo nos conta o mais
antigo cronista, Joseph Barboza de Sá, desco- briram
casualmente ouro, quando lavavam os pratos na margem
daquele rio. Para garantir tranquilidade no local, Pascoal
Moreira Cabral resolveu pedir reforços às bandeiras que se
encontravam na região. Chegou então ao Arraial de São
Gonçalo a bandeira de Fernão Dias Falcão, composta de
130 homens de guerra, que passaram a auxiliar nos
trabalhos auríferos.
O fato de terem os bandeirantes paulistas, encontrado
ouro mudou o rumo de sua marcha, pois ao invés de
continuarem caçando os índios, terminaram por fixar-se na
região, construindo casas e levantando capeli- nha. Esse
primeiro povoamento denominou-se São Gonçalo Velho.
Em 1719, em São Gonçalo Velho, a 08 de abril, Moreira
Cabral lavra a Ata de Fundação do Arraial do Senhor Bom
Jesus. Dois anos depois o arraial foi mudado para o rio
Coxipó, uma vez que a população mineira começou a
perceber que o ouro estava escasseando, e resolveu mudar
para outro local denominado Forquilha, também no rio
Coxipó-Mirim. Ali levantaram novo acampamento, ergueram
outra capela e deram continui- dade aos trabalhos de
mineração.
Aos oito dias do mês de abril da era de mil setecentos e
dezenove a- nos, neste Arraial do Cuiabá, fez junto o
Capitão-Mor Pascoal Moreira Cabral com os seus
companheiros e ele requereu a eles este termo de certidão
para notícia do descobrimento novo que achamos no
ribeirão do Coxipó, invocação de Nossa Senhora da Penha
de França, depois que foi o nosso enviado, o Capitão
Antônio Antunes com as amostras que levou do ouro ao
Senhor General. Com a petição do dito capitão-mor, fez a
primeira entrada aonde assistiu um dia e achou pinta de
vintém e de dois e de quatro vinténs a meia pataca, e a
mesma pinta fez na segunda entrada em que assistiu, sete
dias, ele e todos os seus companheiros às suas custas com
grandes perdas e riscos em serviço de Sua Real Majestade.
E como de feito tem perdido oito homens brancos, foros e
negros e para que a todo tempo vá isto a notícia de sua
Real Majestade e seus governos para não perderem seus
direitos e, por assim, por ser verdade nós assinamos todos
neste termo o qual eu passei bem e fielmente a fé de meu

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alocado o termo Mato Grosso, e identificado o local onde as
ram muito e, quando chegaram,ao invés de mel, trouxeram mesmas se achavam. .
ouro em pe- quenos folhetos “caeté”. Como já era quase
noite, Miguel Sutil deixou para o dia seguinte, verificar Todavia, o histórico da Câmara de Vila Bela não menciona
pessoalmente onde se localizava a nova mina. Situava-se às porque os irmãos Paes de Barros batizaram aquelas minas com
margens de um córrego, braço do rio Cuiabá - Córrego da o nome de Mato Grosso.
Prainha.
Quem nos dá tal resposta é José Gonçalves da Fonseca,
As notícias do novo descobrimento aurífero foram em seu tra- balho escrito por volta de 1780, Notícia da Situação
enviadas para a Ca- pitania de São Paulo, da qual essas de Mato Grosso e Cuiabá, publicado na Revista do Instituto
terras faziam parte. Com isso, um grande fluxo migratório Histórico e Geográfico Brasileiro de 1866, que assim nos explica
chegou à região, visando o enriquecimento e o a denominação Mato Grosso.
estabelecimento de roças que pudessem fornecer alimentos à
[...] se determinaram atravessar a cordilheira das Gerais de
população.
oriente pa- ra poente; e como estas montanhas são escalvadas,
A "boa nova" se espalhou rapidamente entre os pequenos logo que baixaram a
arraiais de São Gonçalo e da Forquilha, ocasião em que,
impressionados pelo volume aurífero que diziam conter essa
mina, seus habitantes abandonaram os dois núcleos
iniciadores do povoamento da região, dando inicio a outro
núcleo urbano, que são as origens da atual cidade de Cuiabá,
capital do estado de Mato Grosso. A notícia foi levada para
São Paulo e de lá se espalhou por outras capitanias,
chegando até Portugal, o que provocou, em pouco tempo, um
aumento da população, que passou a disputar palmo-a-
palmo os terrenos auríferos.
Em 1º de janeiro de 1727, o Arraial do Senhor Jesus do
Cuyabá, rece- beu o foro e foi elevado à categoria de vila,
para a se chamar Vila Real do Senhor Bom Jesus por ato do
Capitão General de São Paulo, Dom Rodrigo César de
Menezes. Em 17 de setembro de 1818, por Carta Régia de D.
João VI, a vila do Cuiabá é elevada à categoria de cidade.
A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá
ensejou uma verdadeira extorsão sobre os mineiros, numa
obcessão institucional pela arrecadação dos quintos de ouro.
Esses fatos somados à gradual diminui- ção da produção das
lavras auríferas fizeram com que os bandeirantes pioneiros
fossem buscar o seu ouro cada vez mais longe das
autoridades cuiabanas.
Com esse movimento, novas minas foram descobertas,
como as La- vras dos Cocais, em 1724, às margens do
ribeirão do mesmo nome (atual Nossa Senhora do
Livramento), distante 50 km de Cuiabá. Os descobrido- res do
novo vieram auríferos, foram os sorocabanos Antonio Aires e
Dami- ão Rodrigues. Em pouco tempo, o pequeno arraial foi
integrado por outros mineiros que, igualmente, fugiram das
imposições fiscalistas, impostas na Vila Real do Senhor Bom
Jesus, com a presença do governador Paulista.
Em 1734, estando já quase despovoada, a Vila Real do
Senhor Bom Jesus do Cuiabá, os irmãos Fernando e Artur
Paes de Barros, atrás de índios Parecis, descobriram veio
aurífero, os quais resolveram denominar Minas do Mato
Grosso, situadas nas margens do Rio Galera, no Vale do
Guaporé.
Os Anais de Vila Bela da Santíssima Trindade, escritos
em 1754, pelo escrivão da Câmara dessa vila, Francisco
Caetano Borges, citando o nome Mato Grosso, assim nos
explicam:
Saiu da Vila do Cuiabá Fernando Paes de Barros com seu
irmão Artur Paes, naturais de Sorocaba, e sendo o gentio
Pareci naquele tempo o mais procurado, [...] cursaram mais
ao Poente delas com o mesmo intento, arranchando-se em
um ribeirão que deságua no rio da Galera, o qual corre do
Nascente a buscar o Rio Guaporé, e aquele nasce nas fraldas
da Serra chamada hoje a Chapada de São Francisco Xavier
do Mato Grosso. Da parte Oriental, fazendo experiência de
ouro, tiraram nele três quartos de uma oitava na era de 1734.
Dessa forma, ainda em 1754, vinte anos após descobertas
as Minas do Mato Grosso, pela primeira vez o histórico
dessas minas foi relatado num documento oficial, onde foi

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determinar que a cabeça do governo se pusesse no mesmo
planície da parte oposta aos campos dos Parecis (que só distrito do Mato Grosso [...];
tem algumas ilhas de arbustos agrestes), toparam com
matos virgens de arvoredo muito elevado e corpulento que 2° - Por ter entendido que no Mato Grosso é a chave e o
entrando a penetrá-lo o foram apeli- dando Mato Grosso: e este é propugnáculo do sertão do Brasil [...].
o nome que ainda conserva todo aquele distrito.
E a partir daí, da Carta Patente e das Instruções da
Caminharam sempre ao poente, e depois de vencerem Rainha, o governo colonial mais longínquo, mais ao oriente
sete léguas de espessura, toparam com o agregado das em terras portuguesas na América, passou a se chamar de
serras [...]. Capitania de Mato Grosso, tanto nos documentos oficiais
como no trato diário por sua própria população. Logo se
Pelo que desse registro se depreende, o nome Mato assimilou o nome institucional Mato Grosso em desfavor do
Grosso é originá- rio de uma extensão de sete léguas de nome Cuiabá. A vigilância e proteção da fronteira oeste eram
mato alto, espesso, quase impene- trável, localizado nas mais importantes que as combalidas minas cuiabanas. A
margens do Rio Galera, percorrido pela primeira vez em prioridade era Mato Grosso e não Cuiabá.
1734, pelos irmãos Paes de Barros. Acostumados a andar
pelos cerra- dos do chapadão dos Parecis, onde haviam
apenas algumas ilhas de arbustos agrestes, os irmãos
aventureiros, impressionados com a altura e porte das
árvores, o emaranhado da vegetação secundária que
dificultava a penetração, com a exuberância da floresta, a
denominaram Mato Grosso. Perto desse mato fundaram as
Minas de São Francisco Xavier e toda a região adjacente,
pontilhada de arraiais de mineradores, ficou conhecida na
história como as Minas do Mato Grosso.
Posteriormente, ao se criar a Capitania por Carta Régia,
em 09 de maio de 1748, (em 2011- 263 anos da criação da
Capitania de Mato Grosso e do Cuiabá) o governo
português assim se manifestou:
Dom João, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos
Algarves, [...] Fa- ço saber a v6s, Gomes Freire de Andrade,
Governador e Capitão General do Rio de Janeiro, que por
resoluto se criem de novo dois governos, um nas Minas de
Goiás outro nas de Cuiabá [...].
Dessa forma, ao se criar a Capitania, como meio de
consolidação e institucionalização da posse portuguesa na
fronteira com o reino da Espa- nha, Lisboa resolveu
denominá-las tão somente de Cuiabá. Mas no fim do texto
da referida Carta Régia, assim se exprime o Rei de
Portugal:
[...] por onde parte o mesmo governo de São Paulo com
os de Per- nambuco e Maranhão e os confins do Governo de
Mato Grosso e Cuiabá [...].
Apesar de não denominar a Capitania expressamente
com o nome de Mato Grosso, somente referindo-se às
Minas do Cuiabá, no fim do texto da Carta Régia, é
denominado plenamente o novo governo como sendo de
ambas as minas, do Mato Grosso e do Cuiabá. Isso
ressalva, na realidade, a intenção portuguesa de dar à
Capitania o mesmo nome posto anos antes pelos irmãos
Paes de Barros. Entende-se perfeitamente essa intenção.
Todavia, a consolidação do nome Mato Grosso veio
rápido. A Rainha
D. Mariana Vitória, ao nomear Dom Antonio Rolim de Moura
Tavares como Primeiro Capitão General, em Carta Patente
de 25 de setembro de 1748, assim se expressa:
[...]; Hei por bem de o nomear como pela presente o
nomeio no cargo de Governador e Capitão General da
Capitania do Mato Grosso por tempo de três anos [u.].
A mesma Rainha, no ano seguinte, a 19 de janeiro,
entrega a Dom An- tônio Rolim de Moura Tavares as suas
famosas Instruções, que lhe deter- minariam as orientações
para a administração da Capitania, em especial os tratos
com a fronteira do reino espanhol. Assim nos dá o
documento:
[...] fui servido criar uma Capitania Geral com o nome de
Mato Gros- so [...]
1° - [...] atendendo que no Mato Grosso se querer muita
vigilância por causa da vizinhança que tem, houve por bem
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habitadas pelos índios e as inaproveitáveis. Em suas origens, o
A exemplo do restante das colônias brasileiras, a região regime jurídico das sesmarias liga-se aos das terras comunais
fora objeto, num primeiro momento da busca por metais da época medieval, chamado de communalia. (grifo nosso).
preciosos, servindo de passa- gem de garimpeiros fugindo
das altas taxas de que eram cobradas em nome Rei de O vocábulo sesmaria derivou-se do termo sesma, e
Portugal, através de seus representantes nas minas do Cuia- significava 1/6 do valor estipulado para o terreno. Sesmo ou
bá e o grande aparato de fiscalização ali conduzido ao fio da sesma também procedia do verbo sesmar (avaliar, estimar,
baioneta se preciso fosse. calcular) ou ainda, poderia significar um território que era
repartido em seis lotes, nos quais, durante seis dias da semana,
exceto no domingo, trabalhariam seis sesmeiros. A média
Ao longo dos anos, foram estabelecendo roças para aproxi- madamente de uma Sesmaria era de 6.500m². Esta
cultivo de alimen- tos para abastecer as regiões com veio medida vigorou em
aurífero, o qual era outro mecanis- mo de ocupação e o
povoamento para garantir a posse, o que ocasiona a
distribuição gratuita de terras aos nobres portugueses e
aventureiros, a através da concessão de Sesmaria, não sendo
diferente nesta nossa região, onde hoje nós a denominamos
de Várzea Grande, com as conces- sões das Sesmarias do
Bonsucesso e São Gonçalo etc.
No Brasil, o direito de conceder sesmarias cabia aos
delegados do rei, mas com o estabelecimento das capitanias
hereditárias, passou aos dona- tários e governadores.
Sesmaria é um pedaço de terra devoluta -- ou cuja cultura
foi abando- nada -- que é tomada a um presumido proprietário
para ser entregue a um agricultor ou sesmeiro. A posse da
terra está, assim, vinculada a seu apro- veitamento. Os
portugueses trouxeram essa tradição para o Brasil, onde, no
entanto, a imensidão do território acabou por estabelecer um
sistema de latifúndios improdutivos.
Sesmaria.
Em 1349 o rei D. Afonso IV promulgou a lei que restaurava
o regime anterior à peste, mas enfrentou grande oposição.
Pressões da corte por fim fizeram Fernando I assinar, por
volta de 1375, a célebre lei das sesmarias, compromisso de
difícil cumprimento entre a nobreza e a burguesia. A
propriedade agrícola passou a ser condicionada a seu uso.
Uma vez utili- zada, tornava-se concessão administrativa, com
a cláusula implícita de transferência e reversão. O exercício
da propriedade da terra seguia o estabelecido nas
Ordenações Manuelinas e Filipinas.
Sistema de Sesmaria
A adaptação das sesmarias às terras incultas do Brasil
desfigurou o conceito, a começar pela imediata equiparação
da sesmaria às glebas virgens. A prudente recomendação da
lei original de que não dessem "maiores terras a uma pessoa
que as que razoadamente parecer que no dito tempo poderá
aproveitar" tornou-se letra morta diante da imensidão
territorial e do caráter singular da colônia. O sesmeiro,
originalmente o funcionário que concedia a terra, passou a ser
beneficiário da doação, sujeito apenas ao encargo do dízimo.
A terra era propriedade do rei de Portugal, que a concedia
em nome da Ordem de Cristo. Martim Afonso de Sousa, em
1530, foi o primeiro a ter essa competência, num sistema que
já tinha então maior amplitude, ajusta- do às condições
americanas. Um ato de 1548 legalizou o caráter latifundiá- rio
das concessões, contrário ao estatuto português.
Estabelecidas as capitanias hereditárias, o poder de distribuir
sesmarias passou aos donatá- rios e governadores.
Em 1822, graças às concessões liberais e desordenadas,
os latifúndios já haviam ocupado todas as regiões
economicamente importantes, nas imediações das cidades e
em pontos próximos dos escoadouros da produ- ção. Os
proprietários de grandes áreas não permitiam o
estabelecimento de lavradores nas áreas incultas senão
mediante vínculos de dependência. Quando o governo baixou
a Resolução nº 017, promulgada pelo Príncipe Regente D.
Pedro, a qual suspendeu a concessão de terras de sesmaria
até que nova lei regulasse o assunto, não havia mais terras a
distribuir. Estavam quase todas repartidas, exceto as
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gentio da terra, na confluência dos rios Mutuca e Coxipó, os
Portugal e fora transplantada para as terras portuguesas temíveis Coxiponé, que dominavam esta região, teve sua
ultramar, chegan- do ao Brasil o Sistema de Sesmaria foi expe- dição totalmente rechaçada pelas bordunas e flexas
uma prática comum em todas as possessões portuguesas, certeiras daquele povo guerreiro.
como podemos constatar no processo de orde- namento
jurídico na promoção da ocupação de terras no novo Enquanto a expedição de Moreira Cabral se restabelecia
mundo, dado pelos portugueses logo que decidiam ocupá- dos danos causados pela incursão Coxiponé, dedicaram-se
las e povoá-las. ao cultivo de plantações de subsistência, apenas visando o
suprimento imediato da bandeira. Foi nesta época que alguns
O Modelo foi radicado e posto em prática pela política dos seus companheiros, embrenhando-se Coxipó acima,
de ocupação portuguesa para suas colônias do além mar, encontraram em suas barrancas as primeiras amostras de
formando Colônias de Povoa- mento e Exploração; modelo ouro. Entusiasmados pela possibilidade de riqueza fácil,
este levado à exaustão por longos séculos de expropriação renegaram o objetivo principal da bandeira, sob os protestos
de propriedade de terceiros sem tomar conhecimento, quem imediatos de Cabral Leme, que, entretanto, aderiu aos
era ou quem poderia reclamar sua posse, montando um demais. Foi desta forma que estando a procura de
aparato de domi- nação e extermínio dos opositores, neste
caso os primitivos habitantes dessa região, os povos
silvícolas (erradamente chamados pelos “europeus
civilizados e cultos” de índios), que compunham diversas
nações e etnias.
A Várzea Grande, antes do Ato do governo Provincial de
José Vieira Couto Magalhães, era uma região explorada
como qualquer outra nesta busca por veio aurífero, ocupada
por aventureiro, alguns correndo do fisco real instalado na
Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. Consta infor-
mações não oficial, um processo de ocupação por Ato Real,
em que é concedido uma Sesmaria ao Índios Guanás,
habitantes da região e por serem mansos e estarem este
em atos comerciais com os bandeirantes paulistas e
moradores da Vila do Cuiabá. Inclusive é este a origem do
topônimo da localidade: Várzea Grande dos Índios
Guanás4, doada aos Guanás em 1832, por Ato do Governo
imperial. Quanto ao caminho obriga- tório para o oeste e sul
da província, a Várzea Grande era desde o inicio do
processo de ocupação dos primeiros aventureiros, que por
esta região se atreveram avançar, em terras pertencentes
ao Reino de Espanha por força do Tratado de Tordesilhas
de 1494, mas sim caminho de tropeiros e boia- deiros.
Esta doação de terras em sesmaria a silvícolas mansos
ou agressivos são bastante questionáveis, tendo em vista a
atividade que interessavam aos portugueses e paulistas no
inicio da marcha para o oeste, como fora denominada a
aventura dos bandeirantes nesta região, aprisionar indíge-
nas para o trabalho forçado em São Paulo, por representar
mão de obra mais barata e bem como investigar a
existência de metais preciosos, o que acabou ocorrendo e
mudou todo o interesse por estas terras. Porém o trabalho
forçado não seria agora para as lavouras de café paulista, e
sim as minas de ouro que precisavam de todo o esforço
para delas jorrar toda riqueza possível.
Os silvícolas e negros eram considerado uma forte mão
de obra e “não ser humano, sim mercadoria”, como
escravos podiam ser comercializados em mercados e,
portanto, propriedade de donatários de terras aqui ou em
qualquer região onde estivesse e fosse necessário mão de
obra de baixo custo, onde neste período da historia, a mão
de obra negra já estava muito dispendiosa para os
latifundiários.
O Povoamento
As origens históricas do povoamento de Mato Grosso
estão ligadas às descobertas de ricos veios auríferos, já no
começo do século 18. Em 1718, o bandeirante Antônio
Pires de Campos, que um ano antes esteve às margens do
Rio Coxipó, em local denominado São Gonçalo Velho, onde
combateu e aprisionou centenas de índios Coxiponés
(Bororo), encontrou- se com gente da Bandeira de Paschoal
Moreira Cabral Leme, informando- lhes sobre a
possibilidade de escravizarem índios à vontade.
Ao ser informado da fartura da (possível) prea, Paschoal
Moreira Ca- bral Leme seguiu Coxipó acima: o seu intento,
no entanto, não foi realizado, pois no confronto com o
História e Geografia do MT 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
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sendo a principal a Rua das Trepadei- ras (hoje Pedro
índios para escravizar Paschoal Moreira Cabral Leme Celestino). Muitos de seus habitantes migraram para a capital
encontrou ouro em quantidade inimaginada. da Capitania, atraídos pelos privilégios oferecidos aos que ali
Desta forma os paulistas bateram as estremas das regiões fos- sem morar. Este fator permitiu que Cuiabá ficasse quase
cuiabanas, onde o ouro se desvendava aos seus olhos. A estagnada por período de setenta anos.
descoberta do ouro levou os componentes da bandeira de Vila Bela da Santíssima Trindade - Antiga Capital
Cabral a se deslocarem para uma área onde tivessem
Por ordem de Portugal, a sede da Capitania foi fixada no
maior facilidade de ação. Surgiu Forquilha, a povoação Vale do Rio Guaporé, por motivos políticos e econômicos de
pioneira de to- do Mato Grosso, na confluência do Rio Coxipó fronteira. D. Antônio Rolim de Moura Tavares, Capitão General,
com o Ribeirão Mutuca, exatamente onde tempos havia foi nomeado pela Carta Régia de 25 de janeiro de 1749. Tomou
ocorrido terrível embate entre paulistas e índios da nação posse a 17 de janeiro de 1751. Rolim de Moura
Coxiponé.
Espalhou-se então a notícia da descoberta das Minas do
Cuyabá. Vale dizer que o adensamento de Forquilha foi
inevitável, o que preocupou a comunidade quanto à
manutenção da ordem e estabilidade do núcleo. Este fato
levou Paschoal Moreira Cabral, juntamente com alguns
bandeirantes, a lavrar uma ata e fundar o Arraial de Cuiabá,
em 08 de abril de 1719, de- vendo a partir de então, seguir
administrativamente os preceitos e determi- nações legais da
Coroa. Na verdade, a Ata de Criação de Cuiabá deixa nítida a
preocupação de Paschoal Moreira Cabral em notificar à Coroa
Portuguesa os seus direitos de posse sobre as novas lavras.
Em 1722, ocorreu a descoberta de um dos veios auríferos
mais impor- tantes da área, no local denominado Tanque do
Arnesto, por Miguel Sutil, que aportara em Cuiabá com o
intuito de dedicar-se à agricultura. Com a propagação de que
constituíam os veios mais fartos da área, a migração oriunda
de todas as partes da colônia tornou-se mais intensa, fato que
fez de Cuiabá, no período de 1722 a 1726, uma das mais
populosas cidades do Brasil, na época.
Primórdios Cuiabanos
Em 1722, por Provisão Régia, o Arraial de Cuiabá foi
elevado à catego- ria de distrito da Capitania de São Paulo. A
Coroa mandou que o governa- dor da Capitania de São
Paulo, Dom Rodrigo Cesar de Menezes instalasse a Villa, o
município, estrutura suprema local de governo. Dom Rodrigo
partiu de São Paulo a 06 de junho de 1726 e chegou a Cuiabá
a 15 de novembro do mesmo ano. A 1º de janeiro instalou a
Villa.
Há de se dizer, entretanto, que na administração do
governador Rodri- go Cesar de Menezes, que trouxe ao
Arraial mais de três mil pessoas, houveram transformações
radicais no sistema econômico-administrativo da Villa. A
medida mais drástica foi a elevação do imposto cobrado sobre
o ouro, gerando aumento no custo de vida, devido ao
crescimento populacio- nal, agravando a situação precária do
garimpo já decadente. Estes fatos, aliados à grande violência
que mesclou a sua administração, bem como a escassez das
minas de Cuiabá, tornaram-se fundamentais para a grande
evasão populacional para outras áreas.
A 29 de março de 1729, D. João V, criou o cargo de
Ouvidor em Cuia- bá. Apesar do Brasil já se desenvolver a
200 anos, Cuiabá ainda participou da estrutura antiga dos
municípios, em que o poder máximo era exercido pelo
legislativo, cabendo ao executivo um simples papel de
Procurador. O chefe nato do legislativo era a autoridade
suprema do Judiciário. Por isso o poder municipal era também
denominado de Ouvidoria de Cuiabá. Ainda não se usava
designar limite ou área ao município; apenas recebia atenção
formal a sede municipal, com perímetro urbano. O resto do
território se perdia num indefinido denominado Districto. Por
isso se costumava dizer “Cuyabá e seu Districto”. Naquele
tempo os garimpeiros corriam atrás das manchas, lugares que
rendiam muito ouro. Assim, em 1737, por ocasião das notícias
de muito ouro para as bandas do Guaporé, enorme contingen-
te optou pela migração. Se a situação da Vila de Cuiabá já
estava difícil, tornou-se pior com a criação da Capitania, em
09 de maio de 1748. Em 1751, a vila contava com seis ruas,
História e Geografia do MT 1 A Opção Certa Para a Sua Realização
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À Capitania de Mato Grosso faltava povo e recursos
era fidalgo português e primo do Rei, mais tarde foi titulado financeiros para manter a política de conquista.
Conde de Azambuja. A 19 de março de 1752, D. Rolim de Favorecimentos especiais foram prometidos para os que
Moura Tavares, fundou Villa Bela da Santíssima Trindade, morassem em Vila Bela, visando o aumento da povoação.
às margens do Rio Guaporé, que se tornou capital da Como o Rio Paraguai era vedado à navegação até o Oceano
Capitania de Mato Grosso. Atlântico, os governadores da Capitania agilizaram o domínio
Vários povoados haviam se formado na porção oestina, dos caminhos para o leste e a navegação para o norte, pelos
desde 1726 até a criação da Capitania, a exemplo de rios Madeira, Arinos e Tapajós.
Santana, São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Ocorreram avanços de ambas as partes, Portugal e
Pilar.Esses povoados, além de constituírem os primeiros Espanha, para ter- ritório de domínio oposto. Antes da criação
vestígios da ocupação da porção ocidental da Capitania, da Capitania de Mato Grosso, os missionários jesuítas
tornaram-se o embrião para o surgimento de Vila Bela, espanhóis ocuparam a margem direita do Rio Guaporé, como
edificada na localidade denomina- da Pouso Alegre. O medida preventiva de defesa. Para desalojar os missioná-
crescimento de Vila Bela foi gradativo e teve como maior rios, Rolim de Moura não duvidou em empregar recursos
fator de sua composição étnica, os negros oriundos da bélicos.
África para trabalho escravo, além dos migrantes de
diversas áreas da Colônia.
O período áureo de Vila Bela ocorreu durante o espaço
de tempo em que esteve como sede política e
administrativa da Capitania, até 1820. A partir daí, começou
a haver descentralização política, e Vila Bela divide com
Cuiabá a administração Provincial. No tempo do Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no início do século
XIX, Cuiabá atraía para si a sede da Capitania. Vila Bela
recebia o título de cidade sob a denominação de Matto
Grosso. A medida tardou a se concretizar, dando até
ocasião de se propor a mudança da capital para Alto
Paraguay Diamantino (atualmente município de
Diamantino). A Lei nº. 09, de 28 de agosto de 1835,
encerrou definitivamente a questão da capital, sediando-a
em Cuiabá. Tratou-se de processo irreversível a perda da
capital em Vila Bela, quando esta “vila” declinava após o
governo de Luíz de Albuquerque.
A cidade de Matto Grosso, a nova denominação, passou
às ruínas, e era considerada como qualquer outro município
fronteiriço. Hoje em dia a cidade passou a ser vista de outra
maneira, principalmente pelo redesco- brimento de sua
riqueza étnico-cultural. A Lei Federal nº. 5.449, de 04 de
julho de 1968 tornou Mato Grosso município de Segurança
Nacional. Em 29 de novembro de 1978, a Lei nº. 4.014,
alterava a denominação de Mato Grosso para Vila Bela da
Santíssima Trindade, voltando ao nome original.
A Capitania
No período de Capitania, Portugal se empenhou na
defesa do território conquistado. A preocupação com a
fronteira, a extensa linha que ia do Paraguai ao Acre,
continha um aspecto estratégico: ocupar o máximo de
território possível na margem esquerda do Rio Guaporé e
na direita do Rio Paraguai. O rio e as estradas eram
questões de importância fundamental, pois apenas se podia
contar com animais e barcos.

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desenvolvimentista. Neste particular não podem ser esquecidas
No governo do Capitão General João Carlos Augusto as áreas hoje constituídas pelos municípios de Barra do Gar-
D’Oeynhausen, Dom João VI instituiu o Reino Unido de ças, Rosário Oeste, Nossa Senhora do Livramento e Santo
Portugal, Brasil e Algarves, a 16 de dezembro de 1815. A Antônio de Leverger.
proximidade do governo supremo situado no Rio de Janeiro
favoreceu a solução mais rápida das questões de governo. A Os primeiros sinais de povoamento na região onde hoje se
independência de comércio trouxe novos alentos à vida mato- localiza o município de Barra do Garças, e consequentemente
grossense. da margem esquerda do Rio Araguaia, foi o Arraial dos Araés,
mais tarde denominado Santo Antônio do Amarante, por volta
Com a aproximação do fim da Capitania, Cuiabá assumiu de 1752.
aos poucos a liderança política. Vila Bela da Santíssima
Trindade funcionou eficazmente como centro político da Na área do atual município de Nossa Senhora do
defesa da fronteira. Não podia ostentar o brilho comercial de Livramento, a mine- ração aurífera se constituiu na célula mater
Cuiabá e Diamantino. O último governador da Capitania, de sua ocupação. Adversamen- te à ocupação de grande
Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho já governou porção da Capitania de Mato Grosso, a das áreas onde
todo o tempo em Cuiabá. atualmente se localizam os municípios de Santo Antônio de
Leverger
Em Mato Grosso, precisamente nos anos de maturação
da Indepen- dência, acirraram-se as lutas pelo poder supremo
da Capitania. A nobreza, o clero e o povo depuseram o último
governador Magessi. Em seu lugar se elegeu uma Junta
Governativa. Enquanto uma Junta se elegia em Cuiabá, outra
se elegeu em Mato Grosso, topônimo que passou a ser
conhecida Vila Bela da Santíssima Trindade, a partir de 17 de
setembro de 1818. Sob o regime de Juntas Governativas
entrou Mato Grosso no período do Brasil Independente,
tornando-se Província.
Povoamento Setecentista
Nessa trajetória de ocupação e povoamento da Capitania
de Mato Grosso, iniciada no governo de Rolim de Moura,
outros povoados surgiram, a exemplo de Santana da
Chapada, que, inicialmente se constituiu em ma grande
reserva indígena, devido à determinação do governo em
congregar naquela porção da Capitania, tribos indígenas
diversas, com o objetivo de minimizar os constantes choques
com as comunidades. Esse Parque Indígena, cuja formação
remonta a 1751, teve a sua administração entre- gue a um
padre jesuíta, que através de um trabalho de aculturação,
conse- guiu colocá-los em contato com a população
garimpeira das proximidades.
O período de 1772 a 1789 foi decisivo para a Capitania de
Mato Gros- so e consequentemente para o País, haja vista ter
acontecido nessa época o alargamento da fronteira ocidental
do Estado, estendendo-se desde o Vale do Rio Guaporé até
as margens do Rio Paraguai. Para efetivação da política de
expansão e povoamento e, principalmente para assegurar a
posse da porção ocidental da Capitania, por inúmeras vezes
molestadas pelos espanhóis, foram criados nesse período,
alguns fortes e povoados.
Em 1755, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e
Cáceres, determinou a fundação do Forte de Coimbra, sito à
margem direita do Rio Paraguai. Um ano após foi a vez do
Forte Príncipe da Beira, instalado à margem direita do Rio
Guaporé, hoje Estado de Rondônia.
Em 1778, através de sua política expansionista, Luís de
Albuquerque fundou o povoado de Nossa Senhora da
Conceição de Albuquerque, atu- almente município de
Corumbá. Três anos após foi a vez da fundação de Vila Maria
do
Paraguai, hoje Cáceres. Ainda em 1781 foi fundada a
povoação de São Pedro Del Rey, atualmente o município de
Poconé. Além do que fundou os registros do Jauru (região
oeste) e Ínsua (região leste) no Rio Araguaia. Em 1783, Melo
e Cáceres determinou a fundação do povoado de Casalvasco
e ainda ocupou a margem esquerda do Rio Guaporé, de
domínio espanhol, fundando o povoado de Viseu.
...e seus Desdobramentos
Antes da abordagem do povoamento no século XIX,
referenciamos a ocupação de povoados que se revestiram de
grande importância no quadro geral da expansão
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Fundações de Cuiabá: o arraial, a vila
e Barão de Melgaço não se fez embasada na mineração,
mas sim na fertilidade das terras, denotada pela O centro histórico da atual cidade de Cuiabá tem quase
exuberância das matas que margea- vam toda a vasta orla três séculos. Hoje é difícil perceber essa configuração urbana
ribeirinha, no baixo Cuiabá. O início do povoamento secular. Mas as avenidas largas que percorremos, olhar em
remonta aos primeiros anos do século XVIII, e seus movimento pegando nesgas da paisa- gem, foram
primeiros habitantes constituiram-se não só de pessoas "caminhos", ruas, becos.
desgarradas das bandeiras que aporta- vam em Cuiabá,
Este desenho de cidade começou por volta de 1722, em
mas também daquelas que buscavam fugir da penúria que
meio à inva- são de terras indígenas milenares. Hoje,
por longo tempo reinou no povoado.
permanece o nome indígena: Cuiabá. A presença de
Em 1825, a população da região de Diamantino era de sociedades ameríndias aqui, com grandes aldeias populosas,
cerca de 6.077 pessoas, das quais 3.550 escravos. Cuiabá não existe mais em nossas memórias. Podemos cultivar lem-
era o principal centro comercial de borracha, e além da branças de longínquos ancestrais "bugres", ou assumir
Casa Almeida, trabalhavam neste ramo as empre- sas, atitudes públicas de respeito para com atuais lideranças
Casa Orlando, fundada em 1873, Alexandre Addor, fundada ameríndias, - mas nem vislumbramos na cidade em que
em 1865 e com sede na Rua Conde D’Eu (hoje Avenida 15 vivemos as formas de espacialização anteriores à que
de novembro), ainda as empresas Firmo & Ponce, conhecemos.
Figueiredo Oliveira, Lucas Borges & Cia., Fer- nando Leite
e Filhos, João Celestino Cardoso, Eduardo A. de Campos,
Francisco Lucas de Barros, Arthur de Campos Borges, Dr.
João Carlos Pereira Leite e outros. Foi a época do
esplendor da borracha, com Diaman- tino sendo o grande
centro produtor e Cuiabá convergindo a comercializa- ção.
A Fundação de Cuiabá

De acordo com A. de Taunay, o fundador de Cuiabá,


Pascoal Moreira Cabral nasceu em 1655. Filho de: Pascoal
Moreira Cabral e Dª Mariana Leme. Casado com a
paraibana Isabel de Siqueira Côrtes.
Ao Pascoal Moreira Cabral, todavia, reservou-se o
direito, o privilégio de iniciar a nova era da região, de que
surgiu Mato Grosso. Fonte: História de Mato Grosso –
Virgílio Corrêa Filho.
Pascoal Moreira Cabral perdera o cargo de Guarda Mor.
Inconformado efetuou petição ao Rei de Portugal em 15 de
julho de 1722 e expressou o seu descontentamento com os
seguintes dizeres: “ Seis anos nesses sertões, ocupado no
real serviço de Vossa Majestade, trazendo em minha
companhia 56 homens brancos, fora escravos e servos,
sustentando-os a minha custa. Perdera um filho e 15
homens brancos e alguns negros nas lutas contra o gentio
e achava-se destituído de cabedais e com família de mulher
e duas filhas e um filho e rematava: “peço a Vossa
Majestade ponha os olhos neste leal vassalo como fora
servido” (Virgílio Corrêa Filho)
A primeira iniciativa de organização política em Mato
Grosso foi regis- trada: “recomendava o governador
(Rodrigo César) que se elegessem 12 deputados
distribuídos pelos bairros, com um escrivão e meirinho,
quando ocorresse alguma dúvida, deviam reunir-se, com o
Guarda Mor, para cons- tituírem um como Senado para
interpretação cabal das rigorosas instruções baixadas pelo
desabusado Capital General. (Barbosa de Sá)
José Barbosa de Sá, é considerado o maior cronista de
Mato Grosso. Em 08 de abril de 1719, no mesmo dia da
lavratura da Ata de Funda-
ção de Cuiabá, o povo elegeu em voz alta o Capitão Mor
Pascoal Moreira
Cabral.
Os primeiros quintos de ouro, destinados a Coroa
Portuguesa saíram de Cuiabá em 1723.
O surgimento de “Forquilha”. “E agremiaram-se na
“Forquilha” à pe- quena distância da paliçada donde foram
rechaçados, por ocasião da primeira malograda investida.
Ergueram igreja, consagrada a Nossa Senho- ra da Penha
de França, como prova da sua deliberação de fixar-se pelos
arredores” (Virgílio Corrêa Filho)
http://culturacuiaba.wordpress.com/
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O próprio lugar onde teve início o arraial do Bom Jesus em nome de el rei deu o nome de Vila Real do Bom Jesus, e
era "uma gran- de aldeia". Era "coberto de mato", com declarou que sejam as armas de que usasse, um escudo
"grandiosos arvoredos" e envolto pela vastidão "campestre", dentro com o campo verde e um morro ou monte no meio,
que chamamos cerrado. Os "grandiosos arvore- dos" todo salpicado com folhetas e granetes de ouro, e por timbre
margeavam o sinuoso córrego depois chamado "Prainha" (o em cima do escudo uma fênix; e nomeou para levantar o
Ikuebo dos Bororo, córrego das estrelas). E se esgalhavam pelourinho ao capitão mor regente Fernando Dias Falcão, e
pelos afluentes. Ao longe, a norte e leste, os "morros" ou todos os so- breditos com o dito Dr. ouvidor, nobreza e povo
"serranias dos Chipone" - a chapada hoje "dos Guimarães". A foram à praça desta vila, aonde o dito Fernando Dias Falcão
sudeste, o morro de Santo Antônio. levantou o pelourinho, do que para constar a todo o tempo fiz
este.
A margem esquerda do córrego erguia-se em escarpas. A
direita subia mais suave, em "colinas". Nesta foi edificado À época da fundação, o ambiente do arraial foi descrito
arraial, erguido em 1727 à categoria de vila, com o nome de nos seguintes termos: Corre toda a povoação do sul para o
Vila Real do Bom Jesus do Cuiabá. A formação do arraial e norte, com planície que faz queda para um riacho que seca
da vila destruiu a mata, assoreou os córregos. no verão: a leste fica um morro vizinho e a oeste uma
chapada em que se tem feito parte das casas do arraial e se
podem fazer muitas mais. (...) Junto deste arraial e a sudoeste
dele está um morro, em que a devoção de alguns devotos
colocou a milagrosa imagem de Nossa Senhora do Bom
Despacho: daqui se descobre todo o arraial, e faz uma alegre
vista pelo aprazível dos arvoredos, morros e casas que dele
se descobrem. (...) no princípio da povoação e defronte da
Igreja Matriz (...).
que Deus guarde, a criá-la de novo, o Exmº. Sr. Rodrigo César
de Meneses, governador e capitão general desta capitania, e
que o acom- panhasse para o necessário o Dr. Antonio Álvares
Lanhas Peixoto, ouvidor geral da comarca de Paranaguá,
sendo por ele feitas as justiças, juizes ordinários Rodrigo
Bicudo Chacim, o tesoureiro coronel João de Queirós, e
vereadores Marcos Soares de Faria, Francisco Xavier de
Matos, João de Oliveira Garcia, e procurador do conselho
Paulo de Anhaia Leme, servindo de escrivão da câmara Luiz
Teixeira de Almeida, almotacés o brigadeiro Antonio de
Almeida Lara, e o capitão mor Antonio José de Melo, levando o
estandarte da vila Matias Soares de Faria, foi mandado pelo
A configuração do espaço do arraial e da vila começou dito senhor governador e capitão general que com o dito Dr.
com a constru- ção de igreja dedicada ao Bom Jesus, em fins ouvidor, todos juntos com a nobreza e povo, fossem à praça
de 1722, pelo paulista Jacin- to Barbosa Lopes. Este Jacinto levantar o pelourinho desta vila, a que
construíra a igreja-matriz da vila do Carmo (hoje cidade de
Mariana), nas Gerais, com a frente voltada para o ribeirão do
Carmo, entre dois afluentes dele. Aqui, ergueu igreja também
voltada para um córrego, o Prainha, entre dois afluentes (um,
na atual Voluntários da Pátria, outro na atual Generoso
Ponce).
Em 1723 o governador da capitania de São Paulo assinou
regimento para normatizar o espaço do arraial: (...) se faça
uma povoação grande na melhor parte que houver (...), aonde
haja água e lenha (...); e o melhor meio de se adiantar na dita
povoação o número de Moradores é estes fazerem suas
casas; fará fazer o (...) Regente as suas, como também os
principais Paulistas, porque à sua imitação se irão seguindo
os mais(...). E como (...) nas ditas Minas há telha e barro
capaz para ela, deve animar e persuadir aos mineiros e mais
pessoas que fizerem as suas casas, as façam logo de telha,
porque além de serem mais graves, são também mais limpas
e têm melhor duração(...).
No mesmo ano o governador recebeu ordem do rei,
mandando criar vi- la no Cuiabá. A expressão "criar vila"
significava, na época, constituir go- vernança local, formada
por "homens bons" ou "de bens", eleitos trienal- mente. A
instituição dessa governança era a câmara ou senado da
câmara, que concentrava os poderes legislativo, executivo e
judiciário.
Ainda nesse ano de 1723 foi criada a freguesia do Cuiabá,
com sede no arraial e a igreja do Bom Jesus foi alçada à
categoria de igreja matriz.
Mas foi só a 1º de janeiro de 1727 que o governador
executou a ordem régia de fundar vila no Cuiabá: Ao primeiro
dia do mês de janeiro de 1727, nesta Vila Real do Senhor
Bom Jesus do Cuiabá, sendo mandado por Sua Majestade,

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As imagens, 'do sul para o norte', eram as de quem
vinha do porto no rio Cuiabá para o centro do arraial. Mas o
olhar descritivo alça-se para o conjunto: "toda a povoação".
O "riacho que seca no verão" era o prainha, hoje esgoto
sob a Tenen- te-Coronel Duarte.
O "morro vizinho" a leste, o que resta dele tem o nome
recente de "Morro da Luz".
A "chapada" de oeste era onde hoje está o centro histórico.
O "morro" de sudoeste é o atual "Morro do Seminário",
com igreja construída neste século. A igreja setecentista foi
demolida. Notável a "Igreja Matriz" como princípio da
povoação.
Fundada a vila, três dias depois a primeira vereança da
câmara come- çou a registrar suas formas de controle do
espaço urbano: (...) nenhuma pessoa (...) fará casa sem
pedir licença à Câmara, que lhe dará mandando primeiro o
Arruador, que deve haver de marcar lugar para as edificar
em rua direita e continuada das que estão principiadas, em
forma que todas vão direitas por corda, não consentindo os
Oficiais da Câmara se façam daqui por diante casas
separadas e desviadas para os matos como se acham
algumas, porque além de fazerem a vila disforme, ficam
nelas os moradores mais expostos a insultos (...).
Tinha início assim a consolidação do ambiente urbano
colonial que é hoje o centro histórico desta cidade,
patrimônio histórico nacional. CAR- LOS ROSA é professor
do Departamento de História da UFMT e Doutor em História
Social, pela USP
O Primeiro Império

Em 25 de março de 1824, entrou em vigor a Constituição


do Império do Brasil. As Capitanias passaram à
denominação de Províncias, sendo os presidentes
nomeados pelo Imperador. Mas o Governo Provisório
Constitu- cional regeu Mato Grosso até 1825. A 10 de
setembro de 1825, José Sa- turnino da Costa Pereira
assumiu o governo, em Cuiabá, como primeiro

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para cumprir pena no Forte Príncipe da Beira. Fora o chefe da
governador da Província de Mato Grosso, após a gestão do famosa Sabinada, pretendendo implantar uma República no
Governo Provi- sório Constitucional. No governo de Costa Brasil. Neste mesmo ano de 1844, o francês Francis Castelnau
Pereira passou por Mato Grosso a célebre expedição russa, visitou Mato Grosso em viagem de estudos. Tornou-se célebre
chefiada pelo Barão de Langsdorff, quando se registrou fatos pelos legados naturalistas.
e imagens da época.
O cel. João José da Costa Pimentel foi nomeado para a
Também Costa Pereira, por arranjos de negociação, presidência da Província a 11 de junho de 1849. Augusto
paralisou o avan- ço de 600 soldados chiquiteanos contra a Leverger, nomeado a 07 de outubro de 1850, assumiu o
região do Rio Guaporé, em fins de 1825. Costa Pereira criou o governo Provincial a 11 de fevereiro de 1851. Exerceu a
Arsenal da Marinha no porto de Cuiabá e o Jardim Botânico presidência cinco vezes. Além de providências notáveis no
da cidade, entregando-o à direção do paulista Antônio Luís
Patrício da Silva Manso. No governo do presidente Antônio
Corrêa da Costa, ocorreu a criação do município de Poconé,
por Decreto Regencial de 25 de outubro de 1831, o quarto de
Mato Grosso e o primeiro no período Provincial - “Villa do
Poconé”.
A 28 de maio de 1834, o também tenente coronel João
Poupino Cal- das, assume a presidência da Província. Em seu
governo eclodiu a Rusga, revolta nativista que transformou a
pacata comunidade cuiabana em feras à cata de portugueses,
a quem chamavam bicudos. Em Cuiabá a “Sociedade dos
Zelosos da Independência” organizou a baderna, visando a
invasão das casas e comércios de portugueses.
Antônio Pedro de Alencastro assume o governo da
Província a 29 de setembro de 1834 e promove processo
contra os criminosos da sedição mato-grossense. Poupino,
em troca da confiança do Presidente da Provín- cia, programa
o enfraquecimento dos amotinados pela dissolução da Guar-
da Municipal e reorganização da Guarda Nacional. A
Assembleia Provincial, pela Lei nº. 19 transfere a Capital da
Província de Mato Grosso da cidade de Matto Grosso (Vila
Bela) para a de Cuiabá.
A 14 de agosto de 1839 circulou pela primeira vez um
jornal em Cuiabá
- Themis Mato-Grossense. A primeira tipografia foi adquirida
por subscrição pública organizada pelo Presidente da
Província José Antônio Pimenta Bueno, que era ferrenho
defensor dos direitos provinciais. A educação contou com seu
irrestrito apoio, sob sua direção, foi promulgado o Regula-
mento da Instrução Primária, através da Lei nº. 08, de 05 de
março de 1837. Esse regulamento, disciplinador da matéria,
estabelecia a criação de escolas em todas as povoações da
Província e o preenchimento dos car- gos de professor
mediante concurso. Multava os pais que não mandassem
seus filhos ás escolas, o que fez com que o ensino fosse
obrigatório. Pi- menta Bueno passou seu cargo ao cônego
José da Silva Guimarães, seu vice.
O Segundo Império

O primeiro presidente da Província de Mato Grosso,


nomeado por Dom Pedro II, foi o cuiabano cônego José da
Silva Magalhães, que assumiu a 28 de outubro de 1840. Em
1844, chega a Cuiabá o médico Dr. Sabino da Rocha Vieira
História e Geografia do MT 10 A Opção Certa Para a Sua Realização
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de guerra e endividados. Mais a frente destacou-se o domínio
tempo da Guerra do Paraguai, notabilizou-se pela pena de sobre os negros, e com a descoberta da América,
historiador de Mato Grosso. aproximadamen- te 14 milhões de africanos foram
Importante Tratado abriu as portas do comércio de Mato transportados para este continente, dos quais 3.700.000
Grosso para o progresso: o de 06 de abril de 1856. Graças trazidos para a colônia brasileira.
à habilidade diplomática do Conselheiro Paranhos, Brasil e Em Mato Grosso houve escravidão de índios e negros,
Paraguai celebraram o Tratado da Amizade, Navegação e predominante- mente, de africanos. Os indígenas foram
Comércio. usados minimamente nas minas cuiabanas (Forquilha, Lavras
O primeiro vapor a sulcar as águas da Província de do Sutil . . .) e principalmente eram levados para São Paulo,
Mato Grosso foi o Water Witch, da marinha dos Estados onde eram vendidos como escravos. Os escravos negros que
Unidos, sob o comando do Comodo- ro Thomaz Jefferson chegaram inicialmente à nossa região foram trazidos pelos
Page, em 1853, incumbido pelo seu governo da exploração bandeiran- tes paulistas em suas expedições de
da navegação dos afluentes do Prata. Em 1859, ao tomar reconhecimento e procura de índios, ouro e prata no início do
posse o presidente Antônio Pedro de Alencastro (o 2º século XVIII.
Alencastro), chegou a Mato Grosso o Ajudante de Ordens, Com a gigantesca descoberta de ouro por aqui (estima-se
o capitão Manoel Deodoro da Fonseca, o futuro em 150 to- neladas) Cuiabá tornou-se na década de 1720, o
proclamador da República. maior núcleo populacional do Brasil (chegou a ter mais
No ano de 1862, o célebre pintor Bartolomé Bossi, população que Salvador, capital do Brasil à
italiano, visitou a Província de Mato Grosso, deixando um
livro de memórias. Imortalizou em tela acontecimentos da
época. Sobressai na História de Mato Grosso o episódio da
Guerra do Paraguai. Solano Lopes aprisionou a 12 de
novem- bro de 1864 o navio brasileiro Marquês de Olinda,
que havia acabado de deixar o porto de Assunção,
conduzindo o presidente eleito da Província de Mato
Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Começara ali a
Guerra do Paraguai, de funestas lembranças para Mato
Grosso. Os mato-grossenses foram quase dizimados pela
varíola. Um efeito cascata se produziu atingin- do
povoações distantes. Metade dos moradores de Cuiabá
pereceu. No entanto, o povo de Mato Grosso sente-se
orgulhoso dos feitos da Guerra do Paraguai onde lutaram
em minoria de gente e de material bélico, mas tomando por
aliado o conhecimento da natureza e sempre produzindo
elementos surpresa. Ruas e praças imortalizaram nomes e
datas dos feitos dessa guerra.
A notícia do fim da Guerra do Paraguai chegou a Cuiabá
no dia 23 de março de 1870, com informações oficiais. O
vapor Corumbá chegou em- bandeirado ao porto de
Cuiabá, às cinco da tarde, dando salvas de tiros de canhão.
Movimento notável ocorrido nesse período do Segundo
Império foi o da abolição da escravatura. O símbolo do
movimento aconteceu a 23 de março de 1872: O presidente
da Província, Dr. Francisco José Cardoso Júnior, libertou 62
escravos, ao comemorar o aniversário da Constituição do
Império. Em dezembro do mesmo ano, foi fundada a
“Sociedade Emanci- padora Mato-Grossense”, sendo
presidente o Barão de Aguapeí.
A 12 de agosto de 1888, nasceu o Partido Republicano.
Nomeiam-se líderes; José da Silva Rondon, José Barnabé
de Mesquita,
Vital de Araújo, Henrique José Vieira Filho, Guilherme
Ferreira Garcêz, Frutuoso Paes de Campos, Manoel
Figueiredo Ferreira Mendes. A notícia da Proclamação da
República tomou os cuiabanos de surpresa a 09 de
dezembro de 1889, trazida pelo comandante do Paquetinho
Coxipó, pois vinte e um dias antes, a 18 de novembro
felicitaram Dom Pedro II por ter saído ileso do atentado de
15 de junho. A 02 de setembro a Assembleia Provincial
aprovara unânime a moção congratulatória pelo aniversário
do Imperador. Ao findar o Império, a Província de Mato
Grosso abrigava
80.000 habitantes.
A escravidão em Mato Grosso
Wilson Santos
A escravidão foi praticada desde os primórdios da
humanidade por di- versos povos, nas mais distintas
regiões do mundo. Os primeiros escravos foram prisioneiros

História e Geografia do MT 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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em atividades urbanas.
época) e atraiu gente de todos os cantos da colônia e até de
Portugal. Para atender essa enorme demanda por mão de Embora o índio fosse usado constantemente como mão-de-
obra, optou-se pela vinda de escravos negros para Mato obra, prin- cipalmente como descobridores das lavras, a partir
Grosso. da colonização mais efetiva da região a escravidão negra se
Os escravos africanos que chegaram a Mato Grosso tornou abundante.
vinham principal- mente de Angola e Guiné e entravam no
Brasil através do Rio de Janeiro, Bahia e Pará. Como já observamos, os escravos estavam presentes em
outras ati- vidades como, por exemplo, nos engenhos. A maioria
Os negros eram vendidos em Mato Grosso pelas dos trabalhos desen- volvidos dentro da propriedade era
‘monções‘, que eram expedições fluviais comerciais, e a partir realizada por escravos; os cativos trabalhavam tanto nos
de 1755, a Cia. de Comércio do Grão-Pará e Maranhão canaviais como nos engenhos de açúcar e também eram
monopolizou esse comércio. Os negros trabalharam em responsáveis pela produção de gêneros de abastecimento
quase todas as áreas, como na mineração, nos engenhos, interno ou
nas lavou- ras, no comércio, nas residências, na condução de
tropas, na pecuária, no transporte de água e lixo etc.
As marcas do tratamento dado aos negros eram a
discriminação total e a violência física, que culminava, muitas
vezes, em morte dos escravos. Muitos negros reagiram de
diferentes formas, desde o suicídio até o assas- sinato dos
seus ‘senhores‘, mas a forma mais comum era a criação dos
‘Quilombos‘, que eram refúgios distantes, seguros, onde se
reencontravam com seus irmãos de sofrimento para seguir
uma nova vida.
Em Mato Grosso existiram muitos ‘Quilombos‘, em
especial nas regiões de Cuiabá, Chapada, Cáceres,
Diamantino e Vila Bela. O mais importante foi o ‘Quilombo do
Piolho ou do Quariterê‘, localizado no Guaporé e criado pelo
escravo José Piolho, por volta de 1760.
Com a morte de José Piolho, aconteceu algo inédito e
impressionante: uma mulher assumiu o comando do
‘Quilombo do Piolho - Quariterê‘, a primeira na história do
Brasil. Teresa de Benguela, a nova Rainha do ‘Qui- lombo‘,
governou distribuindo tarefas entre homens e mulheres e foi
auxili- ada por um Conselho, que se reunia frequentemente.
Entre 1770/1771, o Quilombo foi localizado por forças
policiais financi- adas pela Câmara municipal de Vila Bela e
fazendeiros e foi completamen- te destruído, sendo
aprisionadas aproximadamente 110 pessoas, dentre elas, a
Rainha Teresa de Benguela, que acabou morrendo. A causa
da morte da Rainha é uma incógnita para os pesquisadores,
que sugerem de suicídio, passando por depressão e até
assassinato.
A Rainha Teresa e seu Quilombo foram homenageados
pelo carnava- lesco Joãozinho Trinta, na Marquês de Sapucaí
, Rio de Janeiro, em 1994, pela escola de samba Viradouro.
Assim como no Brasil, os negros e os índios deram
enormes contribui- ções para formação da gente mato-
grossense.
O trabalho escravo em Mato Grosso

O trabalho escravo foi duplamente lucrativo na


economercantilista bra- sileira: no nível da circulação da
mercadoria humana, permitiu a acumula- ção de riqueza por
parte da burguesia traficante e, no nível da produção, ao ser
vendido como mercadoria, o africano trazia lucros enormes
para o comerciante. Ao trabalhar, o escravo sustentava a
classe dominante colo- nial e, em parte, as classes
dominantes metropolitanas interessadas no pacto colonial.

No Brasil, o trabalho escravo esteve presente em várias


atividades, do século XVIII até o final do século XIX.

Em Mato Grosso, no século XVIII, com a descoberta das


minas de ou- ro, o trabalho escravo foi amplamente utilizado
nas atividades de extração. Posteriormente (fins do século
XVIII e século XIX), o escravo africano passou a realizar
outros tipos de tarefas junto às plantações e beneficia- mento
da cana-de-açúcar, nas atividades agrícolas em geral e até

História e Geografia do MT 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
estabelecia que a Espanha abriria mão do controle sobre os
o que o engenho comercializava; contudo, outros engenhos Sete Povos das Missões. Além disso, a região de Sacramento
tinham uma mão-de-obra qualificada, como pedreiros, seria definitivamente desocupada pelos lusitanos. Com isso, o
carpinteiros, ferreiros etc. projeto inicialmente proposto pelo Tratado de Madri foi
retomado. Mundoeducação
A expansão territorial e os tratados de limites
A crise da mineração
Conforme sabemos, a atual configuração do território
brasileiro é bem diferente daquela que foi originalmente Rainer Gonçalves Sousa
estipulada pelo Tratado de Tordesi- lhas, em 1494. A No século XVIII, o advento da mineração no Brasil
explicação para a ampliação de nossos territórios está possibilitou o de- senvolvimento de centros urbanos, a
atrelada a uma série de acontecimentos de ordem política, articulação do mercado interno e a própria recuperação
econômica e social que, com passar do tempo, não mais econômica portuguesa. Sendo um recurso não reno- vável, a
poderiam ser suportadas pelo acordo assinado entre riqueza conseguida com a extração do ouro começou a se
Portugal e Espanha no final do século XV. escas- sear no fim desse mesmo século. Para entender tal
Um primeiro evento que permitiu a expansão foi a União fenômeno, é preciso
Ibérica, que entre 1580 e 1640 colocou as possessões
lusas e hispânicas sob controle de um mesmo governo.
Nesse momento, a necessidade de se respeitar fronteiras
acabou sendo praticamente invalidada. Contudo, não
podemos pensar que o surgimento de novos focos de
colonização se deu somente após esse novo contexto.
Desde muito tempo, personagens do ambiente colonial
extrapolaram a Linha do Tratado de Tordesilhas. Os
bandeirantes saíram da região paulis- ta em busca de
índios, drogas do sertão e pedras preciosas para atender
suas demandas econômicas. Ao mesmo tempo, cumprindo
seu ideal religi- oso, padres integrantes da Ordem de Jesus
vagaram pelo território forman- do reduções onde
disseminavam o cristianismo entre as populações indí-
genas.
Por outro lado, a criação de gado também foi de
fundamental importân- cia na conquista desses novos
territórios. O interesse dos senhores de engenho e da
metrópole em não ocupar as terras litorâneas com a
pecuária possibilitou que outras regiões fossem alvo dessa
crescente atividade econômica. Paralelamente, o próprio
desenvolvimento da economia mine- radora também fundou
áreas de domínio português para fora das fronteiras
originais.
Para que esses fenômenos espontâneos fossem
reconhecidos, autori- dades portuguesas e espanholas se
reuniram para criar novos acordos fronteiriços. O primeiro
foi firmado pelo Tratado de Utrecht, em 1713. Se- gundo
este documento, os espanhóis reconheciam o domínio
português na colônia de Sacramento. Insatisfeitos com a
medida, os colonos de Buenos Aires fundaram a cidade de
Montevidéu. Logo em seguida, os lusitanos criaram o Forte
do Rio Grande, para garantir suas posses ao sul.
O Tratado de Madri, de 1750, seria criado para
oficialmente anular os ditames propostos pelo Tratado de
Tordesilhas. Segundo esse documento, o reconhecimento
das fronteiras passaria a adotar o princípio de utis possi-
detis. Isso significava que quem ocupasse primeiro uma
região teria seu direito de posse. Dessa forma, Portugal
garantiu o controle das regiões da Amazônia e do Mato
Grosso. Contudo, os lusitanos abriram mão da colônia de
Sacramento pela região dos Sete Povos das Missões.
A medida incomodou os jesuítas e índios que habitavam
a região de Sete Povos. Entre 1753 e 1756, estes se
voltaram contra a dominação portuguesa em uma série de
conflitos que marcaram as chamadas “guerras
guaraníticas”. Com isso, o Tratado de Madri foi anulado em
1761. Em 1777, o Tratado de Santo Idelfonso estabelecia
que a Espanha ficasse com as colônias de Sacramento e
os Sete Povos. Em contrapartida, Portugal conquistou a ilha
de Santa Catarina e boa parte do Rio Grande do Sul.
Somente em 1801, a assinatura do Tratado de Badajós
deu fim aos conflitos e disputas envolvendo as nações
ibéricas. De acordo com seu texto, o novo acordo
História e Geografia do MT 13 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sua ambição era tornar o Paraguai uma potência platina, capaz
buscar os vários fatores que explicam a curta duração que a de competir com a Argentina e o Brasil pela pree- minência na
atividade mineradora teve em terras brasileiras. América do Sul. Atribuía o confinamento de seu país, em parte,
Primeiramente, devemos salientar que o ouro encontrado às maquinações diplomáticas entre o Brasil e os argentinos, que
nas regiões mineradoras era, geralmente, de aluvião, ou seja, dificultavam ao Paraguai a navegação fluvial e o exercício de
depositado ao longo de séculos nas margens e leitos dos rios. um relevante comércio internacional. Em seu avanço para
O ouro de aluvião era obtido através de fragmentos que se oeste, o Brasil poria em risco a nação paraguaia, e a
desprendiam de rochas matrizes. Entre os séculos XVII e consolidação das províncias argentinas criaria um poderoso
XVIII era inexistente qualquer recurso tecnológico que rival na fronteira sul do país. López alimentava o plano de uma
pudesse buscar o ouro diretamente dessas rochas mais confederação das populações hispânicas do interior. Reunindo
profundas. Com isso, a capacidade de produção das jazidas o Paraguai, as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes,
era bastante limitada. o Uruguai e talvez a parte meridional do Rio Grande do Sul,
teria condições de fazer frente tanto ao Brasil quanto à
Como se não bastassem tais limitações, alguns relatos da Argentina.
época indi- cam que o próprio processo de exploração do
ouro disponível era desprovi- do de qualquer aprimoramento
ou cuidado maior. Quando retiravam ouro da encosta das
montanhas, vários mineradores depositavam esse material
em outras regiões que ainda não haviam sido exploradas.
Dessa forma, a falta de preparo técnico também foi um
elemento preponderante para o rápido esgotamento das
minas.
Além desses fatores de ordem natural, também devemos
atribuir a cri- se da atividade mineradora ao próprio conjunto
de ações políticas estabele- cidas pelas autoridades
portuguesas. Por conta de sua constante debilida- de
econômica, as autoridades lusitanas entendiam que a
diminuição do metal arrecadado era simples fruto do
contrabando. Por isso, ampliavam os impostos, e não se
preocupavam em aprimorar os métodos de prospecção e
extração de metais preciosos.
Mediante a falta de metais preciosos, vemos que o
enrijecimento da fiscalização e a cobrança de impostos foi
responsável por vários incidentes entre os mineradores e as
autoridades portuguesas. Em 1789, esse senti- mento de
insatisfação e a criação da derrama, instigaram a organização
da Inconfidência Mineira. Mais do que um levante
anticolonialista, tal episódio marcou o desenvolvimento da
crise mineradora no território colonial.
Ao fim do século XVIII, o escasseamento das jazidas de
ouro foi segui- do pela recuperação das atividades no setor
agrícola. A valorização de produtos como o algodão, açúcar e
o tabaco marcaram o estabelecimento do chamado
“renascimento agrícola”. Com o advento da revolução industri-
al, o tabagismo e a indústria têxtil alargaram a busca por
algodão e tabaco. Paralelamente, as lutas de independência
nas Antilhas permitiram a recu- peração de mercado do
açúcar brasileiro.
Guerra do Paraguai
Maior conflito armado ocorrido na América do Sul, a
guerra do Para- guai (1864-1870) foi o desfecho inevitável das
lutas travadas durante quase dois séculos entre Portugal e
Espanha e, depois, entre Brasil e as repúbli- cas hispano-
americanas pela hegemonia na região do Prata.
A guerra do Paraguai surgiu de um complexo
encadeamento de rivali- dades internacionais, de ambições
pessoais e das peculiares condições geográficas da região
platina. Na época do conflito, o Império do Brasil emergia
provavelmente como a nação mais influente e bem
organizada da América do Sul, tendo fortalecido sua posição
no continente após o período de lutas contra Rosas (na
Argentina) e Oribe (no Uruguai). Desde a inde- pendência do
Paraguai, em 1813, o Brasil passara a manter relações
satisfatórias com esse país, mesmo durante o longo período
de isolamento que sofrera a nação paraguaia sob os governos
de Francia e de Carlos Antonio López.
O marechal paraguaio Francisco Solano López sucedeu
ao pai no mo- mento em que arrefecera a rivalidade entre a
Argentina e o Brasil, os dois pólos de poder do continente.

História e Geografia do MT 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
14 de abril. O fato motivou a formação, em 1º de maio de
Com a reviravolta política ocorrida na Argentina, em 1865, da Tríplice Alian- ça, que reunia o Brasil, a Argentina e
1861, após a bata- lha de Pavón, em que os unitários de o Uruguai (governado por Venancio Flores, chefe dos
Bartolomé Mitre derrotaram os fede- rais de Justo José colorados) e destinava-se a conter os avanços do Para- guai.
Urquiza, e a instalação posterior dos liberais em Buenos
Aires e por toda a Confederação Argentina, López se Enquanto isso, no Mato Grosso, uma expedição de
convenceu da inviabi- lidade de seu plano da "confederação aproximadamente
do interior", que lhe daria o livre acesso ao mar. Descartada 2.500 homens, organizada em São Paulo, Minas Gerais e
essa possibilidade, o ditador paraguaio prepa- rou sua Goiás, foi envia- da para combater os invasores. A coluna
nação para a guerra: já em 1864, o Paraguai, em flagrante percorreu mais de dois mil quilô- metros e, com grande
contra- dição com os recursos de que dispunha, surgia número de baixas, causadas por enchentes e doen- ças,
como a principal potência militar do Prata. atingiu Coxim em dezembro de 1865, quando a região já
havia sido abandonada. O mesmo aconteceu em Miranda,
Às vésperas do conflito, o Paraguai dispunha de aonde chegaram em se- tembro de 1866. Essa mesma
sessenta mil homens bem treinados e 400 canhões. Os expedição decidiu em seguida invadir o território paraguaio,
recursos de transporte e abastecimento, porém, não onde atingiu Laguna. Perseguida pelos inimigos, a
atendiam às exigências de uma movimentação de tropas
em campanha. A maioria dos canhões estava fixada na
fortaleza de Humaitá, onde também se encontravam
grandes efetivos de infantaria. Quanto às forças navais,
essenciais para um país cuja única via de comunicação
com o exterior era a bacia platina, López só dispunha de 14
pequenas canhonei- ras fluviais.
O Brasil podia lançar em campo 18.000 homens, dos
quais oito mil es- tavam nas guarnições do sul; contava com
uma força naval considerável e bem treinada, com uma
esquadra de 42 navios, embora alguns deles, pelo calado,
não fossem apropriados à navegação fluvial. A Argentina
possuía apenas oito mil homens e não dispunha de uma
marinha de guerra quanti- tativamente apreciável. As forças
do Uruguai contavam menos de três mil homens, sem
unidades navais.

Início da guerra. O pretexto para a guerra foi a


intervenção do Brasil na política uruguaia entre agosto de
1864 e fevereiro de 1865. Para atender ao pedido do
governador dos blancos de Aguirre, López tentou servir de
mediador entre o Império do Brasil e a República Oriental
do Uruguai, mas, ao ver rejeitada sua pretensão pelo
governo brasileiro, deu início às hostili- dades. Em 12 de
novembro de 1864, mandou capturar o navio mercante
brasileiro Marquês de Olinda, que subia o rio Paraguai, e,
em 11 de de- zembro, iniciou a invasão da província de
Mato Grosso. Dois dias depois declarou guerra ao Brasil,
que ainda estava em meio à intervenção armada no
Uruguai. Para a invasão de Mato Grosso, López mobilizou
duas fortes colunas: uma por via fluvial, que atacou e
dominou o forte Coimbra, apode- rando-se em seguida de
Albuquerque e de Corumbá; e outra por via terres- tre, que
venceu a guarnição de Dourados, ocupou depois Nioaque e
Miran- da e enviou um destacamento para tomar Coxim, em
abril de 1865.
Tratado da Tríplice Aliança. O principal objetivo da
invasão do Mato Grosso era distrair a atenção do Exército
brasileiro para o norte do Para- guai, enquanto a guerra se
decidia no sul. Em 18 de março de 1865, com a recusa do
presidente argentino Bartolomé Mitre a conceder
autorização para que tropas paraguaias cruzassem seu
território, Solano López decla- rou guerra à Argentina e
lançou-se à ofensiva: capturou duas canhoneiras argentinas
fundeadas no porto de Corrientes e invadiu a província em
História e Geografia do MT 15 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Duque de Caxias. Em 18 de novembro, o marechal Luís
coluna foi obrigada a recuar, ação que ficou conhecida como a Alves de Lima e Silva, marquês de Caxias, assumiu o comando
retirada da Laguna. das forças brasileiras, e, com o afastamento de Mitre e Flores
Batalha do Riachuelo. Em 11 de junho de 1865 travou-se por motivo de graves perturbações internas em seus países,
no rio Paraná a batalha do Riachuelo, em que a esquadra encarregou-se também de comandar as forças aliadas. Caxias
brasileira, comandada por Francisco Manuel Barroso da Silva, dedicou-se de imediato à reorganização do Exército, que
futuro barão do Amazonas, aniquilou a paraguaia, comandada começava a sofrer os perigos da desagregação, devido ao
por Pedro Inacio Meza. A vitória do Riachuelo teve notável insucesso de Curupaiti e da crise de comando que se seguira
influência nos rumos da guerra: impediu a invasão da ao conflito, e providenciou
província argentina de Entre Ríos e cortou a marcha, até
então triunfante, de López. Desse momento até a derrota
final, o Paraguai teve de recorrer à guerra defensiva.
Quase ao mesmo tempo, as tropas imperiais repeliam o
Exército para- guaio que invadira o Rio Grande do Sul. Os
paraguaios, sob o comando do tenente-coronel Antonio de la
Cruz Estigarribia, haviam atravessado o rio Uruguai e
ocupado sucessivamente, de junho a agosto, as povoações
de São Borja, Itaqui e Uruguaiana. Outra coluna, que, sob as
ordens do major Pedro Duarte, pretendia chegar ao Uruguai,
foi detida por Flores, em 17 de agosto, na batalha de Jataí.
Rendição de Uruguaiana. Em 16 de julho, o Exército
brasileiro chegou à fronteira do Rio Grande do Sul e logo
depois cercou Uruguaiana. Em 18 de setembro Estigarribia
rendeu-se, na presença de D. Pedro II e dos presidentes
Bartolomé Mitre e Venancio Flores. Encerrava-se com esse
episódio a primeira fase da guerra, em que Solano López
lançara sua grande ofensiva nas operações de invasão da
Argentina e do Brasil. No início de outubro, as tropas
paraguaias de ocupação em Corrientes recebe- ram de López
ordem para retornar a suas bases em Humaitá. Ao mesmo
tempo, as tropas aliadas, com Mitre como comandante-em-
chefe, liberta- vam Corrientes e São Cosme, na confluência
dos rios Paraná e Paraguai, no final de 1865.
Invasão do Paraguai. Começava então uma segunda fase
do conflito, com a transferência da iniciativa -- do Exército
paraguaio para o aliado. Fortalecidos, com um efetivo de
cinquenta mil homens, os aliados lança- ram-se à ofensiva.
Sob o comando do general Manuel Luís Osório, e com o
auxílio da esquadra imperial, transpuseram o rio Paraná, em
16 de abril de 1866, e conquistaram posição em território
inimigo, em Passo da Pátria, uma semana depois.
Estabeleceram-se em 20 de maio, em Tuiuti, onde sofreram
um ataque paraguaio quatro dias depois. A batalha de Tuiuti,
considerada a mais renhida e sangrenta de todas as que se
realizaram na América do Sul, trouxe expressiva vitória às
forças aliadas.

O caminho para Humaitá, entretanto, não fora


desimpedido. O coman- dante Mitre aproveitou as reservas de
dez mil homens trazidos pelo barão de Porto Alegre e decidiu
atacar as baterias de Curuzu e Curupaiti, que guarneciam a
direita da posição de Humaitá, às margens do rio Paraguai.
Atacada de surpresa, a bateria de Curuzu foi conquistada em
3 de setem- bro. Não se obteve, porém, o mesmo êxito em
Curupaiti, onde em 22 de setembro os aliados foram
dizimados pelo inimigo: cinco mil homens morre- ram.
História e Geografia do MT 16 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
um sistema de abastecimento compatível com o elevado
efetivo existente em torno de Humaitá.
Constituiu ainda um corpo de saúde não só para
recuperar o grande número de feridos, mas para deter os
progressos da cólera que grassava nos dois campos.
Conseguiu também que a esquadra imperial, que se
ressentia do comando de Mitre, colaborasse nas manobras
contra Humaitá. Apesar de seus esforços, os aliados só
reiniciaram a ofensiva em 22 de julho de 1867, com a
marcha de flanco sobre a ala esquerda das fortifica- ções
paraguaias, na direção de Tuiu-Cuê. Embora a manobra
tenha sido bem-sucedida, o tempo decorrido possibilitou a
López fortificar-se também nessa região e fechar de vez o
chamado Quadrilátero.
Tomada de Humaitá. Em 1º de agosto Mitre retornou ao
comando e deu ordens para que a esquadra imperial
forçasse a passagem em Curu- paiti e Humaitá. Em 15 de
agosto, duas divisões de cinco encouraçados
ultrapassaram, sem perdas, Curupaiti, mas foram obrigadas
a deter-se frente aos poderosos canhões da fortaleza de
Humaitá. O fato causou novas dissensões no alto comando
aliado. Ao contrário de Mitre, os brasi- leiros consideravam
imprudente e inútil prosseguir, enquanto não se conca-
tenassem ataques terrestres para envolver o Quadrilátero,
que se iniciaram, finalmente, em 18 de agosto. Duque de Caxias
A partir de Tuiu-Cuê, os aliados rumaram para o norte e Em 23 dias fez construir uma estrada de 11km através do
tomaram São Solano, Vila do Pilar e Tayi, às margens do Chaco pan- tanoso que se estendia pela margem direita do rio
rio Paraguai, onde completaram o cerco da fortaleza por Paraguai, enquanto forças brasileiras e argentinas
terra e cortaram as comunicações fluviais entre Humaitá e encarregavam-se de diversões frente à linha do Piquissiri.
Assunção. Em 3 de novembro de 1867 os paraguaios Executou-se então a manobra: três corpos do Exército brasi-
atacaram a posição aliada de Tuiuti (segunda batalha de leiro, com 23.000 homens, foram transportados pela esquadra
Tuiuti), mas foram derrota- dos. Com o afastamento imperial de Humaitá para a margem direita do rio, percorreram
definitivo de Mitre, que retornou à Argentina, Caxias voltou a estrada do Chaco,
a assumir o comando geral dos aliados. Em 19 de fevereiro
a esquadra imperial forçou a passagem de Humaitá que,
totalmente cercada, só caiu em 25 de julho de 1868.
Dezembrada. Efetuada a ocupação de Humaitá, Caxias
concentrou as forças aliadas, em 30 de setembro, na região
de Palmas, fronteiriça às novas fortificações inimigas.
Situadas ao longo do arroio Piquissiri, essas fortificações
barravam o caminho para Assunção, apoiadas nos dois
fortes de Ita-Ibaté (Lomas Valentinas) e Angostura, este à
margem esquerda do rio Paraguai. O comandante brasileiro
idealizou, então, a mais brilhante e ousada operação do
conflito: a manobra do Piquissiri.

História e Geografia do MT 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
reembarcaram em frente ao porto de Villeta, e desceram em
terra no porto de Santo Antônio e Ipané, novamente na
margem esquerda, vinte quilôme- tros à retaguarda das linhas
paraguaias do Piquissiri. López foi inteiramente surpreendido
por esse movimento, tamanha era sua confiança na impossi-
bilidade de grandes contingentes atravessarem o Chaco.
Na noite de 5 de dezembro, as tropas brasileiras
encontravam-se em terra e iniciaram no dia seguinte o
movimento para o sul, conhecido como a "dezembrada". No
mesmo dia, o general Bernardino Caballero tentou barrar-lhes
a passagem na ponte sobre o arroio Itororó. Vencida a
batalha, o Exército brasileiro prosseguiu na marcha e
aniquilou na localidade de Avaí, em 11 de dezembro, as duas
divisões de Caballero. Em 21 de de- zembro, tendo recebido o
necessário abastecimento por Villeta, os brasilei- ros
atacaram o Piquissiri pela retaguarda e, após seis dias de
combates contínuos, conquistaram a posição de Lomas
Valentinas, com o que obri- gou a guarnição de Angostura a
render-se em 30 de dezembro. López, acompanhado apenas
de alguns contingentes, fugiu para o norte, na dire- ção da
cordilheira. Em 1º de janeiro de 1869 os aliados ocuparam
Assun- ção.
López, prosseguindo na resistência, refez um pequeno
exército de
12.00 homens e 36 canhões na região montanhosa de
Ascurra-Caacupê- Peribebuí, aldeia que transformou em sua
capital. Caxias, por motivo de saúde, regressou ao Brasil. Em
abril de 1869, assumiu o comando geral das operações, o
marechal-de-exército Gastão d'Órléans, conde d'Eu, genro do
imperador, que empreendeu a chamada campanha das
cordilhei- ras. O Exército brasileiro flanqueou as posições
inimigas de Ascurra e venceu as batalhas de Peribebuí (12 de
agosto) e Campo Grande ou Nhu- Guaçu (16 de agosto).
López abandonou Ascurra e, seguido por menos de trezentos
homens, embrenhou-se nas matas, marchando sempre para o
norte, até ser alcançado pelas tropas brasileiras em Cerro-
Corá, à margem do arroio Aquidabanigui, onde foi morto após
recusar-se à rendição, em 1º de março de 1870. Em 20 de
junho de 1870, Brasil e Paraguai assinaram um acordo
preliminar de paz.
As baixas da nação paraguaia foram estimadas em cerca
de 300.000, incluídos os civis mortos pela fome e em
consequência da cólera. O Brasil, que chegou a mobilizar
180.000 homens durante a luta, teve cerca de trinta mil
baixas. O tratado definitivo de paz entre Brasil e Paraguai,
assinado somente em 9 de janeiro de 1872, consagrava a
liberdade de navegação no rio Paraguai e as fronteiras
reivindicadas pelo Brasil antes da guerra. Em 1943, o Brasil
perdoou a dívida de guerra paraguaia, estipulada por esse
tratado.
Retirada da Laguna
Os trágicos acontecimentos relacionados com a retirada
da Laguna fo- ram narrados no impressionante livro de
memórias de Alfredo d'Escragnolle Taunay, um de seus
participantes.
Retirada da Laguna foi um episódio da guerra do Paraguai
em que mais de 900 brasileiros morreram em terras
dominadas pelo inimigo, viti- mados pelos combates e
epidemias. Quando os paraguaios invadiram o Mato Grosso,
em 1864, o governo brasileiro decidiu ocupar o norte para-
guaio, e para isso uma força expedicionária saiu do Rio de
Janeiro em abril de 1865.

História e Geografia do MT 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4)Aumento territorial.
Com cerca de três mil homens, a coluna, reforçada em 5)Imigração. Edenilson
Uberaba MG, seguiu para Cuiabá MT. Das margens do rio Morais
Parnaíba, marchou para Miranda MT, abandonada pelos
invasores e atingida por uma epidemia de beribéri. Sob o
comando do coronel Carlos de Morais Camisão, a força já A instalação da República e o estado de Mato Grosso.
perdera um terço de seu efetivo ao dirigir-se a Nioaque, Primeira República
seguindo depois para o Apa. Guiada pelo fazendeiro José
Francisco Lopes, tomou de sur- presa o acampamento de Em 09 de dezembro de 1889, Antônio Maria Coelho
Laguna, mas teve de retirar-se. Os brasileiros ainda assumiu as ré- deas do governo republicano em Mato Grosso.
travaram batalha com os paraguaios em Baiendê e A 15 de agosto de 1891 se promulgava a Primeira
Nhandipá. Além das perdas em combate, os brasileiros Constituição do Estado de Mato Grosso. O termo Província
tiveram que enfrentar uma epidemia de cólera, que vitimou, deu lugar a Estado. O chefe do executivo mantinha a
entre muitos, o coronel Camisão e o guia Lopes. Ao denomina- ção de presidente. Eleito pela Assembleia
retornar a Nioaque a tropa tinha apenas 700 combatentes. Legislativa, o jurista Dr. Manoel
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
A Guerra do Paraguai em Mato
Grosso Guerra da Tríplice Aliança
(1865-1870) Causas:
Disputa pela hegemonia entre os
países platinos. Interesse
expansionista do capital inglês:
1) Livre Navegação
da Bacia Platina.
2)Destruição do Paraguai.
1857: Abertura da Bacia Platina.
1864: Solono Lopes, ditador do Paraguai, buscando
uma saída para o mar resolveu aprisionar o navio
brasileiro “Marquês de Olinda”, que trazia a bordo
Francisco Carneiro de Campos, novo presidente da
Província de Mato Grosso.
1865: Brasil, Argentina e Uruguai formam a Tríplice
Aliança. É decla- rada a Guerra contra o Paraguai.
Solono Lopes invade o sul de Mato Grosso, toma a
cidade de Corum- bá acarretando no bloqueio da Bacia
Platina.

Consequências do durante a guerra para Mato Grosso.


A)Medo:
Ataque dos
paraguaios.
Rebelião de
escravos.
Desertores.
Quilombo do Rio do Manso.
Entrada da Bolívia no conflito ao lado dos
paraguaios. B)Fome
Aumento dos preços dos
alimentos. Carência
principalmente do sal.
1865: Enchente do rio Cuiabá.
Solução: A Bolívia passa a abastecer
Mato Grosso. c)Varíola ou Bexiga:
1867: Retomada de Corumbá. Neste momento
soldados brasileiros fo- ram conduzidos a Santa Casa
de Misericórdia de Cuiabá com os pri- meiros sintomas
da varíola.
A doença não foi diagnosticada a tempo, no que resulto
em uma surto epidêmico de varíola.
Solução: O presidente da Província de Mato Grosso,
Couto de Maga- lhães estabeleceu as seguintes medidas
para erradicar a doença: 1)Construção do Cemitério de
Nossa Senhora do Carmo (Cae-Cae) 2)Fundação do
Acampamento “Couto Magalhães.
Em 1868, o surto epidêmico
chegou ao fim. 1870: Fim da
Guerra do Paraguai.

Consequências do pós Guerra para a Província de Mato Grosso:


1) Reabertura da Bacia Platina.
2) Afirmação dos principais portos: Corumbá,
Cuiabá e Cáceres. 3)Surgimento de um nova
burguesia: comercio de importação e expor- tação.
História e Geografia do MT 19 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
constitucional, assumiu o governo estadual a 22 de janeiro, para
José Murtinho assumiu o cargo de primeiro presidente do o quadriênio 1930-1934. Esteve à frente da governadoria
Estado de Mato Grosso, a 16 de agosto de 1891. apenas por 9 meses e 8 dias, em função dos resultados práticos
Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a da Revo- lução de 30. Na sequência assumiu o governo o major
pedido do bispo Dom Carlos Luís D’Amour ao fundador Dom Sebastião Rabelo Leite - Comandante da Guarnição Militar de
Bosco. Os salesianos deixa- ram histórico rastrocultural em Cuiabá.
Mato Grosso, notabilizaram-se pelas Mis- sões entre povos Segunda República
indígenas. O conturbado período político de 1889 a 1906
assinalou progressos econômicos. Usinas açucareiras da
beira do Ri- o Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se
potências econômicas no Estado. Notabilizaram-se as usinas
Conceição, Aricá, Itaici - além de outras. Também a
produção de bor- racha tomou notável impulso. Outra fonte de
riqueza em crescimento foram os ervais da região fronteiriça
com o Paraguai. Em 1905 tiveram início as obras da estrada
de ferro, que cortou o sul do Estado.
Os chefes do Partido Republicano, além de se reunirem
em pontos de difícil acesso, como nos seringais, também
obtiveram asilo político no Paraguai, ali editaram o jornal “A
Reação”, que entrava clandestinamente em Mato Grosso. Em
1906, Generoso Ponce retorna a Mato Grosso e em Corumbá
se encontra com Manoel José Murtinho, então adversário
político. Fazem as pazes e nasce o movimento denominado
“Coligação”.
O Partido Republicano ordena as forças para a
retomada do poder presidencial de Cuiabá, pressionando do
sul e do norte. Ponce sobe de Corumbá e o cel. Pedro
Celestino desce de Alto Paraguai Diamantino. Ponce agia às
pressas, porque o presidente Antônio Paes de Barros pedira
socorro à União. Do Rio de Janeiro o gal. Dantas Barreto
partiu em auxílio ao presidente do Estadode Mato Grosso. As
duas tenazes, do norte e do sul, à medida que progrediam o
avanço, recebiam adesões de patriotas. Cerca de 4.000
homens cercaram Cuiabá.
O presidente Antônio Paes de Barros, vendo-se
impotente, furou o cer- co, tomando disfarce, mas foi
descoberto nas imediações da fábrica de pólvora do Coxipó,
onde foi assassinado, a 06 de julho de 1906.
A 15 de agosto de 1907, o cel. Generoso Paes Leme de
Souza Ponce assumiu o governo do Estado de Mato
Grosso. Seus substitutos le- gais eram o cel. Pedro
Celestino Corrêa da Costa, dr. Joaquim Augusto da Costa
Marques e o cel. João Batista de Almeida Filho. O cel. Pedro
Celesti- no foi substituído pelo Dr. Joaquim Augusto da Costa
Marques, que tomou posse a 15 de agosto de 1911, tendo
como vice o cel. Joaquim Caraciolo Peixoto de Azevedo, dr.
José Carmo da Silva Pereira e o Dr. Eduardo Olímpio
Machado. O presidente Costa Marques conseguiu a proeza
de governar ininterruptamente, fato inédito naqueles tempos
de política turbu- lenta. A Costa Marques sucedeu em 15 de
agosto de 1915, o gal. Caetano Manoel de Faria e
Albuquerque. Eram difíceis os tempos de I
Grande Guerra Mundial, sendo que a 22 de janeiro de 1918,
tomou posse D. Francisco de Aquino Corrêa, Bispo de
Prusíade, eleito para o quadriênio 1918-1922, governando por
todo seu mandato. Posteriormente foi eleito, por voto direto
o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, que assumiu o
governo em 22 de janeiro de 1922, cujo mandato se expiraria
em 1926. No entanto, não chegou a completá-lo, deixando o
comando do governo, por motivos de saúde, a 1º de
novembro de 1924. Nesta ocasião o 1º vice-presidente, Dr.
Estevão Alves Corrêa, assumiu a presidência,
governando até o fim do mandato. Neste período
cruzou o chão mato-grossense a épica “Coluna Prestes”, que
passou por diversas localidades do Estado, deixando um
rastro de
admiração e tristeza.
O 10º presidente constitucional do Estado de Mato Grosso
foi o Dr. Má- rio Corrêa da Costa, que governou de 1926 até
1930. O Dr. Anibal Benício de Toledo, 11º presidente
História e Geografia do MT 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em 1964 Mato Grosso tornou-se um dos focos do
movimento revolu- cionário. Declarada a Revolução em Minas
Gerais, a tropa do 16º Batalhão de Caçadores de Cuiabá
avançou para Brasília, sendo a primeira unidade militar a
ocupar a capital da República.
O governo militar instituiu o voto indireto para
governador. O nome era proposto pela Presidência da
República, homologado pela Assembleia Legislativa. Apenas
em 1982, voltariam as eleições diretas. No primeiro governo
revolucionário, o Dr. Roberto de Oliveira Campos, mato-
grossense de largo passado de serviços públicos, foi
escolhido para Ministro de Plane- jamento. No governo do
general Castelo Branco, o mato-grossense general
Dilermando Gomes Monteiro exerceu a função de Subchefe
da Casa Mili- tar, passando a Chefe da Casa Militar no
Getúlio Vargas
governo do gal. Ernesto Geisel,
Os anos de 1930-1945 foram marcados por forte
influência europeia. A política centralizadora de Getúlio
Vargas se fez sentir em Mato Grosso: interventores federais
foram nomeados por entre exercícios de curto gover- no. A
16 de julho de 1934, o Congresso Nacional promulgou uma
nova Constituição Federal, que foi seguida pela estadual
mato-grossense, a 07 de setembro de 1935. O título de
presidente foi substituído pelo de gover- nador. Os
constituintes estaduais elegeram o Dr. Mário Corrêa da
Costa para governador, que tomou posse como o 12º
governo constitucional. Foi este um governo marcado por
agitações políticas. A normalidade voltou com a eleição do
bel. Júlio Strubing Muller pela Assembleia Legislativa para
governador, que assumiu o cargo em 04 de outubro de
1937.
Ocorrendo o golpe do “Estado Novo” de Getúlio
Dornelles Vargas a 10 de novembro de 1937, o Estadode
Mato Grosso passou ao regime de interventoria novamente.
Nesse período registraram-se progressos econô- micos e
notável participação de Mato Grosso na Segunda Guerra
Mundial. Em 15 de outubro de 1939, instalou-se em Cuiabá
a Rádio Voz do Oeste, sob a direção de seu criador, Jercy
Jacob: professor, poeta, músico, com- positor e técnico em
radieletricidade. Marcou época o programa “Domingo
Festivo na Cidade Verde”, apresentado por Rabello Leite e
Alves de Olivei- ra, ao vivo, no anfiteatro do Liceu
Cuiabano. Mais tarde, Alves de Oliveira e Adelino Praeiro
deram sequência ao programa no Cine TeatroCuiabá.
Por efeito da Constituição Federal de 1946, um novo
período de normalidade se instituiu. A Assembleia
Constituinte de Mato Grosso elegeu o primeiro governador
do período, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo. A 03 de
outubro de 1950 houve eleições para governador,
concorrendo Filinto Muller, pelo Partido Social Democrata e
Fernando Corrêa da Costa pela União Democrática
Nacional. Venceu Fernando Corrêa, que tomou posse a 31
de janeiro de 1951, governando até 31 de janeiro de 1956.
Fernando Corrêa da Costa instalou a Faculdade de Direito
de Mato Grosso, núcleo inicial da futura Universidade
Federal de Mato Grosso - UFMT.
O engenheiro civil João Ponce de Arruda recebeu das
mãos de Fer- nando Corrêa o governo de Mato Grosso,
administrando o Estado por cinco anos, de 31 de janeiro de
1956 até 31 de janeiro de 1961. A 19 de janeiro de 1958,
faleceu no Rio de Janeiro Cândido Mariano da Silva
Rondon ou simplesmente o Marechal Rondon, como ficou
mundialmente conhecido.
Em 31 de janeiro de 1961, pela segunda vez, o
médico Fernando Corrêa da Costa tomou posse como
governador. Em seu segundo mandato ocorreu a
Revolução de 31 de março de 1964, o que serviu para
“esticar” o período de governo, permanecendo à frente do
executivo até 15 de março de 1966. Governou nesta
segunda vez por 5 anos, 1 mês e 15 dias.

História e Geografia do MT 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
depois usineiros e a oligarquia do sul composta por grandes
posteriormente a Comandante do II Exército e a Ministro do pecuaristas e comerciantes.
Superior Tribu- nal Militar. ( ) O coronelismo entendido enquanto um sistema de troca
Filinto Muller se projetou como senador, nacionalmente. eleitoral, prote- ção e favores de um lado, e voto de outro,
Líder do go- verno no Senado Federal, Presidente do Senado possuí um caráter sempre pací- fico.
e Presidente da ARENA. Faleceu em desastre aéreo nas ( ) O coronelismo tinha base familiar e rural; o coronel era ao
proximidades de Paris, em 1972, na cha- mada “Tragédia de mesmo tempo um grande latifundiário e chefe patriarcal.
Orly”, quando exercia a função de Presidente do Con- gresso
Nacional. resposta: V, F, V

Ao par do progresso material, o Estado desenvolveu-se 2. (UFGD) Com relação ao período da história brasileira
culturalmente. No governo de Pedro Pedrossian, que conhecido como República Velha, é CORRETO afirmar o
governou por cinco anos, surgiram as universidades de seguinte:
Cuiabá e Campo Grande. Verificou-se a inauguração da
primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em
1969. Logo a seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do Brasil
por microondas, pela EMBRATEL, e logo pelo sistema de
Discagem Direta a Distância - DDI. Mato Grosso tornou-se
ponto de apoio ao governo federal para o projeto de
integração daAmazônia, desfraldado o slogan “integrar para
não entregar”.
Uma das consequências do desenvolvimento foi o
desmembramento do território, formando o Estado de Mato
Grosso do Sul, a 11 de outubro de 1977, através da Lei
Complementar nº. 31. O novo Estado foi instalado a 1º de
janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-
grossenses subiram à Presidência da República: Eurico
Gaspar Dutra e Jânio da Silva Quadros.
A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse
período com a desvalorização acelerada da moeda nacional.
Sem os suportes de projetos federais especiais para a
fronteira agrícola, os migrantes em parte se retiraram de Mato
Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o conjunto
de infra-estrutura de transporte. O projeto de estrada de ferro
ligando São Paulo a Cuiabá entra em fase de efetivação, a fim
de resolver parte dos problemas de transporte de grãos. O
projeto de uma zona de Processamento de Exportação entra
em fase de implantação. Visa-se exportar os produtos mato-
grossenses por via fluvial.
O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise
brasileira, a oca- sião de uma pausa no desenfreado trabalho
de progresso, ocupando-se com o aprofundamento da cultura
mato-grossense. Mato Grosso ingressa definitivamente na
idade da cultura, completando o desenvolvimento mate- rial,
comercial e industrial.
Fonte:
http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?sid
=261&cid=635
O coronelismo em Mato Grosso na República Velha
A Primeira República, ou República Velha, em Mato
Grosso, foi marca- da politicamente pela disputa entre as
oligarquias do Norte, composta pelos usineiros de açúcar, e
do Sul, composta por pecuaristas, comerciantes, ligados à
importação e exportação, e pelos coronéis da erva-mate.
Essas oligarquias alternaram-se no poder após lutas violentas
entre coronéis e seus bandos de lado a lado. Os episódios
mais graves dessas disputas foram: Massacre da Bahia
Garcez, em 1901; o assassinato do governador Totó Paz, em
1906; a Caetanada, em 1916, que culminou com a interven-
ção federal em Mato Grosso; Morbeck X Carvalinho
verdadeira guerra na região dos garimpos no Araguaia, em
Garças.
Roteiro de estudos: O Coronelismo

1. (UFMT) Em relação ao predomínio político das oligarquias


no Brasil durante a Primeira Republica (1889-1930) e à ação
dos chamados coro- néis, julgue os itens :
( ) Em Mato Grosso a disputa política ocorria entre a
oligarquia do norte composta pelos senhores de engenho,

História e Geografia do MT 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nordestino, pois os primeiros bandidos que aqui chegaram
(A) Em Mato Grosso, devido ao isolamento em que se vieram do bando de famosos cangaceiros perseguidos desde
encontrava esse estado em relação ao restante do país, o governo de Floriano Peixoto.
não se verificou o fenômeno conhe- cido como coronelismo. (016) na zona pantaneira e na faixa de fronteira com o
(B)No estado de Mato Grosso, as práticas políticas, Paraguai, o corone- lismo e o banditismo não chegaram a
embora tipicamente coronelistas, apresentavam caráter florescer devido à ação de tropas federais, responsáveis pela
essencialmente pacífico, sem o cons- tante recurso à ordem na região e pela defesa do território nacional.
violência e às lutas armadas, como era comum em outros
estados brasileiros. resposta: V, F, V, F, F
(C) Na porção norte de Mato Grosso as lutas políticas eram
caracterizadas pelos frequentes conflitos armados, Século XIX
enquanto na porção meridional, devido à grande influência
exercida pela Companhia Mate Laranjeira, os embates
políticos transcorriam dentro dos limites das práticas
eleitorais, sem o recurso à violência.
(D) Em Mato Grosso, o fenômeno do coronelismo ocorreu
de modo similar ao de muitos outros estados brasileiros,
sendo caracterizado pelo cliente- lismo, pelas fraudes
eleitorais e pelo constante uso da violência armada contra
adversários políticos.
(E) Em Mato Grosso, o fenômeno conhecido como
coronelismo ocorreu apenas na primeira década do regime
republicano, uma vez que, nos anos subsequentes, os
novos migrantes que chegaram ao estado promoveram uma
renovação das práticas políticas, no sentido do respeito à
vontade dos eleitores e da recusa à utilização da violência
como forma de alcançar o poder.

resposta: [D]

03. (UNEMAT) Nas primeiras duas décadas da República


em Mato Grosso, ocorreram intensas disputas políticas,
tendo como marca o fenômeno do coronelismo. É
característico desse processo.
a. Ausência de violência nas disputas políticas e solução
das divergências por intermédio de acordos e alianças.
b. Em Mato Grosso o poder e influência das oligarquias
estavam concen- tradas nas mãos de diversas famílias, que
ora se uniam, ora se separavam, de acordo com seus
interesses.
c. O poder das oligarquias e dos coronéis foi obstáculo para
que os gover- nantes pudessem levar a contento os seus
projetos, uma vez
que esses se negavam a afirmar alianças e compromissos.
d. As disputas entre o comerciante Generoso Ponce e o
usineiro Totó Paes, foram marcadas pela cordialidade e alto
nível, chegando sempre a um entendimento aceito por
todos.
e. A ascensão de Dom Aquino Corrêa ao governo de Mato
Grosso signifi- cou o predomínio de uma das frações
oligárquicas na disputa conhecida como “Caetanada”.

resposta:[B]

03. (UFMS) - A respeito do coronelismo e do banditismo na


história do antigo Mato Grosso, especialmente nas
primeiras décadas do período republicano (1889-1943), é
correto afirmar que
(01) são fenômenos sociais que fizeram parte de um
período da história regional, também caracterizado pelo uso
extremo da violência, fato que acabou por se confundir com
o próprio modo de vida dos matogrossenses daqueles
tempos.
(02) o coronelismo foi o poder exercido pelos coronéis do
Exército Brasilei- ro, filhos de grandes latifundiários,
capazes de mobilizar forças militares e paramilitares para
combater os monarquistas locais.
(004) devido à extrema violência registrada nesse período,
a região mato- grossense chegou a ser conhecida como
terra sem lei, onde a única lei que havia estava atrelada ao
artigo 44, isto é, à lei imposta por meio do calibre 44.
(008) no sul do antigo Mato Grosso, o banditismo e seus
expoentes mais conhecidos, como Silvino Jacques e o
bando dos Baianinhos, originaram- se do cangaço
História e Geografia do MT 23 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
léguas quadradas. O empreendi- mento foi um sucesso e foi de
Em 1820, Cuiabá volta a ser sede política e administrativa grande contribuição para os cofres públicos na época. Com a
de Mato Grosso e Vila Bela entra em decadência. Neste quase extinção dos ervais nativos e uma política econô- mica
período surgiu uma indús- tria doméstica que supriu a contrária aos interesses comerciais desta cultura, o segmento
necessidade de produtos da terra como farinha de mandioca, comer- cial entrou em decadência em menos de duas décadas.
arroz, feijão, açúcar, aguardente, azeite de mamona e algo-
dão. Apesar de conturbado politicamente, o período de 1889 a
1906 foi de intenso progresso econômico. Logo após a
Por volta de 1830 surge a extração da ipecacuanha ou proclamação da República, várias usinas açucareiras foram
poaia, Cephae- lis ipecacuanha. Nesta época, José Marcelino criadas e se desenvolveram. Entre elas se
da Silva Prado, explorando garimpos de diamantes nas
imediações do Rio Paraguai, em região próxi- mo à Barra do
Bugres, observou que seus garimpeiros usavam, quando
doentes, um chá preparado com raiz de arbusto facilmente
encontrado à sombra da quase impenetrável floresta da
região. Tratava-se da “poaia”, que era antiga conhecida dos
povos indígenas, que tinham repassado seu conhecimento
aos colonizadores. Curioso e interessado, o garimpeiro enviou
amostras da planta para análise na Europa, via porto de
Cáceres e Corumbá. Desta raiz é extraída a Emetina,
substância vegetal largamente utilizada na indústria
farmacêutica, principalmente como fixador de coran- tes.
Constatado oficialmente seu valor medicinal, iniciou-se,
então, o ciclo econômico da poaia, de longa duração e
grandes benefícios para os cofres do Tesouro do Estado. Esta
planta é extremamente sensível, abundando em solos de alta
fertilidade sob árvores de copas bem formadas. Seus
principais redutos eram áreas dos municípios de Barra
do Bu- gres e Cáceres. A princípio, os carregamentos
seguiam para a metrópoles via Goiás, depois passou a ser
levada por via fluvial, com saída ao estuário do Prata.
Os poaieiros eram os indivíduos que se propunham a
coletar a poaia. O poaiaeiro surgiu em Mato Grosso em fins
do século XIX, e foi responsá- vel pelo surgimento de núcleos
de povoamento no Estado, graças à sua atividade
desbravadora, sempre à procura de novas “manchas” da raiz
da poaia. Porém, o próprio poaieiro decretou o (quase) fim
desta cultura, pois os “catadores” da poaia somente extraíam
as plantas, não faziam o replan- tio, não seguindo o exemplo
dos povos indígenasque, ao subtraírem as raizes da ipeca, as
replantavam, garantindo, assim, a perenidade do vege- tal.
Outro fator que contribuiu para a escassez da planta foi o
desmatamen- to desenfreado da região oestina de Mato
Grosso, pois a poaia estava acostumada à sombra das matas
úmidas, e sucumbiu ante a queda das árvores. A poaia
chegou a ser o segundo contribuinte para os cofres da
Província de Mato Grosso, devido a sua exportação
principalmente para a Europa.
Após a constatação em Paris de que a borracha mato-
grossense pos- suía boa qualidade o produto tornou-se
famoso em várias partes do mundo. Logo após a Guerra do
Paraguai, em 1870, a produção, oriunda dos vastos seringais
nativos da imensa região banhada pelo Rio Amazonas,
tornou-se um ponto de apoio para os minguados cofres da
Província. Diamantino foi o grande centro produtor de látex e
Cuiabá se transformou em centro comer- cial do produto, com
várias empresas criadas para exportar a borracha mato-
grossense. Destacou-se entre elas a Casa Almeida e Cia.,
com matriz na Praça 13 de Maio. Ela exportava para várias
partes do mundo, princi- palmente para Londres e Hamburgo.
A criação de gado e a lavoura tornaram Livramento, Santo
Antônio do Rio Abaixo e Chapada dos Guimarães os grandes
celeiros da capital. Mas com o fim da escravidão estas
localidades entraram em verdadeiro colap- so.
Na região sul da Província, hoje território de Mato Grosso
do Sul, sur- giu ainda no fim do século XIX a produção de
erva mate, Ilex paraguaien- sis. O empresário Tomás
Laranjeira obteve privilégios da Província para começar a
empresa Mate Laranjeira. Entre as facilidades conseguiu
arren- dar toda a região banhada pelos afluentes da margem
direita do Rio Para- ná, numa área de aproximadamente 400
História e Geografia do MT 24 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a libertação dos escravos, tampouco fez melhorar o perfil da
destacaram as usinas Conceição, Aricá, Flechas, São distribuição de terras. O poder político continuou nas mãos
Miguel e Itaici. Esses grandes empreendimentos foram, na dos latifundiários, também chamados de coronéis. Apenas no
época, o maior indício de desenvolvi- mento industrial de final dos anos 50 e início dos anos 60, com a indus-
Mato Grosso. Sua decadência foi em razão do grande trialização do país, é que a questão fundiária começou a ser
isolamento da região e do abandono por parte do governo. debatida pela sociedade, que se urbanizava rapidamente.
http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?si Contraditoriamente, logo no início do regime militar foi
d=63&cid=5 dado o primeiro passo para a realização da reforma agrária no
95 país, com a elaboração do Estatuto da Terra (Lei nº. 4.504, de
Política agrícola e fundiária e reforma agrária 1964) e de outros Institutos que tinham por objetivo o
desenvolvimento agrário e a reforma agrária.
André Gonzalez Cruz
Contudo, esta experiência não foi bem sucedida, tendo em
1. INTRODUÇÃO vista que os projetos que foram implantados durante este
período não foram capazes de satisfazer as necessidades
Através do presente trabalho, busca-se um
agrícolas. Em vez de dividir a propriedade, o
conhecimento maior a res- peito da questão agrária no
Brasil, tanto em relação à sua evolução quanto seu
posicionamento na atualidade. Tal matéria sempre foi muito
pouco explorada pelos doutrinadores e possui
jurisprudência ainda em formação.
Devido ao problema agrário que o nosso País enfrenta,
principalmente no que diz respeito à grande concentração
de terras e renda, a Constituição Federal separa todo um
capítulo para seu estudo e direcionamento de suas
principais políticas, buscando assim, uma maior valorização
do trabalho e do trabalhador do campo.
Dessa forma, é traçado um paralelo, em nosso presente
estudo, a res- peito do direito de propriedade com a função
social da mesma, na busca de se conseguir equilibrar o
sistema fundiário brasileiro com os interesses dos
trabalhadores, dos proprietários e do próprio Estado.
Nosso texto constitucional explicita, de maneira geral, os
mecanismos de efetivação das políticas agrícolas e
fundiárias, bem como as linhas gerais de como deve se
basear a reforma agrária, sempre na busca da
democratização da terra.
É indubitável que o presente estudo vem acalentar os
corações de toda a população brasileira, ansiosa por
mudanças no quadro fundiário atual, inclusive, com sua
participação efetiva em muitos movimentos sociais no
campo, demonstrando que a sociedade não está receosa
frente às mudan- ças, ela virão, e é certo que para melhor.
2. EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AGRÁRIA
O problema fundiário do país não é recente, ele remonta
a 1530, com a criação das capitanias hereditárias e do
sistema de sesmarias – grandes glebas distribuídas pela
Coroa portuguesa a quem se dispusesse a cultivá- las, em
troca de uma parte da produção. Dessa forma, nascia o
latifúndio.
A Independência, em 1822, piorou o quadro, na medida
em que torna- va inevitável a troca de donos das terras, que
se deu sob a lei do mais forte, em meio à grande violência.
Os conflitos não envolviam trabalhadores rurais (quase
todos escravos), mas proprietários e grileiros apoiados por
bandos armados. Só em 1850 o Império tentou colocar
ordem no campo, editando a Lei das Terras.
A Lei de Terras do Brasil (Lei nº. 601) disciplinava as
questões da terra e do trabalho rural, estabelecendo que as
terras devolutas somente poderi- am ser adquiridas por
compra. Tal lei, sem dúvida, constituiu-se num entra- ve ao
crescimento da pequena propriedade destinada à
agricultura para produção de alimentos, ao mesmo tempo
em que favoreceu o grande proprietário rural, pois somente
ele tinha recursos financeiros para efetuar a compra de
grandes áreas. O simples colono e o escravo não possuíam
dinheiro.
O advento da República, em 1889, um ano e meio após

História e Geografia do MT 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Então, o princípio da função social da propriedade na zona
capitalismo impulsionado pelo regime militar brasileiro rural cor- responde à ideia, já assente na doutrina jurídico-
promoveu a moder- nização do latifúndio, por meio do crédito agrária, de correta utiliza- ção econômica da terra e sua justa
rural fortemente subsidiado e abundante. O dinheiro farto e distribuição, de modo a atender ao bem-estar da coletividade,
barato, aliado ao estímulo à cultura de soja – para gerar mediante o aumento da produtividade e da promoção da justiça
grandes excedentes exportáveis – propiciou a incorporação social.
das pequenas propriedades rurais pelas médias e grandes.
4. REFORMA AGRÁRIA
Nesse período, toda a economia brasileira cresceu com
vigor – eram os tempos do "milagre brasileiro", o país De acordo com o §1º, do art. 1º, da Lei 4.504/64 (Estatuto da
urbanizou-se e industrializou-se em alta velocidade, sem ter Terra), “considera-se reforma agrária o conjunto de medidas
que democratizar a posse da terra, nem preci- sar do mercado que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante
interno rural. O projeto de reforma agrária foi esquecido e a modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender
herança da concentração da terra e da renda permaneceu aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade”.
intocada.
Somente em 1984, com a redemocratização, voltou à tona
o tema da reforma agrária. De grande fomento foi sua
vinculação ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, ao qual
imediatamente se incorporou o INCRA. Desde então, a
reforma agrária tem recebido grandes estímulos, com
dotações orçamentárias crescentes e importantes alterações
legislativas.
É de se ressaltar aqui, a importância dos movimentos
sociais pró- reforma agrária, como o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem- Terra), cujas reivindicações se
delineiam num panorama de mudanças político-sociais da
ordem estrutural, enfatizando os valores da ética e da moral,
através de uma democracia participativa.
Quanto à legitimidade do MST para tanto, veja-se
entendimento juris- prudencial do STJ:
“Reforma Agrária. Movimento Sem-Terra. Movimento
popular visando a implantar a reforma agrária não caracteriza
crime contra o patrimônio. Configura direito coletivo,
expressão da cidadania, visando a implantar programa
constante da Constituição da República. A pressão popular é
própria do Estado de Direito Democrático” (HC nº. 5.574/SP –
6ª T. – Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, j. 8-4-97).
3. A QUESTÃO AGRÁRIA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
A Constituição brasileira de 1988 apresenta-se
progressista no plano agrário, porém com traços
conservadores devido à herança cultural privada do país. Os
institutos básicos de direito agrário (o direito de propriedade e
a posse da terra rural) são disciplinados e o direito de
propriedade é garanti- do como direito fundamental, previsto
no art. 5º, XXII, da atual Lei Magna.
O texto constitucional garante o direito de propriedade,
porém, este di- reito encontra-se mitigado, na medida em que
a propriedade terá que atender a sua função social (art. 5º,
XXIII), sob pena de o proprietário ficar sujeito à
desapropriação para fins de reforma agrária. Além disso, a
propri- edade volta a ser incluída entre os princípios da ordem
econômica, que têm por fim ”assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social” (art. 170, III).
De acordo com José Afonso da Silva, lembrando
Fernando Pereira So- dero, “o regime jurídico da terra
fundamenta-se na doutrina da função social da propriedade,
pela qual toda a riqueza produtiva tem uma finalidade social e
econômica, e quem a detém deve fazê-la frutificar, em
benefício próprio e da comunidade em que vive” (da Silva,
José Afonso; Curso de Direito Constitucional Positivo. São
Paulo, Malheiros Editores, 2003, 22ª edição, pág. 795).
De acordo com a Magna Carta, em seu art. 186, para que
a proprieda- de rural cumpra sua função social, ela tem que
atender, simultaneamente, a cinco requisitos: aproveitamento
racional e adequado; utilização adequada dos recursos
naturais disponíveis; preservação do meio ambiente; obser-
vância das disposições que regulam as relações de trabalho;
e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
dos trabalhadores.
História e Geografia do MT 26 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A desapropriação não é feita somente de acordo com o
Dessa forma, a reforma agrária deve ser entendida art. 184 da Carta Maior, há também previsão constitucional no
como o conjunto de notas e planejamentos estatais art. 5º, XXIV, que diz que “a lei estabelecerá o procedimento
mediante intervenção do Estado na econo- mia agrícola para desapropriação por necessi- dade ou utilidade pública,
com a finalidade de promover a repartição da propriedade e ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização
renda fundiária. em dinheiro”.
O art. 184 da Constituição da República determina que Dessa forma, as vedações contidas no art. 185 da
a sanção para o imóvel rural que não esteja cumprindo sua Constituição de 1988 fazem referência somente ao processo
função social é a desapropria- ção por interesse social, para de reforma agrária constante do art. 184, e não ao poder geral
fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização de desapropriação do art. 5º, XXIV.
em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação
de seu valor real, resgatáveis no prazo de até 20 (vinte) Enfim, pode-se dizer que, sendo para fins de necessidade,
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, em utilidade pública, bem como interesse social, desde que não
percentual proporcional ao prazo, de acordo com os atrelado à reforma agrária, qualquer imóvel, produtivo ou
critérios estabelecidos nos incisos I a V, § 3º, do art. 5º da improdutivo, rural ou urbano, peque- no, grande ou médio,
Lei nº. 8.629/93. Entretanto, as benfeitorias úteis e único do proprietário ou apenas um entre muitos, pode ser
necessárias serão indenizadas em dinheiro. desapropriado, mas a indenização deverá ser paga a vista e
em
O Decreto que declarar o imóvel rural como de interesse
social, para efeito de reforma agrária, autoriza a União
(competência exclusiva) a propor a ação de
desapropriação. As operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária bem como a
transferência ao beneficiário do programa, serão isentas
(imunes) de impostos federais, estaduais e municipais (art.
26, Lei n. 8.629/93; §5º, do art. 184, da CF/88).
Para evitar o desvirtuamento dos objetivos da reforma
agrária, o art. 189 da CF determina que “os beneficiários da
distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária
receberão títulos de domínio ou de concessão de uso,
inegociáveis pelo prazo de 10 anos”.
A Constituição do Brasil indica como pressupostos da
desapropriação, a necessidade pública, a utilidade pública e
o interesse social.
“Ocorre interesse social quando o Estado esteja diante
dos chamados interesses sociais, isto é, daqueles
diretamente atinentes às camadas mais pobres da
população e à massa do povo em geral, concernentes à
melhoria nas condições de vida, à mais equitativa
distribuição de riqueza, à atenua- ção das desigualdades
em sociedade (cf. M. Seabra Fagundes, 1984: 287- 288).
O orçamento da União fixará, anualmente, o volume de
títulos da dívida agrária e dos recursos destinados, no
exercício, ao atendimento do Pro- grama de Reforma
Agrária; devendo constar estes recursos do orçamento do
Ministério responsável por sua implementação e do órgão
executor da política de colonização e reforma agrária
(INCRA).
De acordo com o art. 185 da Constituição Federal, são
insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma
agrária: a pequena e média proprieda- de rural, desde que
seu proprietário não possua outra; e a propriedade
produtiva.
Este artigo apresenta justificativa, tendo em vista que de
nada adianta desapropriar uma pequena ou média
propriedade de uma pessoa para passar à outra, porque
não resolve o problema agrário do País e gera um desgaste
político considerável; por outro lado, de nada adianta, e
nem justo é, se tirar a grande propriedade de quem produz,
só porque é grande, e passar para quem, talvez, nunca
tenha produzido e nem saiba fazê-lo.
Não ficou ao arbítrio da Administração Pública definir o
que sejam pro- priedade rural, pequena propriedade,
propriedade produtiva, nem as hipó- teses em que se
consideram atendidos os requisitos da função social da
propriedade. Todos esses conceitos estão contidos na Lei
nº. 8.629/93, que dispõe sobre a regulamentação dos
dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária,
previstos na Constituição.

História e Geografia do MT 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
compensatórios; e escolas e serviços médico-hospitalares
dinheiro. Se, porém, a desapropriação se fundar em interesse locais.
social, para fins de reforma agrária, não há como incidir sobre
qualquer propriedade produtiva, e nem tampouco sobre a 3º - Reforma rural: entende-se pelo termo a reforma da
pequena e a média, produtiva ou não, desde que seja a única empresa rural. Nem 10% dos trabalhadores no campo são
de que disponha o proprietário. proprietários das terras que cultivam. A maior parte deles
trabalha em regime de assalariamento, par- ceiros ou
Em relação às pequenas e médias propriedades, arrendatários. Para certos tipos de cultura extensiva, a grande
importante destacar que o Supremo Tribunal Federal, por empresa rural pode oferecer condições e melhorar a utilização
maioria de votos (6 x 5), concedeu mandado de segurança da terra, pelas suas maiores possibilidades de atingir grandes
impetrado contra decreto presidencial que declarou de mercados e de reno- var seus métodos e equipamentos. Mas a
interesse social para fins de reforma agrária imóvel rural que pequena propriedade rural, que garante um teor de vida digno e
houvera se transformado em média-propriedade somente identifica na mesma pessoa as figuras do operário e do
após sua vistoria para fins expropriatórios. O STF considerou proprietário, é a mais sólida base da prosperidade agrícola de
lícita a argumentação de tratar-se de média propriedade e, um país. A implantação de um novo sistema de produção, com
portanto, insuscetível de reforma agrária. O tribunal entendeu a integração dessas propriedades em cooperativas pode
ser direito do proprietário do imóvel repartir sua propriedade, apresentar o regime rural ideal,
mesmo após a vistoria do imóvel para fins de reforma agrária,
devendo eventual divisão fraudulenta ser examinada em ação
própria e jamais em sede de mandado de segurança
(Informativo STF nº. 80 – MS nº. 22.591 – Rel. Min. Moreira
Alves, 20-8-97; tendo sido citados os seguintes preceden- tes:
MS nº. 21.010 e MS nº. 22.645).
Assim, em outras palavras, podemos caracterizar a
reforma agrária como um conjunto sistemático de medidas
destinadas a melhorar as condi- ções do homem do campo,
por meio da utilização mais racional da terra. Além dos
objetivos políticos sociais – permitir acesso à propriedade da
terra aos que nela trabalham, eliminar grandes desigualdades
e impedir o êxodo rural, fixando o homem no campo –, a
reforma agrária tem objetivos eco- nômicos: desconcentrar a
renda e elevar a produção e a produtividade do trabalho na
agricultura.
As medidas abaixo expostas cobrem quatro setores
diversos e cada um constitui uma reforma parcial. Ao conjunto
dessas reformas é que se atribui o nome reforma agrária.
1º - Reforma fundiária: processo de redistribuição da
propriedade fun- diária promovido pelo Estado, sobretudo em
áreas de agricultura tradicional e pouco produtiva. A
redistribuição dos direitos de propriedade é feita por meio da
expropriação ou desapropriação e divisão dos latifúndios e
gran- des fazendas, improdutivas em geral, com entrega de
títulos de proprieda- de aos arrendatários, parceiros e
posseiros. Essa medida visa uma distribu- ição mais justa da
propriedade do solo, portanto, o governo deve incluir nessa
operação as terras de sua propriedade, ou seja: terras
devolutas, terras da Federação, dos Estados e Municípios.
Terras devolutas são bens de natureza dominical, vale
dizer, integram o patrimônio de pessoa jurídica de direito
público, embora não destinadas a uso público nem
concedidas a particulares. São terras vagas, não aprovei-
tadas, que podem ser alienadas ou concedidas a particulares.
"Com pertinência às terras devolutas, outra dificuldade se
apresenta: a relativa ao ônus da prova de o serem ou de o
não serem. É praticamente impossível fixar-se uma
conceituação jurídica positiva de terras devolutas, a partir da
legislação existente: a definição só se pode fazer por
exclusão, e a sua característica é a da inexistência de
titulação" (Adroaldo Furtado Fabrí- cio, Comentários ao
Código de Processo Civil, vol. VIII. Tomo III. Forense, 1981, p.
649).
Terras devolutas são bens públicos patrimoniais ainda não
utilizados pelos respectivos proprietários, conceito dado pela
Lei Imperial 601, de 18/9/1850 e tem sido aceito
uniformemente pelos civilistas.
2º - Reforma agrícola: compreende um conjunto de
medidas destina- das a aumentar a produtividade de terras e
mão-de-obra agrícola, como: iniciação de técnicas avançadas
de cultivo e assistência técnica; crédito fácil e acessível;
facilidades para o escoamento dos produtos a preços
História e Geografia do MT 28 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sendo proprietário de imóvel urba- no ou rural, possua como
porque atinge as vantagens econômicas da grande seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra,
empresa, com vanta- gens sociais que estas não podem em zona rural, não superior a 50 hectares, tornando-a produ-
oferecer. tiva por seu trabalho ou de sua família e tendo nela sua
4º - Regime das relações de Poder: os trabalhadores do moradia, terá adquirido sua propriedade. Em contrapartida,
campo neces- sitam, assim como os proprietários urbanos, vedou qualquer possibilidade de usucapião em imóveis
de mecanismos de defesa legal. Reformar as relações de públicos.
poder é conferir ao trabalhador do campo os recursos legais CONCLUSÃO
para reivindicar os seus direitos. Esses recursos são, prin-
cipalmente, a organização do sindicalismo rural e da justiça Em conclusão, podemos asseverar que as políticas
agrária. governamentais de acesso à terra no Brasil não conseguem
promover um pacto político de sustentação para um projeto
5. POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA de redistribuição de terras, apesar de possuir um dos mais
Não se deve confundir reforma agrária com política belos diplomas sobre a questão agrária (Lei nº. 4.504/64).
agrícola, na medida em que esta é a política que orienta, no Essa crônica incapacidade de articulação tem sido
interesse da economia rural, a atividade agropecuária, responsável por uma histórica criação de expectativas,
traçando planos, com a finalidade de harmonizá-la com o seguida de frustrações, com projetos
processo de industrialização do país e de melhorar a
utilização da terra, implementando a produção, o
aproveitamento da mão-de-obra rural e a colonização oficial
e rural, atualizando a legislação e adaptando-a aos planos e
programas de ação governamental, e ainda, elevando o
nível de vida rural.
A política agrícola pode ser entendida como ação
própria do Poder Pú- blico que consiste na escolha de
meios adequados para influir na estrutura e na atividade
agrária, a fim de obter um ordenamento satisfatório da con-
duta das pessoas que delas participam ou a ela se
vinculam, com o escopo de conseguir o desenvolvimento e
o bem estar da comunidade
Tal política deve ser planejada e executada na forma da
lei, exigindo a participação efetiva do setor de produção,
envolvendo simultaneamente produtores e trabalhadores
rurais, bem como os setores de comercializa- ção, de
armazenamento e de transportes. Deverá levar em conta
sobretu- do: os instrumentos creditícios e fiscais; os preços
compatíveis com os custos de produção e a garantia de
comercialização; incentivo à pesquisa e à tecnologia; a
assistência técnica e a extensão rural; o seguro agrícola; o
cooperativismo; a eletrificação rural e a irrigação; e a
habitação para o trabalhador rural.
A Lei nº. 8.171/91, que dispõe sobre a política agrícola,
regula que “en- tende-se por atividade agrícola a produção,
o processamento e a comercia- lização dos produtos,
subprodutos e derivados, serviços e insumos agríco- las,
pecuários, pesqueiros e florestais”.
Dispõe ainda o art. 8° que o planejamento agrícola será
feito em con- sonância com o que dispõe o art. 174 da
Constituição, de forma democráti- ca e participativa, através
de planos nacionais de desenvolvimento agrícola
plurianuais, planos de safras e planos operativos anuais,
observadas as definições constantes da referida lei.
A política fundiária, por sua vez, difere da política
agrícola, sendo um capítulo, uma parte especial desta,
tendo em vista o disciplinamento da posse da terra e de seu
uso adequado (função social da propriedade). Nesse
contexto, a política fundiária deve visar e promover o
acesso à terra daqueles que saibam produzir, dentro de
uma sistemática moderna, espe- cializada e
profissionalizada.
Mas a Constituição, nas lições de José Afonso da Silva,
amparou mais a política agrícola do que a reforma agrária.
“Enquanto a esta se opuseram inúmeros obstáculos, àquela
tudo ocorre liso e natural, porque aí o benefi- ciário é a
classe dominante no campo” (da Silva, José Afonso; Curso
de Direito Constitucional Positivo. São Paulo, Malheiros
Editores, 2003, 22ª edição, pág. 799).
A Constituição Federal criou o chamado “usucapião
constitucional” ou “pro labore”, em favor daquele que, não
História e Geografia do MT 29 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes
de colonização que nascem e morrem no papel. Na raiz populacionais e integração estratégica. Contrariamente a este
desse processo há um poderoso jogo de interesses bancado modelo, o MST busca fundamentalmente a redistribuição das
no século passado por fazendei- ros que começaram a terras improdutivas. É um grupo de fazendeiros que dividem
amealhar fortuna como posseiros de grandes áreas públicas, seus lotes de terras com os mais pobres, e também dividem
hoje sucedidos por grupos empresariais proprietários de parte de seu lucro mensal. Questões do trabalhador do campo,
fazendas altamente mecanizadas. cujo objetivo é principalmente à luta
Reforma agrária não consiste apenas na entrega da terra
a quem não a tem e a quer, precisamos sim de uma reforma
acoplada à política agrícola, que responda aos anseios do
homem sem terra.
A participação efetiva do público alvo na execução dos
programas de regularização fundiária é vital não só para
adequá-las às expectativas da população, mas também para
que os ocupantes destas terras exercitem a sua cidadania.
Na definição dos instrumentos legais para a regularização
fundiária de- ve-se adotar a negociação como forma de
relação entre planejadores, executores e ocupantes, evitando
imposições e incentivando a discussão de princípios e
práticas que favoreçam a melhoria da qualidade de vida e
fortalecimento da cidadania.
Por tudo isso, a importância da reforma agrária é decisiva
porque per- mite e consolida a estabilidade econômico-
financeira de um país. Nenhuma nação poderá ser próspera
enquanto seu trabalhador rural estiver na misé- ria social-
econômica. Daí a necessidade premente da "libertação"
destes trabalhadores, numa base econômica de aliança
harmônica entre o proprie- tário e os trabalhadores rurais.
A reforma agrária não é contra a propriedade privada no
campo. Ao contrário, descentraliza-a democraticamente,
favorecendo as massas e beneficiando o conjunto da
nacionalidade. É um imperativo da realidade social atual,
devendo atender a função social da propriedade, evitando-se
assim, as tensões sociais e conflitos no campo. Uma reforma
agrária no País, moderada e sábia, será uma das causas
principais do progresso nacional.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Monumento desenhado por Marcos Castro dedicado ao


MST e localizado na BR-277, próximo a Curitiba.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
é um movimento político-social brasileiro que busca a reforma
agrária . Teve origem na oposição ao modelo de reforma
agrária imposto pelo regime militar, principalmente nos anos
1970, que priorizava a colonização de terras devolutas em
História e Geografia do MT 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
arrasada por tropas federais, durante a chamada Guerra de
pela realização da reforma agrária no Brasil. O MST teve Canudos: todas as 5.200 casas do arraial foram queimadas e
origem na década de 1980, defendendo que a expansão da a maior parte da população foi morta.
fronteira agrícola, os mega projetos — dos quais as
barragens são o exemplo típico — e a Outro movimento desta fase é o Contestado, que se
mecanização da agricultura contribuíram para eliminar as desenvolve de 1912 até 1916 em Santa Catarina, liderado
pequenas e médias unidades de produção agrícola e pelo monge José Maria.
concentrar a propriedade da terra.
Inserem-se no mesmo quadro as atividades de Lampião
Paralelamente, o modelo de reforma agrária adotado no nordeste brasileiro, no período de 1917 até 1938, na
pelo regime militar priorizava a "colonização" de terras medida em que este possa ser tido como uma forma de
devolutas em regiões remotas, tais como as áreas ao longo banditismo "social", cujas origens estariam na espoliação dos
da rodovia Transamazônica, com objetivo de "exportar pequenos agricultores - como a família de Lampião - e nas
excedentes populacionais" e favorecer a integração do estruturas de poder político regional, dominadas pelo
território, considerada estratégica. Esse modelo de latifúndio. Esta posição, defendida pela historiografia marxista
colonização revelou-se, no entender do movimento, brasileira dos anos 1960 - especialmente pelo historiador Rui
inadequado e eventualmente catastrófico para centenas de Facó3 - e recuperada mais tarde pelo historiador inglês Eric
famílias, que acabaram abandonadas, isoladas em um Hobsbawn,4 tem sido, entretanto, contestada por
ambiente inóspito, condenadas a cultivar terras que se
revelaram impróprias ao uso agrícola.
Nessa época, intensificou-se o êxodo rural — abandono
do campo por seus habitantes —, com a migração
de mais de 30 milhões de camponeses para as
cidades, atraídos pelo desenvolvimento urbano e
industrial, durante o chamado "milagre brasileiro". Grande
parte deles ficou desempregada ou subempregada,
sobretudo no início anos 1980, quando a economia
brasileira entrou em crise. Alguns tentaram resistir na
cidade e outros se mobilizaram para voltar à terra. Desta
tensão, movimentos locais e regionais se desenvolveram na
luta pela terra.
Em 1984, apoiados pela Comissão Pastoral da Terra,
representantes dos movimentos sociais, sindicatos de
trabalhadores rurais e outras organizações reuniram-se em
Cascavel, Paraná, no 1º Encontro Nacional dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra, para fundar o MST.1 2
Apesar de os movimentos organizados pela reforma
agrária no Brasil serem relativamente recentes, remontando
apenas às ligas camponesas — associações de
agricultores que existiam durante as décadas de
1950 e 1960 — o MST entende-se como herdeiro
ideológico de todos os movimentos de base social
camponesa ocorridos desde que os portugueses
entraram no Brasil, quando a terra foi dividida
em sesmarias por favor real, de acordo com o direito feudal
português, o que excluiu em princípio grande parte da
população do acesso direto à terra. Contrariamente a esse
modelo concentrador da propriedade fundiária, o MST
declara buscar a redistribuição das terras improdutivas.
Histórico da questão
agrária Conflitos pela terra
desde 1850
A Lei de Terras de 1850, ao estabelecer a compra e
venda como forma padrão de aquisição da propriedade
fundiária e limitando fortemente o usucapião, foi a
estrutura agrária desigual herdada dos tempos coloniais. É
desse marco legislativo que se valem os historiadores para
dividir a história dos conflitos agrários no Brasil
independente, a partir de 1850, em duas fases distintas:
A primeira fase, que iria de 1850 até 1940, é classificada
como "messiânica", pois estas lutas estavam associadas à
presença de líderes religiosos de origem popular, que
pregavam ideologias de cunho milenarista (inclusive
com elementos sebastianistas, isto é, associados à
mitologia relativa ao retorno de Dom Sebastião) e ligados
ao catolicismo popular. Nesse período, um dos mais
importantes movimentos foi o da comunidade de Canudos,
na Bahia, liderada por Antônio Conselheiro. A comunidade
permaneceu entre 1870 e 1897, quando acabou sendo

História e Geografia do MT 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Comissão Pastoral da Terra, assim como o embrião do futuro
uma outra vertente que vê o banditismo do cangaço numa Partido dos Trabalhadores, passam a apoiar o grupo de
relação de comensalidade com o latifúndio, mais do que de camponeses, que sai vitorioso. Atualmente, vivem na área, de
oposição.5 6 9.170 hectares, 460 famílias assentadas.
A segunda fase da luta pela terra no Brasil é definida A ocupação da fazenda Anoni marca a origem do MST. Em
como "lutas radicais localizadas" e que se desenvolvem de 1984, o Movimento passa a se organizar em âmbito nacional.
1940 até 1955. Nesta fase ocorreram diversos conflitos
violentos por terras e revoltas populares, em diversos lugares Uma das atividades do movimento consiste na ocupação de
do Brasil, em lutas não mais de cunho messiânico, mas agora terras improdutivas, como forma de pressão pela
com demandas sociais e políticas claramente definidas como implementação da reforma agrária. Em novembro de 2012, o
tais. Estas lutas, embora localizadas, tiveram a adesão de MST promoveu a ocupação do parque industrial da Usina
milhares de pessoas, e em alguns lugares, como no Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense.
Maranhão e no Paraná adquiriram tal magnitude que os Cerca de 200 famílias entraram na área para formar um
camponeses tomaram cidades e organizaram governos
paralelos populares.
Com isto a luta pela terra foi violentamente reprimida, sob
pretexto de "ameaça comunista". Com isto, o movimento pela
reforma agrária não pode atuar e a maioria de seus líderes
foram ou presos ou mortos.
Mudanças no quadro legal
Um dos grandes problemas do movimento pela reforma
agrária antes de 1964 era o fato de que a Constituição
brasileira de 1946 só admitia a desapropriação de terras
mediante indenização prévia em dinheiro, o que limitava
fortemente tais desapropriações.
O maior esforço de impulsionar um projeto de reforma
agrária foi um decreto do presidente João Goulart, no
chamado Comício da Central de 13 de março de 1964, de
declarar como terras públicas as faixas circundantes de
rodovias federais, ferrovias e açudes — decreto este que
apenas acelerou o golpe de 1º de abril do mesmo ano.
A ditadura militar, desejando enfrentar as tensões agrárias
de forma controlada, emitiu, em 1965, um Estatuto da Terra
que reconhecia, de acordo com a Doutrina Social da Igreja
Católica, a função social da propriedade privada e permitia a
desapropriação para fins de assentamento agrário em caso
de tensão social, e, mais tarde, na chamada Emenda
Constitucional no.1, de 1969 (outorgada pela Junta Militar que
assumiu o poder quando da incapacitação do presidente
Arthur da Costa e Silva) à Constituição brasileira de 1967,
passou a admitir a desapropriação mediante pagamento em
títulos de dívida pública. Esta legislação, muito embora tenha
permanecido largamente inoperante durante a própria
ditadura, daria o quadro legal para as tentativas de reforma
agrária no pós- ditadura militar.
A Constituição Brasileira de 1988 revalidou o princípio da
desapropriação de terras mediante pagamento em títulos
públicos (que já havia sido, como já dito, admitida
peladitadura militar). No entanto, a Constituinte limitou as
desapropriações às terras improdutivas, chegando à
conclusão de que as grandes propriedades, desde que
produtivas, estão sendo usadas para o progresso do país.
Movimento pela reforma agrária contemporânea
A partir do fim da ditadura militar e da retomada
democrática no Brasil, os camponeses puderam se
reorganizar e retomar sua luta histórica pela reforma agrária.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
surge com a ocupação da fazenda Anoni, no Rio Grande do
Sul, outubro de 1985.7 1500 famílias montaram um
acampamento na fazenda Anoni, objeto de um processo de
desapropriação que durou 14 anos.
Anteriormente, o governo estadual havia revertido uma
ocupação ilegal de uma área de reserva indígena, realizada
nos anos 1960, para o que reassentou os índios e expulsou
os camponeses de seu assentamento, na localidade
conhecida como Encruzilhada Natalino. Como reação,os
agricultores deslocados, espontaneamente, decidiram ocupar
a vizinha Fazenda Anoni. A partir daí, a sociedade local e a
História e Geografia do MT 22 A Opção Certa Para a Sua Realização
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internacionais. Esses setores desenvolvem alternativas às
acampamento e ali produzir alimentos. Cambahyba é um políticas governamentais convencionais, buscando sempre a
complexo de sete fazendas, cuja área totaliza 3.500 perspectiva camponesa.
hectares. Segundo o porta-voz do movimento, o objetivo da
invasão é pressionar por mais agilidade na desapropriação A organização não tem registro legal por ser um
das terras da Cambahyba. Segundo ele, trata-se de "uma movimento social e, portanto, não é obrigada a prestar contas
propriedade improdutiva, e a demora na desapropriação, a nenhum órgão de governo, como qualquer movimento social
pela Justiça, é um absurdo". O processo de desapropriação ou associação de moradores. Entretanto, há o
começou em 1995, quando o Incra fez o pedido. Três anos questionamento de boa parte da opinião pública brasileira de
depois, os proprietários conseguiram reverter o processo. que se o MST é um movimento social e não tem
Em 2000, a fazenda foi ocupada por integrantes do MST, personalidade jurídica, não poderia
que acabaram por ser despejados em 2006. Finalmente, em
agosto de 2012, o juiz da 2ª Vara Federal em Campos,
Dario Ribeiro Machado Junior, decidiu pela desapropriação,
mas os donos das terras recorreram da decisão em
segunda instância. As terras pertencem à família do falecido
político Heli Ribeiro Gomes, vice-governador do Rio de
Janeiro entre 1967 a 1971. Gomes é acusado de ter
permitido o uso do forno da usina para a incineração de
corpos de opositores à ditadura militar, mortos sob tortura.
A família nega as acusações. 8
O movimento também reivindica empréstimos e apoio
para que os trabalhadores realmente possam produzir nas
terras obtidas. Além disso, é muito importante para o MST,
que as famílias tenham escolas próximas ao assentamento,
de maneira que as crianças não precisem ir à cidade - desta
forma, fixando as famílias no campo.9
Organização e estrutura do MST

Membros do MST ocupam a CONAB. Foto: U.


Dettmar/ABr.

Crianças do MST cantam a Internacional durante


comemoração dos 20 anos do MST. Itapeva, 2 de Agosto
de 2004. Foto Ana Nascimento/ABr.
O MST se organiza em 24 estados brasileiros. Sua
estrutura organizacional se baseia em uma verticalidade
iniciada nos núcleos (compostos por 500 famílias) e
seguindo pelas brigadas (grupo de até 500 famílias),
direção regional, direção estadual e direção nacional.
Paralelo a esta estrutura existe outra, a dos setores e
coletivos, que buscam trabalhar cada uma das frentes
necessárias para a reforma agrária verdadeira. São setores
do MST: Saúde, Direitos Humanos, Gênero, Educação,
Cultura, Comunicação, Formação, Projetos e Finanças,
Produção, Cooperação e Meio Ambiente e Frente de
Massa. São coletivos do MST: juventude e relações
História e Geografia do MT 23 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
entidades que seriam ligadas ao MST, representantes do
receber recursos públicos, sejam eles diretos ou indiretos, movimento social sugeriram a ampla investigação também de
como se tem provado nos últimos anos. entidades ruralistas, como a OCB, CNA, SRB e os recursos
A maior instância da organização é o Congresso Nacional, públicos repassados a entidades como o SENAR e SESCOOP
que acontece a cada cinco anos. No entanto, este congresso que tem sido utilizados para finalidades diversas da autorizada
é apenas para ratificação das diretivas - não é um momento pelas leis nacionais. No final da CPMI o relatório é que não
de decisões. Os coordenadores e os dirigentes nacionais, por foram constatados desvios de verba pública pelas entidades
exemplo, são escolhidos no Encontro Nacional, que acontece investigadas.
a cada dois anos. A Coordenação Nacional é a instância Em 2012, o governo municipal de Guilherme Menezes,
operacional máxima da organização, contando com cerca de trabalhando com recursos do INCRA, iniciou um projeto para
120 membros. Embora um dos principais dirigentes públicos trazer água para os Assentamentos Caldeirão, Cipó, Mutum,
do movimento seja João Pedro Stédile, a organização prefere Baixão e Arizona.
não rotular alguém com o título de principal dirigente, evitando
o personalismo. O MST adota o princípio da direção
colegiada, onde todos os dirigentes têm o mesmo nível de
responsabilidade.
O movimento recebe apoio de organizações não
governamentais e religiosas, do país e do exterior,
interessadas em estimular a reforma agrária e a distribuição
de renda em países em desenvolvimento. Sua principal fonte
de financiamento é a própria base de camponeses já
assentados, que contribuem para a continuidade do
movimento.
O MST se articula junto a uma organização internacional
de camponeses chamada Via Campesina, da qual
também faz parte o Movimento dos Pequenos
Agricultores (MPA) e agricultores da Europa, África, Ásia
e América. A Via Campesina tem como objetivo organizar os
camponeses em todo o mundo. Ele também está vinculado
com outras campanhas nacionais e internacionais, como a Via
Campesina Brasil, que reúne alguns dos movimentos sociais
brasileiros do campo, e a contra aALCA.
Relacionamento com o Incra
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) analisa se as terras ocupadas são ou não produtivas.
Se forem improdutivas os sem-terra podem ser assentados,
ou seja, recebem a posse das terras; no caso de a
propriedade rural ser produtiva, é expedida uma ordem
judicial de reintegração de posse. Na maioria dos casos, os
camponeses se retiram sem maiores problemas. Porém,
muitas vezes o grupo se recusa a cumprir o mandado judicial
de reintegração de posse, sendo desta forma desalojado
através de força policial.
A produtividade das terras é medida pelo Incra através do
Índice de Produtividade Rural de 1980, baseado nas
informações do Censo Agropecuário de 1975. Segundo o
Artigo 11 da Lei Federal 8.629,10 de 1993, "os parâmetros,
índices e indicadores que informam o conceito de
produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo a
levar em conta o progresso científico e tecnológico da
agricultura e o desenvolvimento regional”. Os simpatizantes
da Reforma Agrária defendem a atualização do Índice de
Produtividade Rural, porém enfrentam grande resistência de
setores de parlamentares.
Recursos governamentais
Em março de 2009 o presidente do Supremo Tribunal
Federal, Gilmar Mendes, criticou os repasses de recursos do
orçamento que acabam beneficiando o MST, financiando
assim as invasões (ou ocupações, como dizem seus
integrantes) promovidas pelo movimento. Instalada a
polêmica, o Tribunal de Contas da União comprovou que 7,3
milhões de reais do orçamento da educação destinado à Anca
(Associação Nacional de Cooperação Agrícola) em 2003 e
2004 foram distribuídos a secretarias regionais do MST em 23
estados. Os advogados da Associação seguem questionando
essa decisão na justiça federal.
No entanto em vista da CPMI instaurada em 2009 para
investigar supostos repasses de recursos públicos a

História e Geografia do MT 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tradicional. Organizados em brigadas, os assentados ficavam
Em outubro de 2011, jovens do MST ocuparam a cerca de 60 dias trabalhando na construção da escola e,
Secretaria de Educação do Estado de Bahia, ficando na nesse período, passavam por cursos de alfabetização e
área do prédio da Incra, para revindicar melhorias na supletivos. Em seguida, retornavam aos seus Estados,
educação. Entre as lideranças encontravam-se Edinora dando lugar a uma nova brigada. As obras da ENFF foram
Maria Vera Brito e Rita de Cássia Brito Santos. Como iniciadas em 2000. Atualmente a escola ministra cursos em
resultado dessa ocupação, uma escola de ensino médio, vários níveis, desde a alfabetização até o nível médio,
Colégio Estadual do Campo Lúcia Rocha Macedo, foi incluindo administração cooperativista, pedagogia da terra,
instalada no Assentamento Caldeirão, município de Vitória saúde comunitária, planejamento agrícola, técnicas
da Conquista. No Assentamento Lagoa e Caldeirão, agroindustriais. Os professores da escola geralmente provêm
vinculado à escola, foi instalado um projeto de informatica de universidades e escolas técnicas conveniadas. Há também
do GESAC, com recursos do governo federal. Depois voluntários.11
dessas mudanças positivas, o prefeito de Vitóra da
Conquista, Guilherme Menezes, foi reeleito com o apoio do
poder do MST no município.
Resultados obtidos

Encerramento do 5º Congresso do MST em Brasíliaem


2007.
Foto: Agência Brasil.
O MST reivindica representar uma continuidade na luta
histórica dos camponeses brasileiros pela reforma agrária.
Os atuais governantes do Brasil tem origens
comuns nas lutas sindicais e populares, e portanto
compartilham em maior ou menor grau das reivindicações
históricas deste movimento. Segundo outros autores, o
MST é um movimento legítimo que usa a única arma que
dispõe para pressionar a sociedade para a questão da
reforma agrária - a ocupação de terras e a mobilização de
grande massa humana.
O MST procura organizar as famílias assentadas
em formas de cooperação produtiva em vista de melhorar
sua condição de vida. Entre centenas de exemplos que
deram certo no Paraná e Santa Catarina, no Sul do Brasil,
destaca-se a COOPEROESTE, Cooperativa Regional de
Comercialização do Extremo Oeste LTDA , sediada em
Santa Catarina. Há também o exemplo bem sucedido da
Coapar, em Andradina, no interior de São Paulo.
Embora com razão social de empresa no regime de
sociedade limitada, funciona como um verdadeiro
condomínio produtivo. A criação de cooperativas é
estimulada, embora as famílias que hoje estão assentadas
não sejam obrigadas a trabalhar em cooperativas.
Dados coletados em diversas pesquisas demonstram
que os agricultores organizados pelo movimento têm
conseguido usufruir de melhor qualidade de vida que os
agricultores não organizados.
O MST mantém também a Escola Nacional Florestan
Fernandes (ENFF), sediada em Guararema, a 60
quilômetros de São Paulo, e construída por assentados, em
regime de mutirão, usando materiais de construção obtidos
in situ - tijolos de solo cimento, fabricados na própria escola.
Além de serem mais resistentes, fáceis de assentar e
dispensarem reboco, esses tijolos requerem menor uso de
energia (são levados para secar ao ar livre) e de outros
materiais, como ferro, aço e cimento, gerando uma
economia de 30% a 50% em relação a uma edificação

História e Geografia do MT 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Cutrale.
No ano 1997, o MST conseguiu criar o assentamento
Conquista do Rio Pardo, também conhecido como Arizona, A Direção Nacional do MST, em nota publicada, em 9 de
localizado no município de Vitória da Conquista na Bahia. outubro, admitiu a ocupação de fazendas que, segundo
Atualmente Fabrícia Ribeiro Olivieira, Alessandra Ribeiro, e afirma, têm origem na grilagem de terras públicas, tais como
Ana Cleia Olivieira de Queroz são lideranças do as da Cutrale - empresa que controla 30% da produção mundial
assentamento na area da computação. de suco de laranja. Desde 2006, a Justiça analisa os títulos de
propriedade da Cutrale, visando verificar se as terras são
Críticas realmente públicas, como sustenta o MST.
Muitos são os críticos do MST que consideram que estes
assentamentos, dependentes de financiamento
governamental, no que seria uma tentativa de
preservar artificialmente uma agricultura de minifúndios
em regime de produção familiar, economicamente inviável
diante das pressões competitivas da globalização,
que exigiriam o desenvolvimento do agronegócio. Em
resposta, o MST aponta para o fato de que o agronegócio
também tem dependido de condições artificialmente
favorecidas - fortessubsídios e créditos governamentais -
para produzir frequentemente em condições ambientalmente
insustentáveis, ecologicamente danosas e socialmente
excludentes. Em contrapartida, o movimento ressalta os
ganhos políticos e sociais decorrentes da inserção produtiva
de seus assentados.
Apesar de várias iniciativas bem sucedidas em âmbito
nacional no estabelecimento e organização de assentamentos
produtivos, o MST também sofre eventualmente problemas
típicos dos movimentos políticos do Brasil. No assentamento
São Bento (em Mirante do Paranapanema, São Paulo), lotes
entregues aos sem-terra foram vendidos, o que é proibido por
lei. As acusações levantaram a suspeita de que Ivan Carlos
Bueno (ex- técnico do Incra e membro da direção regional do
MST), recebera um lote ilicitamente e contratara um sem-terra
para trabalhar, sendo que, além de Bueno não se encaixar
nos padrões socioeconômicos estabelecidos para receber o
lote, é proibida a contratação de terceiros para trabalhar a
terra recebida.
A Escola Nacional Florestan Fernandes, assim como
todos os empreendimentos educacionais do MST, tem sido
apontada pela mídia como um foco de doutrinação
daesquerda revolucionária. Em matéria publicada em 2005
intitulada Madraçais do MST, a revista Veja, ferrenha crítica
do movimento, comparou as escolas de assentamentos no
Rio Grande do Sul às madraçais (ou madraças), escolas
religiosas islâmicas, muito abundantes no Paquistão, que
educam seus alunos através do estudo do
Alcorãointerpretado em termos fundamentalistas. Em 2004, as
escolas do MST abrigavam 160.000 alunos, empregando
4.000 professores.12
Manifestações
Em 17 de junho de 2005 o MST fez a sua marcha
em direção a Brasília. Entre os dias 11 e 15 de junho de
2007, o MST realizou em Brasília seu 5º Congresso Nacional.
Denúncia de grilagem por multinacionais
Em 2009 integrantes do MST ocuparam a fazenda de uma
transnacional em Santo Henrique, em Borebi, próximo a Iaras,
interior de São Paulo, grilada pela Cutrale.13Derrubaram
mais de 7.000 pés de laranjas. A mídia noticiou a
destruição de 28 tratores, a sabotagem do sistema de
irrigação e a depredação da sede da fazenda.14 A justiça
brasileira sem tomar conhecimento de que aquelas terras
pertenciam à União, ordenou a pronta desocupação do
terreno,15 e entidades como o INCRA apressaram-se em
condenar o ocorrido;16 a ação foi amplamente criticada pela
mídia. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária
de São Paulo disse que "a sociedade paulista deve ficar ainda
mais atenta aos desdobramentos dessas ações, porque elas
comprometem a própria existência da democracia".17 O
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também
condenou os atos de vandalismo ocorridos na fazenda da
História e Geografia do MT 26 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ofereceu
A nota afirma ainda que "não houve depredação nem ao MST o prêmio 'Centenário Dom Hélder Câmara', por sua
furto por parte das famílias que ocuparam a fazenda da defesa dos Direitos Humanos e na organização da luta das
Cutrale", e que tais "desvios de conduta em ocupações, que mulheres pela Reforma Agrária e Soberania Alimentar. A
não representam a linha do movimento" têm acontecido por militante Nívia Regina recebeu o prêmio em nome do
infiltração elementos estranhos ao MST, adversários da Movimento.34 No mesmo dia, o MST também recebeu a
reforma agrária.18 A entidade não ofereceu, no entanto, 'Medalha de Direitos Humanos Dom Helder' em homenagem
qualquer prova destas alegações; a Polícia Civil abriu na Câmara Municipal na cidade de Olinda, Pernambuco.35
inquérito. Segundo o delegado Jader Biazon, serão
apurados os crimes de formação de bando ou quadrilha, O coordenador do MST João Pedro Stedile recebeu a
esbulho possessório, dano e furto qualificado.19 medalha "Mérito Legislativo", que é concedida a
personalidades, brasileiras ou estrangeiras, que realizaram ou
Prêmios e homenagens realizam serviço de relevância para a sociedade. A indicação
Noam Chomsky, um dos maiores linguistas, autores e partiu do deputado federal Brizola Neto (PDT/RJ), líder da
ativistas políticos americanos da atualidade, discursou, em bancada do seu partido na Câmara, como uma forma de
inúmeras ocasiões, em favor ao MST. Segundo Noam, trazer a reflexão à luta pela terra e o uso que vem sendo feito
existe uma clara ligação entre o surgimento de favelas dela. Para o deputado, a
e a desigualdade na distribuição da terra no campo.20 O
pensador ainda afirmou que o "MST é o movimento popular
mais importante e excitante do mundo!" durante o seu
discurso no Fórum Social Mundial realizado em Porto
Alegre em Fevereiro de 2003.21
Sebastião Salgado, possivelmente o fotógrafo brasileiro
mais reconhecido internacionalmente pela sua arte e pela
sua identificação com causas sociais relevantes, organizou
em 1997 uma exposição intitulada "Terra"22 23 em
homenagem à luta do MST.24 O livro com as fotos da
exposição inclui quatro cds de Chico Buarque de Hollanda.
O prefácio do livro é de autoria do prémio Nobel, José
Saramago. O livro é dedicado aos milhares de famílias sem
terra no Brasil, cuja situação Salgado documentou em
1996. A exposição tomou lugar em 40 países, e 100
cidades brasileiras. A exposição constituiu também o marco
inicial das atividades, na Universidade de Nottingham, do
presente projeto e website, As Imagens e as Vozes da
Despossessão, juntamente com o evento Landless Voices,
realizado em setembro de 2001 na Universidade de
Nottingham.25Em dezembro de 2002, como parte das
atividades comemorativas da conclusão do projeto, a
Universidade de Évora, em Portugal, conferiu a Sebastião
Salgado o título deDoutor Honoris Causa.26
Em 2005, o MST foi um dos doze agraciados com a
Medalha Chico Mendes de Resistência, prêmio entregue
pela ONG brasileira Grupo Tortura Nunca Mais a "todos que
se destacam na luta pelos Direitos Humanos e por uma
sociedade mais justa".27
O Projeto "Terra Livre" foi anunciado no ano de 2006.28
Trata-se de uma homenagem da produtora independente
Kate Cunningham ao Movimento pela midia de
documentário,29 seguindo as vidas de três famílias no
estado do Paraná. O filme também tem uma série de
entrevistas com estudiosos e políticos. Entre eles
destacam-se:João Pedro Stédile; Miguel Rossetto, então
Ministro da Reforma Agrária; Roberto Requião, Governador
do Estado do Paraná e candidato às eleições presidenciais
de 2006 e Rolf Hackbart, presidente do INCRA.30
O auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa
de São Paulo foi palco de Ato Solene em Homenagem aos
25 anos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, dia
12 de Agosto de 2009.31
A Diretoria da Associação de Juízes pela Democracia
(AJD) também prestou homenagem ao MST em São Paulo.
O magistrado comprometido com transformação social
entregou no dia 3 de dezembro de 2009 uma pintura
representando a luta de Dom Quixote contra os 'Moinhos da
Opressão'.32 Na atividade, representaram o MST os
militantes João Paulo Rodrigues e João Pedro Stédile, de
São Paulo, e Joba Alves, de Pernambuco.33
No dia 10 de dezembro de 2009, Dia Internacional dos
Direitos Humanos, a comissão de Direitos Humanos da
História e Geografia do MT 27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
indicação é uma homenagem mais do que merecida. "A ↑ Z MAGAZINE, April, 1997, 'Expanding the Floor of the Cage' (Noam
medalha será um símbolo para o Congresso Nacional, que Chamsky interviewed by David Barsamian): "They happened to be
tomou essa iniciativa, mesmo com alguns tentando having a conference, some of the activists in the landless workers
movement near Sao Paulo when I was there. They’re a very important
criminalizar as ações do movimento". Ele diz ainda que a
and substantial popular movement. They have close links to the
contribuição que Stedile deu ao país é a luta que vem favelas, because the people in the favelas are mostly driven off the
travando nesses anos todos pela terra.36 land. Brazil has an enormous agrarian problem. It’s got a very high
land concentration, an enormous amount of unused land, basically
Em 2013 recebeu o Prêmio Guernica para a Paz e being held as a hedge against inflation or for investment purposes,
Reconciliação.37 but not really used. It’s got a very brutal army and military history,
↑ Centro de Documentação e Memória da UNESP. MST - especially since the coup of 1964. There was a lot of violence against
Movimento dos Trabalha- dores Rurais Sem Terra pea- sants." http://www.chomsky.info/interviews/199704--.htm site
↑ Os cios da terra Jornal Gazeta do Povo - edição comemorativa visitado em 27 de dezembro de 2009
de n° 30.000 - acessado em 8 de dezembro de 2012 ↑ "MST (Landless Workers Movement), which I think is the most
↑ FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos: gênese e lutas. Rio de important and exciting popular movement in the world." - NOAM
Janeiro: Civilização Brasileira, 1963. CHOMPSKY, World Social Forum. Discurso em Inglês:
↑ Bandidos. Forense-Universitária: Rio de Janeiro, 1975, p. 11, http://www.scoop.co.nz/stories/HL0302/S00032.htm, visitado em 27
apud Souza, M.O cangaço e o poder dos coronéis no Nordeste de dezembro de 2009
↑ “O sucesso de Lampião apoiava-se na rede de coiteiros e no ↑ Título não preenchido, favor adicionar. Página visitada em 27
abastecimento constante de armas. Sustentava-se pelo suborno e de dezembro de 2009.
pelos tratos entre o cangaço e o coronelismo, que definiam zonas ↑ Terra (1997) ISBN 84-204-2874-4
livres de perseguição e indicavam áreas onde os cangaceiros podiam ↑ "Para mim, o Movimento dos Sem Terra é um dos únicos
cometer seus assaltos. Essas áreas pertenciam naturalmente ao movimentos - senão o único - que reúne em sua ação as lutas pela
‘território inimigo’, redutos de políticos ou famílias contrárias aos dignidade e pela cidadania no Brasil. Sua ação é toda centrada em
protetores de Lampião.” In CHIAVENATO, Júlio J. Cangaço. A força uma só preocupação, um só eixo: promover a real e justa divisão de
do coronel. Brasiliense: São Paulo, 1990, p. 85, apud SOUZA, M. O renda no país que tem o sistema de distribuição mais injusto do
cangaço e o poder dos coronéis (parte 3) mundo. Acompanho sua luta com atenção, desde o início. Creio
↑ Lampião, Virgulino e o mito, por Karolina Gomes, Monika também que sua maior importância está no fato de incorporar e
Hackmayer e Virginia Primo.. materializar todas as experiências anteriores, e que este sistema
↑ Tabloide digital "Terra para Rose", o documentário do ano, por injusto que domina nosso país vem tentando, ao longo dos anos,
Aramis Millarch, originalmente publicado em 25 de outubro de apagar da nossa memória." - Sebastião Salgado. Este depoimento
1987 está na contracapa do livro 'Brava gente', João Pedro Stédile, Editora:
↑ MST ocupa fazenda no norte fluminense. Uol, 2 de novembro de Fundação Perseu Abramo, ISBN 85-86469-17-3, 1999.
2012. ↑ Título não preenchido, favor adicionar. Página visitada em 27
↑ A formação continuada de educadores em exercício das Escolas de dezembro de 2009.
Itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.eles ↑ Título não preenchido, favor adicionar. Página visitada em 27
sao muito bons Santa Maria. Universidade Federal de Santa Maria, de dezembro de 2009.
2006.. ↑ Medalha Chico Mendes de Resistência - Homenageados em 2005.
↑ [1] Grupo Tortura Nunca Mais-RJ. Página visitada em 30 de maiode
↑ [MST inaugura Escola Nacional Florestan Fernandes]. ALAI, 2008.
América Latina en Movimiento, 19 de janeiro de 2005. ↑ verificado em 27 de dezembro de 2009.
↑ Madraçais do MST, Veja. edição 1870, 8 de setembro de 2004. ↑ TERRA LIVRE, documentário sobre MST, verificado em 27 de
↑ [2] dezembro de 2009.
↑ MST depreda imóveis e tratores em fazenda no interior de SP - ↑ Sumário do filme TERRA LIVRE, verficado em 27 de dezembro de
Folha Online, 8 de outubro de 2009. O que não foi provado em 2009.
nenhum momento.. ↑ comemoração dos 25 anos de luta e resistência, verificado em 27
↑ Justiça ordena desocupação de fazenda pelo MST - de dezembro de 2009.
portalms.com.br, 7 de outubro de 2009.. ↑ site verificado em 27 de dezembro de 2009.
↑ MST destruir laranjal prejudica reforma agrária, diz Incra - Terra, 6 ↑ homenagem do magistrado ao MST, site verificado em 27 de
de outubro de 2009. dezembro de 2009.
↑ MST depreda imóveis e tratores em fazenda no interior de SP, ↑ MST recebe prêmio da Comissão de Direitos Humanos,
Maurício Simiona- to. Folha Online, 8 de outubro de 2009.. verificado em 27 de dezembro de 2009.
↑ Esclarecimentos sobre últimos episódios. Movimento dos ↑ verificado em 27 de dezembro de 2009.
Trabalhadores Rurais Sem Terra (site oficial), 9 de outubro de ↑ [3]
2009.. ↑ Conversa Afiada.
↑ Lula condena "vandalismo" protagonizado por membros do MST [http://www.conversaafiada.com.br/pig/2013/04/29/mst-recebe-
em fazenda em SP. BOL, 9 de outubro de 2009.. premio-em-guernica-pig-trata-como-marginal MST recebe prêmio
em Guernica. PiG (*) trata como marginal]. Acesso em 30 de abril de
Governadores 2013

Província de Mato Grosso


Nome Partido Imagem Início do mandato Fim do mandato Observações
Luís de Castro Pereira 20 de agosto de 1º de agosto de
1821 1822
Vice-
Jerônimo Joaquim Nunes 1º de agosto de 20 de agosto de
presidente
1822 1822
Antônio José de Carvalho Chaves 20 de agosto de 30 de julho de 1823
1822
Manuel Alves da Cunha 30 de julho de 1823 [[]] de [[]]
José Saturnino da Costa Pereira [[]] de [[]] [[]] de [[]]
Jerônimo Joaquim Nunes [[]] de [[]] [[]] de [[]]
André Gaudie Ley 1º de janeiro de 21 de janeiro de
1830 1830
Antônio Correia da Costa [[]] de [[]] [[]] de [[]]

História e Geografia do MT 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
André Gaudie Ley 19 de abril de 1830 4 de dezembro de
1830
Antônio Correia da Costa 3 de dezembro de 26 de maio de 1834
1833
Vice-
José de Melo Vasconcelos 24 de maio de 1834 26 de maio de 1834
presidente
Vice-
João Poupino Caldas 28 de maio de 1834 22 de setembro de
presidente
1834
Antônio Pedro de Alencastro 22 de setembro de 31 de janeiro de
1834 1836
Antônio José da Silva [[]] de [[]] [[]] de [[]]

História e Geografia do MT 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Antônio Correia da Costa 1º de fevereiro de 24 de fevereiro de
1836 1836
Antônio José da Silva [[]] de [[]] [[]] de [[]]

José Antônio Pimenta Bueno, marquês de


26 de agosto de [[]] de 1838
São Vicen- te
1836

José da Silva Guimarães 21 de maio de 1838 16 de setembro de


1838
Estêvão Ribeiro de Resende 16 de setembro de 25 de outubro de
1838 1840
Antônio Correia da Costa 25 de outubro de 28 de outubro de
1840 1840
José da Silva Guimarães 28 de outubro de 9 de dezembro de
1840 1842
Antônio Correia da Costa 9 de dezembro de 11 de maio de 1843
1842
José da Silva Guimarães 11 de maio de 1843 7 de agosto de 1843
Manuel Alves Ribeiro 7 de agosto de 1843 5 de outubro de
1843
José Mariano de Campos 5 de outubro de 24 de outubro de
1843 1843
Zeferino Pimentel Moreira Freire 24 de outubro de 26 de setembro de
1843 1844
Ricardo José Gomes Jardim 26 de setembro de 5 de abril de 1847
1844
João Crispiniano Soares 5 de abril de 1847 6 de abril de 1848
Manuel Alves Ribeiro 6 de abril de 1848 31 de maio de 1848
Antônio Nunes da Cunha 31 de maio de 1848 30 de setembro de
1848
Joaquim José de Oliveira 27 de setembro de 8 de setembro de
1848 1849
João José da Costa Pimentel 8 de setembro de 11 de fevereiro de
1849 1851

Augusto Leverger, barão de Melgaço 11 de fevereiro de 1º de abril de 1857


1851

Albano de Sousa Osório 1º de abril de 1857 28 de fevereiro de


1858
Joaquim Raimundo de Lamare, visconde de 28 de fevereiro de 13 de outubro de
Lamare 1858 1859
Antônio Pedro de Alencastro 13 de outubro de 8 de fevereiro de
1859 1862
Herculano Ferreira Pena 8 de fevereiro de 14 de maio de 1863
1862

História e Geografia do MT 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Augusto Leverger, barão de Melgaço 9 de agosto de 1865 13 de fevereiro de


1866

Alexandre Manuel Albino de Carvalho 15 de julho de 1863 9 de agosto de 1865

Augusto Leverger, barão de Melgaço 13 de fevereiro de 1º de maio de 1866


1866

História e Geografia do MT 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Albano de Sousa Osório 1º de maio de 1866 2 de fevereiro de
1867
José Vieira Couto de Magalhães 2 de fevereiro de 13 de abril de 1868
1867
João Batista de Oliveira, barão de Aguapeí 13 de abril de 1868 7 de setembro de
1868

José Vieira Couto de Magalhães 7 de setembro de [[]] de [[]]


1868

Albano de Sousa Osório 17 de setembro de 19 de setembro de


1868 1868
José Antônio Murtinho 19 de setembro de 26 de março de
1868 1869

Augusto Leverger, barão de Melgaço 26 de março de 10 de fevereiro de


1869 1870

Luís da Silva Prado 10 de fevereiro de 29 de maio de 1870


1870
Vice-
Antônio de Cerqueira Caldas, barão de 29 de maio de 1870 12 de outubro de
presidente
Diamantino 1870
Francisco Antônio Raposo, barão de Caruaru 12 de outubro de 27 de maio de 1871
1870
Vice-
Antônio de Cerqueira Caldas, barão de 27 de maio de 1871 29 de julho de 1871
presidente
Diamantino

25 de
Francisco José Cardoso Júnior 29 de julho de 1871
dezembro de
1872

José de Miranda da Silva Reis [[]] de 1872 6 de dezembro de


1874
Vice-
Antônio de Cerqueira Caldas, barão de 6 de dezembro de 5 de junho de 1875
presidente
Diamantino 1874

Hermes Ernesto da Fonseca 5 de julho de 1875 2 de março de 1878

João Batista de Oliveira, barão de Aguapeí 2 de março de 1878 6 de julho de 1878

História e Geografia do MT 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

João José Pedrosa [[]] de [[]] [[]] de [[]]

História e Geografia do MT 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Rufino Enéas Gustavo Galvão, visconde de 5 de dezembro de 2 de maio de 1881


Maracaju 1879

José Leite Galvão 2 de maio de 1881 31 de maio de 1881


José Maria de Alencastro 31 de maio de 1881 10 de março de
1883
José Leite Galvão 10 de março de 7 de maio de 1883
1883
Manuel de Almeida Gama Lobo d'Eça,
7 de maio de 1883 13 de setembro de
barão de Batovi
1884

15 de 15 de
Floriano Peixoto
novembro de novembro de
1884 1885

José Joaquim Ramos Ferreira 5 de outubro de 5 de novembro de


1885 1885
Joaquim Galdino Pimentel 5 de novembro de 9 de novembro de
1885 1886
Antônio Augusto Ramiro de Carvalho 9 de novembro de 9 de dezembro de
1886 1886
Álvaro Rodovalho Marcondes dos Reis 9 de dezembro de 28 de março de
1886 1887
Antônio Augusto Ramiro de Carvalho 28 de março de 29 de maio de 1887
1887
16 de
José Joaquim Ramos Ferreira 29 de maio de 1887
novembro de
1887
16 de
Francisco Rafael de Melo Rego 6 de fevereiro de
novembro de
1889
1887
Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho 6 de fevereiro de [[]] de 1889
1889
Manuel José Murtinho [[]] de 1889 [[]] de 1889
Ernesto Augusto da Cunha Matos 9 de agosto de 1889 9 de dezembro de
1889
Período republicano
Nº Nome Partido Imagem Início do mandato Fim do mandato Observações
1 Antônio Maria Coelho 9 de dezembro de 15 de fevereiro de
1889 1891
2 Frederico Solon de Sampaio Ribeiro 16 de fevereiro de 31 de março de
1891 1891
3 José da Silva Rondon 1º de abril de 1891 5 de junho de 1891
4 João Nepomuceno de Medeiros 6 de junho de 1891 16 de agosto de
Mallet 1891
5 Manuel José Murtinho 16 de agosto de 15 de agosto de
1891 1895
6 Antônio Correia da Costa 15 de agosto de 26 de janeiro de
1895 1898

História e Geografia do MT 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
7 Antônio Cesário de Figueiredo 26 de janeiro de 10 de abril de 1899
1898
8 João Pedro Xavier Câmara 10 de abril de 1899 6 de julho de 1899
9 Antônio Leite de Figueiredo 6 de julho de 1899 15 de agosto de
1899
10 Antônio Pedro Alves de Barros 15 de agosto de 15 de agosto de
1899 1903
11 Antônio Pais de Barros, barão de 15 de agosto de 2 de julho de 1906
Piracicaba 1903
12 Pedro Leite Osório 2 de julho de 1906 15 de agosto de
1907

História e Geografia do MT 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

13 Generoso Pais Leme de Sousa 15 de agosto de 12 de outubro de


Ponce 1907 1908

14 Pedro Celestino Correia da Costa 12 de outubro de 15 de agosto de


1908 1911
15 Joaquim Augusto da Costa Marques 15 de agosto de 15 de agosto de
1911 1915
16 Caetano Manuel de Faria e 15 de agosto de 8 de fevereiro de
Albuquerque 1915 1917
17 Camilo Soares de Moura 9 de fevereiro de 22 de agosto de
1917 1917
18 Cipriano da Costa Ferreira 23 de agosto de 21 de janeiro de
1917 1918

19 Francisco de Aquino Correia 22 de janeiro de 21 de janeiro de


1918 1922

20 Pedro Celestino Correia da Costa 22 de janeiro de 24 de outubro de


1922 1924
21 Estêvão Alves Correia 25 de outubro de 22 de janeiro de
1924 1926
22 Mário Correia da Costa 22 de janeiro de 21 de janeiro de
1926 1930
23 Aníbal Benício de Toledo 22 de janeiro de 30 de outubro de
1930 1930
24 Sebastião Rabelo Leite 30 de outubro de 3 de novembro de
1930 1930
25 Antônio Mena Gonçalves 3 de novembro de 24 de abril de 1931
1930
26 Artur Antunes Maciel 24 de abril de 1931 15 de junho de 1932
27 Leônidas Antero de Matos 15 de junho de 1932 12 de outubro de
1934
28 César de Mesquita Serva 12 de outubro de 8 de março de 1935
1934
29 Fenelon Muller 8 de março de 1935 28 de agosto de
1935
30 Newton Deschamps Cavalcanti 28 de agosto de 7 de setembro de
1935 1935
31 Mário Correia da Costa 7 de setembro de 8 de março de 1937
1935
32 Manuel Ari da Silva Pires 9 de março de 1937 13 de setembro de
1937
33 Júlio Strubing Muller 13 de setembro de 30 de outubro de
1937 1945
34 Olegário Moreira de Barros 30 de outubro de 19 de agosto de
1945 1946
35 José Marcelo Moreira 19 de agosto de 8 de abril de 1947
1946

História e Geografia do MT 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

36 Arnaldo Estêvão de Figueiredo 8 de abril de 1947 1º de julho de 1950

37 Jari Gomes 1º de julho de 1950 31 de janeiro de


1951

História e Geografia do MT 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

38 Fernando Corrêa da Costa 31 de janeiro de 31 de janeiro de


1951 1956

39 João Ponce de Arruda 31 de janeiro de 31 de janeiro de


1956 1961

40 Fernando Corrêa da Costa 31 de janeiro de 31 de janeiro de


1961 1966

41 Pedro Pedrossian 31 de janeiro de 15 de março de


1966 1971

42 José Manuel Fontanillas Fragelli 15 de março de 15 de março de


1971 1975

42 José Garcia Neto 15 de março de 15 de agosto de


1975 1978
43 Cássio Leite de Barros 15 de agosto de 15 de março de
1978 1979
44 Frederico Carlos Soares Campos 15 de março de 15 de março de
1979 1983
45 Júlio José de Campos 15 de março de 15 de maio de 1986
1983
46 Wilmar Peres de Faria 15 de maio de 1986 15 de março de
1987
47 Carlos Gomes Bezerra 15 de março de 2 de abril de 1990
1987
48 Edison Freitas de Oliveira 2 de abril de 1990 15 de março de
1991

História e Geografia do MT 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

49 Jaime Veríssimo de Campos DEM 15 de março de 1º de janeiro de


1991 1995

50 Dante Martins de Oliveira PDT 1º de janeiro de 1º de janeiro de


1995 1999
— Dante Martins de Oliveira (reeleito) PSDB 1º de janeiro de 6 de abril de 2002
1999
51 José Rogério Salles PSDB 6 de abril de 2002 1º de janeiro de
2003

52 Blairo Borges Maggi PPS 1º de janeiro de 1º de janeiro de


2003 2007

— Blairo Borges Maggi (reeleito) PPS 1º de janeiro de 31 de março de


2007 2010

53 Silval da Cunha Barbosa PMDB 31 de março de 1º de janeiro de


2010 2011

PMDB Corumbá se encontra com Manoel José Murtinho, então


— Silval da Cunha Barbosa
adversário político. Fazem as pazes e nasce o movimento
Primeira República denominado “Coligação”.
Em 09 de dezembro de 1889, Antônio Maria Coelho O Partido Republicano ordena as forças para a retomada do
assumiu as rédeas do governo republicano em Mato Grosso. poder presi- dencial de Cuiabá, pressionando do sul e do
A 15 de agosto de 1891 se pro- mulgava a Primeira norte. Ponce sobe de Corum- bá e o cel. Pedro Celestino
Constituição do Estado de Mato Grosso. O termo Província desce de Alto Paraguai Diamantino. Ponce agia às pressas,
deu lugar a Estado. O chefe do executivo mantinha a porque o presidente Antônio Paes de Barros pedira socorro à
denomina- ção de presidente. Eleito pela Assembleia União. Do Rio de Janeiro o gal. Dantas Barreto partiu em
Legislativa, o jurista Dr. Manoel José Murtinho assumiu o auxílio ao presi- dente do Estadode Mato Grosso. As duas
cargo de primeiro presidente doEstado de Mato Grosso, a 16 tenazes, do norte e do sul, à medida que progrediam o
de agosto de 1891. avanço, recebiam adesões de patriotas. Cerca de
Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a pedido 4.000 homens cercaram Cuiabá.
do bispo Dom Carlos Luís D’Amour ao fundador Dom Bosco. O presidente Antônio Paes de Barros, vendo-se impotente,
Os salesianos deixa- ram histórico rastrocultural em Mato furou o cerco, tomando disfarce, mas foi descoberto nas
Grosso, notabilizaram-se pelas Mis- sões entre povos imediações da fábrica de pólvora do Coxipó, onde foi
indígenas. O conturbado período político de 1889 a 1906 assassinado, a 06 de julho de 1906.
assinalou progressos econômicos. Usinas açucareiras da A 15 de agosto de 1907, o cel. Generoso Paes Leme de
beira do Ri- Souza Ponce assumiu o governo do Estado de Mato
o Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se potências Grosso. Seus substitutos le-
econômicas no Estado. Notabilizaram-se as usinas gais eram o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, dr.
Conceição, Aricá, Itaici - além de outras. Tam- bém a Joaquim Augusto da Costa Marques e o cel. João Batista de
produção de borracha tomou notável impulso. Outra fonte de Almeida Filho. O cel. Pedro Celesti- no foi substituído pelo Dr.
riqueza em crescimento foram os ervais da região fronteiriça Joaquim Augusto da Costa Marques, que tomou posse a 15
História
com e Geografia
o Paraguai. do MTinício as obras da estrada
Em 1905 tiveram 30 A Opção Certa Para a Sua Realização
de ferro, que cortou o sul do Esta- do.
Os chefes do Partido Republicano, além de se reunirem
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de agosto de 1911, tendo como vice o cel. Joaquim Caraciolo
Peixoto de Azevedo, dr. José Carmo da Silva Pereira e o Dr.
Eduardo Olímpio Machado. O presidente Costa Marques
conseguiu a proeza de governar ininterruptamente, fato
inédito naqueles tempos de política turbu- lenta. A Costa
Marques sucedeu em 15 de agosto de 1915, o gal. Caetano

História e Geografia do MT 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em 31 de janeiro de 1961, pela segunda vez, o médico
Manoel de Faria e Albuquerque. Fernando Corrêa da Costa tomou posse como governador. Em
Eram difíceis os tempos de I Grande Guerra Mundial, sendo seu segundo mandato ocor- reu a Revolução de 31 de março
que a 22 de janeiro de 1918, tomou posse D. Francisco de de 1964, o que serviu para “esticar” o período de governo,
Aquino Corrêa, Bispo de Prusíade, eleito para o quadriênio permanecendo à frente do executivo até 15 de março de 1966.
1918-1922, governando por todo seu mandato. Governou nesta segunda vez por 5 anos, 1 mês e 15 dias.
Posteriormente foi eleito, por voto direto o cel. Pedro Em 1964 Mato Grosso tornou-se um dos focos do movimento
Celestino Corrêa da Costa, que assumiu o governo em 22 de revolucio- nário. Declarada a Revolução em Minas Gerais, a
janeiro de 1922, cujo mandato se expiraria em 1926. No tropa do 16º Batalhão de Caçadores de Cuiabá avançou para
entanto, não chegou a completá-lo, deixando o comando do Brasília, sendo a primeira unidade militar a ocupar a capital da
governo, por motivos de saúde, a 1º de novembro de 1924. República.
Nesta ocasião o 1º vice-presidente, Dr. Estevão Alves O governo militar instituiu o voto indireto para governador. O
Corrêa, assumiu a presidência, governando até o fim do nome era proposto pela Presidência da República, homologado
mandato. pela Assembleia Legislativa. Apenas em 1982, voltariam as
Neste período cruzou o chão mato-grossense a épica eleições diretas. No primeiro governo revolucionário, o Dr.
“Coluna Prestes”, que passou por diversas localidades do Roberto de Oliveira Campos, mato-grossense de largo passado
Estado, deixando um rastro de admiração e tristeza. de serviços públicos, foi escolhido para Ministro de Plane-
O 10º presidente constitucional do Estado de Mato Grosso jamento. No governo do general Castelo Branco, o mato-
foi o Dr. Mário Corrêa da Costa, que governou de 1926 até grossense general Dilermando Gomes Monteiro exerceu a
1930. O Dr. Anibal Benício de Toledo, 11º presidente função de Subchefe da Casa Mili-
constitucional, assumiu o governo estadual a 22 de janeiro,
para o quadriênio 1930-1934. Esteve à frente da
governadoria apenas por 9 meses e 8 dias, em função dos
resultados práticos da Revo- lução de 30. Na sequência
assumiu o governo o major Sebastião Rabelo Leite -
Comandante da Guarnição Militar de Cuiabá.
Segunda República
Os anos de 1930-1945 foram marcados por forte influência
europeia. A política centralizadora de Getúlio Vargas se fez
sentir em Mato Grosso: interventores federais foram
nomeados por entre exercícios de curto gover- no. A 16 de
julho de 1934, o Congresso Nacional promulgou uma nova
Constituição Federal, que foi seguida pela estadual mato-
grossense, a 07 de setembro de 1935. O título de presidente
foi substituído pelo de gover- nador. Os constituintes
estaduais elegeram o Dr. Mário Corrêa da Costa para
governador, que tomou posse como o 12º governo
constitucional. Foi este um governo marcado por agitações
políticas. A normalidade voltou com a eleição do bel. Júlio
Strubing Muller pela Assembleia Legislativa para governador,
que assumiu o cargo em 04 de outubro de 1937.
Ocorrendo o golpe do “Estado Novo” de Getúlio Dornelles
Vargas a 10 de novembro de 1937, o Estado de Mato Grosso
passou ao regime de interventoria novamente. Nesse período
registraram-se progressos econô- micos e notável
participação de Mato Grosso na Segunda Guerra Mundial.
Em 15 de outubro de 1939, instalou-se em Cuiabá a Rádio
Voz do Oeste, sob a direção de seu criador, Jercy Jacob:
professor, poeta, músico, com- positor e técnico em
radieletricidade. Marcou época o programa “Domingo Festivo
na Cidade Verde”, apresentado por Rabello Leite e Alves de
Olivei- ra, ao vivo, no anfiteatro do Liceu Cuiabano. Mais
tarde, Alves de Oliveira e Adelino Praeiro deram sequência
ao programa no Cine Teatro Cuiabá.
Por efeito da Constituição Federal de 1946, um novo
período de normali- dade se instituiu. A Assembleia
Constituinte de Mato Grosso elegeu o primeiro governador do
período, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo. A 03 de outubro
de 1950 houve eleições para governador, concorrendo Filinto
Muller, pelo Partido Social Democrata e Fernando Corrêa da
Costa pela União Democrática Nacional. Venceu Fernando
Corrêa, que tomou posse a 31 de janeiro de 1951,
governando até 31 de janeiro de 1956. Fernando Corrêa da
Costa instalou a Faculdade de Direito de Mato Grosso, núcleo
inicial da futura Universidade Federal de Mato Grosso -
UFMT.
O engenheiro civil João Ponce de Arruda recebeu das mãos
de Fernando Corrêa o governo de Mato Grosso,
administrando o Estado por cinco anos, de 31 de janeiro de
1956 até 31 de janeiro de 1961. A 19 de janeiro de 1958,
faleceu no Rio de Janeiro Cândido Mariano da Silva Rondon
ou simplesmente o Marechal Rondon, como ficou
mundialmente conhecido.
História e Geografia do MT 32 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em suas administrações foram criadas a Universidade
tar, passando a Chefe da Casa Militar no governo do gal. Federal de Mato Grosso (UFMT), sediada em Cuiabá, a
Ernesto Geisel, posteriormente a Comandante do II Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS),
Exército e a Ministro do Superior Tribu- nal Militar. sediada em Dourados, e a Universidade Federal de Mato
Filinto Muller se projetou como senador, nacionalmente. Grosso do Sul (UFMS), com sede em Campo Grande.
Líder do governo no Senado Federal, Presidente do
Senado e Presidente da ARENA. Fale- ceu em desastre José Manuel Fontanillas Fragelli (Corumbá, 31 de
aéreo nas proximidades de Paris, em 1972, na chamada dezem- bro de 1915 - Aquidauana,30 de
“Tragédia de Orly”, quando exercia a função de Presidente abril de 2010)
do Congresso Nacional. foi um pecuarista e político
Ao par do progresso material, o Estado desenvolveu-se brasileiro.
culturalmente. No governo de Pedro Pedrossian, que
Foi bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela
governou por cinco anos, surgiram as universidades de
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 1938;
Cuiabá e Campo Grande. Verificou-se a inauguração da
Promotor de justiça em Campo Gran- de (1939 — 1943);
primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em
secretário de Justiça e Finanças (1953 — 1954); diretor e
1969. Logo a seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do
professor do Colégio Osvaldo Cruz em Campo Grande;
Brasil por microondas, pela EMBRATEL, e logo pelo
constituinte em 1947; deputado estadual (1947 a 1950);
sistema de Discagem Direta a Distância - DDI. Mato
deputado estadual (1950 a 1954); líder da oposição pela UDN
Grosso tornou-se ponto de apoio ao governo federal para o
(1947 a 1951); líder do governo pela UDN (1951 a 1953);
projeto de integração da Amazônia, desfraldado o slogan
deputado federal (1955-1959); governador(1970 a
“integrar para não entregar”. 1974); senador (1-11-80 a 31-1-87); presidente do Senado
Uma das consequências do desenvolvimento foi o Federal (1985-
desmembramento do território, formando o Estado de Mato
Grosso do Sul, a 11 de outubro de 1977, através da Lei
Complementar nº. 31. O novo Estado foi instalado a 1º de
janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-
grossenses subiram à Presidência da República: Eurico
Gaspar Dutra e Jânio da Silva Quadros.
A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse período
com a desvalo- rização acelerada da moeda nacional. Sem
os suportes de projetos federais especiais para a fronteira
agrícola, os migrantes em parte se retiraram de Mato
Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o
conjunto de infra- estrutura de transporte. O projeto de
estrada de ferro ligando São Paulo
a Cuiabá entra em fase de efetivação, a fim de resolver
parte dos proble- mas de transporte de grãos. O projeto de
uma zona de Processamento de Exportação entra em fase
de implantação. Visa-se exportar os produtos mato-
grossenses por via fluvial.
O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise
brasileira, a ocasião de uma pausa no desenfreado
trabalho de progresso, ocupando-se com o
aprofundamento da cultura mato-grossense. Mato Grosso
ingressa definiti- vamente na idade da cultura,
completando o desenvolvimento material, comercial e
industrial.
http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?si
d=261&cid=635

Pedro Pedrossian (Miranda, 13 de agosto de


1928) é um político brasileiro do estado de Mato Grosso
do Sul.
Filho de João Pedro Pedrossian e Rosa Pedrossian,
ambos de ori- gem armênia, formou-se em engenharia
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo.
Pedrossian foi governador de Mato Grosso no período
de 1966 a 1971, antes que o estado fosse dividido. Eleito
senador em 1978, renunciou ao mandato em 1980 para
assumir o cargo governador nomeado do estado de Mato
Grosso do Sul em 7 de novembro daquele ano. Em 15
de mar- ço de 1991 assumiu novamente o cargo de
governador sul-mato-grossense
— eleito em pleito direto ocorrido em 1990. Permaneceu no
posto até 1º de janeiro de 1995. Foi candidato a
governador em 1998 e a senador em 2002 sem
sucesso. Teve passagens pelos seguintes parti-
dos: PSD,ARENA, PDS, PTB, PDT, PST, PMDB e
atualmente PMN.
Foi condecorado com a medalha do Pacificador, do
Exército Brasileiro, e com a Ordem do Mérito Aeronáutico.

História e Geografia do MT 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
este renunciou ao cargo para candidatar-se ao Senado.
1987); presidente do Congresso Nacional (1985-1987);
presidente da República interino (28 a 30-9-1986 e 9 a 14-9- Dr. Cássio permaneceu no Governo até 14 de março de
1986)2 1 3 . 1979, ocupan- do o cargo por sete meses, exatamente quando
Mato Grosso foi dividido com a criação de Mato Grosso do Sul
Foi governador de Mato Grosso na década de 70 e em 1 de janeiro de 1979.
presidente do Se- nado no período de 1985 a 1987,
representante do Estado de Mato Grosso do Sul, tendo Nunca deixando a raiz pantaneira, continuava junto à política
exercido o mandato de senador no período de 1980 a 1987. seu lado pecuarista. Iniciou na década de 50 junto com sua
Nessa época, chegou a assumir a presidência da República, esposa Darcy Miranda de Barros (falecida em 27 de novembro
no lugar de José Sarney . de 2012) a sua História pelo Pan- tanal mato-grossense.
Em 1983, liderou um grupo de 15 senadores que foram ao Sobre ele escreveu Pedro Valle, parafraseando o deputado
governador de Minas GeraisTancredo Neves para sugerirem Milton Fi- gueiredo quando da sua despedida do governo:
que ele se candidatasse a presidente da república no pleito
indireto de 1985.
Publicou diversas obras, entre elas "Mato Grosso.
Governadores, 1970-1974", "Mensagem à Assembleia
Legislativa", "Mato Grosso. Governo do Estado". "Mato
Grosso do Garimpo ao Computador, Balanço do Gover- no
José Fragelli", "Mato Grosso. Secretaria de Governo e
Coordenação Econômica. Um Plano de Governo e sua
Execução", "A Conjuntura Nacio- nal e o Poder Legislativo,
Palestra proferida, no dia 5-6-86, na Escola Superior de
Guerra", "O Poder Legislativo".
Em uma homenagem ao ex-governador, o estádio Verdão,
em Cuiabá, recebeu seu nome em 1976. Foi motivo de duras
críticas à administração Fragelli. Orçado em Cr$ 1,2 milhão,
moeda da época, a obra que foi inicia- da em seu governo foi
finalmente concluída em 1976, já na administração de José
Garcia Neto.
José Garcia Neto (Rosário do Catete, 1º de junho de 1922
– Cuiabá, 19 de novembrode 2009) foi um
engenheiro ci- vil, professor e político brasileiro natural de
Sergipe mas com atuação política em Mato Grosso, estado
onde foi governador.
Filho de Antônio Garcia Sobrinho e Antônia Menezes
Garci-
a. Engenheiro Civil formado em 1944 na Escola Politécnica da
Universidade Federal da Bahia. Em Sergipe dirigiu
oDepartamento de Estradas e Roda- gem (DER) e também
o Departamento de Saneamento. Lotado no Ministério
da Fazenda, migrou para Mato Grosso e lecionou na Escola
Técnica de Cuiabá, foi sócio de uma construtora e diretor do
Departamento de Obras.
Eleito prefeito de Cuiabá pela UDN em 1954 exerceu
cumulativamente a presidência da Associação dos Municípios
da Amazônia Mato-Grossense e em 1960 foi eleito vice-
governador do estado na chapa de Correia da Costa para um
mandato de cinco anos. Filiado a ARENA foi eleito deputado
federal1 em 1966 e 1970. Indicado governador de
Mato Gros- so em 1974 pelo presidente Ernesto Geisel,2
em sua estadia no Palácio Paiaguás foi sancionada a lei
criando o estado de Mato Grosso do Sul. Em 1978 entregou
o governo a Cássio de Barros e foi candidato a senador, mas
figurou apenas como primeiro suplente de Benedito Canelas
ao final da apuração. Após uma breve passagem pelo PP
disputou o mesmo cargo em 1982 pelo PMDB, mas foi
derrotado pelo candidato do PDS, Roberto Campos.
Nomeado diretor das Centrais Elétricas do Norte do Brasil
S/A (Eletro- norte) em 1983 permaneceu na companhia por
cinco anos até deixar o cargo e também o PMDB
retornando à iniciativa privada. Faleceu em novembro de
2009 vítima de um acidente vascular cerebral.
Dr. Cássio Leite de Barros (01 de março de 1927 - 21 de
mar- ço de 2004), foi um jornalista, advogado, pecuarista e
político brasileiro, ex- vice-governador e governador do
estado de Mato Grosso.
Assumiu o Governo de Mato Grosso em 14 de agosto de
1978, como vice-governador de José Garcia Neto, quando
História e Geografia do MT 34 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A trajetória política do ex-governador foi marcada também
"Cássio foi um homem que teve capacidade de luta. Um pela ascen- são ao governo do estado em 1986 por um
pantaneiro ín- tegro. Usava a túnica inconsútil. período de dez meses. Em 1990 foi eleito deputado federal e
Jamais se entregou. Jamais se omitiu. A sua voz, participou diretamente do processo de cassação do ex-
alevantada em alto e bom som, sem medo, entrou para a presidente da República, Fernando Collor de Mello. Wilmar
história mato-grossense pela porta da frente. Defendeu votou favorável ao afastamento e dois anos depois se elegeu
Mato Grosso tendo como arma em sua trincheira, em seu prefeito de Barra do Garças para o seu segundo mandato.
bivaque, o matogros- sismo, o argumento, a lógica, o bom-
senso. Foi um Governador de circuns- tância, que fez dela Em 1988, se elegeu primeiro suplente de deputado
razões para se mostrar um Estadista. Um Estadista de estadual e assumiu, por três meses, o exercício do cargo no
corpo inteiro" Pedro Valle rodízio da bancada do Partido Liberal (PL). Wilmar Peres
concorreu às eleições de 2004 ao terceiro man-
Frederico Carlos Soares Campos, mais conhecido como
Frederico Campos (Cuiabá, 1927) é um político brasileiro
que foi Prefeito por duas vezes da cidade de Cuiabá,
Capital do Mato Grosso, secretário de Estado e governador
de Mato Grosso entre 1979 e 1983. Foi o primeiro
governador após a divisão do Estado.
Sobrinho do General Dilermando Gomes Monteiro, foi
nomeado prefei- to de Cuiabá pelo governador Pedro
Pedrossian tendo cumprido o mandato entre 1967 e 1969.
Secretário de Obras no governo Garcia Neto (1975-
1978) foi indicado governador de Mato Grosso em 1978
pelo presidente Ernesto Geisel, sendo o primeiro a ocupar o
cargo após a divisão do estado determinada por lei.
Além de sua filiação a ARENA contou com a influência
de seu tio para ascender ao cargo visto que ele era o
comandante do II Exército à época.
Em 1988, venceu sua primeira eleição direta ao ser
eleito prefeito de Cuiabá pelo PFL. Apesar do sobrenome,
não possui qualquer relação de parentesco com Júlio
Campos. Em 2006 disputou, sem sucesso, um man- dato
de deputado estadual pelo PTB.
Júlio José de Campos, mais conhecido como Júlio Campos
(Várzea Grande, 11 de dezembro de 1946) é
Filho de Júlio Domingos de Campos e Amália Curvo de
Campos. Ini- ciou sua carreira política em 1964 ao filiar-se
ao PSD e em 1969 formou-se em Agronomia na
Universidade Estadual Paulista. Secretário de Viação e
Obras Públicas em Várzea Grande foi professor da
Universidade Federal de Mato Grosso e chefiou o setor de
Colonização e Operações da Compa- nhia de
Desenvolvimento de Mato Grosso (CODEMAT). Eleito
prefeito de Várzea Grande pela ARENA em 1972 e
deputado federal em 1978, migrou para o PDS elegendo-se
governador de Mato Grosso em 1982na primeira disputa
direta para o Palácio Paiaguás desde a vitória de Pedro
Pedrossianem 1965. Após migrar para o PFL renunciou ao
governo e foi eleito sucessivamente
deputado federal em 1986 e
senador em 1990 ocupando uma cadeira que já pertencera
ao seu tio, Sílvio Curvo. Derrotado por Dante de Oliveira ao
disputar o governo estadual em 1998, retornou ao meio
empresarial até ser eleito deputado federal em 2010.
Wilmar Peres de Faria (1938 — 15 de março de 2006) foi
um político brasileiro.
Durante a gestão de Peres, foi registrado em Mato
Grosso um dos maiores escândalos financeiros: o chamado
“rombo” do Banco do Estado de Mato Grosso (Bemat), que
tratava de desvios na carteira de câmbio, em São Paulo. E
que nada foi provado, por falta de provas o processo foi
arquivado.
Ex-vereador, ex-deputado estadual e federal, ex-prefeito
de Barra do Garças por dois mandatos e ex-governador do
Estado do Mato Grosso, Wilmar Peres de Farias se projetou
politicamente a partir de 1977, ao ser eleito pelo PDS como
prefeito da maior cidade da região leste do estado. Em
1982 foi eleito vice-governador na chapa do ex-prefeito de
Várzea Grande, Júlio Campos.
História e Geografia do MT 35 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
José Rogério Salles é natural de Francisco Beltrão-PR, 56
dato de prefeito e acabou como segundo colocado, com cerca anos, é Técnico em Contabilidade e Economista formado pela
de 9,5 mil votos. Universidade Federal do Paraná (1976), possui curso de
Morreu aos 67 anos de idade, por parada cardio- especialização em Economia Rural pelo Corecon do Paraná
respiratória por volta das 14h40 no Hospital MedBarra, em (em 76) e MBA (Marketing Business and Administrati- on) -
Barra do Garças. Wilmar foi internado às 8 horas da manhã Treinamento de Altos Executivos na Universidade de São
com fortes dores no peito e acabou morrendo no leito do Paulo (USP) em 1997.
apartamento dois à espera de alta médica. Militante da política estudantil de resistência ao regime
Carlos Gomes Bezerra autoritário, Ro- gério Salles fez parte do antigo MDB
(Movimento Democrático Brasileiro), e depois no PMDB. Foi
Carlos Gomes Bezerra (Chapada dos Guimarães, 4 de secretário Municipal de Agricultura de Rondonópolis, de 1984 a
novembro de 1941) é 1985. Prefeito municipal de Rondonópolis de março de 1994 a
um advogado, professor,
industrial e político brasileiro que foi governador de Mato
Grosso.1
Filho de Aarão Gomes Bezerra e Celina Fialho Bezerra.
Fez carreira política no movimento estudantil e em 1957
fundou a Associação Cuiabana de Estudantes Secundários
tornando-se o primeiro presidente da mesma. Advogado
formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, filiou-se
ao PTB antes do Regime Militar de 1964e com a
outorga do bipartidarismo optou pelo MDB elegendo-se
deputado estadual em 1974 e deputado federal em 1978,
ingressando no PMDB com a volta do pluripartidarismo em
1980.2
Eleito prefeito de Rondonópolis em 1982 renunciou ao
mandato em 1986 quando foi eleito governador de Mato
Grosso. Deixou o Palácio Paiaguás em 1990 para disputar
uma vaga de senador sendo derrotado por Júlio
Campos. Eleito novamente
prefeito deRondonópolis em 1992 renunciou
ao mandato e foi eleito senador em 1994 numa
disputa férrea com Antero Paes de Barros pela segunda
vaga3 4 e para impedir que este fosse eleito em 1998
candidatou-se a um novo mandato de senador, embora
tivesse com seu mandato original em vigência, e perdeu
assim como foi derrotado em20024 e após este fato preferiu
candidatar-se a deputado federal sendo eleito em 2006e
2010.4
Edison Freitas de Oliveira (1930) é um político brasileiro.
Foi vice-governador de Mato Grosso, assumindo o
governo de 15 de maio de 1990 a 10 de fevereiro de 1991.
Jayme Veríssimo de Campos (Várzea Grande, 13 de
setem- bro de 1951) é umpolítico brasileiro.
Filho de político, iniciou na política pela Arena ajudando o
irmão Júlio Campos em suas campanhas eleitorais.
Em 1982 elege-se pela primeira vez prefeito de sua cidade
natal, Vár- zea Grande, pelo então PDS. Em 1990, já pelo
PFL, elege-se governador de Mato Grosso. Em 1996 é eleito
novamente a prefeitura de Várzea Gran- de, reelegendo-se
em 2000.
Atualmente cumpre seu primeiro mandato como senador
da República.
Foi eleito em 2006 com 61% do votos válidos.
Entre 2011/2012 presidiu a Comissão de Assuntos Sociais
(CAS) do Senado Federal.
Dante Martins de Oliveira (Cuiabá, 6 de fevereiro de 1952
— Cuia- bá, 6 de julho de2006) foi um engenheiro civil e
político brasileiro.
Natural do estado de Mato Grosso, ficou nacionalmente
conhecido pela autoria de uma emenda constitucional que
levou seu nome, propondo o restabelecimento das eleições
diretas para presidente da república, num movimento que
resultou na campanha das Diretas Já.
Rogério Salles é um político brasileiro.

História e Geografia do MT 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Legal, que visa es- timular a regularização e legalização
dezembro 1996. Em 97, ingressou no PSDB, elegeu-se vice- fundiária, além de monitorar as propri- edades rurais do seu
governador do Estado de Mato Grosso. estado através de imagens de satélite. Todavia, o estado do
Mato Grosso estava a um passo do abismo. O crime Mato Grosso não só continua incluído no chamado "Arco do
organizado ditava ordens. Autoridades e bandidos Desmatamento" (a parte da Amazônia Legalque mais perde
coabitavam nos mesmos nichos sociais. O estado paralelo área floresta- da) como o ritmo do desmatamento do
ameaçava o Estado Democrático de Direito. Cambistas da estado dobrou, entre agosto de 2012 e julho de 2013. Mato
Loterias Colibri vendiam pules do jogo do bicho nas portas Grosso foi o estado que mais desmatou, depois do Pará,
dos quartéis, delegaciais e fóruns. Os cassinos do dono da respondendo por 621 km² dos 2.007 km² de acréscimo à área
Colibri, João Arcanjo Ribeiro, funcionavam ostensivamente e devastada, nesse período.
os resultados das extrações do bicho eram divulgados pelo Silval da Cunha Barbosa (Borrazópolis, 26 de abril de
rádio e televisão. O homem que comandava a jogatina e 1961) é um empresário e político brasileiro. É o atual
factorings com relaçaões mais que incestuosas com governador do Estado
políticos era João Arcanjo Ribeiro, pomposamente chamado
de ”Comendador” por obra e graça de uma comenda que
recebera da Câmara Municipal de Cuiabá.
O Comendador Arcanjo nunca candidatou-se a nada,
porque não pre- cisava, pois tinha mais poder do que os
políticos com mandatos e tornou-se um dos homens mais
ricos de Mato Grosso. O império do jogo do bicho
atravessou impunemente os governos de Júlio Campos e
Wilmar Peres, Carlos Bezerra/Edison de Freitas e Moisés
Feltrin, Jayme Campos e Dante de Oliveira. No entanto não
prosperou quando Rogério Salles governou Mato Grosso.
Rogério Salles era vice-governador tucano e assumiu o
Governo em abril de 2002, substituindo o governador
correligionário Dante de Oliveira, que deixou o mandato para
se candidatar ao Senado. À época o Comen- dador Arcanjo
era visto como figura acima da lei.
Inconformado com o quadro da violência em Mato
Grosso, que chegou ao ápice com o assassinato em Cuiabá
do empresário e dono do Jornal “Folha do Estado”, Sávio
Brandão, Rogério Salles foi ao ministro da Justiça, expôs a
situação, pediu imediata providência. Fontes seguras
garantem que na despedida o governador tirou uma chave
simbólica do bolso dei- xando-a sobre a mesa do anfitrião
dando um ultimato, “Esta é a chave do Palácio Paiaguás. Se
o senhor não mandar a Polícia Federal prender o
Comendador Arcanjo, diga ao presidente pra botar um
interventor lá, por- que não governo dividindo poder com o
crime organizado”. Imediatamente aconteceu a Operação
Arca de Noé. Daí pra frente o assunto é de domínio público.
A discreta, porém decisiva ação de Rogério Salles para o
desmantela- mento do crime organizado em Mato Grosso o
diferencia dos demais ex- governadores apesar do puco
tempo á frente do Palácio Paiaguás.
O pai de Rogério Salles, Adão Riograndino Mariano
Salles foi o primei- ro agricultor a cultivar soja em Mato
Grosso. A família Salles mudou do Paraná para
Rondonópolis em 1970, onde continua residindo e
trabalhando na atividade agropecuária.
A mulher de Rogério Salles, Marília Ferraz Salles, foi
vice-prefeita de Rondonópolis. Marília elegeu-se para o
cargo em outubro de 2008, na chapa encabeçada por Zé
Carlos do Pátio (PMDB) e ambos foram cassa- dos em
Março de 2012.
Em Outubro de 2012 o então ex - Governador do Estado
de Mato Grosso foi reeleito Vice - Prefeito de Rondonópolis
para a administração 2013 - 2016
Blairo Borges Maggi (São Miguel do Iguaçu, 29 de maio
de 1956) é um agrônomo,empresário e político brasileiro, ex-
governador de Mato Grosso e conhecido como o "rei da
soja".
Em 2005, quando governador, foi considerado, pelos
ambientalistas, como um dos maiores promotores do
desmatamento e da destruição da Floresta Amazônica.
Em 2008, Maggi criou o programa denominado MT

História e Geografia do MT 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
votos no Colégio Eleitoral (eleição indireta que, na ocasi- ão,
do Mato Grosso. Eleito vice-governador em 2006, Silval garantiu a vitória do general João Batista Figueiredo) para a
assumiu o governo em razão da renúncia de Blairo Maggi, sustenta- ção do regime militar. Nesse período, os
que se candidatou ao Senado Federal . Origem: Wikipédia, a governadores, os prefeitos das capitais, de algumas cidades
enciclopédia livre. fronteiriças[1] e parte dos senadores eram nomeados (os
No dia 11 de outubro de 1977, o presidente Geisel assinou a Lei chamados “biônicos”).Em Mato Grosso do Sul, os municípios
Complementar nº 31, que criou o Estado de Mato Grosso do Sul. considerados de área de segurança nacional eram: Amambaí,
Antonio João, Aral Moreira, Bela Vista, Caracol, Corumbá,
A primeira tentativa de se criar um novo Estado ocorreu Eldorado, Iguatemi, Ladário, Mundo Novo, Ponta Porã, Porto
em 1892 por iniciativa de alguns revolucionários liderados Murtinho, Três Lagoas e a capital Campo Grande, ou seja, era o
pelo coronel João da Silva Barbosa. Em 1932, com a governador que nomeava os prefeitos des- ses municípios. Os
Revolução Constitucionalista, foi criado o Estado de Maracaju, senadores do novo estado foram todos da ARENA: Pedro
abrangendo quase todo o sul de Mato Grosso, que teve Pedrossian (eleito em 1978), Antônio Mendes Canale (eleito em
Vespasiano Martins como seu primeiro governador. No 1974, que, na divisão optou por MS) e Rachid Saldanha Derzi,
mesmo ano, foi criada a Liga Sul-Mato-Grossense, indicado senador “biônico” em janeiro de 1979.
propugnando pela autonomia do sul.
Em 1974, o governo federal, pela Lei Complementar nº 20,
estabelece a legislação básica para a criação de novos
Estados e territórios, reacen- dendo a campanha pela
autonomia. No dia 11 de outubro de 1977, o presi- dente
Geisel assinava a Lei Complementar nº 31 criando o Estado
de Mato Grosso do Sul, com capital em Campo Grande. Em
31 de março de 1978, o engenheiro Harry Amorim Costa era
nomeado Governador do Estado.
Duas razões essenciais foram invocadas pelo governo
federal para jus- tificar o desmembramento: o fato de ter o
Estado do Mato Grosso uma área grande para comportar uma
administração eficaz; e a diferenciação ecoló- gica entre as
duas áreas, sendo Mato Grosso do Sul uma região de cam-
pos, particularmente indicada para a agricultura e a pecuária,
e Mato Gros- so, na entrada da Amazônia, uma região
bastante menos habitada e explo- rada, e em grande parte
coberta de florestas.
O desejo de desmembrar o antigo sul de Mato Grosso
contornou defini- tivamente o atual estado em 1975, com a
tese Divisão político- administrativa do Mato Grosso, que a
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra
(ADESG) publicou. Os dados dessa publicação cujos dados
embasaram para intensificar a campanha pelo desmembra-
mento. Quem comunicou que o governo federal decidisse
sobre o assunto foi o presidente Ernesto Geisel quando se
reuniu com o então governador de Mato Grosso José Garcia
Netono dia 4 de maio de 1977. De acordo com o primeiro
projeto de lei, o novo estado seria chamado de Campo
Grande. Com a aprovação da lei pelo Congresso
Nacional e sua sanção pe- lo presidente do Brasil, em 11
de outubro do mesmo ano, foi mudado o nome do estado para
Mato Grosso do Sul. Ficou decidido que a sede do governo do
novo estado ficaria na cidade de Campo Grande.
Duas razões essenciais que o governo federal invocou
para a justifica- tiva de desmembrar o novo estado: (1) o
estado de Mato Grosso teve uma área muito extensa para ser
eficazmente administrado; e (2) os diferentes ambientes
naturais distintos entre ambas as áreas, sendo que Mato
Grosso do Sul cuja vegetação é de campos, e de maneira
particular suas ativida- des econômicas são a agricultura e a
pecuária, e Mato Grosso, por onde se entra na Amazônia,
cuja região tem muito menos habitantes e menos exploração,
e cuja formação vegetal é grandemente coberta pela Floresta
Amazônica. A proposta do governo federal era também a
promoção de desenvolver a região perante "projetos de
impacto", que não tomaram forma, e as questões políticas
logo foram reassumidas em primeiro plano.
A criação de Mato Grosso do Sul no contexto da Ditadura Militar
Por Carlos Magno Mieres Amarilha (UEMS)
A instituição do estado de Mato Grosso do Sul, no término
da década de setenta do século XX ao que tudo indica as
leituras realizadas até o momento, houve uma estratégia da
gestão do governo federal para assegu- rar a maioria dos

História e Geografia do MT 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
oficialmente uma nova unidade da federação, o “Esta- do de
De 1964 a 1985 o Brasil foi governado pelos militares, Campo Grande”, sendo a sua capital, a cidade de Campo
período conhe- cido como ditadura militar. Nessa ocasião, o Grande. Constituída por 55 municípios, pertencente a porção
Brasil viveu a mais dura, fechada, arbitrária, rigorosa e meridional do então Estado de Mato Grosso. Segundo
totalitária ditadura já implantada em terras brasileiras. O Segundo Campestrini, “no desmembra- mento, Mato Grosso
governo militar fechou sindicatos e entidades civis. Proibiu ficava com trinta e oito municípios, com uma popula- ção
as greves e cassou mandatos de políticos da oposição. estimada (1977) de 900.000 habitantes, distribuídos em
Perseguiu intelectuais e profissionais liberais, que se 903.386,1 quilômetros quadrados, Mato Grosso do Sul,
mostravam contrários ao novo regime. abrangia cinquenta e cinco municípios, com uma população
Nesse período, estabeleceu-se na política brasileira o estimada (1977) de 1.400.000 habitantes, em 357.139,9
autoritarismo, a supressão dos direitos constitucionais, a quilômetros quadrados”.
perseguição, a prisão e a tortura dos opositores, além da Por parte dos moradores do novo Estado de Campo
imposição de censura prévia aos meios de comu- nicação. Grande, há uma reação ao nome (e não pela divisão ou
Os presidentes não mais eram eleitos pelo voto dos criação), da nova unidade da fede- ração, por parte dos
brasileiros; depois os governadores e, logo em seguida, os intelectuais, jornalistas e políticos do interior, princi- palmente
prefeitos das capitais, eram todos “indicados”. Ou seja, em das cidades de Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Ponta
nome da Segurança Nacional, contra o perigo vermelho de Porã, entre outros municípios constituídos ao novo Estado da
Moscou, o governo militar (por meio do partido governista, a federação.
arena) nomeia os ocupantes dos principais cargos da
administração públi- ca, em todas as suas esferas:
municipal (as capitais e fronteiras), estadual e federal.
O governo militar foi de grande valia para a elite
mandante mato- grossense, uma vez que os problemas
sociais foram abafados pela repres- são (anticomunista),
pela censura e pela cassação dos opositores, entre outras
medidas benéficas para a elite política da situação, como a
indica- ção dos prefeitos das fronteiras e da capital, além da
nomeação do gover- nador.
Em sua gestão, o presidente Ernesto Geisel (1974-
1977) promoveu a união do estado da Guanabara ao Rio de
Janeiro e criou o estado de Mato Grosso do Sul, dentro da
estratégia de fortalecer a arena.
O pacote de abril mantém as eleições indiretas para
governadores e criou a figura do senador biônico: um em
cada três senadores passaria a ser eleito indiretamente
pelas Assembleias Legislativas de seus estados. Em 15 de
outubro de 1978 o MDB apresentou seu candidato ao
colégio eleitoral, o general Euler Bentes, que recebeu 266
votos, contra 355 votos do candidato do governo, João
Baptista Figueiredo. Nas eleições legislati- vas de 15 de
novembro a arena obteve em todo o país 13,1 milhões de
votos para o Senado e 15 milhões para a Câmara; o MDB
conseguiu 17 milhões de votos para o Senado e 14,8
milhões para a Câmara. O presi- dente militar Ernesto
Geisel conseguiu que a “distensão” seguisse nos seus
moldes, lenta, gradual e segura. Deste modo, Ernesto
Geisel garantiu a eleição de João Baptista Figueiredo, mas
não impediu o avanço inconteste da oposição. Portanto, as
manobras golpistas permitiram que a arenaconti- nuassem
no comando do Congresso e do Senado com ampla
maioria.
Por isso, é importante entender a criação do estado de
Mato Grosso do Sul, no contexto do governo militar, pois
tudo indica que foi uma estratégia dos militares (Lei Falcão,
pacote de abril), primeiramente, garantir a eleição do
general João Baptista Figueiredo e, logo em seguida, obter
igualmente uma maior bancada no Congresso Nacional e
no Senado Federal.
A criação do estado de Mato Grosso do Sul, foi uma
determinação pessoal do general Ernesto Geisel. Deste
modo, sendo uma decisão toma- da de cima para baixo,
igualmente trouxe uma gafe, o nome inicialmente lançado
pelo governo federal do futuro estado da federação
chamava-se: Estado de Campo Grande. Como há reação
ao “nome” e não a criação de um novo Estado, mudou o
nome para Mato Grosso do Sul.
Em 03 de maio de 1977, o presidente Ernesto Geisel,
logo após o “Pa- cotão de abril”, em nome da Segurança
Nacional, divide o Estado de Mato Grosso e apresenta
História e Geografia do MT 39 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Autor: Comissão de Revisão Territorial
Em Dourados, Wilson Valentim Biasotto, lembra que
nesse período de 1977, foi realizada uma reunião para definir Dispõe sobre criação, incorporação, fusão, desmembramento e
o nome do novo Estado[2]: “discutíamos o nome para o extinção de municípios e distritos no Estado de Mato Grosso.
Estado que nasceria em breve. Muita gente apostava as
fichas em Estado de Campo Grande, especialmente os habi- A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO, ten-
tantes da capital; no interior falava-se muito em Estado de do em vista o que dispõe o Artigo 45 da Constituição Estadual,
Maracaju e, com menor entusiasmo, Entre-Rios” (BIASOTTO, aprova e o Governador do Estado sanciona a seguinte lei
1999, p. 02). Explica Wilson Valentim Biasotto: “nós complementar:
estávamos firmando opinião a respeito. Entre-Rios não nos
parecia boa opção. É verdade que o Estado constitui-se numa Art. 1º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
mesopotâmia, mas era coisa batida, o nome fora usado para de municí- pios preservarão a comunidade e a unidade histórico-
cidade do Estado e não colara: Entre-Rios passou a chamar- cultural do ambiente
se Rio Brilhante” (Id., 1999, p. 02).
Wilson Valentim Biasotto, esclarece que, “Estado de
Campo Grande também não nos pareceu boa ideia.
Representava, é verdade, uma reali- dade geográfica, boa
parte do Estado é composta por terras de campo, mas,
ponderávamos, estender o nome da Capital a todo o Estado
seria um estímulo muito grande aos já reconhecidamente
bairristas campo- grandenses” (BIASOTTO, 1999, p. 02).
Deste modo, assegura o autor que, “Maracaju também dá
nome ao relevo, além da serra temos ainda o planal- to com o
mesmo nome, mas não nos pareceu correto termos uma
serra, um planalto, uma cidade e um estado com o mesmo
nome. Além do mais, da mesma forma que o estado não se
constitui única e exclusivamente de campos, para chamar-se
Campo Grande, não é também uma única serra ou planalto”
(Id., p. 02).
Para finalizar Wilson Valentim Biasotto, assegura que,
“deveria ser Ma- to Grosso do Sul, concluímos àquela época.
Manteríamos a tradição e o povo, especialmente os mais
velhos, guardariam suas lembranças. A separação seria
apenas política e territorial, manteríamos os nossos laços,
inclusive através do nome. E assim nem precisaríamos abrir
mão do nosso símbolo, consagrado através da música: a
seriema” (BIASOTTO, 1999, p. 02).
Após a reunião, Valfrido Silva, publicou um artigo no jornal
Folha de Dourados, com o título: “Pra quem fica a Seriema?”,
que teve repercussão no Estado, principalmente em Campo
Grande e Cuiabá.
Uma discussão surgida quando o Presidente Geisel
anunciou oficial- mente a disposição de dividir o velho Mato
Grosso, para criar o Estado de Campo Grande. De pronto, a
polêmica foi formada, surgiram as pressões políticas e o
presidente cedeu, criando o Mato Grosso do Sul, em 11 de
outubro de 1977. Naquela ocasião, uma conversa deste
jornalista com o professor de história Wilson Biasotto,
transformou-se num artigo para o jornal Folha de Dourados,
com grande repercussão em Campo Grande e até nos jornais
de Cuiabá. O questionamento era, se uma vez persistindo o
nome de Estado de Campo Grande, com quem ficaria a
Seriema, ave símbolo de nossos campos. Sim, porque numa
das canções sertanejas mais cantadas por aqui, fala-se (ou
canta-se): “ó Seriema de Mato Grosso, teu canto triste me faz
lembrar... daqueles tempos em que eu viajava, sinto
saudades de seu cantar...”. Oprofessor Wilson Biasotto
sugeria, então, que se revisse a proposta do nome de Estado
de Campo Grande ou que se transferisse a Seriema para o
Mato Grosso. Mas como a música “Seriema de Mato Grosso”
faz referências às cidades de Maracaju e Ponta Porã, não
seria justo levar o bichinho embora. Trocar a letra para
“Seriema de Campo Grande”, também não resolveria o
problema. É claro que as elucubrações do jornalista e do
professor não devem ter pesado na decisão da trocar de
nome. Era o anseio popular que falava mais alto. E assim
começamos a construir nossa história, a história do Mato
Grosso do Sul (SILVA, 1999, p. 02).
LEI COMPLEMENTAR Nº 23, DE 19 DE NOVEMBRO DE 1992 - D.O.
19.11.92.

História e Geografia do MT 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 6º Na toponímia de municípios e distritos, é vedada a
urbano, far-se-á por lei estadual, obedecidos os repetição de nome já existente no País, bem como a
requisitos previstos na Constituição Federal na designação de datas, nomes de pessoas vivas e o
Constituição Estadual, nesta lei complementar e emprego de denominação com mais de três palavras,
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, à excluídas as partículas gramaticais.
população direta- mente interessada.
§ 1º Nos projetos de criação ou alteração da denominação
§ 1º A análise de preservação da continuidade e da do município e distrito deverá constar a informação da
unidade histórico- cultural do ambiente urbano caberá à fundação IBGE sobre a existência de topônimo correlato no
Comissão de Revisão Territorial da Assembleia Estado ou em outra unidade da Federação.
Legislativa, ouvido previamente o Órgão de Informação e
Cartografia do Estado de Mato Grosso.

§ 2º A instalação de novos municípios dar-se-á com a


eleição e posse do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores,
simultaneamente a dos municípios já existentes.

§ 3º O novo município a ser criado será o resultado do


desmembramento de área territorial de um ou mais
municípios.

Art. 2º São requisitos indispensáveis à criação de


municípios, dentre ou- tros:
I - população estimada não inferior a 4.000 (quatro mil)
habitantes;
II - número de eleitor não inferior a 30% (trinta por cento)
da população; III - centro urbano já constituído, com
número de casas superior a 200 (duzentas);
IV - arrecadação, no último exercício, superior à média do
que arrecadaram os 40 (quarenta) municípios de menor
renda do Estado, no exercício;
V - condições apropriadas para a instalação da Prefeitura,
Câmara Munici- pal e funcionamento do Judiciário;
VI - apresentação de mapa e memorial descritivo de forma
a demonstrar a manutenção ou a caracterização da
continuidade territorial do município de origem e do
município em via de criação.

§ 1º Não será permitida a criação de municípios desde


que esta medida importe para o município ou municípios
de origem na perda dos requisitos exigidos nesta lei
complementar.

§ 2º Os requisitos dos incisos I, III, e VI serão apurados


pelo Órgão de Informação e Cartografia do Estado; o de nº
II, pelo Tribunal Regional Eleitoral-TRE; o de nº IV, pelo
Órgão Fazendário Estadual; e o de nº V, pela Comissão de
Revisão Territorial, após verificação in loco.

§ 3º A Comissão de Revisão Territorial requisitará dos


órgãos de que trata o parágrafo anterior, as informações
previstas nos incisos I, II, III, IV e VI do Artigo 2º, as quais
serão prestadas no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
data do recebimento, sob pena de responsabilidade.

Art. 3º A criação de município, bem como a incorporação


ou extinção de distritos ou município, processado cada
caso individualmente, somente poderão ocorrer até o ano
imediatamente anterior ao da realização das eleições para
os cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

Art. 4º Para criação de município que resulte de fusão de área


territorial integral de dois ou mais municípios, com a extinção
destes, é dispensada a verificação dos requisitos do Artigo 2º.

Parágrafo único No caso deste artigo, o plebiscito consistirá


na consulta à população diretamente interessada, sobre a
concordância com a fusão e a sede do novo município.

Art. 5º A lei que criar o novo município definirá seus limites,


acompanhando tanto quanto possível acidentes naturais e
linhas geodésica claras, preci- sas e contínuas entre pontos
bem identificados.

História e Geografia do MT 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do município.
§ 2º A alteração do nome do município poderá ser efetuada a
qualquer tempo, por lei estadual, mediante representação Art. 13 O processo de criação, incorporação, fusão,
fundamentada no municí- pio interessado, feita pelo Prefeito, desmembramento extinção de município terá inicio mediante
com aprovação da Câmara Municipal e voto favorável de 2/3 representação dirigida à Assem- bleia Legislativa, assinada, no
(dois terços) de seus membros; após ouvir a popula- ção em mínimo, por 100 (cem) eleitores, residentes ou domiciliados na
plebiscito fiscalizado pelos Diretórios Municipais dos partidos área que se deseja desmembrar com as respectivas firmas
políti- cos. reconhecidas.
Art. 7º A lei de criação do município
mencionará: I - o nome, que será o da
sede;
II - as divisas;
III - o ano de instalação;
IV - as divisas dos municípios de origem;
V - o percentual incidente sobre os índices de participação no
FPM-ICMS- 25, dos municípios de origem, a que terá direito
o município recém-criado.

Parágrafo único Para estabelecer o disposto no inciso V do


artigo anterior, a Comissão de Revisão Territorial utilizará
informações do Órgão Fazendá- rio Estadual.

Art. 8º Na revisão dos limites territoriais dos municípios do


Estado a que se refere o Artigo 9º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Estadual, será
dispensada a consulta plebiscitária desde que não importe a
retificação no desmembramento de área superior a 20% do
território do município.

Parágrafo único É vedada a transferência de área em que esteja


situada a sede urbana de município ou distrito.

Art. 9º Nenhuma autoridade estadual ou municipal poderá


negar-se a praticar os atos ou fornecer aos interessados
certidões ou cópias de docu- mentos referentes ao
preenchimento dos requisitos para a criação ou incorporação
de município, sob pena de responsabilidade.

Art. 10 A extinção de município será declarada em lei


estadual e poderá ocorrer a qualquer tempo:
I - se verificada a perda dos requisitos estabelecidos nos
itens I, II, III, IV e V do Artigo 2º desta lei complementar;
II - no caso de inundação ou destruição da cidade sede,
quando material- mente impossível a transferência da
população para outro ponto do territó- rio municipal;
III - a requerimento da maioria absoluta dos eleitores
residentes ou domici- liados no território municipal.

§ 1º Nos casos dos itens I e II deste artigo o município extinto


voltará a pertencer ao de sua origem.

§ 2º No caso do item III, os eleitores requerentes indicarão


ao município contíguo a que desejarem pertencer.

Art. 11 A elaboração de lei que crie município será admitida


se a medida tiver sido previamente aprovada, em processo
plebiscitário, pela população interessada.

§ 1º Para efeito do plebiscito, a população a ser consultada


será a que tiver residência ou domicilio dentro da área a
desmembrar.

§ 2º Considerar-se-á aprovada a medida se o resultado do


plebiscito lhe tiver sido favorável pela maioria absoluta dos
votos dos respectivos eleito- res inscritos no território a ser
desmembrado.

Art. 12 A forma de consulta plebiscitária será regulada


mediante resolução expedida pelo Tribunal Regional
Eleitoral, respeitando os seguintes precei- tos:
I - residência do votante, há mais de um ano na área a ser
desmembrada; II - cédula oficial contendo as palavras Sim e
Não, que expressam a apro- vação ou rejeição da criação
História e Geografia do MT 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eleitoral, pela Comissão de Revisão Territorial,
acompanhado de cópia autenticada de todo o processo de
Art. 14 As representações a que se refere o artigo anterior emancipação.
serão encami- nhadas à Mesa Diretora da Assembleia
Legislativa, e depois de lidas no expediente, serão § 2º A Comissão de Revisão Territorial acompanhará a
protocoladas, registradas, autuadas e encaminhadas para tramitação do processo junto ao Tribunal Regional Eleitoral
a Comissão de Revisão Territorial. em todas as fases do plebisci- to, mantendo informado o
Plenário da Assembleia.
Parágrafo único O encaminhamento da representação à
Mesa Diretora será feito através de Deputado ou § 3º As emendas sobre modificação de divisas somente
diretamente pelas comunidades interes- sadas. poderão ser apresentadas até a aprovação do projeto de
Decreto Legislativo.
Art. 15 A representação deverá ser instruída com os
seguintes documen- tos:
I - requerimento com as assinaturas previstas no Artigo 13;
II - mapa e memorial descritivo do território do
novo município; III - mapa e memorial descritivo
dos municípios de origem;
IV - justificativa socioeconômica;
V - fotografias do centro urbano demonstrativo das
atividades de indústria, do comércio e da agropecuária.

Art. 16 Recebida a representação, a Comissão de Revisão


Territorial fará distribuir cópia aos Deputados e transcrever
no órgão oficial da Assembleia, dando ao pedido ampla
divulgação.

Parágrafo único Se a representação não se fizer


acompanhar dos docu- mentos mencionados no artigo
anterior, a Comissão diligenciará junto às lideranças
interessadas para que junte os mesmos ao processo.

Art. 17 De posse da representação e dos documentos que


acompanham, a Comissão de Revisão Territorial dirigir-se-
á a sede do futuro município para:
I - fazer levantamento socioeconômico;
II - apresentar parecer preliminar precedido de relatório
circunstanciado da visita, concluído pela necessidade de
os documentos do Artigo 2º serem solicitados, ou pelo
arquivamento.

§ 1º Se a Comissão de Revisão Territorial concluir pelo


arquivamento da representação, o parecer preliminar será
submetido à decisão do Plenário.

§ 2º Se a Comissão de Revisão Territorial concluir por


solicitar os documen- tos (Artigo 2º, §§ 1º, 2º e 3º) o fará
imediatamente, através de seu Presi- dente ou de um dos
seus membros, endereçando ofícios aos órgãos públi- cos
competentes.

Art. 18 De posse das certidões (Artigo 2º, §§ 1º, 2º e 3º) a


Comissão de Revisão Territorial dará parecer de mérito
concluindo pelo andamento ou não do processo de
emancipação e o encaminhará ao Plenário da Assem-
bleia para deliberação.

§ 1º O processo irá à Comissão de Constituição e


Justiça se o Plenário decidir pela sua tramitação ou será
arquivado.

§ 2º Aprovado o parecer da Comissão de constituição e


Justiça o proces- so será devolvido à Comissão de
Revisão Territorial para que esta elabore o Projeto de
Decreto Legislativo autorizando o Tribunal Regional
Eleitoral a realizar o plebiscito.

Art. 19 O Projeto de Decreto Legislativo e os Projetos de


Lei, visando à alteração territorial, tramitarão em rito
ordinário normal, previsto no Regi- mento Interno da
Assembleia Legislativa, vedada a urgência.

§ 1º O Decreto Legislativo, após sua publicação no


Diário Oficial, será encaminhado ao Tribunal Regional
História e Geografia do MT 43 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 20 O ofício do Tribunal Regional Eleitoral, comunicando o O deputado estadual José Riva (PSD) criticou o veto integral da
resultado do plebiscito, será lido pela Mesa em Plenário e presidente Dilma Rousseff ao Projeto de Lei Complementar
encaminhado à Comissão de Revisão Territorial, para exarar 98/2002, que permitia a criação, incorporação, fusão e
parecer. desmembramento de municípios. O parla- mentar também
anunciou a realização de uma mobilização nacional para a
§ 1º Aprovado o parecer da Comissão de revisão Territorial, derrubada do veto no Congresso Nacional.
contrário à tramitação da matéria, o processo será arquivado,
e no sentido de seu prosseguimento a Comissão de Revisão
Territorial elaborará o projeto de lei de criação do município.

§ 2º Elaborado o projeto de lei, a Comissão encaminha-lo-á à


Mesa, que o incluirá na ordem do dia da sessão seguinte a
do recebimento para discus- são e votação.

Art. 21 A Comissão de Revisão Territorial, quando no


cumprimento privati- vo de suas funções, fará as
comunicações internas no âmbito do Poder Legislativo e
externas para a sociedade ou órgãos públicos, através de seu
Presidente e na ausência por qualquer de seus membros.

Art. 22 Todos os Deputados Estaduais terão acesso livre à


sala, trabalhos e reuniões da Comissão de Revisão
Territorial com direito a voz e sem direito a voto e somente
tendo vista ao processo na sala das Comissões, não
podendo retirá-lo.

Art. 23 As informações sobre processos em andamentos nas


Comissões serão prestadas às lideranças e à comunidade em
geral pelos deputados, os assessores e funcionários somente
poderão prestar informações autori- zados pelo Deputado
autor da proposição ou pelo Presidente da Comissão.

Art. 24 O território dos municípios poderá ser dividido para fins


administrati- vos em distritos administrativos, por
subprefeituras e regiões administrati- vas.

§ 1º A criação, organização e supressão de distritos far-se-á


por lei munici- pal, obedecidos os requisitos previstos nesta lei
complementar e dependerá de consultas prévias às população
diretamente interessadas.

§ 2º Em cada distrito será instituído um conselho distrital de


representantes da população, eleitos pelos moradores da
localidade, o qual participará do planejamento, execução,
fiscalização e controle dos serviços e atividades do Poder
Executivo no âmbito do distrito, assegurando-lhe pleno
acesso a todas as informações que necessitar.

§ 3º A lei de criação do distrito será obrigatoriamente


publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso.

Art. 25 São requisitos mínimos exigidos para a criação


de distritos: I - 50 (cinquenta) habitações, no mínimo,
na sede da localidade;
II - população superior a 1.000 (mil) habitantes no território.

Parágrafo único Os requisitos previstos neste artigo serão


apurados pelo órgão de informações e cartografia do Estado.

Art. 26 O Governo do Estado de Mato Grosso dará apoio


administrativo, material e financeiro para garantir a
execução desta lei complementar.

Art. 27 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua


publicação, revogadas as disposições em contrário,
especialmente as Leis Complemen- tares nºs 01/90, 08/91 e
09/91.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 19 de novembro de 1992.

Deputado recebeu com surpresa o veto integral da presidente Dilma


Rousseff e revelou que será realizada uma mobilização em Brasília para
a derrubada
História e Geografia do MT 44 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Principal defensor da criação de novos municípios no
Estado, o parlamen- tar recebeu com surpresa o veto da
presidente em função do projeto ter sido discutido
exaustivamente na Casa Civil da Presidência da República.
“É um projeto em que a União colocou todas as dificuldades
possíveis, e a proposta é extremamente criteriosa, impedindo as
emancipações que não respeitem critérios técnicos de
viabilidade. Depois de 16 anos, foi finalmente aprovado no Senado
e na Câmara Federal e para a nossa surpresa, a presidente
vetou. Com isso, o governo federal agrava o engessamento
do crescimento brasileiro”, criticou.

Riva afirmou que vai trabalhar nacionalmente para a


derrubada do veto no Senado e na Câmara federal. “Faltou
bom senso à equipe da presidente Dilma, a criação de municípios
aproxima o cidadão do poder público, pois atualmente existem
distritos a 200 km de distância da cidade. Os últimos municípios
criados, em 2000 (Itanhangá e Ipiranga do Norte), registram
avanços e atendem a população com muito mais eficiência”,
argumentou.

MOVIMENTO – Dez estados brasileiros já foram acionados


por Mato Gros- so para participarem de uma mobilização
nacional em Brasília para a derrubada do veto no Senado e
Câmara Federal. “Vamos entrar em contato com todos os
entes da federação para levar 10 mil pessoas de todo o
país ao Congresso Nacional para convencer os senadores
e deputados federais a derrubarem o veto da presidente.
Estamos indignados em função do projeto ter nascido na
Casa Civil da Presidência da República e agora o mesmo
foi vetado”, questionou o presidente da Associação Mato-
grossense de Áreas Emancipadas e Anexandas (Amaea),
Nelson Salim Abdalla.

VETO – Publicado no Diário Oficial da União desta quinta-


feira (14), o veto da presidente Dilma alega que a proposta
de criação de municípios “contra- ria o interesse público”.

A presidente argumenta que a medida resultaria em


aumento de despesas com a manutenção da estrutura
administrativa e representativa.

EMANCIPAÇÃO – Em Mato Grosso, existem 56 processos


de emancipa- ção, 14 de autoria do deputado Riva.
Municípios que podem ser criados em Mato Grosso: Salto
da Alegria, de Paranatinga; Capão Verde, de Alto Paraguai;
Nova Fronteira, de Tabaporã; Guariba, de Colniza; Nova
União, de Cotriguaçu; Santa Clara do Monte Cristo, de Vila
Bela; Rio Xingu, de Querência; União do Norte, de Peixoto
de Azevedo; Espigão do Leste, de São Félix do Araguaia;
Novo Paraíso, de Ribeirão Cascalheira; Paranorte, de
Juara; Boa Esperança do Norte, de Nova Ubitaran/Sorriso;
Cardoso do Oeste, de Porto Esperidião; Santo Antônio da
Fontoura, de São José do Xingu; Ouro Branco do Sul, de
Itiquira; Conselvan, de Aripuanã; Japuranã, de Nova
Bandeirantes; Veranópolis do Araguaia, de Confresa;
Brianorte, de Nova Maringá e Rondon do Parecis, de GEOGRAFIA:
Campo Novo do Parecis. 1. Mato Grosso: localização, fronteiras e limites do estado e
dos municípios.
Mato Grosso é uma das 27 unidades federativas do 2. Aspectos geomorfológicos: relevos do estado.
Brasil. Está locali- zado na região Centro-Oeste. Tem a 3. Aspectos climáticos e ecossistemas do Mato Grosso.
porção norte de seu território ocupada pela Amazônia 4. Hidrografia do Mato Grosso.
Legal, sendo o sul do estado pertencente ao Centro-Sul do 5. Aspectos político administrativos.
6. atividades agrícolas.
7. Processos migratórios e dinâmica da população em Mato
Grosso.
8. Programas governamentais e fronteira agrícola matogros-
sense.
9. A economia do Estado e da capital.
10. Indicadores oficiais de saúde e educação do estado.
11. Aspectos contemporâneos da urbanização do Estado e da
capital.
12. Principais eixos rodoviários: federais e estaduais.
História e Geografia do MT 4513. Políticas A Opção nas
ambientais Certa Para a
diferentes Sua Realização
escalas do poder: as
unidades de conservação da natureza.
14. Reservas Indígenas.
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
clima tipicamente amazônico, ou seja, de calor (26° C em
Brasil. Tem como limites: Amazonas, Pará (N); Tocantins, média) e umidade em abundancia. Em algumas regiões do
Goiás (L); Mato Grosso do Sul (S); Rondônia e Bolívia (O). estado, as estações (seca e chuvosa) são bem definidas, o que
Ocupa uma área de 903 357 km², equivalente a da caracteriza um clima tropical.
Venezuela e não muito menor do que a da vizinha Bolívia.
Mato Grosso está organizado em 22 microrregiões e 5 No Mato Grosso existem dois sistemas hidrográficos
mesorregiões, dividindo-se em 141 municípios. Cuiabá é, importantes, ou seja, duas bacias, a do Rio Amazonas e a do
além de capital, o município mais populoso do estado. Rio Paraguai.
As cidades mais populosas e importantes de Mato Os principais rios que compõem a Bacia do Rio Amazonas
Grosso são Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, são: Rio A- raguaia, Rio Xingu, Rio das Mortes, Rio Juruena,
Tangará da Ser- ra, Cáceres, Sorriso, Primavera do Leste, etc. O Rio Cuiabá é o principal afluente da Bacia do Rio
Barra do Garças, Alta Flores- ta, Campo Novo do Parecis, Paraguai.
Pontes e Lacerda, Juína, Primavera do Les- te, Campo
Outro grande destaque do estado é o Parque Nacional da
Verde, Lucas do Rio Verde e Barra do Bugres. Extensas
Chapada dos Guimarães, localizado ao centro-sul do estado,
planí- cies e amplos planaltos dominam a área, a maior parte
entre a capital Cuiabá e o município de Chapada dos
(74%) se encontra abaixo dos seiscentos metros de
Guimarães. Thais Pacievitch
altitude. Juruena,Teles Pi- res, Xingu, Araguaia, Paraguai,
Rio Guaporé,Piqueri, São Lourenço, das Mortes e Cuiabá são
os rios principais.
Mato Grosso localiza-se na região Centro-oeste do
território brasileiro.
O Estado ocupa uma área de 903.357km², sendo o
terceiro maior em extensão territorial do país. É o único a
possuir características Dos três biomas: Pantanal,Cerrado
e Amazônia
Mato Grosso possui um clima caracteristicamente
continental, com du- as estações bem-definidas, uma chuvosa
e outra seca. A estação chuvosa ocorre entre os meses de
outubro a março, e a estação seca começa em abril e termina
somente em setembro.
O ponto culminante fica a 1.118m de altitude e se localiza
na Serra de Santa Bárbara., entre os municípios de Pontes e
Lacerda e Porto Esperidi- ão.
O Mato Grosso é um estado da região centro - oeste do
Brasil, sendo o terceiro maior estado do país em área, com
903.357 Km², da qual a maior parte é ocupada pela Amazônia
Legal. A capital do Estado é Cuiaba. Os limites territoriais do
estado são os seguintes:
Norte – Pará e
Amazonas Sul – Mato
Grosso do Sul Leste –
Goias e Tocantins
Oeste – Rondonia e
Bolivia.
A maior parte do territorio mato-grossense é plano,
caracterizando um relevo de baixas altitudes, que tem em sua
composição, três tipos de uni- dades distintas: Planalto mato-
grossense, Planalto – basáltico, Pantanal Mato-grossense.
No território do Mato Grosso são três
os tipos de vegetação predominante. Ao norte, o estado é
coberto pela floresta equatorial, a Floresta Amazônica, com
árvores de grande porte como a andiroba e a seringueira,
entre outras. É a chamada Amazônia Legal.
Ao sul da capital, Cuiabá, a vegetação encontrada
originalmente era o cerrado, com suas caracteristicas e
biodiversidade únicas. Porém, com o avanço da agricultura,
grande parte da área antes coberta pelo cerrado transformou-
se em imensos campos de soja ou algodão, principalmente.
Ao sul do estado, encontra-se parte da maior área alagada
do mundo,
o Pantanal, que desde 2001 é considerado Patrimônio Natural
da Humani- dade. Embora seja grande a diversidade vegetal
e animal nessa área, que é chamada de área de transição
(entre os tipos de vegetação) a cobertura de gramínea
predomina.
O clima no estado varia de acordo a posição geográfica,
mas o clima predominante é o tropical superúmido. Esse

História e Geografia do MT 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O estado brasileiro de Mato Grosso tem 903.357,908
km² de área, o que o torna o terceiro mais extenso do
país, ficando atrás somente do Amazonas e do Pará. A
área urbana de Mato Grosso é de 519,7 km², o que coloca o
estado em 11º lugar na ordem de estados com maior
mancha urbana.
Localizado no Centro-Oeste brasileiro, fica no centro
geodésico da América Latina. Cuiabá, a capital, está
localizada exatamente no meio do caminho entre o Atlântico
e o Pacifico, ou seja, em linha reta é o ponto mais central do
continente. O local exato foi calculado por Marechal Rondon
durante suas expedições pelo estado e é marcado com um
monumento, o obelisco da Câmara dos Vereadores.
Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o
relevo apresenta grandes superfícies aplainadas, talhadas
em rochas sedimentares e abrange três regiões distintas:
na porção centro-norte do estado, a dos chapadões
sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes entre
400 e 800m), que integram o planalto central brasileiro. A
do planalto arenito- basáltico, localizada no sul, simples
parcela do planalto meridional. A parte do Pantanal Mato-
Grossense, baixada da porção centro-ocidental.
Devido à grande extensão Leste-Oeste, o território
brasileiro abrange quatro fusos horários situados a Oeste
de Greenwich. O Estado de Mato Grosso abrange o fuso
horário quatro negativo (-4). Apresenta, portanto, 4 horas a
menos, tendo como referência Londres, o horário GMT.
Clima
Mato Grosso é um estado de clima variado. Sua capital,
Cuiabá, é uma das cidades mais quentes do Brasil, com
temperatura média que gira em torno de 24°C e não raro
bate os 40º. Mas há 60 km, em Chapada dos Guimarães, o
clima já muda completamente. É mais ameno, com ventos
diurnos e noites frias. Chapada já registrou temperaturas
negativas, fato nunca ocorrido em Cuiabá.
O estado de Mato Grosso apresenta sensível variedade
de climas. Prevalece o tropical super-úmido de monção,
com elevada temperatura média anual, superior a 24°C e
alta pluviosidade (2000 mm anuais); e o tropical, com
chuvas de verão e inverno seco, caracterizado por médias
de 23°C no planalto. A pluviosidade é alta também nesse
clima: excede a média anual de 1500 mm.
Vegetação
A vegetação do estado faz parte da vegetação da
Floresta Amazônica, Cerrado e faixas de transição como o
Pantanal, Xingu e Cachimbo. A vegetação amazônica é a
maior floresta do mundo cobrindo parte de 8 países,
cobrindo também a região norte do estado, chamada
também de Amazônia Legal, suas principais
características são as árvores grandes e o solo florestal
pobre, sobrevivendo do húmus das folhas. A região com
vegetação de cerrado é a maior parte do estado, de acordo
com a organização Internacional Conservation 58% do
cerrado foi substituído pela agricultura com soja e algodão.
O complexo do Pantanal é a maior área alagada do mundo
e a maior diversidade animal e vegetal na parte sul de
Mato Grosso, em 2001 foi reconhecido pela
UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade.
Mato Grosso é um estado privilegiado em termos de
biodiversidade. É
o único do Brasil a ter, sozinho, três dos principais biomas
do país: Amazônia, Cerrado e Pantanal.

História e Geografia do MT 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Cerrado

Uma vegetação riquíssima com uma biodiversidade


gigante, o Cerrado é o principal bioma do Centro-Oeste
brasileiro. Já foi retratado nos livros de Guimarães Rosa e
outros poetas e é considerada a Savana brasileira. Em Mato
Grosso, o cerrado cobre 38,29% de todo o território.
Localizado principalmente nas depressões de Alto Paraguai -
Guaporé, o sul e o sudeste do planalto dos Parecis e ao sul
do paralelo 13º, até os limites de Mato Grosso do Sul.
A riqueza florística do cerrado só é menor do que a das
florestas tropicais úmidas. A vegetação é composta por
gramíneas, arbustos e árvores esparsas. As árvores têm No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies
caules retorcidos e raízes longas, que permitem a absorção de borboletas. Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos,
da água mesmo durante a estação seca do inverno. sendo os principais a onça-pintada (que atinge 1,2 m de
comprimento, 85 cm de altura e pesa até 150 kg), capivara,
No ambiente do Cerrado são conhecidos, até o momento, lobinho, veado-campeiro, lobo-guará, macaco-prego, cervo do
mais de pantanal, bugio, porco do mato, tamanduá, anta, bicho-
1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamíferos, preguiça, ariranha, quati, tatu e outros. A vegetação
aves, peixes, repteis e anfíbios) e invertebrados (insetos, pantaneira é um mosaico de cinco regiões distintas: Floresta
moluscos, etc). Cerca de 161 das 524 espécies de mamíferos Amazônica, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Chaco
do mundo estão no Cerrado. Apresenta 837 espécies de (paraguaio, argentino e boliviano). Durante a seca, os campos
aves, 150 espécies de anfíbios e 120 espécies de répteis. se tornam amarelados e constantemente a temperatura desce
Pantanal a níveis abaixo de 0 °C, com registro de geadas, influenciada
pelos ventos que chegam do sul do continente.
Amazônia
Existem dois tipos de florestas em Mato Grosso: a
Floresta Amazônica e a Floresta Estacional. Elas ocupam
cerca de 50% do território mato- grossense. Concentrada no
norte do estado, a Amazônia é o que existe de mais complexo
em termos de biodiversidade no mundo.
Devido a dificuldade de entrada de luz, pela abundância e
grossura das copas, a vegetação rasteira é muito escassa na
Amazônia. Os animais também. A maior parte da fauna
amazônica é composta de bichos que habitam as copas das
árvores. Não existem animais de grande porte no bioma,
como no Cerrado. Entre as aves da copa estão os papagaios,
tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os morcegos,
roedores, macacos e marsupiais.
É a maior área alegável do planeta, com uma fauna É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. O
exuberante e cenários que encantam qualquer visitante. clima na floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido,
Apesar de ocupar apenas 7,2% do estado, o Pantanal é o devido à proximidade à Linha do Equador (contínua à Mata
bioma mais exaltado quando se fala em Mato Grosso. Atlântica), com a temperatura variando pouco durante o ano.
Considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação
Reserva da Biosfera. anuais variando de 1500 mm a 1700 mm. O período chuvoso
dura seis meses. O nome Amazônia deriva de "amazonas",
A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica mulheres guerreiras da Mitologia grega.
do planeta. Há 650 espécies de aves. Apenas a título de
comparação: no Brasil inteiro existem 1.800 aves Hidrografia
catalogadas. Talvez a mais espetacular seja a arara- azul-
grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús O maior divisor de águas da América do Sul está em Mato
(símbolo do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, Grosso. Es- tende-se no sentido oeste-leste, separando as
beija-flores, jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, bacias fluviais opostas, vertentes umas para o norte e outras
gaviões, carcarás e curicacas. para o sul.
Toda a extensa rede hidrográfica que serve o estado de
Mato Grosso, abrange grande parte das duas maiores bacias
hidrográficas do Brasil - Amazônica e Platina, cujas águas se
acham separadas pela Chapada dos Parecis e pela Serra
História e Geografia do MT 48 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Azul. Destaca-se a Bacia do Tocantins, na qual o tributário
mais importante, em terras mato-grossenses é o Rio
Araguaia. Cumprem desta forma, as chapadas mato-
grossenses, o papel de divisor entre estas bacias
hidrográficas.
Esse divisor de águas tem início no emaranhado de
cabeceiras dos ri- os Guaporé, Jauru e Juruena, indo até as
cabeceiras dos rios Teles Pires,

História e Geografia do MT 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(2.449.341). A taxa de crescimento demográfico de Mato
Xingu e Cuiabá. O divisor então declina para sudeste, até Grosso é de 1,9% ao ano.
alcançar o ema- ranhado das cabeceiras dos rios Araguaia e http://www.mteseusmunicipios.com.br/
Taquari, nas imediações das divisas de Mato Grosso do Sul e
Goiás. Em alguns pontos ocorrem as águas emendadas, Aspectos gerais da população
denominação popular do estrangulamento do divisor, em que
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografiae
um banhado, de um lado dá origem a rios vertentes para o
Estatística, IBGE, em 1950 Mato Grosso contava com 211.858
norte e por outro, a vertente para o sul.
habitantes, já em 2007 este número subiu para 2.854.652
Saiba mais sobre as principais bacias que banham o habitantes. Vivem na zona urbana 83,28% da população e na
Estado: zona rural 16,72%. A densidade demográfica é de 3,16 hab/km2.
Segundo o TRE o Estado possui 1.940.270 eleitores. O
O maior divisor de águas da América do Sul está em Mato número de homens residentes em Mato Grosso é ligeiramente
Grosso. Es- tende-se no sentido oeste-leste, separando as superior
bacias fluviais opostas, vertentes umas para o norte e outras
para o sul. Toda a extensa rede hidrográfica que serve o de
Mato Grosso, abrange grande parte das duas maiores bacias
hidrográficas do Brasil - e Platina, cujas águas se acham
separadas pela Chapada dos Parecis e pela Serra Azul.
Destaca-se a Bacia do Tocantins, na qual o tributário mais
importante, em terras mato- grossenses é o Rio Araguaia.
Cumprem desta forma, , o papel de divisor entre estas bacias
hidrográficas. Esse divisor de águas tem início no ema-
ranhado de cabeceiras dos rios Guaporé, e , indo até as
cabeceiras dos rios Teles Pires, Xingu e . O divisor então
declina para sudeste, até alcan- çar o emaranhado das
cabeceiras dos rios Araguaia e Taquari, nas imedia- ções das
divisas de Mato Grosso do Sul e Goiás. Em alguns pontos
ocor- rem as águas emendadas, denominação popular do
estrangulamento do divisor, em que um banhado, de um lado
dá origem a rios vertentes para o norte e por outro, a vertente
para o sul. Saiba mais sobre as principais bacias que banham
o : Bacia Amazônica, Bacia Tocantins-Araguaia,Bacia Platina
(Rios Paraná e Paraguai)
Geologia
Na escala geológica o período Pré-cambriano foi a
formação da região do Cachimbo e o assentamento da bacia
do Araguaia-Tocantins, Xingu, Cuiabá e Alto Paraguai. Na era
paleozóico com a formação da Serra de São Vicente. Na era
mesozóico com a formação da bacia do Paraná, incluindo
Chapada dos Guimarães) e a chapada dos Parecis. Na
era cenozóica ocorream sedimentos na bacia do Pantanal e
Ilha do Bananal.
A classificação do relevo segundo Jurandy Ross como os
Planaltos: Chapada da Bacia do Paraná, Chapada dos
Parecis, Residuais Sul- Amazônicos e Serras residuais do
Alto Paraguai. Depressões: Marginal Sul- Amazônico,
depressão do Araguaia, Depressão Cuiabana e depressão do
Alto Paraguai-Guaporé. Planície do Rio Araguaia, Pantanal do
Rio Guaporé e Pantanal mato-grossense. hiu
Demografia
Mato Grosso é um estado de povos diversos, uma mistura
de índios, negros, espanhóis e portugueses que se
miscigenaram nos primeiros anos do período colonial. Foi
essa gente miscigenada que recebeu migrantes vindo de
outras partes do país. Hoje, 41% dos moradores do estado
nasceram em outras partes do país ou no exterior.
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, Mato
Grosso possui 3.035.122 habitantes, o que representa 1,59%
da população brasileira. Vivem na zona urbana 81,9% da
população, contra 18,1% da zona rural. O número de homens
corresponde a 51,05%, sendo ligeiramente superior ao das
mulheres, que representa 48,95%.
Mato Grosso é um estado de proporções gigantescas com
diversas regiões inabitadas, o que interfere diretamente na
taxa de densidade demográfica, que é de 3,3 habitantes por
km². É o segundo mais populoso do Centro-Oeste, ficando
atrás apenas de Goiás, que tem quase o dobro de habitantes
(6.003.788) e com pouco mais que Mato Grosso do Sul

História e Geografia do MT 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ao de mulheres. São 1.452.153 pessoas do sexo masculino e
1.377.327 do sexo feminino.
Constata-se intensa miscigenação em todo o Estado de
Mato Grosso. Segundo o IBGE, 56,73% da população é
parda, 36,1% é branca, 6,09% é negra, 0,73% é indígena e
0,37% é amarela.
Processo demográfico de Mato Grosso
O processo demográfico ocorrido em Mato Grosso é um
exemplo de povoamento de regiões fronteiriças. Apesar de
o território ocupar pratica- mente 10% da área total do país,
a população do Estado representa ape- nas 1,53%
dos habitantes do
Brasil. Mato Grosso, apesar de ainda pouco
povoado, vive um intenso processo de migração ocorrido
principalmente nas últimas décadas e vem sendo
gradativamente ocupado. Em busca de melhores
condições, pessoas procedentes principalmente do sul e do
sudeste têm encontrado aqui maior acesso a emprego,
qualidade de vida e terras para cultivar.
Municípios mais populosos e IDH
Os municípios mais populosos são Cuiabá
(526.831 habitan- tes), Várzea Grande (230.307
habitan-
tes),Rondonópolis (172.783), Sinop (105.762) e
Cáceres(84.175). A região mais densamente ocupada do
Estado é a Baixada Cuiabana, que abrange 13 municípios.
O Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, de
responsabilidade do PNUD-Brasil, é uma medida
comparativa de riqueza, alfabetização, educa- ção,
esperança média de vida, natalidade e outros fatores. É
uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-
estar de uma população, especialmente o bem-estar infantil.
Segundo o PNUD, as cidades mato-grossenses que
apresentam os maiores índices de desenvimento humano
são: Sorriso, Cuiabá, Lucas do Rio Verde,Cláudia, Campos
de Júlio, Campo Novo dos Parecis e Sinop.

Esta é uma lista de municípios de Mato Grosso por

popula- ção segundo censo de 2010 do IBGE.1

Posição Município População


1 Cuiabá 569 831
2 Várzea Grande 262 880
3 Rondonópolis 208 019
4 Sinop 123 634
5 Cáceres 89 683
6 Tangará da Serra 90 252
7 Sorriso 75 104
8 Barra do Garças 57 791
9 Lucas do Rio Verde 52 843
10 Primavera do Leste 52 114
11 Alta Floresta 49 761
12 Pontes e Lacerda 41 386
13 Juína 39 260
14 Juara 32 769
15 Guarantã do Norte 32 150
16 Poconé 31 778
17 Nova Mutum 31 633
18 Campo Verde 31 612
História e Geografia do MT 41 A Opção Certa Para a Sua Realização
19 Barra do Bugres 31 058
20 Colíder 30 864
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Posição Município População Posição Município População
22 Campo Novo do Parecis 27 574 68 São Félix do Araguaia 10 531
23 Colniza 26 390 69 Jauru 10 461
24 Jaciara 25 666 70 Tapurah 10 390
25 Mirassol d'Oeste 25 331 71 Arenápolis 10 355
26 Confresa 25 127 72 Alto Garças 10 321
27 Vila Rica 21 403 73 Vera 10 235
28 Água Boa 20 844 74 Alto Paraguai 9 951
29 Diamantino 20 420 75 Tabaporã 9 917
30 Nova Xavantina 19 475 76 Nova Ubiratã 9 245
31 Paranatinga 19 280 77 Ribeirão Cascalheira 8 880
32 São José dos Quatro 18 963 78 Apiacás 8 538
Marcos
79 Denise 8 494
33 Canarana 18 701
80 Castanheira 8 231
34 Aripuanã 18 581
81 Dom Aquino 8 131
35 Santo Antônio do Leverger 18 409
82 Alto Taquari 8 100
36 Comodoro 18 157
83 Nova Monte Verde 8 088
37 Sapezal 18 080
84 Jangada 7 696
38 Chapada dos Guimarães 17 799
85 Barão de Melgaço 7 591
39 Rosário Oeste 17 682
86 Santa Terezinha 7 399
40 Poxoréu 17 602
87 Novo Mundo 7 069
41 Nova Olímpia 17 529
88 Nova Maringá 6 590
42 São José do Rio Claro 17 128
89 Nortelândia 6 438
43 Pedra Preta 21 254
90 Gaúcha do Norte 6 287
44 Alto Araguaia 15 670
91 Novo São Joaquim 6 043
45 Araputanga 15 387
92 Acorizal 5 516
46 Brasnorte 15 280
93 Cocalinho 5 498
47 Nobres 15 011
94 Nova Lacerda 5 469
48 Cotriguaçu 14 987
95 Porto dos Gaúchos 5 448
49 Vila Bela da Santíssima 14 491
Trindade 96 Lambari d'Oeste 5 438
50 Campinápolis 14 222 97 Pontal do Araguaia 5 427
51 Matupá 14 172 98 São José do Xingu 5 267
52 Guiratinga 13 867 99 Itanhangá 5 260
53 Querência 13 021 100 Alto Boa Vista 5 249
54 Nova Canaã do Norte 12 132 101 Bom Jesus do Araguaia 5 231
55 Marcelândia 11 994 102 Ipiranga do Norte 5 123
56 Nova Bandeirantes 11 630 103 Rio Branco 5 061
57 Nossa Senhora do 11 592 104 Campos de Júlio 5 019
Livramento
105 General Carneiro 5 018
58 Itiquira 11 493
106 Nova Guarita 4 929
59 Juscimeira 11 434
107 Curvelândia 4 898
60 Terra Nova do Norte 11 302
108 Canabrava do Norte 4 767
61 Juruena 11 269
109 Nova Brasilândia 4 593
62 Carlinda 10 985
110 Itaúba 4 570
63 Cláudia 10 972
111 São Pedro da Cipa 4 142
64 Porto Esperidião 10 950
112 Santa Carmem 4 075
65 Feliz Natal 10 933
113 Torixoréu 4 036
66 Porto Alegre do Norte 10 754
67
História eParanaíta
Geografia do MT 10 690 42 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Posição Município População Secretário Adjunto de Assistência Social: JEAN ESTEVAN
CAMPOS OLI- VEIRA
114 Salto do Céu 3 903 Secretário Adjunto de Assuntos Comunitários: BENJAMIM
115 Figueirópolis d'Oeste 3 805 FRANKLIN LIRA DE ARAUJO

116 União do Sul 3 767 VICE GOVERNADOR


117 Santo Antônio do Leste 3 757 Palácio Paiaguás - Centro Político
Administrativo - CPA 78050-970 - Cuiabá -
118 Novo Horizonte do Norte 3 746 Mato Grosso
CHICO DALTRO Aniversário: 29/07
119 Porto Estrela 3 639
Ajudante de Ordens – FRANCYANNE CHAVES CURVO
120 São José do Povo 3 601 Ten.Cel. PM Fones: (065) 3613. 3800 / 3613.3801
E-mail: vicegovernadoria@vicegovernadoria.mt.gov.br
121 Rondolândia 3 538
122 Nova Santa Helena 3 475 CASA CIVIL
Palácio Paiaguás - Centro Político
123 Tesouro 3 437 Administrativo - CPA 78050-970 - Cuiabá -
124 Conquista d'Oeste 3 388 Mato Grosso
Fones: (065) 3613.4600 / 3613.4610 / 3613.4612 / 3613.4400
125 Araguaiana 3 221 Secretário-Chefe: PEDRO NADAF -
126 Glória d'Oeste 3 125 Aniversário: 01/11 E-mail:
pedronadaf@casacivil.mt.gov.br
127 Vale de São Domingos 3 058 Secretária Adjunta de Gestão Integrada e Modernização
128 Nova Nazaré 3 021 Institucional: ANDREA ANDOLPHO DE MORAES
Secretária Adjunta Chefe de Ação Governamental:
129 Santo Afonso 2 974 ACELINA FALCAO PEREIRA MARQUES
130 Nova Marilândia 2 925 Secretário Adjunto de Relações Políticas: ADJAIME RAMOS DE
SOUZA Secretário Adjunto de Acompanhamento das Políticas e
131 Planalto da Serra 2 726 Programas de Desenvolvimento: CLOVIS FIGUEIREDO
132 Reserva do Cabaçal 2 578 CARDOSO
Secretário Adjunto de Coordenação de Ações de Governo
133 Santa Rita do Trivelato 2 466 com os Municí- pios: MANUEL GOMES DA SILVA
Secretária Adjunta Executiva do Núcleo Governadoria:
134 Indiavaí 2 407
FABRÍCIA OLIVEI- RA DE MARCHI
135 Luciara 2 229
CHEFIA DE GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO
136 Ribeirãozinho 2 199
Palácio Paiaguás - Centro Político
137 Novo Santo Antônio 2 005 Administrativo - CPA 78050-970 - Cuiabá -
Mato Grosso
138 Santa Cruz do Xingu 1 899 Fones: (065) 3613.4100 / 3613.4121 / 3613.4122 / 3613.4129
139 Ponte Branca 1 783 Chefia de Gabinete do Governador: SILVIO CEZAR
CORREA ARAUJO Aniversário: 22/03
140 Serra Nova Dourada 1 365
Administrativo 78050-970 Cuiabá - Mato
1 095 Grosso
141 Araguainha
Fones: (065) 3613.5700 / 3613.5704 / 3613.5740
Secretária de Estado: ROSELI DE FÁTIMA MEIRA
BARBOSA Aniversário: 23/10
Secretária Adjunta de Cidadania: DALVA LUIZA DE
FIGUEIREDO COUTO Secretária Adjunta de Trabalho e
Emprego: VANESSA ROSIN

Lista de Autoridades

Cuiabá, 21 de Novembro de 2013

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO


Fones: (065) 3613.4100 / 3613.4121 / 3613.4122 / 3613.4129
Fax: 3613.4120
Palácio Paiaguás - Centro Político
Administrativo - CPA 78050-970 - Cuiabá -
Mato Grosso

GOVERNADOR: SILVAL DA CUNHA BARBOSA


Aniversário: 26/04
E-mail:agendagov@governadoria.mt.gov.br
Cônjuge: Roseli de Fátima Meira Barbosa
Aniversário: 23/10 Ajudante de Ordens: ANDRE
WILLIAN DORILEO - Maj PM

SECRETARIA DE ESTADO DE TRABALHO E ASSISTENCIA SOCIAL-


SETAS
Rua Transversal B - Centro Político
História e Geografia do MT 43 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DA COPA DO MUNDO FIFA
2014 - SECOPA
Av. José Monteiro Figueiredo, 510 - Bairro
Duque de Caxias 78.045-800 – Cuiabá - Mato
Grosso
Telefones (65) 3315-2000 / 3315-2014
(Recepção)
www.cuiaba2014.mt.gov.br
Secretário Extraordinário: MAURÍCIO SOUZA
GUIMARÃES Aniversário:05/06
E-mail: mguimaraes@secopa.mt.gov.br
Secretário Adjunto de infraestrutura e Desapropriações:
ALYSSON SAN- DER DE SOUZA
Secretário Adjunto de Projetos Especiais: GILDECI OLIVEIRA
COSTA

CASA MILITAR
Palácio Paiaguás - Centro Político
Administrativo - CPA 78050-970 - Cuiabá
- Mato Grosso
Fones: (065) 3613.4200 / 3613.4204
www.casamilitar.mt.gov.br
Secretário-Chefe: ILDOMAR NUNES DE
MACEDO - Cel. PM Aniversário: 18/11
Secretária Adjunta: CLAÍCE CONCEIÇÃO BATISTA -
Major PM Secretário Adjunto de Segurança
Governamental: RACHID MOHAMED RACHID
HASSOUN - Cel. PM

SECRETARIA DA AUDITORIA GERAL DO ESTADO - AGE


Fones: (065) 3613.4000 / 3613.4013
E-mail: auditoria@auditoria.mt.gov.br
Secretário Auditor – Geral: JOSÉ ALVES
PEREIRA FILHO Aniversário: 09/10
E-mail: josefilho@auditoria.mt.gov.br
Secretário Adjunto de Auditoria: EMERSON HIDEKI
HAYASHIDA Secretária Adjunta da Corregedoria Geral:
CRISTIANE LAURA DE SOUZA Secretária Adjunta da
Ouvidoria Geral: EDILENE LIMA DE ALMEIDA

História e Geografia do MT 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Educação:
SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO - SAD FRANCISVALDO PEREIRA DE ASSUNÇÃO
Complexo Paiaguás - Bloco III - Centro Político
Administrativo 78050-970 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.3633 / 3613.3600 / 3613.3621
Secretário de Estado: FRANCISCO
ANIS FAIAD Aniversário: 07/02
E-mail: franciscofaiad@sad.mt.gov.br
Secretário Adjunto de Gestão de Pessoas: CLAUDIO
NOGUEIRA DIAS Secretário Adjunto de Administração:
JOSE DE JESUS NUNES CORDEI- RO
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Administração:
CAIO JULIO CE- SAR NUNES DE FIGUEIREDO
Secretário Adjunto de Gestão de Gastos: PEDRO ELIAS
DOMINGOS DE MELLO

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E AGRI-


CULTURA FAMILIAR - SEDRAF
Rua 02, s/nº Ed. Ceres, 3º Andar - Centro Político
Administrativo 78058-250 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.6200 / 3613.6205
E-mail: comunicacao@sedraf.mt.gov.br
Secretário de Estado: MERALDO
FIGUEIREDO SÁ Aniversário: 18/10
Secretário Adjunto de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento: LUIZ CAR- LOS ALÉCIO
Secretário Adjunto de Desenvolvimento da Agricultura
Familiar: JUAREZ FIEL ALVES
Secretário Adjunto de Desenvolvimento Regional - MT
Regional : RENAL- DO LOFFI
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Agropecuário:
ADRIANO FER- NANDO FALCÃO

SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA


Fones: (065) 3613.0200 / 3613.0215
Avenida Presidente Getúlio Vargas, 247
- Centro 78005-100 - Cuiabá - Mato
Grosso www.cultura.mt.gov.br
Secretária de Estado: JANETE
GOMES RIVA Aniversário: 10/11
E-mail:
gabsecretario@cultura.mt.gov.br
Secretário Adjunto: FABIANO
PRATES
Secretária Adjunta Executiva do Núcleo Cultura, Ciência,
Lazer e Turismo: JULIANA FIUSA FERRARI

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO -


SEDTUR
Fones: (065) 3613.9300 / 3613.9302 / 3613.9306
Rua Voluntário da Pátria, 118 -
Centro 78005-000 - Cuiabá -
Mato Grosso
www.sedtur.mt.gov.br
E-mail:
chefegab@sedtur.mt.gov.br
Secretário de Estado: JAIRO
PRADELA Aniversário: 02/11
Secretário Adjunto de Desenvolvimento do Turismo:
DEOCLESIANO FER- REIRA VIEIRA

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO - SEDUC


Rua Eng. Edgar Prado Arze, 215 - Centro Político
Administrativo 78049-909 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.6339 / 3613.6338 / 3613.6301
Secretária de Estado: ROSA NEIDE SANDES
DE ALMEIDA Aniversário: 08/08
E-mail:
Secretária Adjunta de Políticas Educacionais: EMA
MARTA DUNECK CINTRA
Secretário Adjunto de Gestão de Políticas Institucionais de
Pessoal: EDIL- SON PEDRO SPENTHOF
Secretária Adjunta de Estrutura Escolar: NUCCIA MARIA
GOMES ALMEI- DA SANTOS
História e Geografia do MT 45 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
TERESINHA THEIS DE ALMEIDA
SECRETARIA DE ESTADO DE ESPORTES E LAZER - SEEL
Fones: (065) 3613.4900 / 3613.4903 / 3613.4908 SECRETARIA DE ESTADO DE TRANSPORTE E PAVIMENTAÇÃO
Av. Agrícola Paes de Barros, s/n URBANA - SETPU
Ginásio Poliesportivo Prof. Aecim Tocantins - Edifício Eng. Edgar Prado Arze - Rua J - Quadra 1 -
Complexo Estádio Verdão 780030-210 - Cuiabá - Mato Lote 5 - Setor A 78049-906 Cuiabá - Mato Grosso
Grosso Fones: (065) 3613.6600 / 3613.6608 / 3613.6603
www.esportes.mt.gov.br
Secretário de Estado: ANANIAS MARTINS DE
SOUZA FILHO Aniversário: 15/10
E-mail: gabinete@seel.mt.gov.br
Secretário Adjunto de Políticas Especiais: WELINGTON
ROSSITER BE- ZERRA
Secretário Adjunto de Esportes e Lazer: JOSE DE ASSIS
GUARESQUI

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA - SEFAZ


Av. Historiador Rubens de Mendonça, 3.415 - Centro
Político Administrati- vo
78050-903 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3617.2000 / 3617.2103 / 3617.2105 / 3617.2107
Secretário de Estado: MARCEL DE
SOUZA CURSI Aniversário: 19/12
E-mail: Marcel.cursi@sefaz.mt.gov.br
Secretário Adjunto da Receita Pública: JONIL VITAL
DE SOUZA Secretário Adjunto do Tesouro Estadual:
VIVALDO LOPES DIAS Secretária Adjunta Executiva
do Núcleo Fazendário: MARIA CELIA DE OLIVEIRA
PEREIRA

SECRETARIA DE ESTADO DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO MINAS


E E- NERGIA - SICME
Fones: (065) 3613.0000 / 3613.0084 / 3613.0002
Avenida Presidente Getúlio Vargas,
1.077 - Goiabeiras 78045-720 - Cuiabá -
Mato Grosso www.sicme.mt.gov.br
Secretário de Estado: ALAN FÁBIO
PRADO ZANATTA Aniversário: 28/04
E-mail: alanzanatta@sicme.mt.gov.br
Secretário Adjunto de Desenvolvimento: VALERIO
FRANCISCO PERES DE GOUVEIA
Secretário Adjunto Executivo Socioeconômico:
MARCIO LUIZ DE MES- QUITA

SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E


COORDENAÇÃO GERAL - SEPLAN
Rua Julio Domingos de Campos - Centro Politico
Administrativo 78049-903 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.3200 / 3613.3204 / 3613.3231 / 3613.3237
Secretário de Estado: ARNALDO ALVES DE
SOUZA NETO Aniversário: 23/06
E-mail:
arnaldosouza@seplan.mt.gov.b
r Secretária Adjunta: REGIANE
BERCHIELI
Secretária Adjunta Executiva do Núcleo de Planejamento
e Jurídico: GRA- ZIELY CAUHY PICHIONI

SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA - SESP


Av. Transversal - Bloco B - Anexo II - Centro
Politico Administrativo 78050-970 Cuiabá - Mato
Grosso
Fones: (065) 3613.5520 / 3613.5502 / 3613. 5522 / 3613.
5500
Secretário de Estado: ALEXANDRE BUSTAMANTE
DOS SANTOS Aniversário: 23/08
E-mail:alexandresantos@seguranca.mt.gov.br
Secretário Adjunto de Inteligência: WILTON MASSAO
OHARA
Secretário Adjunto de Segurança Pública: ANTONIO
ROBERTO MONTEI- RO DE MORAES - Cel. PM
Secretário Adjunto de Políticas, Programa e Projetos:
MARCOS ROBERTO WEBER HUBNER - Cel. PM
Secretária Adjunta Executiva do Núcleo Segurança: SIRLEI
História e Geografia do MT 46 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
os municípios que destacam como exportadores está
Secretário de Estado: CINÉSIO NUNES DE Rondonópolis, maior exportador do Estado. Entre os 10
OLIVEIRA Aniversário: 07/11 municípios mais ricos do Centro-Oeste, 8 são de Mato Grosso,
E-mail: cinésio.oliveira@setpu.mt.gov.br com desta- que para Alto Taquari, Campos de Julio e Sapezal,
Secretário Adjunto de Engenharia: NILTON DE BRITO que possuem os três maiores PIBs per capita da mesorregião, e
Secretário Adjunto de Transportes: ALAOR ALVELOS Cuiabá, que é sede de 8 empre-
ZEFERINO DE PAULA
Secretário Adjunto de Pavimentação Urbana: JOSÉ MARCIO
SILVA GUE- DES
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Transporte,
Cidade e Trânsito: VALDISIO JULIANO VIRIATO

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE - SEMA


Rua C - Esquina com Rua F - Centro Político
Administrativo 78050-970 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.7200 / 3613.7203
Secretário de Estado: JOSÉ ESTEVES DE
LACERDA FILHO Aniversário: 17/06
E-mail: chefia@sema.mt.gov.br
Secretário Adjunto de Mudanças Climáticas: WILSON
GAMBOGI PINHEI- RO TAQUES
Secretário Adjunto de Bases Florestais: JOSÉ REZENDE
DA SILVA Secretário Adjunto de Qualidade Ambiental:
ILSON FERNANDES SAN- CHES
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Ambiental:
BENEDITO NERY GUARIM STROBEL
SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS -
SEJUDH
Rua Transversal - Bloco B - s/n - Térreo - Centro Político
Administrativo 78050-970 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.8167
Secretário de Estado: LUIZ ANTONIO POSSAS DE
CARVALHO Aniversário: 11/06
E-mail: gabsejudh@justica.mt.gov.br
Secretário Adjunto de Direitos Humanos: VALDEMIR
RODRIGUES PAS- COAL
Secretário Adjunto de Justiça: NESTOR FERNANDES
FIDELIS
Secretário Adjunto de Administração Penitenciária:
CLARINDO ALVES DE CASTRO

SECRETARIA DE ESTADO DAS CIDADES - SECID


Centro Politico
Administrativo Fones (65)
3613.6625 / 3613.6681
Secretário de Estado: CHICO
DALTRO Aniversário: 29/07
E-mail: chefedegabinete@cidades.mt.gov.br
Secretária Adjunta de Saneamento: MARIZETE CAOVILLA
Secretário Adjunto de Obras Públicas: JEAN MARTINS E
SILVA NUNES Secretário Adjunto de Habitação:
OROZIMBO JOSÉ ALVES GUERRA NETO
Secretária Adjunta de Programas Especiais e Articulação
Institucional: MÁRCIA GLÓRIA VANDONI DE MOURA
Secretária Adjunta de Planejamento Urbano e Gestão
Metropolitana: VIVI- AN DANIELLE DE ARRUDA E SILVA
PIRES

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO- PGE


Rua Conselheiro Benjamim Duarte Monteiro - Edificio
Marechal Rondon Centro Politico Administrativo
78050-970 Cuiabá - Mato Grosso
Fones (65) 3613.5900 / 3613.5908 / 3613.5971
Procurador-Geral: JENZ PROCHNOW
JUNIOR Aniversário: 06/11
E-mail:jenzjunior@pge.mt.gov.br
Procurador-Geral Adjunto: NELSON PEREIRA DOS
SANTOS Corregedor-Geral: CARLOS TEODORO JOSE
HUGUENEY IRIGARAY

O Mato Grosso hoje - Devido ao crescimento econômico


propiciado pelas exportações, Mato Grosso tornou-se um dos
principais produtores e exportadores de soja do Brasil. Entre
História e Geografia do MT 47 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sas de grande porte, mesma quantidade que Belém e
Florianópolis e maior número que em Campo Grande. É um
dos maiores estados em relação à exploração de minérios.
A economia da capital, Cuiabá, está concentrada no
comércio e na indústria. No comércio, a representatividade
é varejista, constituída por casas de gêneros alimentícios,
vestuário, eletrodomésticos, de objetos e artigos diversos. O
setor industrial é representado, basicamente, pela
agroindústria. Muitas indústrias, principalmente aquelas que
devem ser mantidas longe das áreas populosas, estão
instaladas no Distrito Industrial de Cuiabá (DIICC), criado
em 1978.
Poder Executivo

Brasão de Mato Grosso


O Poder Executivo Estadual é o conjunto dos órgãos e
autoridades pú- blicas aos quais a Constituição atribui a
função administrativa e adota os princípios da soberania
popular e da representação, segundo os quais o poder
político pertence ao povo e é exercido em nome deste por
órgãos constitucionalmente. O Executivo estadual é
exercido pelo governador do estado, auxiliado pelos
secretários de estado. Para ser governador é preci- so ser
brasileiro maior de 30 anos, estar no gozo de direitos
políticos e ser eleito por partido político. Os mesmos
requisitos são exigidos do candidato a vice-governador. A
competência do governador é definida, na constituição
estadual, respeitados os princípios da constituição federal, e
segundo o esquema do Executivo da União.
O Poder Executivo Estadual é o conjunto dos órgãos e
autoridades pú- blicas aos quais a Constituição atribui a
função administrativa e adota os princípios da soberania
popular e da representação, segundo os quais o poder
político pertence ao povo e é exercido em nome deste por
órgãos constitucionalmente. O Executivo estadual é
exercido pelo governador do estado, auxiliado pelos
secretários de estado. Para ser governador é preci- so ser
brasileiro maior de 30 anos, estar no gozo de direitos
políticos e ser eleito por partido político. Os mesmos
requisitos são exigidos do candidato a vice-governador. A
competência do governador é definida, na constituição
estadual, respeitados os princípios da constituição federal, e
segundo o esquema do Executivo da União.
Poder Judiciário

Poder Judiciário de Mato Grosso


O Poder Judiciário é o conjunto dos órgãos públicos aos
quais a Cons- tituição Federal brasileira atribui a função
jurisdicional. Em geral, os órgãos judiciários exercem dois
papéis. O primeiro, do ponto de vista histórico, é a

História e Geografia do MT 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Instituição, encon- tramos ainda a Lei nº. 8.625/93, que institui a
função jurisdicional, também chamada jurisdição. Trata-se da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público e a Lei
obrigação e da prerrogativa de compor os conflitos de Complementar nº. 75, que trata do Ministério Público da União.
interesses em cada caso concre- to, através de um processo
judicial, com a aplicação de normas gerais e abstratas. O Ministério Público tem por Chefe o Procurador-Geral de
O segundo papel é o controle de constitucionalidade. Tendo Justiça, no- meado pelo Governador do Estado dentre
em vista que as normas jurídicas só são válidas se se integrantes da carreira, indicados em lista tríplice, mediante
conformarem à Constituição Federal, a ordem jurídica eleição para mandato de dois anos, permitida uma recondução
brasileira estabeleceu um método para evitar que atos por igual período, na forma da lei complementar.
legislativos e administrativos contrariem regras ou princípios
constitu- cionais.

Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso

É a instituição pública de controle externo responsável em


zelar pelo patrimônio público e fiscalizar a aplicação dos
recursos. Qualquer pessoa ou entidade, que utilize dinheiro,
bens ou valores públicos, oriundos do Estado ou
dosMunicípios, tem que prestar contas ao TCE.
A principal função é a de fiscalizar a legalidade,
legitimidade e econo- micidade das despesas públicas, ou
seja, acompanhar a correta aplicação dos recursos públicos
para que as taxas e impostos recolhidos retornem para a
sociedade em serviços de qualidade como, saúde, educação,
segu- rança, etc.
Além disso, o Tribunal também executa um trabalho
preventivo e orien- tativo aos gestores, com cursos de
capacitação e elaboração de cartilhas, manuais e publicações
técnicas.
Mensalmente e anualmente, os órgãos são obrigados a
enviar informa- ções sobre os recursos recebidos e as
despesas realizadas. É em cima dessas informações que o
Tribunal trabalha, analisando e emitindo deci- sões sobre as
contas públicas.
Se as contas forem rejeitadas, o TCE pode aplicar
sanções, ou seja, multa; condenação ao ressarcimento;
inabilitação para o exercício de cargo; recusa de emissão da
Certidão Negativa, entre outras penalidades previstas em lei.
Fonte: TCE
Ministério Público Estadual

Ministério Público é uma instituição permanente, essencial


à função ju- risdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
A Constituição Estadual também dispôs sobre as
atribuições do Minis- tério Público. Mas foi a Lei
Complementar nº. 027 de 19/01/93, que institui a Lei Orgânica
do Ministério Público de Mato Grosso, dispondo sobre a sua
estrutura e seu funcionamento. Na legislação atinente À
História e Geografia do MT 49 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Enquanto Instituição, O Ministério Público tem
autonomia orçamentária, administrativa e funcional, gerindo
os recursos que lhe são destinados pelo orçamento,
dirigindo suas Procuradorias e Promotorias e atuando, na
atividade de execução, com independência funcional, sem
qualquer subor- dinação, exceto À Constituição e legislação
vigentes.
No plano funcional, o Ministério Público é integrado por
membros, ser- vidores e estagiários, sendo que, dentre os
primeiros estão os Procurado- res e Promotores de Justiça
e os demais constituem os serviços auxiliares. Fonte: MPE
Defensoria Pública
Defensoria Pública é a instituição essencial à função Assembleia Legislativa de MT
jurisdicional do Estado e responsável pela orientação e
defesa jurídicas dos necessitados, em todos os graus de
jurisdição.

Em outras palavras, a Constituição Federal impõe à


União, aos Esta- dos e ao Distrito Federal o dever
inafastável de oferecer assistência jurídica integral e
gratuita a todos aqueles que não podem pagar honorários
de advogados e custas do processo. Tal serviço jurídico,
que constitui um direito fundamental de todo cidadão, deve
ser prestado diretamente pelo Poder público, através dos
Defensores Públicos.
Os Defensores Públicos são profissionais selecionados
em rigorosos concursos públicos de provas e títulos e
investidos de prerrogativas e deveres que visam a
assegurar aos assistidos da Defensoria Pública um
atendimento de indiscutíveis qualidade e eficiência em
todas as áreas do direito, desde uma simples consulta
jurídica, v.g. antes da assinatura de um acordo, até a
postulação em processo judiciais e administrativos.
A ampla atuação dos defensores públicos abrange
todos os órgãos ju- risdicionais, desde juizados especiais,
juizados da infância e da juventude, varas cíveis, criminais,
da família, fazenda pública e todas a demais, até as
instâncias superiores: Superior Tribunal de Justiça e
Supremo Tribunal Federal, onde há uma sala especifica
para a atuação dos Defensores Públicos.
Ademais, a Defensoria Pública também tem se
destacado na defesa dos interesses difusos e coletivos da
sociedade, notadamente na área de conflitos por terra
(assentamentos e loteamentos) e defesa dos consumido-
res. Fonte: ANADEP.
Assembleia Legislativa
Jupirany Devillart/AL

História e Geografia do MT 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
GesPública, do Ministério do Planejamento, Orça- mento e
A história do Poder Legislativo brasileiro tem início com a Gestão, sob a tutela da Secretaria de Gestão.
Lei nº. 16, de 12 de agosto de 1834, mais conhecida como
Ato Adicional que substituiu os Conselhos Gerais das Este Programa é um poderoso instrumento da cidadania,
Províncias pelas Assembleias Legislativas Pro- vinciais. O conduzindo a sociedade ao exercício prático de uma
trabalho dos primeiros parlamentares mato-grossenses, no administração pública participati- va, transparente, orientada
século XIX, foi balizar para definir e perpetuar, ao longo de para resultados e preparada para responder às demandas
existência, a atuação da Assembleia Legislativa como sociais.
importante espaço de expressão e eco das reivindicações do
O Programa Qualidade nos Serviços é normatizado pela
conjunto da sociedade, assim como base de sustentação
Resolução 440/2005, que cria o programa no âmbito legislativo,
política às reivindicações dos munícipes como guardiã perpé-
nele estão os seguin- tes projetos:
tua do Estado Democrático e de Direito, como pilar da
sociedade. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso é o Projeto Acompanhamento e
órgão de representação do Poder Legislativo estadual através Avaliação; Projeto Pesquisa de
de 24 deputados estaduais eleitos pelo voto direto. Fica Satisfação - IPPS;
localizada no Palácio Dante de Oliveira, nome dado em
homenagem ao ex-governador falecido em 2006, na região do
Grande Centro Político Administrativo, em Cuiabá, capital do
Estado de Mato Gros- so.
A história do Poder Legislativo brasileiro tem início com a
Lei nº. 16, de 12 de agosto de 1834, mais conhecida como
Ato Adicional que substituiu os Conselhos Gerais das
Províncias pelas Assembleias Legislativas Pro- vinciais. O
trabalho dos primeiros parlamentares mato-grossenses, no
século XIX, foi balizar para definir e perpetuar, ao longo de
existência, a atuação da Assembleia Legislativa como
importante espaço de expressão e eco das reivindicações do
conjunto da sociedade, assim como base de sustentação
política às reivindicações dos munícipes como guardiã perpé-
tua do Estado Democrático e de Direito, como pilar da
sociedade. A As- sembleia Legislativa de Mato Grosso é o
órgão de representação do Poder Legislativo estadual através
de 24 deputados estaduais eleitos pelo voto direto. Fica
localizada no Palácio Dante de Oliveira, nome dado em home-
nagem ao ex-governador falecido em 2006, na região do
Grande Centro Político Administrativo, em , capital do Estado
de Mato Grosso.
De acordo com a Constituição brasileira de 1988,
Deputado Estadual é o representante do povo para atuação
no Estado, eleito pelo sistema pro- porcional, no qual se leva
em conta a votação da legenda (partido político ou coligação
de partidos), para a definição do número de candidatos eleitos
pela mesma, e a votação obtida pelo candidato, para
determinar-se quais candidatos de cada legenda ocuparão as
vagas pela mesma conquistadas.
Deputado Estadual é o nome dado ao agente político,
enquanto o ór- gão correspondente é a Assembleia
Legislativa Estadual, órgão superior do Poder Legislativo de
cada Estado.
Compete aos deputados estaduais a função de legislar, no
campo das competências legislativas doEstado, definidas pela
Constituição Federal, inclusive podendo propor, emendar,
alterar, revogar e derrogar lei estadu- ais, tanto ordinárias
como complementares, elaborar e emendar a Constitu- ição
estadual, julgar anualmente as contas prestadas pelo
Governador do Estado, criar Comissões Parlamentares de
Inquérito, além de outras com- petências estabelecidas na
Constituição Federal e na Constituição Estadu- al.
Fonte: http://www.mteseusmunicipios.com.br/
Assembleia Legislativa de Mato Grosso é o órgão de
representação do Poder Legislativo através dos deputados
estaduais do estado de Mato Grosso. Localiza-se na Av.
André Antônio Maggi - nº 06 - Centro Político Administrativo,
em Cuiabá. Conta com 24 deputados estaduais eleitos pelo
voto direto.
Programa Qualidade nos Serviços
O Programa Qualidade nos Serviços é uma iniciativa da
Assembleia Legislativa e tem como referência o Programa
Nacional de Gestão Pública e Desburocratização -
História e Geografia do MT 51 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
forma de interação das empresas e de demais entidades com
Projeto Avaliação a comunidade e sua relação com o meio ambien- te.
Continuada; Projetos
Manuais Administrativos; Para o desenvolvimento desse trabalho a AL/MT criou
Projeto 5S; através do ato N° 07/07, em 02/04/2007, a Comissão Mista de
Projeto Carta de Serviços ao Responsabilidade Social que trata o Artigo 4º da Lei nº. 8.477
Cidadão; Projeto Gestão de – D.O. 15.05.2006, responsável pelo estabelecimento do
Processos; regulamento para concessão do certificado de Res-
Projeto Indicadores de Desempenho. ponsabilidade Social, aplicáveis aos Balanços Sociais.
O Programa Qualidade nos Serviços está subordinado Economia de Mato Grosso
à Superinten- dência de Planejamento Estratégico da
Durante o período colonial do Brasil, a capitania de
Assembleia Legislativa.
São Paulo (atualmente Mato Grosso) todo o comércio era o
Situação Atual: A avaliação continuada é uma monopólio da capitania para a Metrópole, Portugal. Os
ferramenta utilizada em parceria com o Ministério de principais sistemas produtivos eram a mineração, cana-de-
Planejamento e Gestão, no Programa Nacional Gespública. açúcar, erva-mate, poaia, borracha e pecuária.
Já foram realizadas duas avaliações, onde a Assembleia
obteve a pontuação de 182,5 validados pelos consultores
da coordenação do núcleo do Gespública de Mato Grosso,
de um máximo de 250 pontos e a segunda avaliação, já
sendo utilizado o Instrumento de 500 pontos, obteve-se a
pontuação de 457,5. A terceira avaliação será realizada no
segundo semestre de 2012.
Programa Qualivida
O que mais desejamos na vida é alcançar a felicidade.
Porém, para ser feliz, é necessário ter saúde física e
mental, satisfação consigo próprio e com o seu trabalho.
Os colaboradores, seus familiares, assim como os
parlamentares constituem o nosso público alvo para que
possamos oferecer as oportuni- dades de acesso a uma
qualidade de vida saudável, podendo assim, ter uma vida
plena e feliz.
Com isso, o Programa Quali Vida tem como objetivo
possibilitar uma sensível melhora na qualidade de vida dos
colaboradores da Assembleia Legislativa do Estado de
Mato Grosso, desenvolvendo ações que envolvam um
número expressivo de colaboradores e seu familiares;
criação de um espaço físico dentro da ALMT para a prática
de atividades que melhorem a qualidade de vida no
trabalho; mostrar a relação entre atividade física regular e a
saúde; encontrar estratégias para a adoção de um estilo de
vida mais saudável ao longo da vida.
No decorrer do desenvolvimento deste trabalho
teremos alcançado, a longo prazo, a redução de números
expressivos em doenças ocupacionais.
Programa Responsabilidade Social do Estado de Mato
Grosso
O Certificado de Responsabilidade Social de Mato
Grosso promove o reconhecimento público de organizações
que desenvolvem projetos que promovam a qualidade de
vida dos seus colaboradores, da comunidade onde ela está
inserida e do meio ambiente.
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, através da
Lei 7.687 de 25/06/2002, criou o Certificado de
Responsabilidade Social de Mato Gros- so, de autoria dos
deputados José Riva, Humberto Bosaipo e Eliene Lima, que
promove o reconhecimento público das instituições,
empresas, órgãos públicos e OSCIPs – Organizações
Sociais de Interesse Público. O "Balan- ço Social" será
apresentado até 29 de junho de 2012, dentro do prazo
legal.
Entende-se por Balanço Social o documento pelo qual
as empresas e demais entidades apresentam dados que
permitam identificar o perfil da sua atuação social durante o
exercício de 2011, a qualidade de suas rela- ções com os
empregados, o cumprimento das cláusulas sociais, a partici-
pação dos empregados nos resultados econômicos e as
possibilidades de desenvolvimento pessoal, bem como a

História e Geografia do MT 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
crescimento econômico propiciado pelas exportações, Mato
A mineração foi o principal motivo do sustento dos Grosso tornou-se um dos principais produtores e exportadores
habitantes na região durante as expedições Bandeirantes no de soja do Brasil, entre os municípios que des- tacam como
século XVIII. A mão-de-obra era de escravos negros e índios exportadores está Rondonópolis maior exportador do Esta- do.
e a fiscalização muito rígida ordenada pela coroa em Portugal. Entre os 10 municípios mais ricos do Centro-Oeste, 8 são de
A pirâmide social baseava-se somente em mineradores e Mato Grosso, com destaque para Alto Taquari, Campos de Júlio
escravos. e Sapezal, que possuem os três maiores PIBs per capita da
A cana-de-açúcar foi trazida do litoral do Brasil e dividiu-se mesorregião, e Cuiabá, que é sede de 8 empresas de
em duas etapas, os engenhos no século XVIII e século XIX e grande porte, mesma quantidade que Belém e
as usinas no século XIX e século XX. A diferença entre as Florianópolise maior número que em Campo Grande. É um dos
duas épocas são a mão-de-obra nos engenhos era escrava e maiores estados em relação à exploração de minérios.
nas usinas eram escrava e também livres, o consumo nos Atualmente, o crescimento na região de Sinop, Sorriso, Lucas
engenhos eram internos e nas usinas eram internos e do Rio Verde e Matupá se
externos com a abertura de vias de escoação pelos rios, a
produção chegava a outras partes do Brasil.
A erva-mate durou aproximadamente de 1882 a 1947 com
o pioneirismo de Tomás Laranjeira como consta no decreto
,de 1879 do Marechal Deodoro da Fonseca dando a
permissão para o cultivo. No início vários imigrantes de áreas
ervatais do Paraguai vieram a Mato Grosso mas as condições
para a produção eram muito desfavoráveis, não havia infra-
estrutura causando muitas doenças. A produção
na década de 1920 alcançou seu ápice e devido ao
cancelamento do decreto a partir de 1937 até o fim das ervas
em 1947.
A poaia foi um dos principais produtos de
exportação para Europa durante o século XIX para a
fabricação de remédios. Seu nome científico é Cephaeles
Ipecapuanha.
A borracha era extraída da mangabeira nas matas às
margens das baias do Paraguai e Amazonas. O látex,
extraído das árvores, era exportado e para consumo interno.
Economia atual
O Mato Grosso tem a economia baseada na agropecuária,
principalmente na produção de soja e na criação de gado. A
região Centro- Oeste tem sua economia baseada no setor da
agricultura. Há outros também, como: o extrativismo mineral e
vegetal, a indústria e etc. O Produto Interno Bruto (PIB) da
região é de cerca de R$ 279 bilhões, isso, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No segmento da agricultura há o cultivo de milho,
mandioca, abóbora, feijão e arroz. Além disso, os grãos que
eram plantados nas regiões sul e sudeste também vêm para o
Centro-Oeste, que são o café, o trigo e a soja.
Na economia mato-grossense, a agricultura e a pecuária
se sobressaem. A agricultura com a exportação de grãos. A
soja é o principal cultivo e produto das exportações. Na época
colonial, os principais produtos agrícolas eram a cana-de-
açúcar, a erva-mate, a poaia e a borracha. A criação de gados
era outra comum do período.
Hoje, focado na questão da exportação de grãos, Mato
Grosso possui oito municípios no ranking dos dez mais ricos.
São responsáveis por 65% das exportações da região Centro-
Oeste. No país, é o segundo maior exportador de grãos. O
Produto Interno Bruto do Mato Grosso totaliza cerca de 42
bilhões de reais.
A soja virou moeda de troca no Centro-Oeste, e paga até
cirurgia plástica, na onda dos preços altos nos mercados de
commodities agrícolas. Em Mato Grosso, maior produtor de
soja do país, a lavoura vai além do que à vista alcança. Os
grãos viraram moeda forte e até substituem o dinheiro. Numa
concessionária, pelo menos 10 carros que são vendidos todo
mês, saem do lugar em troca de soja. "É feita toda uma
triagem do produtor, um cadastro, uma checagem se o
produtor realmente tem a soja, uma checagem no armazém”
A pecuária e a agricultura foram os principais sistemas
comerciais de Mato Grosso dos séculos XX e XXI. Devido ao

História e Geografia do MT 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de cobrança das mensali- dades dos beneficiários do plano.
mostra um forte propulsor para o desenvolvimento econômico De acordo com o secretário de Adminis- tração, Francisco
do estado, baseado na produção e venda de grãos. Faiad, essa cobrança passa a ser individualizada e por faixa
Mato Grosso é um Estado essencialmente agrícola em etária, mantendo as coparticipações já existentes.
sua qualidade de terra e chuvas abundantes. Em todo o Os novos valores das mensalidades, de acordo com o
Estado a terra é boa ou quase boa, se bem que grande secretário, esta- rão abaixo dos praticados pelos demais
quantidade de cerrados cobre todo o Estado. Atualmente planos de saúde do mercado e que possuem o mesmo
com os incentiveis à agricultura, o cerrado se tornou em padrão do MT Saúde. “Esses valores só serão possíveis de
boa terra. Isto já vem ocorrendo em todo o Estado. O serem aplicados, é bom que se diga, com a devida
cerrado sendo adubado pode tornar-se em terras contrapartida dos recursos do Tesouro Estadual ao MT Saúde
apropriadas à agricultura. Chuvas não faltam, o que falta nos próximos 10 anos” – disse.
mesmo é um pouco mais de interesse. Poderíamos dobrar
a nossa produção. Em outras palavras, Faiad explicou que o Governo projeta
fazer com que o plano de assistência à saúde do servidor se
Uma comunidade toda vai depender muito da agricultura torne absolutamente viável nesse prazo. “Do contrário, uma
do município. A agricultura precisa ser desenvolvida em ruptura neste momento, não seria possível cobrir os custos”
todos os municípios para o sustento da comunidade: a – enfatizou. “E para o Governo, o MT Saúde é
chamada agricultura familiar. Com exceção de alguns
municípios, todos os outros apresentam ótimas terras para
o cultivo.
Mato Grosso ainda sofre várias consequências por falta
de elementos essenciais para a agricultura. Em 1º. Lugar os
proprietários acham muito caro o problema do maquinário,
os financiamentos tem altos juros, proble- mas de adubação
do solo, problemas de mão de obra, tudo isto vem pesar na
balança agrícola do Estado. O início de uma agricultura é
muito difícil, com o tempo a coisa vai amenizando mais. Um
grave problema que ocorre aqui é o grande latifúndio em
que uma minoria trabalha para os fazendeiros que
geralmente plantam pouco. Outro fator que atrapalha a
agricultura é a evasão para os grandes centros de pessoas
que trabalham na lavoura.Com isto as cidades crescem
(muitas vezes na miséria) e a agricultura se torna cada vez
menor. Quem sai prejudicado com isto é o povo, o Estado,
o País. http://www.webartigos.com/
A base econômica do município de Cuiabá é a indústria
e comércio. Na agricultura cultivam-se lavouras de
subsistência e hortifrutigranjeiros. Destaque especial para o
sempre crescente mercado do turismo.
Educação
O Governo do Estado de Mato Grosso oferece
educação em todos os níveis,
Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio,
de responsabi- lidade da Secretaria de Estado de Educação
(Seduc), e Ensino Superior, por meio da Universidade
Estadual de Mato Grosso (Unemat), que é res-
ponsabilidade da Secretaria de Estado de Ciência e
Tecnologia (Secitec).
Além disso, a Seduc trabalha com as seguintes
modalidades de ensi- no: Educação Especial, Educação
Indígena, Educação de Jovens e Adul- tos – EJA, Educação
Ambiental, Educação Fiscal, Educação a Distância e
Educação no Campo.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado
é de 0,796, ocupando a 11° posição entre os estados do
Brasil. Cerca de 90% dos habitantes com mais de 15 anos
são alfabetizados.
Existe um grande déficit nos serviços de saneamento
ambiental, visto que cerca de 50% das residências não
têm coleta de esgoto e acesso a rede de água tratada. A
taxa de mortalidade infantil é de 19,2 para cada mil
nascidas vivas.
O governador SIlval Barbosa encaminhou à Assembleia
Legisaltiva projeto de Lei Complementar que trata da
reestruturação do MT Saúde, autarquia responsável pela
assistência à saúde aos servidores ativos, inativos,
pensionistas e temporários e dependentes. A principal
mudança em relação ao modelo atual diz respeito a forma

História e Geografia do MT 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
impediu, a um só tempo, a utilização econômica da terra, a
fundamental porque representa uma importante – senão a expansão da agricultura familiar e o respeito às sociedades
mais importante indígenas que tiveram expressiva parte de suas terras
– ferramenta de valorização dos servidores públicos”. imemoriais invadidas e expropriadas.
“O que se espera com a proposta é reduzir os repasses de Foi no período do pós-guerra, no final da década de
recursos estaduais ao MT Saúde e torná-lo independente dos quarenta, que se iniciou o processo de colonização oficial que
aportes da fonte 100” atraiu expressivo contingente populacional de desempregados
– salientou o secretário. A desoneração ocorrerá na ordem de de outras regiões do País para Mato Grosso. Contudo, a
10% ao ano a partir de 2014. A previsão é de que no ano que precariedade das políticas agrárias e agrícolas, então
vem o Estado financie ainda R$ 36,2 milhões em valores para assumidas, somadas às limitadas medidas econômicas e
o MT Saúde. Para 2015, haverá uma redução, caindo para R$ sociais destina- das aos segmentos sociais pobres do campo,
32,2 milhões. Em 2016, o Estado ainda empregará R$ 28,2 lançou os produtores familia- res, os ribeirinhos, extrativistas,
milhões. A redução será em média de R$ 4 milhões ao ano. nativos e sociedades indígenas ao mais
O Governo prevê no projeto prazo de 90 dias, a partir da
aprovação do projeto e sua consequente sanção, para
implementar a nova modalidade de cobrança. São dois
modelos de plano, o básico e o especial, que começa em R$
73,06 para faixa etária de 0 a 18 anos, chegando a R$ 438,40
para os segurados com 59 anos ou mais em plano especial.
O presidente do MT Saúde, Flávio Taques, enfatizou que
a proposta, foi amplamente discutida com o Fórum Sindical e
aprovada por unanimida- de pelos representante dos
servidores. Flávio salientou que o projeto é avançado e vai
colocar o MT Saúde na condição de um dos melhores planos
de assistência médico-hospitalar e laboratorial do Brasil
graças ao seu caráter específico em função da clientela a ser
beneficiada.
Para o secretário de Administração, o novo MT Saúde, a
partir das mu- danças a serem implementadas, “passa a ser
um plano que terá a mão do servidor público porque o
governador Silval Barbosa entende que é o servidor o
principal interessado”. Nesse sentido, o Governo tratou de
con- duzir os encaminhamentos de decisões para o Conselho
Deliberativo e Conselho Fiscal do MT Saúde, formados por
membros indicados pelo governador, além de representantes
dos servidores da ativa, militares e aposentados.
O secretário de Administração, finalizando, lembrou que o
Governo tem feito um grande esforço para manter as contas
em dia do MT Saúde. Ele acredita que a proposta
encaminhada a Assembleia Legislativa vai permitir que se
amplie ainda mais o quadro de confiabilidade do plano, com a
adesão de mais segurados.
Colonização do Mato Grosso
Mato Grosso, centro da América do Sul, é o terceiro
Estado do país em dimensão territorial, com 901.420 km2. A
densidade demográfica (pesso- a/km2) é baixa, 2,76, se
comparada com outros estados mais populosos do Brasil.
A taxa de urbanização em Mato Grosso segue o ritmo
nacional, apre- sentando-se, surpreendentemente, acentuada
para um território em que predomina a agropecuária. Esta é,
com toda certeza, uma das manifesta- ções da concentração
da terra.
Desde o estágio inicial de ocupação, em 1719, até os dias
de hoje, a estrutura fundiária de Mato Grosso, principal
patrimônio do Estado, encon- tra-se assentada,
predominantemente, em propriedades latifundiárias que se
constituíram, em sua grande maioria, à margem das
prescrições legais. Este é um fenômeno que predomina na
Amazônia Legal.
Do pós-guerra até os idos de 1964, Mato Grosso não
definiu sua políti- ca fundiária, tendo sido emitidos,
indiscriminadamente, títulos definitivos de latifúndios que
pouco acrescentaram à ocupação ordenada e à exploração
racional do território do Estado. Desta forma, a exploração
rural que deveria se constituir em solução econômica e social
acirrou ainda mais as contradi- ções no campo.
A consolidação da estrutura fundiária em latifúndios

História e Geografia do MT 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vive e persiste em um estado de permanente instabilidade no
profundo abandono. Estas são razões que comprometeram, que tange à fixação e produção no campo. Com toda certeza,
ainda mais, a dívida social do Estado para com a educação, como afirmam os produtores, a inexistência de política
a saúde, a moradia, a fixa- ção e produção no campo. No agrícola torna incerto o amanhã, colocando em risco a
decurso da ocupação do Estado, a questão ambiental permanência na terra e, consequentemente, a própria
esteve sempre presente; porém, mal acompanhada e identidade do agricultor.
dirigida, servindo, por isso mesmo, aos ilimitados interesses
e especulações do capital. Acentuam-se as contradições no rural mato-grossense. Se
por um la- do, a agricultura vem se tornando recordista no
Em 1964, o Estatuto da Terra sinalizou a possibilidade país em plantios de grande extensão, a exemplo das
de traçar o es- tabelecimento de princípios norteadores, monoculturas de cana-de-açúcar, soja e algodão; por outro
capazes de tomar corpo e conso- lidar-se em políticas lado, eleva-se de forma comprometedora o emprego de
agrárias e agrícolas para os produtores familiares do herbicida, fungicida e inseticida que comprometem seriamente
campo. Na prática, prevaleceram os interesses oligárquicos as águas, os solos e, fundamentalmente, toda espécie de
segmentos rurais e urbanos que sempre estiveram à frente vida, inclusive, a humana.
do processo. Isso explica a acentuada concentração da
terra, a exclusão das famílias camponesas nas décadas Importa reconhecer que foram e continuam sendo
seguintes, em razão dos programas especiais incentivados multiplicadas as ini- ciativas agro-industriais que,
pela SUDAM, SUDECO e PROTERRA. progressivamente, vêm encurtando a distância entre o campo
e a cidade no Mato Grosso.
A corrida ao crédito subsidiado, aos juros negativos, aos
estímulos e incentivos fiscais guindou para toda Amazônia,
especialmente para Mato Grosso, empresários e
banqueiros urbanos que consolidaram a exploração
capitalista na região. Em momento algum se tem notícia de
qualquer avali- ação séria que colocasse no centro das
preocupações os custos sócio- ambientais resultantes dos
projetos estimulados pelo poder público e im- plantados
pelos empresários da Amazônia.
No decurso da década de setenta, paralelamente ao
processo de “mo- dernização do campo”, o Estado
estimulou a colonização particular. Essa política de
ocupação territorial possibilitou a transferência em massa
de significativos contingentes de agricultores de outras
regiões do país, princi- palmente do Sul e Centro-Sul que
adquiriram seus lotes nas colonizadoras, após se
desfazerem de suas terras de trabalho em seus estados de
origem.
No auge da colonização, o sonho da terra estimulou a
entrada dos o- cupantes posseiros no rural mato-grossense.
No período de 1967 e 1980 o pequeno posseiro foi o
segmento que mais cresceu no Estado. O incremen- to
dessa população atingiu, aproximadamente, 200.000
lavradores, o que correspondia, na época, a 44% do
contingente rural e a 17,5% da popula- ção do Estado.
A política de colonização privada, que se consolidou a
partir do final da década de sessenta, fortaleceu a ocupação
com privilégios do território mato-grossense. A ela se deve
o avolumar do fluxo migratório em todas as direções do
campo. A colonização multiplicou o surgimento e criação
das cidades de pequeno e médio porte, da mesma forma
que foram sendo formadas as periferias urbanas, a exemplo
de Cuiabá que acolheu milhões de desempregados, sem
terra, sem casa, sem endereço.
Em meados da década de 1980, tudo levava a crer que
o conflito pela terra no Estado havia encontrado o caminho
de solução. Embora tímido e voltado, fundamentalmente,
para solucionar o problema dos bolsões de conflito, o I
Plano Regional de Reforma Agrária de Mato Grosso (I
PRRA- MT, dezembro/85) apresentou em sua meta trienal a
proposta para assen- tar 41.900 famílias em 2.094.500 ha.
Em 1990, ano previsto para o término de execução da
primeira fase do Plano, o INCRA realizou apenas 23,46%
das desapropriações, assentando 17,39% das famílias
previstas.
Nos dias de hoje, o Mato Grosso apresenta o maior
número de projetos de assentamento de Reforma Agrária
do país. São trezentos e setenta e três que se localizam em
todas as regiões e municípios do Estado. A área destinada
aos assentamentos é superior a 4,5 milhões de hectares
que acolhem 60 mil famílias2. Contudo, em que pese o
significado destes números, o produtor familiar assentado
História e Geografia do MT 56 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da Fazenda Sonho Dourado, em Nobres e gerente da
Quando se consideram o território e a diversidade das Agropecuária Mutum, no início da década de 70 o traçado
demandas no Estado, as medidas políticas assumidas não original da BR163 saindo de Cuiabá via Rosário e Nobres,
toldam as exigências múltiplas da diversidade cultural e étnica entrava no local chamado Boteco Azul, três quilômetros antes
dos diferentes segmentos sociais, predomi- nantemente do do Posto Gil, à direita na direção do rio Novo, Pacoval e
universo jovem, em razão do estreitamento dos horizontes de Trivelato (que na época ainda não existiam) e chegava ao rio
vida e trabalho que inibem, inclusive, o direito de sonhar. Teles Pires, onde havia uma ponte de madeira, desativada a
Construção da BR-163 partir de 1989 com a construção da atual ponte de concreto.

Entre 1950 e 1970 as terras mato-grossenses Já no lado direito do rio a estrada seguia rumo ao norte,
representavam uma boa oportunidade de se aplicar, pois sempre acom- panhando a antiga estrada já existente desde o
eram baratas e havia mão-de-obra abun- dante. Ocorreu Posto Gil, pois os japone- ses já tinham aberto na década de 50
nestas décadas uma venda desenfreada de terras. Por serem uma colonização no rio Ferro, depois abandonada. A BR
baratas eram de fácil aquisição. Muitas vezes seus chegava finalmente a Vera, que Ênio Pipino estava colonizando
verdadeiros proprietários nem conheciam o tamanho de suas e seguindo até Sinop, também com colonização iniciada por
propriedades. Grandes áreas de latifúndio ficavam
abandonadas e improdutivas. Muitas dessas terras estavam
ocupadas por posseiros e quando os novos donos apareci-
am surgiam os inevitáveis conflitos em torno da legalidade
destas áreas.
A venda de terra se tornou tão indiscriminada que se
chegou a vender várias vezes a mesma área para pessoas
diferentes, formando-se assim várias camadas de
documentos ou escrituras "legais". Isso ocorria geral- mente
quando seus proprietários residiam no centro-sul do Brasil e
não vinham cercar suas áreas e nelas produzir. Compravam-
na apenas para posterior revenda ou utilização futura.
A partir de 1970 o governo federal passou a estimular
ainda mais a fi- xação de grandes empresas e fazendeiros na
região, oferecendo diversos tipos de condições, via SUDECO,
BASA e SUDAM. Estes incentivos eras acessíveis apenas
aos grandes proprietários. Acabou ocorrendo uma
concentração de terras perversa, tendo na atividade pecuária
a sua susten- tação maior. O POLOCENTRO motivou o
incremento de grandes proprie- dades nas áreas de cerrado
anteriormente desprezadas. Imaginava-se na década de 70
que, ocupando os espaços vazios da Amazônia, oferecia-se
uma solução para minimizar os sérios conflitos urbanos e
rurais no sul do país.
Vários fatores explicam a rapidez com que o Brasil
conseguiu construir a grande rede de rodovias na Amazônia.
O papel principal coube ao DNER, reformulado em 1969 para
exercer suas funções. Traçou logo os planos de rodovias que
interligassem a Amazônia. O principal objetivo do DNER era a
formação de uma rede unificada de estradas na qual seriam
levados em conta os interesses civis e militares, visando a
integração nacional. As razões reais sempre foram a
"Segurança Nacional" e de "Segurança e Desenvolvimento".
Rodovias federais de grande extensão tem sido as
precursoras da penetração colonizadora, tendo sido
construídas normal- mente com esta finalidade.
Em 1970 o espírito dominante era o de conjugar a
construção da Tran- samazônica e da Cuiabá-Santarém. É o
que se depreende da declaração do próprio ministro dos
transportes, Mário Andreazza, que na época afirma- va o
seguinte: "colocando a Amazônia e o planalto central, por
assim dizer, mais próximos das demais regiões do país e
particularmente do Nordeste, a Transamazônica e a
Cuiabá/Santarém, pela articulação que farão com outras
rodovias em construção no Oeste, contribuirão
poderosamente para a colonização também de áreas de
confluência dessas outras rodovias, beneficiando sobretudo o
estado do Amazonas, Acre e os territórios de Rondônia e
Roraima".
Em 1971 iniciou-se a construção da BR163
(Cuiabá/Santarém), pelo 9ºBEC, sediado em Cuiabá. Em
1976, após cinco anos de trabalho, a estrada já estava pronta
com uma extensão de 1.777 quilômetros, dos quais 1.114 em
território mato-grossense.
Segundo Samuel de Castro Neves, na época proprietário
História e Geografia do MT 57 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ênio. Consequentemente o asfaltamento da BR163 deveria
seguir por este trajeto rumo a Santarém.
José Aparecido Ribeiro, sabendo do traçado proposto
para asfaltamen- to da BR163, conversou com políticos de
Brasília, sugerindo mudanças, demonstrando a importância
e o encurtamento de distância do novo traça- do, de forma
que se envolve o eixo Mutum, Tapurah, Lucas do Rio Verde
e Sorriso, viabilizando a colonização dessas cidades com a
abertura da rodovia.
As colonizadoras Barra Fértil (Pacoval) e Trivelato
compraram as terras nesta região imaginando que o asfalto
seguiria o traçado antigo, depois abandonado. Com esta
mudança de traçado, Pacoval e Trivelato ficaram por longos
anos semi-abandonados, sofrendo com o isolamento e
adminis- trações pouco interessadas em seu
desenvolvimento.
Cinco anos após a sua inauguração quase todas as
matas ao longo da rodovia estavam derrubadas sem um
planejamento adequado, sem preo- cupação com a
ecologia, estando margeada por inúmeras fazendas, proje-
tos agropecuários, de colonização, minifúndios, etc. Na
temporada das chuvas todo norte do Estado ficava ilhado e
um enorme volume de dinheiro parecia perdido. A
população ficava sem alimentos e sem combustíveis,
produtos que passavam a depender da boa vontade de
aviões Búfalo da FAB e a preços inacessíveis a economia
popular.
Foi na esteira da construção da BR163 que surgiram
imediatamente as firmas de colonização particular, que
passaram a adquirir do estado ou de particulares ou mesmo
sob a forma de grilagem, grandes extensões de terras ao
longo da referida rodovia para a colonização, atraindo
basicamen- te pequenos e médios agricultores da região sul
do país. Assim foram surgindo localidades como Sinop,
Colíder, Alta Floresta, Terra Nova, Para- naíta, Sorriso,
Nova Mutum, Tapurah, Lucas do Rio Verde, Trivelato,
Paco- val, São Manuel, Vera, Juara, Nova Ubiratã, Novo
Mato Grosso, Feliz Natal, etc. Autoria: Fabrícia Carvalho
Urbanização No Estado De Mato Grosso
O Crescimento urbano de Mato Grosso faz parte da
política nacional de fronteiras agrícolas e do processo de
colonização de terras.
O Estado é uma região e ao mesmo tempo um conjunto
de regiões, com uma paisagem urbana diferenciada, pois
concentra uma parcela da população vivendo muito bem e
a outra vivendo em um ambiente urbano totalmente
degradado e sem mínima qualidade de vida. Prof. Dr.
Cornélio Silvano Vilarinho Neto/Geografia-UFMT

Avenida Miguel Sutil - Cuiabá-Mt

Urbanização é o deslocamento de um grande


contingente de pessoas que saem da área rural para os
centros urbanos (as cidades).
Para que um país seja considerado urbanizado, a
quantidade de pes- soas que vivem nas cidades deve ser
superior a quantidade que vive do campo. As cidades
podem ser classificadas de acordo com seu tamanho,
atividade econômica, importância regional entre outras
características.
Classificam-se em: Municípios: São as menores
divisões político- administrativas, todo município possui
governo próprio, sua área de atua- ção compreende a parte
urbana e rural pertencente ao município.

História e Geografia do MT 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e termina em Corixo, na fronteira Brasil com Bolívia
Cidades: É a sede do município, independente do número Por onde passa: Barra do Garça, General Carneiro, Colônia
de habitan- tes que possa ter, as atividades econômicas nas Merure, Paredão Grande, Presidente Murtinho, Primavera do
cidades diferem das do campo, as atividades principais são Leste, Campo Verde, São Vicente, Serra de São Vicente,
centralizadas nos setor secundário e terciário. Várzea Grande, Posto Trevinho, Trevo Lagarto, Tarumã, Sete
Macrocefalia Urbana: Caracteriza-se pelo crescimento Porcos, Jacobina, Cáceres, Porto Limão
acelerado dos centros urbanos, principalmente nas
metrópoles, provocando o processo de marginalização das BR-158
pessoas que por falta de oportunidade e baixa renda residem Extensão: 803,6 km
em bairros que não possuem os serviços públicos básicos, e Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com o Pará e
com isso enfatiza o desemprego, contribui para a formação de termina
favelas, resultan- do na exclusão social de todas as formas.
Metrópoles: São cidades com população absoluta superior
a 1 milhão de habitantes (ex: Goiânia, São Paulo).
Conurbações: È quando um muni- cípio ultrapassa seus
limites por causa do crescimento e com isso encontra- se
com os municípios
vizinhos.

Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Av. do CPA)-


Cuiabá-Mt

Regiões Metropolitanas: É a união de dois ou mais municípios


formando uma grande malha urbana, é comum nas cidades
sedes de estados (ex.Goiânia, Aparecida de Goiânia e
cidades do entorno).

Megalópole: É a união de duas ou mais regiões


metropolitanas.

Tecnopólos: ou Cidades ciência, são cidades onde estão


presentes cen- tros de pesquisas, universidades, centros de
difusão de informações.
Geralmente os tecnopólos estão alienados a universidades e
indústrias.

Verticalização: È a transformação arquitetônica de uma


cidade, ou seja, a mudança da forma horizontal das
construções (ex: casas), para a verticali- zação (construção
de prédios).

Segregação Espacial: È o foco do poder público as regiões onde


a parcela da população possui melhor poder aquisitivo, e
omissão as regiões periféri- cas desprovidas dos serviços
públicos.

Cidades Formais: São cidades planejadas.

Cidades Informais: São compostas pelas regiões periféricas,


regiões onde não possui infra-estrutura suficiente. Eduardo de
Freitas/Geógrafo/Equipe Brasil Escola

Rodovias de Mato Grosso

BR-070
Extensão: 825,2 km
Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com Goiás
História e Geografia do MT 50 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ferrovias, aberturas e pavimentações de estradas, avanço da
em Barra do Garça, na divisa com Goiás fronteira agrícola e outros grandes projetos. Contudo, todo
Por onde passa: Vila Rica, Confresa, Porto Alegre do esse processo tem sido conduzido, muitas vezes, sem
Norte, Alô Brasil, Ribeirão Cascalheira, Vila Ribeirão planejamento e/ou sem respeito às legislações vigentes,
Bonito, Dona Rosa, Matinha, Serra Dourada, Água Boa, desconsiderando as consequências des- sas ações ao
Cachoeira, Nova Brasília, Nova Xavantina, Indianópo- lis, ambiente e às sociedades de maneira geral.
Vale do Sonho
De tal modo, o avanço da fronteira de exploração dos
BR-163 bens naturais é vivenciado em todas as regiões brasileiras.
Extensão: 1067,5 km No Centro-Oeste, por exemplo, especialmente no Estado de
Origem/Destino: Começa na divisa do Mato Grosso com Mato Mato Grosso (MT), o cenário é um retrato fiel das
Grosso do Sul e termina em Guarantã do Norte consequências devastadoras ao ambiente e aos grupos
Por onde passa: Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da sociais em condições de vulnerabilidade, especialmente com
Cipa, São Vicen- te, Serra de São Vicente,Areão, Ponte a expansão agrícola para
Nova, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres,
Posto Gil, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso,
Sinop, Itauba, Santa Helena, Terra Nova do Norte, Peixoto
de Azevedo, Matapá

BR-174
Extensão: 1282 km
Origem/Destino: Começa em Porto Santo Antônio das
Lendas e termina em Igarapé do Sombra, na divisa de
Mato Grosso com o Amazonas
Por onde passa: Cáceres, Caramujo, Porto Esperidião, Cerro
Azul, Pontes e Lacerda, Conquista do Oeste, Nova
Lacerda, Córrego Dourado, Comodo- ro, Jataí, Padronal,
Castanheira, Passagem do Loreto, Aripuanã, Igarapé do
Natal, Colniza

BR-242
Extensão: 870 km
Origem/Destino: Começa em São Felix do Araguai, na
divisa de Mato Grosso com Tocantins, e termina em
Sorriso
Por onde passa: São Sebastião, Santa Cruz, Alto da Boa Vista,
Alô Brasil, Querência, Gaúcha do Norte, Água Limpa, Vale do
Xingu, Nova Ubiratã

BR-251
Extensão: 643,1 km
Origem/Destino: Começa em Aruanã, na divisa de Mato
Grosso com Goiás, e termina em Cuiabá
Por onde passa: Ribeirão Pindaíba, Nova Xavantina, Nova
Brasília, Córre- go Mimoso, Bar Rancharia, Chapada dos
Guimarães, Buriti

BR-364
Extensão: 1.361,5 km
Origem/Destino: Começa em Alto Araguaia, na divisa de Mato
Grosso com Tocantins, e termina na divisa com Rondônia
Por onde passa: Alto Garças, Pedra Preta, Santa Elvira,
Juscimeira, São Pedro da Cipa, São Vicente, Serra de São
Vicente, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres,
Posto Gil, Diamantino, Parecis, Gasômetro BR, Gasômetro
Sucuiúna, Campo Novo dos Parecís, Posto Norte, Córrego
Santa Cruz, Sapezal, Campos de Júlio, Jataí, Padronal

Fonte: Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de


Transportes)

Territórios em tensão: o mapeamento dos conflitos


socioambien- tais do Estado de Mato Grosso - Brasil
Michelle Jaber da Silva; Michèle Tomoko
Sato Introdução
O Brasil, um dos países protagonistas do novo cenário
de transforma- ção geopolítica mundial, tem buscado a
qualquer custo seu desenvolvimen- to econômico. Com
isso, a demanda por água, energia, minérios, combustí- veis
e espaços territoriais tem se tornado cada vez mais
crescente, o que pode ser constatado por meio do aumento
de instalação de grandes usinas hidrelétricas, hidrovias,
História e Geografia do MT 51 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e os grupos sociais de MT estão expostos. Estes são herdeiros
exportação de grãos. Assim, torna-se constante o pico dos de uma ocupação predatória e, muitas vezes silenciados, ficam
índices que registram o crescimento dos impactos ambientais, invisibilizados diante do poder do capital e das políticas
de conflitos socioambien- tais e de elevados índices de públicas.
miserabilidade social.
Processos de uso e ocupação dos territórios matogrossenses
Com o modelo agrário adotado, ancorado na ideologia
ufanista do a- gronegócio, deparamo-nos cotidianamente com O processo de dominação dos territórios e das culturas
situações marcadas por confrontos, principalmente no que locais faz-se historicamente presente em MT. Nesse sentido,
tange à disputa pelo território, ao esgo- tamento dos serviços podemos afirmar que possuímos uma "herança
ecossistêmicos, ao crescimento da vulnerabilidade predatória"(PÁDUA, 2002) advinda do processo de colonização.
socioambiental, à fragmentação dos habitats e a perda Compreender esse processo de uso e de ocupação dos
maciça da biodiver- sidade. Afinal, "a ideia de progresso - e territórios faz-se imperativamente importante, pois neste
sua versão mais atual, desenvolvi- mento - é, rigorosamente, movimento históri- co ancoram-se o cerne de muitos conflitos
sinônimo de dominação da natureza" (PORTO- socioambientais e as mais acirradas disputas pelos serviços
GONÇALVES, 2004, p. 24), acrescentaríamos ainda à ideia o ecossistêmicos.
sinônimo de dominação e de expropriação também de grupos
sociais vulneráveis, pois o mesmo subalterniza, atropela, e,
por vezes, destrói outras formas singula- res de apropriação
da natureza.
A implicação dessa dinâmica tem sido a homogeneização
econômica e o autoritarismo social no processo de ocupação
do território mato- grossense. O modelo de desenvolvimento
implantado tem acelerado a economia em detrimento da
ecologia e da sociedade, e age como se a busca pelo
crescimento econômico justificasse qualquer ação, inclusive
de colocar as terras mato-grossenses a serviço do mercado
internacional. Isso tem gerado um grande ônus ambiental às
populações locais, como: uso excessivo de agrotóxico,
empobrecimento do solo, contaminação das águas, perda da
biodiversidade; a expulsão de populações de seus locais de
vida, transformando vilas e povoados em extensas plantações
de soja e algodão.
Os riscos a que os ecossistemas e os grupos sociais
estão expostos são nutridos fortemente pelas driving
forces,ou seja, asforças motrizes do desenvolvimento. O
estudo das forças motrizes elucida que as causas diretas
(proximate causes), como por exemplo, a extração de
madeira, o avanço da pecuária e o alagamento de extensas
áreas, são impulsionadas pelas necessidades e
direcionamentos dados pelo desenvolvimento. Geist e Lambin
(2002) enfatizam que as causas diretas são impulsionadas
por causas indiretas como fatores econômicos (crescimento
dos mercados, urbanização), fatores demográficos, fatores
tecnológicos, fatores culturais (aumento do consumo) e,
principalmente, fatores políticos.
Em MT as mudanças no padrão de uso e de ocupação
das terras têm sido impulsionadas por intervenções de
políticas governamentais que, em sua maioria, são ditadas
pelas necessidades dos mercados nacionais e internacionais.
Muitas vezes, essas políticas desencadeiam uma série de
retrocessos socioeconômicos, com consequências negativas
aos ambien- tes e aos grupos sociais, tornando-se assim
fortes propulsoras dos conflitos socioambientais. Esses
conflitos surgem quando a dominação do espaço ambiental
pelo poder do capital choca-se com os territórios apropriados,
estes construídos por grupos sociais, os quais possuem
valores diferencia- dos e formas distintas de racionalidades,
bem como, vivências que se contrapõem ao hegemônico
desenvolvimento capitalista.
Nesse artigo buscamos apresentar o Mapa dos conflitos
socioambien- tais de Mato Grosso elaborado no processo de
mapeamento dos conflitos presentes nas 12 regiões de
planejamento do estado. Conflitos esses identificados por
meio de autonarrativas dos representantes de vários grupos
sociais que são atingidos diretamente pelos projetos
econômicos de dominação.
Importa afirmar que nesta pesquisa não almejamos um
censo, buscan- do somente apontar o número de conflitos
socioambientais e/ou suas taxas de incidência. Mais que isso,
aspiramos demonstrar o grau de riscos em que os ambientes
História e Geografia do MT 52 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vem sendo conduzido, demons- tra uma repetição desses
Desde 1719 (ano da ocupação do estado por processos de imposição e arbitrariedade ao ambiente e aos
imigrantes), até os dias atuais, a estrutura fundiária povos que o habitam. Todo o processo de dominação traz em
encontra-se, predominantemente, em poder da oligarquia seu bojo a violência, entendida aqui não somente como
nas propriedades latifundiárias (SIQUEIRA, 2002). violência física - assassinatos e destruição material - mas,
Oligarquias que percebem o ambiente como algo a ser também, a violência simbólica e a destruição de bens
consumido e os povos originá- rios que o habitam como imateriais, discriminações, perda da autonomia, com-
entraves ao padrão de desenvolvimento. prometimento da qualidade de vida, desrespeitos aos modos
No Brasil, a consolidação da estrutura fundiária em de vida e a violação dos direitos, portanto, violação dos
latifúndios ficou a- inda mais fortalecida com o término princípios de cidadania.
oficial do sistema sesmarial, a partir da promulgação da Lei Nesta dinâmica, podemos constatar que MT vive grandes
de Terras de 1850, quando foi estabelecida a compra como paradoxos. De um lado, temos uma natureza de complexa
única forma de aquisição de terras. Com essa medida, biodiversidade, composta por um mosaico de ricos biomas,
somente as camadas mais elevadas da sociedade tiveram somado a uma diversidade imensa de comunidades e de
acesso a terra, em razão do seu poder aquisitivo. Os povos que vivem em múltiplos espaços. De outro lado,
homens livres pobres, mais uma vez, não conse- guiram um encontramos gigantescas áreas de pecuária, de monoculturas
pedaço de terra (SIQUEIRA, 2002). de soja e de
A primeira Lei de Terras de MT foi sancionada em 1892,
tratando dos mecanismos da regularização fundiária e, no
mesmo ano, outra lei repartia as terras públicas. Estas leis
mais uma vez garantiam posses de grandes áreas aos
latifundiários do estado, inclusive àqueles que não se
ajustaram à lei de terras de 1850 por possuírem áreas
maiores que a permitida (3.600 hectares). E, após a
aprovação da Lei de Terras de MT conseguiram regu-
larizá-las.
Historicamente, o primeiro movimento oficial promovido
pelo governo federal, objetivando a ocupação e a
colonização das terras mato- grossenses, ficou conhecido
como Marcha para o Oeste, com forte ideal progressista de
industrialização do Brasil, este movimento impulsionou o
projeto de reordenamento social com fins políticos e
econômicos. Foi implementado pelo governo de Getúlio
Vargas em meados da década de 30 (SIQUEIRA, 2002).
Esta política acirrou de modo gradativo os conflitos por
terra, quando esta deixava de ter valor de uso para ter valor
de merca- doria, fato que resultou na expulsão de vários
trabalhadores rurais de seus territórios.
Na década de 50, a construção de Brasília, como nova
capital federal no Planalto Central, incentivou diretamente o
povoamento massivo dessa região. Nos anos 60 e 70, a
construção das primeiras grandes estradas amazônicas
"Belém-Brasília, Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Porto
Velho-Rio Branco'' teve a função de dar acesso à vasta
região norte para novas frentes de ocupação: colonos,
garimpeiros, produtores rurais, comer- ciantes e empresas
procedentes de outras locais migraram para estas regiões
(LITTLE, 2002).
A partir de 1970, a colonização reforçou o outro sentido
de que as ter- ras que se situavam em MT eram
consideradas "espaços vazios", sendo necessário abrir a
fronteira, principalmente no bioma amazônico. Vale
salientar que esses espaços jamais foram vazios! Eram
assim denomina- dos por não se levar em consideração as
populações locais, e tampouco seus ecossistemas. O
discurso nacionalista "integrar para não entregar" e a
promessa de "terra sem homens para homens sem terra"
imperou nesse período (BARROS, 2000; PORTO-
GONÇALVES, 2001). Esses incentivos tinham como
objetivo central criar novos pólos de desenvolvimento de
grandes projetos madeireiros, mineradores, hidrelétricos e
agropecuários. Fator que ocorreu de forma totalmente
desordenada e sem o devido cuida- do socioambiental.
Na década de 90, outros programas governamentais
também influenci- aram a ocupação do Estado, como o
programa "Avança Brasil", que incen- tivou a instalação de
mais hidrelétricas e a abertura de novas estradas para o
escoamento da produção.
Atualmente vivenciamos as ações do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) que, pela forma como
História e Geografia do MT 53 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
os movimentos e as entidades promoveram abaixo-assinados,
algodão, de usinas hidrelétricas e de outras atividades atos públicos, reuniões, fóruns de discus- são, processos
impactantes, na maioria das vezes desenvolvidas sem formativos, e contou com a presença marcante e significati- va
amparo legal e, sobretudo, sem o compromisso ético dos envolvidos nas audiências públicas em defesa de um
socioambiental. Estes movimentos antagônicos de ordenamento do território que contemplasse a diversidade
consolidação dos territórios não ocorreram e/ou ocorrem socioambiental do Estado. Com isso, consolidou-se o Grupo de
pacificamente, existem muitos conflitos nestes espaços, que Trabalho de Mobilização Social (GTMS), um importante espaço
são protagonizados por grupos sociais, que se organizam e de convergência de diversos grupos e entidades
se articulam para resistir ao poder da homogeneização. socioambientais de MT que, organizadamente, combateu as
Confirmando a afirmação de Foucault (2004, p.241) "[...] onde manobras contra o ZSEE.
há uma relação de poder, há uma possibilidade de
resistência. Jamais somos aprisionados pelo poder: podemos Por outro lado, também organizado e com bastante recurso
sempre modificar sua dominação em condições determinadas financeiro, estava o setor do agronegócio que participou
e segundo uma estratégia precisa". ativamente de maneira pouco
Diante do exposto podemos perceber que os conflitos
socioambientais no Brasil e em MT não são uma
exclusividade dos tempos atuais. São um dos espólios do
desenvolvimento e do processo histórico de ocupação do país
e do Estado. Seguramente, a história de ocupação dos
territórios mato-grossenses é abalizada por estes conflitos,
mas também é uma história de resistência, de revolta, de
protesto, de insubordinação, de sonho e de esperança.
Desta forma, inscritos no campo de investigação da
educação ambien- tal, em que as dimensões sociais e as
dimensões ecológicas estão conec- tadas, acreditamos que
para alcançarmos a proteção ecológica e a inclusão social,
nossas práxis (ações e reflexões) não podem ater-se somente
às causas imediatas da degradação, mas evidenciar os vários
fatores deleté- rios que estão subjacentes a elas.
O processo de des-ordenamento territorial de MT - O caso do zo-
neamento socioeconômico e ecológico
O domínio do espaço é uma fonte fundamental e
pervasiva de poder social na e sobre a
vida cotidiana. David Harvey
A arena de disputa pelo uso e pela ocupação do território
mato- grossense ficou ainda mais latente no processo de
tramitação do projeto de lei nº 273/2008 que tange ao
Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Mato Grosso
(ZSEE-MT). O ZSEE-MT, elaborado pelo corpo técnico do
Estado (Secretaria de Estado de Planejamento e
Coordenação Geral e Secretaria de Estado de Meio
Ambiente), tem uma longa trajetória, tendo início em 1989
com a elaboração do zoneamento agroecológico.
Em 1992, com a edição da lei, é denominado Bases
Geográficas para o Zoneamento Socioeconômico Ecológico.
Com essa nova denominação, o esboço do ZSEE foi
concluído em 2002 e encaminhado à Assembleia Legislativa
de MT em 2004. Em 2005 este foi submetido à Embrapa, cujo
resultado e validação do projeto foram apresentados em
2007. Após a elaboração "final" feita por técnicos do poder
executivo nos primeiros me- ses de 2008, o projeto foi
direcionado a uma comissão composta por 47 entidades
públicas, constituída conforme decreto estadual n.
1.139/2008; logo após, foi encaminhado novamente à
Assembleia Legislativa de MT (AL-MT).
Vale destacar que o projeto encaminhado para votação
representava um instrumento territorial de consistente
proposição econômica e ecológica, entretanto, não
contemplava a diversidade de grupos sociais com suas
formas de vida e meios de produção, tampouco os conflitos
enfrentados cotidianamente por buscarem um modo
diferenciado de uso e ocupação dos territórios. Com isso, uma
parcela significativa da sociedade estaria sendo negligenciada
e ficaria à mercê desta relevante política pública (SILVA,
2011). Nasceu desta fragilidade a necessidade de se
promover o Mapeamento Social de Mato Grosso que
abordaremos com mais profundi- dade posteriormente.
O ZSEE-MT foi palco de enormes embates durante a
realização de 15 audiências públicas. Nessa arena, as redes,
História e Geografia do MT 54 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
evidenciados nessas RP ancora- se no sentido de facilitar a
dialógica do processo e, muitas vezes, impondo o poder leitura do mapa e evidenciar a necessidade de, ao se fazer o
privado do capital sob os direitos coletivos da sociedade planejamento de MT, que esses conflitos sejam consideramos
mato-grossense. Após a etapa de consulta pública o ZSEE- nas tomadas de decisão e na elaboração de políticas
MT, totalmente descaracterizado pelos deputados públicas, sobretudo, no ordenamento territorial do estado, que
estaduais, foi votado e aprovado. Posteriormente, mesmo até então vem negligenciando os grupos sociais diversos e os
com a mobiliza- ção contrária dos movimentos sociais, o conflitos vividos por eles.
governador do estado, Silval Barbosa, sancionou a lei do
zoneamento em abril de 2011, favorecendo somente o setor Para isso, promovemos dois seminários de Mapeamento
do agronegócio do Estado. Social de Mato Grosso, ocorridos na cidade de Cuiabá-MT,
nos anos de 2008 e 2010, os quais tiveram como desafio o
A lei sancionada oferece muitos riscos à sociedade e mapeamento dos grupos sociais e o mapeamento dos
apresenta várias incompatibilidades com a legislação conflitos socioambientais. Esses seminários compõem as
federal em vigor, especialmente, em três aspectos metas do projeto "Mapeamento Social do Estado de Mato
principais: a) autorizando o plantio de cana-de-açúcar em Grosso1'', desenvolvido pelo Grupo Pesquisador em
áreas já proibidas; b) flexibilizando o percentual de reserva Educação Ambiental, Comunica- ção e Arte (GPEA) da
legal para fins de recomposição em 50% em áreas Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Financiado
florestais para desmatamentos ocorri- dos até a data da pela Fundação de Amparo a pesquisa de MT (FAPEMAT),
publicação da lei, anistiando desta forma desmatamentos com
recentes; c) isentando de recomposição de reserva legal as
propriedades com até 400 hectares, o que contradiz o
código florestal brasileiro em vigor.
Muitas vezes, o ZSEE é pensado como um "instrumento
de resolução preventiva de conflitos" que arbitra os modos
tidos como legítimos de ocupação e de dominação do
território (ACSERALD, 2000, p. 9). Por outras vezes, ele
poderá vir a acirrar ainda mais os conflitos socioambientais,
especialmente quando vem refletir a posição política e
defender os interes- ses de apenas um dos setores da
sociedade (como ocorreu em MT), reve- lando uma
expressão espacializada de algum modelo de
desenvolvimento (ACSERALD, 2000). O ZSEE-MT, da
forma como foi sancionado, certa- mente será mais um
instrumento propulsor dos conflitos socioambientais, pois
não leva em consideração a diversidade dos ecossistemas
e dos modos de vida presentes no solo mato-grossense.
Para sua aprovação final, o ZSEE-MT precisa do
parecer favorável da Comissão Nacional de Zoneamento
Ecológico e Econômico e do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (CONAMA). É nestas duas esferas que se
encontra um sopro de esperança para que a lei não entre
em vigor. E, pautadas nessa possibilidade de que as
esferas federais refutassem a lei aprovada, foi que - os
grupos sociais fizeram franca oposição à forma como foi
conduzido o processo e às drásticas alterações no
conteúdo da lei, se assegurando por meio de novas
mobilizações e articulações, reunindo-se com conselheiros
do CONAMA, com representantes do MMA e também com
o poder judiciário. A batalha ainda não foi perdida, ainda
que o atual governo acene às tendências
desenvolvimentistas sem os cuidados socio- ambientais.
Percurso metodológico
O enfoque investigativo deste trabalho tem como
método central a a- bordagem qualitativa, que vem
acompanhada pelas táticas metodológicas do mapa social e
da fenomenologia. A metodologia concebida denominada
Mapa Social, recorre às autonarrativas de vários grupos de
resistência, às relações com o ambiente que os cerca, às
suas vulnerabilidades, conflitos e os processos de injustiças
ambientais existentes em seus territórios (SILVA, 2011).
Adotando a proposta metodológica do Mapa Social,
nesse artigo nosso direcionamento se dá ao mapeamento
dos principais conflitos socioambien- tais existentes nas 12
regiões de planejamento (RP) do Estado (figura 01), para
concreção do Mapa dos conflitos socioambientais de Mato
Gros- so.Esta forma de regionalização do Estado em RP
tem sua origem a partir dos dados do diagnóstico do meio
físico-biótico e socioeconômico do projeto ZSEE, a partir
das análises temáticas e dos mapeamentos que
compuseram esse estudo (MATO GROSSO, 2008). A
intenção em dar visibilidade aos conflitos socioambientais
História e Geografia do MT 55 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pontuadas nas RP de incidência e organizadas, posteriormente,
objetivos de revelar as múltiplas identidades presentes no em forma de quadro, que registra em qual município da região
território e ma- pear os conflitos socioambientais. temos atividades propulsoras de conflitos; além disso,
Nesses seminários contamos com a participação de demonstra os grupos sociais envolvidos nesses embates. Após
representantes de diversos grupos sociais. O GPEA ficou isso, os conflitos foram inseridos no mapa de MT por meio de
responsável por toda a dinâmica metodológica, assim como, um banco de dados de Sistema de Informação Geográfica
organizar a vinda de cada representante dos grupos sociais. (SIG), e para isso utilizamos o software ESRI ArcGis/ArcMap
Na realização desses dois seminários reunimos, aproxima- (versão 10.0). Os resulta- dos apresentados descortinam os
damente, 500 participantes vindos dos 54 municípios mato- casos de violação ao ambiente e aos grupos sociais, onde a
grossenses, ou seja, somando os dois seminários, face concreta desta violação está expressa na miríade dos
aproximadamente 40% dos 141 municí- pios do Estado conflitos mapeados.
estiveram presentes. Ao total, 19 etnias indígenas estiveram Para uma compreensão da dinâmica estabelecida nas
representadas por mais de 70 representantes de diferentes práticas sociais existentes nos espaços de apropriação e
Terras Indíge- nas (TI). Os participantes das comunidades dominação dos territórios e das identidades, recorremos à que
quilombolas vieram dos muni- cípios de Barra do Bugres, nos oferta uma realidade diversa com ênfa- se no "mundo
Nossa Senhora do Livramento, Poconé e Vila Bela da cotidiano" e no reconhecimento do Outro enquanto parte
Santíssima Trindade.Participaram também comunidades
pantanei- ras, militantes do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra de Mato Grosso (MST-MT), acampados e
agricultores familiares assentados em várias regiões do
Estado. Além disso, estiveram presentes representantes dos
seringueiros da Reserva Extrativista Guariba & Roosevelt
(Resex Guariba & Roosevelt), dos atingidos pela barragem de
Manso e dos retirei- ros do Araguaia. Destacamos, ainda, a
importante participação dos arte- sãos, dos ciganos Kalon,
dos ecologistas, dos missionários indígenas, dos pescadores
artesanais, dos morroquianos, dos articuladores da economia
solidária e de cooperativas de agricultores familiares.
Os grupos presentes participaramde estudos e de
debates, com o obje- tivo de construir coletivamente os
mapeamentospropostos. Os participantes centraram suas
ações na identificaçãonos mapas, nas respostas dos rotei- ros
de entrevistas e nas rodadas de conversas sobre os habitats
de MT, escolhendo dividirem-se em grupos de trabalho (GT)
de acordo com as suas identidades: GT 01 - Pantaneiros; GT
02 - Quilombolas; GT 03 - Retireiros do Araguaia; GT 04 -
Agricultores Familiares; GT 05 - Povos do Cerrado; e, GT 06 -
Indígenas. Três questões que foram debatidas nesse
momento são respondidas neste trabalho: As alterações dos
habitats onde moram tem provocado conflitos
socioambientais? Quais conflitos? Quais os grupos sociais
que estão envolvidos?
Após esta etapa os participantes pontuaram os conflitos
narrados no mapa político-administrativo e territorial do
Estado de Mato Grosso - ano 2010 - em escala 1:1.500.000,
onde estavam as 12 RP em destaque. Nesse processo foi
possível realizar entrevistas com 234 representantes de 110
grupos sociais, o que possibilitou o mapeamento de uma
miríade de impactos ambientais e atividades propulsoras dos
conflitossocioambientais em MT. Os dados foram,
posteriormente, complementados por meio de pesquisas
bibliográficas e de consulta a dados secundários, tais como:
artigos científicos, relatórios do Conselho Indigenista
Missionário (CIMI), Instituto Socioambiental (ISA) e Comissão
Pastoral da Terra (CPT).
Importante destacar que os impactos ambientais e as
atividades que os promovem não são sinônimos de conflitos
socioambientais, e sim, muitas vezes, as causas propulsoras
dos conflitos. É somente quando se estabe- lece um campo
de tensão, de disputa e embate (material e/ou simbólico) que
os caracterizamos como conflitos socioambientais. Por
exemplo, o desmatamento é uma atividade que provoca
impactos ambientais (esgota- mento de serviços
ecossistêmicos, perda da biodiversidade, empobreci- mento
do solo, dentre outros), estes impactos quando gerados
propiciam um conjunto de embates em defesa do habitat e
dos habitantes. Assim posto, muitas das narrativas
evidenciaram as atividades e os impactos vivenciados nos
locais onde vivem e, posteriormente, apontaram os confli- tos
socioambientais.
As respostas às questões foram sistematizadas e
História e Geografia do MT 56 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
compreendida como uma decisão. "De-cidir é cindir com
imprescindível da realidade histórica, individual e coletiva. algo, provocando rupturas para ultrapassagem e busca de
Lévinas (1998) com acuidade destaca a necessidade de novas formas. Uma crise, portanto, possibilita também
considerar o outro, enquanto parte de si, ou seja, o "eu- avanços, a restauração do novo, o caminhar adiante e a
individual" que só existe mediante o contato com o outro, trajetória mais visível" (SATO et al. 2001, p. 136). Esse
esse movimento de concreção do EU-OUTRO se pensamento coaduna com Gramsci (2002), quando destaca
estabelece na tensividade. Essa filosofia prima pela que a ''crise'' pode ser vista como um momento em que o
diversidade e pela alteridade (ou outridade), enfatizando velho está morrendo e o novo ainda não conseguiu nascer.
que a diferença faz parte da vida social, instituída nos
espaços das tensões e dos conflitos. Vale ressaltar que não desejamos fazer uma apologia ao
caos e/ou aos conflitos, muito menos, consideramos
Com base nas orientações teórico-metodológicas em importante provocá-los. O que enfati- zamos é que com o
que esta pesqui- sa se fundamenta, buscamos interpretar reconhecimento de que eles existem é preciso eviden- ciá-los,
os conflitos como algo inerente ao universo social, fator que encará-los e, mais que isso, buscar táticas para superá-los. O
julgamos essencial ao exercício da democracia, escamoteio dessas situações somente mascara a difícil
especialmente, em uma sociedade marcada pela disputa de situação dos gru- pos sociais e contribui ainda mais para a
poder. Entre- tanto, não podemos deixar que esse degradação dos ecossistemas.
enfrentamento seja algo ignorado, invisibilizado ou mesmo,
banalizado. Nesse âmbito, levamos em considera- ção a
percepção foucaultiana (2004) que ressalta que as disputas
de poder são intrínsecas às práticas sociais. Assim,
deslocamos a questão do poder do âmbito somente do
estado, para formas de poder que se estendem por toda
sociedade, adentrando a vida cotidiana.
Conflitos socioambientais - espólios do des-envolvimento
A crise contemporânea, marcada pela ruptura da
relação entre a socie- dade e a natureza, tem em suas
bases de formação o legado da moderni- dade. Com
pensamento fragmentado e unidimensional, a ciência
moderna acredita que o conhecimento científico pode
resolver todos os problemas da humanidade, desprezando
qualquer outro saber construído fora de seu âmbito. A
decorrência é um conhecimento produzido que segue
distante, muitas vezes, do que se espera em termos de
democracia e de ética.
Boaventura de Sousa Santos (1989, p. 40) enfatiza a
necessidade de se valorizar outras formas de saberes. Para
tal, afirma que "caminhamos para uma nova relação entre
ciência e senso comum, uma relação em que qualquer um
deles é feito do outro e ambos fazem algo de novo". Desta
forma, nos distanciamos de um discurso uníssono proposto
pela moderni- dade, que almeja a harmonia e que
escamoteia os desarranjos da socieda- de, com forte
tendência a negar os conflitos. Reconhecemos a
pluralidade de saberes que se estabelece nos campos das
diferenças.
A modernidade significou avanços científicos e
filosóficos quando com- parados com a Idade Média (SATO
et al. 2001). Contudo, também signifi- cou adoção de
valores e tendências que não conseguimos romper com
facilidade, como a visão antropocêntrica, a crença cega nas
tecnologias, as certezas absolutas, o individualismo, a
homogeneização das culturas, dentre outros fatores.
Muitas contribuições contra o pensamento enrijecido da
modernidade vêm do princípio da incerteza, em que o Nobel
da química de 1977, Ilya Prigogine, é um dos precursores.
Prigogine (1996, p. 14) afirma que "assis- timos o
surgimento de uma ciência que não mais se limita a
situações simplificadas, mas nos põe diante da
complexidade do mundo". Suas grandes descobertas sobre
a irreversibilidade dos sistemas físicos eviden- ciam a
dinâmica fecunda existente na ordem-desordem, equilíbrio
e não- equilíbrio, paradoxos que se contrapõem à "ditadura
da harmonia". O químico afirma que "a vida só é possível
em um Universo fora do equilíbrio" (PRIGOGINE, 1996, p.
30), a constatação que escapou das mãos das chamadas
"ciências normais", abrangendo as demais áreas do
conheci- mento na tensividade entre os diferentes.
No movimento dialético, entre a ordem e a desordem,
geralmente ocor- re o que nomeamos como crise, do
gregokrisis que significa separação. Mas, também
História e Geografia do MT 57 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
parecidas. Dentre elas, a de que são os grupos sociais
O estudo dos conflitos socioambientais faz-se num campo vulneráveis os mais atingidos pelos danos ambientais; são eles
polissêmico marcado por disputas, que pressupõem relações que diretamente são privados de necessidades bási- cas como
de poder que permeiam as práticas sociais. Os conflitos acesso à água potável, a áreas para cultivos, à moradia, ao
surgem quando os territórios apropriados por grupos que saneamento básico e à segurança fundiária. Provocam assim,
apresentam modos diferenciados de viver e de se relacio- nar as situações de injustiças ambientais desveladas
com o meio, chocam-se com a dominação exercida pelo insistentemente nesta pesquisa.
poder do capital. Nos espaços em que se estabelecem os
conflitos socioambientais não estão em disputa somente os A totalidade de conflitos socioambientais mapeados, que
bens e os serviços ecossistêmicos, estão em disputa também numerica- mente pode ser apresentada com 194 pontos de
as formas distintas de apropriação dos territórios, assim ocorrência, tendo 68 desses locais denunciados com ameaças
como, a manutenção da cultura. O sociólogo Henri Acselrad de morte e 12 locais, sinaliza a prática desumana do trabalho
(2004, p. 26), um dos pensadores mais atuantes neste campo escravo, oferece-nos a constatação do cenário de
de investigação no Brasil, elabora a noção de conflitos insustentabilidade social e ecológica do modelo de desenvolvi-
ambientais como sendo: mento instituído em MT.
[...] os conflitos que envolvem grupos
sociais com modos diferenciados de
apropriação, uso e significa- ção do
território, tendo origem quando pelo menos
um dos grupos tem a continuidade das
formas sociais de apropriação ameaçada
por impactos indesejáveis - transmitidos
pelo solo, água, ar ou sistemas vivos -
decorrentes do exercício das práticas de
outros gru- pos.
Um campo investigativo que tem se dedicado à temática
dos conflitos ambientais é a ecologia política, que segundo
Martinez-Alier (2007, p. 113), estuda os conflitos ecológicos
distributivos. Por distribuição ecológica são "entendidos os
padrões sociais, espaciais e temporais de acesso aos
benefícios obtidos dos bens naturais e aos serviços
proporcionados pelo ambiente como um sistema de suporte
da vida".
Na perspectiva deste pensamento, podemos entender a
distribuição ecológica como um dos princípios da justiça
ambiental. Segundo Bullard (2005, p. 3) justiça ambiental é
um conjunto de princípios que busca garan- tir que "nenhum
grupo de pessoas, incluindo grupos étnicos, raciais ou de
classe, suporte uma parcela desproporcional das
consequências ambien- tais negativas resultantes do
desenvolvimento". Portanto, o termo injustiça ambiental tem
sido aplicado para designar o fenômeno de imposição des-
proporcional dos riscos ambientais às populações menos
dotadas de recur- sos financeiros, políticos e expostas às
condições de vulnerabilidade.
Importa ressaltar que, este estudo percorre as trilhas da
justiça ambien- tal e da educação ambiental. Isso significa
dedicar-se ao combate da de- gradação ambiental, mas,
sobremaneira, significa considerar a inclusão e a participação
dos sujeitos na elaboração e no acompanhamento das políti-
cas públicas que possam proporcionar melhor qualidade de
vida. Atuar nos campos da justiça ambiental e da educação
pode ser um grande exercício de vida democrática.
Consideramos que mapear os conflitos socioambientais,
implica evi- denciar os impactos do desenvolvimento e sua
influência na dinâmica cultural. Implica, até mesmo, duvidar
do desenvolvimento que apregoou um modelo desenfreado
das ações humanas sobre a natureza, trazendo inú- meras
consequências desastrosas, inclusive para o próprio sistema
social, já que as dimensões humanas e naturais não estão
indissociadas, e conec- tam-se entre si (SANTOS et al., 2009,
p. 7).
O mapa dos conflitos socioambientais
Esta pesquisa não tem a pretensão de eliminar arestas ou
nivelar opi- niões. Pelo contrário, é intenção verificar o rico
caldo vigoroso das diferen- ças que constituem os territórios
mato-grossenses. Todavia, as narrativas, somadas a
subsídios secundários, desvelam que certas afirmações são
passíveis de certas generalizações que não são hegemônicas
como as ciências modernas, mas possuem ressonâncias
História e Geografia do MT 58 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
imerso, foram desvelados nas narrativas sobre os conflitos
Com dimensões continentais, o Estado ocupa uma área socioambientais vivenciados pelos grupos presentes nos
de 903.357 km² do território brasileiro, dividido em 141 seminários. Afinal, quando a rica diversidade dos ambientes
municípios que foram agrupados em 12 regiões de naturais, somada à expressiva sociodiversidade, choca-se
planejamento. Possui três importantes biomas: Cerrado com interesses unicamente econômicos, faz emergir embates
(39,6% do território), Floresta Amazônica (53,6% do e resistências na luta pela manutenção dos modos de vida
território) e o Pantanal (6,8% do território). Nestes espaços singulares dos habitantes que são total- mente dependentes
temos 23 unidades de conservação federais, 44 estaduais e dos habitats. Como afirma Zhouri (2008, p.105), ''o conflito
38 municipais distribuídas entre reservas, parques, eclode quando o sentido e a utilização de um espaço
bosques, estações ecológicas e Reserva Particular do ambiental por umdeterminado grupo ocorrem em detrimento
Patrimônio Nacional (RPPN) (MATO GROSSO, 2008). dossignificados e dos usos que outros segmentos sociais
Somando a esta rica diversidade, MT possui uma possam fazer de seu território".
expressiva sociodi- versidade que foi mapeada por Silva É possível asseverar que os projetos homogeneizantes
(2011), registrando 78 terras indíge- nas em diferentes (narrados como os maiores propulsores de conflitos
fases de regularização sendo habitadas por 47 diferentes socioambientais), tais como: plantio monoculturas,
etnias indígenas; 69 comunidades quilombolas certificadas hidrelétricas, hidrovias, entre outros, são os grandes causa-
pela Fundação Palmares; além de povos ciganos, dores de injustiças ambientais em MT, pois, ao serem
pantaneiros, retireiros do Araguaia, morroquianos, implementados, destinam os riscos às camadas mais
ribeirinhos, pescadores profissionais/artesanais, agricultores vulneráveis da sociedade.
familiares, acampados, assentados, seringueiros,
extrativistas, artesãos, além de uma miríade de
articuladores e movimentos empenhados em diversas lutas.
Por outro lado, MT se destaca também por ser
considerado o estado com maior extensão de área
desmatada de 1992 a 2007 em decorrência do avanço da
fronteira agropecuária (AZEVEDO, 2009). Os dados do
Deter (Detecção de desmatamento em tempo real)
comprovam que somente entre agosto de 2010 e abril de
2011 o desmatamento aumentou em 43% em MT (INPE,
2011). Outra questão de destaque são as queimadas, nor-
malmente ligadas à dinâmica do desmatamento, são muitas
vezes inten- cionais e provocadas pelos agropecuaristas, e
somente em setembro de 2010 foram registrados 18.182
focos de queimadas em MT (INPE, 2010).
Além disso, o último censo agropecuário do Brasil
(IBGE, 1996) regis- trou que MT é o segundo estado em
concentração de terras. Isso levando em conta o índice
GINI, que para MT é 0,865 (quanto mais próximo do 1,
maior é a concentração e desigualdade), perdendo apenas
para o estado de Alagoas. A violência no campo é outro
índice que MT lidera, de acordo com o relatório da CPT
(2011) os estados que dominam este ranking são onde o
agronegócio impera, permitindo compreender que a
violência está associada à imposição da monocultura
empresarial.
Ademais, MT ainda é considerado o campeão nacional
em consumo de agrotóxico, sendo que, dos seus 141
municípios, 24 produzem 90% dos produtos agrícolas e
consomem 90% dos agrotóxicos e fertilizantes quími- cos
consumidos no Estado (PIGNATTI, 2011). Em 2010, MT
produziu 6,5 milhões de hectares de soja; 2,5 milhões de
milho; 0,9 milhões de algodão; 0,4 milhões de cana; 0,4
milhões de sorgo; 0,2 milhões de arroz e 0,4 milhões de
hectares de outros produtos (feijão, mandioca, borracha,
trigo, café, frutas e verduras) e consumiu cerca de 132
milhões de litros de agro- tóxicos (produto formulado)
(PIGNATTI, 2011; IBGE, 2011; INDEA, 2011).
Somando a este cenário MT ainda garante o posto de
ser o segundo Estado em instalações de empreendimentos
como as pequenas centrais hidrelétricas (PCH). A escolha
em gerar energia com pequenas centrais justifica-se pela
não necessidade de se realizar Estudos de Impactos Ambi-
entais (EIA), o que é exigido no caso de usinas hidrelétricas
(UHE), facili- tando desta forma o processo de
licenciamento ambiental. Entretanto, os impactos
cumulativos provocados pela instalação de diversas PCH
em um mesmo rio são, muitas vezes, tão ou mais intensos
que os gerados pelas UHE.
Todas as estatísticas e os índices supracitados, que
evidenciam os ris- cos ecológicos e sociais em que MT está
História e Geografia do MT 59 A Opção Certa Para a Sua Realização
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de liberdade e de poder que integra ao espaço físico as vidas
Mascarado com a faceta de melhoria na qualidade de pulsantes em suas lutas simbólicas e materiais, em seus
vida, nos muni- cípios em que as atividades como a extração conflitos, que juntos articulam táticas de resistência. Sendo
de madeira, a pecuária exten- siva e a monoculturas são mais assim, toda e qualquer prática que atinja os territórios estará
intensas, por certo, o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de atingindo as identidades que neles habitam.
Desenvolvimento Humano (IDH) são maiores. Contudo, esse
aumento é ilusório, afinal, nestes mesmos locais, o índice que Após a sistematização dos conflitos narrados agrupamos os
reflete a desigualdade de renda (GINI) também é maior. mais cita- dos e criamos ícones que pudessem imageticamente
ser associados à questão referenciada, utilizando o programa
De acordo com Rodrigues et al. (2009, p. 1435) o de computador CorelDrawX5 (quadro 02).
desenvolvimento e- conômico, especialmente na Amazônia
brasileira, persegue o ciclo: explo- ração madeireira, pecuária Os conflitos mapeados foram registrados no "Mapa dos
e agricultura. Analisando diferentes estágios do conflitos socio- ambientais de MT" (figura 02), elaborado após a
desmatamento em 286 municípios da Amazônia, os autores sistematização dos dados dos seminários. O mapa original foi
encontraram um "boom-and-bust" nos níveis do IDH. elaborado em escala 1:1.500.000,
Comprovaram que o índice aumen- ta quando o
desmatamento inicia, todavia, tem um forte declínio na
medida em que o ciclo evolui para outras etapas. Após essa
etapa, os níveis de desenvolvimento humano declinam
novamente, e, em alguns casos, se tornam ainda mais baixos
do que eram antes da exploração madeireira.
Estamos cientes de que o universo aqui mapeado dos
conflitos socio- ambientais (quadro 01) não esgota as
inúmeras situações existentes e ainda não visíveis, mas
revela uma parte dos problemas desta imposição dos grandes
projetos e reflete uma parcela importante de casos de confli-
tos, de enfrentamentos e de resistências. Reconhecemos que
os conflitos identificados não são fixos, novos desafios são
postos a todo o momento para os grupos sociais. O cenário
dos resultados é mutável, transcendente da temporalidade e
do espaço, requerendo uma dinâmica que acompanhe o
movimento.
Diante do quadro significativo dos conflitos mapeados,
podemos consi- derar que as disputas por terra, disputas por
água, desmatamentos, quei- madas e usos abusivos de
agrotóxicos são os principais motes dos confli- tos
socioambientais em MT. Essas questões afetam os três
biomas mato- grossenses de formas e intensidades distintas.
Podemos considerar que os conflitos não ocorrem
isoladamente, em muitos casos, coexistem e estão
intrinsecamente conectados, predominando uma dinâmica
dialética entre eles. Da mesma forma que existe esse
imbricamento entre os conflitos, ocorre o mesmo com os
agentes provocadores, apresentados de múltiplas formas,
mas, que têm em sua base o fio condutor da expansão e
manuten- ção do agronegócio, ora defendido pelos grandes
produtores rurais, ora promovido pelos deputados da base
ruralista (a maioria), ora acoitado pela esfera judicial.
As narrativas dos grupos sociais centraram-se fortemente
nos embates encarados pelos diversos grupos que disputam
porções do território mato- grossense com o setor do
agronegócio, em função da domina- ção/concentração
territorial, que implicam em outras disputas como o acesso a
água e a outros bens naturais. Indubitavelmente, em MT, são
nas disputas pela terra que se estabelecem as situações mais
conflitantes, frutos do modelo concentrador agrário-agrícola
em desenvolvimento no Brasil e no Estado.
Importa afirmar que, quando nos referimos aos conflitos
por disputa por terra, tratamos da questão fundiária e a falta
de democratização ao seu acesso. Nesta perspectiva é
importante pontuar aqui o que estamos consi- derando como
território e terra: embora apresentem equivalências, são
compreendidos nessa pesquisa como conceitos diferentes.
Quando nos referimos a disputa por "terra" estamos aludindo
ao espaço material que está em disputa para concreção do
território.
O lugar, mesmo com referência física, por vezes, assume
aspectos simbólicos ao propiciar o exercício da vida cotidiana,
o meio da produção de alimentos, a construção da
casa/abrigo. Nessa significação o conceito de terra extrapola
para território, que supera significados materiais, e é o espaço
História e Geografia do MT 60 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ser um referencial aos governos e à sociedade civil; que ao
contudo, uma adequação na escala 1:4.200.000 foi criada elaborarem as políticas públicas, consigam considerar os
para possibilitar a socialização e leitura. conflitos socioambientais, buscando a participação como uma
Ressaltamos que a maioria dos pontos do mapa foi das molas propulsoras da guinada conceitual, política e
georreferenciada de acordo com as coordenadas científica.
geográficas, contudo, alguns desses tra- zem uma Agradecimentos
localização aproximada, segundo as narrativas dos grupos
pes- quisados. Alguns pontos dos conflitos assinalados Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
durante as oficinas foram confirmados por meio de Tecnológico- CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do
consultas a dados secundários: artigos científicos, relatórios Estado de Mato Grosso- FAPEMAT e ao Grupo Pesquisador
técnicos e acadêmicos, publicações diversas etc. em Educação Ambiental, Comunicação e Arte-GPEA da
Entretanto, como essa pesquisa é ancorada Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT.
metodologicamente na auto- narração, foram considerados,
sobremaneira, os registros feitos pelos grupos sociais
entrevistados.
Reconhecemos a existência de muitos outros conflitos
que não estão pontuados no mapa, contudo, registram-se
nessa carta os conflitos narra- dos pelos grupos sociais
presentes nos seminários. Acreditamos que este mapa
revela um pálido retrato da dura realidade desses grupos
sociais, que per se já significa uma situação de denúncia e
de evidência das fragili- dades das políticas públicas de MT.
Palavras finais
Os conflitos socioambientais mapeados são expressões
do modelo de desenvolvimento adotado que leva à
destruição dos ecossistemas e ao aniquilamento de formas
singulares de modos de vidas. Em outras pala- vras,
territórios, identidades e temporalidades que se emaranham
em teias e mosaicos, tecidos intrinsecamente na relação
cultura e natureza; onde a perda de um implica no
desaparecimento do outro.
Na consolidação deste modelo de desenvolvimento,
várias famílias de povos e comunidades tradicionais foram e
ainda são agredidas, expulsas de suas terras; várias etnias
indígenas perderam seus espaços sagrados e mantém-se,
paulatinamente, num processo de grandes disputas pela
defesa de seus territórios. Demonstrando a vulnerabilidade
que nos encon- tramos, acenando para a necessidade de
ações coletivas na busca por alternativas que possam
minimizar os impactos e os embates. Partimos do princípio
de que os conflitos são inerentes às práticas sociais, porém
eles podem ser atenuados se forem geridos de forma
dialógica, inclusiva e democrática, na tentativa de construir
ações que, participativamente, pos- sam minimizá-los.
Os conflitos identificados revelam que os territórios não
estão sendo dominados e expropriados de forma pacífica, e
ainda persiste o grito de resistência dos grupos atingidos
frente à imposição das classes e ativida- des hegemônicas
que tentam usurpar os territórios e as identidades. As
diversas formas de resistência se articulam nas denúncias
contra a domi- nação e a violação ao meio ambiente, por
meio de atos públicos e de mobilizações sociais. Sobretudo,
nas articulações para que as políticas públicas sejam mais
inclusivas, cuidadosas e democráticas.
Consideramos o mapeamento dos conflitos
socioambientais um impor- tante instrumento para a
reflexão e para a ação dos sujeitos envolvidos com o
processo de democratização do meio ambiente. Destarte,
para que a paisagem de degradação se transforme em um
novo horizonte, com mais proteção ecológica e inclusão
social, é preciso que estejamos engajados e subsidiando
políticas públicas para que o planejamento socioambiental
do estado possa considerar a riqueza das paisagens
naturais, assim como, as diferentes identidades que aqui
habitam.
Acreditamos ser importante dar visibilidade aos
conflitos, não somente para evidenciar a insustentabilidade
do modelo de desenvolvimento institu- ído, mas,
sobremaneira, porque acreditamos que este estudo possa
História e Geografia do MT 61 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
alguns anos foi
Para consultor em política ambiental Mato Grosso é um exemplo
construída em cima de números negativos sem que tivéssemos
de sucesso
mostrado o contraponto, ou seja, aquilo que realmente estava
Publicado em: Qui, 12 de Janeiro de 2012 17:08 sendo feito e ainda está na busca do equilíbrio, da preservação
e da sustentabilidade. O ponto crucial que marca o grande
ASSESSORIA/Sema-MT avanço de Mato Grosso foi exatamente a busca do que era
O Estado de Mato Grosso é citado como exemplo de comum entre os diferentes (ambientalistas e ruralistas). Esse
sucesso, confor- me declarações dadas por um dos mais trabalho de consenso foi feito à época em que Blairo Maggi era
influentes especialistas em política ambiental do planeta, o governa- dor do Estado. Ele foi a liderança que conseguiu
professor de Stanford Thomas C. Heller, nas páginas conquistar espaço e respeitabilidade necessários para se
amarelas da Revista Veja, Edição 2251, de 11 de janeiro. construir (desde 2004) políticas capa- zes de reduzir o
desmatamento, trazer o produtor rural para a legalidade,
Para ele, a dependência entre economia e meio ambiente mudar a realidade no campo e promover a produção
atingiu o ápi- ce e os países precisam aceitar que o progresso
está intimamente ligado à produção e ao uso dos recursos sustentável sim , disse Valmórbida ao lembrar a implantação

naturais. do MT Legal no Estado.


Na entrevista concedida à Veja, Heller destaca o papel Para o secretario de Estado de Meio Ambiente, Vicente
importante dos emergentes no contexto da produtividade e, Falcão de Ar- ruda Filho, Mato Grosso continua no caminho
certo na busca do desenvol-
ao citá-los como porta de

entrada para o que ele considera a nova ordem mundial


verde , exemplifi-
‘ ’

ca práticas adotadas pela China e pelo Brasil de estímulo à


sustentabilida- de.

Apesar de ser o maior poluidor do planeta, a China é hoje


quem mais
investe em energias renováveis. Já conseguiu reduzir em
20% o nível de poluição em relação ao PIB. Mas, não
precisamos ir até a China para ver os sinais de mudança. No
Brasil também temos histórias de sucesso como é o caso de
Mato Grosso", diz o especialista.
"As estatísticas mostram que o ritmo do desmatamento da
Amazônia está diminuindo. A extensão das florestas
derrubadas caiu 74% entre 2004 e 2010. Os ambientalistas
xiitas não gostam de admitir, mas, no caso de Mato Grosso,
essa redução se deve diretamente aos ganhos de produtivi-
dade do agronegócio , disse o consultor que também é

membro do painel da ONU.


Para ele, se bem administrado, o progresso é benéfico
ao meio ambi- ente. O raciocínio é elementar, quanto mais

cabeças de gado se consegue criar em uma mesma área,


maior a riqueza produzida por metro quadrado e menor o
impacto ambiental da atividade econômica , ressaltou Heller

ao
comentar uma das práticas sustentáveis adotadas pelo setor
em Mato Grosso.
Na entrevista, o especialista fez questão de frisar a
importância que pa- íses como o Brasil terão ao liderarem o
processo de transição para a nova
ordem mundial verde . Países em desenvolvimento terão de
‘ ’ “

criar formas
de elevar, e muito, a produtividade de sua economia para
suportar a inclu- são de 3 bilhões de pessoas na classe média
nos próximos 20 anos. Isso pressupõe criar políticas públicas
de estímulo à sustentabilidade e investir em maciçamente em
inovação e planejamento urbano, algo que os emer- gente
estão em condições de fazer, uma vez que não tiveram suas
finanças
corroídas pela crise global , finalizou Heller.

Ao analisar a questão na esfera estadual, a ambientalista


da TNC Mato Grosso, Gina Valmórbida fala sobre a mudança
de conceito em relação à política ambiental no Estado e a
ferramenta utilizada pelo poder público em parceria com o
setor do agronegócio nesse processo.

“ A opinião de setores ambientalistas mundiais durante


História e Geografia do MT 62 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
prática, já que não tinham a menor ideia de onde pode- ria ter
vimento sustentável. Priorizando o monitoramento, controle e
“ vindo o homem americano.
fiscalização
Para os estudiosos do assunto o homem americano veio
e as parcerias com os setores produtivos e organizações das Ilhas do Pacífico e sua fixação no continente ocorreu por
não governamen- tais o governo Silval Barbosa prioriza o três rumos de migração: alguns povos subiram o Estreito de
desenvolvimento com o aumento da Behring e foram ocupando regiões ao sul; outros atingiram a
produtividade e a sustentabilidade .
” região equatorial e adjacente; outros desceram ao Estreito de
Magalhães e se disseminaram tomando rumo norte. A
MT LEGAL - Discutido amplamente no estado com os hipótese mais provável é que os povos indígenas que hoje
diferentes seg- mentos, ambiental, produtivo, Ministério habitam Mato Grosso tenham provindo da região do que hoje
Público Federal e Estadual, o MT Legal prevê formas de é a Colômbia, rumando para o sul, pelos Andes, por onde
compensação, de acordo com o tamanho da propri- edade e encontraram menos dificuldades do que hoje em dia. Iam de
de recuperação das áreas degradas. Um dos principais espaços a espaços, em direção ao leste.
pontos do programa e que inclusive respaldou a elaboração
do novo texto do Código Florestal brasileiro - em tramitação
na Câmara dos Deputados-, diz respeito ao Programa de
Regularização Ambiental Rural (PRA), cujos dispositivos
propiciaram a regularização do passivo ambiental existente
no campo.

“Esse mecanismo garante legalidade a milhares de


produtores que
passam a contar com um instrumento ágil e de custo
reduzido. Simultane- amente, o PRA deve contribuir para
sanar o passivo ambiental relativo à degradação de Áreas
de Preservação Permanente (APP) e conversão de
Reserva Legal , explicou o professor mestre em Agricultura

Tropical, Luís
Henrique Daldegan, que à época da criação do programa foi
secretário de Meio Ambiente em Mato Grosso.
Já avançamos e muito. Dos municípios que implantaram
o MT Legal 90% já concluíram o levantamento e
mapeamento de tudo. O MT Legal está sendo
potencializado e valorizado dentro do Código Florestal e sob
esse aspecto, estamos gerando conhecimento e exportando
experiência para o Brasil inteiro. Com certeza essa é uma
das nossas maiores vitórias,
porque nossa maior riqueza é a mudança de conceito , ”

finalizou Gina Valmórbida, ambientalista em Mato Grosso.


(Com informações da Assessoria/Revista Veja, Edição
2251, reporta- gem de Luís Guilherme Barrucho).
Conheça o mato-grossense nativo

O termo índio foi uma denominação dada pelos


conquistadores euro- peus aos habitantes de tempos
imemoriais do território que compõe hoje o continente
americano. Houve generalização do termo índio a todos os
habitantes do território brasileiro.
Para melhor entendermos a história do contato entre
índios e não ín- dios, em Mato Grosso, será importante
compreendermos a dinâmica das frentes de expansão da
sociedade brasileira. Pois, em momentos diferen- tes,
atingiram os territórios tribais e passaram a ocupar áreas
onde se localizavam os grupos indígenas, já que a presença
desses seres humanos no continente descoberto suscitou,
entre os europeus uma questão de ordem intelectual e
História e Geografia do MT 63 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em Mato Grosso encontram-se ainda hoje os quatro
A efetiva colonização pelos portugueses e paulistas, do troncos linguísti- cos falados e mais línguas isoladas. Onze são
território, hoje compreendido pelo Estadode Mato Grosso, as línguas faladas do tronco tupi: Apiaká, tapirapé, kamayurá,
iniciou-se somente 219 anos após o descobrimento do Brasil. zoró, kayabí, auetí, mundurukú, juruna, arára, itogapúk e cinta-
Historiadores e cronistas do século XIX, que estudaram e larga. Nove são as línguas e dialetos do grupo macro-jê:
registraram a evolução da questão indígena, são categó- ricos mentuktíre, kren-aka-rôre, txukarramãe, suyá, xavante, karajá,
em afirmar que o Imperador Pedro II tratou a causa do índio bororo, umutína e rikbaktsa. Cinco são do tronco linguístico
brasileiro com bastante particularidade, culminando com a arwák: paresi, salumã, wawrá, mehináku e yawalapiti. Troncos
abolição total da escrava- tura, em 1888, incluíndo-se, aí, linguísticos ainda não
negros e índios. Após a Proclamação da República ocorreram
muitos fatos dignos de nota, porém a questão do índio, apesar
dos avanços obtidos, está longe de ter um final feliz.
Politicamente, os paulistas, com a preação indígena,
expandiram as fronteiras do Brasil em benefício da Coroa
portuguesa. O surgimento de Cuiabá e consequente
colonização em terras mato-grossenses é resul- tado de preia
do homem americano.
Organização Tribal
Marcos Bergamasco

Cerimônia sagrada do Kuarup, no Xingú


Os povos indígenas mato-grossenses se
caracterizam por bai- xa densidade demográfica. Em
compensação, muitos são os povos. Damos o nome de povo
indígena, à língua por eles falada, à localização geográfi- ca,
aos nomes das aldeias. Ao indicarmos a língua, anotamos as
variações dialetais identificadas. Ao indicar o nome do povo
ou da aldeia, damos o nome em voga entre os não índios,
com anexação do nome indígena, quando possível.
Os estudos antropológicos demonstram que a cada
povo indígena corresponde uma língua. A língua, por sua vez,
expressa diversidade de pensamento, de filosofia de vida, de
costumes, de organização social, de estrutura educativa,
religião. Para se falar corretamente de índios, é neces- sário
situar o índio num povo determinado. Não existe o índio
genérico. Existe, sim, o Nambikwara, o Xavante, o Bororo.
Cada tribo existe por si e é diferente de qualquer outra.
Os linguistas não classificaram ainda todas as línguas
indígenas, mas agrupam os falares em filo, tronco, família,
língua e dialeto. As línguas indígenas brasileiras se dividem
em quatro troncos:tupi, macro-jê, arwak e mais um tronco não
intitulado, objeto ainda de estudo. Outras línguas não
classificadas se denominam alófilas. Algumas denominações
ou grafias são novas, não constando nas publicações
especializadas, por serem conheci- das apenas ultimamente,
como o caso dos nomesrikbákta (descoberta ser esta a
denominação do singular) e manôki (em vez de mynky). A
denomi- nação manôki foi obtida pelo Pe. Adalberto Holanda
Pereira, em 28 de janeiro de 1995, por declaração dos índios
da Aldeia Paredão. Os índios explicaram que o nome mynky
significa apenas gente e não o povo mynky. Os não índios
denominaram esse povo indígena de iránxe.

História e Geografia do MT 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sanitárias. Sabe-se que os povos indígenas não sofriam de
denominados: bakairí, nahukuá, matipúhu, kalapálo, txikão, certas epidemias, comuns aos brancos, a exem- plo da gripe
nambikwára do norte, nambikwára do sul e sabanê. Duas e sarampo. Portanto, não possuíam programas de combate
as línguas isoladas: trumái e iránxe. ou defesa.
Não incluímos aqui as línguas faladas nos Estados de Muito mais índios pereceram na paz, pelas doenças, do
Rondônia e Mato Grosso do Sul. Os povos indígenas se que no tempo da guerra. Alguns povos desapareceram de
autodenominam como unidade tribal. Algumas tribos se todo, a exemplo do arinos, o marijapéy, o kustenáw, dentre
compõem de grupos com estruturas próprias de cada tribo, outros, enquanto que definham em estado de extinção os
dando a impressão aos menos experientes de que esses trumai e o barbado. Os portugueses, ocupando terra na
grupos são tribos distintas, quando, na verdade, compõem margem direita do Rio Amazonas e missões jesuíticas do
um todo maior. Pará, perturba- ram o estado de vida nativa de povos
Os paulistas e em geral os brancos, ao encontrarem indígenas, que subiram os rios,
pela primeira vez povos indígenas não perguntaram a
alguém desse povo o nome da tribo. Ou adotaram nomes
utilizados por povos vizinhos ou deram nome por conta
própria. Chamaram paresi, quando o nome autóctone é
halíti. Cha- maram canoeiro de Mato Grosso, quando o
certo é rikbáktsa. Iránxe, quan- do mynky.
Chamarambororo, quando é boe. Chamaram xavante,
quando é a’wen. São alguns exemplos.
Marco Bergamasco

Índio xinguano
Os povos indígenas, após encontros de migrações,
foram estabilizan- do o relacionamento entre si, como
nações em estado tribal. Respeitavam ou não, mas
conheciam os limites de rios ou vegetações ou altitudes.
Firmavam pactos de amizade ou de estado de guerra -
explícitos ou táci- tos.
No correr da história, até os dias de hoje, a ação dos
brancos não foi boa para os povos indígenas. Reduzidos à
escravidão alguns, guerreados outros, sofridos todos. Os
portugueses, espanhóis e brasileiros agiram sempre com
ares de superioridade, ignorando ou fingindo ignorar os
direi- tos dos povos indígenas. Os brancos, nos momentos
de necessidade, como na colonização, ou na Guerra do
Paraguai, favoreceram os povos indígenas, mas nunca os
situaram com igualdade, respeitadas as condi- ções típicas
tribais. Sempre os trataram como indivíduos isolados uns
dos outros. Não existe comunidade mais una do que a
indígena.
Não foi só a escravidão. Uma desdita para os povos
indígenas foi o processo de transmigração forçada, onde
muitas vezes parte do povo foi arrancada do habitat para
compor vida junto com outra tribo, a centenas de
quilômetros de distância, como ocorreu com parte do povo
paresi,arrancado da região dos rios Ferrugem e Macaco,
estes tributários da Bacia Amazôni- ca, para comporem vida
com o povo barbádo, na região dos rios Paraguai e Bugres,
tributários do Prata.
Passadas as guerras de conquista, o pior estava para
acontecer. Não se tomou providência para as condições
História e Geografia do MT 65 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
envolvem, considerando-se os constantes deslocamentos e
adentrando em Mato Grosso ou passando por aqui, tomando o esconderijos sob o manto protetor da floresta, onde
rumo do poente. pretensamente acreditam-se salvaguardados da destruição
O povo juruna fugiu da influência das missões; o povo civilizatória.
parintintím, pressionado por povos indígenas inimigos subiram Muitos desses grupos são remanescentes de povos
até a altura da barra do Rio Arinos e daí rumou para oeste. indígenas que há muito desapareceram dos registros históricos,
Programas oficiais intentaram sempre atrair os povos sendo dados como extintos. Outros são frações de povos que
indígenas para os costumes dos brancos. Por vezes força- ainda hoje resistem ao avanço, predatório e desordenado, do
ram a assimilação, sob denominação vela de aculturação, grande capital sobre as últimas áreas virgens daAmazônia, e
ignorando ou fingindo ignorar os direitos dos povos indígenas que se separaram em função de cisões internas ou disper- sões
à vida tribal. A aculturação ocorre naturalmente e não à força, inesperadas causadas pelas constantes fugas e guerras.
a mando.
Índios Isolados em Mato Grosso
Claude Levi-Strauss

Índios bororo
O Estado de Mato Grosso tem se caracterizado nas
últimas décadas por um desenvolvimento violento e
caótico em detrimento de seu ecossistema e de seus
habitantes primeiros. Dezenas de povos indíge- nas
constantemente violentados, outros exterminados por uma
postura pseudo-desenvolvimentista, mas que na realidade
não consegue sequer suprir as necessidades básicas de seus
munícipios, senão a ganância de seus governantes.
Não obstante este famigerado desenvolvimento, muitos
povos e grupos indígenas, remanescentes daqueles
exterminados, conseguiram resistir ao trágico confronto com
as frentes colonizadoras. Alguns ainda mantêm-se isolados
do contato com os vários segmentos nacionais. A estes
denomi- namos índios isolados.
Entende-se por índios isolados os povos ou grupos
indígenas que não mantém contato direto com nenhum
segmento da sociedade brasileira. Vulgarmente denominados
índios arredios. Esta alcunha por si expressa a ótica
pejorativa a que estão sujeitos estes grupos, constantemente
lesados em seus direitos e em sua identidade enquanto
culturas autóctones.
Estes grupos, autônomos ante a organização sócio-
econômica e políti- ca da sociedade nacional, mantém um
proposital distanciamento da popu- lação envolvente, por um
processo de fuga constante diante da presença avassaladora
do colonizador. Disto depreenderam a necessidade de um
afastamento singular, sem aliados substanciais, na tentativa
de se preser- varem das balas e bacilos do homem branco.
Em outros momentos este intenso nomadismo forçado se dá
por uma conjugação de fatores que também podem incluir o
acirramento de relações bélicas com povos indíge- nas
vizinhos, de índole mais aguerida e numericamente mais
forte.
Hoje se constata através de fontes diversas, a existência
atual de mais de meia centena de grupos indígenas isolados
em território nacional, sendo que no Estado de Mato Grosso,
existem, pelo menos oito grupos indígenas ainda sem contato.
A dificuldade em efetuar um levantamento preciso de dados
referentes a estes é inerente às circunstâncias que os
História e Geografia do MT 66 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dos interesses desenvolvimentistas.
Urge, portanto, uma ação conjugada dos órgãos
competentes para sal- vaguardar a integridade física e A avaliação das ações antrópicas relativas aos índios,
cultural destes grupos, pois, mesmo diante da remete, pois, aos impactos negativos que incidem sobre as
especificidade da questão e latência dos conflitos aqui sociedades indígenas e suas aspirações e não, apenas, sobre
expressados de forma genérica, fica patente a urgência o ambiente contido pelas terras indígenas oficialmente
desta ação diante das contingên- cias especiais que os reconhecidas. Isto leva os índios a transmutação territorial;
envolvem. Numericamente frágeis, indefesos em seu desagregação social; desagregação cultural; deteriorização
sistema imunológico diante das doenças infecto- da saúde; dispersão demográfica e despopulação.
contagiosas, e distante de compreender a realidade que os
Indicadores de ações antrópicas
cerca, sobre eles paira uma constante e inexorável ameaça
de extinção a cada eventualidade de contato.
Casos como o massacre dos isolados Nambikwára do
Rio Omerê (RO), em 1985, exterminados a mando do
proprietário da Fazenda Ivipitan, face a ação tardia e
complacente da FUNAI, caracteriza a fragilidade des- tes
grupos e os desmandos políticos que concluíam por seu
extermínio.
Habitantes de territórios ambicionados pelo grande
capital, ou vítimas de invasões contínuas das levas de
incautos sem-terra, empurrados pelo grande latifúndio para
as regiões mais inóspitas, estes grupos indígenas
sobrevivem hoje em situações críticas, a cada dia
agravadas pelo recru- descimento contínuo das tensões e
conflitos fundiários que se alastram pelas últimas áreas
verdes do Estado. Verdes sim, mas não tão desabita- das
como querem fazer crer os grandes projetos colonizadores
e empreen- dimentos exploradores, que reincidentemente
tem vilipendiado as terras indígenas no Estado de Mato
Grosso. - Texto extraído do livro Dossiê Índios em Mato
Grosso - páginas 170, 171, 172 - OPAN - CIMI/MT, João C.
Lobato e Rosa C. Cartagenes.
Ações Antrópicas Relevantes
Assessoria

A demarcação de terras indígenas sofre pressão dos


interesses desen- volvimentistas
As terras indígenas são aquelas reconhecidas pela
Fundação Nacio- nal do Índio, FUNAI, incorporadas no
processo de regularização fundiária, que muitas vezes têm
tido suas regras alteradas em função de interesses políticos
do momento.
Pode parecer, sob certos ângulos de análise, que se
tenta encami- nhar uma trajetória de resoluções objetivas e
protetoras das terras e rique- zas indígenas. Ao contrário,
cada vez que os índios conseguem operacio- nalizar regras,
que não raro são longamente discutidas, elas são modifica-
das. A internalidade desse contexto que é eminentemente
político- ideológico é invariavelmente mascarada por
questões de ordem técnico- científicas, com repercussões
sobre os aspectos legais e processuais. Assim, o conceito
de terra indígena, utilizado oficialmente para designar a
área destinada à posse e usufruto de sociedades indígenas
é temporal e dependente das reivindicações indígenas, do
que consideram como territó- rio efetivamente necessário à
produção e reprodução da vida e dependente das pressões

História e Geografia do MT 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Com base nos pontos de vista apresentados foram a seguir: Estradas, Exploração Madeireira, Exploração
escolhidos os in- dicadores mais relevantes das ações Mineral, Hidrelétri- cas.
antrópicas que têm interferido negati- vamente nas terras http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/indexint.php?sid=2
indígenas. 62
O indicador “Estradas” refere-se a intervenções
autorizadas ou não pe- los índios no interior de suas terras e Em todo o Brasil, vivem, em 546 áreas, aproximadamente
também localizações tangenciais; “Explorações madeireira e 330 mil cidadãos brasileiros indígenas, que falam 170
mineral” indicam atividades econômicas desses tipos, com a línguas. Em 1500, ano do "Descobri- mento" estima-se que
participação ou não dos índios; e, finalmente, “Hidrelétricas” havia aqui em torno de 3 milhões de pessoas.
considera os empreendimentos que tenham implementado
pelo menos a fase inicial de inventário, segundo critérios de Atualmente residem no Estado de Mato Grosso mais de 28
localização dentro das terras indígenas, tangencial a elas, ou mil índios de 38 etnias diferentes. Há indícios de outros 9
locados na mesma bacia hidrográfica com nitidez de povos ainda não contatados e não identificados oficialmente.
interferências danosas aos índios, como apresentado na
listagem Confira na tabela abaixo.

POVO INDÍGENA POPULAÇÃO GRUPO LINGUÍSTICO LOCALIZAÇÃO

Rio dos Peixes,


Apiaká 167 Tupi Guarani
em Juara

Arara 160 Tupi-Rama-Rama Aripuanã e


Colniza

Aweti 114 Tupi-Rama-Rama Gaúcha do


Norte

900 Nobres,
Bakairi pessoas, Karib Paranatin- ga e
distribuídas Planalto da
em 11 Serra
aldeias

General
Carneiro,
Bororo 1.030 Macro-Jê Rondonópolis,
San- to Antonio
do Le- verger e
Barão do
Melgaço

Chiquitano 270 Aruak Cáceres

Cinta-Larga 982 Tupi-Mondé Aripuanã e


Juína

Sapezal,
Eawenê-Nawê 315 Aruak
Comodoro e
Juína

História e Geografia do MT 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Guató 38 Barão de
Melgaço

História e Geografia do MT 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Ikpeng 281 Karib Feliz Natal

Irantxe 280 Língua isolada Brasnorte

Peixoto de
Kayapó (Mebengôkre) 800 Jê Azeve- do,
São José do
Xingu.

Kalapato 362 Karib Querência

Kamayurá 317 Tupi Guarani Gaúcha do


Norte

O território
Karajá se
estende por
todas a regiões
do Vale do
Araguaia, entre
Karajá 1.624 Macro-Jê
os Estados de
Goiás,
Tocantins, Mato
Grosso e Pará,
concentrando-
se
principalmente
no Parque
Indígena da Ilha
do Bananal
(TO).

Rio dos
Kayabi 892 Tupi Guarani
Peixes,
Juara.

Kuikuro 404 Karib Gaúcha do


Norte

Matipu 98 Karib Gaúcha do


Norte

Mehinaku 183 Aruak Gaúcha do


Norte

Myky 69 Língua isolada Brasnorte

História e Geografia do MT 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Rio dos
Munduruku 89 Tupi
Peixes,
Juara.

História e Geografia do MT 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Nahukwá 92 Karib Gaúcha do


Norte

1.511
pessoas, em Comodoro,
Nambikwara 17 aldeias Língua não Pontes
São vários classificada. Lacerda, Nova
sub- grupos, La- cerda e
com dialetos Sapezal.
próprios.

São Félix do
Panará 285 Macro-Jê Xingu e
Guarantã do
Nor- te.

Tangará da
Serra,
Diamantino,
Paresi 1.189 Aruak
Campo Novo do
Parecis, Pontes
e Lacerda,
Comodoro e
Sape- zal.

910 pessoas, Brasnorte,


Rikbaktsa Macro-Jê
em Juara e
34 aldeias Cotriguaçu.

Suyá 245 Macro-Jê Querência

Surui 218 Tupi Mondé Arupuanã

Tapayuna 45 Macro-Jê São José do


Xingu

Tapirapé 475 Tupi Guarani Santa Terezinha

Terena 285 Aruak Rondonópolis

Trumai 102 Isolada Feliz Natal

Umutina 280 Macro-Jê Barra do Bugres

História e Geografia do MT 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Waurá 280 Aruak Gaúcha do


Norte

Água Boa,
Parana- tinga,
Nova Xavan-
12.480 tina, Barra do
Xavante Macro-Jê
pessoas, em Gra- ças,
104 aldeias Campinápolis,
Novo São
Joaquim,
Canarana,
Ribeirão
Cascalheira e
Ge- neral
Carneiro.

Yawalapiti 212 Aruak Gaúcha do


Norte

Yudjá (Juruna) 225 Tupi Marcelândia

Zoró 340 Tupi-Mondé Rondolândia.

POPULAÇÃO TOTAL 28.510

Fontes: CIMI, ISA e Secretaria de Estado de Educação de


Mato Grosso
http://www.achetudoeregiao.com.br/MT/povos_indigenas_mato_grosso.
htm Bibliografia
http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/indexint.php?sid=262

História e Geografia do MT 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


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PROVA SIMULADA
ocupadas por latifúndios pecuaristas;
1 - O Tratado de Madri praticamente definiu a atual
(C)no início do século XIX, a economia da borracha provocou
configuração do território brasileiro, estabelecendo as
um aden-
fronteiras entre terras espanholas e portuguesas. O
princípio que orientou os negociadores desse tratado
estabelecia que:
(A)as populações locais, nas regiões em litígio,
podiam escolher a metrópole à qual se submeteriam;
(B)a ocupação das regiões fronteiriças seria resolvida
mediante inter- venção militar;
(C)a posse definitiva das áreas em litígio seria definida
por compra e indenizações;
(D)a demarcação da fronteira nas regiões litigiosas seria
estabelecida pelas populações locais;
(E)a posse das terras caberia àqueles que as estivessem
ocupando.

2 - Sobre o povoamento de Mato Grosso, assinale a


alternativa ERRA- DA:
(A)no início do século XVIII, nas antigas áreas de
mineração, foram instaladas as primeiras vilas, como
Vila Bela e Cuiabá;
(B)ao longo do século XIX, as áreas de cerrado foram
História e Geografia do MT 64 A Opção Certa Para a Sua Realização
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samento da ocupação ao longo dos rios;
(D)nas primeiras décadas do século XX, iniciou-se a
ocupação pioneira das terras de mata com lavoura
comercial;
(E)nas últimas décadas do século XX, processou-se a
ampliação da fronteira agrícola com a implantação de
empresas de agricultura moder- nizada.

3 - Sobre os motivos da Guerra do Paraguai avalie


as afirmativas a seguir:
I - Os países que utilizavam os rios da bacia platina
mantinham relações diplomáticas tensas devido a
questões sobre a livre navegação dos rios. II - O conflito
teria sido fomentado pelo imperialismo inglês, que não
aceitava o desenvolvimento autônomo adotado pelo
Paraguai.
III - O processo de formação dos Estados nacionais na
América Latina deu origem a países com fisionomia
própria e, a partir daí, à luta entre eles por uma
posição dominante no continente.
(A)apenas a afirmativa I está correta;
(B)apenas a afirmativa II está correta;
(C)apenas a afirmativa III está correta;
(D)apenas as afirmativas I e III estão corretas;
(E)todas as afirmativas estão corretas.

História e Geografia do MT 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


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8 - A economia de Mato Grosso, após a divisão de 1977,
apresenta crescimento expressivo devido à expansão da
4 - “Em uma sociedade não industrializada, o núcleo urbano agricultura. Sobre a agri- cultura mato-grossense analise as
tem variadas funções – centro comercial, pólo de relações e afirmativas a seguir:
comunicações, sede dos organismos de educação, entre I - Os cultivos de soja e de algodão ocupam as maiores áreas
outras. Ele é sempre um elemento de organização do meio cultivadas e aplicam modernas técnicas agrícolas.
rural circundante e sede do poder político. Nele se II - O aumento da produção agrícola é consequência do
concentra a autoridade sobre a redondeza”. aumento da área cultivada e do aumento do rendimento por
Queiroz, Maria Isaura Pereira de in HGCB, volume I, unidade de área.
cap.III. pág.180 No Brasil, na passagem do Império para III - A explosão agrícola atraiu numerosa população de
a República persistia essa imigrantes na sua maioria provenientes da Região Sul.
estrutura econômico-política e com ela persistiam os
“coronéis”. A origem dessa denominação marcial está:
(A)nos títulos da Guarda Nacional criada, depois da
independência, para auxiliar na manutenção da ordem e
para defender a Constituição;
(B)na hierarquia dos postos do exército brasileiro surgida,
após a Guerra do Paraguai, para promover o policiamento
local;
(C)no prestígio dos líderes políticos, no final do
Império, devido aos direitos de herança e à capacidade
de prestar favores;
(D)na concessão de títulos de nobreza pelo imperador,
depois da maio- ridade, para prevenir revoltas regionais;
(E)na ação da Igreja, desde o período colonial,
determinada a manter a hierarquia social e o prestígio dos
“homens bons”.

5 - “Espalhada a notícia de que os “adotivos”, que


formavam o poder econômico da Província, preparavam-se
para eliminar as mais importan- tes figuras ligadas à
exaltação nacionalista, os “zelosos” decidiram tomar a
iniciativa. Na noite de 30 de maio de 1834 iniciou-se a
desordem: assalto às residências dos adotivos, ataques e
saques no comércio.” História Geral da Civilização
Brasileira, parte II, volume 2, pág. 182.
Este episódio é conhecido como:
(A)a crise;
(B)a rusga;
(C)a noite;
(D)o pronunciamento;
(E)o levante.

6 - Os governos militares deram início, na década de 70 do


século pas- sado, a uma política de integração e ocupação
espacial da qual o estado de Mato Grosso é grande
beneficiário.
Entre as ações que orientaram essa política temos a:
(A)instalação de grandes projetos agropecuários
mediante incentivos fiscais;
(B)implantação de uma infra-estrutura viária graças às
parcerias público- privadas;
(C) construção de usinas termelétricas devido ao
baixo preço do gás importado da Bolívia;
(D)adoção de uma estrutura fundiária menos
concentrada devido à abundância do fator terra;
(E)implantação de projetos extrativistas segundo os
critérios de desen- volvimento sustentável.

7 - “Segundo alguns organismos internacionais de


proteção ambiental, um dos biomas brasileiros mais
ameaçados devido às pressões sócio- econômicas é o
cerrado. A estimativa é que, a cada ano, desaparecem
dois milhões
de hectares da cobertura original. Se essas pressões
continuarem o bioma pode desaparecer até 2030”.
Folha de São Paulo, 04/02/2005
As atividades que mais contribuem para essa situação são:
(A)a produção de carvão e a expansão da agricultura;
(B)o crescimento do agronegócio e a extração mineral;
(C)a expansão da pecuária e a atividade siderúrgica;
(D)o extrativismo vegetal e a pesca predatória;
(E)a construção de hidrelétricas e a indústria madeireira.

História e Geografia do MT 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vista da produ- ção, um verdadeiro espaço natural, onde
IV - A ocupação da “fronteira agrícola” deu origem a uma agricultura e uma pecuária extensivas são praticadas
graves conflitos pela propriedade da terra. ao lado de uma atividade elementar de mine- ração. Com a
(A)apenas as afirmativas I e II estão corretas; redescoberta do cerrado, graças à revolução técnicocientí-
(B)apenas as afirmativas III e IV estão corretas; fica, criaram-se as condições locais para uma agricultura
(C)apenas as afirmativas II e III estão moderna, um consumo diversificado e, paralelamente, uma
corretas; (D)apenas as afirmativas I, nova etapa de urbaniza- ção, em virtude também do
III e IV estão corretas; equipamento moderno do país. Graças às novas
(E) todas as afirmativas estão corretas. relações espaço/tempo, cidades médias relativamente
espaçadas de- senvolvem-se com rapidez, instalando de
9 - O desmatamento e as queimadas, provocadas por uma só vez toda a materialida-
produtores rurais para a abertura de novas áreas de
plantio, constituem as principais ameaças ao meio
ambiente mato-grossense. Entre as consequências do
desmatamento temos, EXCETO:
(A)a diminuição da lâmina d’água dos rios devido ao
assoreamento causado pela erosão;
(B)a alteração do regime dos rios devido à destruição das
matas ciliares;
(C)a diminuição do efeito estufa pela maior absorção de
gás carbônico pelas plantas devido à fotossíntese;
(D)o aumento da velocidade de escoamento das
águas superficiais devido à retirada da cobertura
florestal;
(E)a mudança das condições climáticas regionais
devido à diminuição da evapo-transpiração.

10 - Os ecossistemas que ocupam maior área em Mato-


Grosso são:
(A)a floresta pluvial, o cerrado e o pantanal;
(B)o cerrado, a caatinga e a mata tropical;
(C)os campos de altitude, o pantanal e o cerrado;
(D)os manguezais, a floresta pluvial e o cerrado;
(E)os campos sujos, o cerrado e o cerradão.

11 - “Os projetos de desenvolvimento sustentável


visam à explora- ção do ambiente de maneira a
garantir a perenidade dos recursos ambientais
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de
forma social- mente justa e economicamente
viável.”
Atlas Geográfico Escolar. IBGE. 2002.
São consideradas atividades de uso sustentável
dos recursos naturais, EXCETO:
(A)extração de madeira, de acordo com um plano de
manejo;
(B)coleta controlada de produtos florestais;
(C)pesca controlada;
(D) controle de populações de animais silvestres
em unidades de conservação;
(E)agricultura familiar nas frentes de expansão.

12 - Além da atuação do Estado no reordenamento


territorial, grupos privados e particulares, estimulados
pelas políticas públicas, implantaram numerosos projetos
de colonização em Mato Grosso.
Oliveira, Ariovaldo U. Agricultura Brasileira:
transformações recentes. EDUSP. 2001.
Sobre as consequências espaciais desses projetos,
analise as afirmati- vas a seguir:
I - fizeram surgir cidades como Sinop, Sorriso e
Alta Floresta; II - estimularam os fluxos
migratórios inter-regionais;
III - abriram novas fronteiras agrícolas;
IV - intensificaram os conflitos entre sem-terra, posseiros e
grileiros;
(A)apenas as afirmativas I e III estão corretas;
(B)apenas as afirmativas II e IV estão corretas;
(C)apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas;
(D)apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas;
(E)todas as afirmativas estão corretas.

13 - “Durante quatro séculos Mato Grosso é, do ponto de


História e Geografia do MT 67 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ora se uniam, ora se separa- vam, de acordo com seus
de contemporânea indispensável a uma economia exigente interesses.
de movimen- to.” c. O poder das oligarquias e dos coronéis foi obstáculo para
Santos, Milton. O Brasil: território e sociedade no início que os governantes pudessem levar a contento os seus
do século XXI. Ed.Record. São Paulo, 2001. projetos, uma vez que esses se negavam a afirmar alianças
Sobre o processo de urbanização de Mato Grosso NÃO e compromissos.
podemos afirmar que: d. As disputas entre o comerciante Generoso Ponce e o
(A)a concentração da população em núcleos urbanos usineiro Totó Paes, foram marcadas pela cordialidade e alto
isolados é expli- cada pela descontinuidade do nível, chegando sempre a um entendimento aceito por todos.
povoamento; e. A ascensão de Dom Aquino Corrêa ao governo de Mato
(B)o dinamismo das cidades médias é consequência de Grosso signi- ficou o predomínio de uma das frações
uma ocupação espacial feita a partir de grandes oligárquicas na disputa conhecida como “Caetanada”.
investimentos de capital;
(C)a presença de uma classe média urbana de alto
poder aquisitivo justifica a modernidade dos serviços e
equipamentos de lazer;
(D)o rápido processo de urbanização ocorre paralelamente
à abertura de novas frentes de expansão do povoamento;
(E)a concentração fundiária atua como freio às
mudanças sociais e econômicas, desacelerando o
processo de urbanização.

14.Ao sistema de abastecimento e de transporte de


pessoas, implemen- tado através dos rios, que se dirigiam
a Mato Grosso no período colonial, deu-se o nome de
Monções. Em relação a esse sistema, é incorreto afirmar.
a. Os varadouros eram partes do trajeto, em que as canoas
e as baga- gens eram carregadas no ombro dos índios ou
dos africanos, atraves- sando trechos de terra, localizados
entre as cabeceiras dos rios navega- dos.
b. Os índios aliados auxiliaram os paulistas como guias nas
viagens, uma vez que dominavam as melhores rotas a
percorrer, identificavam as cachoeiras, suas transposições
e os varadouros.
c. Esse sistema era feito duas vezes ao ano e a viagem
durava de quatro a seis meses, dependendo do volume das
águas.
d. As monções que se dirigiam de São Paulo para Mato
Grosso percorri- am um único roteiro, saindo de Porto
Feliz, seguindo pelos rios Tietê, Grande, Pardo, Coxim,
Taquari, Paraguai, São Lourenço e Cuiabá.
e. Os produtos agrícolas, de primeira necessidade, como o
feijão, a mandioca, a farinha de mandioca, a cachaça e o
açúcar eram produzidos em localidades próximas a Cuiabá.
Tudo o mais de que os mineradores necessitavam,
chegavam das capitanias de São Paulo ou do Grão-Pará.

15.Quanto à Rusga, revolta que se desenvolveu em Mato


Grosso duran- te a Regência, pode-se afirmar.
a. Foi composta majoritariamente pelos Caramurus, grupo
político que desejava o retorno de Dom Pedro I e a volta
do Brasil à condição de colônia.
b. Havia uma forte articulação dos revoltosos com
movimentos seme- lhantes que se desenvolviam no Pará,
na Bahia e no Rio Grande do Sul.
c. Foi um movimento popular, tendo sido plural em suas
reivindicações, como a defesa da abolição da escravatura.
d. Os liberais radicais, liderados por Poupino Caldas,
desejavam, com a Rusga, expulsar da província e
exterminar o poder dos grandes comerci- antes,
proprietários de terras e de escravos.
e. Foi organizada pela Sociedade dos Zelosos da
Independência, com- posta por elementos da elite
burocrática, profissionais liberais e compo- nentes da
Guarda Nacional.

16.Nas primeiras duas décadas da República em Mato


Grosso, ocorre- ram intensas disputas políticas, tendo
como marca o fenômeno do coro- nelismo. É característico
desse processo.
a. Ausência de violência nas disputas políticas e solução
das divergên- cias por intermédio de acordos e alianças.
b. Em Mato Grosso o poder e influência das oligarquias
estavam concen- tradas nas mãos de diversas famílias, que
História e Geografia do MT 68 A Opção Certa Para a Sua Realização
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quando esta optou pela pequena propriedade da terra e
17.Com a Revolução de 1930 e a chegada ao poder de pela diversificação da lavoura.
Getúlio Vargas, o Brasil ganhou uma nova configuração e. Os antigos caboclos que moravam nessa região,
política. Em relação a este período em Mato Grosso, sobretudo no norte de Mato Grosso, e que viviam da
não se pode afirmar. agricultura de subsistência e do extrati- vismo, foram os
a. As ações repressivas tomadas pelo primeiro mais beneficiados com essa ‘nova ocupação’.
interventor em Mato Grosso, Antonino Mena Gonçalves,
foram bem recebidas pela oligarquia agrária do Estado. 20.A crise econômica mundial deflagrada no segundo
b. A parte sul do então Estado de Mato Grosso, sob o semestre de 2008 deixou em alerta os agricultores e
comando do general Bertoldo Klinger, aderiu à pecuaristas de Mato Grosso. Nesse sentido, é correto
Revolução Constitucionalista de 1932, encabeçada por afirmar.
São Paulo, arregimentando tropas e enviando-as para o a. A totalidade dos produtos do campo matogrossense é
conflito. vendida no mercado interno e, portanto, não tem qualquer
c. A adesão dos habitantes da parte sul do Estado de relação com a crise inter- nacional.
Mato Grosso à Revolução Constitucionalista de 1932 b. A agricultura e a pecuária mato-grossenses são
teve como consequência a forma- ção de um governo subsidiadas pelo governo federal e por isso estão imunes
independente de Cuiabá, gerando assim uma duali- a qualquer diminuição do con- sumo dos países
dade governativa. estrangeiros.
d. O governo do interventor Júlio Muller foi marcado por
obras que muda- ram a paisagem urbana de Cuiabá,
como, por exemplo, a construção do Cine Teatro Cuiabá,
do Grande Hotel e da avenida Getúlio Vargas.
e. A Marcha para o Oeste, desenvolvida durante o
governo Vargas, visava ocupar extensas áreas de
terras do oeste brasileiro, processo este, que resultou
na formação de cidades na região sul do Estado de
Mato Grosso.

18.Em relação à história do movimento que levou


ao processo de divisão do Estado de Mato Grosso,
é correto afirmar.
a. A divisão do Estado de Mato Grosso e a criação do
Estado de Mato Grosso do Sul foram resultado de um
processo democrático desenvolvi- do durante o governo
do general Ernesto Geisel.
b. Antes da decisão do presidente Ernesto Geisel, de
dividir o Estado de Mato Grosso essa questão não havia
sido objeto de debates, ações e disputas entre
lideranças políticas das regiões sul e norte do Estado.
c. Essa cisão territorial representou a concretização de
lutas históricas, defendidas por lideranças políticas do
sul de Mato Grosso, que remon- tam ao final do século
XIX.
d. A divisão não foi um processo tranquilo porque as
lideranças políticas de Cuiabá e Campo Grande tinham
interesses e objetivos comuns.
e. Os dois Estados, resultantes da divisão, tiveram seu
desenvolvimento econômico e populacional
comprometidos por aquele processo.

19.Leia o texto abaixo:


A colonização na década de 1970 teve um peso
determinante para essas regiões. Expressando a
realidade da ‘nova ocupação’, Rondônia e Mato Grosso
viram nascer cidades e municípios, cuja expansão e
organização foram fundamentais à conformação de um
espaço social, em que os investimentos capitalistas, a
constituição de um mercado de mão-de-obra e a
extensão de um poder político tiveram um lugar
privilegiado. (GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz. A
lenda do ouro verde: política de colonização no Brasil
contemporâneo. Cuiabá: Unicen,
2002. p. 144). Sobre o tema,
assinale a alternativa correta.
a. As novas cidades a que o texto se refere são Alta
Floresta, Sinop e Vila Bela da Santíssima Trindade.
b. O atual estado de Rondônia, referido no texto, foi
desmembrado de Mato Grosso em 13/09/1943 pelo
Decreto-lei 5.812.
c. O espaço social e geográfico mato-grossense, na
década de 1970, era ocupado por diversos povos
indígenas, dentre eles os Bororo e os Paia- guá.
d. A ‘nova ocupação’ a que o texto se refere foi um
exemplo de coloniza- ção racional dos recursos naturais
História e Geografia do MT 69 A Opção Certa Para a Sua Realização
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e. Comissão Especial de Terras.
c. A agricultura mato-grossense tem por base a
diversificação da produ- ção em pequenas e médias 24. Uma das principais atividades da economia mato-
propriedades, o que a torna adaptável às mudanças grossense, no final do século XIX e nas primeiras décadas do
externas. XX, foi a produção de açúcar e aguardente em larga escala
d. O maior mercado dos produtos do campo pelas chamadas usinas.
matogrossense é a União Europeia que, até este Assinale a alternativa correta.
momento, está imune à crise econômica nortea- a. Devido ao uso de tecnologia avançada, os trabalhadores
mericana. das usinas eram altamente qualificados e,
e. Uma parte significativa da produção agropecuária de consequentemente, tinham boa remune- ração.
Mato Grosso é exportada para os mercados europeu e
asiático que foram, em diferentes níveis, afetados pela atual
crise econômica.

21.A escravidão negra em Mato Grosso teve início


concomitantemente com a mineração no século XVIII e
continuou a existir em outras ativida- des econômicas
mesmo depois da decadência das minas. Na segunda
metade do século XIX, a cidade de Cuiabá concentrava
uma quantidade expressiva de escravos.
Sobre o tema, assinale a alternativa incorreta.
a. Os escravos que viviam na cidade, longe de feitores e
capatazes, eram vigiados pela polícia que era
responsável pela conservação da ordem e dos
interesses dos seus proprietários.
b. Muitos escravos que trabalhavam no campo, algumas
vezes, cultiva- vam um pequeno roçado, cujo excedente
era vendido, obtendo-se assim um pequeno pecúlio.
c. O aluguel de escravos foi uma prática muito comum em
Mato Grosso e era realizado tanto por particulares como por
órgãos provinciais.
d. O escravo de ganho era uma prática
predominantemente urbana e dentre as principais
atividades que realizava, destacam-se a venda de doces
e quitutes e o abastecimento das casas de água potável.
e. Os escravos podiam ter ‘casas de negócio’, uma
atividade à parte, que não era condicionada à autorização
do seu senhor.

22.Para muitos historiadores, as práticas políticas durante


a Primeira República em Mato Grosso (1889-1930) tiveram
algumas características que as aproximavam das de outras
unidades da federação e de outras que as singularizavam.
Com relação ao tema, assinale a alternativa correta.
a. O confronto armado entre grupos políticos rivais foi uma
exceção em Mato Grosso, durante esse período.
b. A violência política em Mato Grosso, nesse período,
pode ser explica- da pela existência de uma sociedade
urbana e industrial.
c. A propriedade de grandes extensões de terra e o
controle de um considerável contingente de trabalhadores
constituem um dos pilares do mandonismo dos chefes
políticos do período no Estado.
d. A violência política do período foi, em grande medida,
amenizada devido à organização dos trabalhadores rurais
que exigiam maior trans- parência nas ações políticas.
e. Mesmo devido à predisposição para o conflito armado, os
partidos políticos rivais no Estado possuíam um programa
amplo de reformas das bases econômicas e sociais que
incluía a participação efetiva das mulhe- res.
Postado por Edenilson Morais

23. O movimento promovido pelo Governo Federal


objetivando a ocupa- ção e colonização das terras mato-
grossenses, sob o patrocínio do presidente Getúlio Vargas,
e implementado, principalmente, a partir de 1937, tinha
como meta fazer com que as fronteiras econômicas e políti-
cas se convergissem para que a nação se constituísse
territorialmente num bloco homogêneo foi denominado de:
a. Programa de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil –
POLONORO- ESTE.
b. Marcha para o Oeste.
c. Expedição Roncador-Xingu.
d. Instituto de Terras de Mato Grosso – INTERMAT.
História e Geografia do MT 70 A Opção Certa Para a Sua Realização
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a) à Rusga.
b. A maioria das usinas se localizava às margens dos rios b) à rebelião de Tanque Novo.
para facilitar o escoamento da safra e transportar a cana c) ao conflito de limites com o Amazonas.
para processamento. d) à rebelião comandada pelo coronel Mascarenhas.
c. A produção açucareira em Mato Grosso, no referido
período, era superada apenas pela extração da poaia, em 28. Leia o texto da historiadora Regina Beatriz Guimarães
termos de arrecadação de impostos. Neto que contempla a colonização da região Centro-Oeste,
d. A maior parte da produção das usinas era exportada no
para a Europa e os Estados Unidos. contexto da década de 70 do século XX.
e. Os proprietários das usinas tiveram pouca ou nenhuma “Esses projetos de colonização passaram a ser um
participação na vida política de Mato Grosso durante esse instrumento de poder do Estado para direcionar o
período. deslocamento, sobretudo de pequenos proprietários, do Sul
para o Norte. Para a ditadura militar, era prioritário controlar
25. Entre dezembro de 1864 e meados de setembro de os movimentos sociais no campo. A “questão da terra” era
1865, o Paraguai esteve na ofensiva militar, ao invadir o um problema de segurança nacional. Por isso, as empresas
território brasileiro e o argentino. Solano López planejou de colonização se beneficiaram dos incentivos financeiros
uma guerra relâmpago que, se bem-sucedida, resultaria do Estado, através da Supe-
em um novo equilíbrio de poder no Prata. O plano, porém,
foi frustrado por um conjunto de fatores. (...) Envolvido por
uma guerra inesperada, o Império do Brasil foi
surpreendido com o Exército despre- parado a ponto de,
seis meses depois de iniciada a luta, não ter conse- guido
tomar a ofensiva. Mato Grosso (...) tornou-se alvo fácil
para a invasão paraguaia. (Francisco Fernando
Manteoliva Doratioto,Maldita guerra - Nova história da
Guerra do Paraguai) Na Guerra do Paraguai, as
operações militares paraguaias começaram com a
invasão do Mato Grosso, que pode ser explicada pela
a) disputa territorial entre o Mato Grosso e a Bolívia.
b) interferência do Mato Grosso na guerra do Chaco.
c) recusa do Brasil em permitir a livre navegação no Prata.
d) condição de ser a província mais isolada e desprotegida
do Império.

26.Eram sem conta os exageros que logo correram


mundo a respeito das novas minas e a fama de Cuiabá
(...) De granetes de ouro, contava- se, serviam-se os
caçadores em suas espingardas, à guisa de chumbo, e de
ouro eram as pedras em que nos fogões se punham as
panelas. A tanto chegava a abundância do metal precioso
que, arrancando-lhe touceiras de capim nos matos,
vinham as raízes vestidas de ouro. Mas não era essa
riqueza que a princípio impelira os sertanistas para o
remo- to sertão. (...) O primeiro paulista (...) a alcançar as
beiradas do Rio Cuiabá foi, ao que se sabe, Antônio Pires
de Campos e este ia, não em busca do metal precioso (...)
O segundo foi Pascoal Moreira Cabral (...) (Sérgio
Buarque de Holanda, As Monções, In: História Geral da
Civiliza- ção Brasileira) A presença dos sertanistas nas
origens do Mato Grosso está diretamente relacionada
com a
a) produção de açúcar para o mercado externo.
b) exploração da erva-mate para o consumo interno.
c) procura e captura de índios para serem escravizados.
d) demarcação das fronteiras com a América espanhola.

27. Espalhada a notícia de que os adotivos, que


formavam o “poder econômico” da Província, preparavam-
se para eliminar as mais importan- tes figuras ligadas à
exaltação nacionalista, os “zelosos” decidiram tomar a
dianteira. (...) Reunidos na residência de Joaquim de
Almeida Falcão, presidente da Câmara de Cuiabá e dos
“zelosos” (...) deliberaram agir imediatamente. E na noite
de 30 de maio de 1834, tomado pela Guarda Nacional o
quartel dos Municipais Permanentes, armada a tropa
desen- freada, cercadas as casas dos adotivos de maior
evidência, a um toque de clarim, que era o sinal
combinado, iniciou-se a desordem: assaltos às
residências de adotivos, ataques e saques no comércio.
(Arthur Cezar Ferreira Reis, Mato Grosso e Goiás, In:
História Geral da Civilização Brasileira) O fragmento faz
referência
História e Geografia do MT 71 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
destacou-se Descalvados, construída durante o período
rintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e imperial, próxi- mo à cidade de Cáceres, às margens do rio
da Superin- tendência de Desenvolvimento Sustentável do Paraguai.
Centro-Oeste (Sudeco) e outros programas ou projetos ( ) Atualmente, a pecuária constitui o mais importante ramo da
governamentais…” economia do estado, sendo a carne bovina o principal
(Revista Nossa História, Ano 2, nº 19, pp 34-38) produto de exportação para o mercado
Sobre a colonização do estado de Mato Grosso àquela externo. Marque a sequência correta.
época, assinale a afirmativa INCORRETA. A) F, F, V, V
A) Houve desvio, em algumas áreas, dos projetos iniciais de B) V, V, V, F
assenta- mento de colonos, sendo a pecuária e a agricultura C) F, V, F, F
abandonadas como atividades principais, em benefício do D) V, F, V, V
extrativismo mineral. E) F, V, F, V
B) As relações com os povos indígenas foram tensas e
conflituosas, marcadas por invasões de seus antigos
territórios e por deslocamentos desses grupos para outras
áreas.
C) Parte dos pequenos agricultores e dos trabalhadores que
desbrava- ram a região não conseguiu se efetivar como
produtores rurais.
D) A expansão da fronteira agrícola não se fez com base em
modernas técnicas de manejo, nem com preocupações de
preservação ambiental.
E) Os projetos de ocupação foram organizados apenas por
empresas colonizadoras e por grupos privados.

29. Um dos componentes da base econômica de Mato


Grosso é o turis- mo. A coluna da esquerda apresenta
quatro pólos turísticos do Estado e a da direita algumas de
suas características. Numere a coluna da direita de acordo
com a da esquerda.

( ) Atrai visitantes interessados em conhecer a


biodiversidade da Floresta Amazônica. Na região do rio
Teles Pires é possível observar pássaros exóticos e
macacos de espécies raras.
( ) Local onde se localizam as praias do rio Araguaia que
atraem turistas para o Festival de Praia de Inverno. Oferece
também turismo de aventura nas serras do Roncador e
Azul.
( ) Atrai turistas que praticam o ecoturismo e o turismo de
pesca. Carac- teriza-se pela exuberante biodiversidade que
se distribui em um mosaico de áreas secas, alagadas e
parcialmente inundadas.
( ) Seu potencial deve-se à beleza das cachoeiras como a
Véu da Noiva e a das Andorinhas. Possui ainda sítios
arqueológicos e
cavernas como a Casa de Pedra, a Lagoa Azul e a Gruta
do Francês. 1 – Chapada dos Guimarães
2 – Pantanal Mato-
grossense 3 – Leste
Mato-grossense
4 – Norte Mato-
grossense Assinale a
sequência correta. A) 3,
1, 4, 2
B) 1, 2, 3, 4
C) 4, 3, 2, 1
D) 4, 3, 1, 2
E) 3, 1, 2, 4

30. A partir das últimas décadas do século XIX, a pecuária


passou a ocupar papel de destaque na economia mato-
grossense.
Sobre o assunto, assinale V para as afirmativas verdadeiras
e F para as falsas.
( ) A intensificação da navegação pelo rio Paraguai, a partir
de 1870, proporcionou a vinda de várias empresas,
inclusive estrangeiras, para a então Província de Mato
Grosso visando à exploração da pecuária.
( ) A Primeira Guerra Mundial acelerou a expansão das
indústrias de charque que exportavam parte significativa da
produção para a Europa a fim de abastecer as tropas.
( ) Dentre as indústrias de transformação dos subprodutos
bovinos charque, caldo de carne, secamento do couro,
História e Geografia do MT 72 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) eliminou as queimadas naturais e antrópicas na região
com o uso e irrigação por gotejamento.
31. As proposições a seguir apresentam termos
relacionados ao meio ambiente usados sos estados 34. Assinale a alternativa correta que associa, de forma
brasileiros, inclusive em correta, a área do Centro-Oeste, com a atividade econômica
Mato Grosso. Sobre esses termos e seus significados, mais importante aí pratica- da:
assinale V para as proposições em que a relação termo- a) Chapada dos Guimarães/ coleta de babaçu.
significado é b) Sul e Mato Grosso do Sul/ mineração de quartzo.
verdadeira e F para as proposições em que a relação é c) Serra dos Parecis/ extração do manganês.
falsa. d) Planície do Pantanal/ criação extensiva de gado.
( ) Arco do Desflorestamento – faixa contínua de e) Espigão Mestre/ extração de látex.
desmatamento que inclui o norte de Mato Grosso.
( ) Política Estadual de Recursos Hídricos – norma legal
que institui as formas de uso das águas provenientes das
precipitações pluviométricas. ( ) Defeso ou piracema –
período em que a pesca é proibida para asse- gurar a
reprodução dos peixes.
( ) Sistema Estadual de Unidades de Conservação –
legislação que normatiza o uso das áreas naturais
destinadas à conservação das pasta- gens nativas.
Assinale a sequência correta.
A) F, F, V, V
B) V, V, F, F
C) F, V, F, V
D) V, F, V, F
E) F, V, V, F

32. Sobre características geográficas e questões


ambientais de Mato Grosso, assinale a afirmativa
INCORRETA.
A) Os rios mato-grossenses que integram a Bacia
ParaguaiParaná drenam a porção norte do Estado;
caracterizam-se
pelo escoamento lento, propício à construção de
hidrelétricas que podem causar danos ao meio ambiente.
B) O cerrado é um tipo de vegetação que recobre grande
parte do territó- rio mato-grossense, formado por
arbustos,
gramíneas e árvores de galhos retorcidos e casca grossa,
cada vez mais ameaçado pela implantação de projetos
agropecuários.
C) Em Mato Grosso predominam dois tipos climáticos:
Clima Equatorial Úmido na porção norte e Clima Tropical
Alternadamente Seco e Úmido, na porção centro-sul e
leste; no período seco, a qualidade do ar é prejudicada
devido
ao elevado número de queimadas.
D) A fauna mato-grossense possui grande variedade de
espécies distri- buídas pelas diferentes paisagens
vegetais;
algumas, como a arara-azul, estão ameaçadas pelo
tráfico ilegal de animais silvestres.
E) Os solos do Estado de Mato Grosso apresentam
diferentes graus de fertilidade e, pela retirada da
vegetação nativa,
ficam desprotegidos resultando na lixiviação dos
nutrientes e consequen- te empobrecimento.

33. A partir da década de 80 do século XX, programas


agrícolas promo- veram o desenvolvimento da região
Centro-Oeste do Brasil. Isso foi realizado com grande
aplicação de capital e utilização de técnicas agríco- las
avançadas. Podemos afirmar que a substituição das
formações do cerrado pela agricultura mecanizada, entre
outras características:
a) foi favorecida pela grande fertilidade de suas terras
planas, próprias dos chapadões.
b) aumentou a tendência natural de processos erosivos
por interferências antrópicas, como a compactação do
solo.
c) desnudou extensas áreas de mares de morros,
provocando assorea- mento de rios, como o Araguaia.
d) gerou poucos impactos ambientais, tendo em vista a
substituição de uma cobertura vegetal por outra.
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
35.Analise as afirmativas sobre o potencial econômico
do estado de Mato Grosso.
I – Mato Grosso se destaca no cenário econômico
nacional por ser grande produtor de soja, cereais e
algodão, além de possuir grande rebanho bovino.
II – O setor de serviços, responsável por 55% do Produto
Interno Bruto (PIB) estadual, está diretamente ligado à
agropecuária.
III – Na Região Centro-Oeste, o PIB de Mato Grosso é
superior apenas ao de Mato Grosso do Sul.
IV – O turismo em Mato Grosso é impulsionado pelas
belezas naturais do estado, com destaque para o Parque
Nacional da Chapada dos Guima- rães.
V – O setor industrial está em constante expansão,
sobretudo os seg- mentos alimentício, couro-calçadista e
celulose.
Portanto, as afirmativas corretas são:
a) Somente as alternativas I e II
b) Somente as alternativas I e IV
c) As alternativas I, II, IV e V
d) As alternativas I, IV e V
e) Todas as alternativas

RESPOSTAS
01. E 11. E 21. E 31. D
02. C 12. E 22. E 32. A
03. E 13. E 23. B 33. B
04. A 14. D 24. B 34. D
05. B 15. E 25. D 35. E
06. A 16. B 26. C 36.
07. A 17. A 27. A 37.
08. E 18. E 28. E 38.
09. C 19. B 29. C 39.
10. A 20. E 30. B 40.

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