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HISTORIA:
1. Período Colonial.
Os bandeirantes: escravidão indígena e exploração do ouro.
A fundação de Cuiabá: Tensões políticas entre os fundadores
e a administração colonial.
A escravidão negra em Mato Grosso.
Os Tratados de Fronteira entre Portugal e Espanha.
2. Período Imperial.
2.1 A crise da mineração e as alternativas econômicas da
Província.
2.3 A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai e a partici-
pação de Mato Grosso.
2.4 A economia mato-grossense após a Guerra da Tríplice
Aliança contra o Paraguai.
3. Período Republicano.
3.1 O coronelismo em Mato Grosso.
3.2 Economia de Mato Grosso na Primeira República: usinas
de açúcar e criação de gado.
3.3 Política fundiária e as tensões sociais no campo.
3.4 Os governadores estaduais e suas realizações
3.5 Desmembramento do Estado em MT e MS, ocorrido em
1977.
3.6. Criação e desmembramentos de municípios de Mato
Grosso.
Resumo histórico
O primeiro a desbravar a área que viria a constituir o
estado do Mato Grosso foi o português Aleixo Garcia (há
quem lhe atribua, sem provas decisivas, a nacionalidade
espanhola), náufrago da esquadra de Juan Díaz de Solís. Em
1525, ele atravessou a mesopotâmia formada pelos rios
Paraná e Paraguai e, à frente de uma expedição que chegou
a contar com dois mil homens, avançou até a Bolívia. De
volta, com grande quantidade de prata e cobre, Garcia foi
morto por índios paiaguás. Sebastião Caboto também
penetrou na região em 1526 e subiu o Paraguai até alcançar
o domínio dos guaranis, com os quais travou relações de
amizade e de quem recebeu, como presente, peças de metais
preciosos.
Os fantásticos relatos sobre imensas riquezas do interior
do continente sul-americano acenderam as ambições de
portugueses e espanhóis. Os primeiros, a partir de São Paulo,
lançaram-se em audaciosas incursões, nas quais prearam
índios e alargaram as fronteiras do Brasil. As bandeiras
paulistas chocaram-se com tropas espanholas do cabildo de
Assunção e com resistência das missões jesuíticas.
Ao par do progresso material, o Estado desenvolveu-se 2. (UFGD) Com relação ao período da história brasileira
culturalmente. No governo de Pedro Pedrossian, que conhecido como República Velha, é CORRETO afirmar o
governou por cinco anos, surgiram as universidades de seguinte:
Cuiabá e Campo Grande. Verificou-se a inauguração da
primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em
1969. Logo a seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do Brasil
por microondas, pela EMBRATEL, e logo pelo sistema de
Discagem Direta a Distância - DDI. Mato Grosso tornou-se
ponto de apoio ao governo federal para o projeto de
integração daAmazônia, desfraldado o slogan “integrar para
não entregar”.
Uma das consequências do desenvolvimento foi o
desmembramento do território, formando o Estado de Mato
Grosso do Sul, a 11 de outubro de 1977, através da Lei
Complementar nº. 31. O novo Estado foi instalado a 1º de
janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-
grossenses subiram à Presidência da República: Eurico
Gaspar Dutra e Jânio da Silva Quadros.
A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse
período com a desvalorização acelerada da moeda nacional.
Sem os suportes de projetos federais especiais para a
fronteira agrícola, os migrantes em parte se retiraram de Mato
Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o conjunto
de infra-estrutura de transporte. O projeto de estrada de ferro
ligando São Paulo a Cuiabá entra em fase de efetivação, a fim
de resolver parte dos problemas de transporte de grãos. O
projeto de uma zona de Processamento de Exportação entra
em fase de implantação. Visa-se exportar os produtos mato-
grossenses por via fluvial.
O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise
brasileira, a oca- sião de uma pausa no desenfreado trabalho
de progresso, ocupando-se com o aprofundamento da cultura
mato-grossense. Mato Grosso ingressa definitivamente na
idade da cultura, completando o desenvolvimento mate- rial,
comercial e industrial.
Fonte:
http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?sid
=261&cid=635
O coronelismo em Mato Grosso na República Velha
A Primeira República, ou República Velha, em Mato
Grosso, foi marca- da politicamente pela disputa entre as
oligarquias do Norte, composta pelos usineiros de açúcar, e
do Sul, composta por pecuaristas, comerciantes, ligados à
importação e exportação, e pelos coronéis da erva-mate.
Essas oligarquias alternaram-se no poder após lutas violentas
entre coronéis e seus bandos de lado a lado. Os episódios
mais graves dessas disputas foram: Massacre da Bahia
Garcez, em 1901; o assassinato do governador Totó Paz, em
1906; a Caetanada, em 1916, que culminou com a interven-
ção federal em Mato Grosso; Morbeck X Carvalinho
verdadeira guerra na região dos garimpos no Araguaia, em
Garças.
Roteiro de estudos: O Coronelismo
resposta: [D]
resposta:[B]
25 de
Francisco José Cardoso Júnior 29 de julho de 1871
dezembro de
1872
15 de 15 de
Floriano Peixoto
novembro de novembro de
1884 1885
Lista de Autoridades
CASA MILITAR
Palácio Paiaguás - Centro Político
Administrativo - CPA 78050-970 - Cuiabá
- Mato Grosso
Fones: (065) 3613.4200 / 3613.4204
www.casamilitar.mt.gov.br
Secretário-Chefe: ILDOMAR NUNES DE
MACEDO - Cel. PM Aniversário: 18/11
Secretária Adjunta: CLAÍCE CONCEIÇÃO BATISTA -
Major PM Secretário Adjunto de Segurança
Governamental: RACHID MOHAMED RACHID
HASSOUN - Cel. PM
Entre 1950 e 1970 as terras mato-grossenses Já no lado direito do rio a estrada seguia rumo ao norte,
representavam uma boa oportunidade de se aplicar, pois sempre acom- panhando a antiga estrada já existente desde o
eram baratas e havia mão-de-obra abun- dante. Ocorreu Posto Gil, pois os japone- ses já tinham aberto na década de 50
nestas décadas uma venda desenfreada de terras. Por serem uma colonização no rio Ferro, depois abandonada. A BR
baratas eram de fácil aquisição. Muitas vezes seus chegava finalmente a Vera, que Ênio Pipino estava colonizando
verdadeiros proprietários nem conheciam o tamanho de suas e seguindo até Sinop, também com colonização iniciada por
propriedades. Grandes áreas de latifúndio ficavam
abandonadas e improdutivas. Muitas dessas terras estavam
ocupadas por posseiros e quando os novos donos apareci-
am surgiam os inevitáveis conflitos em torno da legalidade
destas áreas.
A venda de terra se tornou tão indiscriminada que se
chegou a vender várias vezes a mesma área para pessoas
diferentes, formando-se assim várias camadas de
documentos ou escrituras "legais". Isso ocorria geral- mente
quando seus proprietários residiam no centro-sul do Brasil e
não vinham cercar suas áreas e nelas produzir. Compravam-
na apenas para posterior revenda ou utilização futura.
A partir de 1970 o governo federal passou a estimular
ainda mais a fi- xação de grandes empresas e fazendeiros na
região, oferecendo diversos tipos de condições, via SUDECO,
BASA e SUDAM. Estes incentivos eras acessíveis apenas
aos grandes proprietários. Acabou ocorrendo uma
concentração de terras perversa, tendo na atividade pecuária
a sua susten- tação maior. O POLOCENTRO motivou o
incremento de grandes proprie- dades nas áreas de cerrado
anteriormente desprezadas. Imaginava-se na década de 70
que, ocupando os espaços vazios da Amazônia, oferecia-se
uma solução para minimizar os sérios conflitos urbanos e
rurais no sul do país.
Vários fatores explicam a rapidez com que o Brasil
conseguiu construir a grande rede de rodovias na Amazônia.
O papel principal coube ao DNER, reformulado em 1969 para
exercer suas funções. Traçou logo os planos de rodovias que
interligassem a Amazônia. O principal objetivo do DNER era a
formação de uma rede unificada de estradas na qual seriam
levados em conta os interesses civis e militares, visando a
integração nacional. As razões reais sempre foram a
"Segurança Nacional" e de "Segurança e Desenvolvimento".
Rodovias federais de grande extensão tem sido as
precursoras da penetração colonizadora, tendo sido
construídas normal- mente com esta finalidade.
Em 1970 o espírito dominante era o de conjugar a
construção da Tran- samazônica e da Cuiabá-Santarém. É o
que se depreende da declaração do próprio ministro dos
transportes, Mário Andreazza, que na época afirma- va o
seguinte: "colocando a Amazônia e o planalto central, por
assim dizer, mais próximos das demais regiões do país e
particularmente do Nordeste, a Transamazônica e a
Cuiabá/Santarém, pela articulação que farão com outras
rodovias em construção no Oeste, contribuirão
poderosamente para a colonização também de áreas de
confluência dessas outras rodovias, beneficiando sobretudo o
estado do Amazonas, Acre e os territórios de Rondônia e
Roraima".
Em 1971 iniciou-se a construção da BR163
(Cuiabá/Santarém), pelo 9ºBEC, sediado em Cuiabá. Em
1976, após cinco anos de trabalho, a estrada já estava pronta
com uma extensão de 1.777 quilômetros, dos quais 1.114 em
território mato-grossense.
Segundo Samuel de Castro Neves, na época proprietário
História e Geografia do MT 57 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ênio. Consequentemente o asfaltamento da BR163 deveria
seguir por este trajeto rumo a Santarém.
José Aparecido Ribeiro, sabendo do traçado proposto
para asfaltamen- to da BR163, conversou com políticos de
Brasília, sugerindo mudanças, demonstrando a importância
e o encurtamento de distância do novo traça- do, de forma
que se envolve o eixo Mutum, Tapurah, Lucas do Rio Verde
e Sorriso, viabilizando a colonização dessas cidades com a
abertura da rodovia.
As colonizadoras Barra Fértil (Pacoval) e Trivelato
compraram as terras nesta região imaginando que o asfalto
seguiria o traçado antigo, depois abandonado. Com esta
mudança de traçado, Pacoval e Trivelato ficaram por longos
anos semi-abandonados, sofrendo com o isolamento e
adminis- trações pouco interessadas em seu
desenvolvimento.
Cinco anos após a sua inauguração quase todas as
matas ao longo da rodovia estavam derrubadas sem um
planejamento adequado, sem preo- cupação com a
ecologia, estando margeada por inúmeras fazendas, proje-
tos agropecuários, de colonização, minifúndios, etc. Na
temporada das chuvas todo norte do Estado ficava ilhado e
um enorme volume de dinheiro parecia perdido. A
população ficava sem alimentos e sem combustíveis,
produtos que passavam a depender da boa vontade de
aviões Búfalo da FAB e a preços inacessíveis a economia
popular.
Foi na esteira da construção da BR163 que surgiram
imediatamente as firmas de colonização particular, que
passaram a adquirir do estado ou de particulares ou mesmo
sob a forma de grilagem, grandes extensões de terras ao
longo da referida rodovia para a colonização, atraindo
basicamen- te pequenos e médios agricultores da região sul
do país. Assim foram surgindo localidades como Sinop,
Colíder, Alta Floresta, Terra Nova, Para- naíta, Sorriso,
Nova Mutum, Tapurah, Lucas do Rio Verde, Trivelato,
Paco- val, São Manuel, Vera, Juara, Nova Ubiratã, Novo
Mato Grosso, Feliz Natal, etc. Autoria: Fabrícia Carvalho
Urbanização No Estado De Mato Grosso
O Crescimento urbano de Mato Grosso faz parte da
política nacional de fronteiras agrícolas e do processo de
colonização de terras.
O Estado é uma região e ao mesmo tempo um conjunto
de regiões, com uma paisagem urbana diferenciada, pois
concentra uma parcela da população vivendo muito bem e
a outra vivendo em um ambiente urbano totalmente
degradado e sem mínima qualidade de vida. Prof. Dr.
Cornélio Silvano Vilarinho Neto/Geografia-UFMT
BR-070
Extensão: 825,2 km
Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com Goiás
História e Geografia do MT 50 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ferrovias, aberturas e pavimentações de estradas, avanço da
em Barra do Garça, na divisa com Goiás fronteira agrícola e outros grandes projetos. Contudo, todo
Por onde passa: Vila Rica, Confresa, Porto Alegre do esse processo tem sido conduzido, muitas vezes, sem
Norte, Alô Brasil, Ribeirão Cascalheira, Vila Ribeirão planejamento e/ou sem respeito às legislações vigentes,
Bonito, Dona Rosa, Matinha, Serra Dourada, Água Boa, desconsiderando as consequências des- sas ações ao
Cachoeira, Nova Brasília, Nova Xavantina, Indianópo- lis, ambiente e às sociedades de maneira geral.
Vale do Sonho
De tal modo, o avanço da fronteira de exploração dos
BR-163 bens naturais é vivenciado em todas as regiões brasileiras.
Extensão: 1067,5 km No Centro-Oeste, por exemplo, especialmente no Estado de
Origem/Destino: Começa na divisa do Mato Grosso com Mato Mato Grosso (MT), o cenário é um retrato fiel das
Grosso do Sul e termina em Guarantã do Norte consequências devastadoras ao ambiente e aos grupos
Por onde passa: Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da sociais em condições de vulnerabilidade, especialmente com
Cipa, São Vicen- te, Serra de São Vicente,Areão, Ponte a expansão agrícola para
Nova, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres,
Posto Gil, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso,
Sinop, Itauba, Santa Helena, Terra Nova do Norte, Peixoto
de Azevedo, Matapá
BR-174
Extensão: 1282 km
Origem/Destino: Começa em Porto Santo Antônio das
Lendas e termina em Igarapé do Sombra, na divisa de
Mato Grosso com o Amazonas
Por onde passa: Cáceres, Caramujo, Porto Esperidião, Cerro
Azul, Pontes e Lacerda, Conquista do Oeste, Nova
Lacerda, Córrego Dourado, Comodo- ro, Jataí, Padronal,
Castanheira, Passagem do Loreto, Aripuanã, Igarapé do
Natal, Colniza
BR-242
Extensão: 870 km
Origem/Destino: Começa em São Felix do Araguai, na
divisa de Mato Grosso com Tocantins, e termina em
Sorriso
Por onde passa: São Sebastião, Santa Cruz, Alto da Boa Vista,
Alô Brasil, Querência, Gaúcha do Norte, Água Limpa, Vale do
Xingu, Nova Ubiratã
BR-251
Extensão: 643,1 km
Origem/Destino: Começa em Aruanã, na divisa de Mato
Grosso com Goiás, e termina em Cuiabá
Por onde passa: Ribeirão Pindaíba, Nova Xavantina, Nova
Brasília, Córre- go Mimoso, Bar Rancharia, Chapada dos
Guimarães, Buriti
BR-364
Extensão: 1.361,5 km
Origem/Destino: Começa em Alto Araguaia, na divisa de Mato
Grosso com Tocantins, e termina na divisa com Rondônia
Por onde passa: Alto Garças, Pedra Preta, Santa Elvira,
Juscimeira, São Pedro da Cipa, São Vicente, Serra de São
Vicente, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres,
Posto Gil, Diamantino, Parecis, Gasômetro BR, Gasômetro
Sucuiúna, Campo Novo dos Parecís, Posto Norte, Córrego
Santa Cruz, Sapezal, Campos de Júlio, Jataí, Padronal
verde , exemplifi-
‘ ’
quem mais
investe em energias renováveis. Já conseguiu reduzir em
20% o nível de poluição em relação ao PIB. Mas, não
precisamos ir até a China para ver os sinais de mudança. No
Brasil também temos histórias de sucesso como é o caso de
Mato Grosso", diz o especialista.
"As estatísticas mostram que o ritmo do desmatamento da
Amazônia está diminuindo. A extensão das florestas
derrubadas caiu 74% entre 2004 e 2010. Os ambientalistas
xiitas não gostam de admitir, mas, no caso de Mato Grosso,
essa redução se deve diretamente aos ganhos de produtivi-
dade do agronegócio , disse o consultor que também é
”
ao
comentar uma das práticas sustentáveis adotadas pelo setor
em Mato Grosso.
Na entrevista, o especialista fez questão de frisar a
importância que pa- íses como o Brasil terão ao liderarem o
processo de transição para a nova
ordem mundial verde . Países em desenvolvimento terão de
‘ ’ “
criar formas
de elevar, e muito, a produtividade de sua economia para
suportar a inclu- são de 3 bilhões de pessoas na classe média
nos próximos 20 anos. Isso pressupõe criar políticas públicas
de estímulo à sustentabilidade e investir em maciçamente em
inovação e planejamento urbano, algo que os emer- gente
estão em condições de fazer, uma vez que não tiveram suas
finanças
corroídas pela crise global , finalizou Heller.
”
Tropical, Luís
Henrique Daldegan, que à época da criação do programa foi
secretário de Meio Ambiente em Mato Grosso.
Já avançamos e muito. Dos municípios que implantaram
o MT Legal 90% já concluíram o levantamento e
mapeamento de tudo. O MT Legal está sendo
potencializado e valorizado dentro do Código Florestal e sob
esse aspecto, estamos gerando conhecimento e exportando
experiência para o Brasil inteiro. Com certeza essa é uma
das nossas maiores vitórias,
porque nossa maior riqueza é a mudança de conceito , ”
Índio xinguano
Os povos indígenas, após encontros de migrações,
foram estabilizan- do o relacionamento entre si, como
nações em estado tribal. Respeitavam ou não, mas
conheciam os limites de rios ou vegetações ou altitudes.
Firmavam pactos de amizade ou de estado de guerra -
explícitos ou táci- tos.
No correr da história, até os dias de hoje, a ação dos
brancos não foi boa para os povos indígenas. Reduzidos à
escravidão alguns, guerreados outros, sofridos todos. Os
portugueses, espanhóis e brasileiros agiram sempre com
ares de superioridade, ignorando ou fingindo ignorar os
direi- tos dos povos indígenas. Os brancos, nos momentos
de necessidade, como na colonização, ou na Guerra do
Paraguai, favoreceram os povos indígenas, mas nunca os
situaram com igualdade, respeitadas as condi- ções típicas
tribais. Sempre os trataram como indivíduos isolados uns
dos outros. Não existe comunidade mais una do que a
indígena.
Não foi só a escravidão. Uma desdita para os povos
indígenas foi o processo de transmigração forçada, onde
muitas vezes parte do povo foi arrancada do habitat para
compor vida junto com outra tribo, a centenas de
quilômetros de distância, como ocorreu com parte do povo
paresi,arrancado da região dos rios Ferrugem e Macaco,
estes tributários da Bacia Amazôni- ca, para comporem vida
com o povo barbádo, na região dos rios Paraguai e Bugres,
tributários do Prata.
Passadas as guerras de conquista, o pior estava para
acontecer. Não se tomou providência para as condições
História e Geografia do MT 65 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
envolvem, considerando-se os constantes deslocamentos e
adentrando em Mato Grosso ou passando por aqui, tomando o esconderijos sob o manto protetor da floresta, onde
rumo do poente. pretensamente acreditam-se salvaguardados da destruição
O povo juruna fugiu da influência das missões; o povo civilizatória.
parintintím, pressionado por povos indígenas inimigos subiram Muitos desses grupos são remanescentes de povos
até a altura da barra do Rio Arinos e daí rumou para oeste. indígenas que há muito desapareceram dos registros históricos,
Programas oficiais intentaram sempre atrair os povos sendo dados como extintos. Outros são frações de povos que
indígenas para os costumes dos brancos. Por vezes força- ainda hoje resistem ao avanço, predatório e desordenado, do
ram a assimilação, sob denominação vela de aculturação, grande capital sobre as últimas áreas virgens daAmazônia, e
ignorando ou fingindo ignorar os direitos dos povos indígenas que se separaram em função de cisões internas ou disper- sões
à vida tribal. A aculturação ocorre naturalmente e não à força, inesperadas causadas pelas constantes fugas e guerras.
a mando.
Índios Isolados em Mato Grosso
Claude Levi-Strauss
Índios bororo
O Estado de Mato Grosso tem se caracterizado nas
últimas décadas por um desenvolvimento violento e
caótico em detrimento de seu ecossistema e de seus
habitantes primeiros. Dezenas de povos indíge- nas
constantemente violentados, outros exterminados por uma
postura pseudo-desenvolvimentista, mas que na realidade
não consegue sequer suprir as necessidades básicas de seus
munícipios, senão a ganância de seus governantes.
Não obstante este famigerado desenvolvimento, muitos
povos e grupos indígenas, remanescentes daqueles
exterminados, conseguiram resistir ao trágico confronto com
as frentes colonizadoras. Alguns ainda mantêm-se isolados
do contato com os vários segmentos nacionais. A estes
denomi- namos índios isolados.
Entende-se por índios isolados os povos ou grupos
indígenas que não mantém contato direto com nenhum
segmento da sociedade brasileira. Vulgarmente denominados
índios arredios. Esta alcunha por si expressa a ótica
pejorativa a que estão sujeitos estes grupos, constantemente
lesados em seus direitos e em sua identidade enquanto
culturas autóctones.
Estes grupos, autônomos ante a organização sócio-
econômica e políti- ca da sociedade nacional, mantém um
proposital distanciamento da popu- lação envolvente, por um
processo de fuga constante diante da presença avassaladora
do colonizador. Disto depreenderam a necessidade de um
afastamento singular, sem aliados substanciais, na tentativa
de se preser- varem das balas e bacilos do homem branco.
Em outros momentos este intenso nomadismo forçado se dá
por uma conjugação de fatores que também podem incluir o
acirramento de relações bélicas com povos indíge- nas
vizinhos, de índole mais aguerida e numericamente mais
forte.
Hoje se constata através de fontes diversas, a existência
atual de mais de meia centena de grupos indígenas isolados
em território nacional, sendo que no Estado de Mato Grosso,
existem, pelo menos oito grupos indígenas ainda sem contato.
A dificuldade em efetuar um levantamento preciso de dados
referentes a estes é inerente às circunstâncias que os
História e Geografia do MT 66 A Opção Certa Para a Sua Realização
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dos interesses desenvolvimentistas.
Urge, portanto, uma ação conjugada dos órgãos
competentes para sal- vaguardar a integridade física e A avaliação das ações antrópicas relativas aos índios,
cultural destes grupos, pois, mesmo diante da remete, pois, aos impactos negativos que incidem sobre as
especificidade da questão e latência dos conflitos aqui sociedades indígenas e suas aspirações e não, apenas, sobre
expressados de forma genérica, fica patente a urgência o ambiente contido pelas terras indígenas oficialmente
desta ação diante das contingên- cias especiais que os reconhecidas. Isto leva os índios a transmutação territorial;
envolvem. Numericamente frágeis, indefesos em seu desagregação social; desagregação cultural; deteriorização
sistema imunológico diante das doenças infecto- da saúde; dispersão demográfica e despopulação.
contagiosas, e distante de compreender a realidade que os
Indicadores de ações antrópicas
cerca, sobre eles paira uma constante e inexorável ameaça
de extinção a cada eventualidade de contato.
Casos como o massacre dos isolados Nambikwára do
Rio Omerê (RO), em 1985, exterminados a mando do
proprietário da Fazenda Ivipitan, face a ação tardia e
complacente da FUNAI, caracteriza a fragilidade des- tes
grupos e os desmandos políticos que concluíam por seu
extermínio.
Habitantes de territórios ambicionados pelo grande
capital, ou vítimas de invasões contínuas das levas de
incautos sem-terra, empurrados pelo grande latifúndio para
as regiões mais inóspitas, estes grupos indígenas
sobrevivem hoje em situações críticas, a cada dia
agravadas pelo recru- descimento contínuo das tensões e
conflitos fundiários que se alastram pelas últimas áreas
verdes do Estado. Verdes sim, mas não tão desabita- das
como querem fazer crer os grandes projetos colonizadores
e empreen- dimentos exploradores, que reincidentemente
tem vilipendiado as terras indígenas no Estado de Mato
Grosso. - Texto extraído do livro Dossiê Índios em Mato
Grosso - páginas 170, 171, 172 - OPAN - CIMI/MT, João C.
Lobato e Rosa C. Cartagenes.
Ações Antrópicas Relevantes
Assessoria
900 Nobres,
Bakairi pessoas, Karib Paranatin- ga e
distribuídas Planalto da
em 11 Serra
aldeias
General
Carneiro,
Bororo 1.030 Macro-Jê Rondonópolis,
San- to Antonio
do Le- verger e
Barão do
Melgaço
Sapezal,
Eawenê-Nawê 315 Aruak
Comodoro e
Juína
Peixoto de
Kayapó (Mebengôkre) 800 Jê Azeve- do,
São José do
Xingu.
O território
Karajá se
estende por
todas a regiões
do Vale do
Araguaia, entre
Karajá 1.624 Macro-Jê
os Estados de
Goiás,
Tocantins, Mato
Grosso e Pará,
concentrando-
se
principalmente
no Parque
Indígena da Ilha
do Bananal
(TO).
Rio dos
Kayabi 892 Tupi Guarani
Peixes,
Juara.
Rio dos
Munduruku 89 Tupi
Peixes,
Juara.
1.511
pessoas, em Comodoro,
Nambikwara 17 aldeias Língua não Pontes
São vários classificada. Lacerda, Nova
sub- grupos, La- cerda e
com dialetos Sapezal.
próprios.
São Félix do
Panará 285 Macro-Jê Xingu e
Guarantã do
Nor- te.
Tangará da
Serra,
Diamantino,
Paresi 1.189 Aruak
Campo Novo do
Parecis, Pontes
e Lacerda,
Comodoro e
Sape- zal.
Água Boa,
Parana- tinga,
Nova Xavan-
12.480 tina, Barra do
Xavante Macro-Jê
pessoas, em Gra- ças,
104 aldeias Campinápolis,
Novo São
Joaquim,
Canarana,
Ribeirão
Cascalheira e
Ge- neral
Carneiro.
PROVA SIMULADA
ocupadas por latifúndios pecuaristas;
1 - O Tratado de Madri praticamente definiu a atual
(C)no início do século XIX, a economia da borracha provocou
configuração do território brasileiro, estabelecendo as
um aden-
fronteiras entre terras espanholas e portuguesas. O
princípio que orientou os negociadores desse tratado
estabelecia que:
(A)as populações locais, nas regiões em litígio,
podiam escolher a metrópole à qual se submeteriam;
(B)a ocupação das regiões fronteiriças seria resolvida
mediante inter- venção militar;
(C)a posse definitiva das áreas em litígio seria definida
por compra e indenizações;
(D)a demarcação da fronteira nas regiões litigiosas seria
estabelecida pelas populações locais;
(E)a posse das terras caberia àqueles que as estivessem
ocupando.
RESPOSTAS
01. E 11. E 21. E 31. D
02. C 12. E 22. E 32. A
03. E 13. E 23. B 33. B
04. A 14. D 24. B 34. D
05. B 15. E 25. D 35. E
06. A 16. B 26. C 36.
07. A 17. A 27. A 37.
08. E 18. E 28. E 38.
09. C 19. B 29. C 39.
10. A 20. E 30. B 40.