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Três resoluções

Tanto as organizações quanto os indivíduos lutam para adquirir


e manter valores intrínsecos, ética e princípios. Quaisquer que sejam
nossas crenças pessoais e organizacionais, todos enfrentamos forças
restritivas, oposição e desafios, que algumas vezes nos levam a agir
contrariando nossas missões, intenções e resoluções.
Podemos achar que somos capazes de alterar hábitos e padrões
profundamente enraizados simplesmente tomando novas resoluções e
definindo novos objetivos, mas logo descobrimos que hábitos antigos
não desaparecem com facilidade e que apesar das boas intenções e
promessas sociais, os padrões usuais permanecem ano após ano.
Freqüentemente cometemos dois erros com relação a resoluções de
Ano-Novo: primeiro, não sabemos exatamente quem somos. Portanto,
nossos hábitos tornam-se nossa identidade, e decidir mudar um hábito
é ameaçai nossa segurança. Não conseguimos ver que não somos
nossos hábitos que podemos criar e alterar nossos hábitos, que não
precisamos ser víti mas das condições ou do condicionamento. Somos
capazes de escreve nosso próprio roteiro, escolher nossa rota e controlar
nosso destino.
Três reso uções
Segundo, não sabemos exatamente para onde queremos ir, portanto
nos sas resoluções são facilmente desenraizadas e então somos
desencoraja
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dos e desistimos. Substituir um mau hábito profundamente enraizado por
um bom hábito envolve muito mais do que estar temporariamente "ligado"
em alguma fórmula simplista de sucesso, como, por exemplo, "Pense
positivo" ou "Tente com mais afinco". E necessário uma prpfunda
compreensão do eu e dos princípios e processos de crescimento e mudanca,
incluindo avaliação, compromisso, feedback (aconselhamento) e
acompanhamento global.
Se regularmente não relatarmos nossos progressos a alguém e obti
vermos um retorno objetivo sobre nosso desempenho, logo deixaremos de
cumprir nossas resoluções. A responsabilidade traz a capacidade de
resposta. O compromisso e o envolvimento produzem mudança. No
treinamento de executivos, utilizamos uma abordagem passo a passo,
natural, progressiva e seqüencial à mudança. Na verdade encorajamos os
executivos a estabelecer metas e assumir compromissos, a ensinar e aplicar
regularmente o material e a rela tar seus progressos a seus companheiros.
Se você quiser vencer as forças do passado, essas forças de hábito,
costume e cultura poderosamente restritivas, para produzir a mudança
desejada, calcule os custos e reúna os recursos necessários. No programa
espacial, vemos que é necessário um tremendo empuxo para que um foguete
vença a poderosa força de atracão da Terra. O mesmo acontece quando se
trata de abandonar velhos hábitos.
Para abandonar velhos hábitos profundamente enraizados, como
procastinar, criticar, reagir excessivamente ou dormir demais, é preciso
mais do que um pequeno desejo e alguma força de vontade. Com freqüência
nossa própria resolução não é o bastante. Precisamos reforçar nossos
relacionamentos, pessoas e programas que nos obrigam a ser confiáveis e
responsáveis.
Lembre-se: Capacidade de resposta é a capacidade de escolher nossa
resposta a qualquer circunstância ou condição. Quando somos capazes de
resposta, nosso compromisso se torna mais forte do que nosso estado de
espírito ou circunstâncias, e somos capazes de manter nossas promessas e
LIDERANÇA BASEADA EM PRINCÍPIOS
resoluções. Por exemplo, se colocarmos nossas mentes acima do colchão e
nos levantarmos cedo pela manhã, teremos obtido nossa primeira vitória do
dia — a vitória diária particular e adquiriremos um determinado senso de
autocontrole. Poderemos então passar a vitórias mais públicas. A medida que
lidarmos com cada novo desafio, desencadearemos em nosso interior uma
nova capacidade de nos elevarmos a novas alturas.

RESOLUÇÕES UNIVERSAIS
Em nossas vidas existem poderosas forças restritivas que atuam para
destruir qualquer nova resolução ou iniciativa. Dentre essas forças
estão: (1) apetites e paixões, (2) orgulho e pretensão e (3) aspiração e
ambição. Somos capazes de vencer essas forças restritivas tomando e
mantendo três resoluções:

Primeira, para vencer as forças restritivas dos apetites e paixões, estou


decidido a praticar a autodisciplina e a abnegação. Sempre que nos
deixamos levar pelo exagero nos apetites fisicos e paixões,
prejudicamos nossos processos mentais, julgamentos e relações sociais.
Nossos corpos são ecossistemas, e se nosso lado económico ou físico
estiver desequilibrado, todos os outros sistemas serão afetados.
É por isso que o hábito de "afinar o instrumento" regularmente é
tão importante. Os princípios da temperança, coerência e
autodisciplina tornam-se fundamentais para toda a nossa vida. A
confiança vem da confiabilidade, e esta tem sua origem na
competência e no caráter. A intempe rança afeta de forma adversa
nossa capacidade de julgamento e nossa sabedoria.
Sei que determinadas pessoas pra ticam a intemperança e ainda
assim mostram grandeza e até mesmo genio. Mas com o passar do
tempo a intemperança acaba por afetá-las. Muitos dentre os "ricos e
famosos" perderam fortunas e fé, sucesso e eficácia devido à
intemperança. Ou bem controlamos nossos apetites e paixões ou eles
nos controlam.
Muitas empresas e muitas cidades possuem organização e infra-
estrutura decrépitas; da mesma forma, os corpos de muitos execu
tivos estão envelhecidos tornando difícil a persistência na
Três reso uções
intemperança. Com a idade o metabolismo se altera. A manutenção
da saúde exige mais sabedoria. Quanto mais velhos ficamos, mais
perto estamos das encruzilhadas entre a necessidade de mais
autodisciplina e temperança e o desejo de de
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sistir, relaxar e fazermos o que quisermos. Sentimos já ter dado nossa


contribuição e portanto ter adquirido o direito de fazermos o que bem
entendermos. Mas se nos tornarmos permissivos e complacentes
conosco, comendo demais, ficando acordados até altas horas e não nos
exercitando, a qualidade de nossa vida pessoal e profissional será
prejudicada.
Nós nos tornamos escravos de nossos estômagos, que logo controla
rão nossas mentes e nossa vontade. Ingerir conscientemente produtos
prejudiciais ou geradores de vício é uma grande tolice. A maioria das
pessoas nos Estados Unidos morre muito mais por comer excessivamente
do que por falta de comida. "Vi poucos morrerem de fome; por comer
demais, pelo menos cem mil", observou Ben Franklin. Quando como
demais ou sou levado a excessos, perco a sensibilidade às necessidades
dos outros, irrito-me comigo mesmo e minha tendência é lançar essa
irritação sobre os outros à menor provocação.
Muitos de nós sucumbimos ao desejo de dormir, descansar e nos
divertirmos mais. Quantas vezes você programa o seu subconsciente
para acordar cedo, sabendo de todas as coisas que precisará fazer de
manhã, ansioso para organizar devidamente o dia, por um café da manhã
calmo e tranqüilo, por uma preparação sem pressa e calma antes de sair
para o trabalho?
Mas quando o alarme soa, suas boas intenções desaparecem, trata-se
de uma batalha do consciente contra o colchão e muitas vezes o colchão
é o vencedor! Você acaba acordando tarde, correndo loucamente para se
vestir, se organizar, tomar café e sair. Na pressa você fica impaciente e
to talmente insensível aos outros. Os nervos ficam em pedaços, e os
temperamentos, explosivos. Tudo isso por dormir demais.
Uma cadeia de eventos desagradáveis e conseqüências desastrosas é
gerada quando não se cumpre a primeira resolução do dia, levantar-se
numa determinada hora. Esse é um dia que poderá começar e terminar
LIDERANÇA BASEADA EM PRINCÍPIOS
por uma derrota, o sono adicional raramente vale a pena. Na verdade,
considerando-se o quadro enfocado, esse tipo de sono é na verdade
terrivelmente cansativo e exaustivo.
Qual a diferença se você organizar e orientar seus afazeres de modo
a deitar-se numa hora razoável na noite anterior? Em minha opinião a
última hora antes de irmos dormir é a melhor hora para planejar e
preparar o
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dia seguinte. Assim, quando o despertador tocar, você acorda e


prepara-se melhor para o dia. Uma vitória desse tipo logo pela manhã
lhe dará um senso de conquista, vitória e domínio — esse senso o
impele a sair vitorioso de mais desafios públicos durante o dia. O
sucesso leva ao sucesso. Começar o dia com uma vitória matinal
sobre si mesmo leva a mais vitórias.

Segunda, para vencer asforças restritivas do orgulho e da pretensão


estou decidido a trabalhar meu caráter e competência. Sócrates disse
uma vez: "A melhor maneira de viver neste mundo com honra é ser
aquilo que fingimos ser"; na verdade, ser o que desejamos que os
outros pensem que somos. Praticamente o mundo inteiro tem a
preocupação com a imagem, e o espelho social é poderoso para criar
nossa percepção do que somos. A pressão para parecer poderoso,
bem-sucedido e atualizado faz com que muitos se tornem
manipuladores.
Quando se vive em harmonia com valores e princípios intrínsecos
pode-se ser direto, honesto e corajoso. Nada perturba mais as pessoas
cheias de truques e duplicidade do que a honestidade total, a única
coisa com a qual não são capazes de lidar.
Participei de uma ampla turnê para divulgação de meu livro Os
Sete Hábitos das Pessoas Muito Eficazes, e percebi como todos
estavam ansiosos sobre o valor do programa como divertimento.
Recentemente estive em San Francisco e achei que tornaria minha
entrevista mais controvertida se entrasse na área da política. Mas
meus comentários desviaram toda a conversa por uma tangente.
Todos os telefonemas teciam comentários sobre questões políticas.
Eu não pude apresentar meu próprio tema e apresentar meu próprio
material.
Sempre que nos permitimos dar rédea solta aos apetites e paixões,
somos mais facilmente seduzidos pelo orgulho e pela pretensão, é
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então que começamos a aparecer em cena, representar papéis e a


aprender técnicas manipuladoras.
Se nossa definição ou conceito de nós mesmos vier daquilo que
os outros pensam de nós, do espelho social, pautaremos nossas vidas
aos seus desejos e expectativas, e quanto mais vivermos para
corresponder às expectativas dos outros, mais fracos, mais vazios e
inseguros nos tornamos
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Um executivo júnior, por exemplo, poderá desejar agradar aos seus
superiores, colegas e subordinados, mas logo descobre que cada um
desses grupos lhe faz exigências diferentes. Ele sente que se
corresponder a um desses grupos estará ofendendo o outro. Assim,
começa a fazer um jogo de aparências para se dar bem ou contornar,
agradar ou apaziguar. A longo prazo ele descobre que ao tentar se tornar
"todas as coisas para todas as pessoas" ao final acaba por não
representar nada para todos. Quem e o que ele é acabam sendo
descobertos e então sua autoestima e o respeito alheio desaparecem.
Se uma jovem executiva negligenciar seu desenvolvimento
profissional e não continuar sua educação, fácil e rapidamente estará
ultrapassada num mundo que se transforma em ritmo estonteante.
Desejando "descansar" após um ano de árduos estudos, essa executiva
poderá optar por um tipo de vida menos extenuante e mais agradável.
As estações rapidamente se multiplicam, entretanto, e com o passar do
tempo descobre que seu vigor intelectual e sua autodisciplina
diminuíram, sente-se menos confiante e começa a sofrer as
conseqüências da obsolescência, um endurecimento das artérias
mentais. Para sua grande surpresa, ao ser chamada para atuar em
situações realmente importantes, as dificuldades para atender às
expectativas crescentes de seu chefe são maiores apesar de seu tempo
de serviço.
Pessoas eficazes levam suas vidas e administram seus
relacionamentos em torno de princípios. As pessoas pouco eficazes
tentam administrar seu tempo em torno de prioridades e suas tarefas em
torno de objetivos. Pense eficácia em relação às pessoas e eficiência em
relação às coisas.
Ao examinarmos ira, ódio, inveja, ciúmes, orgulho e preconceito,
ou qualquer outra emoção ou paixão negativa, com freqüência
descobrimos que se originam no desejo de ser aceito, ser aprovado e ser
estimado pelos outros. Procuramos então o caminho mais curto para o
topo, mas o resultado final é que não existe um atalho para chegarmos
ao sucesso duradouro. A lei da colheita ainda se aplica, apesar de todo
o burburinho em torno de "como vencer o sistema"
Três reso uções
Há alguns anos um aluno procurou-me em minha sala quando eu
ainda fazia parte do corpo docente da Mariott School of Management,
na Brigham Young University. Esse aluno perguntou-me como estava
seu desempenho em minhas aulas. Depois de criar alguma empatia
enfrentei-o diretamente: "Na verdade você não me procurou para saber
como vai indo em minhas aulas. Você veio para saber o que eu acho de
seu desempenho, você sabe muito melhor do que eu como vai indo em
minhas aulas, não é?"
Ele respondeu-me que sim e então perguntei: 'Como é que você vai
indo?" e ele admitiu que estava apenas tentando levar as coisas adiante. Ele
tinha um mundo de motivos e desculpas para não estudar como deveria,
para estudar na última hora e procurar sempre os caminhos mais curtos, e
viera verificar como estava se saindo.
Se as pessoas representarem papéis e fingirem o tempõ todo, deixando-
se vencer por sua vaidade e por seu orgulho, aos poucos se enganarão
completamente. Serão um joguete das condições, ameaçadas pelas
circunstâncias e pelas outras pessoas. Vão então lutar para manter seu
disfarce, mas se conseguirem aceitar a verdade sobre si mesmas, de acordo
com as leis e os princípios da colheita, gradualmente desenvolverão um
conceito mais preciso de si mesmas.
O esforço para acompanhar a moda coloca as pessoas numa rotina,
numa roda-viva que parece movimentar-se cada vez mais depressa, como
se estivessem perseguindo sua própria sombra. Apenas as aparências nunca
satisfarão. Portanto, fundamentar nossa segurança em modismos, posses e
símbolos de status poderá representar nosso fracasso. Edwin Hubbell
Chapin disse: "A moda é a ciência das aparências e leva as pessoas a desejar
parecer e não ser. '
Certamente nós deveríamos nos interessar pelas opiniões e impressões
dos outros de forma a podermos ser mais eficazes junto a elas, mas
deveríamos nos recusar a aceitar suas opiniões como fatos consumados e
então agir ou reagir de acordo com elas.

Terceiro, para vencer as forças restritivas da aspiração e ambição


desenfreada, estou decidido a dedicar meus talentos e recursos a nobres
propósitos e a servir aos outros. Se as pessoas estiverem "procurando o
número um" e "o que é que eu ganho com isto" , não terão qualquer senso
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de responsabilidade, senso de ser um agente de princípios, de objetivos e
causas nobres, passam a representar a lei, tornam-se os "chefões".
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Poderão usar a linguagem da responsabilidade para com os outros,


mas sempre descobrirão uma forma de promover sua própria agenda.
Poderão ser dedicadas e trabalhadoras, mas não têm como objetivo
principal o compromisso, a idéia de que você não é dono de nada, de
que você dedica sua vida a princípios, causas e propósitos mais
elevados. Na verdade sua orientação central é representada pelo
poder, riqueza, fama, posição, domínio e posses.
A pessoa ética encara cada transação económica como um teste de
seu compromisso moral. É por esse motivo que a humildade é a mãe de
todas as virtudes, pois gera o compromisso, tudo de bom então agirá
através de você. Mas se você deixar-se levar pelo orgulho — "minha
vontade, minha agenda, meus desejos.... " —, precisará depender
totalmente de suas próprias forças. Não estará em contato com aquilo
que Jung chama de "inconsciente coletivo" — o poder de um caráter
maior que desencadeia energia através do trabalho.
Pessoas ambiciosas buscam sua própria glória e estão
profundamente preocupadas com sua agenda. Poderão até encarar seu
próprio cônjuge ou seus filhos como posses e tentar arrancar deles o
tipo de comportamento que lhes angariará mais popularidade e estima
aos olhos dos outros. Esse tipo de amor possessivo é destrutivo; em vez
de serem agentes ou encarregadas, essas pessoas interpretam tudo na
vida em termos de "o que é que eu ganho com isso". Todos então
tornam-se competidores ou conspiradores. Suas relações, até mesmo
as mais íntimas, tendem a ser competitivas e não cooperativas. Utilizam
vários métodos de manipulacão, ameaças, temor, suborno, pressão,
falsidade e charme para atingir seus fins.
Até que as pessoas adquiram o espírito de servir, poderão afirmar
seu amor pelo companheiro, ou causa, mas freqüentemente
Três reso uções
desprezam as solicitações que os mesmos fazem sobre suas vidas. A
divisão interna, possuir dois motivos ou interesses conflitantes,
inevitavelmente nos leva à guerra conosco mesmos, e uma guerra civil
interna muitas vezes se transforma em guerra com os outros. O oposto
da divisão interna é a auto-unidade ou integridade. Alcançamos a
integridade através da nossa dedicação ao serviço abnegado aos
outros.
IMPLICAÇÕES PARA O CRESCIMENTO PESSOAL
A não ser que dosemos nossos apetites, não teremos controle sobre nossas
paixões e emoções. Em vez disso nos tornaremos vítimas de nossas
paixões procurando ou aspirando obter riqueza, domínio, prestígio e
poder.
Uma vez tentei em vão aconselhar um jovem executivo a assumir um
compromisso maior em relação a princípios mais elevados. Comecei então
a compreender que eu estava pedindo que ele vencesse a terceira tentacão
antes que tivesse vencido a primeira. Era a mesma coisa que esperar que
uma criança andasse antes de engatinhar. Mudei então a abordagem e
estimulei-o inicialmente a disciplinar seu corpo e então conseguimos bons
resultados.
Se vencermos primeiramente alguns apetites básicos, teremos força
suficiente para tomar resoluções mais elevadas depois. Por exemplo,
muitas pessoas passariam por uma grande transformação se mantivessem
um peso normal por meio de uma dieta saudável e um programa de
exercícios. Não apenas sua aparência seria melhor: sentir-se-iam também
melhor, tratariam melhor os outros e aumentariam sua capacidade de fazer
as coisas importantes mas não necessariamente urgentes que desejam
fazer.
Até que você possa dizer "Sou meu próprio mestre" não poderá dizer
"Sou seu servo! " Em outras palavras, poderíamos professar uma ética de
serviço, mas sob pressão ou stress poderíamos ser controlados por
determinada paixão ou apetite. Perdemos a cabeça, nos tornamos
ciumentos, invejosos, nos entregamos à luxúria ou ao desmazelo e em
seguida nos sentimos culpados, fazemos promessas e as quebramos,
tomamos resoluções e não as mantemos. Apesar de nossa ética de
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"servirmos às pessoas' nos tornamos servos ou escravos daquele que nos
controla.
Isso me faz lembrar da súplica de Richard Rich a Thomas More na
peça A Manfor All Seasons. Richard Rich admirava a honestidade e
integridade de More e desejava ser por ele empregado, por isso suplicava:
— Empregue-me.
More respondeu:
— Não.
Mais uma vez Richard suplicou: Empregue-
me.
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Ainda uma vez a resposta foi não.
Richard então fez como último apelo a seguinte promessa:
— Eu serei fiel!
Sir Thomas, sabendo o que controlava Richard, respondeu:
Richard, você não poderia responder por si próprio, mesmo que
fosse apenas por essa noite.
Com isso ele queria dizer: "Você poderá prometer fidelidade agora,
mas bastará uma circunstância diferente, o suborno ou a pressão certa e
você estará de tal forma controlado por sua ambição e orgulho que não
poderá ser fiel a mim."
O prognóstico de Sir Thomas More tornou-se realidade naquela
mesma noite, pois Richard Rich o traiu!
A chave para o crescimento é aprender a fazer promessas e mantê-las.
A abnegação é um elemento essencial na luta contra as três tentações. "Um
ato secreto de abnegação, o sacrifício pelo ardor no cumprimento do dever,
vale mais do que todos os bons pensamentos, sentimentos amistosos, preces
fervorosas, das quais os homens ociosos abusam", disse John Henry
Newman. "A pior educação que ensine a abnegação é melhor do que a melhor
educação que ensine tudo mais e dela se esqueça", disse Sterling.
Tomar e manter essas três resoluções universais acelerará nosso
autodesenvolvimento e, potencialmente, aumentará nossa influência
sobre os outros.

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