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Sumário

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
OBJETIVOS ................................................................................................................................ 3
Objectivo Geral ........................................................................................................... 3
Objectivos Especificos ................................................................................................ 3
Enquadramento e justificação do tema .................................................................... 3
Estrutura da dissertação ............................................................................................ 4
Conceitos/ definição de critérios de projeto de fundações ...................................... 5
METODOLOGIA ....................................................................................................................... 5
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 5
Mecanismos de roptura .............................................................................................. 6
Critério de Carga de Roptura.................................................................................... 7
Estimativa da Carga de Roptura ............................................................................... 8
Efeito da Inclinação e da Excentricidade da Carga ................................................. 9
Influência da Compressibilidade do Solo e dos Fatores de Escala ......................... 9
Influencia da rugosidade da base de fundação ...................................................... 10
Influência do Perfil da Base da Fundação .............................................................. 10
Influência do Nível de Água ..................................................................................... 12
Condições Não-Homogêneas do Solo ...................................................................... 12
Adequação do Tipo de Fundação ............................................................................ 13
Fundações Directas ................................................................................................... 13
Capacidade de Carga em Fundações Superficiais ................................................. 14
ESTUDO DE CASO .................................................................................................................. 14
Localização e caracterização da área em estudo ......................................................... 14
RESULTADOS .......................................................................................................................... 15
Parâmetros do Solo ............................................................................................................ 16
DISCUSSÃO .............................................................................................................................. 17
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 18
RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 20

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INTRODUÇÃO

Desde a época mais antiga o homem percebeu que suas obras mostravam comportamentos
diferentes ao longo do tempo, especialmente pelo procedimento utilizado: tentativa e erro.
Os construtores recebiam ceveiras penalidades quando a estrutura não apresentava o
desempenho desejado na sua concepção. Ainda era cedo para perceber que o
comportamento de uma obra dependia da combinação de eventos simples, complexos,
dependentes e independentes, critérios de elaboração de projectos.

Fundamentando na observação das estruturas o homem, desde antigamente, já


demonstrava preocupação com questões como segurança e regulamentos para construção
de suas obras. Com o aumento das construções, aliado ao enorme desperdício dos
materiais utilizados, também nascia o entendimento popular de economizar é preciso.

Hoje, é notório que para garantir o sucesso de uma estrutura, seja ele civil, mecânica,
aeronáutica, etc.; deve-se buscar desvendar a variabilidade das características mecânicas
inerentes aos materiais no espaço-tempo. À medida que esta variabilidade se torna
conhecida, a racionalização dos projectos e normas de engenharia foram desenvolvidos a
partir de teorias empíricas, modelos físicos e matemáticos. A edificação de estruturas
sobre solos moles envolve recalques excessivos assim como problemas de estabilidade.
Uma solução eficiente, econômica e mundialmente utilizada é o reforço de solos por
colunas.

A técnica de reforço de solo por colunas consiste em incorporar ao solo um conjunto de


inclusões cilíndricas (brita vibro-compactada, drenos de areia, solo argiloso tratado com
cal, cimento ou cal-cimento, colunas de concreto, etc). Estas inclusões possuem
propriedades mecânicas que permitem reduzir o recalque de solos altamente
compressíveis, acelerar o adensamento primário e aumentar a capacidade de carga.

São características comuns dos solos as descontinuidades, grandes variações


granulométricas, baixa resistência à tração/cisalhamento, grande variação de
permeabilidade, elevadas deformabilidades e altos graus de erodibilidade. Devido às
respectivas características, as obras de engenharia sempre procuram por áreas mais
nobres, por solos homogêneos, mais resistentes, sem a presença de água, pouco

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deformáveis e pouco erodíveis, mesmo que isso represente um aumento de custo.
Entretanto, o crescimento urbano associado ao porte das obras da engenharia moderna,
restrições ambientais, prazos exíguos e demais fatores determinantes, acabam
restringindo a escolha de um local adequado para a implantação de um empreendimento.

Com o fator de escolha prejudicado e o agravante de que os melhores locais já abrigam


construções, as áreas mais nobres passam a ser supervalorizadas. Desse modo o
engenheiro necessita aprender a lidar com as situações adversas e passar a utilizar
ferramentas geotécnicas para conseguir se adequar aos esforços solicitantes da obra,
fazendo o uso de travamentos, inclusões e reforços dependendo das condições do maciço
em estudo. Para os solos com baixa capacidade de suporte, como o caso da areia fofa, os
geossintéticos vêm desempenhando um papel fundamental, resultando em soluções mais
rápidas, leves, esbeltas, confiáveis e econômicas. A fim de aumentar a capacidade de
carga em fundações diretas, os geossintéticos são introduzidos no solo em uma ou mais
camadas do solo da fundação.

No caso do desenvolvimento da infra-estrutura para a explotação de petróleo no mar tem


avançado vertiginosamente atingindo lâminas de água cada vez mais profundas. Devido
a esta situação, têm sido projetados sistemas flutuantes complexos de diversas formas e
concepções que exigem do projetista conhecimentos aprofundados de distintas áreas do
conhecimento. Neste sentido, o engenheiro que participa ativamente na análise e no
projecto de estruturas offshore deve contar com uma formação interdisciplinar
abrangendo outras áreas da engenharia.

A edificação de estruturas sobre solos moles envolve recalques excessivos assim como
problemas de estabilidade. Uma solução eficiente, econômica e mundialmente utilizada
é o reforço de solos por colunas.

A técnica de reforço de solo por colunas consiste em incorporar ao solo um conjunto de


inclusões cilíndricas (brita vibro-compactada, drenos de areia, solo argiloso tratado com
cal, cimento ou cal-cimento, colunas de concreto, etc). Estas inclusões possuem
propriedades mecânicas que permitem reduzir o recalque de solos altamente
compressíveis, acelerar o adensamento primário e aumentar a capacidade de carga. Este
último aspecto constitui o objeto deste trabalho.

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OBJECTIVOS

Objectivo Geral
Com o presente trabalho pretende-se estudar os critérios de projectos de fundações sujeito
a tensões induzidas à superfícies e a sua dissipação em profundidade considerando-se a
variabilidade de alguns índices físicos e parâmetros mecânicos, pelo grau de anisotropia
verificado para efeitos de cálculo.

Objectivos Especificos
O objecto de análise é a tipologia de solos sendo considerado os perfis de solos a serem
estudados.
O perfil de um solo, resulta de um processo de alteração do granito,
prospiroide, o que impõe um afastamento à aplicação da fenomenologia do
comportamento mecânico, ou seja, as premissas de homogeneidade e isotropia no
comportamento mecânico de um solo não seriam aplicáveis, no entanto neste trabalho
pretende-se introduzir os factores de anisotropia de uma forma controlada. Proceder-se á
desta forma, à avaliação em profundidade da variabilidade dos parâmetros físicos, bem
como aos parâmetros mecânicos, ângulo de atrito interno e coesão. Ajusta-se ainda a
variação do coeficiente de impulso em repouso em profundidade, pois as tensões verticais
e horizontais de repouso podem ou não estar unicamente dependentes da gravidade, o que
neste caso a massa gravítica é função do grau de alteração.

Estes parâmetros, variáveis, são usados na avaliação de rotura pontual do maciço quando
sujeito a diferentes tensões aplicadas no maciço através de sapatas quadradas de
diferentes áreas.
O estudo desta rotura, terá definida uma tensão induzida à superfície e
o cálculo da dissipação em profundidade, o incremento da pressão de água nos poros e na
tensão efectiva final. O nosso estado de tensões resultante será comparado com a
envolvente de rotura desse mesmo solo no espaço de tensões. Avaliada a situação de
rotura pontual, proceder-se-á á avaliação para a mesma situação, considerando-se a rotura
global e os modelos e equações clássicas.

Enquadramento e justificação do tema


Em solos que não satisfaçam características de resistência, deformabilidade ou
permeabilidade adequadas ao projeto, a prática convencional consiste em remover e
substituir estes solos ou utilizar fundações profundas custosas. Actualmente, a técnica de
melhoramento de solos é uma alternativa viável e na maioria dos casos demostra ser a
mais econômica. Em particular, a técnica da vibro-compactação, junto com as colunas de

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brita, e colunas de solo estabilizadas com cal são métodos mundialmente utilizados.

A técnica de reforço de solos por colunas permite reduzir o recalque de solos altamente
compressíveis, acelerar o adensamento primário, aumentar a capacidade de carga, assim
como diminuir o risco de liquefação do solo. O dimensionamento deste tipo de solo
reforçado representa um desafio devido à natureza composta do mesmo e à grande
quantidade de inclusões envolvidas no processo de reforço. As propostas de
dimensionamento encontradas na literatura neste aspecto, constituem formulações
empíricas, ou estão baseadas na teoria do cálculo à ruptura com varias hipóteses
simplificativas, tais como prescindir da gravidade ou estar referidas ao caso particular de
carregamento centrado vertical.

O presente trabalho pode ser aplicado também aos distintos tipos de materiais
constitutivos do reforço: colunas de areia, colunas tratadas com cal/cimento, colunas de
brita, uma vez que utiliza os parâmetros de resistência dos materiais que compõe o solo
reforçado.

Estrutura da dissertação
A presente dissertação é composta por cinco capítulos. O primeiro capítulo é de carácter
introdutório, onde são expostos os objetivos da dissertação, assim como uma breve
introdução sobre os critérios de projeto de fundações. Numa primeira etapa, é preciso
analisar os critérios técnicos que condicionam a escolha por um tipo ou outro de fundação.
Os principais itens a serem considerados são: topografia da área,
 características do
maciço de solo, dados da estrutura, dados sobre as construções vizinhas, aspectos
econômicos.


No segundo capítulo apresenta-se uma abordagem mais descentralizada tentando


explicar na realidade o que são os critérios de projetos de fundações num contexto mais
abrangente, bem como a realidade vivida no nosso país, e como a descrição e as
ferramentas necessárias para aplicação para execução de fundações em diversos tipos de
solos.

No terceiro capítulo descreve-se o estudo do caso, que nos levará a uma análise sobre a a
realidade dos solos em Angola, bem como a avaliação do ponto de vista geotécnico. No
quarto e último, capítulo são apresentadas as conclusões e recomendações do trabalho
realizado.

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Conceitos/ definição de critérios de projeto de fundações
Fundação é o elemento estrutural que tem por finalidade transmitir as cargas de uma
edificação para uma camada resistente do solo. Para escolha de fundação
são necessárias
diversas variáveis a serem consideradas.

METODOLOGIA

A pesquisa a ser realizada neste trabalho pode ser classificada do ponto de vista objectivo
como explicativa. Pois permitirá mostrar a verdadeira importância do modelo em estudo,
demonstrando de forma sucinta sobre a importância de estudar os critérios de projectos
de fundações sujeito a tensões induzidas à superfície e a sua dissipação em profundidade.

Quanto à metodologia o trabalho em mãos faz a opção pelo método hipotético-dedutivo.


Esta opção se justifica porque o método escolhido permite uma análise da hipótese
proposta “O conhecimento sobre as técnicas ou critérios de projectos de fundações sujeito
a tensões induzidas à superfície e a sua dissipação em profundidade”. Sendo está colocada
a aprovação ou não, por meio de dedução das leis gerais para compreensão de questões
locais e pontuais.

Enquanto procedimento, este trabalho realizar-se-á por meio de observação indireta, pois
por falta de meios financeiros e materiais não será possível uma abordagem em primeira
mão.

O projecto utilizar-se-á de pesquisa bibliográfica e documental com acervo a arquivos já


existentes sobre a matéria. Estas ferramentas permitiram:

 A seleção e organização das fontes por meio de fichas de leitura;

 A busca de autores entre os selecionados para uma exploração mais profunda.

O acervo bibliográfico contém, além de artigos e autores experientes no que se diz


respeito aos artigos sobre os critérios de projectos de fundações sujeito.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nos últimos anos, o desenvolvimento das estacas de sucção teve um grande impulso

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devido ao crescimento bastante acentuado da profundidade do mar nas locações de

prospecção de petróleo. A experiência na área geotécnica offshore tem demonstrado que

a estaca convencional usada para a instalação de plataformas fixas não é uma opção

adequada para ser aplicada em águas profundas por causa dos elevados custos e possíveis

dificuldades durante o processo de instalação.

Na execução de um projeto de fundações superficiais, alguns critérios devem ser


atendidos, como sua segurança, funcionalidade e economia. Além disso, é de suma
importância que sejam feitas considerações sobre a profundidade de assentamento da base
da fundação, os recalques admissíveis e a carga de roptura.

A profundidade de assentamento está ligada a fatores naturais que poderiam afectar o


desempenho da fundação. Entre eles podemos destacar a erosão que poderia ocorrer pela
ação do vento e da água, tendo como possível consequência a redução da capacidade de
suporte do solo.

Em relação aos recalques admissíveis, devemos evitar aqueles diferenciais, ou seja,


quando existe uma diferença entre dois recalques de uma fundação. Esse tipo de recalque
impõe distorções ao elemento estrutural gerando danos a estrutura. Além disso, devem
ser observados os recalques de serviço que não geram danos estruturais, mas podem
impossibilitar uma determinada atividade ou gerar danos estéticos. De maneira geral,
deve ser analisado o recalque como um todo, visto que o solo não é homogêneo e
consequentemente recalques absolutos podem vir a gerar recalques diferenciais.

A segurança em relação à roptura está ligada a roptura estrutural da fundação e a


capacidade de carga de roptura do solo. A roptura estrutural acontece quando a estrutura
não foi adequadamente dimensionada para as cargas que irá suportar.

Mecanismos de roptura
TERZAGHI (1943) foi responsável pela primeira distinção de dois tipos de roptura de
solo. Segundo este autor, a roptura clássica ou conceitual é aquela que ocorre em solos
mais resistentes, como argilas rijas e duras, e areias compactas à muito compactas. Nesse
caso, a roptura ocorre de forma brusca e de fácil visualização. A curva carga versus
recalque apresenta uma tangente vertical, caracterizando a carga de roptura. Já a roptura

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convencional é aquela que ocorre em solos menos resistentes, como argilas médias a
moles e areias fofas. É mais difícil de definir a carga de roptura, pois a curva é mais
abatida e não há a presença de uma tangente vertical.

VESIC (1963a), que diferentemente de TERZAGHI (1943), observou três modos de


roptura: generalizada, localizada e por puncionamento. Segundo VESIC (1975), a roptura
generalizada é caracterizada por um mecanismo de roptura bem definido com uma
superfície de roptura que vai de um bordo da fundação à superfície do terreno. Nesse
caso, a curva carga versus recalque apresenta um bom comportamento, visto que para
valores crescentes de carga ocorrem pequenos deslocamentos, até que a roptura acontece
repentinamente e de maneira catastrófica. Caso a estrutura não impeça a rotação da
fundação, a roptura é acompanhada de uma grande inclinação. Apesar do colapso do solo
ocorrer apenas de um lado da fundação, é possível observar um intumescimento do solo
adjacente nos dois lados.

Em oposição à roptura generalizada, a roptura por puncionamento é difícil de ser


visualizada. Observa-se que com acréscimo constante de carga, ocorre um movimento
vertical descendente, resultante da compressão do solo abaixo da fundação. Mesmo com
grandes deslocamentos é observado um acréscimo de carga. Nesse caso, o solo em torno
da fundação permanece relativamente inalterado e não ocorre inclinação da fundação.

A roptura localizada é considerada um modo de roptura de transição entre a generalizada


e a por puncionamento. Ela só é bem definida exatamente abaixo da fundação. Existe a
formação da cunha de roptura nos bordos da fundação, mas a superfície de roptura não
chega até a superfície do terreno. Somente com grandes valores de deslocamento vertical
descendente é possível observar a superfície de roptura chegando até o nível do terreno.

Critério de Carga de Roptura


No item anterior, foi discutido que somente a roptura generalizada é facilmente observada
e a carga de roptura é obtida através da curva carga versus recalque experimental, onde a
tangente se torna vertical. Já nos outros dois modos de roptura, localizada e por
puncionamento, pode-se considerar como valor de carga de roptura aquela a partir da qual
a curva carga versus recalque atinge sua inclinação máxima.

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Estimativa da Carga de Roptura
A estimativa da carga de roptura para fundações superficiais é, a princípio, um caso de
equilíbrio elasto-plástico, que pode ser solucionado para o caso de estado plano de
deformações e casos de simetria axial. A maior dificuldade está em definir-se um modelo
constitutivo que descreva o comportamento do solo (tensão, deformação, tempo). A teoria
utilizada na estimativa da capacidade de carga de fundações superficiais ainda é limitada
por soluções desenvolvidas a partir da Teoria da Plasticidade para um sólido rígido-
plástico. Dessa forma, considera-se que o solo não exiba nenhuma deformação até que
ocorra a roptura. Esse tipo de situação caracteriza roptura de solos relativamente
incompressíveis ou ao modo de roptura generalizada. No entanto, é comum na prática o
uso dessas soluções disponíveis também para solos compressíveis, desde que haja
redução da carga estimada (VESIC, 1975). A resistência ao cisalhamento do solo no
trecho da superfície de roptura acima da cota de assentamento da fundação é desprezada
(trecho bc);

 O atrito existente entre o solo e a fundação acima da cota de assentamento da


mesma (trecho ad) e o atrito solo-solo no trecho ab são desprezados; 

 O comprimento L deve ser bem maior que a largura B da fundação, usualmente
com L/B > 5, caracterizando o estado plano de deformações. 
Dessa forma, o solo
acima da cota de assentamento da fundação pode ser substituído por uma
sobrecarga de valor aplicada no nível da cota de assentamento da fundação.
 


Figura 1: Capacidade de carga de fundações superficiais (VESIC, 1975) 


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Efeito da Inclinação e da Excentricidade da Carga
Muitas vezes o carregamento na fundação é excêntrico e/ou inclinado, e por conta disso
também são necessárias correções a serem integradas na fórmula geral de capacidade de
carga. No caso da carga inclinada, a complexidade é maior, pois ocorrerá também uma
componente horizontal. Dessa forma, poderão ocorrer dois tipos de roptura da fundação:
deslizamento ao longo da base AB ou roptura generalizada do solo da fundação.

Influência da Compressibilidade do Solo e dos Fatores de Escala


A expressão geral de capacidade de carga e todos os efeitos estudados até agora, foram
sugeridos para solos incompressíveis e, assim, tendo sido considerado somente o modo
de roptura generalizado do solo. Pela falta de métodos que pudessem encontrar expressões
para os outros dois modos de roptura, por puncionamento e localizada, TERZAGHI
(1943) propôs o uso da mesma expressão da capacidade de carga da fundação para solos
incompressíveis, mas com a redução dos parâmetros de resistência do solo encontrados.
Através de ensaios de fundações superficiais de pequenas dimensões realizados em
areias, VESIC (1970) sugeriu uma abordagem que relaciona os parâmetros de resistência
do solo com a sua densidade relativa. Mas, ainda assim, não foram levados em
consideração os efeitos de escala por conta dos diferentes tamanhos das fundações. A
partir de diversos estudos, foram observadas algumas relações do efeito de escala com o
comportamento em termos de capacidade de carga da fundação. Primeiramente, foi
observado, no caso de fundações superficiais, que a resistência ao cisalhamento média
mobilizada ao longo da superfície de roptura diminui com o aumento do tamanho da
fundação. VESIC (1975) cita as prováveis razões para a ocorrência desse aspecto: O
formato curvo da envoltória de resistência;
A existência de roptura progressiva ao longo da superfície de roptura; A presença de
regiões menos resistentes no solo devido a não homogeneidade 
do mesmo. Outro
aspecto observado, com base nos estudos citados anteriormente, é que a
compressibilidade relativa do solo aumenta com o tamanho da fundação. Em função
destas observações baseadas nos estudos experimentais, pode-se esperar uma diminuição
aparente dos fatores de capacidade de carga com o aumento do tamanho da fundação até
um certo nível. Ou seja, os fatores de capacidade de carga dependem do tamanho da
fundação. 
Algumas descobertas notáveis foram feitas em relação a esse aspecto, como
o fato de diminuir à medida que o tamanho da fundação aumenta.

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Influencia da rugosidade da base de fundação
No padrão de roptura, descrito por PRANDTL (1921), foi considerado que a base da
fundação era rugosa. Alguns estudos foram realizados para avaliar qual seria a superfície
de roptura formada no caso da base da fundação ser totalmente lisa. HENCKY (1923)
definiu uma nova superfície para o caso de a base da fundação ser lisa. Existiriam duas
superfícies, uma para cada lado, e elas partiriam do meio da fundação.

MEYERHOF (1955) estudando esse novo modo de roptura sugeriu, então, que a
capacidade de carga de uma fundação com base lisa em contato com um solo sem coesão
seria a metade do que em uma base rugosa. No entanto, diversos ensaios, realizados por
diversos pesquisadores, não conseguiram reproduzir este novo padrão de roptura e,
adicionalmente, verificaram que a influência da rugosidade, em termos de capacidade de
carga, foi muito pequena. Estes pesquisadores observaram que o padrão de roptura era
similar ao mostrado na Figura1(c). Dessa forma, foi admitido que a proposta de Hencky
não retratava a realidade.

Figura 2
Cabe observar que a rugosidade tem baixíssima influência na capacidade de carga, desde
que o carregamento seja vertical. Já para o caso de cargas inclinadas, como visto no item
anterior a rugosidade tem grande influência na componente horizontal P, que depende em
parte do ângulo de atrito entre a base da fundação e o solo. SCHULTZE e HORN (1967)
após terem estudado diversos casos, perceberam que, em geral, o ângulo de atrito na
interface fundação-solo era igual ou maior que o ângulo de atrito interno do solo, visto
que muitas vezes a concretagem da fundação, feita no próprio local, garante rugosidade
elevada.

Influência do Perfil da Base da Fundação


Todas as considerações anteriores foram feitas partindo-se do princípio de que a base da
fundação era plana e horizontal. Diversos autores, BIAREZ, BUREL e WACK (1961),

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MEYERHOF (1961) e SZÉCHY (1967), entre outros, realizaram ensaios para avaliar a
influência da variação do perfil da base da fundação na capacidade de carga. Os resultados
mostraram que a diferença, em termos de capacidade de carga, era muito pequena para
fundação com a base em forma de cunha, quando comparada com a de base plana, desde
que o ângulo ψ seja inferior a 45°+ɸ/2. Acima deste valor existe um ganho de capacidade
de carga, conforme a Figura 3(b). A profundidade (D) deve ser considerada tal qual
indicado na Figura 3(a). A fundação cuja base possuía formato convexo não exibiu ganho
de resistência, mas a côncava apresentou ganho, quando comparadas com a de base plana.
No entanto essa diferença pode ser explicada pela escolha da profundidade “D” a ser
utilizada

Figura 3 – Capacidade de carga de fundações superficiais com base em formato de cunha


(adaptado de MEYERHOF, 1961)

Figura 4 – Fundação superficial com área de contato côncava


(SZÉCHY, 1967)

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Finalmente, foi concluído que o perfil da base da fundação não apresenta grande
influência na capacidade de carga. Podendo, portanto, este aspecto ser desprezado desde
que a fundação possua o ângulo ψ inferior a 45° +ɸ /2 e profundidade (D) considerada tal
qual indicado nas Figuras 3(a) e 4.

Influência do Nível de Água


Dependendo da posição do nível de água pode haver uma redução considerável da
capacidade de carga da fundação superficial. Os três termos da expressão da capacidade
de carga são influenciados, através da variação tanto do peso específico do solo utilizado,
como também da sobrecarga (q) (VESIC, 1975). É fundamental, então, que seja analisada
a maior elevação do lençol freático que pode acontecer na região em que as fundações
forem projetadas, para que este seja considerado no cálculo, por ser o caso mais crítico.
Existem dois casos básicos para serem considerados: o nível de água está entre o nível do
terreno e a base da fundação (Figura 5(a)) e o nível de água está entre a

Figura 5 – Influência do nível de água: (a) Caso 1 e (b) Caso 2


(VELLOSO e LOPES, 2012)

Condições Não-Homogêneas do Solo


Podem ser considerados quatro tipos básicos de não-homogeneidade nos solos: aqueles
em que o solo apresenta um perfil errático por conta da existência de lentes de solos de
menores resistência, de bolsões de materiais mais fracos e de camadas de espessura
variável e aquelas em que existe uma certa homogeneidade no tipo de solo (perfil regular)
mas com variação de suas propriedades ao longo da profundidade (aumento ou uma
diminuição da resistência do solo com a profundidade).

No primeiro caso, para se descobrirem todas as lentes e o comprimento delas, bem como
a existência de outras irregularidades, seriam necessárias muitas sondagens, o que muitas
vezes não é prático e economicamente viável. Nessa situação, podem ser feitas
simplificações, ou em obras de grande importância investir-se na extensa caracterização

12
desse solo (VESIC, 1975). Já no segundo caso a investigação é em geral justificável.

Dois outros casos muito comuns de não-homogeneidade de perfil de solo são os casos em
que há camadas distintas (diferentes resistências) com espessuras relativamente
constantes (Figura 6): (a) a primeira camada de solo é menos resistente que a subjacente
e (b) a primeira camada de solo é mais resistente que a subjacente. Figura 6 – Perfil de
solo não-homogêneo com duas camadas (adaptado de VESIC, 1975). Estudos
experimentais foram realizados por BROWN e MEYERHOF (1969) e foi observado que
os modos de roptura admitidos anteriormente não eram reais.

Figura 7 - Perfil de solo não-homogêneo com duas camadas (adaptado de VESIC, 1975)

Adequação do Tipo de Fundação


Em certas circunstâncias, torna-se evidente qual o tipo de fundação mais adequado a
utilizar para uma dada estrutura a colocar num certo solo. Se um solo competente aflora,
consistente, adaptar-se-ão evidentemente fundações superficiais, sapatas isoladas se as
cargas forem concentradas e afastadas, ou sapatas corridas se as cargas forem distribuídas
por elementos em painel.

Fundações Directas
As fundações directas, na qual incide este estudo, são elementos de fundação em que a
carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base
da fundação. Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas isoladas, os blocos de
fundação, os ensoleiramentos gerais e as sapatas corridas.

Sapatas isoladas - são elementos de fundação de forma quadrada ou rectangular, pouco


alongada, podendo também apresentar, embora com menor frequência forma circular ou
octogonal. Todas estas formas têm dimensão horizontal considerável que em regra excede
o dobro ou o triplo da profundidade. São elementos de fundação que resistem
principalmente à flexão, conforme se ilustra na Figura 7.

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Capacidade de Carga em Fundações Superficiais

Figura 7 - Sapatas isoladas assentes sobre solo residual

Blocos de fundação – Quando o terreno de fundação se encontra a profundidade média


(2,50m a 5,00m), assumem a forma de bloco escalonado, ou pedestal, ou de um tronco de
cone.

Figura 8 - Escavação de blocos de fundação

Sapatas corridas - são elementos de fundação de planta alongada que acompanham os


elementos superestruturais de uma estrutura resistente em painéis, como são exemplos de
muros, paredes resistentes, filas de pilares ou painéis resistentes.

ESTUDO DE CASO

Localização e caracterização da área em estudo


O estudo de caso a ser analisado é de fundação superficial cuja base é circular. Esta

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alternativa representa uma das soluções típicas para fundações de tanques, reservatórios
e silos para armazenamento de sólidos, gases ou líquidos. No setor petrolífero tais
soluções são muito utilizadas para armazenar, por exemplo, óleo ou gás natural, citada
em FELLENIUS (2013). Em geral é necessário o armazenamento de grande quantidade
desses produtos, acarretando em grandes carregamentos e fundações com elevados
diâmetros, que podem chegar até os 90m.

Figura 8 - Tanques de armazenamento de líquidos (FELLENIUS 2013)

RESULTADOS

Na análise da capacidade de carga das fundações de base circular dos tanques, será
considerada a geometria mostrada na figura abaixo. Em que:

B = diâmetro da base da fundação

D = profundidade de assentamento

H = profundidade do nível de água

NT = nível do terreno

NA = nível de água

CAF = cota de assentamento da fundação

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Figura 9 - Esquema da geometria da fundação do tanque considerada nas análises

Parâmetros do Solo
O solo da fundação é arenoso, e foram consideradas três compacidades diferentes, areia
fofa, medianamente compacta e compacta. Para isso, foram definidos os pesos
específicos, o ângulo de atrito, a coesão, o módulo de elasticidade, o coeficiente de
empuxo no repouso e o coeficiente de Poisson para essas três compacidades com base em
referências disponíveis na literatura.

Peso Específico (ɣsat)
Na Tabela 1 são apresentados os valores de peso específico

saturado típicos de areias sugerido por BOWLES (1997) em função de suas diferentes
compacidades.

Tabela 1

Peso específico saturado de areias (kN/m3) - Bowles (1997)

Muito fofa Fofa Média Compacta Muito compacta

11-16 14-18
17-20 17-22 20-23

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Tabela 1

Peso específico saturado de areias (kN/m3) - Bowles (1997)

Muito
Muito fofa Fofa Média Compacta
compacta

11-16 14-18
17-20 17-22 20-23

Tabela 2

Peso específico saturado de areias (kN/m3) - Godoy (1972)

Fofa a pouco compacta


Medianamente compacta Compacta a muito compacta

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DISCUSSÃO

Os valores de peso específico saturado do solo arenoso sugeridos por Bowles apresenta
grande variação dentro de cada faixa de compacidade relativa. Deste modo, uma areia
fofa, medianamente compacta ou compacta podem apresentar o mesmo valor de ɣsat =
17 kN/m3.

Dessa forma, recorreu-se a outra referência para ajudar na escolha dos valores de peso
específico. Segundo AOKI (2009), os valores apresentados por GODOY (1972) são
representativos dos solos arenosos, e são mostrados na Tabela 2. Analisando
graficamente, através da Figura 9, as possibilidades de valores para peso específico das
areias que serão utilizadas nos cálculos, foram decididos 16 kN/m3, 19 kN/m3 e 22 kN/m3

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para as areias fofa, medianamente compacta e compacta, respectivamente.

CONCLUSÃO

O objectivo do presente estudo foi estudar estudar os critérios de projectos de fundações


sujeito a tensões induzidas à superfície e a sua dissipação em profundidade. A relevância
dos critérios é claramente apoiada pelos resultados obtidos pelos recolhidos sobre a
matéria publicada pelos autores do estudo de caso.
Os critérios de projectos de fundações sujeito a tensões induzidas à superfície e a sua
dissipação em profundidade é uma temática amplamente discutida, sendo consensual a
pertinência, de dotar as entidades responsaveis a criar os mesmos, de ferramentas que
auxiliem nas tarefas de investigação ou pesquisa e até a sua implementação. Contudo os
estudos realizados sobre esta temática centram-se quase exclusivamente nos critérios de
projectos de fundações induzidas em superfícies e profundidades.
Depois de várias pesquisas chegou-se à conclusão que, é necessário e de extrema
importância que se sejam bem estudados os critérios de projectos de fundações sujeito a
tensões induzidas à superfície e a sua dissipação em profundidade bem como a execução
e aplicação prática para resolução de problemas ligadas a engenharia civil.

Nesta conformidade há necessidade de criar modelos de critérios mais eficazes, sendo


assim as construtoras de engenharia civil se deparam com a necessidade de transformar
sua maneira de actuar, e consequentemente, manter as estruturas em boas condições de
utilidade através de manutenção prevista mas sem a necessidade de grandes repações.

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RECOMENDAÇÕES

Essas descobertas sugerem vários cursos de acção para a criação de critérios de projectos
de fundações e aplicação nas sondagens para concepção de projectos que exigem
fundações com vista a vencer as diferentes formas do relevo ou terrenos e as diferentes
camadas rochosas que lhe compõe.
Há vários estudos importantes que precisam ser feitas nas entidades responsáveis pela
concepção, aplicação bem como manutenção das mesmas, esforços contínuos são
necessários para tornar os critérios mais acessíveis na compatibilidade com os projectos
de execução. Uma prioridade política chave deve, portanto, ser planejar o cuidado de
longo prazo das infra-estruturas ligadas a fundações.
A excessiva necessidade de aumentar as edificações, bem como a necessidade de
exploração dos recursos naturais já se reflecte em toda uma série de dificuldades e
problemas ligados aos critérios de projectos de fundações adequados as infra-estruturas
industriais e sociais.

Neste contexto, as soluções passíveis a serem buscadas devem basear-se em tentativa de


critérios que sejam adequados com o local em estudo onde se pretende implementar o
projecto.

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REFERÊNCIAS
Ana Carina Lourenço Nunes Neves, Doutor Carlos Jorge Amorim Miragaia
Trancoso Vaz. 2013 . Projecto de Fundações e Estrutura de um Edifício 2013.
Burró, Maria Alicia Arevalos. 2005. capacidade de carga de fundações sobre solos
reforçados por colunas sobmetidas a solicitações. 2005.
Constancio, Lucas Amarante. 2010. Capacidade dedarga de um modelo de Fundação
Superficial em solo arenoso fofo com reforço de geotextil 2010.
Cuevas, Gonsalves Mecânica Estrutural I.
Jorge Sánchez Moreno, Moreno, Jorge Sanchezes 2005. Proposta de metodologia
para critérios de projectos de fundações de estacas de soluções para TLP 2005.
Marques, Stéphane Garcia 2014. Projeto de Fundações e Estrutura de um Edifício de
3 Pisos em Lisboa, destinado a Habitação 2014.
Milito, José António. Técnicas de engenharia civil e construção de edifícios .
Silva, Jefferson Lins da. 2004. Metodologia de projecto de fundações por estacas
inclinado incluindo probabilidade de ruina. 2004.

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