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BOLETIM 24 DE FEVEREIRO DE 2019.

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“…Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado”. (1Co 5.7)

Em poucos dias, grande parte da sociedade ocidental celebrará a Páscoa. Para alguns,
trata-se de apenas mais um feriado no qual será possível ir à praia ou visitar alguns
familiares no interior. Para outros, trata-se de uma data oportuna para comer ovos de
chocolate. Contudo, para os que creem em Jesus qual é o sentido da Páscoa? Vejamos
abaixo três considerações sobre o tema:

Em primeiro lugar, devemos nos lembrar de que a Páscoa é originalmente uma festa
judaica. Como escreve Augustus Nicodemus, o termo “páscoa, vem da palavra hebraica
pessach que significa ‘passar por cima’ – uma referência ao episódio da Décima Praga
narrado no Antigo Testamento quando o anjo da morte ‘passou por cima’ das casas dos
judeus no Egito e não entrou em nenhuma delas para matar os primogênitos. A razão foi
que os israelitas haviam sacrificado um cordeiro, por ordem de Moisés, e espargido o
sangue dele nos umbrais e soleiras das portas. Ao ver o sangue, o anjo da morte ‘passou’
aquela casa”.[1] A partir daquele momento, Deus instituiu, então, a Páscoa como um
rito anual, no qual os judeus se recordariam do livramento do Senhor no Egito (Êx
12.26).

Em segundo lugar, devemos nos lembrar de que Jesus Cristo foi morto e ressuscitou
durante a celebração da Páscoa pelos judeus (festa mencionada no tópico anterior). O
evangelista Mateus relata: “Sabeis que, daqui a dois dias, celebrar-se-á a Páscoa; e o
Filho do Homem será entregue para ser crucificado” (Mt 26.2). O apóstolo João
escreve: “Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de
passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os
até ao fim” (Jo 13.1). Através de outros relatos bíblicos sabemos também que Jesus
ressuscitou “…no domingo de manhã cedo, após o sábado pascoal. Como sua morte
quase que certamente aconteceu na sexta-feira, a “sexta da paixão” entrou no calendário
litúrgico cristão durante a idade média como dia santo” [2]. Logo, o modo como
celebramos a Páscoa hoje tem mais a ver com a tradição da igreja – baseada na morte e
ressurreição de Jesus – do que com o ritual judaico do Antigo Testamento.

Em terceiro lugar e último lugar, devemos nos lembrar de que há uma relação direta
entre a Páscoa celebrada pelos judeus no Egito e a consumação da obra de Cristo
celebrada pela igreja cristã. Contudo, qual é essa relação e o que ela significa para nós
hoje? No Egito, Deus ordenou que seu povo sacrificasse um cordeiro e que marcasse a
porta de suas casas com o seu sangue. Desse modo, Deus os livraria da morte (Êx 12).
Agora, através do sangue de Jesus Cristo derramado na cruz, eu e você também somos
livrados da morte. Deus, ao “passar por cima”, vê sobre nós o sangue de seu Filho
perfeito (Cl 1.20), de modo que nenhuma condenação há sobre nós (Rm 8.1).
Parafraseando John Owen, na morte de Cristo nossa morte foi morta – de uma vez por
todas.

Então, reflita nesses dias sobre o verdadeiro significado da Páscoa. Lembre-se do


Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Não deixe de adorar,
juntamente com a igreja, a Jesus, que foi morto em seu lugar, pois ele é digno de receber
o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor (Ap 5.12). Afinal, ele
é o nosso Cordeiro pascal!

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