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1O acidente
o 1.1Cronologia
2Causas
o 2.1Relatório INSAG-1 (1986)
o 2.2Relatório INSAG-7 (1992)
3Impacto
o 3.1Ambiental
o 3.2Humano
o 3.3Político, econômico e social
4Consequências
o 4.1Desativação da usina
o 4.2Confinamento
o 4.3Zona de exclusão
o 4.4Preocupação com os incêndios florestais
5Ver também
6Referências
o 6.1Bibliografia
7Ligações externas
O acidente
Cronologia
Dia 25 de abril de 1986, o reator da Unidade 4 estava programado para ser desligado para
manutenção de rotina. Foi decidido usar esta oportunidade para testar a capacidade do
gerador do reator para gerar energia suficiente para manter seus sistemas de segurança
(em particular, as bombas de água) no caso de perda do suprimento externo de energia.
Reatores como o de Chernobil têm um par de geradores diesel disponível como reserva,
mas eles não são ativados instantaneamente – o reator é portanto usado para partir a
turbina, a um certo ponto a turbina seria desconectada do reator e deixada a rodar sob a
força de sua inércia rotacional, e o objetivo do teste era determinar se as turbinas, na sua
fase de queda de rotação, poderiam alimentar as bombas enquanto o gerador estivesse
partindo. O teste foi realizado com sucesso previamente em outra unidade (com as
medidas de proteção ativas) e o resultado foi negativo (isto é, as turbinas não geravam
suficiente energia, na fase de queda de rotação, para alimentar as bombas), mas
melhorias adicionais foram feitas nas turbinas, o que levou à necessidade de repetir os
testes.[carece de fontes]
A potência de saída do reator 4 devia ser reduzida de sua capacidade nominal de
3,2 GW para 700 MW a fim de realizar o teste com baixa potência, mais segura. Porém,
devido à demora em começar a experiência, os operadores do reator reduziram a geração
muito rapidamente, e a saída real foi de somente 30 MW. Como resultado, a concentração
de nêutrons absorvendo o produto da fissão, xenon-135, aumentou (este produto é
tipicamente consumido num reator em baixa carga). Embora a escala de queda de
potência estivesse próxima ao máximo permitido pelos regulamentos de segurança, a
gerência dos operadores decidiu não desligar o reator e continuar o teste. Ademais, foi
decidido abreviar o experimento e aumentar a potência para apenas 200 MW. A fim de
superar a absorção de neutrons do excesso de xenon-135, as hastes de controle foram
puxadas para fora do reator mais rapidamente que o permitido pelos regulamentos de
segurança. Como parte do experimento, à 1:05 de 26 de abril, as bombas que foram
alimentadas pelo gerador da turbina foram ligadas; o fluxo de água gerado por essa ação
excedeu o especificado pelos regulamentos de segurança. O fluxo de água aumentou a
1:19 – uma vez que a água também absorve nêutrons. Este adicional incremento no fluxo
de água requeria a remoção manual das hastes de controle, produzindo uma condição de
operação altamente instável e perigosa.[carece de fontes]
Causas
Relatório INSAG-1 (1986)
A primeira explicação oficial do acidente, mais tarde considerada errônea, foi publicada em
agosto de 1986. Colocou efetivamente a culpa nos operadores das usinas elétricas. Para
investigar as causas do acidente, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) criou
um grupo conhecido como Grupo Consultivo de Segurança Nuclear Internacional (INSAG),
que no seu relatório de 1986, INSAG-1, também apoiou esta visão, com base nos dados
fornecidos pelos soviéticos e as declarações orais de especialistas.[32] Nesta visão, o
acidente catastrófico foi causado por graves violações das regras e regulamentos
operacionais. "Durante a preparação e teste do gerador de turbina sob condições de
funcionamento usando a carga auxiliar, os funcionários desconectaram uma série de
sistemas de proteção técnica e violaram as disposições mais importantes de segurança
operacional para a realização de um exercício técnico."[33]:311
Dr. Hans Blix, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), durante visita na
área de Chernobil em maio de 1988.
A Ucrânia desclassificou vários documentos da KGB do período entre 1971 e 1988
relacionados com a fábrica de Chernobil, mencionando, por exemplo, relatos anteriores de
danos estruturais causados por negligência durante a construção da fábrica (como a
divisão de camadas de concreto) que nunca foram postas em prática. Eles documentaram
mais de 29 situações de emergência na fábrica durante este período, 8 das quais foram
causadas por negligência ou pouca competência por parte do pessoal.[34]
Em 1991, uma Comissão do Comitê Estadual da URSS para a Supervisão da Segurança
na Indústria e da Energia Nuclear reavaliou as causas e as circunstâncias do acidente de
Chernobil e chegou a novas perspectivas e conclusões. Com base nisso, em 1992 o
Grupo Consultivo de Segurança Nuclear da AIEA (INSAG) publicou um relatório adicional,
INSAG-7,[35] que revisou "aquela parte do relatório INSAG-1 em que a atenção primária é
dada às razões do acidente" e foi incluído o relatório da Comissão de Estado da URSS
como Apêndice I.[35]
Segundo o relatório INSAG-7, as principais razões do acidente estão nas peculiaridades
da física e na construção do reator. Existem duas razões:[35]:18
O reator tinha um fração de vazio positivo perigosamente alto. Dito de forma simples,
isto significa que se bolhas de vapor se formam na água de resfriamento, a reação
nuclear se acelera, levando à sobrevelocidade se não houver intervenção. Pior, com
carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros fatores, os quais
tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores não tinham conhecimento deste
perigo e isto não era intuitivo para um operador não treinado.
Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de controle. Num
reator nuclear, hastes de controle são inseridas no reator para diminuir a reação.
Entretanto, no projeto do reator RBMK, as pontas das hastes de controle eram feitas
de grafite e os extensores (as áreas finais das hastes de controle acima das pontas,
medindo um metro de comprimento) eram ocas e cheias de água, enquanto o resto da
haste - a parte realmente funcional que absorve os nêutrons e portanto pára a reação -
era feita de carbono-boro. Com este projeto, quando as hastes eram inseridas no
reator, as pontas de grafite deslocavam uma quantidade do resfriador (água). Isto
aumenta a taxa de fissão nuclear, uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons
mais potente. Então nos primeiros segundos após a ativação das hastes de controle, a
potência do reator aumenta, em vez de diminuir, como desejado. Este comportamento
do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado seria que a potência
começasse a baixar imediatamente), e, principalmente, não era de conhecimento dos
operadores.
Impacto
Ambiental
Embora não se possam fazer comparações informativas entre o acidente e uma detonação
nuclear estritamente explodida por ar, ainda se tem aproximado que cerca de quatrocentas
vezes mais material radioativo foi liberado de Chernobil do que pelo bombardeio atômico
de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. Em contraste, o
acidente de Chernobil liberou cerca de um centésimo a um milésimo da quantidade total
de radioatividade liberada durante a era dos testes de armas nucleares no auge da Guerra
Fria, entre os anos de 1950 e 1960, com a variação de 1/100 a 1/1000 devido a tentando
fazer comparações com diferentes espectros de isótoposliberados.[36] Aproximadamente
100.000 km² de terra foram significativamente contaminados com cinza nuclear, sendo as
regiões mais atingidas na Bielorrússia, Ucrânia e Rússia