finanças mercado cambial

Bancos mostram contas Acesso às divisas

Os bancos comerciais começaram, nos O acesso às divisas está cada vez mais
últimos dias, a apresentar os relatórios de normalizado. Embora as reclamações
balanço do exercício económico de 2018, persistam, também não é menos verdade
em observância à Lei que estipula até Abril que para os estudantes, os que viajam em
do ano seguinte. Contudo, na Europa já se tratamento ou em serviço, por exemplo, já
faz balanço do I trimestre de 2019. está mais fácil comprar divisas.

Ano 11 N.º 556 Sexta-feira, 3 de Maio de 2019 Kz 100

Director Agostinho Chitata Director-Adjunto Mateus Cavumbo
SITE: www.jornaldeeconomia.sapo.ao E-MAIL: redaccaoeconomia@gmail.com

já há dinheiro para ajudar a combater o desemprego

A hora de produzir
o “pão da juventude”
A aposta do Executivo de
criar até 2021 um total
de 250 mil empregos está
a mobilizar os privados,
que são os principais
destinatários das medidas
desenhadas. Além do
financiamento já aprovado
pelo Executivo de 21 mil
milhões de kwanzas. O
Deutch Bank da Alemanha
prepara uma linha de mil
milhões de dólares. [6-9]

banca entrevista Combustivéis

Multicaixas “Temos de olhar para o Pape Contrabando
movimentaram como um plano de formação” está a fazer
kz 472,2 mil “ricos ilegais”
milhões no negócio
“Temos que olhar para o Pape não como um mecanismo para gastar,
mas sim como um plano que visa dar respostas às questões concretas

no I trimestre de fronteira
que têm como meta formar 83.500 pessoas. A afirmação é do director-
-geral do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional, Manuel

deste ano [12] com o Luvo [22]

Mbangui, indicado pelo ministro da Administração Pública, Trabalho
Manuel Mbangui, DG do Inefop e Segurança Social, Jesus Maiato, em entrevista exclusiva ao JE. [10-11]
2
opinião
Economia & Finanças

Editorial
Tudo a ziguezaguear
E se o petróleo
T
edições novembro

rês momentos marcaram, ao

nosso ver, esta semana: a pro-

acabar?!... posta de Lei que deve aprovar

A economia mundial é movida à petróleo (pedra de óleo da
tradução livre em latim).
O petróleo é uma das matérias-primas mais importantes
da civilização moderna. É utilizado como fonte de energia
e seus derivados são transformados em plástico, borracha
sintéctica, tintas, corantes, adesivos, solventes, detergentes,
explosivos, produtos farmacêuticos e de cosméticos, entre
outras muitas aplicações.
Estamos num cenário em que ou nos adaptámos ou somos
engolidos pela acelerada industrialização. Na nova era
tecnológica, ela não deixa margem para improvisos.
Pessoas, empresas e governos, todos são chamados a
abraçar os desafios de uma produção industrial se quiserem dar
o Orçamento Geral do Estado
Revisto, para o exercício econó-
mico de 2019, terça-feira última apreciada
pelo Conselho de Ministros para ser sub-
metida à Assembleia Nacional, agora em
Maio. O discurso do Presidente da Repú-
blica no I Fórum das Câmaras de Comércio
e Indústria de Angola, realizado em Luanda
e a promoção de programas de empregos
para a juventude, anunciados pelo ministro
Jesus Maiato, ligando estes com o feriado
de quarta-feira última para assinalar o Dia
Internacional do Trabalhador.
1 – A presença do Presidente ao fórum
que contou com homens de negócios,
empresários e investidores acabou por pres-
tigiar o evento, aliás, assim se pronuncia-
Agostinho Chitata
Director do Jornal Economia & Finanças

resposta às necessidades de consumo, essencialmente. ram alguns participantes. O discurso tocou

em matérias curiosas que têm sido motivo

Às vezes chega a ser impensável um mundo sem petróleo.
Ainda assim, e como mais vale prevenir do que remediar, é de
todo importante prepararmo-nos para o pós-petróleo.
Se a era do fogo foi superada pela do petróleo, talvez chegue
em breve a da água, para acalmar a fúria da chama ardente
desse petróleo que queima em todos os mercados aqueles que se
deixam depender exclusivamente dessa matéria, transformada
em commodity (produtos de qualidade e características
uniformes, que não são diferenciados de acordo com quem os
produziu ou de sua origem cujo preço é determinado pela oferta e
a procura internacional). O sobe e desce dos preços nos mercados
internacionais, num histórico dos últimos 10 anos, dá lições para
que professores e alunos atinjam o grau de mestre em resiliência
(capacidade de superar obstáculos e resistir à pressão de
situações adversas), mas também a sermos eficientes (fazer certo
as coisas) e eficazes (fazer as coisas certas).
Mesmo que visto num contexto e cenário mais dramático, o
fim da era do petróleo não vai apagar a força da água e da terra.
Logo, é da terra e da água que deveremos buscar as melhores
soluções de construção de um futuro mais confiante, uma vez
que os produtos agrícolas e industriais também são matérias de
tributo e de transacção nas praças financeiras. O café, o algodão
e o açúcar, por exemplo, são tão commodities como é o petróleo
ainda que usados em menor escala devido aos limites do seu
consumo e utilização.
Ainda assim, o tempo urge, a fazermos das estratégias do
Governo, oportunidades para que os empresários agrícolas
ganhem maior protagonismo e possam, por esta via, serem eles
os principais catalisadores da estratégia de geração de novos
postos de trabalho.
Além de empregar, há também, para os governos, o desafio de
de interrogações: a questão das indústrias
têxteis. Como disse o Chefe de Estado, é
“imperioso encontrar uma solução defi-
nitiva que ponha cobro à paralisação das
empresas têxteis Satec, África Têxtil e
Testang II, concluídas entre 2013 e 2015”.
Ao falar do estado destas, informou
que, com vista a recuperação destas indús-
trias, o Estado contraiu um endividamento
global de mil 162 milhões 715 mil dólares,
“mas até agora não funcionam em con-
dições”. A inquietação começa aqui, não
funcionando em condições, qual é efecti-
vamente o estado destas indústrias? O que
faz quem lá trabalha? E como se vai con-
seguir o retorno dos investimentos públi-
cos feitos? Afinal, se se está endividado,
tem de se pagar. Se calhar uma outra ques-
tão: vamos continuar afivelados às rendas
petrolíferas para “sacudir” a onda de dívi-
das que nos chafurda?
Da venda do petróleo, a Sonangol encai-
xou dois mil milhões 827 milhões 159 mil
281 dólares norte-americanos, no I trimes-
tre de 2019, com a venda de 45 milhões 125
mil 833 barris de petróleo ao preço médio
de usd 63,131.3 mil milhões de dólares.
O crude vai rondando os 60 a 70 dólares
o barril. Há quem entenda como seja um
período bom para a economia angolana,
que vai vivendo momentos menos bons
financeiramente. Considerou-se mesmo,
em alguns círculos, que se está a viver o
fim da crise petrolífera e que, nesta altura,
}
A opinião
generalizada
é que as coisas
ainda continuam
a ziguezaguear
bro de 2018, o preço do petróleo situava-se
acima dos 70 dólares…”
Lá está o busílis da questão. Claro que
se impunha, julgamos, esta revisão. O mer-
cado petrolífero não vive de boa saúde e a
volatilidade dos preços fala por si. Temos
assistido uma onda frustrante de sobe e
desce. E temos uma economia amarrada
aos proventos petrolíferos. Nestes casos,
o bom senso nos aconselha a actuar com
alguma prudência relativamente à eleva-
ção da fasquia. A sugestão, de algumas
opiniões, na altura, foi de que o preço de
referência ao OGE fosse 50 dólares o barril.
Agora com a revisão, entenda-se, perde-se
tempo e dinheiro porque estes exercícios
rectificativos pressupõem custos (ou não?!)
e, como é sabido, o período é de contençao

redistribuir as populações, uma vez que áreas há desabitadas
para outras com excesso de concentração de pessoas.
Cá entre nós, só bastará “ressuscitar” a base de força
da nossa agricultura, para tornar a indústria no factor
decisivo, que se precisará na transformação final daquilo
que nós precisaremos para pôr em funcionamento os nossos
factores de produção.
Os bens agrícolas associados a presença massiva de
água vão dominar, num futuro sem ainda precisão, as trocas
comerciais e as estratégias de cooperação entre os Estados.
}
os cofres estejam a encher.
No fundo, é o que se pretende de facto:
que os cofres encham e que a crise termine
para o bem do crescimento económico. O
país tem uma agenda vasta ligada à recu-
peração económica. Todo o dinheiro que
entra é pouco. Mas lá está, estamos endivi-
dados. As anunciadas pelo Presidente não
são as únicas, existem mais, com certeza…
A sensação com que se fica, porque as
boas práticas assim aconselham, quando
recebemos algum dinheiro, temos de par-
tir para liquidar as dívidas, sob pena de
sermos tratados de caloteiros. Às vezes -
desconfia-se, porque os discursos assim
nos induzem, que se herdou um ónus bas-
tante pesado. Ainda que seja o fim da crise
3
financeira e o país tem pressa…
– A promoção de programas de empre-
gos. Assumidamente, só peca pela
tardia. É preciso passar sempre esta men-
sagem de que há este interesse, políticas e
dinheiro do Estado para “mitigar” a falta
de emprego. É o momento de resgatar as
esperanças de muita juventude ávida em
entrar para o mercado de trabalho. Nesta
altura, convenhamos, é o maior interesse
desta franja social. Então, arregacemos as
mangas e cuidemos do destino laboral dos
nossos jovens. O primeiro de Maio deve ter
sido aproveitado como um dia de reflexão
neste domínio.

petrolífera, o exercício para arrumar a casa O Presidente disse ainda no Fórum,

2
ainda exige muita esfregona.
visto num contexto e cenário – Escreve assim o Jornal de Angola:
“Em declaração à imprensa no termo
mais dramático, o fim da era do da IV sessão ordinária do Conselho de Minis-
tros, o ministro das Finanças justificou
petróleo não vai apagar a força a revisão do OGE com a alteração brusca
do preço médio de referência do petró-
da água e da terra leo definido para o OGE de 2019… E disse
mais: “Quando apresentamos a proposta
de OGE à Assembleia Nacional, em Outu-
acima citado, que o “objectivo é que os pri-
vados possam gerir e colocar empresas a
criar riqueza, bens e serviços e mais postos
de trabalho”. Este é o caminho a seguir…
de facto. Precisamos de alavancar a eco-
nomia, acabar com a fome e a miséria. Há
como dar à volta por cima. É necessário
proporcionar felicidades às famílias. A
opinião generalizada é que as coisas ainda
continuam a ziguezaguear. Mas os sinais
são bons. As boas notícias sucedem-se...
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
opinião 3

Números
Os seguros e as Tic

A
s sociedades estão a
viver um novo fenó-
meno no que toca
ao modo de estar e
ser diante dos negó-
edições novembro

visto que não estamos desassocia-

dos dos fenómenos que ocorrem em
outras paragens do mundo no que
toca ao desenvolvimento deste nicho
de mercado e suas transformações.
5
miLhões de Dólares
É o valor a investir, ainda este ano, pelo Ministério da
cios. Devem acompanha r a Por outro lado, a informatização Agricultura e Florestas no Projecto de Recuperação
dinâmica e crescimento das dos produtos é um dado que vai da Agricultura nas províncias da Huíla, Cunene e
Tecnologias de Comunicação e tomando corpo no mercado ango- Benguela, num financiamento do FDA.
Informação (TIC). Os seguros lano, estando a cobrir o espaço domi-
não estão de fora, pois, trata- nado pelos tradicionais canais de

6
-se de um paradigma, que em subscrição e distribuição, assim
bom rigor, impõe regras muito como os da mediação de seguros,
objectivas ao funcionamento do lojas e outros. É caso para dizer que
mercado dos seguros e outros. a comercialização dos produtos de
Apesar de muitos ainda não seguro e fundo de pensões pelas com-
terem se apercebido, este fenó- panhias de seguro vão se transfor- Milhões de dólares
meno das Tic inf luencia as mando numa norma do processo de Foram aplicados pelo Ministério do Ambiente
pessoas cada vez mais a toma- subscrição, isto é, as seguradoras no projecto da Orla Costeira para aumentar a
rem decisões muito rápidas e a Júlio Matias estão a adaptar procedimentos pru- capacidade de resiliência das comunidades costeiras
olharem para os produtos ofe- Consultor de Seguros dentes na subscrição, incorporando vulneráveis em Angola.
recidos pelas companhias de nas soluções informáticas através
seguro de forma mais atenta. dos Apps, associados aos smartpho-

55
Tudo está na ponta de um click, nes à comercialização dos seguros.
}

mais simples, mais rápido na Apesar da influência das tecnolo-

hora de decidir. Os potenciais gias da informação, estas não farão
clientes (proponentes) estão A tendência é desaparecer os mediadores e corre-
cada vez mais exigentes, apre- tores de seguros, porque a media-
ciam a simplificação na hora que as tIC sejam ção e corretagem de seguros sempre dólares por cada barril
da explicação da venda dos vão carecer da intervenção oral e o Assim reviu em baixa a nova proposta de OGE
seguros e do preenchimento da cada vez mais acompanhamento do negócio sem- 2019, já aprovada em Conselho de Ministros e que,
proposta. Solicitam cotações pre será exigido sendo um factor em breve, vai para discussão e aprovação final pela
com maior brevidade e respos- importantes na a ter em conta na hora das contas. Assembleia Nacional. A instabilidade do preço/
tas satisfatórias. Não adiante, Sabemos que a regularização de referência do petróleo nos mercados internacionais
as seg uradoras vendem um comercialização sinistro traduz a imagem da com- obrigou a diminuição da anterior previsão de 68
sonho que ninguém imagina, panhia de seguros diante do mer- dólares para 55 por cada barril de Brent.
mas a verdade é que o mercado dos produtos cado, daí que este seguimento terá
está a uma velocidade compa- que ser aprimorado e alinhado às

rada com a da luz associada
às tecnologias de informação.
Os smartphones constituem o
meio de interacção para troca de
mensagens e obtenção de servi-
ços, e no mundo dos seguros são
hoje uma realidade, cujos ser-
viços oferecidos passa através
das Apps, onde o segurado tem o
serviço da loja na ponta da mão.
A actividade seguradora não
700
oferecidos pelas expectativas dos clientes em dimi-
nuir o processo burocrático que
seguradoras hoje assistimos mais rigor e con-
trolo no processo de regularização
de sinistros. Um outro aspecto a
com este desenvolvimento, sur- ter em atenção é a regularização milhões de dólares
gem cada vez mais soluções dis- dos sinistros, pois em fase de ins- Crédito disponibilizado, este ano, pelo Fundo de
ponibilizadas pela informática trução do processo de sinistros, Investimento do Governo do Reino Unido, para
para fazer face às preocupações os segurados apresentam muitas potenciar a classe empresarial em Angola.
dos segurados, proponentes e reclamações na hora de contactar
público em geral na hora de subs- as seguradoras e os prestadores

750
está isenta das transforma- crever e regularizar um sinistro. de serviço, a exemplo das oficinas
ções que ocorrem nos merca- A tendência é que as tecno- mecânicas não estão nada satis-
dos a todos os níveis. Sabemos logias da informação sejam feitos. Muitos transtornos que
que os seguros são transver- cada vez mais importantes na podem ser mitigados pela apresen-
sais a toda actividade humana comercialização dos produtos tação de serviços através das Tic.
e encontram-se na lista dos bens oferecidos pelas seguradoras. A dinâmica do mercado impõe as milhões de dólares
mais procurados pelos consu- Angola, segundo o Inacon, tem um seguradoras maior investimento Corresponde a soma de 118 propostas de
midores e investidores, produ- número aproximado de 13 milhões nas áreas técnicas para dar suporte investimentos privados registados, de Agosto
tos que garantem a reposição da de utilizadores de telemóveis e ao fenómeno Tic e outros. Desta de 2018 até Abril deste ano, pela Agência de
perda em caso de um sinistro. quatro milhões com internet, um forma, estarão a oferecer soluções Investimento Privado e Promoção das Exportações.
Todos querem ver os seus bens outro relatório anual divulgado mais rápidas e que respondam às
salvaguardados face a expo- pelas agências We Are Social e necessidades e expectativas do mer-
sição dos riscos. Os seguros, Hootsuite revela que as taxas de cado e dos clientes. Vender seguros
além de cobrirem despesas crescimento na penetração da não pode ser entendido como uma
decorrentes de sinistros de internet no continente africano mera comercialização do serviço
bens, cobrem também despe- aumentaram em mais de 20 por oferecido ao segurado, pois é pre-
sas associadas às pessoas. cento e que metade da população ciso aprimorar a gestão, acompa-
As tecnologias de informação mundial está na ponta de um click. nhamento, técnica, experiência,
vêm evoluindo muito com o rápido Apesar dos avanços, Angola ainda capacidade de resposta face às ten- Frase da semana
desenvolvimento da sociedade, e tem muito caminho a percorrer dências e os fenómenos do mercado.
}

Ficha técnica

EDIÇÕES
NOVEMBRO E.P.
JORNAL DE ANGOLA I JORNAL DOS DESPORTOS
São também visíveis
Director: Agostinho Chitata Departamento de Paginação : Irineu Caldeira Presidente do Conselho
as medidas tendentes
Director-adjunto: Mateus Cavumbo
(Chefe), Adilson Santos (Chefe-adjunto), Carlos Casimiro
(Chefe de secção), Alcreto Abílio, Bruno Vieira Dias,
Paulo Lopes e Alberto Quiluta
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Victor Silva a combater
Secretário de Redacção: Carlos Cardoso
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Redacção: Isaque Lourenço (editor), Fax 222 336 073 Kassonde Ross Guinapo
Adérito Veloso, Ismael Botelho, Pedro Peterson e Mail: redaccaoeconomia@gmail.com João Lourenço
Armando Estrela (subeditores), António Eugénio, André ednovembro.dg@nexus.ao Administradores não Executivos: Presidente da República, durante o dicurso no
Sibi, Manuel Barros, Regina Handa, Vânia Inácio, Yola do Publicidade: 244-937 550 262/244-949 770 006, Filomeno Jorge Manaças 1º Fórum das Câmaras de Comércio e Indústria
Carmo e Xavier António (repórteres) www.jornaldeeconomia.co.ao Mateus Franscisco João dos Santos Júnior
4
Actualidade
Executivo baixa receitas do OGE
Proposta revista tem receita estimada
em 10,3 biliões de kwanzas será em
breve submetida à Assembleia Nacional,
mas garante a continuidade das
reformas mais importantes em curso
e o cumprimento da actualização nos
salários dos organismos do Estado
Parlamento angolano deverá discutir nos próximos dias a proposta revista do OGE/2019 que lhe vai ser remetida pelo Executivo uma vez que o preço do petróleo continua longe das previsões iniciais
O
C on s el h o d e
Ministros
aprovou nesta
terça-feira, em
Luanda, a pro-
posta de Lei do
Orçamento Geral
do Estado (OGE) revisto para o
exercício económico de 2019,
diploma legal que visa proceder
ao ajustamento do actual mon-
tante de receitas e despesas à
nova realidade económica.
Segundo o comunicado de
imprensa distribuído no final da
reunião orientada pelo Presidente
da República, João Lourenço, o
reajuste consubstancia-se numa
redução da receita fiscal, devido
a volatilidade do preço do petró-
leo no mercado internacional.
Este facto tem criado desequilí-
brios macroeconómicos, que pre-
judica a execução do OGE e põe
em perigo o alcance dos objectivos
estratégicos macro-executivos.
A proposta do OGE revisto,
PR visita Namibe e Cunene
João Lourenço viaja ao Sul
para constatar “in loco” o
ponto de situação destas
partes do território e dar
mais “in puts” económicos
A agenda de trabalho do Presi-
dente da República, João Lou-
renço, tem prevista, para hoje e
amanhã, visitas às províncias
do Namibe e do Cunene.
Segundo uma nota da Casa Civil
do Presidente da República a que o
JE teve acesso, no Namibe, o Presi-
dente João Lourenço deverá inau-
gurar vários projectos sociais e
económicos, prevendo o programa
uma visita do Chefe de Estado ao
hospital provincial Ngola Kim-
banda recentemente reabilitado
e apetrechado. Acto contínuo, o
Presidente da República visitará
}
com receitas estimadas em kz
10.372.864.674.112,92 (dez biliões,
trezentos e setenta e dois mil
milhões, oitocentos e sessenta e
quatro milhões, seiscentos e setenta
e quatro mil e cento e doze kwan-
zas e noventa e dois cêntimos), será
submetida à Assembleia Nacional.
Na mesma ocasião, o Conse-
lho de Ministros aprovou o rela-
tório de balanço da execução do
OGE, referente ao IV trimestre de
2018, documento que apresenta
dados sobre a sua execução nesse
período, incluindo os balanços
orçamental, financeiro e patri-
monial, bem como a demonstra-
ção das variações patrimoniais,
e recomendou o seu envio à AN.
No domínio da economia e pla-
neamento, foi aprovado o crono-
grama e o plano de acção para a
revisão da estratégia de desenvol-
vimento de longo prazo “Angola
2025” para o horizonte 2050, docu-
mento que estabelece um modelo
de governação que garanta uma
infraestruturas ligadas ao sector
das Águas, após o que deixará o
Namibe rumo à província vizi-
nha do Cunene.
No seguimento, o Chefe de
Estado desloca-se, ainda no
mesmo dia para o Cunene, onde
tomará contacto com diversas
matérias ligadas à problemática
da seca na província do Cunene,
como sejam os projectos de cons-
trução de barragens, canais e
condutas de água. No Sábado,
o Chefe de Estado desloca-se ao
município de Ombadja, para cons-
tatação “in situ” dos problemas
derivados da escassez de água e
seca persistente na região.
A situação da seca que assola
a região, bem como o andamento
do projecto governamental que
visa mitigar os efeitos deste fenó-
meno que está a afectar milhares
de pessoas e o gado é o principal
conselho
de ministros
aprovou,
igualmente,
o relatório
e contas do BNA
supervisão adequada e um acom-
panhamento regular da imple-
mentação da referida estratégia,
de modo a que possa produzir os
resultados esperados.
A sessão aprovou, igualmente,
o relatório e contas do Banco
Nacional de Angola, referente
ao ano de 2018, documento que
permite a correcta avaliação do
desempenho económico e finan-
ceiro daquela instituição, face ao
foco da visita.
A oportunidade deverá servir
também para o pelouro de Virgí-
lio Tchova apresentar mais uma
vez a imagem que se pretende do
Cunene e as principais preocupa-
ções da população local.
Recentemente, um pacote
financeiro fi xado em 200
milhões de dólares foi aprovado
pelo Presidente da República,
João Lourenço, para solucionar
problemas estruturantes liga-
dos aos efeitos destrutivos da
seca na província do Cunene.
O Titular do Poder Executivo
ordenou que os sectores cor-
respondentes desencadeiem,
de imediato, os procedimentos
de contratação, por concurso
público, dos serviços para a
edificação de um conjunto de
obras com aquele fim.
Em concreto, o Presidente
enquadramento económico nacio-
nal e internacional.
Organização do Estado
O manual que regulamenta as
especificações técnicas e as dis-
posições sobre a deferência e o uso
da Bandeira Nacional, da Insíg-
nia Nacional e do Hino Nacional,
documento que estabelece as cir-
cunstâncias de utilização dos
símbolos nacionais, definidos
na Constituição da República de
Angola, tendo em atenção a sua
importância, enquanto referên-
cias relevantes para a identifica-
ção do Estado e para a defesa da
independência e unidade nacio-
nal, também foi aprovado.
O Conselho de Ministros rati-
ficou os planos directores dos
municípios da província de Ben-
guela, instrumentos de gestão
territorial que contêm directivas
estratégicas, critérios e parâme-
tros que deverão ser desenvol-
vidos e aplicados pelos demais
O Curoca na província do Namibe é dos que tem sido afectado pela seca
da República orientou que se
construa um sistema de trans-
ferência de água do rio Cunene
que partirá da localidade de
Cafu até Shana, nas áreas de
Cuamato e Namacunde.
Economia & Finanças
Edições novembro
planos municipais, urbanísticos
e rurais, sectoriais e especiais.
Foi extinguida a concessão
para prospecção, pesquisa, desen-
volvimento e produção de gás
natural, condensados e líquidos
extraídos do gás natural atri-
buída à Sonangol-EP, nos termos
do Decreto-Lei nº 11/09, de 8 de
Junho, por incumprimento das
obrigações assumidas pelo con-
sórcio, no que diz respeito à apre-
sentação de um projecto de gás
economicamente viável.
Sector das Telecomunicações
No âmbito das telecomunica-
ções, foi submetida a aprovação
do plano nacional de numera-
ção, documento que estabelece
os princípios, critérios e objec-
tivos de atribuição, recupera-
ção, substituição e reserva dos
diversos códigos de serviços de
comunicações electrónicas, para
assegurar um ambiente de con-
corrência no mercado.
EDIÇÕES NOVEMBRO
Estima-se que a seca tenha
atingido mais de um milhão de
pessoas e, só este ano, já viti-
mou 12 mil efectivos do gado
bovino em toda a região, sobre-
tudo no Curoca.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
publicidade 5

(700.012)
6
Destaque
Batalha contra
o desemprego
ganha apoios
Edifício-sede do Instituto Nacional de Estatística de Angola
Pedro Peterson
O
desemprego
elevado é um
problema econó-
mico e simulta-
neamente social.
É um fenómeno
económico por-
que representa um desperdício
de recursos valiosos, e social por-
que causa enormes sofrimentos
aos desempregados que se deba-
tem com menores rendimentos.
Por isso, a taxa de desem-
prego é o indicador do mercado
de trabalho mais amplamente
usado para a tomada de decisão
e referência para os programas
de desenvolvimento, pois trans-
mite a percentagem de pessoas,
na força de trabalho, que não têm
emprego, mas estão disponíveis.
Em outras palavras, expressa
a capacidade do mercado de traba-
lho de satisfazer a demanda explí-
cita das pessoas por empregos.
Segundo o Instituto Nacional
de Estatística (INE), no período
entre Março de 2018 a Fevereiro
de 2019, a taxa de desemprego
na população em Angola, foi esti-
mada em 28,8 por cento (3.675.
819 pessoas) e a taxa de emprego
em 61,6 ( 9.073.321 pessoas).
O relatório enfatiza que, a
taxa de emprego da popula-
ção, situou-se em 61,6 por cento,
sendo mais elevada nos homens
(64,8) do que nas mulheres
(58,7). A taxa de emprego na
área rural é 75,7 e na área
urbana de 53,5, apresentando
edições novembro
uma diferença de 22,2 pontos
percentuais
Já o anuário do INE de 2017,
assegura que no mesmo ano, o
mercado de trabalho apurou 20
mil 308 novos empregos, onde o
sector da agricultura o que mais
se destacou com 38,8, seguido dos
transportes com 21,4 por cento.
A administração pública
registou a inserção de 328 novos
empregos, no âmbito do projecto
geração de empregos. As empre-
sas, efectuaram 27.276 colocações
directas, dos quais 37,7 por cento
do sector de prestação de servi-
ços que maior número de coloca-
ções registou, seguido do sector
da construção civil com 26,9.
Apesar desses indicadores,
a situação continua preocu-
pante, pois tem sido o motivo
dos constrangimentos de vários
programas e políticas de desenvol-
vimento traçados pelo Executivo.
Promoção da empregabilidade
Para se pôr cobro a este fenó-
meno, que está igualmente asso-
ciado à queda de produtividade
na economia, o Governo lançou
recentemente o Plano de Acção
para a Promoção da Empregabi-
lidade (PAPE), para os próximos
três anos (2019/2021).
Este programa, prevê a for-
mação de 12 mil jovens nos
domínios do empreendedo-
rismo e gestão de negócios e 15
mil capacitados em cursos de
curta duração em que os benefi-
ciários serão dotados de ferra-
mentas essenciais para levar a
cabo pequenos negócios capa-
28,8
por cento
É quanto está estimada a taxa
de desemprego em Angola em
2018.
10
mil microcréditos
Valor que o programa prevê
disponibilizar para apoiar
iniciativas empreendedoras.
zes de gerar renda familiar.
O programa, cujo valor de
execução está avaliado em 21
mil milhões de kwanzas, foi
aprovado recentemente pelo
Presidente da República, João
Lourenço, em decreto 113/19 de
16 deste mês, e inclui, ainda, 10
mil microcréditos e a distribui-
ção de 42 mil kits profissionais.
De acordo com o ministro da
Administração Pública, Traba-
lho e Segurança Social, Jesus
Maiato, que procedeu ao lança-
mento do plano, serão também
apoiados os empreendedores
já estabelecidos, bem como os
emergentes, contribuindo-se
assim para o processo de pro-
moção da inclusão financeira,
fiscal e social, além de fomen-
tar o cooperativismo e o asso-
ciativismo juvenil.
Por isso, assegurou que os
jovens, a serem formados nos
diversos centros de formação
existentes no país, deverão
beneficiar de estágios em deter-
minadas empresas, que pode-
rão empregá-los mediante as
necessidades.
Realçou que os estágios terão
uma duração de três meses a um
ano, devendo os empregadores
beneficiar de incentivos fiscais.
O acompanhamento e ava-
liações das acções realizadas, e
do impacto na comunidade será
da responsabilidade do Inefop,
envolvendo outros sectores.
A implementação do pro-
grama, segundo o governante,
contará com a intervenção de
diversos sectores ministeriais,
como a agricultura, pescas,
pecuária, construção civil, ener-
gia e águas, turismo e outros,
propondo-se o ajustamento dos
perfis profissionais dos cida-
dãos às reais necessidades do
mercado de emprego e da eco-
nomia nacional.
O centro do Huambo vai atender as províncias do Bié, Huíla e Benguela
hUAMBO VAI ter UM CENTRO
DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO
A província do Huambo vai contar
a partir deste ano, com o um
Centro Integrado de Formação
Tecnológica (Cinfotec), para
reforçar o Sistema de Formação
Profissional, na Região Sul.
A construção do Cinfotec faz
parte de uma doação do Governo
da China ao de Angola. O acordo
foi rubricado recentemente
pelo director-geral do Instituto
Nacional de Emprego e Formação
Profissional, Manuel Mbangui
e o conselheiro económico e
comercial da Embaixada da China
em Angola, Li Yong Jun.
Avaliado em cerca de 26 milhões
de dólares e com capacidade de
albergar 600 alunos num único
período, além do Huambo, o
centro vai atender as províncias
do Bié, Huíla e Benguela.
A construção da infra-estrutura
está reservada para uma área de
dois hectares.
O ministro da administração
publica, Jesus Maiato, garantiu
que neste momento, está
ser feito o levantamento das
condições para o início da
União Europeia apoia empregos
A União Europeia reservou,
para até 2020, 4,5 mil milhões
de euros para o plano de
investimento externo, tendo
como expectativa que este
montante venha a alavancar
mais de 44 mil milhões de
euros de investimento.
Segundo o embaixador da
União Europeia em Angola,
Tomás Ulicny, que falava há
dias, na semana de evento
dedicado ao diálogo UE-Angola,
o bloco está firmemente
comprometido com o alcance
destes objectivos, e é preciso
mobilizar os investimentos pelo
sector privado, e por via disso a
criação de empregos.
Os Objectivos do
Desenvolvimento Sustentável
que as Nações Unidas
definiram para serem atingidos
até 2030, visam a erradicação
da pobreza extrema em todas
as suas formas, a protecção do
planeta e a prosperidade para
todos.
Segundo as estimativas, a
ajuda ao desenvolvimento, que
constitui a fonte tradicional de
ajuda, é claramente insuficiente
para cobrir as necessidades
Economia & Finanças
edições novembro
execução da obra por 15 técnicos
chineses.
O ministro considera que o
centro reforça a rede de centros
públicos. “É papel do Sistema de
Formação profissional garantir
ao cidadão em idade activa, a
formação e fazer com que ele
esteja preparado para o mercado
de emprego”, disse.
Jesus Maiato afirmou que o
novo Cinfotec vai também
contribuir para os objectivos do
Plano de Acção para Promoção
da Empregabilidade (PAPE),
agregando valores no sector
tecnológico na província do
Huambo, pelo facto de ser uma
cidade universitária e ter um Pólo
Industrial.
O embaixador da China, Gong
Tao, garantiu que as obras vão
começar o mais breve possível.
“O orçamento previsto do
projecto é de cerca de 26 milhões
de dólares, incluindo o edifício
principal, os laboratórios, a
base de treinamento, edifícios
auxiliares e equipamentos de alta
tecnologia”, disse.
de investimento nas áreas
prioritárias: transporte, energia,
água e saneamento, saúde e
educação.
Nesta perspectiva, o Plano
de Investimento Externo da
UE, lançado em 2017, permite
mobilizar os fundos públicos
para alavancar investimentos
privados, principalmente no
continente africano
Angola, que é um país com
grande potencial, apresenta
constrangimentos ao nível do
clima de investimento. Por esta
razão, a UE apoia o Governo de
Angola com financiamentos,
assistência técnica das áreas
do comércio e da gestão das
finanças públicas, entre outros,
para melhorar o clima de
investimento em Angola e criar
uma maior abertura comercial.
O êxito desta intervenção
só será possível através do
diálogo reforçado entre os
principais actores: o sector
privado, o Governo e as
instituições financeiras. Cabe
a eles abraçarem este desafio
para que os Objectivos do
Desenvolvimento Sustentável
concretizem-se em Angola.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
Indústria têxtil está desalinhada
e não garante milhares de empregos
Reactivação da indústria têxtil pode vir a contribuir na redução do nível de desemprego no país
Xavier António
A
redução dos actuais
níveis de desemprego
na economia conti-
nua a ser preocupação
de topo do Executivo
angolano na estratégia de desen-
volvimento no período 2017-2022.
Um endividamento do Estado
de mais de 1,16 mil milhões de
dólares visou recuperar o poten-
cial da indústria têxtil angolana,
mas não funcionou. Com ela, caiu
também a possibilidade de as
empresas Satec, África Têxtil e
Textang II empregarem ao todo
2.432 pessoas de forma directa e
outras três mil indirectas.
Estado capta mais recursos
O Executivo vai injectar, em breve,
mais mil milhões de dólares para
a dinamização do sector privado
com destaque para o produtivo,
visando combater o desemprego,
em linha à estratégia de criarem-
-se 500 mil empregos até 2021 na
economia. O montante está garan-
tido através de um financiamento
do banco alemão Deutsche Bank.
Com a disponibilização des-
tes recursos financeiros, a meta
é dar vida ao sector empresarial
privado vitalidade e atacar um dos
grandes desafios que é garantir
empregos para a juventude.
O Ministério das Finanças está
autorizado a celebrar, nos próxi-
mos dias, o Acordo-Quadro com
o Deutsche Bank e com a banca
comercial.
O financiamento deverá bene-
ficiar, de preferência, projectos
privados nos ramos da indús-
tria de transformação, agrope-
1.000
milhões de dólares
Serão aplicados na
indústria de transformação,
agropecuária e pescas
cuária e pescas, onde se espera
maior rigor na utilização desses
fundos com projectos estrutura-
dos e alinhados com o Plano de
Desenvolvimento Nacional (PDN).
Na visão do Estado, esta é uma
forma que se encontrou de reco-
nhecer a importância e o papel
do empresariado nacional, aju-
dando-o a crescer, a se afirmar
como um motor activo que con-
tribui na diversificação da eco-
nomia, no aumento da oferta de
bens e de serviços e do emprego.
Assim, na perspectiva do Exe-
cutivo o início em breve do pro-
cesso de privatização de várias
empresas e activos do Estado
além de dar suporte aos privados
e aumentar a produção nacional
interna vai permitir a criação de
mais empregos e maior eficiên-
cia do sistema produtivo.
Mais concursos públicos
Dados a que o JE teve acesso expli-
cam que o Governo garante dar
seguimento a abertura de mais
concursos públicos de ingresso
na função pública nos sectores da
Educação, Saúde e Justiça de modo
a acompanhar o ritmo de constru-
ção das infra-estruturas.
Depois de o país ter ficado
alguns anos sem realizar concur-
sos públicos de ingressos na Saúde
em 2018, o Governo tomou a deci-
são de retomar tendo sido admiti-
dos 622 médicos, 938 enfermeiros
e 100 técnicos superiores de diag-
nósticos terapêuticos, números
que ainda se revelam insuficientes
face as reais necessidades do país.
Por outro lado, foram ainda
admitidos no ano passado mais
19.266 professores, número de
igual forma incapaz.
2021 Meta
Estabelecida pelo Executivo
que prevê criar 5 mil empregos
em linha à promessa de 2017
Projecto de plantação de algodão em Malanje e Cuanza Sul dará suporte à indústria têxtil
100
mil desempregados
estatística da unta
A União Nacional dos
Trabalhadores Angolanos
- Confederação Sindical
(UNTA-CS) indica que desde
2014 Angola conta com 100
mil desempregados sem a
protecção social do Estado.
Para o sindicato, o ano de
2018 foi o período em que
ocorreu maior número de
despedimentos e abrangeu
o sector do comércio,
transportes rodoviários,
comunicação, construção
civil, indústria transformadora
e de bebidas, bem como na
agricultura e pescas.
De acordo com o seu o
secretário-geral, Manuel
Viage, as medidas que visam
o fomento do emprego são
bem--vidas e vai permitir
resgatar os postos de trabalhos
que perdeu-se ao longo
dos anos.
Maunel Viage entende ser
fundamental capacitar as
pessoas, erguer os projectos
e depois definir quantos
postos empregos poderão ser
criados na economia. “É um
bom ponto de partida para
responder as expectativas
dos jovens”. XA
dr
Recursos financeiros devem
ser aplicados com transparência
A socióloga Tânia de Carvalho apon-
tou, recentemente, a necessidade
de haver maior controlo na ges-
tão dos recursos financeiros que
serão alocados aos novos progra-
mas para o fomento do emprego.
Para ela, não se pode come-
ter as mesmas falhas como as
do Angola Investe em que foram
consumidos mais de 300 milhões
de dólares sem transparência.
“Deve haver, mas conheço pelo
menos cinco empresas que dão-se
o direito de gabar que criaram pos-
tos de trabalho do investimento rea-
lizado por via do programa Angola
Investe”, realçou.
Por sua vez, a economist
Navita Ngolo referiu que a ini-
ciativa é uma boa notícia os
jovens que pretendem empreen-
der nos sectores indicados e é
um sinal claro de que o Presi-
dente da República quer criar
expectativas à população.
Sublinha que “os nossos pro-
gramas muitas vezes pecam pelo
facto de serem generalizados e
não tem havido muitas explica-
ções detalhadas aos cidadãos que
estão expectantes em relação aos
empregos”. A também economista
realçou que estes projectos são lan-
çados numa altura em que os indi-
cadores macroeconómicos do país
não permitem acreditar que este
objectivo venha a ser atingido.
Justificou que a criação de
Socióloga Tânia de Carvalho
destaque 7
empregos está directamente
ligada a taxa de crescimento
do produto interno bruto (PIB),
acrescentando que as estatísti-
cas mostram que Angola está
agora a experimentar a terceira
recessão “o que se significa que
a taxa de crescimento ao invés
de avançar está a regredir”.
Sugere que antes de tudo é
preciso fazer um balanço dos
programas lançados no passado
como o Projovem e BUE para iden-
tificar as falhas e as correcções
que se impõem nos programas
subsequentes.
Já Lurdes Caposso disse que as
inicitativas para o fomento do
emprego, que prevêem a dispo-
nibilização de avultados recur-
sos financeiros anunciado pelo
Executivo, valorizam o capital
humano e dão esperanças aos
cidadãos, mas estas devem ser
analisadas os seus pontos for-
tes e fracos, de acordo a jurista,
Lurdes Fernandes Caposso,
em entrevista à TPA.
A responsável que falava
durante o programa “Política no
feminino” indicou que há mui-
tas empresas a fechar e outras a
diminuírem a força de trabalho
em função da falta de produção.
“É importante haver rigor e trans-
parência nestes fundos e os des-
tinatários devem ser as pessoas
que de facto vão empregar”. XA
dr
Economista Navita Ngolo
8 destaque
Governo pretende retirar
serviços do sector informal
Secretário de Estado do Trabalho e Segurança Social Manuel Moreira disse que o
serviço de táxi é um dos sectores que pode contribuir para a diminuição do desemprego
Relatório da Associação dos Taxistas de Luanda assegura que a actividade rende anualmente 1 bilião de kwanzas
O
E xecut ivo, at ra-
vés do Ministério
da Administração
Pública, Trabalho e
Segurança Social,
pretende retirar os serviços
praticados na economia infor-
mal para a formal, com objec-
tivo de gerar mais empregos e
contribuir para o PIB nacional.
A garantia foi manifestada,
recentemente em Luanda, pelo
secretário de Estado do Traba-
lho e Segurança Social, Manuel
Jesus Moreira, que falava
durante a apresentação dos
indicadores sobre o mercado de
trabalho em Angola, num semi-
nário realizado na Escola Nacio-
Auto-emprego no meio rural
Especialista assegura que os projectos ora anunciados podem não surtir
os efeitos desejados por o Governo não ser a entidade certa para o efeito
André Sibi
O consultor de empresas e docente
universitário, Daniel Tiago disse
que a iniciativa do Executivo de
apoio a empregabilidade, é de certa
forma, bem vinda, mas teme que
o programa não venha a gerar os
resultados desejados.
Segundo o especialista, não é
missão do Estado criar iniciati-
vas desta natureza, por isso, no
seu entender a missão do Estado
é criar o ambiente de negócios
necessário para que o sector ban-
cário e as associações empresa-
riais desenvolvam a economia.
}
nal de Administração e Políticas
Públicas (ENAPP).
Um dos exemplos mais con-
cretos apontados pelo respon-
sável para a transformação do
sector informal para o formal,
é a actividade realizada pelos
taxistas, vulgo, candongueiros.
Manuel Moreira informou
que o serviço de táxi é um dos
sectores da economia informal
que pode contribuir significati-
vamente para a diminuição do
desemprego e ser um grande con-
tribuinte fiscal para o desenvol-
vimento da economia do país.
Anunciou que a Associação
dos Taxistas de Luanda apre-
sentou, recentemente, um rela-
“O Estado só intervém quando
o sector privado atropela as nor-
mas no mercado, ao contrário
deve continuar apenas com a
sua missão de entidade regula-
dor”. disse o gestor.
O especialista lembrou que,
as últimas iniciativas de apoio
à economia desenvolvidas neste
domínio, nomeadamente o Balcão
Único do Empreendedor (BUE), o
projecto Projovem, só para citar,
mostraram claramente que esta
não é a missão do Governo.
Por outro, o nosso entrevis-
tado entende que o Estado devia
confiar esta missão às universi-
edições novembro
o mercado
de taxi no é
uma área que
ainda precisa
ser muito bem
explorada para
que gere mais
rendimentos
ao pais
dades, pelo que a margem de erro
seria bastante reduzida.
Projecto auto-emprego
A secretária de Estado para a
Juventude, Guilhermina Fun-
danga Manuel, lançou ontem no
Uíge, o projecto para o fomento do
auto-emprego no meio rural nos
domínios da agricultura fami-
liar, construção de tanques para
aquicultura e criação de coopera-
tivas de pesca.
O programa prevê a inserção
no mercado formal, através da
reconversão de pequenas acti-
vidades de ocupação e de renda.
tório que revela um lucro anual
de um bilião de dólares em todo
o país, valores que servem para
pagar salários dos motoristas,
cobradores e outras necessi-
dades decorrentes, mas estes
ganhos, não são reflectidos
na economia do país.
O secretário de Estado apon-
tou que essa transformação
deve começar pela identifica-
ção de todos envolventes no
serviço de táxi, desde atribui-
ção de uma carta de condução
específica, porque a condução
será feita para transportar pes-
soas, bem como a distribuição
da certeira profissional, para
que de forma organizada jun-
tamente com a Direcção Nacio-
nal de Viação e Trânsito, possa
se definir e determinar as
rotas, sem esquecer o período
ideal de trabalho.
Manuel Moreira garantiu
que o M A PTSS já manteve
várias reuniões com a asso-
ciação dos taxistas para acer-
tar todos os detalhes, faltando
apenas alguns acertos para que
essa transformação se efective
o mais breve possível.
Considerou que os taxistas
dominam um mercado abran-
gente onde existe a procura e a
oferta de bens e serviços, que é
usado por grande parte da popu-
lação, por isso, constitui uma
área que pode ser bem aprovei-
tada para ajudar na redução do
desemprego, o mesmo acontece
com os moto-táxis.
Manuel Moreira reconhe-
ceu que a taxa de desemprego
em Angola, de 28,8 por cento
é preocupante.
domingos cadência | edições novembro
Consultor de empresas, Daniel Tiago
Economia & Finanças
dr
Benguela clama por mais apoios
para iniciativas empreendedoras
Apoio às
empresas
privadas
Especialista defende
potenciar empresários
com mais programas
de apoio para alavancar
o desenvolvimento
O presidente da União dos Sin-
dicatos de Benguela, Joaquim
Laurindo, afirmou na cidade,
que o projecto de empregabili-
dade anunciado recentemente
pelo governo é oportuno, mas
que devem ser adoptadas medi-
das para potenciar o empresa-
riado nacional.
Segundo Joaquim Laurindo,
que falava a propósito do Plano
de Acção para a Promoção da
Empregabilidade (PAPE), anun-
ciado pelo ministro da Admi-
nistração Pública, Emprego e
Segurança Social, Jesus Maiato,
esse projecto deve olhar também
para o sector empresarial pri-
vado, apoiando-o, para garantir
o maior número de empregos.
“Os empresários devem ter
acesso ao crédito com juros
bonificados, para desenvol-
verem os seus negócios, cria-
rem empregos e garantirem a
estabilidade da nossa econo-
mia”, disse.
O sindicalista aplaude a
criação do Pape, uma vez que
28 por cento da população eco-
nomicamente activa do país
está desempregada, o que con-
sidera grave.
“Ter um país com um quarto
da sua população activa desem-
pregada é um grande perigo,
pois estes procuram sempre
uma forma de sobreviver, recor-
rendo nalgumas vezes à delin-
quência”, frisou.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
DESTAQUE 9

Plano de acção de promoção de empregabilidade vai reduzir a taxa de desemprego

fotos regina handa

Alberto Quiluta Pedro Vicente Pedro Avelino

e Regina Handa Docente Administrativo

O
Executivo angolano que se invista mais na é de opinião que o executivo
aprovou um decreto agricultura por ser uma das repense as políticas traçadas
maior áreas de empregabilidade pelo executivo que visa a
que prevê a disponi-
de qualquer País e por criação de 500 mil novos
bilização de 21.000
representar 80 por cento empregos até final da
milhões de kwan-
da população. legislatura, em 2022.
zas para combater à pobreza e
o desemprego. Assim como vai
potenciar financeiramente os
agentes produtivos através de
linhas de crédito disponibiliza-
dos pelas instituições financeiras
estrangeiras para serem pro-acti-
vos e gerar postos de trabalho. Beatriz Tati Domingas Pedro
O programa será desenvolvido Fucionária Pública Economista
em todo o território nacional por um
período de três anos, e o acompa- é contra exigência de cinco acha que o governo deve
nhamento e avaliações das acções anos de experiência laboral, resolver o problema do
realizadas e do impacto na comu- requisito que maior parte dos desemprego e criar uma
jovens não possuem. politica de fazer reformas
nidade será da responsabilidade
a partir dos 50 anos de idade.
do Instituto Nacional de Emprego
e Formação Profissional, INEFOP,
envolvendo os demais sectores.
Cerca de 83.500 jovens serão
directa e preferencialmente abran-
gidos pelo Plano de Acção para Pro-
moção da Empregabilidade (PAPE),
incluindo 12 mil jovens capacita-
dos nos domínios dos empreende-
dores e gestão de negócios, 15 mil Minguel Domingos Alfredo Silva
capacitados em cursos de curta
Professor Relações Pública
duração, três mil inseridos no mer-
cado informal, através da recon- salientou que o País é necessário uma maior aposta
versão de pequenas actividades encontram-se numa no empreendedorismo e na
geradoras de ocupação e renda, e decadência, temos que identificação de novas áreas de
1.500 formados nos níveis 3 e 4 de recorrer a criação de exploração para impulsionar a
Formação Profissional, inseridos empresas, isto é às micro e formação dos jovens noutros
em programas de estágios profis- médias empresas. sectores que não sejam os
sionais. Além dos beneficiários tradicionais (petrolífero e
directos, pretende-se com a dis- mineiro) e gerar mais postos de
tribuição dos ‘kits’ profissionais, emprego.
promover o associativismo e, bene-
ficiar indirectamente cerca de 243
mil cidadãos, pois serão disponi-
bilizados os meios para brigadas
de três a cinco profissionais. do país começar a apostar na pro- necessário uma maior aposta no
De acordo com o diploma, “o ano dução interna, facilitando o cres- empreendedorismo e na identifi- publicidade
de 2019 é crucial, pois será o de lan- cimento económico. cação de novas áreas de explora-
çamento e poderá amortecer a pres- “A dependência de recursos ção para impulsionar a formação
são social provocada pela situação externos não gera produção interna dos jovens noutros sectores que
de desemprego”, pelo que os recur- tem tão pouco empregos”. não sejam os tradicionais (petro-
sos para o efeito serão assegura- Por seu turno, a funcionária lífero e mineiro) e gerar mais
dos essencialmente no âmbito da pública Beatriz Tati é de opinião postos de trabalho.
Lei de Bases da Protecção Social. que se melhor o quadro de gestão, Já a economista Domingas
O JE saiu à rua para avaliar o rigor na fiscalização nos concur- Pedro acha que o governo deve
grau de satisfação dos cidadãos sos públicos para a empregabili- resolver o problema do desemprego e
com relação ao plano do executivo dade e paulatinamente terminar criar uma política de fazer reformas
sobretudo na criação de emprego com alguns vícios que enfermam a partir dos 50 anos de idade.
para a juventude. os concursos. Segundo afirma, muitos jovem
O docente Pedro Vicente é de opi- A cidadã é contra a exigência que se formam no exterior e que
nião que se invista mais na agri- de cinco anos de experiência labo- não conseguem, não é porque não
cultura por ser uma das maiores ral, requisito que maior parte dos existe, mas é porque as vagas estão
áreas de empregabilidade de qual- jovens não possuem. todas ocupados com idosos que já
quer país e por representar 80 por Como solução, diz que o Estado deveriam ir para a reforma.
cento da população. deve instalar um leque de servi- Para o professor, Miguel
Para ele, o sector da indús- ços que possam dar abertura de Domingos o país se encontram
tria tem potencial para tirar a novos postos de emprego (negó- numa criase de total desem-
juventude do desemprego, mas cios, indústrias, entre outros), mais prego, por isso assegura que o
apela para que os valores sejam centros de formação técnica e pro- Governo de abrir mais oportu-
alocados à empresários com ido- fissional, atendendo às especifici- nidade para o aparecimento de
neidade reconhecida. dades de cada região. firmas familiares , ou seja, para
Já o funcionário Pedro Ave- No entanto, Alfredo Pedro a criação de micro pequenas e
lino, é de opinião que o executivo Relações Públicas, disse que é médias empresas no pais.
repense as políticas que o Pre- edições novembro
sidente prometeu na criação de
500 mil novos postos empregos
até final da legislatura, em 2022.
Porém defende a necessi-
dade, de se criar mecanismos
para aglutinar a juventude em
Fóruns onde estes possam dar
às suas opiniões para que o pro-
jecto tenha “Pés para andar”.
Diz que é chegado o momento Formação profissional é a estratégia adoptada para prover o auto-emprego
10
Entrevista
Manuel Mbangui director-geral do Instituto Nacional de emprego e formação profissional (INEFOP)
“O plano de emprego não é
um documento que caiu do nada”
Há previsão de se receber este ano sete mil milhões de kwanzas que vão ficar sob gestão
do Tesouro Nacional e a movimentação obedece a ordem de saque conforme as regras orçamentais
Agostinho Chitata
“
Não vimos ainda os
21,5 mil milhões,
mas temos previs-
tos para este ano 7
mil milhões”. A afirmação é
do director-geral do Instituto
Nacional de Emprego e Forma-
ção Profissional, Manuel Mban-
gui, indicado pelo ministro da
Administração Pública, Traba-
lho e Segurança Social, Jesus
Maiato, em entrevista exclusiva
ao JE. Como se sabe, disse, por
via das regras de utilização dos
orçamentos, os dinheiros ficam
sob gestão do Tesouro Nacional
e a sua movimentação obedece a
ordens de saque.
“O importante é que se está a
fechar os nossos projectos e a
consolidar-se as nossas ideias”.
“O Pape não é papel”, ironizou o minis-
tro Jesus maiato...
Na verdade, quer-se indicar que
não se trata de uma falácia, tal
como se tem feito crer, depois da
publicação do Decreto Presiden-
cial. Muito ouvimos de que nada
vai acontecer. O clima de algum
cepticismo é grande em relação
à iniciativa. É preciso descons-
truir algumas coisas: este plano
de acção nacional de promoção
da empregabilidade não é um
documento que caiu do nada,
resulta de um conjunto de
acções que o próprio Inefop
tem feito em coordenação
com o Ministério da Admi-
nistração Pública, Trabalho e
Segurança Social tem vindo
a fazer já há muitos anos.
Desde 2008 que se vem
desenvolvendo programas
virados ao empreendedo-
rismo nas comunidades
e que se têm concedidos
micro-créditos aos jovens,
e não só. Há várias acções
concretas que já se vêm
desenvolvendo há algum
tempo. Este plano surge
para que se dê um outro
alcance, ou seja, torná-lo
mais abrangente e alber-
gar mais pessoas. Porque
é uma solução que o país
encontrou para devolver a
esperança há muita gente,
pois os dados do INE apontam
claramente que temos uma taxa
de desemprego a rondar os 28,8
por cento.
Então, um conjunto de acções para
promover o emprego se afigura crucial?
Devemos encarar
algumas acções
e actuações
com a
responsabilidade
que se impõe
Sendo apontados como desempre-
gos estruturais, logo é preciso um
conjunto de acções de fomento ao
auto-emprego: dar suporte às micro-
-empresas, sustentar as iniciativas
no domínio da formação profissio-
nal, visto que também o próprio INE
dá indicações de que um grande
grupo destes jovens desempregados
não tem escolaridade. Logo, é pre-
ciso potenciá-los para a vida activa.
São estas as ideias de sustentação
do plano?
As ideias de base de sustentação
do programa são efectivamente
estas. Fez-se um diagnóstico e se
identificou que eram necesárias
algumas medidas. As indicações
foram claras de que o caminho
eram vários, mas que este pode
resultar no aumento da empre-
gabilidade no país. É preciso
olhar aqui para a dimensão que
o Estado encara relativamente a
estas questões e assume.
O Maptss assume este processo de
alguma complexidade?
As recomendações do Conselho
de Ministros foi de que o Maptss,
dentro das suas atribuições, tinha
que olhar para aquelas acções
que promovam o surgimento das
micro-empresas e outra com a
valorização das pequenas acti-
vidades que geram empregos
e renda e também a surgência
de implementações de medidas
como essas. Porque não se está
a falar de acção que albergue
todos os desempregados, mas
que vai mitigar os efeitos causa-
dos pelo desemprego de um lado e
se entenda que o Executivo ango-
lano quer mudar o curso daquilo
que é o pensamento típico que
emprego é só na função pública
e nas grandes empresas. O que
estamos a indicar é que podem
surgir empregos e sustentáveis
nas micro e nas médias empresas.
Economia & Finanças
E a questão da responsabilidade...
... devemos encarar algumas acções
e actuações com a responsabilidade
que se impõe. Primeiro, estamos a
falar de um país que passou por dife-
rentes fases. E, hoje, claramente a
nossa estrutura económica não tem
possibilidade, em curto espaço de
tempo, de dar resposta que tem a
ver com a reinserção deste número
de pessoas no mercado de traba-
lho. Não nos resta senão olharmos
o que fazer com esta força de tra-
balho, maioritariamente, jovens.
Houve programas que não resulta-
ram por diversos factores. Os nos-
sos grandes objectivos aqui, mais
do que a perspectiva de financia-
mentos que se coloca em primeira
instância, vão para a formação e o
grande diferencial é a capacitação.
De nada adianta colocar recursos
financeiros quando as pessoas têm
dificuldades de separar as finan-
ças pessoais e as de negócios. Nada
disso vai resultar. É preciso fazer
compreender às pessoas que existe
um planeamento financeiro, de ges-
tão e fiscal, componentes que têm
de ser levadas em consideração.
Como por exemplo?
A componente de micro-crédito e
dos apoios com equipamentos e
meios são complementares e sub-
sidiários. Com a implementação
dos centros locais de empreende-
dorismo, criamos uma ficha de ins-
crição de jovens que têm alguma
ideia para empreender. Na ver-
dade, o que acontecia é que todos
indicavam um valor que queriam
do financiamento de 100 mil dóla-
res, por exemplo, após a forma-
ção, esse conceito mudava, pois
quem dizia querer 100 já propu-
nha valores menores. E na maior
parte nem recorrreria mais. Logo,
o primeiro passo é a formação.
E qual é a situação neste capítulo?
Neste momento, decorrem forma-
ção pelo país a nível dos centros
formação profissional, de empreen-
dedorismos e integrados. É preciso
informar que temos uma capaci-
dade anual de formação que ronda
os 50 mil jovens. E queremos torná-
-la mais abrangente, contando com
os privados, que são aqueles que
têm licenças passadas pelo Inefop.
Estão agora mais de 26 mil jovens
a fazerem diferentes cursos. Com
este grupo que já está em formação
e com os outros a receber, pretende-
mos é lhes dar outras opções, por
exemplo, poderem abraçar o auto-
-emprego em detrimento do traba-
lho por conta de outrem.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
“A questão do desemprego
não se resolve tendo dinheiro”
Reequipar as unidades formativas
consta do programa de empregabilidade
Havendo dinheiro, podemos con-
siderar que, desta vez, se resolva
a questão do desemprego assus-
tador sobretudo no seio da juven-
tude que precisa de mais atenção
e oportunidades para que não se
perca na caminhada que fazem por
uma vida melhor?
Por mais dinheiro que se gaste,
a questão do desemprego não
se resolve tendo dinheiro. Se
resolve tendo ideias concretas
e claras. E o que estamos aqui
a falar é de um plano que pre-
tende, ao longo dos próximos
três anos, formar pessoas e atri-
buir meios para a promoção do
auto-emprego. Gostaria mesmo
de acentuar de que temos de
parar de olhar para um plano de
acção como este simplesmente
na sua componente financeira
do plano. Antes desta, tem todo
um conceito, resultados espera-
dos e metas. Logo, a financeira
é de suporte. Temos de ter um
plano bem gizado e maturado
para que as coisas resultem
com sucesso.
Como devemos olhar para o Plano de
Acção para a Promoção da Empre-
gabilidade (Pape)?
Temos que olhar para o Pape,
não como um mecanismo para
gastar, mas sim como um plano
que visa dar respostas às ques-
tões concretas que têm como
A empregabilidade consta do PND 2018-2022
O programa tem duração de três anos findo os quais as acções passam
a ser incorporadas ao Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional
Dada à nossa densidade populacio-
nal, iríamos precisar de mais centros
de formação profissional espalha-
dos pelo país. Seria rentável cons-
truir mais e mais? Exerceriam mesmo
a função pela qual seriam criadas?
Um aspecto importante a
considerar, o relativo aos
centros de formação profisional.
Nós hoje utilizamos mais as
unidades móveis fora de Luanda
porque o nosso crescimento
demográfico não é uniforme.
Nós temos municípios que têm
pouca gente e se construirmos
um centro de formação
profissional ou um pavilhão,
depois de dois ciclos, toda a
comunidade já terá passado por
este e não existir mais ninguém
para formar e fica difícil
reconverter estes centros, daí as
unidades móveis.
Quando terminar o prazo do plano,
as acções em curso como ficariam
protegidas?
O programa tem duração de três
anos findo os quais as acções
passam a ser incorporadas ao
Instituto Nacional de Emprego e
Formação Profissional (INEFOP).
Temos
que olhar
para o Pape
não como
um mecanismo
para gastar
meta formar 83.500 pessoas,
beneficiar os micro-créditos. É
importante que se olhe para esta
dimensão. Só assim se poderá
perceber o que se vai fazer. No
quadro do Pape, precisamos de
reequipar cinco unidades forma-
tivas, assim como construir um
centro de formação no Namibe.
O Instituto Nacional de Estatística
tem sido um bom parceiro ao proce-
der um levantamento sobre a taxa de
desemprego. Foi uma fonte impor-
tante para que se pudesse levar a
cabo com sucesso o programa?
Exactamente. Nós agora, no qua-
dro da implementação do Pape,
temos um instrumento de fácil
Nesta altura se poderá considerar
as soluções atacadas e melhoradas
e como fica com a existência das
autarquias locais, a partir de 2020,
ainda durante o prazo de vigência
do plano?
O programa foi concebido para
se tentar mitigar um pouco os
efeitos desta subida da taxa
de desemprego e também
para o aumento da capacidade
formativa a nível do país. A
nível dos municípios, quem
coordena as acções formativas
é o administrador, de tal sorte
que tão-logo se comece as
autarquias, serão os autarcas a
determinar as linhas prioritárias
nos seus municípios.
Em termos realísticos, como vão
mesmo ser usados o dinheiro anun-
ciado para mitigar a questão do
desemprego?
Os 21,5 mil milhões vão ser
canalizados paulatinamente,
mediante, primeiro, os projectos
aprovados para o ano. Segundo,
trimestralmente, nós teremos
que prestar contas quanto aos
recursos cabimentados para
um trimestre e apresentar os
utilização que é o trabalho que
o INE fez sobre mercado de tra-
balho e a nossa acção agora é de
realinhar o próprio plano tendo
em conta as indicações constan-
tes deste trabalho do INE. E um
dos dados importantes é que a
maior taxa de desemprego está
no Cunene. Isto implica dizer
que, no quadro da implemen-
tação destas acções, relativa-
mente ao auto-emprego, vamos
procurar incidir mais nesta pro-
víncia, para não falar da Lunda-
-Norte e Cabinda onde também
as taxas são elevadas.
Do interior do país vêm muitas recla-
mações sobre a falta de emprego.
resultados e solicitar a verba do
trimestre a seguir.
Já têm convosco os 21,5 mil milhões?
Não vimos ainda os 21,5 mil
milhões, mas temos previstos
para este ano 7 mil milhões.
Como sabe, por via das regras
de utilização dos orçamentos,
os dinheiros ficam sob gestão
do Tesouro Nacional e a sua
movimentação obedecem a
ordens de saque. O importante
é que está a fechar os nossos
projectos e a consolidar as
nossas ideias para que tudo
corra a preceito.
Assim se responde a preocupação
sobre os mais de 500 mil empregos
prometidos...?
Há um plano nacional de
desenvolvimento 2018/2022 e
dentro deste está claro o que
o Executivo deve fazer. Neste
instrumento, foi-se buscar o
que lá está relativamente ao
capítulo do emprego e formação
profissional e o plano nacional
traça metas e objectivos a
alcançar dentro do eixo relativo
à questão da empregabilidade.
Muitos jovens, em desespero de
causa, recorrem sobretudo para
a capital do país onde acredi-
tam encontrar oportunidades de
emprego. O êxodo para Luanda
continua crescente. É do conheci-
mento geral. O Pape acautela esta
situação cujo quadro deve merecer
rapidamente atenção?
No fundo, o que nós pretende-
mos, olhando um pouco para a
densidade populacional, é criar
condições para o interior do país.
Mas não podemos deixar de dar
resposta àquele grande grupo
que está em Luanda. Claro que é
importante desencorajar o êxodo
rural, como não é menos ver-
dade que devemos proporcionar
A capacitação profissional dos jovens é o garante de um futuro tranquilo
Combate à fome
e à pobreza
é uma das metas
O que reza o conteúdo no Diário da
República de 16 de Abril último?
Considerando a necessidade de
se adoptar um Plano de Acção
com vista a assegurar o cumpri-
mento dos objectivos estabeleci-
dos no Plano de Desenvolvimento
Nacional 2018-2022, nos domínios
relativos ao reforço da capacidade
do Sistema Nacional de Forma-
ção Profissional e da Promoção
da Empregabilidade, é aprovado
o Plano de Acção para a Promo-
ção da Empregabilidade, lê-se no
Diário da República, I Série - Nº
51, públicado a 16 de Abril último.
Segundo reza, o Plano tem um
prazo de execução de três anos e
é coordenado pelo Ministério da
Administração Pública, Trabalho
e Segurança Social. O Decreto Pre-
entrevista 11
Fotos vigas da purificação
condições para quem esteja em
Luanda possa criar rendimen-
tos, caso contrário, vamos tor-
nar a vida cada vez mais difícil
a quem esteja na capital.
Na implementação do plano, as
realidades de cada zona são tidas
em conta e como se tem proce-
dido para que tudo se encaixe de
acordo com a natureza específica
de cada região?
Dizer que no nosso plano opera-
cional estamos a tentar tornar
claro as actividades económicas
relevantes nos locais a imple-
mentar porque temos de ter em
conta as realidades específicas
de cada localidade.
Edições novembro
sidencial foi apreciado pelo Con-
selho de Ministros e tem como
objectivos, fomentar e apoiar o
espírito de iniciativa na juven-
tude, desde os empreendedores
já estabelecidos aos emergentes;
formar jovens empreendedores
nos domínios técnico-profis-
sional e de gestão de pequenos
negócios; contribuir para o pro-
cesso de promoção da inclusão
financeira, fiscal e social dos
jovens; contribuir para a melho-
ria do rendimento familiar e,
entre outros, contribuir para o
combate à fome e à pobreza.
Entretanto, refere o diploma, o
público-alvo são os jovens desem-
pregados, em particular, a pro-
cura do primeiro emprego, os
formados mas com necessidade
de obter equipamentos e ferra-
mentas para o exercício de uma
actividade geradora de emprego e
renda e não só. Estimam-se abran-
ger um total de 83.500 jovens.
12
Finanças
472,2 mil milhões de Kz
retirados dos multicaixas
Regina Handa
O
s multicaixas, no
I trimestre deste
ano, movimen-
taram em levan-
ta mentos u m
valor de 472,2 mil
milhões de kwan-
zas (1,4 mil milhões de dólares).
No período homólogo (I trimes-
tre de 2018), os dados da Empresa
Interbancária de Serviços (EMIS)
dão conta de um valor de 421,2
mil milhões de kwanzas (1,3 mil
milhões de dólares) retirados em
operações de levantamento.
Em termos mensais, este ano,
o mês de Março com 184,4 mil
milhões de kwanzas foi o que mais
dinheiro disponibilizou aos usuá-
rios de cartões plásticos, seguindo-
-se-lhe o Fevereiro com 158,7 mil
milhões. O Janeiro surge no final
no ranking com um total de 129,1
mil milhões de kwanzas.
Esta mesma tendência foi
observada em igual período de
2018, quando o mês de Março
registou levantamentos de
166,8 mil milhões de kwanzas,
Fevereiro 136,7 mil milhões e
Janeiro 117,7 mil milhões, res-
pectivamente.
Já os pagamentos de serviços
nas Caixas Automáticas (Multi-
caixas) totalizaram, no I Trimes-
tre, 81,1 mil milhões de kwanzas
transacções nos multicaixas no I trimestre
Levantamentos em multicaixas
39,1%
MARÇO 33,6%
FEVEIRO
184 81,1 529 4,72
mil milhões de kwanzas
Foi o valor movimentado pelos
Multicaixas no mês de Março, de
acordo com dados publicados pela
Empresa Interbancária de Serviços
(EMIS). A soma é também a maior
no comparativo dos três meses.
PRIMEIRO TRIMESTRE
de um total de quatro (4) milhões
de transacções.
Em compras nos Terminais de
Pagamentos Automáticos (TPA),
a Emis registou, no período em
análise, um total de 529,6 mil
milhões de kwanzas (1,6 mil
milhões de dólares) bem acima
dos 399,3 mil milhões de kwan-
zas (1,2 mil milhões) de 2018.
O desempenho das compras
mensais mostra que Março foi
o período em que se adquiriu
mais com 192,5 mil milhões de
kwanzas; Fevereiro com 171,6
mil milhões e Janeiro obteve um
registo de 129,1 mil milhões.
No que diz respeito ao número
de transacções, de acordo com os
dados da Emis, também dispo-
nibilizados já na sua página de
internet, foram registados nos
três primeiros meses deste ano
um total de 76,1 milhões nos mul-
ticaixas e 42 milhões nos Termi-
nais de Pagamento Automáticos,
contra os 66,8 milhões em mul-
ticaixas e 32 milhões de 2018.
No comparativo mensal, as
transacções do I trimestre de
2019 revelam 23,2 milhões de
movimentos em Janeiro, 24,6
em Fevereiro e 28,3 em Março. O
período homólogo também teve
um comportamento crescente
com o Janeiro de 2018 a homolo-
gar 20 milhões de transacções,
21,2 milhões de Fevereiro e 25,6
milhões em Março, isto nos mul-
Fonte: emis
Compras em TPA
36,4%
MARÇO
27,3%
JANEIRO
mil milhões de kwanzas
Pagamento de serviços efectuados
nas Caixas Automáticas, também
conhecidas como Multicaixas, no
I trimestre de um total de quatro
milhões de transacções efectuadas
erm toda a rede.
ticaixas. Os dados de 2018, que
servem de forte indicador sobre
a penetração dos serviços auto-
matizados na rede bancária ango-
lana, mostram em transacções
nos TPA 9,4 milhões em Janeiro,
10,2 milhões em Fevereiro e 12,4
milhões em Março.
Estima-se, até finais de Março,
estarem activos (cartões com pelo
menos um movimento) no sis-
tema 4,72 milhões de cartões. Já
os válidos (cartões emitidos) são
6,31 milhões.
Os titulares de cartões mul-
ticaixa podem levantar, diaria-
mente, 50 mil kwanzas; transferir
nas caixas automáticas para
outras contas nacionais até dois
milhões de kwanzas e fazer com-
pras de até seis milhões.
Depois de ter lançado, no
ano passado, os levantamen-
tos sem cartão, mais recente-
mente, a Emis apresentou ao
público e já está operacional
o novo serviço designado por
Multicaixa Express.
O mesmo é uma plataforma
capaz de agregar 25 cartões no
telemóvel e prover, por esta via,
os serviços bancários de levanta-
mentos, transferências, pagamen-
tos, compras de todos os serviços
e produtos já disponíveis na rede
multicaixa. A partir de Agosto,
iniciam-se os pagamentos on line
na rede que não recebe cartões
emitidos fora de Angola.
32,4%
FEVEIRO
31,2%
JANEIRO
Números
mil milhões de kwanzas
Registados em compras nos
Terminais de Pagamentos
Automáticos (TPA) no período de
Janeiro a Março de 2019, valor
acima dos 399,3 mil milhões de
igual período de 2018.
Cada vez mais apela-se às famílias a investirem na literacia dos grupos
“Finanças para todos” quer
aumentar cultura de poupar
O sentido de poupança,
alinhado com a utilidade de
bens e serviços que se deseja
adquirir, deve ser o princípio
de orientação das pessoas
particulares ou grupo, como o
são as famílias.
Esta é de resto a visão
do contabilista sénior e
co-fundador do projecto de
educação financeira “Finanças
para todos”, Paulo Sapateiro.
Em entrevista ao JE, o gestor
disse que consumir por prazer,
vício, para agradar sem que tal
traga conforto financeiro é um
comportamento que carregará,
mais cedo ou mais tarde,
problemas financeiros de como
gerir um salário até ao final de
cada mês.
Explicou que a ideia do
projecto vai além da poupança,
“apresentamos muitas soluções
de investimento, como investir,
vocacionadas para as famílias,
empreendedores, empresários,
investidores com mais
conhecimento técnico. Vemos
o bom investimento como uma
forma de melhorar a vida dos
angolanos, porque traz retorno
sustentado. Investimentos
de alto retorno e imediatos,
são de alto risco, o que não
aconselhamos”.
Sublinhou que o “Finanças
para todos” traz como solução
para inclusão financeira é a
simplicidade da informação,
estando em várias plataformas,
a formação e as palestras
são factores de proximidade
às pessoas e às empresas,
gerando ganhos ao nível de
milhões de cartões
Estima-se como sendo o número
activo no sistema até ao mês de
Março deste ano. Em termos de
cartões válidos, aquekles que foram
emitidos e estão ao menos vivos no
sistema, calcula-se em 6,31 milhões.
Economia & Finanças
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO
}
“Finanças
para Todos”
é uma
comunidade
constituída
por 2.700
membros
de 18 países
«networking».
Paulo Sapateiro perspectiva
que até 2022 além de Angola
e Moçambique pretendem
ter representação no Brasil,
Portugal, Cabo Verde, Guiné-
Bissau. “Para este ano, a meta
é promover ciclo de formação
e palestras em todo o território
nacional com anúncios através
das plataformas digitais”.
“Finanças para Todos” é uma
comunidade constituída por
2.700 membros de 18 países,
maioritariamente de Angola e
Moçambique e está inserido em
várias plataformas tecnológicas.
A visão dos responsáveis
do projecto é ser a maior
comunidade do género com
a missão educar e informar
sobre assuntos administrativos
e financeiros, para pessoas e
empresas.
Xavier António
6
milhões de kwanzas
Valor admissível na rede para
compras no sistema interbancário
electrónico sob gestão da Emís. Em
Transferências diárias, o utilizador
dos serviços de multicaixa pode
enviar até 2 milhões de kwanzas.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
Finanças 13

Oferta cambial à banca

Francisco Bernardo | EDIÇÕES NOVEMBRO

tem nota positiva do BM

Delegação do Banco Mundial deu ainda avaliação alta aos
ajustes fiscais e nível de concretização da política económica

}
vida dos cidadãos.
Victorino Joaquim

O
s critérios
adoptados pelo
Banco Nacional
na concessão de
divisas ao mer-
cado e os ajustes
fiscais introdu-
zidos pelo Ministério das Finan-
ças com o propósito de alargar
a base de receitas do Estado
são duas áreas em que o Banco
Mundial identificou clara evo-
lução no quadro da gestão da
política económica do Execu-
tivo angolano.
No encontro de ontem, em
Luanda, com a equipa econó-
mica, o director executivo do
Banco Mundial (BM), Fábio
Kantczuk, mostrou-se impres-
sionado, com as políticas que
estão a ser implementadas em
vários domínios, incluindo os
das privatizações de unidades
industriais, de relançamento
do sector privado, combate à
corrupção e melhoria do pro-
cesso competitivo.
Fábio Kantczuk admitiu que,
neste momento, estão a ser apli-
cadas as melhores e mais correc-
tas ideias e que podem resultar
na melhoria da qualidade de
“Não temos dúvidas que são
as políticas económicas mais
correctas. Ficamos muito bem
impressionados com a precisão
da Equipa Económica de Angola.
Mas é importante lembrar que
as coisas não ocorrem de forma
instantânea, só depois de algum
tempo, aos poucos a população
vai acabar por perceber os gan-
hos que daí hão-de vir”.
Conforme admitiu, ape-
sar dos investimentos já rea-
lizados no país, a instituição
financeira de nível mundial,
coloca-se disponível a coope-
rar e ajudar Angola nos secto-
res onde quer que seja, desde o
aumento da produtividade da
agricultura, auxílio ao relança-
mento do sector produtivo pri-
vado, nos estudos conjunto com
o Instituto Nacional de Estatís-
tica (INE). Numa cooperação
de ajuda sem limite máximo
financeiro para estes sectores.
“O processo de diversifica-
ção da economia em curso no
país, desde 2017, constitui a via
mais correcta para que o país
deixe de depender do sector
petrolífero. “Isto não acontece
de forma rápida, nem será fácil,
vai demorar alguns anos para
se tornar uma realidade”, disse.
estão a ser
aplicadas,
pelo governo,
as melhores
e mais correctas
ideias
archer mangueira reúne com wifild aboila do bad
O ministro das Finanças, Archer
Mangueira, reúne-se, hoje,
em Luanda, com o director
executivo do Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD).
Wifild Aboila está em Luanda,
para discutir com o Governo de
Angola sobre o Programa de
Apoio Orçamental do BAD.
Sem ser a primeira vez, já
em 2014 o BAD um apoio ao
orçamento de mil milhões de
dólares em 2014, e 3 mil milhões
com uma carteira de projectos
de mais de 800 milhões de
euros, o BAD presta apoios
Responsáveis do Banco Mundial estão em Luanda para reforçar acordos
em áreas como a distribuição
de energia e nas infra-
estruturas de transportes, mas
para o ano a prioridade vai
para a agricultura e as infra-
estruturas, nomeadamente
energia e estradas. “Na
energia queremos contribuir,
a partir do próximo ano, para
a requalificação da rede de
distribuição, num investimento
de mais de 100 milhões de
dólares, mas o valor final
depende dos resultados do
estudo prévio e também da
nossa capacidade para atrair
fundos de outros parceiros.
O JE sabe que depois da reunião
com Wifild Aboila, o ministro
Archer Mangueira deverá
receber, em audiência, o vice-
primeiro-ministro e ministro das
Finanças de Cabo Verde.
Com Olavo Correa, os dois
Estados deverão avaliar os níveis
de cooperação económica e
avaliar as oportunidades que
ambos os mercados têm ainda
por explorar.
Olavo Correa vem a Luanda dias
depois de a Taag ter retomado
às ligações com o seu país.

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bna quer maior responsabilidade na cedência de crédito
Instrutivo dá cinco anos máximo para o crédito pessoal e 30 no de Habitação
Edições novembro

O BNA fez sair esta semana 4. Definição de uma matu-

um novo instrutivo sobre as
boas práticas na concessão
de crédito.
Na sua directiva, o banco
central considera que face a
necessidade de promover a con-
cessão responsável de crédito,
minimizar o risco de incum-
primento e assim assegurar,
simultaneamente, a resiliên-
cia do sector financeiro e a
protecção do consumidor dos
serviços financeiros, estabe-
leceu termos, condições e pro-
cedimentos a observar pelas
instituições financeiras ban-
cárias na concessão de crédito.
São ao todo oito premissas
que devem ser observadas pelos
operadores bancários.
1. Dever de realização de
uma avaliação adequada da
capacidade f i na ncei ra do
cliente e da sua propensão para
o cumprimento do contrato de
crédito, em momento anterior
à sua celebração e previamente
a qualquer aumento do mon-
tante total do crédito, conside-
Administração de José de Lima
Massano reorienta boas práticas
2. Necessidade de determi-
nação de taxas de juro aplicá-
veis aos contratos de crédito
com base no risco de crédito
global da operação e não ape-
nas no produto.
3. Utilização preferencial,
no caso de taxas variáveis,
de u m i ndexa nte comu m-
mente utilizado na mesma
moeda do crédito, o que para
a moeda nacional é a LU I-
ridade máxima para o crédito
pessoal, de 5 anos, devendo-
-se respeita r o limite dis-
posto no Decreto Presidencial
259/11 de 30 de Setembro para
crédito à habitação, nomea-
damente 30 anos.
5 . D e f i n i ç ã o d o v a lo r
máximo que pode ser conce-
dido num crédito à habitação,
com base no valor do imóvel a
ser financiado.
6. Proibição da concessão
de crédito em moeda nacional
com capital indexado a uma
moeda estrangeira.
7. Proibição da concessão de
crédito condicionado à aqui-
sição de outros produtos ou
serviços financeiros comer-
cializados pela Instituição
Financeira.
8. Dever de implementação
de procedimentos de acompa-
nhamento do cliente de forma
a poder, atempadamente, detec-
tar a probabilidade de incum-
primento no pagamento das
prestações ao abrigo de um con-
( 900000)

rando as suas circunstâncias BOR, devendo o prazo do inde- trato de crédito e definir medi-
actuais e alterações futuras xante corresponder ao prazo das adequadas após a ocorrência
que possam vir a ocorrer. de pagamento de juros. de qualquer incumprimento. (xxxxx)
14 preços Economia & Finanças

hora
das compras

Impõe-se mudar o quadro actual

Produtos nacionais em muitos casos chegam a ser mais caros que os bens importados nos supermercados
situação que os torna ainda oneroso no repasso da venda a retalho e com forte impacto no bolso do cliente

dade de o projecto Biocom garantir substancialmente, a vida econó- Supermercados

Isaque Lourenço

A
açúcar nas quantidades de con- mica e social das comunidades”, Produtos
sumo nacional estão na base da defendeu a nossa fonte. Alimenta Kero Maxi Candando Shoprite
Angola
maioria dos ope- tendência de oscilação para cima Segundo ele, os clientes já come-
radores do sec- que se assiste semanalmente nos çam a olhar com carinho o “Feito Açúcar -1 kg 299,00 294,00 299,00 269,00 249,95
tor de retalho em preços. Também o mesmo qua- em Angola”, mas tem de se traba- Água mineral -5 lt 275,00 250,00 349,00 259,00 99,95
Angola reclama, dro é visto na fuba de milho, que lhar muito para poder-se ultrapas-
vezes sem conta, tem oscilado em mais de dois mil sar os importados. Arroz -1 kg 298,00 224,00 259,00 279,00 249,95
de adquirir os kwanzas na aquisição do saco de Como se não bastasse, no
produtos nacio- 50 quilogramas junto de fornece- entender dos distribuidores, há Azeite -500 ml 1.210,00 1.299,00 1.390,00 1.099,00 699,95
nais a preços de longe superiores dores locais. Este facto incentiva ainda entre os constragimentos Batata rena -10 kg 2.300,00 2.300,00 2.350,00 2.990,00 2.999,95
ao custo final dos bens importados. as vezes ao recurso a importação no acesso a estes produtos são as
Este cenário, além de ser con- que chega a ser menos onerosa. rupturas constantes por parte dos Carne bovina-bife-1 kg 1.900,00 2.695,00 3.290,00 2.199,00 1.399,95
tra a política de promoção do “Feito “Obviamente quanto mais fabricantes ou produtores.
em Angola” que se pretende maxi- desenvolvermos a produção Além de constatar nos dias Cebola -10 kg 4.900,00 5.450,00 5.990,00 2.890,00 3.999,95
mizar é também um factor impe- nacional (seja na agricultura, 4 a 8 as ofertas dos bens nacio-
ditivo ao maior consumo de bens indústria,nos recursos maríti- nais, durante e Feira Alimentícia Chouriço -900 gr 1.820,00 1.245,00 1.990,00 1.999,00 1.499,95
locais e, logo, à promoção de gera- mos, nomeadamente pescas e de Angola, que decorre na ZEE, a
ção de cadeias produtivas funcio- em serviços aqui o turismo pode equipa do Hora das Compras está Corvina - 1 kg -------------- 2.190,00 3.990,00 2.699,00 2.599,95
nais e de mais postos de trabalho. e deve ter um papel fundamen- também comprometida em ir ouvir 198,00 180,00 239,00 234,00 229,95
Farinha de trigo - 1 kg
Com as devidas ressalvas, o JE tal) mais capacidade teremos os grandes, médios e pequenos pro-
soube de fontes que lidam com a para melhorarmos a economia dutores que fornecem as cadeias de Farinha de mandioca kg 690,00 324,00 799,00 499,00 699,95
aquisição de bens essenciais para e esta, por sua vez, gera mais supermercados sobre as reclama-
os supermercados que a incapaci- empregos. Logo, irá melhorar, ções e suas capacidades de oferta. Feijão - 1 kg 449,00 689,00 649,00 599,00 699,95

Frango - 1 kg 645,00 794,00 849,00 578,00 649,95

quadro de variação dos preços semanais no mês de abril
Fuba de bombó - 1 kg 280,00 289,00 399,00 299,00 699,95
23.509

20.692
19.302

18.598

23.902

15.459
21.089

20.798

21.439

21.439
20.730
16.076
20.917

20.917

20.917
21.946

25.014

20.918
21.368

21.497

Fuba de milho - 1 kg 290,00 200,00 299,00 299,00 669,95

Leite UHT - 1 lt 299,00 289,00 299,00 299,00 149,95

Leite em pó 1.800 gr 2.995,00 3.105,00 3.490,00 3.299,00 3.999,95

Massa alimentar - 50 gr 119,00 100,00 119,00 109,00 169,95

Margarina - 250 gr 325,00 175,00 344,00 274,00 399,00

Óleo alimentar -1lt 470,00 394,00 499,00 399,00 469,95

Ovos - 24 unidades 1.390,00 1.276,00 ------------- 1.299,00 1.309,80

Pão - pequeno 19,00 10,00 20,00 15,00 25,00

1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana

Salsicha - 350 gr 284,00 153,00 349,00 179,00 499,00
Alimenta Angola Kero maxi candando shoprite
Fonte: Operadores com produtos em falta (*) | O levantamento de preços do quadro ao lado é de quarta e quinta-feira, 1 e 2.05.2019 Vinagre - 0,5 lt 143,00 99,00 149,00 99,00 199,95
Valores expressos em kwanzas | Nota1: Nas quatro semanas do mês de Abril só o Kero teve todos os produtos disponíveis no quadro. Candando,
por lapso de edição faltou margarina na última edição do mês. Já o Alimenta Angola mostrou falta de peixe e farinha de mandioca. Shoprite faltou Total 21.598,00* 24.024,00 28.410,00* 23.163,00 24.715,80
peixe, fuba de milho, margarina e salsicha. No Maxi faltou peixe e farinha de mandioca.

os produtos que mais pesam no bolso do consumidor

PEIXE CORVINA é ainda no BATATA RENA reserva para si, LEITE o valor nutricional do leite OVO até ao momento é dos pro- CEBOLA o preço da unidade de
levantamento semanal do HC juntamente com a cebola e o peixe, é ainda discutido. O preço é que dutos que mostra uma acentuada 10 quilogramas, numa média
dos produtos que mais pesa no o título de ser dos produtos mais com ou sem discussão deve ser estabilidade, porquanto o preço de quase 500 kwanzas por cada
orçamento do consumidor. Pre- caros, em relação aos outros dos encarado com reservas. As latas há meses que não oscila, como quilograma chega mesmo a ser
sente nuns e ausente noutros, 24 bens que constam da lista de de 1,8 a 2,4 variam entre os 3.100 resposta ao controlo que se veri- assustador. Mas na maioria dos
o quilograma de peixe corvina ofertas semanais desta rubrica a 7.500 kwanzas. A opção entre fica nos níveis de oferta. Toda- supermercados há uma clara-
custa entre dois e três mil kwan- (ver no quadro à direita). Tam- inteiro ou instantâneo influen- via, o ovo já custou há uns seis distição entre o produto nacio-
zas. Apesar do extenso mar e das bém muito influenciada pela dis- cia no que deverá pagar no final. ou oito meses kz 30.00, por uni- nal, mais barato e o importado,
riquezas que encerra, as praias puta entre a produção nacional e O leite tem valor calórico e ener- dade. Hoje, ele posicionou-sem melhor acondicionado, e logo
do Sangano, Buraco, Cabo Ledo, a importada, a batata rena deverá gético que ajudam a compensar nos kz 50. Não havendo impor- também mais caro. Como se
Barra do Dande, Praia Amélia ser dos itens que a estratégia do a ausência de outros produtos tação deste bem essencial, os avi- pode observar no quadro acima,
ou tia Mabunda ainda dão com Governo vai muito investir para obrigatórios na ingestão. Ainda cultores têm a tarefa de aumentar a cebola é neste momento dos
timidez o peixe que se procura. gerar excedentes. assim, querer só não basta. a oferta e baixar o preço. produtos mais caro.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
publicidade 15

(600.013A)
16
Mercados
Rendimentos
do petróleo
insuficientes
Lucros de cerca de três mil milhões de dólares obtidos
no I Trimestre deste ano incapazes de atender à demanda
do Estado por financiamentos
Diamantes “brilham” na receita pública do I trimestre
A receita bruta proveniente da comercialização de diamantes e rochas ornamentais foi de 368 milhões 660 mil 981 dólares
e resultaram da venda de dois milhões 647 mil 215 quilates de acordo com dados do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos
A receita bruta proveniente da
comercialização de diaman-
tes e rochas ornamentais foi
de 368 milhões 660 mil 981
dólares, durante o I trimestre
deste ano, com a venda de dois
milhões 647 mil 215 quilates.
Neste período registou-se o
aumento de receitas no valor de
106 milhões 572 mil 560 dóla-
res norte-americanos (40,7 por
cento) e de 31,5 na comerciali-
zação total de quilates, compa-
rativamente com o trimestre
de 2018, segundo a Angop.
De acordo com os dados
apresentados, esta semana,
pelo Ministério dos Recur-
sos Minerais e Petróleos, dos
dois milhões 647 215 quilates,
dois milhões 503 mil 816,52
quilates (94,6 por cento) são
diamantes de origem kimber-
lítica e 143 mil 398,60 quilates
de origem aluvionar.
A informação, apresentada
durante a análise das acti-
vidades do I trimestre deste
ano, refere que os diamantes
comercializados no período
em balanço são provenientes
das províncias da Lunda Sul
(93,6 por cento) e Lunda Norte
(6,4 por cento).
}
os diamantes
comercializados
são provenientes
das Lundas Sul
(93,6 por cento)
e Norte (6,4)
dr
À margem do acto que tam-
bém perspectivou o mercado de
diamantes e rochas ornamen-
tais para o II trimestre deste
ano, o secretário de Estado das
Minas, Jânio Correia Victor,
referiu que a comercialização
aumentou em 31,5 por cento.
O aumento de produção
e a estabilidade dos preços
estiveram na base do cresci-
mento das receitas e comer-
cialização de diamantes, de
acordo com Jânio Victor.
O sector diamantífero ango-
lano produziu, no ano tran-
sacto, um total de 9,4 milhões
de quilates, o que permitiu fac-
turar 1,2 mil milhões de dóla-
res e obter um aumento da
receita em relação a 2017. Em
2017, ao preço médio de usd
113,5 por quilate, o sector dos
diamantes arrecadou 1,1 mil
milhões de dólares.
Isaque Lourenço
À
s redes sociais
e a opi n ião
pública nacio-
nal fer vilha-
ram, na semana
passada, com
o anúncio pela
Sonangol e as suas associadas de
um resultado de mais de sete mil
milhões de dólares, dos quais 37
por cento, 2,7 mil milhões seriam
canalizados ao Estado como
lucros e as restantes partes em
reembolso aos investimentos e
às empresas operadoras.
Tratando-se de um valor até
equiparado aos que o Fundo
Monetário Internacional (FMI)
se comprometeu conceder, em
finais do ano passado, ao Execu-
tivo e já operou a primeira tran-
che de 1,5 mil milhões, repercutiu
a ideia de bons ventos. Tal ideia
também foi agitada por fazedo-
res de opinião, com destaque a
também ex-gestora máxima da
petrolífera nacional, a empresá-
ria Isabel dos Santos.
No seu post, que circulou,
primeiro, em grupos priva-
dos e não tardou repercutiu-se
pela rede Facebook, a empresá-
ria Isabel dos Santos dizia que
bons tempos se avizinhavam
à economia com a notícia de o
Estado ter sido beneficiado no
I trimestre com um lucro dos
petróleos de 3 mil milhões de
dólares, valor igual ao que se
pediu ao FMI, referenciou.
Entre aplausos e críticas de
uns e outros, o que terá faltado
complementar na opinião de
empresária é o facto de as recei-
tas encaixadas estarem já inscri-
tas no OGE 2019 e que, por esse
facto, não representava nada de
excelente nem de excedente. Era
sim um bom presságio o preço
que se previu em 68 dólares no
OGE e desde o início do ano até
finais de Abril era transaccio-
nado entre os 50 e os 61 dólares.
Na reacção, que se buscou
depois disso, o economista Valter
Comercialização de diamantes aumentou em 31,5 por cento no trimestre
Economia & Finanças
Domingos disse que não se deve
sucessivas vezes estar a valori-
zar o petróleo em detrimento da
estratégia de diversificação, que
segundo ele, vale mais nesta fase
da economia.
“Alias, é uma exigência do
próprio FMI na nova coopera-
ção com o Governo de Angola,
que os esforços de diversifica-
ção da economia prossigam e
cada vez menos dependência às
matérias-primas voláteis sejam
observadas”, refere.
Já Manuel Nascimento, ligada
ao sector petrolífero, é de opinião
que o mais importante nesta even-
tual fase de recuperação do crude
é aproveitarem-se os excedentes
do que se previu para garantir
que a produção de bens essenciais
úteis à economia sejam capazes
de proporcionar ambiente empre-
sarial com resultados visíveis na
criação de emprego e melhoria
dos níveis de remuneração dos
já empregados.
O estudante de engenharia
de recursos naturais, Marcos
Alonso, da Universidade Inde-
pendente de Angola, entende que
a subida do petróleo e a conse-
quente maior arrecadação finan-
ceira é sempre uma boa notícia.
Todavia, advoga, os lucros
excedentes, se é que existam,
devem ser canalizados no cir-
cuito económico para a abertura
de linhas de financiamentos às
empresas produtivas.
Preço nos 75 dólares
O preço do barril de Brent, para
as entregas de Junho iniciaram
a semana abaixo das expectati-
vas de mercado ao se posiciona-
rem nos 71,15 dólares.
Depois de na quinta e sexta-
-feita última ter estado a nego-
ciar nos 74,78 dólares, o Brent
iniciou uma nova vaga de oscila-
ção em baixa, mostrando a vola-
tilidade da commodity.
Contudo, as previsões dos
principais “players” são de que a
tendência de subida ou ao menos
a fasquia de 70 dólares deverá
manter-se por algum momento.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
Relatório e Contas apresentadop ontem em Luanda confirma ser o BFA o operador que mais negoceia nas Bolsa
Bodiva mostra as contas
Resultados dos quatro meses deste ano já disponibilizados
e revelam uma Bolsa cada vez mais aceite pelos “players”
Isaque Lourenço
A
Bolsa de Dívida e
Valores de Angola
( BODI VA ) nego -
ciou, nos primei-
ros quatro meses
deste ano, um valor de 287,3
mil milhões de kwanzas (893
milhões de dólares), de acordo
com o dashboard opublicado
na sua página de Internet.
No ambiente biletaral foram
mobilizados 50,4 mil milhões
de kwanzas, enquanto que
out ros 236,8 mil milhões
resultaram das negociações
em ambiente multilateral.
Em termos de desempenho
mensal, Janeiro totalizou nego-
}
banco sol altera governo
O Banco Sol alterou o seu
modelo de governação
corporativa, com base no
Aviso nº 1/2013, do Banco
Nacional de Angola, informou
esta terça-feira a instituição
financeira.
A alteração aconteceu durante
a Assembleia Geral do banco,
referente a 2018, realizada na
última sexta-feira, em Luanda,
no final da qual foi nomeado
um novo conselho de
administração e uma comissão
executiva.
Nos novos moldes de
funcionamento da instituição,
Coutinho Nobre Miguel passa
a administrador não executivo
e presidente do conselho de
}
ciações avaliadas em 51,6 mil
milhões; Fevereiro surge com
90,6 mil milhões; Março com
66,1 mil milhões e Abril fechou
o período de avaliação com 78,8
mil milhões de kwanzas.
Contas do ano 2018
No que se refere à actividade de
negociação nos mercados regula-
mentados sob gestão da BODIVA,
o ano de 2018 foi marcado pela
emissão do primeiro instru-
mento privado e admissão em
Mercado de Bolsa de Obrigações
Privadas (“MBOP”), pela migra-
ção da gestão do mercado primá-
rio de títulos de divida publica
para a BODIVA e pela inaugu-
ração do Portal do Investidor.
Estes marcos e o maior
administração.
O banco integra, também,
três administradores não
executivos, um dos quais
independente, bem como sete
administradores executivos.
Em relação à comissão
executiva, ela integra sete
membros, sendo um deles o
presidente, na pessoa de Mário
Ferreira do Nascimento.
Fundado a 2 de Outubro de
2001, o Banco Sol tem como
objecto social o exercício de
operações bancárias clássicas
e a retalho, bem como o
exercício da actividade de
micro-finanças, que esteve
na base da constituição da
instituição.
mercados 17
edições novembro
dinamismo por parte dos agen-
tes de intermediação, permi- Cotações
tiram alcançar um montante
global de negociação de 794.9
mil milhões de kwanzas (2.5
mil milhões de dólares), o que
representa um aumento de Taxas de câmbio
51,4% face ao ano anterior.
O montante médio mensal
de negociação foi de 66,2 mil
milhões de kwanzas, sendo que
os meses que apresentaram maior
325,135 USD/AKZ
montante de negociado foram os
meses de Junho, Agosto e Setem-
bro, respectivamente. Commodities
De acordo com o relatório e
contas apresentado ontem, em
Luanda, durante o ano de 2018,
a BODIVA captou 2 (dois) novos
membros de negociação e liqui-
70,89 brent
dação, nomeadamente, o Banco
Yetu,S.A. e o Banco Comercial
Angolano (BCA). Neste con-
texto, a BODIVA encerrou o ano Taxas de Juro
de 2018 com 18 (dezoito) mem- Moeda 02 Mai 2019
bros, dos quais,16 (dezasseis)
de negociação e liquidação e Euribor 1 mês EUR -0,377
2(dois) de negociação. Euribor 6 meses EUR -0,231
No que concerne ao desem-
penho dos membros de nego- Euribor 12 meses EUR -0,114
ciação, verifica-se que, dos 18
Libor 1 mês USD 2,48325
membros BODIVA, 11 contribuí-
ram para o montante de nego- Libor 6 meses USD 0,93938
ciação, com particular realce Libor 12 meses USD 2,71038
para o BFA, SBA e BAI que em
conjunto representaram mais
de 83% do mercado.
Comparativamente ao ano
anterior, o BFA mantém a lide- Taxas de Câmbio Spot
rança, com 45,24% do montante Cotação 02 Mai 2019
negociado. Já o SBA, BAI e BMA,
representaram, respectiva- USD/AKZ 325,135
mente em 2018, 22,47%,15,22% EUR/AKZ 362,353
e 7,12% do montante negociado.
No que se refere ao número nad/AKZ 22,524
O montante
de negócios realizados, constata- EUR/USD 1,1180
mos um aumento de 84% face ao
médio mensal ano de 2017. Em 2018 em média GBP/USD 1,3028
foram realizados 323 negócios USD/JPY 111,5400
de negociação por mês, totalizando 3.878 con-
tra os 2.106 verificados em 2017. USD/ZAR 3,9600
foi de 66,2 mil Em termos financeiros, o USD/BRL 6,7345
montante sob custódia de títu-
milhões los do tesouro, representam um USD/CNY 14,4998
património na ordem dos 2.05
de kwanzas mil milhões O ano de 2018 ficou
marcado com a integração da
primeira emissão de Dívida mercados accionistas
Privada do Banco Standard Índice 02 Mai 2019
Bank Angola,S.A no montante
de 4.7 mil milhões em Obriga- Dow Jones 26,429.33
ções, totalizando o montante S & P 500 2,922.37
financeiro sob custódia de 2.06
biliões de kwanzas. NASDAQ 8,068.00
FTSE 100 7,360.29
BOVESPA 93,455.00
edições novembro
PSI 20 5,393.09
NIKKEI 225 22,258.73
DAX 12,360.31
Hang seng 29,944.18
Commodities
02 Mai 2019
Brent 70.89
crude oil 62.08
gás natural 2.58
ouro spot 1,269.40
trigo 12.29
açúcar 91.50
café 75.86
algodão 446.50
A instituição bancária passa este ano a ter um Conselho de Administração
18 Empresas
Angola na rota
comercial chinesa
Ministro do Comércio Joffre Van-Dúnem Júnior abordou com
o embaixador chinês em Angola Gong Tao novas áreas de negócios
Pedro Peterson
O
Emba i xador
da República
da China em
Angola, Gong
Tao, afirmou,
e m L u a nd a ,
que o seu país
está disponível para ampliar
a cooperação económica com
Angola além das tradicionais
linhas de crédito.
A afirmação foi feita à saída
duma audiência concedida pelo
Ministro do Comércio, Joffre
Van-Dúnem Júnior, onde foram
abordados, entre outros temas,
a cooperação entre os dois paí-
ses, com principal destaque para
a primeira edição da Exposição
Económica e Comercial China-
-África, que será organizada pelo
Ministério do Comércio daquele
país de 27 a 29 de Junho do cor-
rente ano, em Changsha, Hunan.
Na qualidade de convidada
de honra, Angola leva uma dele-
“Cidade do Empreendedor”
vai promover novos negócios
A 1ª edição do evento será realizado de 25 a 28 de Setembro próximo em Luanda
O governo da província de Luanda,
através da direcção provincial do
Comércio, Indústria e Recursos
Minerais, em parceria com a Even-
tos Arena, apresentaram na última
terça-feira a 1ª edição da Cidade do
Empreendedor 2019.
Segundo uma nota de imprensa
a que o JE teve acesso, o evento
a realizar-se de 25 a 28 de
Setembro próximo, na Baía
de Luanda, é um projecto que
compreenderá várias iniciativas
centralizadas na organização
de uma feira, com o objectivo
de informar, apoiar, promover e
potenciar ideias de negócios.
O certame tem ainda como pano
de fundo, motivar as qualidades
e características dos jovens
angolanos em todos os sectores
da actividade económica para a
promoção de casos de sucesso, de
oportunidades de investimento,
de criação de emprego e de
empresas em Angola.
O acto de apresentação contou
com a presença do director do
gabinete provincial do comércio
e da indústria, José Moreno
Fernandes, em representação do
governador provincial de Luanda,
Sérgio Rescova, da Presidente
da Comissão Administrativa da
Cidade de Luanda, Maria Antónia
}
gação chefiada pelo Ministro do
Comércio, onde integram repre-
sentantes de outros departa-
mentos ministeriais, órgãos de
promoção do comércio e inves-
timento, câmaras de comércio e
associações empresariais.
As relações diplomáticas
Angola e China datam de há 36
anos. O gigante asiático continua
a ser o primeiro parceiro comer-
cial de Angola e o primeiro impor-
tador do petróleo angolano.
A economia da China é a
segunda maior do mundo. É a
nação com o maior crescimento
económico dos últimos 25 anos,
com a média do crescimento do
PIB em 10 por cento por ano.
O comércio de Angola com a
China atingiu um valor de usd
4.752 milhões entre Janeiro
e Fevereiro deste ano, um
aumento de 2,89 por cento, que
é devido ao crescimento das
exportações de Luanda para
Pequim, muito provavelmente
petróleo bruto, de acordo com
os dados dos Serviços de Esta-
Baía de Luanda vai acolher a 1ª edição do projecto Cidade do Empreendedor
Nelumba e do administrador
comercial do grupo Arena,
Manuel Novais.
A Cidade do Empreendedor
é um projecto criado com o
intuito de apoiar os jovens
empreendedores. A organização
permite às Startups usufruirem
de preços de inscrição mais
baixos. Para esta edição o
certame espera dar visibilidade
a mais de 70 expositores,
a china
continua
a ser
o primeiro
parceiro
comercial
e importador
de petróleo
de angola
tísticas das Alfândegas Chine-
sas, citados pelo Fórum Macau.
As empresas chinesas expor-
taram, de Janeiro para Feve-
reiro, bens no valor de usd
266 milhões de dólares (menos
31,23% que em igual período de
2018) e importaram produtos
EDIÇÕES NOVEMBRO
e um número de 8 mil
visitantes durante a Cidade do
Empreendedor que ocupará
uma área útil de 2 mil metros
quadrados.
Sobre a Eventos Arena
A Eventos Arena é uma empresa
angolana especializada na
organização e gestão de feiras
e eventos. Integrada no Grupo
Arena, desde 2002.
Balança comercial entre os dois países tem apresentado grandes melhorias
no valor de usd 4.486 milhões
(mais 6,02%). No entanto, no
mês de Fevereiro, o comércio
entre os dois países retraiu-
-se, em comparação com o de
Janeiro, situando-se em usd
2.174 milhões, menos 15,6 por
cento que no primeiro mês do
ano. As compras de Pequim
a Luanda ficaram nos 90,2
milhões de dóla res, tendo
Angola vendido à China bens
avaliados em usd 2.084 milhões.
eUA oferecem
bolsa de um ano
A Embaixada dos Estados
Unidos da América em Angola
abriu segunda-feira o período
de recepção de candidaturas
para o programa de bolsa
Hubert H. Humphrey para o ano
académico de 2020/2021.
O programa de bolsas Hubert
H. Humphrey oferece um ano
de capacitação profissional,
que combina estudos
académicos e experiência
profissional nos Estados Unidos
para profissionais experientes
de países em todo o mundo e
é destinada a candidatos que
pretendam realizar programas
de pesquisas (estudos)
independentes. A data limite
de inscrição vai até ao dia 28
de Junho 2019.
Segundo o comunicado da
Embaixada, os candidatos
devem ter o grau de licenciado,
cinco anos de experiência
profissional, fluência em Inglês,
nacionalidade angolana e serem
residentes no país.
Os bolseiros são seleccionados
com base no seu potencial
de liderança e empenho no
serviço público ou privado,
lembrando que a bolsa não
proporciona qualquer diploma
de grau universitário e tem
a duração de um ano numa
universidade Americana.
As áreas de capacitação
profissional disponíveis são:
Desenvolvimento Sustentável,
Criação de Instituições
Economia & Finanças
JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO
A balança comercial com a
China mantém-se francamente
favorável a Angola. O Brasil con-
tinua a ser o principal parceiro
da China, não só entre os países
de língua portuguesa, como em
termos mundiais, com as trocas
entre os dois países a atingirem
17.354 milhões de dólares entre
Janeiro e Fevereiro, mais 19,75
por cento que em igual período
do ano passado. Segue-se Angola,
Portugal e Moçambique.
Vigas da Purificação | EDIÇÕES NOVEMBRO
Embaixadora Nina Maia Fite
Democráticas, Educação e Saúde
Pública.
As candidaturas devem ser
submetidas “online” através
da página https://apply.iie.
org/huberthhumphrey, que dá
acesso ao formulário, devendo
a candidatura ser submetida
somente por via electrónica.
A Bolsa de Estudos Hubert H.
Humphrey foi criada em 1978 sob
a égide do Programa Fullbright
de Bolsas de Estudos em honra
ao Senador e Vice-presidente
americano, Hubert H. Humphrey.
Este programa tem como
objectivo conceder aos
profissionais, a meio da sua
carreira, uma oportunidade de
alargarem os seus horizontes,
aumentarem a sua capacidade
de assumirem responsabilidades
e criarem redes com colegas de
todo o mundo.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
Empresários defendem maior abertura
para a captação de mais investimentos
Sector privado foi chamado a desempenhar o seu papel de parceiro fiel do Estado assumindo
as rédeas da economia e dos mercados contribuindo para a criação de mais postos de trabalho
António Eugénio
A
sCâmarasdeComércio
e Indústria devem ser-
vir de ligação entre as
comunidades empre-
sariais das diversas
nações para atrair investimen-
tos e participar activamente na
diversificação da economia.
A informação foi avançada
terça-feira, em Luanda, pelo pre-
sidente da Câmara de Comércio
Angola-China, Manuel Arnaldo
Calado, no 1º fórum das Câmaras
de Comércio e Indústria (CCIA),
que contou com a participação
de nove associações e mais de
200 empresários.
Sob o lema “A importância
das Câmaras de Comércio no
Desenvolvimento de Angola”, o
fórum teve como objectivo des-
tacar a importância das câma-
ras como importantes parceiros
do Executivo angolano.
Temas como as experiências
internacionais das câmaras e
indústrias no desenvolvimento
económico dos países, e o papel
do sistema financeiro no apoio
ao investimento dominaram o
certame.
Segundo Manuel Calado,
Angola apresenta uma econo-
mia de mercado que obriga os
agentes operadores a cumpri-
Ministério da economia e Planeamento lança novo serviço
André Sibi
O ministro da Economia e
Planeamento, Pedro Luís da
Fonseca, procedeu na última
terça-feira, ao lançamento do
Serviço Electrónico de Pré-
licenciamento de importação de
bens para melhorar o ambiente de
negócios e dinamizar a actividade
económica no país.
Durante o discurso o ministro
explicou que o objectivo é
simplificar, desburocratizar
e dinamizar o processo de
Mercadorias poderão chegar com maior celeridade aos armazéns
Representantes das Câmaras de Comércio e Indústria no 1º Fórum em Angola
rem permanentemente os desa-
fios na consolidação de políticas
capazes de criar riquezas e
garantir o bem estar.
Acrescentou que, o sector
privado deve desempenhar o
seu papel de parceiro do Estado
assumindo as rédeas da econo-
mia e da criação de empregos
para o cidadão.
pré-licenciamento de
importação de bens.
Com a criação deste novo
serviço, os importadores
dos sectores da Indústria,
Agricultura, Pescas e de bens
da cesta básica terão os custos
reduzidos em relação ao ano
passado e esperam apenas
três dias para ter os processos
de pré-licenciamento de
importação concluídos.
O governante reconheceu
que o Estado tem vindo a
trabalhar para melhorar a
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO
kindala manuel | edições novembro
Combate à burocracia
Contudo, solicitou às autoridades
a criarem mecanismos legais que
permitam o combate à burocra-
cia administrativa que, na sua
opinião, constitui uma barreira
na facilidade e no cumprimento
de acções que concorrem para o
processo produtivo.
Alertou também as Câmaras
política económica, diminuir
o peso das importações e
exportações do petróleo, assim
como implementar reformas,
destinadas a encaminhar
o investimento privado no
mais importante pilar das
modificações estruturais da
economia face à sua capacidade
de criar empregos e multiplicar
os rendimentos.
Para o governante, o ambiente
de negócios constitui o
principal indicador para as
decisões privadas de aplicação
de capitais e que o Governo
vai continuar a trabalhar para
torná-lo cada vez melhor.
“Um bom ambiente de
negócios é seguramente um
precioso indicador para as
decisões privadas de aplicações
de capitais”, referiu. Por sua vez,
o administrador da Refriango,
Estêvão Daniel, disse que o
novo Serviço Electrónico de Pré-
licenciamento de Importação de
Bens, sob tutela dos sectores da
Agricultura e Florestas, Indústria,
Pesca e do Mar, é bem-vindo,
uma vez que existia muita
urocratização no tratamento de
processos de pré-licenciamento
de importação.
Manuel calado
Presidente da C.C Angola China
}
As câmaras
de comércio e
indústria devem
assumir o espaço
de interlocutor da
iniciativa privada
de Comércio e Indústria assu-
mirem o espaço de interlocutor
da iniciativa privada, além de
informar e facilitar o intercâm-
bio entre empresas angolanas e
estrangeiras.
Manuel Calado, destacou que
as câmras , em muitos países,
proporcionam o desenvolvimento
integrado das nações.
edições novembro
Importadores estão aliviados
Despachantes
esclarecidos
sobre a dívida
Os despachantes afectos à
6ª região tributária foram
esclarecidos sobre os benefícios
da adesão ao regime excepcional
de regularização da dívida fiscal
e aduaneira, implementado pela
Administração Geral Tributária.
Segundo o director, Milton
da Costa, a política tem
como objectivo melhorar a
actuação dos importadores,
e aconselhou os mesmos a
aderirem ao novo regime.
O responsável disse que este
Empresa 19
200
empresários
Homens de negócios que
estiveram presente na 1ª
edição do fórum das Câmaras
de Comércio e Indústria
Por sua vez, a presidente da
Câmara de Comércio Angola-
-Estados Unidos, Maria da Cruz,
disse que o empresariado ango-
lano tem de ser mais persistente
para conseguir exportar produ-
tos para os Estados Unidos por
ser um mercado muito atractivo.
“ Têm de ser mais consequen-
tes nos seus focos. Nós tivemos
um empresário que tinha tudo
para vincar no mercado ame-
ricano, mas acontece que num
mês cumpriu com o contrato,
mas noutro faliu, assim é difí-
cil” disse.
O representante da câmara de
comércio Angola-India, Sukant
Kumar Nayak, anunciou que a
instituição que representa está
disposto a cooperar na agricul-
tura e na construção, para isso
basta que os empresários cum-
pram com os requisitos exigidos.
procedimento concretiza-se
por via de um mecanismo de
adesão, realizado através de
um requerimento ou formulário
que o contribuinte recebe
numa repartição fiscal para
pagar o imposto na totalidade
ou em parcelas.
O período de adesão a este
novo regime é de seis meses.
Teve início no dia 02 de
Janeiro e termina a 30 de
Junho do ano em curso.
Este regime é amplamente
justificado pela necessidade
de desafogar as empresas e
garantir a manutenção das suas
actividades no mercado nacional.
Este novo regime, segundo o
responsável, constitui uma forma
que o Governo encontrou para
aliviar as empresas do pagamento
das obrigações fiscais com os
juros e multas, impedindo-as de
falir e desempregar dezenas de
trabalhadores.
O Regime Excepcional de
Regularização da Dívida Fiscal
e Aduaneira foi aprovado
pela Assembleia Nacional em
Dezembro de 2018.
Participaram da reunião, várias
personalidades ligadas à
actividade fiscal e tributária da
região, e agentes económicos.
20 Empresas
Publicidade gera mais
de kz 20 mil milhões
Estudo da consultora Marktest sobre Media e Publicidade do exercício de 2018
avança que os investimentos publicitários em Angola estão a registar melhorias
Pedro Peterson
O
s investimentos
publicitários em
Angola geraram,
em 2018, cerca de
20.076 milhões de
kwanzas, contra
22,4 mil milhões
registados no período homólogo
de 2017, numa variação negativa
de 10 por cento.
Segundo o anuário sobre Média
e Publicidade de 2018 da Marktest
Angola, a Televisão foi o sector
que liderou os investimentos em
publicidade no país com 12,6 mil
milhões de kwanzas, contra 14,9
mil milhões registados em 2017,
numa variação negativa de 15%.
A imprensa segue com 4,9 mil
milhões de kwanzas, quando com-
parado com os 5,1 mil milhões,
encaixados em 2017, numa varia-
ção negativa de 5%.
Os sectores da Rádio e do
OOH (Multicaixa), apesar de
terem ocupado os lugares ime-
diatos, verifica-se que foram os
meios que registaram uma evo-
lução neste período, em relação
à Televisão e à Imprensa.
Crescimento
A Rádio, por exemplo, encaixou
em termos de investimento, 2.013
milhões de kwanzas, contra os
1,9 mil milhões arrecadado em
2017, numa variação positiva de
04 por cento, assim como a OOH
(Multicaixa) que mobilizou 458
mil 500 kwanzas em 2018, con-
tra 356 mil 298 em 2017, numa
variação positiva de 29 por cento.
No que toca à variação men-
sal publicitária, o relatório da
Marktest assegura que os meses
de Novembro e Dezembro de 2018
foram os períodos em que regista-
ram maior investimento com um
valor de 1,8 e 2,2 mil milhões de
kwanzas. Os meses de Janeiro e
Fevereiro foram os que regista-
ram valores mais baixos com 1,4
e 1,3 mil milhões de kwanzas.
A nível dos órgãos de comuni-
cação, a TPA1 foi o meio que maior
investimento recebeu, tendo atin-
gido no ano, em análise, cerca de
5,1 mil milhões de kwanzas, con-
tra 6,1 em 2017, seguido pela Tv
Zimbo com 2,6 em 2018, contra
3,1 no período homólogo de 2017.
Nas rádios, a Mais se destaca
com o investimento de 716 mil, con-
tra 685 do período homólogo de
2017. Vem depois a Escola com 412
mil, contra 287 em 2017 e Luanda
com 399, contra 455 em 2017.
Na imprensa, o Jornal “O País”
ocupa a primeira posição com
investimentos em publicidade com
542 mil, contra 593 encaixados
em 2017, seguindo-se o Expansão
com 379, contra 299 registados em
2017, vindo depois o Novo Gazeta
com 271, contra 298 registados no
período homólogo de 2017.
Investimento em 2017
De acordo com os dados da Marktest
Angola, o investimento publicitário
(a preço de tabela) em 2017 cresceu
cerca de 11 por cento comparati-
vamente ao ano anterior. O meio
responsável por este crescimento
foi a TV com mais 14 por cento, a
Imprensa com mais 06 e a Rádio
teve um decréscimo de 02.
O maior investimento em TV
foram nos canais TPA1, TvZimbo
e Afro Music Channel.
Na imprensa surgem as publi-
cações Jornal de Angola, Jornal dos
Desportos e O País.
evolução mensal das receitas de 2018
Fonte: Estudo da Marktest | Valores em Milhares
1.415.321
1.322.112
1.639.188
Jan Fev Mar
Meio
Televisão
Imprensa
Rádio
OOH(multicaixa*)
Investimento total
Economia & Finanças
Vista de uma mina de ouro
FERRANGOL
QUOTA DE INVESTIMENTO EM % publicitário realiza
Fonte: Estudo da Marktest PESQUISA
NO hUAMBO
A Ferrangol está a realizar desde
o ano passado actividades de
2% pesquisa e prospecção de ouro
nas localidades de Ngandavila
10% e Samboto, na província do
Televisão Huambo.
Rádio O facto foi dado a conhecer,
pelo administrador-delegado
25%
63% OOH- Multicaixa
Imprensa
da Ferrangol Prospecção e
Produção, João Chimuco, à
margem do encerramento das
jornadas científicas, em alusão
ao trabalhador mineiro, que
decorreu de 15 a 27 deste mês.
Falando à imprensa disse
que, os trabalhos iniciados
em Junho de 2018, visam
determinar o tipo de recursos
minerais disponíveis nestas
duas localidades para posterior
exploração.
Sem entrar em detalhes sobre
o investimento nesta fase,
João Chimuco afirmou que
os incidentes de apropriação
ilegal dos espaços em estudo e
o garimpo (exploração ilegal),
em 2108, condicionaram, em
grande parte, a conclusão
da pesquisa, além de terem
alterado o valor empregue para
1.449.507
1.727.102
1.773.199
1.624.690
1.581.794
1.648.143
1.759.595
1.877.998
2.257.372
a realização do projecto.
“Foi uma situação muito difícil,
mas felizmente, depois da
intervenção dos órgãos de
defesa e segurança as coisas
ficaram mais calmas, permitindo
deste modo, que a prospecção e
a sondagem da zona a explorar
tivesse alguma estabilidade”,
enfatizou o responsável.
Além de Ngandavila, na comuna
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez da Calima, 68 quilómetros
da cidade do Huambo, e
na comuna do Samboto,
no município da Chicala-
Cholohanga, a Ferrangol está
também presente numa
parceria, com a empresa
2017 2018 Variação australiana Pesana, no
projecto de prospecção e
14.934.440 12.684.767 -15% exploração de um metal raro,
denominado “terras raras”, no
município do Longonjo, onde
foi identificada uma reserva de
5.189.559 4.919.387 -5% aproximadamente, 23 bilhões
de toneladas do minério.
As II jornadas técnicas e
1.934.721 2.013.373 4% científicas do Ministério dos
Recursos Minerais e Petróleo
debateram questões que têm
356.298 458.500 29% a ver com a progressão das
actividades de prospecção de
“terras raras” no Longonjo,
a segurança e saúde na
22.415.018 20.076.027 -10% mineração do ouro.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
Publicidade 21

(700017)
22
reportagem
vida municipal difícil nos últimos dias
As longas filas para abastecer os meios rolantes são a marca nas principais bombas de combustíveis da cidade
Litro de gasolina
custa 500 Kz
em Mbanza Congo
João Mavinga
e Fernando Neto
em Mbanza Congo
H
á mais de seis
semanas, cen-
tenas de viatu-
ras continuam
estacionadas
nos quintais,
devido à falta
de combustível que se faz sentir
nos postos de venda dos municí-
pios de Mbanza Congo.
A situação levou ao aumento
do preço da corrida de táxis de 100
para 200 kwanzas, e por arrasto,
já se regista a subida de alguns
produtos da sexta básica nos mer-
cados informais da região. Actual-
mente, os taxistas compram na
“candonga” um litro de gasolina a
kz 500.00, contra os 160 pratica-
dos nas bombas de combustíveis.
O gerente do posto da Sonan-
gol, no Bairro 11 de Novembro,
Pedro Augusto Ndungide, 71 anos,
referiu que actualmente recebem
da Sonangol quantidades reduzi-
das de combustível e com largo
espaçamento de tempo, entre os
carregamentos.
Na semana passada, aquele
posto de abastecimento de com-
bustível recebeu duas cisternas,
uma com 17.500 litros de gasolina e
outra com 20 mil litros de gasóleo.
A população invadiu a refe-
rida bomba, que mesmo com o
apoio de efectivos do Comando
municipal da Polícia Nacional,
foi obrigada a interromper as
vendas por várias horas.
O combustível terminou no
terceiro dia de venda com várias
paragens. Até ao momento, a difi-
culdade para a obtenção de combus-
tível continua em Mbanza Congo.
Segundo o responsável do
}
Até ao
momento,
a dificuldade
para a obtenção
de combustível
continua
20.000
LITROS DE GASóleo
Quantidade do produto que
o posto de abastecimento da
Sonangol de Mbanza Congo
recebeu na semana passada.
17.500
LITROS DE GASOLINA
É a quantidade deste produto
que o posto de abastecimento
da Sonangol recebeu na
semana passada.
posto de abastecimento da Sonan-
gol em Mbanza Congo, a escassez
de combustível deve-se à falta de
stock de divisas para garantir
a exportação do produto, tendo
em conta a fraca capacidade no
país para refinar o crude.
Garcia Mayatoko | Edições Novembro | Mbanza Congo
Corrupção em alta
Segundo Pedro Augusto Ndungide
que mostra cepticismo quanto ao
sucesso das medidas contra a prá-
tica da corrupção, num dos seus
exemplos, citou o período de rota-
ção do efectivo da Polícia em ser-
viço no Posto do Luvo para outros
municípios. Estes recusam deixar
Luvo, devido ao famoso “Ngan-
dulo”, dinheiro extra, ganho
durante o dia, que pode ultrapas-
sar cem mil kwanzas.
Lembrou que há dias expulsou,
do seu gabinete, uma senhora que
lhe propôs um suborno de 50 mil
kwanzas para facilitar o enchi-
mento de 50 bidões com gasolina.
O ancião apresenta-se como
um dos actores da luta contra a
corrupção e que deseja ver Angola
mais organizada.
De acordo com Pedro Ndun-
gide, a organização das estrutu-
ras sociais do país depende em
grande medida da população abra-
çar e apoiar sem reservas a visão
do Presidente da República que
subscreve em corrigir o que está
mal e melhorar o que está bem.
Governo apoia Polícia
O governo provincial do Zaire está
empenhado no apoio à Polícia de
Guarda Fronteira que garante o
controlo de 330 quilómetros de
fronteira marítima e terrestre
com a região do Congo central,
(antigo Baixo Congo).
A Polícia de Guarda Fronteira
patrulha a linha fronteiriça, onde
instalou 16 postos permanentes,
coordenados pela terceira unidade
situada na comuna do Nkoko,
município de Mbanza Congo.
Além disso, existe a segunda
Unidade situada no município
do Soyo, encarregda de proteger
contra a imigração ilegal, contra-
bando de combustível e drogas.
Contrabando
cresce na fronteira
Angola/RDC
O contrabando de combustível
para a República Democrática
do Congo continua a ser o negó-
cio de maior disputa, entre os
cidadãos nacionais e estrangei-
ros que se desdobram na busca
de lucros fáceis na fronteira do
Luvo, província do Zaire.
Existem também os “barões”
de contrabando idos de Luanda,
Soyo e Mbanza Congo, que abar-
rotam camiões cisternas e do
tipo basculante, com tambores
de 200 litros.
O pagamento da chamada
“caução” serve de atracção e
recompensa dos operadores
de “pistolas” que asseguram
o abastecimento de combustí-
vel. Nesta hora os automobilis-
tas são relegados em segundo
plano, para privilegiar os trafi-
cantes no sentido de angariar
fundos fabulosos.
As noites são visíveis ruma-
rias de gente de carros, com des-
tino à fronteira do Luvo. Em fila
indiana, camiões, viaturas ligei-
ras e sobretudo motorizadas de
três rodas, açambarcam quan-
tidades elevadas de combustí-
vel, para a fronteira do Luvo,
há 60 quilómetro da capital
Mbanza Congo.
AGT fiscaliza acções
Com o surgimento da Agência
Geral Tributária (AGT) no Posto
Aduaneiro do Luvo, os trafican-
tes arquitectaram estratégias de
fuga ao fisco, para escapar das
forças policiais ali destacadas.
No posto f ronteiriço do
Lu vo os t raf ica ntes , com
bidões à cabeça apeiam por
caminhos “fiotes”, por serem
v ias estreitas cober tas de
capim e de fraca visibilidade
Luvo é a “galinha
dos ovos de ouro”
A vila do Luvo possui seis postos
de venda de combustível, além de
outras, instaladas ao longo da via
Mbanza Congo / Luvo que prati-
cam também à margem da lei, a
venda dos derivados de petróleo.
Luvo ganhou protagonismo
a nível nacional e não só, pela
venda de telefones e panos do
Congo, entre outros artigos de
uso doméstico. Os contrabandis-
tas são facilmente identificados.
Na sua maioria construíram
casas com formato de “castelo” loca-
lizadas em quintais altos, onde se
regista um movimento frenético de
“entra e sai” de camiões carregados
de combustível. Alguns deles são
mais discretos. Construíram esta-
leiros em zonas longínquas, onde
os olhares são de difícil alcance.
Devido a facilidade como os
Economia & Finanças
Garcia Mayatoko | Edições Novembro | Mbanza
Mercado do Luvo atrai comerciantes
até à fronteira. No mercado do
Luvo, aberto alternadamente,
uma vez para cada lado dos
dois países (Angola e R DC) o
combustível é comercializado
como se de produtos alimentí-
cios ou domésticos se tratasse.
No lado do mercado da RDC,
entre os vários negócios expos-
tos, a demanda por gasolina e
gasóleo supera a oferta. A con-
corrência é desleal e “apetecível”
em virtude da tabela de preços
praticada no Luvo, atingir o topo
de 11 mil kwanzas, equivalen-
tes a 15 Dólares americanos o
bidon de 25 litros de gasolina.
A carência de divisas que o
país vive até ao momento, atrai
para o Luvo dezenas de comer-
ciantes, com interesse de ins-
talar pequenas sucursais de
venda de combustível. JM e FN
camiões cisternas contraban-
deados passam pelos diversos
controlos da Polícia ao longo da
via do Luvo, alguns cidadãos des-
confiam o envolvimento de altas
patentes da Polícia Nacional rece-
bendo avultadas comissões em
kwanzas e dólares.
O processo de compra de gaso-
lina e gasóleo em Angola, para a
sua revenda na vizinha RDC é ape-
lidado pelos usuários por “Gui-
malela”, palavra que em Lingala
significa “caminhada em grupo
com mercadoria à cabeça”.
A Polícia de Guarda Fronteira
instalada no Posto Aduaneiro do
Luvo está reforçada com uma Bri-
gada Canina constituída por 11 espé-
cies de cães que facilitam a caça
contra contrabandistas e outros
violadores de fronteira. JM e FN
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
luanda
Cacuaco pretende colher 14
mil toneladas de produtos
O também município piscatório estima cultivar na presente
campanha agrícola (2018/2019) mais de 2 mil hectares de terra
numa altura em que a administração local apoia os camponeses
Manuel Barros
em Cacuaco
O
município de Cacuaco,
em Luanda, estima
cultivar na presente
campanha agrícola
(2018/2019) mais de
2 mil hectares de terra com pre-
visão de produzir acima das 14
mil toneladas de diversos pro-
dutos com destaque para as hor-
tícolas, tubérculos e frutícolas,
informou o director municipal
da Agricultura, Agro-pecuária
e Pescas, José de Castro.
Segundo o director, a admi-
nistração local tem prestado
apoio aos agricultores para
que se possa atingir este desi-
derato, apesar das vicissitudes
que têm enfrentado referente às
chuvas irregulares ou a estia-
gem, principalmente, nas zonas
baixas de produção.
“O sector da agricultura é
promissor e em breve o Estado
vai subsidiar os combustíveis, o
que vai reduzir o custo de produ-
ção agrícola, e baixar o valor dos
produtos nos mercados. Acredita-
-se que com esta medida, muitos
actores vão entrar para o sector da
agricultura”, afirmou o director.
Escoamento da colheita
Em algumas zonas agrícolas em
Cacuaco há facilidade de escoa-
mento de toda a produção feita
no campo. Noutras, como Ncuta,
Casulo e Malengue atendendo o
estado degradante em que estão
as vias que levam às zona de pro-
dução, há maior dificuldade dos
carros lá chegarem, e dependem
do apoio das famosas “Caluluias”,
moto-táxis de três rodas, que
fazem a transportação da produ-
ção destas zonas, para os merca-
A região tem potencialidades para a produção de hortaliça, tubérculos e frutícolas que são as mais rentáveis
}
Espera-se com
a reabertura
do crédito de
campanha, um
mecanismo de
motivação para
os agricultores
15
cooperativas
É o número que o sector da
Agricultura do município de
Cacuaco controla.
1.000
associados
Corresponde ao número de
camponeses que estão envolvidos
na actividade agrícola na região.
dos do Sabadão e do Kifangondo.
O mercado do Sabadão, situado
na Caop Velha, comuna da Funda,
é um dos maiores destinos da pro-
dução da região, a par do mercado
do Kicolo e do quilómetro 30.
O director da Agricultura e
Pescas de Cacuaco afirmou que em
época de alta produção de tomate,
cebola e outras hortícolas, os agri-
cultores recorrem a outros mer-
cados do interior do país.
Controlo
José de Castro adiantou que a
administração de Cacuaco con-
trola 15 cooperativas agrícolas,
duas associações de campone-
ses e dois núcleos de camponeses
que totaliza mais de 1.000 asso-
ciados na circunscrição.
“Espera-se com a reabertura
do crédito de campanha, um
mecanismo de motivação para
os agricultores, que possa servir
para financiar mais a actividade
dos camponeses, na compra de
insumos agrícolas e consequen-
temente potenciar a agricultura
da região”, disse José de Castro.
Informou que atendendo o
volume de obras que se devem
efectuar nestas zonas de canais
de irrigação, que ultrapassam a
competência da administração
local, foi inscrito num projecto
de intervenção a nível do Pro-
grama de Investimento Público.
Desta feita, tão logo seja dis-
ponibilizada alguma verba vão
dar início às obras nestas valas
para desassoreamento e reperfi-
lamento, bem como a reabilitação
dos diques de protecção de modo
que quando aumentar o caudal da
água do rio esta não transborde
para as zonas de cultivo.
Outra questão, é o custo do
combustível utilizado nas moto-
-bombas que puxam a água do
rio Zenza para as lavras, mas o
recente anúncio do Governo em
subsidiar os combustíveis para a
agricultura trouxe uma “ lufada
de ar fresco” para muitos agricul-
tores, pois vai reduzir os custos
de produção agrícola e promo-
ver a produção em larga escala.
edições novembro
Feira vai mostrar potencialidades
A administração de Cacuaco pensa
organizar nos meses de Maio e
Junho uma feira de produção a
nível do município para apresen-
tar as potencialidades agrícolas,
pecuária e piscatórias da região.
de Castro, é atrair o maior número
agricultura
Os camponeses depositam a colheita nos mercados do Sabadão e do Kicolo
Comuna da Funda abastece Luanda
}
O camponês Abreu Nguelengue
da região de Mulundu na
comuna da Funda, tem
cultivado dois hectares de
terra, onde tem rama de batata,
quiabo, cebola e gimboa.
Nguelengue diz que o destino
da produção são os mercados
do Sabadão e do Kicolo. Com
o rendimento da produção,
o camponês que lavra a terra
há mais de 10 anos, consegue
pagar dois trabalhadores e
sustentar um agregado familiar
composto de 10 pessoas.
“A nossa agricultura é familiar.
Temos de cultivar a terra para
poder comer, e dar estudo
aos nossos filhos. A lavra que
cultivo é alugada, pago 150
mil kwanzas por ano e consigo
suprir as minhas necessidades
através desta actividade”,
afirmou, sublinhando que,
o custo na compra dos
fertilizantes e insecticidas
muitas vezes põe em causa a
continuidade para a própria
actividade.
Abreu Nguelengue salienta que
compra nos agentes comerciais
na praça do Sabadão um saco
de 50 quilos de fertilizante ao
preço de 8 mil kwanzas ao
passo que 1 litro de insecticida
é comercializado a kz 4.500.
“Esses produtos comprometem
o cultivo porque sem eles as
plantas não crescem de forma
normal, e também podem ser
afectadas por pragas de lagartas
que acabam por estragar toda a
plantação”, disse.
Defendeu que os fertilizantes
e outros insumos deveriam
ser mais baratos, uma vez que
os pequenos camponeses
não conseguem comprá-los
na quantidade desejada. “
Nós temos de nos remediar
com o que temos e muitas
vezes por falta de dinheiro
não compramos a quantidade
de fertilizante exigida, por
exemplo no plantio de um
hectare de hortícolas ou
tubérculos”, disse.
A aquisição dos produtos
O que se pretende, segundo José
23
vigas da purificação | edições novembro
temos alguns
canais de
irrigação, do
tempo colonial,
mas estão
entupidos por
causa do lixo
para desinfestação das lavras
constitui a maior dificuldade
dos camponeses, segundo
Bastos Tchissoca. Aponta o
elevado preço como a razão
do surgimento dos bichos
que tomam conta de algumas
plantações.
Bastos Tchissola tem cultivado
couve, quiabo, repolho, cenoura
e batata-doce e espera ter boa
safra.
“Temos comprado cada litro
de insecticidas a kz 4.500 na
praça do Sabadão, porque nos
vendedores oficiais localizados
no município de Viana, bem
como o aluguer de transporte
para trazer os materiais elevam
os custos que se aproximam
aos praticados aqui na praça”,
afirmaram.
Segundo informou o vice-
presidente da Cooperativa
Angola-Espanha, Jacinto dos
Santos, as autoridades de direito
informam que os sacos devem
ser adquiridos a 5 mil kwanzas,
mas os agentes económicos
ignoram esta informação.
O camponês adiantou que as
lavras precisam também de
mais canais de irrigação na
comuna da Funda.
“Temos alguns canais de
irrigação, do tempo colonial mas
estão entupidos por causa do
lixo, e não temos capacidade
técnica para limpar até ao rio”,
disse. MB
de investidores e tornar o municí-
pio numa referência, no domínio da
agricultura a nível do país.
O município de Cacuaco tem
uma extensão de 571 quilómetros
quadrados e 1.070.147 de habitan-
tes. Tem três comunas, nomeada-
mente Cacuaco, Kicolo e Funda. MB
24 ÁGUA POTÁVEL Economia & Finanças

fornecimento

Epal com dificuldade

CEDIDA

para abastecer capital

Conclusão dos projectos da Quilonga e Bita vão aumentar a capacidade de
distribuição de água potável para toda a província que cresce demograficamente
dr

Adérito Veloso

A
Empresa Públicade
Águas de Luanda
(EPAL) está a gerir
um défice de mais
de 650 mil metros
cúbicos (m3 ) por
dia, situação que resulta nas
grandes restrições e paralisa-
ções no fornecimento de água
à província de Luanda.
Segundo dados da empresa
pública a que o JE teve acesso,
actualmente a Epal tem uma
capacidade instalada de 690 mil
m3 por dia. Nas últimas semanas,
Luanda tem registados várias res-
trições provocadas por este défice,
numa altura em que as estima-
tivas apontam que cada pessoa
deveria ter um consumo médio
de água diário de 200 litros.
Melhorias para breve
Para reverter este quadro de difi-
culdades, a empresa pretende
desenvolver, ainda este ano, os pro-
jectos de água Quilonga Grande
e Bita, que uma vez concluídos
poderão aumentar a capacidade
actual de produção de 550 mil
de metros cúbicos (m3), para um
1.200.000 m3 dia.
A fonte indica que o projecto
Bita reforçará a distribuição de
água no Camama, Cabolombo
(zona verde), Mundial, Ramiros
e no futuro o centro de distri-
buição da Maianga, enquanto
O plano de acção do Ministério da Energia e Águas prevê para Luanda a construção e reabilitação de infra-estruturas
zas, contra os actuais 59 mil.
Outras reivindicações pren-
dem-se com o aumento do subsí-
dio de alimentação e transporte,
atribuição de seguro de saúde (tra-
balhadores e agregado familiar).
Qualidade da água
Nos últimos meses, a água que
tem sido distribuída pela Empresa
Pública de Águas de Luanda
(EPAL) tem sido de muito má qua-
lidade, segundo relato de clientes.
Os moradores das centralida-
des do Kilamba, KK 5.000, Sequele
e outras localidades da província
feitos no reforço, reabilitação e
ampliação dos sistemas existen-
tes, sendo que há a destacar os pro-
jectos de Bita e Quilonga que se
apresentam neste momento como
os projectos mais importantes no
abastecimento de água à cidade
de Luanda”, destaca a fonte.
Dados apontam que a maior
“fatia” do investimento diri-
giu-se para o reforço da capaci-
dade de fornecimento de água
da zona Sul e Leste de Luanda,
numa altura em que foi garan-
tida parcialmente a cobertura
financeira para a construção dos
Combate à seca na região Sul é aposta
Seis mil
milhões
de dólares
para água
Adérito Veloso
O Plano de Acção do sector da
Energia e Águas prevê a nível
global um investimento para
o período 2018/2022 de cerca
}
de 23,030 milhões de dólares,
dos quais 19,474 milhões serão
Para asseguraros feitos através do Programa
de Investimento Público (PIP).
vários projectos Do investimento proveniente
do PIP, cerca de 30 por cento está
da empresa são dedicado ao segmento das águas.
Este contempla um investimento
precisos cerca de cerca de 6,082 milhões de dóla-
res, sendo 3,423 milhões relati-
de 3 mil milhões vos a projectos em curso e 2,659
milhões em novos projectos, exclu-
de dólares sivamente através do Programa
de Investimentos Públicos.
Programas estruturantes

Quilonga Grande, com capta-
ção no Bom Jesus, vai reforçar
a distribuição nos zangos, novo
aeroporto, km 30, zona indus-
trial de Viana, Capalanga e Cen-
tralidade do Sequele.
O projecto do Quilonga Grande e
Bita são novos sistemas, com novas
captações, tratamento, reserva
e distribuição, a construção da
totalidade destes sistemas terá,
queixam-se pela água “turva” que
tem jorrado nas sua torneiras.
Maria António é moradora
do projecto habitacional do KK
5.000. Em entrevista ao JE, a
nossa interlocutora disse temer
pela sua saúde.
“A água que está a ser con-
sumida aqui, na nossa cidade e
que vem da Epal poderá nos tra-
zer sarna, infecção urinária e
novos sistemas com recurso a
linha de crédito da China.
Projectos em curso
A nível do abastecimento de água
para a província de Luanda o des-
taque recai para o projecto que
já tem financiamento garan-
tido, com realce para as Esta-
ções de Tratamento de Água
(ETA) de Cacuaco e Candelabro
60 mil
milhões de kwanzas
É a dívida que os clientes
devem à Epal, em que as
localidades do Cazenga,
Luanda e Viana se destacam.
O PIP para o quinquénio está
dividido em três programas de
desenvolvimento e seus sub-pro-
gramas, sendo o primeiro que visa
a expansão do abastecimento de
água em zonas urbanas e rurais.
Destaca-se os sub-progra-
mas prevê-se o abastecimento
de água à cidade de Luanda,
as sedes provinciais e sedes
municipais e áreas rurais.

sem qualquer sombra de dúvida,
um impacto enorme do acesso à
água em Luanda.
Os consumidores cadastra-
dos têm uma dívida à Epal que
ronda os cerca de 60 mil milhões
de kwanzas, com as localidade do
Cazenga, Luanda e Viana a lide-
rarem com as maiores dívidas.
Actualmente, a empresa
pública conta com 1.600 tra-
balhadores, dos quais mais
cólera. Assemelha-se mais com
lama do que água. Isto é muito
grave, e a Epal não nos diz nada”,
desabafou.
Abastecimento de água
O Plano estratégico da empresa
pública prevê para o período
2018/2022 a cobertura de 85 por
cento em toda a extensão da pro-
víncia. Para assegurar os vários
projectos são necessários cerca
e Luanda Sudeste-Cassequel.
Está também em curso a reabili-
tação das ETA de Luanda Sudeste e
Sul, a rede de distribuição e amplia-
ção do sistema de abastecimento
de água Km 44, Capari, Bom Jesus,
Benfica II e Cabire. Está em execu-
ção a construção do Centro de Dis-
tribuição (CD) da Sapu, Aeroporto,
Candelabro e condutas adutoras,
Morar e instalação de condutas
adutoras, CD da Vila Flor e a con-
550 mil
metros cúbicos/dia
Corresponde à actual
capacidade de produção
de água potável que a Epal
fornece a Luanda.
O segundo contempla a
gestão sustentável do sector
da água, onde se prevê o pro-
grama de desenvolvimento ins-
titucional, planos de bacias, de
acção imediata e monitorização
dos recursos de combate à seca.
Por último o programa de rea-
bilitação e expansão dos siste-
mas de recolha e tratamento de
águas residuais, que compreen-
derá o sistemas de recolha e tra-

de 350 afectos à Confederação
Geral de Sindicatos Livres de
Angola (CGSILA) decidiram
avançar com uma greve, que já
dura quase dois meses.
A questão salarial é um dos
pontos que divide os grevistas e
a entidade patronal, sendo que os
trabalhadores exigem um salário
mínimo a rondar os 150 mil kwan-
de 3 mil milhões de dólares.
O Plano revela que a região de
Luanda continua a registar um
crescimento demográfico acen-
tuado o que contribui para que
as infra-estruturas da província
fiquem sobrecarregadas, e o sis-
tema de abastecimento de água
da cidade não seja excepção.
“Muitos esforços têm sido
duta da ETA do Kilamba.
O plano prevê ainda a execu-
ção e reabilitação do CD do Marçal,
construção da rede de distribuição
de água do Bita Tanque Vacaria,
implantação de redes de distri-
buição e ligações domiciliares
nas novas redes, implantação
de redes terciárias e ligações
domiciliares, redes existentes.
1.200
metros cúbicos/dia
Quantidade de água potável que
será fornecida à cidade Luanda
com a entrada em funcionamento
dos projectos Bita e Quilonga.
tamento de águas residuais na
cidade de Luanda e os siste-
mas de recolha e tratamento de
águas residuais nas sedes pro-
vinciais, municipais e outras
centralidades.
De 2015 a 2018, foram empre-
gues para o programa “Água
para Todos” 46,6 mil milhões
de kwanzas.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
infra-estruturas
A capital do país tem registado um crescimento notável nos últimos tempos onde o principal destaque recai para o surgimento e construção de várias infra-estruturas habitacionais e escritórios
“Cidades sustentáveis”
dominam debate em Luanda
O encontro acontece no dia 8 deste mês na capital do país poderá abordar temas de grande interesse
com o objectivo de ajudar a melhorar a qualidade das obras e outras infra-estruturas em construção
António Eugénio
O
desenvolvimento
sustentável das
cidades, a contra-
tação de empreita-
das, fiscalização e
impacto ambien-
tal, estará no cen-
tro de um debate do primeiro
fórum de urbanismo, a ser reali-
zado no dia 8 em Luanda, disse
ao JE, o director-geral da ASPIC,
ligado à consultoria de projectos,
Lutumba Simão.
Confirmou que o encontro terá
como objectivo a busca de solu-
ções para os problemas urbanís-
ticos, a concepção de um modelo
de planeamento urbano que har-
monize os aspectos sociais, eco-
nómicos e ambientais.
A promotora do certame con-
sidera a fiscalização como o guar-
dião da implementação efectiva
destas cidades sustentáveis, vai
merecer um campo de discussão
mais amplo face às inúmeras irre-
gularidades que se têm registado
na execução das obras.
O primeiro fórum de Urba-
nismo e Desenvolv imento
Sustentável vai congregar pre-
lectores nacionais e internacio-
nais como do Brasil e outros, e
contará com a presença de polí-
ticos, diplomatas, e agentes
ligados ao ramo da construção.
Para já, a Aspic projecto e con-
sultoria é uma empresa nacional
que actua no mercado angolano,
com uma equipa multidisciplinar
}
há obras
no país que não
têm qualidade
nem durabilidade
nenhuma face
à fragilidade
e ineficácia
da fiscalização
composta por profissionais expe-
rientes e comprometidos com os
interesses dos clientes e parcei-
ros, com actuação em diversos
segmentos e ramos de actividade,
com destaque para a construção
civil e gestão e projectos.
De igual modo, actua na ela-
boração de projectos de obras
públicas e privadas, fiscaliza-
ção de obras, gestão de empreen-
dimentos e inspecções técnicas
respectivamente.
Ajudar o Executivo
A empresa pretende estar alinhada
com a estratégia do Governo na
implementação de infra-estruturas,
aumento da produção nacional e a
diversificação da economia para o
crescimento sustentável do país.
O arquitecto Jacinto Sucar, em
entrevista ao JE, considera que a
realização destes fóruns podem
ajudar a melhorar a qualidade das
obras infra-estruturais em curso
no país, que em sua opinião mui-
tas delas carecem de fiscalização.
“Acho uma medida acertada
destes eventos, há obras no país
que não têm qualidade nenhuma
e com pouca durabilidade face à
fragilidade e ineficácia da fisca-
lização rigorosa para o desenvol-
vimento sustentável”, apontou.
O arquitecto defende rigor no
concurso das empreitadas, fisca-
lização, uso de material consis-
tente, e o acompanhamento sério
para que se evite a existência de
obras “descartáveis” em toda a
extensão territorial.
Lembrou que em muitas
regiões do país muitas obras ale-
gadamente terminadas, concreta-
mente casas, muitos proprietários
estão a abandonar por falta de ser-
viços básicos, segundo a fonte,
tudo isto está a acontecer por
causa de uma débil fiscalização.
O ambientalista Basílio San-
dala, alertou para a necessidade
de se acautelar os pressupostos
ambientais, para que as novas
cidades em construção ofereçam
qualidade de vida aos moradores
e proporcionem um desenvolvi-
mento sustentável.
“As cidades actualmente apre-
sentam temperaturas altíssimas
devido a acção do homem que
devastou as florestas, destruiu o
meio ambiente e como consequên-
cia o aquecimento é de grande
dimensão e insuportável. Temos
de prevenir isto”, disse.
urbanismo 25
vigas da purificação | EDIÇÕES NOVEMBRO
pescas
Uíge ganha entreposto
frigorífico pesqueiro
dr
Um entreposto frigorífico
pesqueiro, com capacidade
para conservar 400 toneladas
de pescado, foi inaugurado
na passada quarta-feira, na
cidade do Uíge, pela ministra
das Pescas e do Mar, Maria
Antonieta Baptista.
Segundo a Angop, o projecto,
orçado em um milhão e
duzentos mil euros, num
investimento da empresa
privada nacional Crisgunza, Ministra Maria Antonieta Baptista
localiza-se na aldeia de Kissanga,
arredores do município sede da
província, e visa contribuir para Reforçar a indústria
a reestruturação do circuito de A mesma empresa construiu
comercialização do peixe na igualmente uma fábrica de
região. chapas de zinco, inaugurada no
O empreendimento, que mesmo dia, pelo governador
permitiu criar cerca de 20 novos local Pinda Simão.
postos de trabalho directos, A unidade fabril tem uma
tem capacidade para tratar, capacidade para produzir 15
armazenar e comercializar o metros de chapas por minuto e
pescado, com qualidade e em cerca de 30 toneladas/dia.
condições higiénico-sanitária Segundo o responsável, os
nos 16 municípios da província. empreendimentos inaugurados,
Na ocasião, a ministra das faziam muita falta aos habitantes
Pescas e do Mar destacou a do Uíge, visto que a província
importância do projecto que vai regista um défice de indústrias
garantir a aquisição do pescado nos diversos domínios para
em melhores condições de a produção de bens para os
conservação por parte da cidadãos e melhorar as suas
população. condições de vida.
26
África
Moçambique prevê
“resfriamento” da economia
O
endividamento
público interno
em Moçambi-
que tem atingido
níveis cada vez
mais insusten-
táveis. A mesma
é contraída com recurso a Bilhe-
tes do Tesouro, Obrigações do
Tesouro e os chamados adianta-
mentos do Banco Central.
O stock actual desta dívida
chega aos 122.2 bilhões de meti-
cais, um agravamento em cerca de
2.2 bilhões de meticais. Uma dete-
rioração, que no entanto, não toma
em consideração outros factores
da dívida, tais como contratos
mútuos e de locação financeira,
indica o Banco de Moçambique.
Sobre a s perspec t iva s
macroeconómicas, o Banco
Central prevê um resfriamento
do crescimento económico este
África Ocidental lança formação
contra branqueamento de capital
Uma formação para
responsáveis bancários na
sub-região Oeste-africana em
luta contra o branqueamento
de dinheiro e outros crimes
financeiros, decorreu na capital
gambiana, Banjul.
Numa iniciativa do Instituto
da África Ocidental para a
Gestão Financeira e Económica
(WAIFEM, sigla em inglês), a
acção formativa visa reforçar as
capacidades dos responsáveis
dos bancos centrais dos países
da África Ocidental anglófona.
Trata-se, designadamente, de
representantes dos bancos
centrais da Gâmbia, da Serra
Leoa, do Ghana, da Nigéria e da
Libéria.
Participam igualmente no
programa de cinco dias
responsáveis do Grupo de Acção
Intergovernamental contra o
Branqueamento de Capitais na
África Ocidental (GIABA).
O presidente-executivo do
ano, devido ao impacto do ciclone
IDAI que assolou a região cen-
tro do país, em Março.
Manter a taxa de juros
O Comité de Política Monetária
(CPMO), o Banco de Moçambique
decidiu manter a taxa de juros de
referência, em 14,25 por cento.
As taxas da Facilidade Per-
manente de Depósitos (FPD) e
da Facilidade Permanente de
Cedência (FPC) em 11,25 e 17,25,
respectivamente, bem como os
coeficientes de Reservas Obri-
gatórias (RO) para os passivos
em moeda nacional e em moeda
estrangeira em 14 e 36 por cento,
respectivamente.
A decisão é fundamentada
pelo facto de as perspectivas
actuais de médio prazo apon-
tarem para um “ligeiro agra-
vamento das projecções de
WAIFEM, Paul Mendy, disse que
o número de crimes financeiros
e económicos aumenta na
região e torna-se numa ameaça
à integridade do sistema
financeiro.
Contudo, disse que, um tal
reforço das capacidades
permitirá armar os chefes
das agências envolvidas na
luta contra a ameaça do
branqueamento de capitais e
crimes graves na sub-região.
O segundo vice-governador do
Banco Central da Gâmbia, Essa
AK Drammeh, enfatizou por seu
turno, que o branqueamento de
capitais tem efeitos adversos na
saúde e no desenvolvimento do
sistema financeiro.
Descreveu como enormes
os efeitos negativos do
branqueamento de capitais e
da criminalidade financeira,
acrescentando que este
fenómeno provoca distorções no
mercado financeiro.
14,25
por cento
Corresponde à taxa de juros de
referência, fixada pelo Comité
de Política Monetária (CPMO)
do banco de Moçambique.
inflação para o final do ano”,
sem no entanto, compromete-
rem o objectivo de estabilidade
macroeconómica.
Essa ligeira aceleração do
custo de vida, segundo o Banco
Central, resulta principalmente
do choque de oferta causado
pelos desastres naturais, que
têm assolado Moçambique nos
últimos tempos, conjugado com
as tendências para a depreciação
do metical no mercado cambial
Governo de Cabo Verde vende 10%
das acções da transportadora aérea
dr
Serão vendidas 100 mil acções
O Governo de Cabo Verde
anunciou que vai vender 10 por
cento das acções da transportadora
aérea do país (TACV), destinadas
em partes iguais aos trabalhadores
da empresa e emigrantes cabo-
verdianos.
Esta medida aprovada na
reunião semanal do Conselho
de Ministros vai ser concretizada
numa operação de venda a ser
feita através da Bolsa de Valores de
dr
doméstico, e para o aumento do
preço do combustível no mer-
cado internacional.
Adicionalmente, dado que as
projecções da inflação e do cresci-
mento anual do Produto Interno
Bruto (PIB) real para 2019 que
estão sujeitas aos impactos des-
tas intempéries, o CPMO, ponde-
rando os riscos e as incertezas
subjacentes, considerou “opor-
tuno manter as taxas de juro”.
Entretanto, e apesar desse
agravamento do custo de vida,
o Banco de Moçambique acre-
ditada que a inflação manter-
-se-á em um dígito.
Numa altura em que foi já
divulgado o resultado do IV
Recenseamento Geral da Popu-
lação e Habitação de Moçam-
bique, realizado em Agosto
de 2017, que indica que existe
27.909.798 habitantes.
Cabo Verde.
Segundo o ministro da Presidência
do Conselho de Ministros e porta-
voz do Governo, Fernando Elísio
Freire, os 39 por cento que ficarão
ainda na posse do Estado serão
vendidos futuramente, nos termos
que a própria lei definir.
“O Governo já fez a venda
directa a um parceiro até 51
por cento e neste momento
possui 49 das acções”, recordou
o governante, referindo-se à
aquisição pela Lofleidir Cabo
Verde, do grupo islandês
Icelandair, da maioria do capital
da transportadora aérea cabo-
verdiana, por um montante de
1,3 milhões de euros (cerca de
143 milhões de escudos cabo-
verdianos).
Nesta operação de venda, que dá
preferência aos trabalhadores e
emigrantes, serão vendidas 100
mil acções ao preço de 13,24
euros cada (1.457 escudos),
avança Fernando Elísio Freire.
Economia & Finanças
Investidores
querem aplicar
USD 500 milhões
para construir 50
hotéis em África
O grupo hoteleiro francês Accor
e o Fundo Soberano do Qatar
associaram-se para lançar um
fundo de investimento dotado
de 500 milhões de dólares
americanos, para construir
hotéis nas grandes cidades
africanas.
O Fundo Soberano, intitulado
Kasada, capital Management
tem por objectivo construir 30
a 50 hotéis sob a marca Accor,
ou seja, oito a 10 mil quartos,
nas grandes capitais metrópoles
africanas como Dakar (no
Senegal), Abidjan (Costa do
Marfim), Nairobi (Quénia), Addis
Abeba (Etiópia), Joanesburgo
ou Cidade do Cabo (África do
Sul), cobrindo uma variedade
de produtos que vão da
económica, no meio de gama e
apartamentos-hotéis.
Kasada Capital Management,
nova plataforma de
investimentos dedicada a
África e sediada na África do
Sul, foi oficializada na passada
sexta-feira pelo grupo francês
e Katara Hospitaly, entidade
hoteleira do Fundo Soberano
do Qatar e procura instalar-se
num sector hoteleiro africano
cujo mercado representa
menos de dois por cento dos
quartos do mundo, segundo o
diário francês Le Figaro.
O rácio de quartos no
Continente Africano é mil
habitantes por quatro,
ou mesmo 0,5 na África
Subsariana, contra oito a 10,
nos países desenvolvidos,
enquanto o desenvolvimento
deste sector está confrontado
com vários obstáculos como
mercados fragmentados,
sub-investimentos em infra-
estruturas, problema de
governação, acesso ao
financiamento insuficiente do
quadro legal.
Mercado
Accor SA ou Accor Hotels é uma
empresa multinacional com
sede na França presente nos
ramos de hotelaria, agências de
viagens, spas e restauração e
gestão de casinos.
Em 2014, a Accor contava com
3.762 hotéis em diversas marcas
e classes e operava em 94
países ao redor do mundo.
dr
A marca prevê construir em 6 países
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
mundo 27

“Um Cinturão, Uma Rota” vai

DR

render usd 64 bilhões à China

Presidente chinês procurou convencer os cépticos de que
o projecto trará crescimento sustentável aos envolvidos

O
presidente da China,
Xi Jinping, comemo-
rou, sabado passado,
o acordo de mais de
64 bilhões de dóla-
res assinados, no âmbito da
iniciativa de “Um Cinturão,
Uma Rota”, e procurou con-
vencer os cépticos de que o
projecto de infra-estrutura
trará crescimento sustentável
para todos os envolvidos.
Disse que os princípios
de mercado nortearão os pro-
jectos de cooperação e que a
sua iniciativa de reconstruir
a antiga Rota da Seda, que
ligava a Ásia à Europa trará
desenvolvimento de qualidade
com respeito ao meio ambiente.
“Mais e mais amigos e par-
ceiros se juntarão à cooperação
do Cinturão e Rota”, disse Xi
Jinping no seu discurso.
“Essa cooperação terá alta
qualidade e perspectivas bri-
lhantes”, revelou o líder chinês.
Xi Jinping e outras autori-
dades têm repetidamente ten-
tado assegurar aos parceiros e
potenciais participantes de que,
Pequim não pretende sobrecar-
regá-los com grandes dívidas e
que o projecto deve beneficiar
a todos os envolvidos.
Um comunicado conjunto
emitido no fim do encontro
informou que os líderes con-
cordaram com um financia-
mento do projecto que respeite
as metas globais de dívida e
promova crescimento “verde”,
em linha com um esboço ao
qual a Reuters teve acesso
na semana passada.
Em outro comunicado, a
China afirmou que assinou um
memorando de entendimento
com vários países, com realce
para a Itália, Peru, Barbados
Luxemburgo e Jamaica.
“Tudo isso mostra que a coo-
peração do Cinturão e Rota está
de acordo com o seu tempo, for-
temente apoiado, com as pes-
soas no centro e beneficiando
a todos”, afirmou o presidente.
Parceria estratégica
Dados da Refinitiv mostram que
o valor total dos projectos chega a
3,67 trilhões de dólares e envolve
países da Ásia, Europa, África,
Oceânia e América do Sul.
Algumas nações parcei-
ras reclamaram do alto custo
dos projectos, lançados em
2013. Já alguns governos do
Ocidente vêem a iniciativa
como uma forma de a China
aumentar sua influência no
mundo, deixando países pobres
com dívidas insustentáveis.
A China anunciou nesta
semana que criará uma estru-
tura de dívida sustentável
pa ra “preven i r e resolver
riscos de débito”. Presidente da China Xi Jinping comemorou acordo que liga Ásia à Europa

DR

agricultores Lucro das grandes empresas estatais

Primeiros-ministros Justin Trudeau e Shinzo Abe avaliaram o acordo
Canadá e Japão avaliam resultados
da parceria estratégica Transpacífica
Os primeiros-ministros do Canadá,
Justin Trudeau e do Japão, Shinzo
Abe, avaliaram como positivos
os primeiros resultados do
acordo transpacífico, estimando
que este pode servir de modelo
para futuros acordos comerciais,
mesmo sem a participação dos
Estados Unidos da América, que
também avaliou como favorável a
entrada em vigor no final de 2018
da Parceria Transpacífica (TPP),
assinada por Austrália, Brunei,
Canadá, Chile, Japão, Malásia,
México, Nova Zelândia, Peru,
Singapura e Vietname.
Os Estados Unidos de Donald
Trump retiraram-se do pacto
europeus têm
empréstimo
A Comissão Europeia e o Banco
Europeu de Investimento
(BEI) lançaram na passada
segunda-feira, um programa
de empréstimos para jovens
agricultores europeus, com
um orçamento global de mil
milhões de euros e condições
mais favoráveis do que as do
mercado.
Este pacote anunciado pelo
comissário europeu da
Agricultura, Phil Hogan, e pelo
vice-presidente do BEI, Andrew
McDowell, pretende facilitar o
acesso de jovens agricultores
a empréstimos, colmatando
uma lacuna identificada pelo
executivo comunitário, segundo
o qual, em 2017, cerca de 27
por cento dos pedidos de
empréstimos submetidos
aos bancos por profissionais
jovens foram rejeitados,
comparativamente com apenas
do Brasil cresceu 132% no ano de 2018
As oito principais empresas
estatais federais do Brasil
registaram no ano passado lucro
líquido conjunto de 74,3 bilhões
de reais, valor que representa
um crescimento de 132 por
cento em relação a 2017. Desde
2016, segundo o secretário de
Coordenação e Governança das
Empresas Estatais do Ministério
da Economia, Fernando Soares,
foi também o melhor resultado
em oito anos.
Fernando Soares afirma que
o resultado visto até agora é
consequência de políticas e
medidas ligadas à redução de
despesas e venda de activos. Os
motivos também estão expostos
no nono Boletim das Empresas
Estatais Federais, elaborado pela
pasta e que reúne indicadores
financeiros e corporativos das
companhias (nesse caso, com
dados actualizados até o quarto
trimestre de 2018 - os mais
Conselho de Administração - que
autorizou a alienação de 9,36 por
cento de acções na Neoenergia
(controlada pela espanhola
Iberdrola).
A instituição também estuda
alternativas para participações
nos bancos Patagónia e
Votorantim. Na Caixa devem ser
vendidas acções da Petrobrás e
Alupar e ofertadas acções em
bolsa das empresas de seguros,
cartões, lotérica e gestora de
recursos.
Desde 2016, os pagamentos
feitos à União vêm subindo de
forma contínua. Se naquele ano
o valor ficou em 2,847 bilhões de
reais, no ano seguinte subiu 37
por cento - para 5,515 bilhões.
Em 2018, subiu mais 39 e chegou
a 7,676 bilhões de reais. Para
2019, o valor está previsto em
7,489 bilhões.
DR

abandonaram o projecto por
decisão do
presidente Donald Trump.
Numa conferência de imprensa
conjunta na capital do Canadá,
Ottawa, Justin Trudeau e Shinzo
Abe destacaram que o acordo
conecta 500 milhões de pessoas
em 11 países e já beneficiou
muitos cidadãos e empresas de
toda a região.
em 2017, o que poderia ter
enfraquecido o projecto.
O acordo “é o que faz crescer a
economia mundial” e “deveria ser
um modelo a seguir para avançar”,
disse o dirigente japonês, num
momento em que Ottawa e
Tóquio tentam atrair novos países
para o grupo.
9 entre os outros agricultores.
Projecto
O programa, que será regido
pelo princípio “primeiro a
chegar, primeiro a ser servido”
e não estabelecerá quotas
ou limites para cada Estado-
membro.
“O acesso ao financiamento
é crucial e, com demasiada
frequência, também um
recentes disponíveis).
Participações
No caso do Banco Nacional de
Desenvolvimento Económico
e Social (BNDES), as vendas
serão por meio do braço
de participações do banco
(BNDESPar) e de activos
já maduros, como feito
recentemente com acções da

500
obstáculo para os jovens que Petrobrás, Vale e Eletropaulo.
Criadores preocupados querem entrar na profissão. Em Setembro, a carteira do
Os criadores canadianos viram Uma vez que 11% dos BNDESPar valia 117 bilhões de
triplicar em alguns meses as agricultores europeus tem reais. Ao fim de Dezembro (dado
exportações de carne bovina para milhões menos de 40 anos, apoiá-los mais recente disponível), já havia
o Japão, “enquanto os produtores é uma prioridade da Comissão descido para 100 bilhões de
É o número de pessoas em 11
americanos não têm este tipo de Europeia e da Política Agrícola reais.
países que já beneficiaram do
acesso”, destacou Trudeau. Comum pós-2020”, afirmou o No Banco do Brasil, o processo
acordo transpacífico. A carteira da BNDESPar valia em
Abe, que esteve em Ottawa comissário europeu. de vendas inclui uma medida
após uma viagem a Washington, recentemente tomada pelo Dezembro 100 bilhões de reais
28
Gestão
Motivação e Resultados
Estudos mostram que o relacionamento harmonioso no seio das equipas é um
factor determinante para a melhoria dos níveis de produção e qualidade dos produtos
Carlos Cardoso
A
psicologia organi-
zacional surgiu no
século XX, quando
dois psicólogos,
Hugo Munsterberg
( 1863-1916) e Walter Dill Scott
( 1869-1955), iniciaram a apli-
cação de recursos de psicolo-
gia para resolver problemas
em organizações.
Henr y Ford, empresário
americano do ramo automobi-
lístico, introduziu as ideias de
Taylor na fabricação de automó-
veis, com a fragmentação das
tarefas nas linhas de monta-
gem facilitando o controlo da
produção por parte dos super-
visores. Surgiram então uma
série de pesquisas para sim-
plificar movimentos do traba-
lho visando a eficiência. Nesse
período, novos equipamentos
e máquinas foram concebidos
para facilitar essa eficiência e
muitos estudos sobre a fadiga e
monotonia dos trabalhos repe-
titivos foram desenvolvidos
pela psicologia.
Com o advento da primeira
guerra mundial, a psicologia
organizacional foi usada pelas
forças armadas dos Estados Uni-
dos com o intuito de seleccionar
pessoas certas para determina-
dos cargos e funções, que acabou
por impulsionar o desenvolvi-
mento deste ramo da psicolo-
Contas de Apuração do desempenho do exercício
As Contas de Resultados têm
a função de registar informa-
ções sobre despesas e receitas.
Assim sendo, não representam
nenhum elemento patrimonial
do activo e passivo. São cha-
madas contas transitórias,
pois só duram por um exercí-
cio financeiro e obedecem o
seguinte processo:
No primeiro dia do exercí-
cio, são abertas com saldo zero.
Durante o período analisado
recebem os dados de forma cumu-
lativa, partindo do zero até che-
gar ao total do exercício;
As contas de despesas só rece-
bem lançamentos a débito e as
contas de receitas só recebem
lançamentos a crédito.
Ao final do período anali-
sado, após obtida a informação
de Lucro ou Prejuízo do período,
as contas ganham saldo zero
( são encerradas), para que no
exercício seguinte o seu saldo
parta de zero.
As contas de apuração são con-
tas de resultado em que o saldo
final não é definido antecipada-
mente, podendo ter saldo credor
ou devedor. O exemplo clássico é
gia. Antes mesmo da segunda
guerra, a psicologia organizacio-
nal já era um campo procurado
pelas empresas, que estavam a
ganhar maior porte, par auxi-
liá-las na resolução de proble-
mas de produtividade.
Observa-se que a psicologia
organizacional vem acompa-
nhando a evolução das empre-
sas e realizando estudos para
o desenvolvimento de técni-
cas e métodos que podem ser
usados em diferentes ques-
tões do trabalho, tais como:
stress no trabalho, selecção de
pessoal, desenvolvimento de
carreira, avaliação de desem-
penho, qualidade de vida, moti-
vação, liderança, trabalho em
equipa, entre outros.
Ao longo dos tempos várias
pesquisas foram realizadas para
apurar as principais causas das
baixas ou altas na produção.
Elton Mayo, um dos principais
estudiosos da Escola das Rela-
ções Humanas dirigiu uma pes-
quisa na Western Electric, tendo
como foco os aspectos sociais
do trabalho. Ele constatou que
mesmo em condições inóspi-
tas como baixa luminosidade
e alta temperatura, os operá-
rios produziam mais e melhor.
Em princípio, acreditava-se em
distorção da pesquisa, mas, com
uma análise posterior apurada,
percebeu-se que a variável não
esperada era o nível de relacio-
namento do grupo de trabalho.
Organização da contabilidade nas empresas é factor crítico para o sucesso
a conta que faz o encerramento
das Contas de Resultado, deno-
minada” Lucros e Perdas” ou “
Resultado do Exercício”. Todas
as contas de despesas e receitas
são nela lançadas, apurando-se
o Lucro ( Saldo Credor) ou o pre-
juízo ( Saldo devedor).
A medida que acontecem as
diversas operações realizadas
O trabalho em equipa provoca resultados mais fiáveis nas organizações
O relacionamento era positivo,
não havendo conflitos dentro do
grupo, com alto nível de cama-
radagem e companheirismo. A
pesquisa permitiu chegar à con-
clusão de que, quando os indi-
víduos se sentem valorizados e
respeitados pela organização
têm uma tendência a estarem
mais abertos para aprendiza-
gem de novas tarefas, esfor-
çam-se mais para aprender e
consequentemente produzem
mais. Mayo argumentava que
DR
pela empresa, elas vão sendo con-
tabilizadas. Durante o exercício
financeiro, ocorrem variações
positivas e negativas nos compo-
nentes patrimoniais, provenien-
tes do aumento ou diminuição de
valor, não só nas Contas patrimo-
niais ( bens, direitos e obrigações),
como nas Contas de Resultado
(receitas e despesas).
DR
o ser humano tem um desejo
natural de associação entre si. A
experiência permitiu chegar-se
à conclusão de que o relaciona-
mento pode ser mais importante
do que os aspectos do ambiente
físico no desempenho da tarefa.
Hoje a psicologia organiza-
cional enfrenta novos desafios,
como por exemplo, as mudanças
tecnológicas que directamente
afectam o comportamento dos
grupos de trabalho e a própria
estrutura organizacional.
A cada exercício financeiro a
empresa deve apurar o resultado
dos seus negócios. A contabili-
dade confronta a receita com as
despesas para saber se a empresa
obteve lucro ou prejuízo. Se a
receita foi maior que as despesas
a empresa teve lucro. Se ocorreu
o contrario, teve prejuízo.
O encerramento das Contas
de Resultado ao final do período
é necessário para evitar que se
misture despesas e receitas de
um período com gastos e ganhos
do exercício seguinte.
Dessa forma, depois de apu-
rado o lucro ou prejuízo, deixa-se
as contas de despesas e receitas
com saldo zero, para que , quando
se iniciar a contabilização do
período seguinte, os dados não
venham a misturar-se.
O processo de zerar os saldos
das contas de despesas e receitas
ao final do exercício é denomi-
nado encerramento das Contas
de Resultado.
Ao final do período, ao se
apurar o lucro, faz-se ao mesmo
tempo o encerramento das Con-
tas de resultado e o levantamento
do Balanço Patrimonial.
Economia & Finanças
DR
Vença é vista como incentivo
Modelo
Tradicional de
Remuneração
Competências, atitudes
e habilidades devem ser
elementos-chave
na definição do salário
Existem valorizações e recom-
pensas na proporção do traba-
lho/empenho, competências e
habilidades de cada pessoa. Para
a valorização ou desvalorização,
motivação ou recompensa dos ser-
viços efectuados por alguém, há
necessidade de se estabelecer cri-
térios objectivos e justos.
Fora das empresas, as pessoas
que prestam serviços ( pedreiros,
empregadas domésticas, cabelei-
reiros) são remuneradas por cri-
térios comuns, que consideram
a maior ou menor competência
dos profissionais.
A necessidade de critério mais
adequado com base em qualifi-
cação, capacitação e habilidades
passam também pela questão da
competitividade. O estilo geren-
cial autocrata, valorizava mais
a disciplina e o comportamento
do que os factores relacionados
com resultados: competências e
habilidades. As empresas esta-
vam mais interessadas em uti-
lizar o plano para controlar a
conduta dos funcionários do que
em melhorar o seu rendimento no
trabalho. Os sistemas de avalia-
ção de desempenho ou mérito nor-
malmente atrelados a planos de
cargos e salários quase sempre
compunham-se de factores de con-
duta e comportamento. Tempo de
casa, assiduidade, pontualidade
e dedicação, são critérios ainda
predominantes de diferenciação
salarial, mas não garantem que as
pessoas tenham melhor desempe-
nho ou agreguem mais valores às
empresas nem retorno ou recipro-
cidade por parte dos empregados,
o que leva a que a remuneração
seja vista como custo e não um
investimento como deveria.
Após o aumento de compe-
titividade que hoje se verifica,
começa-se a perceber a importân-
cia das competências e habilida-
des, como factores determinantes
de bom desempenho.
Não se pode dar pouca impor-
tância ao tempo de casa e aos fac-
tores de conduta, mas estes não
podem ser referência para dife-
renciar salário-base ou nominal.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
contabilidade
Despesas Não Documentadas
vs Imposto Industrial e IVA
D
José Luís Magro evido à sua impor-
Consultor fiscal
tância mais uma
vez se aborda este
tema pela implicação
}
que o mesmo reveste
perante o Imposto Industrial e
deve-se ter em o Imposto sobre o Valor Acres-
centado.
consideração
Preparação e conhecimento dos
as vantagens que empresários sobre a ineficácia
das despesas não documentadas
os contribuintes Os contabilistas devem preparar
os seus empregadores ou clientes
podem obter no sentido de evitarem o uso sis-
temático deste tipo de despesas.
com uma gestão
Isto porque:
adequada da O Código do Imposto Industrial
refere no seu artigo 17º da Lei 4/19
sua carteira de de 18/4 que altera o anterior nº 2
e nº 3 da Lei 19/14, o seguinte:
fornecedores Nº 2 ”Os custos indevidamente
documentados não são aceites
como custo dedutível à matéria
colectável do imposto” e
Nº 3“Os custos não documen-
tados não são aceites como custos
dedutíveis à matéria colectável do
imposto, excepto a autofacturação
prevista no regime jurídico das fac-
turas e documentos equivalentes”.
Além da alteração dos números
acima referidos, também foram
alterados os seguintes números:
Nº 6 “Entendem-se por des-
pesas indevidamente documen-
tadas, nos termos do nº 2 deste
artigo, aquelas em que a documen-
tação em posse do contribuinte
não se encontra em conformi-
dade com os elementos previstos
no regime jurídico das facturas e
documentos equivalentes”.
Nº 7“Entendem-se por despe-
sas não documentadas, nos ter-
mos do nº 3 deste artigo, aquelas
Por outro lado, deve-se ter em
consideração as vantagens que os
contribuintes podem obter com
uma gestão adequada da sua car-
teira de fornecedores:
I. Vantagem fiscal, certeza que
as facturas/documentos equivalen-
tes estão de acordo com a lei fiscal;
consultoria fiscal 29
em que não existe documentação 1. ADEQUAR O PLANO DE CONTAS ÀS EXIGÊNCIAS FISCAIS
válida de suporte da despesa nos
termos da lei,mas em que a sua De forma a dar o respectivo que permitem uma análise analí-
ocorrência e natureza são mate- enquadramento às exigências fis- tica das despesas documentadas,
rialmente comprováveis”. cais quer em Imposto Industrial indevidamente documentadas e
quer em IVA, o Plano Geral de Con- não documentadas.
Foi introduzido o nº 10 que refere: tabilidade criado pelo Decreto nº No quadro abaixo apresenta-
“O regime dos custos não docu- 82/2001, de 16/11 pode ser melho- -se um exemplo que suporta o
mentados e indevidamente rado, introduzindo subcontas, atrás exposto:
documentados é regulado em
lei própria”.
O Código do IVA aprovado
pela Lei 7/19 de 24/4 expressa no
seu artigo 23º “Condições para o
exercício do direito à dedução” no
número 3, o seguinte:
“Só confere direito à dedução o
imposto mencionado nos seguin-
tes documentos, em nome e na
posse do sujeito passivo:
a) Facturas ou documentos
equivalentes emitidos nos termos
do Regime Jurídico das Factu-
ras e Documentos Equivalentes;
b) Notas de liquidação de direi-
tos aduaneiros que fazem parte
das declarações de importação;
e) Recibos emitidos a sujei-
tos passivos enquadrados no
regime de caixa, nos termos do
artigo 69º”.
Ora, perante um cenário pos-
sível que abaixo se descreve, o
não enquadramento das des-
pesas como devidamente docu-
mentadas de acordo com o nº 1
do artigo 17º da Lei 19/14 que Nota: DD – Devidamente documentadas; IND D – Indevidamente
refere “Os custos incorridos documentadas; ND – Não documentadas.
com qualquer despesa, são ape-
nas aceites para efeitos do apu-
ramento da matéria colectável,
quando devidamente documen-
tados, nos termos da legislação
em vigor”, pode-se verificar a
perda fiscal como consequência
do não cumprimento da legisla-
ção em vigor.
II. Vantagem financeira, pos-
sibilidade de negociar prazos
médios de pagamento;
III. Vantagem administra-
tiva, reduz o número de contas
correntes de fornecedores para
controlar o que permite um con-
trolo mais eficaz.
30
lazer
Economia & Finanças

Waldemar Bastos
encanta apreciadores
do estilo jazz no HCTA
O músico Waldemar Bastos foi a
grande atracção do concerto de
jazz realizado, na passada terça-
-feira, em Luanda, na tenda do
Hotel de Convenções de Talatona
(HCTA), num espectáculo reali-
zado em alusão ao Dia Interna-
cional do Jazz.
Com uma sala pouco habi-
tual, com cerca de cem apreciado-
res do estilo jazz, o evento abriu
com o norte-americano Miitchell
Long que interpretou três temas
da sua autoria e bem aplaudido
pelos presentes.
Waldemar Bastos cantou e encan-
tou a plateia com vários sucessos da
sua carreira como “ rainha ginga “, “
Teresa Ana”, “ Minha terra”, “velha
Chica” e “ Menina “.
Durante o espectáculo o músico
referiu ser uma honra cantar para
o seu povo, e poder mostra todo o
sucesso que alcançou no exterior.
Waldemar Bastos falou da feli-
cidade de encontrar uma Angola
renovada, e espera que todos os
seus filhos possam se reconciliar
para viver em harmonia.
O espectáculo teve continui-
dade com a subida da violinista
canadiana Lili Haydn que mos-
trou aos presentes o estilo jazz
feito no seu país.

Museu
observa padrões
internacionais
O
s métodos
de conser va-
ção e restauro
do Museu
Nac ion a l de
A ntropolo-
gia obedecem
a o s p a d r õ e s i nte r n a c io -
nais, considerou na passada
segunda-feira, em Luanda, a
restauradora responsável pela
Colecção de Arte Africana do
Museu Etnológico de Berlim,
Alemanha, Eva Ritz.
Falando a propósito de uma
formação de refrescamento sobre
conservação que dará à funcio-
nários do Museu de Antropo-
logia, adiantou que o facto da
instituição ter extintores a gás
representa um padrão muito alto.
Boa imagem
A restauradora alemã mani-
festou-se ainda impressionada
com o depósito, tanto em ter-
mos de edificação e da protec-
ção contra incêndios.
Durante uma semana, 15
funcionários do Museu de
A ntropologia vão de forma
teórica e prática, recapitular
assuntos sobre a conser va-
ção preventiva, para manter
os objectivos sem deteriora-
rem, como tratar de pragas, o
que é importante observar em
termos de iluminação, o que se
pode fazer quando há mofo .
“São actividades diárias dos
trabalhadores aqui do museu,
porém, têm de ser observadas
com formações regulares e de
forma sistemática”, frisou.
Criado por força do Decreto
80/76, do então Conselho de
Revolução, o Museu Nacio-
nal de Antropologia é a pri-
meira instituição do género
do período pós colonial.
O principal objectivo do
Mu seu é ajuda r o povo a
conquistar a sua personali-
dade cultural, revalorizá-la
e retransmiti-la às gerações
vindouras.
Breve historial
A instituição que foi criada a
13 de Novembro de 1976 recebe
em média dois mil e quinhen-
tos visitantes por mês.
Localizado no bairro dos
Coqueiros, na baixa de Luanda,
o Museu Nacional de Antropo-
logia foi a primeira institui-
ção museológica criada após a
independência de Angola ocor-
rida um ano antes.
A instituição de carácter
científico, cultural e educa-
tivo está vocacionada para a
recolha, investigação, con-
servação, valorização e divul-
gação do património cultural
angolano.
O Museu Nacional de Antro-
pologia é composto por 14 salas
distribuídas por dois andares
que abrigam peças tradicio-
nais, designadamente utensí-
lios agrícolas, de caça e pesca,
fundição do ferro, instrumen-
tos musicais, jóias, peças de
pano feitos de casca de árvore e
fotografias dos povos khoisan.
Quem gosta de música tem
oportunidade de conhecer os
diversos instrumentos tradi-
cionais e de ouvir uma demons-
tração do uso da marimba. A
grande atracção do museu é a
sala das máscaras que apre-
senta os símbolos dos rituais
dos povos bantu.
Para além do seu núcleo
permanente, o museu recebe
também diversas exposições
temporárias.
A instituição que foi criada em 1976 recebe em média 2.500 visitantes por mês
Projecto “Manguxiandu”
promove hábito de leitura
Setecentas e uma crianças
e jovens de oito escolas do
município de Icolo e Bengo,
em Luanda, participam de
um encontro de leitura de
vários textos literários infantis,
promovido pelo projecto “
Manguxiandu” do Centro
Cultural Agostinho Neto em
Catete.
Segundo o seu mentor e
director do Centro Cultural de
Catete, Francisco Makiesse, o
acto, designado “ Temporada
Infanto Juvenil Manguxiandu”,
decorre até hoje, 3 de Maio, e
visa fomentar o hábito de leitura
às crianças e jovens da região.
Para além da leitura animada
de contos de estórias infantis
de autores internacionais, o
projecto inclui conversa livre
sobre o fundador da Nação
angolana, António Agostinho
Neto, através das suas obras e
o ensino de trova, recitação de
poesias e teatro.
A temporada infanto-juvenil
Manguxiandu conta com
uma biblioteca móvel e teve
início no dia 23 de Abril numa
parceria com o Atelier de artes
Lucengomono. O projecto
é anual e é direccionado às
escolas do município de Icolo
e Bengo desde 2013, e já
beneficiou mais de dois mil
alunos.

Obstáculos sócioeconómicos das PME retratados em livro

O livro “Obstáculos Socioeconómicos ao
Desenvolvimento das Pequenas e Médias
Empresas: o caso de Luanda”, PME?, da
autoria do escritor António Evaristo, foi
apresentado, recentemente, na cidade
de Malanje.
A obra traz à baila as razões da “morte
prematura” das pequenas e médias empre-
sas em Angola, com particular incidência
na província de Luanda.
A mesma indica caminhos a se tri-
lharem pelos empreendedores, para se
ultrapassar as barreiras que impedem a
maturação de algumas empresas, e con-
sequente inibição do seu contributo no
desenvolvimento económico do país.
Com 125 páginas e quatro capítulos,
o manual é resultado da pesquisa do tra-
balho de fim de curso de licenciatura em
sociologia do autor, o qual visa chamar
atenção à classe empresarial para os
melhores modelos de empreender e evi-
tar o fracasso.
Fraco empreendedorismo
Em declarações à A ngop, A ntónio
Evaristo apontou o fraco empreende-
dorismo, a descapitalização, a fraca
organização e a falta de credibilidade
dos empreendedores como principais
factores que aceleram o insucesso das
pequenas e médias empresas.
Para que se tenha empresas fortes,
disse, urge haver persistência e forma-
ção especializada dos empreendedores
e seus trabalhadores, sem descurar a
atenção que deve ser dada às TIC’s (Tec-
nologias de Informação e Comunica-
ção), tendo em conta o papel da mesma
no desenvolvimento das organizações.
Sexta-feira, 3 de maio de 2019
mudança inédita
dr
Naruhito é o novo
imperador do Japão
Nahurito, 59 anos, é o novo impe-
rador do Japão, depois do seu pai,
Akihito, 85, ter abdicado do trono
por motivos de saúde e dada a sua
idade avançada, algo que acontece
pela primeira vez em dois séculos,
que um monarca japonês decide
abdicar do trono em vida — a última
vez foi em 1817.
O imperador recebeu na pas-
sada quarta-feira os tesouros impe-
riais do Japão, no primeiro acto
como parte das cerimónias da sua
ascensão ao trono de Crisântemo.
Na cerimónia, Naruhito rece-
beu uma réplica da lendária espada
Kusanagi e mais uma jóia jade,
assim como os selos imperiais,
como prova da sua sucessão como
o 126.º imperador do Japão.
O evento teve lugar numa das
salas do Palácio Imperial em Tóquio,
contou apenas com a presença de
membros masculinos da família
imperial, bem como de represen-
tantes políticos.
Conheça os oito multimilionários que andam com carros “baratos”
Possuem fortunas de vários
milhares de milhões de dólares ou
de euros, mas encaram o automó-
vel como meio de transporte e não
como símbolo de riqueza. Oito mul-
timilionários com carros (muito)
abaixo das suas possibilidades.
O site britânico GoCompare
reuniu os carros mais baratos que
alguns dos homens mais ricos do
mundo continuam a conduzir.
1- Jeff Bezos, o CEO da Ama-
zon, é o mais abastado da lista,
mas não o que se desloca no carro
mais acessível. Circula de Honda
Accord, modelo cujos preços arran-
cam nos 16.995 dólares nos EUA
(15.200 euros).
2- Mark Zuckerberg, fundador
Flash
Hélder Martins
Árbitro apita jogo africano
O árbitro internacional
angolano vai ajuizar sábado,
em Pretória, o jogo das meias-
finais da Liga Africana dos
Clubes Campeões em futebol.
25 anos sem a alegria
de Airton Senna
O
mundo relembrou na
passada quarta feira
(1) aquele que em vida
foi um dos maiores
pilotos que a Fórmula
1 alguma vez conheceu. Filho
de um empresário do ramo dos
acessórios automotivos, Ayrton
Senna lançou-se para o mundo
da velocidade quando aos qua-
tro anos de idade recebeu do
seu pai o primeiro Kart. Aos 13
anos,Senna participou da sua
primeira corrida de Kart num
circuito improvisado na cidade
de Campinas, São Paulo.
No início da década de 80, o
também estudante de Adminis-
tração tomou a decisão que aca-
baria por transformar a sua vida.
e CEO do Facebook, possui uma
fortuna de 64.6 mil milhões de
euros, segundo a Forbes. Tem um
Pagani na garagem, mas no dia a
dia prefere a discrição do Acura
TSX (27.400)
3- Larry Page é de acordo com
a Forbes, senhor de uma fortuna
na casa dos 52 mil milhões de
euros. Para circular diariamente,
o co-fundador da Google prefere o
Toyota Prius (35.700).
4- Sergey Brin, outro dos co-
-fundadores da Google, tem uma
riqueza de 51 mil milhões de euros
e também prefere Toyota. É o 14º
homem mais rico do planeta,
segundo a Forbes, desloca-se de
Toyota Prius (35.700).
Milton Barros
Jogador abandona quadras
O base abandonou as quadras
na noite do dia 1, ao serviço
do ASA, cerca de mês e meio
após ter anunciado a intenção
de deixar o basquetebol.
fórmula 1
Ayrton Senna muda-se para a
Inglaterra, onde passou um ano
a testar carros de fórmula no cir-
cuito de Snetterton. Com pas-
sagens coroadas de êxitos pela
fórmula 1600, fórmula 2000 e
fórmula 3 Britânica, o jovem
prodígio chega finalmente à Fór-
mula1 no ano de 1984, no Grande
Prémio do Brasil, sendo forçado
a abandonar a prova na oitava
volta por uma falha no motor.
A primeira vitória na Fórmula1
aconteceu no dia 21 de Abril de
1985, no Grande Prémio de Por-
tugal, ao volante de um Lotus.
As conquistas sucederam-se ao
volante de marcas conceituadas
como a McLaren . Entretanto,
um aparatoso acidente coloca-
5- Michael Bloomberg, 0 CEO
da Bloomberg, possui uma for-
tuna de 56 mil milhões de euros.
Está na disposição de gastar pelo
menos 500 milhões para derrotar
Trump em 2020, mas até lá faz-se
deslocar num Chevrolet Suburban
de 39.200 dólares (35.058).
6- Jim Walton, filho mais novo
do fundador da Wal-Mart, , tem à
volta de 42 mil milhões de euros.
Porém, o carro que sai mais vezes
da sua garagem é uma pick-up
de 8.845 dólares (Dodge Dakota,
7.900).
7- Steve Ballmer, ex-CEO da
Microsoft, ocupa o 19º lugar na
lista dos mais ricos da Forbes (43
mil milhões de euros). Desloca-se
Dji Tafinha
Artista anima “Celebrity Night”
O músico angolano foi escolhido
como cabeça de cartaz da
temática “Celebrity Night”, que
acontecerá hoje no Bar 1965
Lounge, em Luanda.
ria termo à trajectória vitoriosa
do campeão brasileiro no dia 1 de
Maio de 1994 durante a disputa
do Grande Prémio de São Marino.
O acidente de Senna é um dos
episódios mais tristes da história
do desporto, mas a sua morte foi
responsável por uma revolução na
segurança da Fórmula 1. Os car-
ros ficaram muito mais seguros e
nenhum acidente fatal aconteceu
durante quase 20 anos.
O maior legado de Senna é o
Instituto Ayrton Senna, orga-
nização sem fins lucrativos que
beneficia mais de 1,5 milhão de
crianças brasileiras por ano, por
meio da formação de educadores,
projectos educacionais e parce-
rias com escolas públicas.
no equivalente ao nosso Mondeo,
um Ford Fusion Hybrid de 25.295
dólares (22.618).
8- Jack Ma, fundador e chair-
man do Grupo Alibaba figura no
O Honda Accord é a marca do carro que Jeff Bezos usa para se deslocar
Lizha James
Moçambicana vai actuar
A artista é uma das atracções do
7º festival “Sons do Atlântico”
que acontece no dia 4 de Maio,
com início marcado para às
18h00, na Baía de Luanda.
lazer 31
“Dança e a
Espiritualidade”
marcou o dia 29
O Mundo celebrou na passada
segunda-feira (29), o Dia Inter-
nacional da Dança, numa altura
em que os praticantes da moda-
lidade artística, em Angola,
continuam a debater-se com
a falta de apoio e espaços ade-
quados para exibição.
Trata-se de uma data criada
em 1982, pelo Comité Inter-
nacional da Dança (CID) da
UNESCO, com o objectivo de
celebrar a arte e mostrar a sua
universalidade, independente-
mente das barreiras políticas,
culturais e éticas.
Segundo escritos, a come-
moração tem por base o dia
de nascimento de Jean-Geor-
ges Noverre, em 1727, que foi
um dos grandes nomes mun-
diais da dança.
Este ano, a efeméride celebra-
-se no Mundo sob o lema “Dança
e a Espiritualidade”.
21º lugar do ranking da Forbes,
com 36 mil milhões de euros.
No quotidiano, movimenta-se
no crossover compacto chinês
Roewe RX5 (13.400).
Kizua Gourgel
Compositor destaca precursor
O cantor e compositor destacou
a matriz criada por Liceu
Vieira Dias, cuja sonoridade
é encontrada nas canções dos
artistas da nova geração.
 Cartoon por CASIMIRO PEDRO
breves
cunene
Especialista defende
produção de feno na província
O comandante dos bombeiros
na província, Paulo Kalunga,
disse que a população do Cunene,
mormente os proprietários de
lavras e gado, deve primar pela
cultura da produção de feno em
épocas de chuva, para se tornar
auto-suficiente em tempos de
seca, deixando de depender de
importações a partir da Huíla
e de outras localidades.
Huambo
Finanças ausculta
direcções municipais
As delegações das Finanças nas
províncias do Huambo e Ben-
guela deram início terça-feira,
ao processo de auscultação e for-
mação dos membros das direc-
ções municipais e serviços de
fiscalização, sobre a implemen-
tação do regime financeiro das
autarquias locais.
água
Saurimo necessita de
seis mil metros cúbicos
Seis mil metros cúbicos de
água são necessários à cidade
de Saurimo (Lunda Sul) para
cobrir o défice de abastecimento
aos habitantes, seg undo o
administrador para a área
técnica da Empresa Provincial
de Água e Saneamento (EPAS),
Erasmo Martins.
cuanza sul
Destacado potencial
agrícola na região
A província do Cuanza Sul tem
condições naturais para atin-
gir níveis de produção agrícola
sustentável e contribuir para o
crescimento económico do país,
afirmou nesta segunda-feira,
na cidade do Sumbe, o direc-
tor do Gabinete Provincial da
Agricultura e Florestas, Fer-
reira da Conceição.
Expo-Malanje abre as cortinas
Expo-Malanje vai mostrar as potencialidades que a província oferece
Francisco Curihingana
em Malanje
Agricultores, criadores de gado e
outros actores ligados ao sector
agrário, vão durante o período
de 2 a 5 de Maio, expor as suas
potencialidades e procurar parce-
Angola e AIEA assinam
acordo na área de tecnologia
Angola e a Agência Internacio-
nal de Energia Atómica (AIEA)
assinaram, em Viena, Áustria,
um acordo de cooperação (Pro-
grama-Quadro - CPF), que con-
templa projectos em várias áreas
para transferência de tecnologia
nuclear e recursos de coopera-
ção técnica.
De acordo com uma nota
de imprensa da Embaixada de
Angola na Áustria, a que a Angop
teve acesso ontem, o acordo asssi-
nado terça-feira será implemen-
tado no período de 2019-2023 e
define projectos com custo global
FRACISCO cURIHINGANA
rias com outras empresas para o
relançamento dos seus negócios.
Para a realização do evento,
está reservado um espaço de 6
mil metros quadrados de expo-
sição, no interior e exterior, para
mostrar todas as potencialidades
da região, e não só, com destaque
para a agricultura e agropecuária.
avaliado em 2,9 milhões de euros.
Tem como áreas prioritárias
a saúde e nutrição, alimenta-
ção e agricultura, água e meio
ambiente, energia e indústria, pro-
tecção e segurança contra radia-
ção, produção animal e fabrico de
vacinas de animais.
O documento sublinha que
o CPF é o quadro de referência
para o programa de cooperação
técnica a médio prazo entre
um Estado-membro e a AIEA,
e contempla projectos defini-
dos em áreas onde a transfe-
rência de tecnologia nuclear
em agenda
8 de Maio
1º fórum de Urbanismo e Desenvolvimento Sustentável
A ASPIF – Projectos e Consultoria vai organizar o fórum de Urbanismo
e Desenvolvimento a ter lugar no Memorial Dr. Agostinho Neto.
8 a 11 de Maio
Feira Alimentícia 2019
O Ministério da Indústria realiza o evento a ter lugar nas instalações da
Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo.
23 a 25 de Maio
Fórum Mundial do Turismo “Investir em Angola”
Angola acolhe o Fórum Mundial do Turismo, um evento que prevê
receber entre 1.200 e 1.500 participantes de várias partes do globo.
4 a 6 de Junho
Conferência “Angola Oil & Gas 2019”
O Centro de Convenções de Talatona vai acolher, de 4 a 6 de Junho, a
conferência “Angola Oil & Gas” 2019, que conta com o patrocínio do
Presidente da República, João Lourenço.
18 a 20 de Junho
Feira das Tecnologias de Informação e Comunicação
O Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação
organiza uma exposição de produtos tecnológicos no âmbito do
Angotic 2019.
aRIMATEIA bAPTISTA
O coordenador comercial da
Eventos Arena e director da Expo
– Malanje, Francisco Sousa, garan-
tiu à imprensa que vão tomar parte
do evento mais de 150 expositores
locais e de outros pontos do país.
Disse que o foco principal
vai ser o salão da mandioca que
é a informação necessária para
que esse produto tão importante
para a cesta básica das famílias A agricultura é das áreas que recebeu
seja mais valorizado com toda a as intenções de novos investimentos
informação, e tudo aquilo que é
de importante sobre a mandioca.
Vários sectores da activi- AIPEX recebe
dade terão espaço de exposição
no decorrer da Expo- Malanje, mais propostas
como a Banca, as Seguradoras,
Setecentos e cinqueta
a Indústria, as fazendas, Ener-
gia e Águas, dentre outros. milhões de dólares é o
Os expositores do sector agrí-
cola estarão representados no valor dos investimentos
evento, tendo em conta a particu- privados em Angola
laridade de Malanje nesse domí-
nio. Uma inovação vai acontecer Setecentos e 50 milhões de dóla-
na Feira de Malanje, que é o sur- res norte-americanos é o valor
gimento dos salões da cultura global das 118 propostas de inves-
e da saúde. Nesta edição que é timento privado registadas, de
a primeira a acontecer na pro- Agosto de 2018 até Abril deste
víncia de Malanje, cada municí- ano, pela Agência de Investi-
pio que se fizer representar, vai mento Privado e Promoção das
exibir as suas potencialidades Exportações (AIPEX).
locais, e como disse, “a intenção Os projectos, que permitem a
é atrair novos investidores para criação de mais de sete mil pos-
os municípios. tos de trabalho para nacionais,
estão concentrados maiorita-
riamente nos sectores da indús-
tria transformadora, comércio e
agricultura.
Segundo a Administradora
da AIPEX, Sandra Dias dos San-
tos, que falava segunda-feira à
imprensa, à margem do ciclo de
conferências em Angola “Mol-
dar o futuro - o caminho para
a diversificação”, os resultados
AIEA é uma agência especializada são fruto da diplomacia econó-
mica levada a cabo pelo Execu-
é direccionada, para o apoio tivo e do trabalho desenvolvido
de metas nacionais de desen- pela agência para atrair investi-
volvimento. mento estrangeiro directo.
O acordo foi assinado pela
Embaixadora e Representante
Permanente da República de
Angola junto da AIEA, Teodo- ISSN 2409-6474
linda Rosa Rodrigues Coelho, e
pelo director-adjunto da AIEA e
chefe do departamento de coope-
ração técnica, Dazhu Yang. 9 772409 647001