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Uma História Para Ser Contada

Myrtes Mathias

Dolorosamente só, Ele sobe o Calvário, Levando nos ombros o peso do mundo e no corpo ferido a tragédia da

humanidade.

Onde estão os amigos que prometeram segui-lO até o fim?

Onde está a glória que partilhava com o Pai antes de Nascer?

A expectativa do abandono total leva-O a tombar sob a cruz de madeira.

Que os homens podem ver, pequena e insignificante, Diante daquela outra que Ele leva no coração.

Um pouco mais, e Ele clamará: “Eloí, Eloí, Lama Sabactâni!” E o céu continuará mudo e pesado como um teto de

chumbo.

Quando sua cabeça pender sobre o peito, os espinhos da irônica coroa.

Ferindo uma carne que já não sente, O véu do templo, e do coração dos homens, se rasgará, Para que haja o

reencontro entre os homens e Deus.

Quando sua alma sofrida deixar por um pouco de tempo

O seu ferido corpo de homem, os túmulos se abrirão, para que saiam os mortos, E os céus, para receber todo

aquele que O invocar.

Essa História de amor e de entrega a todo mundo precisa ser contada: Aos ricos, que vivem nas mansões, Aos

pobres, que sofrem nos sertões, Aos peregrinos, que vagueiam pela estrada.

Àqueles que estão nas selvas em choças de palha e barro, Àqueles que estão nas celas ou que a doença isolou.

Aos que estão sendo levados para o abismo e para a morte

Porque a História que redime Nenhum salvo lhe contou.

Tua indiferença diante deste quadro, levará milhões a se perderem;

Só se salvarão se O invocarem, só O invocarão se O conhecerem, só conhecerão quando contares, a bendita

História da esperança que traz a certeza ao coração do homem e faz nascer um hino nos lábios da criança.

Mas, se isto não basta, olha para cima, Ouve a voz do alto, que apela assim: “Morri, morri na cruz por ti, que fazes

tu por Mim?”.

Responde: Eis aqui meus bens e minha vida, transforma-os, Senhor meu, em um raio de luz que ilumine o meu

povo, o povo brasileiro, fazendo com que a terra do cruzeiro se torne reino dAquele que morreu na cruz.

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