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CARREIRA - VOCÊ S/A

Não faltará oportunidade para quem desenvolver


este tipo de inteligência
Especialista em transição de carreira explica o que é inteligência
mercadológica e como será fundamental para todo profissional.

Atualização: “Como instalar um novo software mental para mudar a forma de


pensar no trabalho”. Por Luísa Granato access_time24 ago 2018, 06h00

São Paulo – No meio da estrada, um homem viajava de carro para o interior de São Paulo
quando viu um trator fazendo uma grande terraplanagem.

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Curioso, ele parou na estrada, pulou acerca do terreno e foi questionar que projeto era
aquele. O tratorista sabia apenas que ali seria uma fábrica. Ainda sem sanar sua
curiosidade, o profissional foi até a prefeitura, afinal toda obra precisa de uma licença.
Ele, então, descobriu que o terreno seria uma cervejaria em dois anos e foi atrás da
empresa para oferecer seus serviços na área de projetos.
José Augusto Minarelli ficou impressionado ao ouvir a história do seu cliente, um feito
relevante para o presidente da consultoria Lens Minarelli, que há 36 anos se especializa
em transição de carreira e aconselhamento para executivos.
Ele ficou fascinado pelo olhar do seu assessorado, que viu oportunidades onde só havia
terra. E essa visão se encaixava com sua teoria para uma nova inteligência que será
crucial no novo momento do mercado de trabalho: a inteligência mercadológica.
Para Minarelli, o profissional demonstrou que está pronto para enfrentar o novo modelo
de trabalho, um mundo em que as oportunidades precisam ser criadas.
“Quando comecei em 1982, ter um emprego significava seguir um modelo
predominante, todos pensavam como funcionários, alguém que recebe ordens e tarefas
do chefe em um escritório tradicional. Isso mudou e a mente dos profissionais tem que
mudar também. Deixando de lado simples executores de tarefas, agora o mercado quer
provedores de soluções”, explica ele.
A boa notícia é que a inteligência para se destacar no mercado pode ser treinada. Assim
como preparamos o corpo para correr uma maratona. É preciso esforço constante e um
preparo mental. “Como instalar um novo software mental para mudar a forma de
pensar no trabalho”, explica ele.
É assim que Minarelli vê esse olhar diferenciado. Segundo ele, a maioria das pessoas
tem miopia mercadológica: ao ler um texto ou olhar a sua volta, registram apenas o que
estão vendo na superfície, mas nada além disso.
A força do profissional que se destaca está em enxergar as oportunidades e demandas
do mundo que se relacionam com as competências que tem para oferecer.
“Se existe um problema, as necessidades humanas determinam a demanda por serviços.
Então haverá trabalho e remuneração”, fala o consultor. “Se a demanda mudar, será
preciso adquirir novos conhecimentos para atendê-la”.
A capacidade de mudar de acordo com sua interpretação do ambiente ou de adquirir
novas competências e agregar novas tecnologias independente da sua área de atuação
é outra característica desse tipo de inteligência.

Ilustres conhecidos
Depois de aguçar a mente e a visão, chega a hora de investir na sua comunicação.
Minarelli explica que o mercado é feito de pessoas se encontrando com ofertas e
demandas. O profissional inteligente nesse meio tem interesse pelo outro. “Ele dialoga
com foco, sabe induzir o outro a perceber o que tem a oferecer”, diz.
Muito diferente de ser interesseira, a troca com inteligência mercadológica atende
necessidades e é feita de forma genuína. Ela resolve problemas e deixa claro que está
ali para isso. “Confiança é base da repetição da troca. Ela depende da experiência bem
sucedida no contato. Ela pode se fortalecer ou se diluir”, explica Minarelli.
Assim, a pessoa constrói sua reputação com base em um bom trabalho e sua rede de
conhecidos. Todas as capacidades auxiliam a manter a relevância diante da competição.
Minarelli também fala que é possível aprender a vender e a se comunicar melhor, mas
o caminho para promover a troca e se tornar protagonista de sua carreira é saber ouvir
o outro.
“A maior parte das pessoas que conhecemos não tem poder de nos contratar, elas
podem nos dar informações, fazer intermediação ou emprestar prestígio para sermos
atendidos por terceiros. Se você for vago, fica difícil receber essa ajuda. É preciso entrar
na conversa com uma intenção e saber escutar”, avisa ele.

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