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E.

Provavelmente serão detectados cilindros


PARTE VII: Distúrbios dos leucocitários no exame microscópico do
sedimento urinário.
rins e do trato urinário
Ver a resposta.

QUESTÕES
INSTRUÇÕES: Escolha a resposta mais adequada para cada
questão. VII-4. Qual dos seguintes pacientes com lesão renal aguda tem
mais tendência a apresentar evidências de hidronefrose bilateral
VII-1. Qual dos seguintes itens é uma etiologia potencial da na ultrassonografia dos rins?
insuficiência renal aguda isquêmica?
A. Homem de 19 anos de idade com púrpura
A. Apoptose e necrose das células tubulares fulminante associada à sepse gonocócica.
B. Vasodilatação glomerular em resposta ao B. Mulher de 37 anos de idade submetida à
oxido nítrico reduzido quimioterapia e radioterapia para câncer de colo
C. Vasoconstrição glomerular em resposta a de útero avançado.
níveis de endotelina aumentada C. Homem de 48 anos de idade com insuficiência
D. Aumento da adesão dos leucócitos dentro do renal crônica, devido à hipertensão, que recebeu
glomérulo meio de contraste iodado para angiografia
E. Todas as respostas anteriores abdominal.
D. Homem de 53 anos de idade com Escherichia
coli 0157:H7 associada à púrpura
Ver a resposta. trombocitopênica trombótica.
E. Mulher de 85 anos de idade residente em
clínica geriátrica com pielonefrite e sepse.

Ver a resposta.
VII-2. Todas as seguintes opções constituem fatores de risco
para a lesão renal aguda pós-operatória, EXCETO:

A. Cirurgia cardíaca com bypass cardiopulmonar


B. Diabetes melito VII-5. Na avaliação de lesão renal aguda em um paciente que
C. Sexo feminino recentemente foi submetido a bypass cardiopulmonar durante a
D. Hipotensão intraoperatória substituição da valva mitral, qual dos seguintes achados no
E. Perda significativa de sangue durante a cirurgia exame microscópico da urina é mais sugestivo de êmbolos de
colesterol como causa da insuficiência renal?
Ver a resposta.
A. Cristais de oxalato de cálcio
B. Eosinofilúria
C. Cilindros granulosos
D. Sedimento normal
E. Cilindros leucocitários
VII-3. Um homem de 57 anos de idade com história de diabetes
melito e doença renal crônica com nível basal de creatinina de
1,8 mg/dL é submetido a cateterismo cardíaco por infarto agudo Ver a resposta.
do miocárdio. Subsequentemente, é diagnosticado com lesão
renal aguda em consequência ao uso de meio de contraste iodado.
Todas as seguintes afirmativas são verdadeiras acerca dessa
lesão renal, EXCETO:

VII-6. Um homem de 54 anos de idade é internado na unidade


A. A excreção fracionada de sódio estará baixa. de terapia intensiva com sepse associada à pneumonia
B. O nível de creatinina tende a alcançar um pico pneumocócica. O paciente necessita de ventilação mecânica e
em 3 a 5 dias. norepinefrina para manter uma pressão arterial média > 60
C. O diabetes melito predispôs esse paciente ao mmHg. Os exames hemodinâmicos invasivos revelam pressões
desenvolvimento de nefropatia por contraste. de enchimento do coração esquerdo adequadas, e aparentemente,
D. A obstrução tubular transitória com ele não sabia ter disfunção ventricular esquerda. No terceiro dia
precipitação do meio de contraste iodado de internação, o débito urinário cai, e o nível de creatinina
contribuiu para o desenvolvimento da lesão renal aumenta para 3,4 mg/dL. O diagnóstico é de lesão tubular aguda.
aguda. Qual dos seguintes agentes demonstrou melhorar os desfechos
associados à lesão tubular aguda?
A. Furosemida D. Mulher de 65 anos de idade com TFG estimada
B. Bosentana de 65 mL/min/1,73m e albuminúria persistente <
2

C. Dopamina em baixa dose 30 mg/g.


D. Fator de crescimento semelhante à insulina E. Homem de 75 anos de idade com TFG
E. Nenhum dos agentes anteriores estimada de 35 mL/min/1,73m e albuminúria
2

persistente < 30 mg/g.


Ver a resposta.
Ver a resposta.

VII-7. Um paciente de 65 anos de idade com azotemia pré-renal


secundária à desidratação está internado há cinco dias. O nível VII-10. Na doença renal crônica de estágio V, a taxa de filtração
de creatinina foi inicialmente de 3,6 mg/dL por ocasião da glomerular está abaixo de qual dos seguintes valores?
internação, porém hoje diminuiu para 2,1 mg/dL. O paciente
queixa-se de dor lombar discreta, e você prescreve naproxeno
para uso intermitente. Por qual mecanismo esse fármaco poderia A. 90 mL/min/1,73m 2

comprometer ainda mais a sua função renal? B. 60 mL/min/1,73m 2

C. 25 mL/min/1,73m 2

D. 15 mL/min/1,73m 2

A. Vasoconstrição arteriolar aferente E. 0 mL/min/1,73m (anúria)


2

B. Vasodilatação arteriolar aferente


C. Vasoconstrição arteriolar eferente
D. Toxicidade tubular proximal Ver a resposta.
E. Obstrução ureteral

Ver a resposta.

VII-11. Qual é a principal causa de morte em pacientes com


doença renal crônica?

VII-8. Qual dos seguintes biomarcadores de lesão tecidual A. Doença cardiovascular


demonstrou predizer o início da lesão renal aguda após um B. Hiperpotassemia
evento isquêmico ou hipotensivo? C. Infecção
D. Neoplasia maligna
E. Uremia
A. Nível sanguíneo de ureia
B. Interleucina-18
C. Molécula de lesão renal-1 (KIM-1) Ver a resposta.
D. Lipocalina associada à gelatinase neutrofílica
(NGAL)
E. Nenhuma das alternativas anteriores

Ver a resposta. VII-12. Todas as seguintes afirmativas sobre o uso da


eritropoetina exógena em pacientes com doença renal crônica
são verdadeiras, EXCETO:

A. A eritropoetina exógena deve ser administrada


VII-9. Qual dos seguintes pacientes apresenta maior risco de com uma concentração de hemoglobina alvo de
progressão para a doença renal crônica? 10 a 11,5 g/dL.
B. O uso de eritropoetina exógena está associado
a uma melhora dos desfechos cardiovasculares.
A. Homem de 30 anos de idade com taxa de C. O uso de eritropoetina exógena está associado
filtração glomerular (TFG) estimada de 50 a um risco aumentado de acidente vascular
mL/min/1,73m e albuminúria persistente de 350
2
encefálico em pacientes com diabetes melito tipo
mg/g. 2 concomitante.
B. Homem de 45 anos de idade com TFG D. O uso de eritropoetina exógena pode estar
estimada de 90 mL/min/1,73m e albuminúria
2
associado a uma evolução mais rápida para a
persistente < 30 mg/g. necessidade de diálise.
C. Homem de 55 anos de idade com TFG E. O uso de eritropoetina exógena está associado
estimada de 70 mL/min/1,73m e albuminúria
2
a uma incidência aumentada de eventos
persistente de 100 mg/g. tromboembólicos.
Ver a resposta. VII-15. Uma mulher de 27 anos de idade com doença renal
crônica é submetida à hemodiálise, e verifica-se a presença de
hipotensão durante o tratamento. Qual dos seguintes itens é um
mecanismo potencial para a hipotensão durante a hemodiálise?

VII-13. Uma mulher de 63 anos de idade com doença renal A. Agentes anti-hipertensivos
crônica é mantida com diálise peritoneal diária. A história clínica B. Ultrafiltração excessiva
pregressa é marcante pela hipertensão e fibrilação atrial. Os C. Comprometimento das respostas autonômicas
medicamentos incluem losartana e varfarina. Há dois dias, ela D. Desequilíbrios osmolares
percebeu um pequeno nódulo doloroso no abdome, que E. Todas as alternativas anteriores
progrediu para necrose cutânea e ulceração da parede abdominal
(Figura VII-13). Todas as seguintes declarações sobre sua Ver a resposta.
condição são verdadeiras, EXCETO:

VII-16. Uma mulher de 35 anos de idade com doença renal


hipertensiva evolui para doença renal em estágio terminal.
Começou a diálise peritoneal há um ano e tem respondido de
modo satisfatório, com alívio dos sintomas urêmicos. É levada
ao serviço de emergência com febre, alteração do estado mental,
dor abdominal difusa e dialisato turvo. O líquido peritoneal é
retirado através do cateter e enviado ao laboratório para análise.
A contagem de leucócitos do líquido é de 125/μL com 85% de
neutrófilos polimorfonucleares. Qual é o microrganismo mais
provavelmente encontrado na cultura do líquido peritoneal?

A. Candida albicans
B. E. coli
C. Mycobacterium tuberculosis
FIGURA VII-13
D. Pseudomonas aeruginosa
E. Staphylococcus epidermidis
A. O uso oral de suplemento de cálcio pode ser
um fator de risco.
Ver a resposta.
B. Ao exame patológico, observa-se a presença de
oclusão vascular.
C. A coinfecção por Pseudomonas é típica.
D. Pode não haver hiperparatireoidismo grave.
E. A varfarina é um fator de risco para o
desenvolvimento da lesão.
VII-17. Uma mulher de 45 anos de idade inicia a hemodiálise
para doença renal em estágio terminal associada ao diabetes
Ver a resposta. melito. Qual das seguintes condições é a causa eventual mais
provável de morte?

A. Demência
B. Episódio de sangramento significativo
C. Infarto do miocárdio
VII-14. Uma paciente é rigorosamente acompanhada pelo seu
D. Uremia progressiva
nefrologista para doença renal crônica de estágio IV associada à
E. Sepse
glomerulosclerose segmentar e focal. Qual dos seguintes
achados é uma indicação para iniciar a hemodiálise de
manutenção? Ver a resposta.

A. Acidose controlada com administração diária


de bicarbonato
B. Diátese hemorrágica
C. Nível de ureia > 235 mg/dL sem sintomas
VII-18. A “dose” de diálise é atualmente definida como:
D. Nível de creatinina > 5 mg/dL sem sintomas
E. Hiperpotassemia controlada com poliestireno
de sódio A. A taxa de fluxo de contracorrente do dialisato
B. A depuração fracional da ureia
C. As horas de diálise por semana
Ver a resposta.
D. O número de sessões realmente concluídas por C. Doador cadavérico > 50 anos, hipertensão e
mês morte causada por acidente vascular encefálico
(AVE).
D. Doador cadavérico > 50 anos, morte causada
Ver a resposta. por AVE e creatinina > 1,5 mg/dL.
E. Receptor com presença de anticorpos contra o
rim do doador por ocasião do transplante
programado.

VII-19. Seu paciente com doença renal em estágio terminal sob Ver a resposta.
hemodiálise apresenta hiperpotassemia persistente. Esse
paciente apresenta uma história de estenose bilateral total de
artéria renal, que é o motivo da hemodiálise. São observadas
alterações do eletrocardiograma apenas quando o nível de
potássio ultrapassa 6,0 mEq/L, o que ocorre algumas poucas
vezes por semana. Você o interna para maior avaliação. Os VII-22. Todas as seguintes condições são causas prováveis de
exames laboratoriais, o aconselhamento nutricional e os ajustes lesão glomerular resultando em insuficiência renal, EXCETO:
nos medicamentos não têm nenhum impacto sobre o nível sérico
de potássio. Qual é a próxima etapa razoável para esse paciente?
A. Diabetes melito
B. Síndrome de Fanconi
A. Ajustar o dialisato. C. Nefrite lúpica
B. Administrar uma dose diária de furosemida. D. Hipertensão maligna
C. Efetuar uma “regulação do sódio”. E. Mutação do canal de cátions TRPC6
D. Implantar um desfibrilador automático.
E. Efetuar uma nefrectomia bilateral.
Ver a resposta.

Ver a resposta.

VII-23. Um homem de 21 anos de idade é diagnosticado com


glomerulonefrite pós-estreptocócica. Qual dos seguintes achados
VII-20. Qual das seguintes afirmativas é verdadeira com relação tem mais probabilidade de ser encontrado na urina?
ao transplante de rim?
A. Proteinúria de > 3g/24 h sem hematúria
A. As taxas de sobrevida de cinco anos são B. Hematúria macroscópica e albumina urinária
semelhantes para receptores de rins de doadores de 24 horas de 227 mg
vivos e rins de doadores cadavéricos. C. Hematúria microscópica com leucócitos e
B. A idade do doador cadavérico não influencia a albumina urinária de 24 horas de 227 mg
sobrevida do enxerto. D. Cultura de urina positiva para Streptococcus
C. O transplante renal não oferece nenhuma E. Piúria estéril sem proteinúria
relação custo-benefício em comparação com a
hemodiálise.
D. Quando parentes de primeiro grau são Ver a resposta.
doadores, a taxa de sobrevida do enxerto dentro
de um ano é 5 a 7% maior que doadores
cadavéricos.
E. Quando se efetua um acompanhamento por >
20 anos, é comum a ocorrência de complicações
no rim único do doador VII-24. Uma mulher obesa de 50 anos de idade com história de
cinco anos de hipertensão leve controlada por diurético tiazídico
está sendo avaliada, devido à detecção de proteinúria em tira
Ver a resposta. reagente durante seu exame médico anual de rotina. O exame
físico revela a altura de 167,6 cm, peso de 91 kg, pressão arterial
de 130/80 mmHg, pressão venosa jugular elevada, quarta bulha
cardíaca e edema discreto dos pés. Os valores laboratoriais são
os seguintes:

VII-21. Todas as seguintes afirmativas são consideradas critérios


expandidos de doadores para transplante renal, EXCETO: Creatinina sérica: 106 μmol/L (1,2 mg/dL)
Ureia: 39 mg/dL
Depuração da creatinina: 87 mL/min
A. Doador cadavérico > 60 anos. Exame de urina: pH 5,0; densidade 1,018; proteína 3+;
B. Doador cadavérico > 50 anos, hipertensão e ausência de glicose; cilindros granulosos grosseiros
creatinina > 1,5 mg/dL. ocasionais
Excreção urinária de proteína: 5,9 g/dia VII-26. Qual dos seguintes achados é uma manifestação
extrarrenal da doença renal policística autossômica dominante?
Uma biópsia renal demonstra que 60% dos glomérulos,
principalmente na junção corticomedular, apresentam cicatrizes
segmentares à microscopia óptica, enquanto os demais A. Insuficiência aórtica
glomérulos têm aspecto inespecífico (ver Figura VII-24). Qual o B. Dilatação da raiz aórtica
diagnóstico mais provável? C. Divertículos colônicos
D. Aneurisma intracraniano
E. Todas as respostas anteriores

Ver a resposta.

VII-27. Uma mulher de 28 anos de idade foi recentemente


diagnosticada com doença renal policística autossômica
dominante após um episódio de hematúria. Ela está preocupada
com o risco de aneurisma intracraniano. Qual das seguintes
afirmativas é verdadeira acerca desse risco?

A. A história familiar de ruptura de aneurismas


intracranianos não aumenta o risco de ruptura.
B. A hemorragia intracraniana prévia não
FIGURA VII-24 EGN/UPenn Collection
aumenta o risco de hemorragia subsequente.
C. O tamanho do aneurisma não se correlaciona
A. Esclerose segmentar e focal com o risco de ruptura espontânea.
B. Nefrosclerose hipertensiva D. Não existe nenhum risco aumentado de
C. Doença por lesões mínimas aneurisma intracraniano nessa condição.
D. Glomerulopatia membranosa E. A hipertensão não controlada aumenta o risco
E. Glomerulonefrite em crescente de ruptura espontânea.

Ver a resposta. Ver a resposta.

VII-25. Todas as seguintes afirmativas são verdadeiras com VII-28. Um estudante universitário de 21 anos de idade é
relação à nefropatia diabética, EXCETO: examinado devido à presença de fadiga profunda de vários anos
de duração, mas que recentemente se tornou debilitante. Queixa-
se também de vários espasmos e cãibras nos pés e,
A. Cerca de 40% dos pacientes com diabetes tipo ocasionalmente, contrações musculares sustentadas que são
1 ou tipo 2 desenvolverão nefropatia. incontroláveis. Está saudável nos demais aspectos, não toma
B. A nefropatia diabética é a causa isolada mais nenhuma medicação e nega o uso de tabaco ou de álcool. Ao
comum de insuficiência renal crônica nos Estados exame, está bem desenvolvido, com sinais vitais normais,
Unidos. incluindo pressão arterial. O restante do exame é normal. A
C. Em pacientes com diabetes tipo 1, o controle avaliação laboratorial revela sódio de 138 mEq/L, potássio de 2,8
do nível de glicemia tem impacto sobre o mEq/L, cloreto de 90 mEq/L e bicarbonato de 30 mmol/L. Os
desenvolvimento e a progressão da nefropatia. níveis de magnésio estão normais. O rastreamento da urina para
D. As alterações patológicas ocorrem diuréticos é negativo, e o cloreto urinário está elevado. Qual das
predominantemente no túbulo distal e na alça de seguintes condições é o diagnóstico mais provável?
Henle.
E. A albuminúria constitui o indicador
clinicamente detectável mais precoce de A. Bulimia nervosa
nefropatia diabética. B. Abuso de diuréticos
C. Síndrome de Gitelman
D. Síndrome de Liddle
Ver a resposta. E. Pseudo-hipoaldosteronismo tipo I

Ver a resposta.
VII-29. Um paciente com história de síndrome de Sjögren tem VII-32. Uma mulher de 58 anos de idade é submetida a
os seguintes achados laboratoriais: sódio plasmático 139 mEq/L, histerectomia e, no pós-operatório, desenvolve síndrome de
cloreto 112 mEq/L, bicarbonato 15 mEq/L e potássio 3,0 mEq/L. angústia respiratória aguda. É tratada com ventilação mecânica e
O exame da urina revela pH de 6,0, sódio de 15 mEq/L, potássio antibióticos de amplo espectro. Além do hipotireoidismo, ela não
de 10 mEq/L e cloreto de 12 mEq/L. Qual o diagnóstico mais apresenta nenhuma condição clínica subjacente. No quinto dia
provável? de hospitalização, observa-se uma queda no débito urinário, e o
nível sérico de creatinina aumenta de 1,2 mg/dL para 2,5 mg/dL.
Suspeita-se de nefrite intersticial alérgica devido ao antibiótico
A. Diarreia crônica cefalosporina. Qual dos seguintes achados confirmará esse
B. Acidose tubular renal (ATR) tipo I diagnóstico?
C. ATR tipo II
D. ATR tipo III
E. ATR tipo IV A. Hematúria
B. Eosinofilia do sangue periférico
C. Eosinófilos na microscopia da urina
Ver a resposta. D. Cilindros leucocitários no exame microscópico
da urina
E. Nenhuma das alternativas anteriores

Ver a resposta.
VII-30. Uma ginasta de 16 anos de idade chega a seu consultório
com queixas de fadiga, fraqueza difusa e cãibras musculares.
Não tem nenhuma história clínica pregressa e nega o uso de
tabaco, álcool ou substâncias ilícitas. Não há nenhuma história
familiar significativa. O exame revela uma jovem magra com
pressão arterial normal. O índice de massa corporal (IMC) é 18 VII-33. Um homem de 63 anos de idade é internado com
kg/m . O exame da boca revela uma dentição precária. O tônus
2
insuficiência renal aguda. Tem uma história de diabetes melito,
muscular é normal, assim como o exame neurológico. Os que vem sendo bem controlado nesses últimos 10 anos com dieta,
resultados dos exames laboratoriais são os seguintes: exercício e metformina. Nos últimos quatro meses, queixou-se
hematócrito 38,5%, creatinina 0,6 mg/dL, bicarbonato sérico 30 de fadiga progressiva, anorexia e dor óssea difusa. Vem tomando
mEq/L e potássio 2,7 mEq/L. Qual dos seguintes exames deve ibuprofeno de modo intermitente para a dor óssea, porém com
ser incluído numa avaliação adicional? alívio mínimo. O exame físico revela sinais vitais normais,
pulmões limpos, exame cardíaco e abdominal normais e
hipersensibilidade óssea difusa nos quadris, ossos longos e
A. Níveis plasmáticos de renina e aldosterona coluna. O exame laboratorial é marcante pelos seguintes
B. Nível sérico de magnésio resultados: ureia 146 mg/dL, creatinina 5,8 mg/dL, potássio 4,7
C. Exame e cultura de urina mEq/L, cálcio 13,4 mg/dL, hemoglobina 8 g/dL, proteína sérica
D. Rastreamento toxicológico da urina para 9,0 g/dL e albumina 2,8 g/dL. A função renal estava normal há
diuréticos um ano. Uma biópsia renal é realizada (coloração pela
E. Rastreamento toxicológico da urina para hematoxilina e eosina; Figura VII-33). Qual o diagnóstico mais
opiáceos provável?

Ver a resposta.

VII-31. Em qual dos seguintes casos o tratamento com


corticosteroides para nefrite intersticial comprovada por biópsia
tem mais probabilidade de influenciar a recuperação renal em
longo prazo?

A. Mulher de 37 anos de idade com sarcoidose.


B. Homem de 48 anos de idade com nefrite
intersticial lentamente progressiva no decorrer de
dois meses, com fibrose detectada na biópsia.
C. Homem de 54 anos de idade com diabetes
melito e infecção recente por Salmonella.
FIGURA VII-33 Cortesia do Dr. Michael N. Koss, University of
D. Homem de 63 anos de idade com nefrite
Southern California Keck School of Medicine; com autorização.
intersticial alérgica após uso do antibiótico
cefalosporina.
E. Nenhuma das alternativas anteriores. A. Nefropatia diabética
B. Glomerulosclerose segmentar focal
C. Síndrome de Goodpasture
Ver a resposta. D. Nefropatia por cilindros de cadeias leves
E. Nefrite lúpica Ver a resposta.

Ver a resposta.

VII-36. Uma mulher de 28 anos de idade com 30 semanas de sua


segunda gestação vem sendo rigorosamente acompanhada,
devido à presença de hipertensão leve. A primeira gravidez foi
VII-34. Uma mulher obesa de 44 anos de idade é submetida a complicada por pré-eclâmpsia. Queixa-se agora de agravamento
colecistectomia eletiva por colelitíase. Ela está bem no pós- da fadiga que ocorreu nesse último dia. A pressão arterial é de
operatório e recebe alta após três dias. Dois dias depois de sua 140/90 mmHg, e a frequência cardíaca é de 84 bpm, com
alta, desenvolve alteração do estado mental e febre e é levada ao saturação de oxigênio de 95% no ar atmosférico. O
serviço de emergência pela família. Toma um antidepressivo, monitoramento fetal não revela nenhum sofrimento. Os exames
porém está saudável nos demais aspectos. A temperatura é de laboratoriais são marcantes pelo nível de hemoglobina de 6 g/dL
39,4ºC, o pulso de 127 batimentos/min, a pressão arterial de (10 g/dL há uma semana) e contagem de plaquetas 80.000/dL
110/78 mmHg e a frequência respiratória e saturação de oxigênio (180.000/dL há uma semana). O esfregaço de sangue periférico
estão normais. O exame revela confusão e incisão cirúrgica bem revela a presença de esquizócitos. Todas as seguintes afirmativas
cicatrizada. A bioquímica de rotina revela eletrólitos normais, são verdadeiras sobre sua condição, EXCETO:
ureia 171 mg/dL, creatinina 2,5 mg/dL, contagem de leucócitos
de 17,3 × 10 /μL, hematócrito de 30% e contagem de plaquetas
3

de 25 × 10 /μL. O esfregaço de sangue periférico mostra a


3
A. Os glicocorticoides são efetivos para reduzir a
presença de esquizócitos e confirma a baixa contagem de morbidade e a mortalidade.
plaquetas sem agregação. Qual das seguintes afirmativas sobre B. As enzimas nas provas de função hepática
sua condição é verdadeira? provavelmente estão elevadas.
C. A pré-eclâmpsia predispõe à condição.
D. A insuficiência renal é comum.
A. Existe provavelmente uma baixa atividade da E. A condição provavelmente sofrerá resolução
metaloprotease ADAMTS13 no sangue após o parto.
periférico.
B. A troca plasmática tem pouca probabilidade de
ser útil. Ver a resposta.
C. Essa condição foi provavelmente causada por
uma infecção oculta por E. coli 0157:H7.
D. Essa condição é mais comum nos homens do
que nas mulheres.
E. A taxa de mortalidade dessa condição sem
tratamento é baixa. VII-37. Um homem de 48 anos de idade com diabetes melito,
hiperlipidemia e fibrilação atrial chega ao serviço de emergência
para avaliação de dor intensa no flanco esquerdo e na virilha que
Ver a resposta. apareceu há cerca de três horas. Os medicamentos incluem
metformina, atorvastatina e varfarina. Sente-se desconfortável e
apresenta temperatura de 37°C, frequência cardíaca de 105 bpm,
pressão arterial de 145/95 mmHg, frequência respiratória de 21
incursões/min e saturação de oxigênio de 98% no ar ambiente. O
exame físico é marcante pela dor no flanco esquerdo, porém sem
VII-35. Uma mulher de 35 anos de idade chega com queixas de organomegalia abdominal ou hipersensibilidade focal. O
edema bilateral dos membros inferiores, poliúria e dor moderada eletrocardiograma revela taquicardia sinusal com alterações ST-
no flanco esquerdo, que começou há aproximadamente duas T inespecíficas. A razão normalizada internacional é de 2,0. A
semanas. Não há história clínica pregressa. Não está tomando função renal está normal, e o exame de urina revela numerosas
nenhuma medicação e nega o uso de cigarro, álcool ou hemácias, alguns leucócitos e ausência de bactérias e cristais.
substâncias ilícitas. O exame revela sinais vitais normais, Qual o exame complementar preferido?
incluindo pressão arterial normal. Observa-se a presença de
edema 2+ bilateral nos membros inferiores. A coleta de urina de
24 horas é significativa pelo nível de proteína de 3,5 g. O exame A. Coleta de urina de 24 horas
de urina é benigno, exceto pela proteinúria. O nível sérico de B. Cistoscopia
creatinina é de 0,7 mg/dL, e a ultrassonografia revela um rim C. Ressonância magnética
esquerdo que mede 13 cm, e o rim direito, 11,5 cm. Você está D. Tomografia computadorizada sem contraste
preocupado com a possibilidade de trombose da veia renal. Qual E. Ultrassonografia
é o exame escolhido para avaliação?
Ver a resposta.
A. Tomografia computadorizada das veias renais
B. Venografia com contraste
C. Venografia com ressonância magnética
D. Exame de imagem com ácido pentético
marcado com Tc (DTPA)
99

E. Ultrassonografia com Doppler das veias renais VII-38. Efetua-se uma TC de abdome sem contraste (ver Figura
VII-38). Qual o diagnóstico mais provável?
E. Excreção urinária fracionada de sódio

Ver a resposta.

VII-41. Um homem de 67 anos de idade chega ao serviço de


emergência com intensa distensão e dores abdominais. A bexiga
é palpável, e, após colocação de cateter de Foley, o paciente
elimina 1,5 L de urina. O antígeno prostático específico não está
elevado, porém relata que teve dificuldade em urinar durante
várias semanas, culminando na ausência de micção por dois dias.
A ureia é de 190 mg/dL, e a creatinina, de 6,4 mg/dL. Durante os
quatro dias de hospitalização, a ureia e a creatinina caem, e o
débito urinário está aumentando. Não está recebendo líquidos
intravenosos. São eliminados 6 L de urina no terceiro e quarto
FIGURA VII-38 Cortesia do Dr. Stuart Silverman, Brigham and dias de internação. Qual é a explicação mais provável para o
Women’s Hospital. aumento do débito urinário?

A. Apendicite A. Síndrome cerebral perdedora de sal


B. Nefrolitíase B. Diminuição da osmolaridade medular
C. Carcinoma de células renais C. Ativação aumentada do sistema renina-
D. Pielonefrite angiotensina-aldosterona
E. Hematoma retroperitoneal D. Aumento da pressão tubular
E. Diurese pós-obstrutiva
Ver a resposta.
Ver a resposta.

VII-39. Qual das seguintes substâncias é o tipo mais comum de


cálculo renal? VII-42. O paciente da Questão VII-41 corre risco de qual das
seguintes complicações:
A. Cálcio
B. Cisteína A. Eritrocitose
C. Ácido oxálico B. Acidose metabólica hiperclorêmica
D. Estruvita C. Hiperpotassemia
E. Ácido úrico D. Azotemia pré-renal
E. Hipertensão sistêmica
Ver a resposta.
Ver a resposta.

VII-40. Uma mulher de 54 anos de idade com história de câncer


de cólon, submetida à ressecção e quimioterapia há dois anos, é VII-43. Qual é a causa da dor associada à obstrução aguda do
internada após exames laboratoriais de rotina no consultório de trato urinário?
seu médico, mostrando um nível de ureia de 139 mg/dL e
creatinina de 4,5 mg/dL. Queixa-se de fadiga leve e dor lombar
recente, porém sente-se bem nos demais aspectos. Admite o uso A. Natriurese compensatória
recente de anti-inflamatório não esteroide (AINE), porém não B. Diminuição do fluxo sanguíneo medular
tomou mais do que a quantidade recomendada. Além de C. Aumento do fluxo sanguíneo renal
interromper o uso de AINE e evitar as nefrotoxinas, qual dos D. Prostaglandinas vasodilatadoras
seguintes exames deve ser inicialmente solicitado?

Ver a resposta.
A. TC do abdome/pelve com meio de contraste
oral
B. Volume residual pós-miccional da bexiga
C. Urografia retrógrada
D. Ultrassonografia do abdome/rins
independente de outros fatores listados
RESPOSTAS anteriormente. O uso de agentes nefrotóxicos,
incluindo contraste iodado para imagem cardíaca
VII-1. A resposta é E. (Cap. 334) A insuficiência antes da cirurgia, pode aumentar o risco de LRA.
renal aguda isquêmica tem muitas etiologias
potenciais. Os distúrbios microvasculares Voltar à questão.
incluem aumento da vasoconstrição pela
endotelina e outros mediadores, diminuição do
óxido nítrico, vasodilatação mediada por
prostaglandinas ou bradicinina, aumento da lesão
das células endoteliais e células musculares lisas
vasculares e maior adesão dos leucócitos. Os VII-3. A resposta é E. (Cap. 334) Os meios de
fatores tubulares incluem degradação do contraste iodados que são comumente usados em
citoesqueleto, perda da polaridade, apoptose e exames de imagem cardiovasculares e na
necrose, descamação de células viáveis e tomografia computadorizada (TC) constituem
necróticas, obstrução tubular e retrofluxo tubular uma importante causa de LRA. Os mecanismos
(backleak). Os mediadores inflamatórios e subjacentes que levam à lesão renal incluem
vasoativos podem afetar os mecanismos obstrução tubular transitória pelo meio de
fisiopatológicos tanto tubulares quanto contraste, hipoxia na medula renal externa devido
microvasculares. (Ver Figura VII-1) a alterações da microcirculação renal e oclusão de
pequenos vasos, e lesão citotóxica dos túbulos
diretamente ou mediante a geração de radicais
livres pelo meio de contraste. Os fatores de risco
para a nefropatia associada ao uso de meios de
contraste incluem diabetes melito, insuficiência
cardíaca congestiva, doença renal crônica
preexistente e insuficiência renal associada ao
mieloma múltiplo. O nível sérico de creatinina
começa a aumentar dentro de 24 a 48 horas e
alcança um pico em 3 a 5 dias, habitualmente com
regressão dentro de uma semana. O sedimento
urinário é brando, sem cilindros. A excreção
fracionada de sódio está baixa em muitos casos,
particularmente no início, antes que a lesão
FIGURA VII-1 PGE , prostaglandina E . (De JV Bonventre, JM
2 2 tubular seja extensa, devido à origem
Weinberg: J Am Soc Nephrol 14:2199, 2003.) microvascular da lesão. Outros agentes
diagnósticos implicados como causa de LRA
incluem o gadolínio em alta dose usado para
Voltar à questão.
ressonância magnética (RM) e soluções de fosfato
de sódio por via oral utilizadas como laxantes.

Voltar à questão.

VII-2. A resposta é C. (Cap. 334) A lesão renal


aguda (LRA) associada à isquemia é uma
complicação grave no período pós-operatório,
particularmente após cirurgias de grande porte
com perda sanguínea significativa e hipotensão VII-4. A resposta é B. (Cap. 334) A obstrução
intraoperatória. Os procedimentos cirúrgicos pós-renal constitui uma causa importante e
mais comumente associados à LRA incluem potencialmente reversível de LRA. A
cirurgia cardíaca com bypass cardiopulmonar ultrassonografia dos rins classicamente
(particularmente em procedimentos valvares e demonstra hidronefrose bilateral, visto que a
bypass coronariano combinados), intervenções obstrução unilateral não tende a causar perda de
vasculares com clampeamento transversal da função renal, a não ser que exista um único rim
aorta e cirurgias intraperitoneais. A LRA grave funcionante, o indivíduo tenha doença renal
com necessidade de diálise ocorre em cerca de 1% crônica preexistente ou, raramente, ocorra
dos procedimentos cirúrgicos cardíacos e vasospasmo reflexo do rim não obstruído. O
vasculares. O risco de desenvolver LRA grave câncer de colo de útero avançado com invasão do
não foi tão bem estudado após procedimentos sistema urinário ou retroperitônio constitui uma
intraperitoneais de grande porte, mas parece ser causa comum de uropatia obstrutiva. A púrpura
de magnitude comparável. Os fatores de risco trombocitopênica trombótica, o gonococo
comuns para LRA pós-operatória incluem doença disseminado com sepse e a pielonefrite
renal crônica subjacente, idade avançada, constituem causas intrínsecas de insuficiência
diabetes melito, insuficiência cardíaca congestiva renal aguda e não provocarão hidronefrose
e intervenções cirúrgicas de emergência. O sexo bilateral. Nem a nefropatia hipertensiva crônica
não constitui um fator de risco conhecido
tampouco a nefropatia induzida por meios de VII-7. A resposta é A. (Cap. 334) Os anti-
contraste causarão hidronefrose bilateral. inflamatórios não esteroides (AINEs) não alteram
a taxa de filtração glomerular nos indivíduos
normais. Todavia, nos estados de hipoperfusão
Voltar à questão. leve a moderada (como na azotemia pré-renal) ou
na presença de doença renal crônica, a perfusão
glomerular e a fração de filtração são preservadas
por meio de vários mecanismos compensatórios.
Em resposta a uma redução da pressão de
perfusão, os receptores de estiramento nas
VII-5. A resposta é B. (Cap. 334) Os êmbolos de arteríolas aferentes desencadeiam uma cascata de
colesterol representam uma importante causa de eventos que levam à dilatação arteriolar aferente
LRA em pacientes que foram submetidos a e vasoconstrição arteriolar eferente, preservando,
procedimentos cardíacos que podem provocar assim, a fração de filtração glomerular. Esses
ruptura na aterosclerose aórtica e desprender mecanismos são parcialmente mediados pelos
êmbolos de colesterol. O livedo reticular é um vasodilatadores prostaglandina E e prostaciclina.
2
achado comum ao exame físico, e pode-se
Os AINEs podem comprometer a capacidade do
verificar a presença de eosinofilia no sangue
rim de compensar uma baixa pressão de perfusão
periférico. Quando detectada, a eosinofilúria é
ao interferir na síntese local de prostaglandinas e
altamente sugestiva. A outra causa importante de
ao inibir essas respostas protetoras. A obstrução
eosinofilúria é a nefrite intersticial aguda. A
ureteral não é um mecanismo pelo qual os AINEs
presença de cilindros leucocitários sugere nefrite
comprometem a função renal nesse contexto. Os
intersticial, pielonefrite, glomerulonefrite ou
AINEs não são toxinas tubulares proximais.
infiltração maligna do rim. São encontrados
cristais de oxalato de cálcio na intoxicação por
etilenoglicol, e os cilindros granulosos são Voltar à questão.
sugestivos de lesão renal isquêmica aguda
(necrose tubular aguda, glomerulonefrite,
vasculite ou nefrite tubulointersticial).

Voltar à questão. VII-8. A resposta é E. (Cap. 334) O uso ideal de


biomarcadores da LRA como ferramentas de
diagnóstico, terapia e prognóstico constitui uma
área ativa de investigação. Nenhum deles ainda
demonstrou ter alguma utilidade. A ureia e a
creatinina são biomarcadores funcionais da
VII-6. A resposta é E. (Cap. 334) A LRA é um
filtração glomerular, mas não biomarcadores de
indicador de prognóstico sombrio em pacientes na
lesão tecidual e, por essa razão, podem não ser
unidade de terapia intensiva, conforme observado
ideais para o diagnóstico de lesão do parênquima
em múltiplos tipos de unidades de terapia
renal em curso. As elevações da ureia e da
intensiva para muitas condições clínicas.
creatinina também são relativamente lentas após
Infelizmente, o tratamento de pacientes em estado
a ocorrência de lesão renal. A molécula de lesão
crítico com LRA é de suporte, visto que nenhum
renal 1 (KIM-1, kidney injury molecule-1) é uma
tratamento específico demonstrou melhorar os
proteína transmembrana de tipo 1, que está
desfechos. Os agentes que especificamente
expressa abundantemente nas células tubulares
demonstraram não ter nenhum benefício no
proximais lesionadas por isquemia ou
tratamento da lesão tubular aguda incluem
nefrotoxinas, como a cisplatina. A KIM-1 não é
peptídeo natriurético atrial, dopamina em baixas
expressa em quantidades apreciáveis na ausência
doses, antagonistas da endotelina, diuréticos de
de lesão tubular ou nos tecidos extrarrenais. A
alça, bloqueadores dos canais de cálcio,
KIM-1 pode ser detectada na urina pouco depois
bloqueadores dos receptores α-adrenérgicos,
da ocorrência de lesão isquêmica ou nefrotóxica
análogos das prostaglandinas, antioxidantes, fator
e, por conseguinte, pode constituir um
de crescimento semelhante à insulina e anticorpos
biomarcador facilmente testado no ambiente
dirigidos contra moléculas de adesão leucocitária.
clínico. A lipocalina associada à gelatinase
A reposição volêmica é de importância crítica
neutrofílica (NGAL, neutrophil gelatinase-
para assegurar uma perfusão adequada, e os
associated lipocalin; também conhecida como
diuréticos estão apenas indicados para pacientes
lipocalina-2 ou siderocalina) é outro biomarcador
com repleção do estado hídrico e redução do fluxo
novo de LRA. A NGAL foi descoberta pela
urinário.
primeira vez como uma proteína dos grânulos dos
neutrófilos humanos. A NGAL pode ligar-se a
Voltar à questão. complexos de sideróforo-ferro e pode exercer
efeitos protetores teciduais no túbulo proximal. A
NGAL é altamente suprarregulada após a
ocorrência de inflamação e lesão renal e pode ser
detectada no plasma e na urina dentro de 2 horas
após LRA associada a bypass cardiopulmonar.
Outros candidatos a biomarcadores de LRA VII-11. A resposta é A. (Cap. 335) A principal
incluem a interleucina (IL)-18, uma citocina pró- causa de morbidade e mortalidade em pacientes
inflamatória da superfamília da IL-1, que pode com DRC, independentemente do estágio, é a
mediar a lesão isquêmica dos túbulos proximais, doença cardiovascular. A presença de DRC é um
e a proteína de ligação de ácidos graxos do tipo L, importante fator de risco para a cardiopatia
que é expressa em células isquêmicas dos túbulos isquêmica; além dos fatores de risco
proximais e que pode ser renoprotetora em cardiovasculares tradicionais, os pacientes com
virtude de sua ligação a ácidos graxos livres e DRC apresentam outros fatores de risco,
produtos da peroxidação de lipídeos. incluindo anemia, hiperfosfatemia,
hiperparatireoidismo, apneia de sono e
inflamação sistêmica. A hipertrofia ventricular
Voltar à questão. esquerda e a miocardiopatia dilatada também são
observadas com frequência em pacientes com
DCR e estão fortemente associadas à morbidade
e mortalidade cardiovasculares.

VII-9 e VII-10. As respostas são A e D, Voltar à questão.


respectivamente. (Cap. 335) A doença renal
crônica (DRC) abrange um espectro de diferentes
processos fisiopatológicos associados à função
renal anormal e a um declínio progressivo da taxa
de filtração glomerular (TFG). Os estágios da
DRC são estratificados pela TFG estimada e pelo VII-12. A resposta é B. (Cap. 335) A anemia é
grau de albuminúria, de modo a predizer o risco uma consequência comum da DRC e pode ser
de progressão da DRC. Anteriormente, o multifatorial, com etiologias incluindo
estadiamento da DRC era efetuado baseando-se deficiência relativa de eritropoetina, deficiência
apenas na TFG. Entretanto, o risco de de ferro, inflamação crônica, diminuição da
agravamento da função renal está estreitamente sobrevida dos eritrócitos e diátese hemorrágica.
ligado à quantidade de albuminúria, de modo que Vários estudos clínicos de suplementação de
ela foi incorporada na classificação. Observe que, eritropoetina em pacientes com DRC não
embora a idade tenha um impacto sobre a TFG, conseguiram demonstrar uma melhora dos
ela não constitui um critério independente para o desfechos cardiovasculares com esse tratamento.
risco de progressão para a DRC. O estadiamento Na verdade, esses estudos clínicos mostraram
da DRC continua sendo realizado pela TFG. A uma maior incidência de eventos
TFG é de ≥ 90 mL/min/1,73m no estágio I, de 60-
2
tromboembólicos e de acidente vascular
89 mL/min/1,73m no estágio II, de 30-59
2
encefálico em pacientes com diabetes melito tipo
mL/min/1,73m no estágio III, de 15-29
2
2, e com potencial progressão mais rápida para a
mL/min/1,73m no estágio IV e < 15
2
necessidade de diálise. Em virtude desses
mL/min/1,73m no estágio V (ver Figura VII-10).
2
preocupantes achados, o uso da eritropoetina foi
modificado das recomendações anteriores, e a
prática atual consiste em ter como alvo uma
Voltar à questão 9. concentração de hemoglobina de 10 a 11,5 g/dL.

Voltar à questão.

VII-13. A resposta é C. (Cap. 335) Essa paciente


apresenta calcifilaxia. A calcifilaxia
(arteriolopatia urêmica calcificante) é um
distúrbio devastador observado quase
exclusivamente em pacientes com DRC
avançada. Essa condição é indicada pela
ocorrência de livedo reticular, com progressão
para placas de necrose isquêmica, particularmente
nas pernas, nas coxas, no abdome e nas mamas.
FIGURA VII-10 Reproduzida com permissão de Kidney Int Suppl 3:5-
Ao exame patológico, são observados sinais de
14, 2013.
obstrução vascular em associação a uma extensa
calcificação vascular e dos tecidos moles.
Voltar à questão 10. Aparentemente, a incidência desse distúrbio está
aumentando. No princípio, a calcifilaxia era
atribuída a anormalidades graves do controle do
cálcio e do fósforo em pacientes submetidos a
diálise, habitualmente em associação ao
hiperparatireoidismo avançado. Entretanto, mais devem ser avaliados para infecção do acesso e
recentemente, a calcifilaxia tem sido observada bacteremia.
com frequência crescente na ausência de
hiperparatireoidismo grave. Outras etiologias
foram sugeridas, como o uso aumentado de cálcio Voltar à questão.
oral como quelante de fosfato. A varfarina é
comumente utilizada em pacientes em
hemodiálise, e um dos efeitos da terapia com esse
fármaco consiste em diminuir a regeneração da
proteína GLA da matriz dependente de vitamina
K. A proteína GLA é importante na prevenção da VII-16. A resposta é E. (Cap. 336) A principal
calcificação vascular. Por conseguinte, o complicação da diálise peritoneal é a peritonite,
tratamento com varfarina é considerado um fator embora outras complicações incluam infecções
de risco para calcifilaxia, e, se um paciente associadas ao cateter sem peritonite, ganho de
desenvolver essa síndrome, a varfarina deve ser peso, distúrbios metabólicos e uremia residual.
suspensa e substituída por formas alternativas de Em geral, a peritonite resulta de uma falha na
anticoagulação. A bacteremia por Pseudomonas técnica estéril durante o procedimento de troca. A
pode causar ectima gangrenoso, que pode infecção transvisceral a partir do intestino é muito
apresentar uma placa necrótica, tipicamente em menos comum. Devido à grande quantidade de
pacientes com neutropenia. Esta paciente foi dextrose usada no dialisato, existe um ambiente
tratada com oxigênio hiperbárico, tiossulfato propício para o desenvolvimento de infecção
intravenoso e suspensão da varfarina, com bacteriana. Isso pode ser diagnosticado pela
resolução lenta da ulceração. presença > 100/μL leucócitos com > 50% células
polimorfonucleares ao exame microscópico. Os
sintomas mais comuns consistem em dialisato
Voltar à questão. turvo e dor abdominal. As bactérias mais
comumente isoladas são da flora cutânea, como
Staphylococcus. Foi também descrita a ocorrência
de microrganismos Gram-negativos, fungos e
micobactérias. Em uma revisão de Cochrane
(Wiggins KJ et al.: Cochrane Database Syst Rev
VII-14. A resposta é B. (Cap. 336) Os critérios 1:CD005284, 2008), foi concluído que a
comumente aceitos para iniciar a diálise de administração intraperitoneal de antibióticos foi
manutenção incluem a presença de sintomas mais efetiva do que a administração intravenosa,
urêmicos, hiperpotassemia que não responde ao e que o tratamento adjuvante com uroquinase ou
tratamento conservador, expansão persistente do lavagem peritoneal não oferece nenhuma
volume extracelular a despeito do uso de vantagem. A vancomicina intraperitoneal é o
diuréticos, acidose refratária ao tratamento tratamento empírico inicial comum. Nos casos em
clínico, diátese hemorrágica ou depuração de que a peritonite é causada por bacilos Gram-
creatinina ou TFG calculada abaixo de 10 negativos hidrofílicos (p. ex., Pseudomonas spp.)
mL/min/1,73 m . Os níveis de ureia ou de
2
ou leveduras, a terapia antimicrobiana
creatinina isoladamente são inadequados para habitualmente não é suficiente, e a remoção do
iniciar a diálise. cateter é necessária para assegurar a erradicação
completa da infecção.
Voltar à questão.
Voltar à questão.

VII-15. A resposta é E. (Cap. 336) A hipotensão


constitui a complicação mais comum da VII-17. A resposta é C. (Cap. 336) A causa mais
hemodiálise. Existem muitas etiologias potenciais comum de mortalidade em pacientes com doença
da hipotensão, incluindo uso de agentes anti- renal em estágio terminal é a doença
hipertensivos, ultrafiltração excessiva, cardiovascular (acidente vascular encefálico e
comprometimento das respostas vasoativas ou infarto do miocárdio). Embora os mecanismos
autonômicas, comprometimento da reserva subjacentes que promovem essa associação
cardíaca e desequilíbrios osmolares. As causas estejam em investigação vigorosa, acredita-se que
menos comuns incluem reações ao dialisador e os fatores de risco compartilhados de diabetes,
insuficiência cardíaca de alto débito relacionada hipertensão e dislipidemia, além dos riscos
com grandes fístulas arteriovenosas. A específicos, como inflamação aumentada, hiper-
manipulação do tampão do dialisato, alterações homocisteinemia, anemia e alteração da função
no momento apropriado da ultrafiltração e a vascular, desempenhem um importante papel. A
administração de midodrina podem ser usadas diálise ineficaz ou inadequada constitui um risco
para melhorar a tolerância hemodinâmica à para pacientes com acesso vascular difícil ou com
hemodiálise. Os pacientes com hipotensão nova pouca adesão ao tratamento. Os pacientes em
ou inesperada ou durante a diálise estável também hemodiálise correm risco e, com frequência,
desenvolvem complicações neurológicas, massa ventricular esquerda ou a saúde física
hematológicas e infecciosas. Todavia, o maior autorrelatada. Por fim, uma avaliação do registro
risco para a sobrevida desses pacientes é, do U.S. Renal Data System mostrou um aumento
também, a maior causa mais comum de morte na significativo da mortalidade e hospitalização por
população geral. insuficiência cardíaca após intervalos
interdialíticos mais longos que ocorrem durante o
“fim de semana” da diálise.
Voltar à questão.

Voltar à questão.

VII-18. A resposta é B. (Cap. 336) Embora a


dose seja classicamente definida como uma
derivação da depuração fracional de ureia, outros VII-19. A resposta é A. (Cap. 336) A
fatores que também são importantes incluem o concentração de potássio do dialisato é
tamanho do paciente, a função renal residual, a habitualmente de 2,5 mEq/L, mas pode variar
ingestão de proteína, a presença de condições dependendo do nível sérico de potássio antes da
comórbidas e o grau de anabolismo/catabolismo. diálise. Esse paciente pode necessitar de uma
Desde os estudos de referência de Sargent e Gotch menor concentração de potássio do dialisato. A
que relacionaram a mensuração da dose de diálise modulação do sódio é um ajuste do sódio do
utilizando as concentrações de ureia com a dialisato, que pode diminuir a incidência de
morbidade no National Cooperative Dialysis hipotensão no final de uma sessão de diálise. Os
Study, a dose oferecida de diálise tem sido defeitos da aldosterona, se presente,
medida e considerada como uma ferramenta de provavelmente não desempenham um papel nesse
garantia de qualidade e melhora. Embora a paciente, visto que os rins não estão sendo
remoção fracionada do nitrogênio ureico e suas perfundidos. Por conseguinte, a nefrectomia não
derivações sejam consideradas os métodos- tem probabilidade de controlar o potássio. De
padrão pelos quais se mede a “adequação da modo semelhante, como o paciente é
diálise”, um ensaio clínico multicêntrico provavelmente anúrico, os diuréticos de alça não
randomizado de grande porte (o Estudo HEMO) são eficazes para produzir caliurese. Esse
não conseguiu demonstrar uma mudança na taxa paciente não tem nenhuma indicação aprovada
de mortalidade associada a uma grande diferença para o implante de um desfibrilador.
na depuração de ureia. As metas atuais incluem
uma taxa de redução da ureia (a redução
fracionada da ureia sanguínea por sessão de Voltar à questão.
hemodiálise) > 65 a 70% e o produto da
depuração ajustada para água corporal × tempo
(KT/V) acima de 1,2 ou 1,05, dependendo se as
concentrações de ureia estão “equilibradas”. Para
a maioria dos pacientes com doença renal em
estágio terminal, são necessárias entre 9 e 12 VII-20. A resposta é D. (Cap. 337) O transplante
horas de diálise a cada semana, habitualmente de rim tanto de doador cadavérico quanto de
divididas em três sessões iguais. Vários estudos doador vivo é altamente bem-sucedido. Em
sugeriram que sessões de hemodiálise mais comparação com a hemodiálise, existem
longas podem ser benéficas (independentemente vantagens de custo-benefício substanciais para o
da depuração de ureia), embora esses estudos indivíduo e para a sociedade, que estão
sejam confusos, devido a uma variedade de relacionadas com uma redução da morbidade,
características dos pacientes, incluindo tamanho internações subsequentes e mortalidade. Na
do corpo e estado nutricional. A “dose” de atualidade, os enxertos de doadores cadavéricos
hemodiálise deve ser individualizada, e outros apresentam uma sobrevida em um ano de 92%,
fatores, além da ureia, devem ser considerados, enquanto os enxertos de doadores vivos têm uma
incluindo a adequação da ultrafiltração ou sobrevida em um ano de 96%. Embora se tenha
remoção de líquidos e o controle da constatado uma melhora na sobrevida em longo
hiperpotassemia, hiperfosfatemia e acidose prazo, ela não tem sido tão impressionante quanto
metabólica. Um ensaio clínico randomizado a sobrevida em curto prazo, e, hoje, a expectativa
recente (o Frequent Hemodialysis Network Trial) de vida “média” de um enxerto de doador vivo
demonstrou um melhor controle da hipertensão e situa-se em torno de 20 anos, enquanto a de um
da hiperfosfatemia, redução da massa ventricular enxerto de doador cadavérico é de quase 14 anos.
esquerda e melhora da saúde física autorrelatada Quando parentes de primeiro grau são doadores,
com hemodiálise seis vezes por semana, quando as taxas de sobrevida do enxerto são 5 a 7% mais
comparada com a terapia habitual de três vezes altas que as de enxertos de doadores cadavéricos
por semana. Um ensaio clínico associado, em que dentro de um ano. Essa diferença persiste por até
a hemodiálise noturna frequente foi comparada 10 anos. A perda do transplante renal devido à
com a hemodiálise convencional em domicílio rejeição aguda é rara. Na maioria dos casos, os
não mostrou qualquer efeito significativo sobre a aloenxertos sucumbem em taxas variáveis a um
processo crônico, que consiste em fibrose
intersticial, atrofia tubular, vasculopatia e rastreamento apropriado da compatibilidade
glomerulopatia, cuja patogenia ainda não está ABO do candidato e prova cruzada citotóxica
totalmente elucidada. Existem poucas direta do soro do candidato com linfócitos do
complicações relatadas para os doadores, doador (ver Quadro VII-21).
particularmente na ausência de hipertensão ou de
diabetes melito. Para doadores cadavéricos, a
idade mais avançada e a presença de lesão renal
preexistente ou isquemia prolongada diminuem a
longevidade do enxerto (ver Quadro VII-20).

Voltar à questão.
a
Os rins podem ser utilizados para transplante nas categorias II a V, porém são comumente usados
apenas nas categorias III e IV. Não foi constatado se a sobrevida desses rins é inferior àquela de rins
de doadores cadavéricos.
Nota: Os rins podem ser tanto de DCE quanto de DMC. Foi constatado que os rins de DCE
apresentam uma sobrevida mais precária, e existe uma lista de espera mais curta separada para rins
de DCE. Em geral, são utilizados para pacientes nos quais os benefícios de um transplante mais
VII-21. A resposta é E. (Cap. 337) O número de precoce superam os riscos associados ao uso de um rim de DCE.

pacientes com doença renal em estágio terminal


tem aumentado a cada ano e é sempre maior do
Voltar à questão.
que o número de doadores disponíveis. À medida
que o número de pacientes com doença renal em
estágio terminal aumenta, a demanda de
transplantes de rins continua crescendo. Em 2011,
havia 55.371 candidatos adultos ativos na lista de
espera, e menos de 18 mil pacientes receberam VII-22. A resposta é B. (Cap. 338) Existe uma
transplante. Esse desequilíbrio está fadado a se ampla variedade de doenças que podem causar
agravar nos próximos anos com o aumento lesão glomerular, desde condições genéticas,
esperado nas taxas de obesidade e diabetes no como mutação TRPC6, causando disfunção dos
mundo inteiro. Em uma tentativa de aumentar a canais de cátions e glomerulosclerose segmentar
utilização dos rins de doadores cadavéricos e e focal, até estresse glomerular por hipertensão
reduzir as taxas de descarte de órgãos, foram sistêmica e/ou diabetes melito. As doenças
desenvolvidos critérios para uso dos inflamatórias, como a nefrite lúpica, a
denominados rins de doadores com critérios granulomatose de Wegener e a glomerulonefrite
expandidos (DCE) e rins de doadores após morte pós-estreptocócica, também podem causar
cardíaca (DMC). Os rins de DCE são doença glomerular. A síndrome de Fanconi é uma
habitualmente utilizados em pacientes idosos, nos doença clássica de disfunção tubular associada
quais se espera uma resposta bem menos com aminoacidúria, acidose tubular renal tipo 2 e
satisfatória com diálise. Com 1 ano, a sobrevida raquitismo, mas não doença glomerular.
do enxerto é maior para receptores de doadores
vivos, mais provavelmente devido ao fato de que
esses enxertos não estão sujeitos a tanta lesão Voltar à questão.
isquêmica. Entretanto, com 5 e 10 anos, observa-
se um declínio mais acentuado na sobrevida dos
pacientes com rins de doadores cadavéricos.
Entre as poucas contraindicações imunológicas
absolutas para a realização de transplante,
destaca-se a presença de anticorpos dirigidos VII-23. A resposta é C. (Cap. 338) A
contra o rim do doador por ocasião do transplante característica fundamental da doença renal
programado, passíveis de causar rejeição glomerular consiste em hematúria microscópica e
hiperaguda. Esses anticorpos prejudiciais incluem proteinúria. A nefropatia por imunoglobulina A
anticorpos naturais contra os antígenos do grupo (IgA) e doença falciforme constituem a exceção,
sanguíneo ABO e anticorpos contra os antígenos visto que pode ocorrer hematúria macroscópica.
leucocitários humanos (HLA) da classe I (A, B, A proteinúria pode ser maciça (> 3 g/24 h) ou
C) ou da classe II (DR). Esses anticorpos são menos pronunciada, com microalbuminúria (30 a
rotineiramente excluídos por meio de 300 mg/24 h), dependendo da doença subjacente
ou do local da lesão imune. Os pacientes com Granulomatose com poliangeíte (de Wegener)
glomerulonefrite pós-estreptocócica Poliangeíte microscópica
frequentemente apresentam piúria, porém não se
Síndrome de Churg-Strauss
espera que as culturas sejam positivas, visto que a
infecção é habitualmente da pele ou das mucosas, Púrpura de Henoch-Schönlein a

e a lesão renal é desencadeada pela reação imune Crioglobulinemia a

(ver Quadro VII-23). Amiloidose AL e AA


QUADRO VII-23 PADRÕES DE GLOMERULONEFRITE CLÍNICA Síndromes associadas a doenças infecciosas

Síndromes glomerulares Glomerulonefrite pós-estreptocócica a


Proteinúria

Síndromes nefríticas agudas Endocardite bacteriana subaguda a

Glomerulonefrite pós-estreptocócica a HIV +/++

Endocardite bacteriana subaguda a Hepatites B e C +/++

Nefrite lúpica a Sífilis +/++

Doença de antimembrana basal glomerular a Hanseníase ++

Nefropatia por IgA a Malária +/++

Vasculite de pequenos vasos induzida por ANCA a Esquistossomose


a
Pode manifestar-se como glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP); às vezes denominada glomerulonefr
Granulomatose com poliangeíte (de Wegener) b
+/++
Pode manifestar-se como crise hipertensiva maligna que produz necrose fibrinoide agressiva nas arteríolas e pequ
c
Poliangeíte microscópica Pode manifestar-se com hematúria macroscópica. +/++
Abreviações: AA, amiloide A; AL, amiloide L; ANCA, anticorpos anticitoplasma de neutrófilo; MBG, membrana
Síndrome de Churg-Strauss +/++

Púrpura de Henoch-Schönlein a
+/++

Crioglobulinemia a
Voltar à questão. +/++

Glomerulonefrite membranoproliferativa a
++

Glomerulonefrite mesangioproliferativa +

Síndromes pulmonares renais

Síndrome de Goodpasture a
++
VII-24. A resposta é A. (Cap. 338) A
Vasculite de pequenos vasos induzida por ANCA a

glomerulosclerose segmentar focal (GESF)


Granulomatose com poliangeíte (de Wegener) refere-se a um padrão de lesão renal caracterizado
+/++

Poliangeíte microscópica por cicatrizes glomerulares segmentares +/++ que


acometem alguns glomérulos, mas não todos. Os
Síndrome de Churg-Strauss +/++
achados clínicos da GESF manifestam-se, em
Púrpura de Henoch-Schönlein a

grande parte, como proteinúria. Quando as+/++causas


Crioglobulinemia a
secundárias de GESF são eliminadas, os pacientes
+/++

Síndromes nefróticas
restantes são considerados como portadores de
GESF primária. As causas secundárias de GESF
Doença por lesões mínimas ++++
incluem infecção viral (vírus da imunodeficiência
Glomerulosclerose segmentar focal humana (HIV), hepatite B, parvovírus), +++/++++

Glomerulonefrite membranosa
nefropatia hipertensiva, nefropatia de refluxo,
++++
êmbolos de colesterol, substâncias e fármacos
Nefropatia diabética ++/++++
(heroína, analgésicos, pamidronato),
Amiloidose AL e AA oligomeganefronia, disgenesia renal, síndrome de
+++/++++

Doença de depósito de cadeias leves Alport, doença falciforme, linfoma, nefrite+++ por

Doença fibrilar-imunotactoide
irradiação e várias podocitopatias familiares. A
+++/++++
incidência da GESF está aumentando e representa
Doença de Fabry +
agora até um terço dos casos de síndrome
Síndromes da membrana basal nefrótica em adultos e metade dos casos dessa
Doença anti-MBG a síndrome em afro-americanos, nos quais ++
é
observada com mais frequência. A GESF pode se
Síndrome de Alport ++
manifestar com hematúria, hipertensão, qualquer
Doença da membrana basal fina nível de proteinúria ou insuficiência renal.
+ A
Síndrome de unha-patela proteinúria na faixa nefrótica, a raça++/+++ afro-
Síndromes vasculares glomerulares
americana e a insuficiência renal estão associadas
a um prognóstico sombrio, e 50% dos pacientes
Nefropatia aterosclerótica evoluem para a insuficiência renal em 6 a+8 anos.
Nefropatia hipertensiva b
A GESF raramente sofre remissão espontânea,+/++

Êmbolos de colesterol
porém a remissão da proteinúria induzida +/++
pelo
tratamento melhora de modo significativo o
Doença falciforme +/++
prognóstico. O tratamento dos pacientes com
Microangiopatias trombóticas GESF primária deve incluir inibidores do ++sistema
Síndrome antifosfolipídeo renina-angiotensina. O tratamento da ++GESF
secundária tipicamente envolve a terapia da causa
Vasculite de pequenos vasos induzida por ANCA a

subjacente e o controle da proteinúria. Os


esteroides ou outros agentes imunossupressores sem depósitos imunes na microscopia eletrônica.
não desempenham nenhum papel na GESF Com frequência, são observadas alterações
secundária. A nefrosclerose hipertensiva exibe vasculares proeminentes com arteriosclerose
alterações vasculares mais proeminentes e hialina e hipertensiva. Isso está associado a graus
glomérulos irregulares, isquêmicos e totalmente variáveis de glomerulosclerose crônica e
esclerosados. Além disso, a nefrosclerose alterações tubulointersticiais. As biópsias renais
raramente está associada a uma proteinúria na de pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 são, em
faixa nefrótica. A doença por lesões mínimas está grande parte, indistinguíveis. Muitas linhas de
habitualmente associada a edema sintomático e a evidências sustentam um papel importante da
glomérulos de aparência normal, conforme elevação da pressão capilar glomerular
demonstrado à microscopia óptica. A (hipertensão intraglomerular) nas alterações da
apresentação dessa paciente é compatível com estrutura e função renais. A história natural da
nefropatia membranosa, entretanto a biópsia não. nefropatia diabética em pacientes com diabetes
Na nefrite glomerular membranosa, todos os tipo 1 ou 2 é semelhante. Entretanto, como o
glomérulos estão uniformemente afetados, com início do diabetes 1 é prontamente identificável, o
depósitos densos subepiteliais. Não se verifica a que não ocorre com o início do diabetes tipo 2,
presença de características de glomerulonefrite um paciente recém-diagnosticado com diabetes
em crescente. tipo 2 pode apresentar nefropatia diabética
O padrão característico de cicatrizes avançada. No início do diabetes, observa-se a
glomerulares focais (que não acometem todos os presença de hipertrofia renal e hiperfiltração
glomérulos) e segmentares (que não acometem o glomerular. O grau de hiperfiltração glomerular
glomérulo inteiro) é mostrado na figura. A correlaciona-se ao risco subsequente de
história e os valores laboratoriais também são nefropatia clinicamente significativa. Em cerca
compatíveis com essa lesão: alguma hipertensão dos 40% dos pacientes com diabetes que
associada, diminuição na depuração da creatinina desenvolvem nefropatia diabética, a manifestação
e sedimento urinário relativamente inativo. A mais precoce consiste em aumento da
“nefropatia da obesidade” pode estar associada a albuminúria, que é detectado por meio de
essa lesão secundária à hiperfiltração; essa radioimunoensaio sensível. A albuminúria na
condição pode ter mais tendência a ocorrer em faixa de 30 a 300 mg/24 h é denominada
pacientes obesos com hipoxemia, apneia microalbuminúria. A microalbuminúria aparece
obstrutiva do sono e insuficiência cardíaca direita. dentro de 5 a 10 anos após o início do diabetes.
Atualmente, recomenda-se testar os pacientes
com doença tipo 1 para microalbuminúria dentro
Voltar à questão. de cinco anos após o diagnóstico de diabetes e
todos os anos daí em diante, e, tendo em vista que
a época de início do diabetes tipo 2
frequentemente não é conhecida, testar os
pacientes com tipo 2 por ocasião do diagnóstico
de diabetes e todos os anos daí em diante.
VII-25. A resposta é D. (Cap. 338) A nefropatia A microalbuminúria é um poderoso fator de
diabética é a causa isolada mais comum de risco para eventos cardiovasculares e morte em
insuficiência renal crônica nos Estados Unidos, pacientes com diabetes tipo 2. A proteinúria na
sendo responsável por 45% dos pacientes que nefropatia diabética franca pode ser variável,
recebem terapia de substituição renal, além de ser oscilando de 500 mg a 25 g/24 h e, com
um problema que cresce rapidamente no mundo frequência, está associada a uma síndrome
inteiro. Cerca de 40% dos pacientes com diabetes nefrótica. Além disso, de maneira característica,
de tipo 1 ou tipo 2 desenvolvem nefropatia; os pacientes com nefropatia diabética avançada
entretanto, devido à maior prevalência do possuem rins de tamanhos normais ou
diabetes tipo 2 (90%) em comparação com o tipo aumentados, diferentemente de outras doenças
1 (10%), a maioria dos pacientes com nefropatia glomerulares, em que o tamanho dos rins está
diabética apresenta doença tipo 2. As lesões habitualmente diminuído. Após o início da
renais são mais comuns nas populações afro- proteinúria, a função renal declina de modo
americanas, americanas nativas, polinésias e inexorável, e 50% dos pacientes evoluem para a
maori. Os fatores de risco para o desenvolvimento insuficiência renal no decorrer de outros 5 a 10
de nefropatia diabética incluem hiperglicemia, anos; por conseguinte, desde os estágios mais
hipertensão, dislipidemia, tabagismo, história precoces da microalbuminúria, é habitualmente
familiar de nefropatia diabética e polimorfismos necessário um período de 10 a 20 anos para
gênicos que afetam a atividade do eixo renina- alcançar o estágio de doença renal terminal.
angiotensina-aldosterona. O espessamento da Entretanto, após o aparecimento da insuficiência
membrana basal glomerular constitui um renal, a sobrevida em diálise é mais curta para os
indicador sensível da presença de diabetes, porém pacientes com diabetes, em comparação com
exibe pouca correlação com a presença ou outros pacientes submetidos à diálise. Existem
ausência de nefropatia clinicamente significativa. boas evidências que sustentam os benefícios do
Com frequência, a microscopia por controle da glicemia e da pressão arterial, bem
imunofluorescência revela a deposição como da inibição do sistema renina-angiotensina
inespecífica de IgG (algumas vezes seguindo um para retardar a progressão da nefropatia diabética.
padrão linear) ou a coloração do complemento Em pacientes com diabetes tipo 1, o controle
intensivo do nível de glicemia impede claramente hemorragia subaracnóidea ou cerebral. A
o desenvolvimento ou a progressão da nefropatia hemorragia tende a ocorrer antes dos 50 anos em
diabética. As evidências quanto ao benefício do pacientes com história familiar de hemorragia
controle intensivo da glicemia em pacientes com intracraniana, em indivíduos com história pessoal
diabetes tipo 2 são menos definidas, e os estudos de hemorragia intracraniana, com aneurismas
atuais relatam resultados divergentes. O controle com > 10 mm ou em pacientes com hipertensão
da pressão arterial sistêmica diminui os eventos descontrolada.
adversos renais e cardiovasculares nessa
população de alto risco. Os fármacos que inibem
o sistema renina-angiotensina, Voltar à questão.
independentemente de seus efeitos sobre a
pressão arterial sistêmica, demonstraram, em
numerosos ensaios clínicos de grande porte,
retardar a velocidade de progressão da nefropatia
diabética nos estágios inicial (microalbuminúria)
e tardio (proteinúria com redução da filtração VII-28. A resposta é C. (Caps. 66 e 339) O
glomerular), independentemente de qualquer paciente apresenta hipopotassemia e alcalose
efeito que possam exercer sobre a pressão arterial metabólica hipoclorêmica na ausência de
sistêmica. Os pacientes com diabetes tipo 1 há hipertensão. Isso é mais comumente devido a
cinco anos que desenvolvem albuminúria ou vômitos sub-reptícios ou abuso de diuréticos,
declínio da função renal devem ser tratados com porém neste caso o rastreamento da urina para
inibidores da enzima conversora de angiotensina diuréticos foi negativo. Em pacientes com
(ECA). Os pacientes com diabetes tipo 2 e vômitos sub-reptícios, os níveis urinários de
microalbuminúria ou proteinúria podem ser cloreto estão baixos para preservar o volume
tratados com inibidores da ECA ou com intravascular, o que não é o caso desse paciente.
bloqueador do receptor de angiotensina (BRA). Os pacientes com síndrome de Bartter e síndrome
As evidências sugerem um risco aumentado de de Gitelman apresentam hipopotassemia e
eventos cardiovasculares adversos em alguns alcalose metabólica hipoclorêmica com níveis
pacientes tratados com uma associação de dois urinários inapropriadamente elevados de cloreto.
fármacos (inibidores da ECA, BRA, inibidores da A síndrome de Gitelman é menos grave e
renina ou antagonistas da aldosterona) que manifesta-se mais tarde na vida do que a síndrome
suprimem vários componentes do sistema renina- de Bartter, que é comumente observada na
angiotensina. infância, devido ao retardo de crescimento. Além
disso, pacientes com síndrome de Gitelman têm
fadiga e cãibras musculares mais proeminente. A
Voltar à questão. maioria das formas de síndrome de Bartter
também inclui hipomagnesemia associada e
hipocalciúria. Os pacientes com pseudo-
hipoaldosteronismo tipo 1 apresentam grave
perda renal de sal e hiperpotassemia. A síndrome
de Liddle manifesta-se com excesso aparente de
VII-26. A resposta é E. (Cap. 339) A doença aldosterona, com hipertensão grave,
renal policística autossômica dominante é um hipopotassemia e alcalose metabólica.
distúrbio genético comum responsável por até 4%
dos casos de doença renal em estágio terminal
diagnosticados nos EUA. Embora as Voltar à questão.
manifestações mais comuns dessa doença
consistam em cistos renais, hematúria, infecção
do trato urinário e, em certas ocasiões,
nefrolitíase, existem várias manifestações
extrarrenais comuns, incluindo aneurisma
intracraniano, dilatação da raiz e do anel aórticos, VII-29. A resposta é B. (Caps. 63 e 340) Esse
cardiopatia valvar, incluindo insuficiência aórtica paciente apresenta acidose metabólica com anion
e prolapso da valva mitral, cistos hepáticos, gap normal (anion gap, 12). O anion gap urinário
hérnias e divertículos colônicos com alta calculado (Na + K – Cl ) é +3; por conseguinte,
+ + –

propensão à perfuração. a acidose não tem probabilidade de ser causada


pela perda gastrintestinal de bicarbonato. Nesse
paciente, o diagnóstico é de acidose tubular renal
Voltar à questão. (ATR) tipo I ou ATR distal. Trata-se de um
distúrbio em que o néfron distal não consegue
reduzir normalmente o pH. O distúrbio está
associado a um pH urinário > 5,5, hipopotassemia
e ausência de bicarbonatúria. A síndrome de
Sjögren é uma das doenças autoimunes (junto
VII-27. A resposta é E. (Cap. 339) Em com o lúpus eritematoso sistêmico, a nefrite
comparação com a população geral, os pacientes intersticial granulomatosa, a doença sistêmica
com doença renal policística autossômica relacionada com IgG4 e a nefrite intersticial
dominante correm um risco 2 a 4 vezes maior de autoimune idiopática) que pode estar associada à
nefrite intersticial aguda e disfunção tubular. A gradualmente progressiva ou fibrose na biópsia, o
ATR tipo I associada à síndrome de Sjögren pode benefício é menos evidente. Além disso, a
estar associada a cálculos de fosfato de cálcio e recuperação da nefrite intersticial alérgica pode
nefrocalcinose. A ATR tipo II ou ATR proximal ser acelerada por meio de tratamento com
inclui um pH < 5,5, hipopotassemia, anion gap glicocorticoides, porém não demonstrou melhorar
urinário positivo, bicarbonatúria, hipofosfatemia a recuperação renal em longo prazo. A nefrite
e hipercalciúria. Essa condição resulta da intersticial pós-infecciosa tem sido associada a
reabsorção deficiente de bicarbonato. A ATR tipo muitos patógenos bacterianos e virais, porém
III é rara e é mais comumente observada em geralmente regride com o tratamento da condição
crianças. A ATR tipo IV também é designada subjacente.
como ATR distal hiperpotassêmica. O
hipoaldosteronismo hiporreninêmico constitui a
causa mais comum de ATR tipo IV e está
habitualmente associado a nefropatia diabética.

Voltar à questão.

VII-30. A resposta é D. (Caps 63 e 340) É


preciso excluir o uso de diuréticos em qualquer
paciente com hipopotassemia. Os diuréticos ou a
hipopotassemia crônica podem causar nefrite
intersticial aguda com lesão tubular. Essa
paciente apresenta múltiplos sinais de alerta de
uso desses agentes para alterar seu peso, incluindo
idade, sexo feminino e participação em esportes
competitivos. O índice de massa corporal está
baixo, e o exame oral pode sugerir vômitos
crônicos. Os vômitos crônicos podem estar
associados a baixos níveis urinários de cloreto.
Uma vez excluídos o uso de diuréticos e os Voltar à questão.
vômitos, o diagnóstico diferencial de
hipopotassemia e alcalose metabólica inclui
deficiência de magnésio, síndrome de Liddle,
síndrome de Bartter e síndrome de Gitelman. A
síndrome de Liddle está associada à hipertensão e
a níveis indetectáveis de aldosterona e renina. VII-32. A resposta é E. (Cap. 340) A nefrite
Trata-se de um distúrbio autossômico dominante intersticial alérgica constitui uma causa comum
raro. A síndrome de Bartter clássica tem uma de insuficiência renal aguda inexplicada. Em
apresentação semelhante àquela dessa paciente. geral, trata-se de um diagnóstico clínico com
Pode incluir também poliúria e noctúria, devido insuficiência renal aguda no contexto de
ao diabetes insípido induzido por hipopotassemia. exposição a um agente potencialmente agressor
A síndrome de Gitelman pode ser diferenciada da (com frequência, AINEs, antibióticos,
síndrome de Bartter pela hipomagnesemia e anticonvulsivantes, inibidores da bomba de
hipocalciúria. prótons) e melhora da função renal com a
suspensão do agente. A eosinofilia periférica
sustenta o diagnóstico, porém raramente está
Voltar à questão. presente. Com frequência, o exame microscópico
da urina revela cilindros leucocitários e
hematúria, entretanto esses achados são
inespecíficos. Os eosinófilos na urina não são
sensíveis nem específicos da nefrite intersticial
alérgica. Em geral, a biópsia renal não é
VII-31. A resposta é A. (Cap. 340) A nefrite necessária, mas pode revelar uma extensa
intersticial aguda constitui uma causa comum de infiltração tubulointersticial de leucócitos,
disfunção renal tanto aguda quanto crônica. incluindo eosinófilos. A interrupção do agente
Muitas causas de nefrite intersticial são tratadas agressor frequentemente leva à reversão da lesão
com sucesso com glicocorticoides, produzindo renal. Entretanto, dependendo da duração da
uma melhor taxa de recuperação renal em longo exposição e do grau de atrofia tubular e fibrose
prazo, incluindo síndrome de Sjögren, sarcoidose, intersticial que já tenham ocorrido, a lesão renal
lúpus eritematoso sistêmico, nefrite pode não ser totalmente reversível. A terapia com
tubulointersticial do adulto com uveíte e nefrite glicocorticoides pode acelerar a recuperação
intersticial granulomatosa idiopática ou de outro renal, mas não parece ter impacto sobre a
tipo (Quadro VII-31). Em pacientes com doença sobrevida renal em longo prazo. É mais bem
reservada para pacientes com insuficiência renal que a SHU tipicamente acomete crianças de
grave, em que a necessidade de diálise é iminente, pouca idade, enquanto a PTT é mais comum em
ou quando a função renal continua deteriorando, pessoas de meia-idade. Além disso, a SHU é
apesar da interrupção do fármaco agressor. geralmente desencadeada por uma doença
diarreica, que é muito menos comum na PTT. Em
nível molecular, a metaloprotease ADAMTS13
Voltar à questão. específica do fator de von Willebrand geralmente
tem sua atividade baixa ou ausente na PTT. O
desenvolvimento da SHU tende a ser estimulado
por toxinas bacterianas, como a toxina shiga ou
semelhante à shiga, frequentemente de
Escherichia coli 0157:H7. Como a PTT está
VII-33. A resposta é D. (Cap. 340) A biópsia associada a baixos níveis de proteína que podem
revela numerosos túbulos atróficos preenchidos decorrer de autoanticorpos, a plasmaférese tem o
com cilindros eosinofílicos circundados por duplo propósito de remover os anticorpos
reação de células gigantes. Esse achado é aberrantes e normalizar os níveis de proteína.
diagnóstico de nefropatia por cilindros de cadeias Com tratamento adequado, a taxa de mortalidade
leves devido ao mieloma. Os cilindros de um mês é de aproximadamente 20%. A taxa de
eosinofílicos consistem em proteínas de Bence- mortalidade para a doença sem tratamento
Jones filtradas que formam agregados nos aproxima-se de 90%, principalmente por
túbulos. Os pacientes com mieloma múltiplo trombose microvascular e falência múltipla de
podem desenvolver insuficiência renal aguda na órgãos.
presença de hipovolemia, infecção ou
hipercalcemia, ou após exposição a AINEs ou a
meios de contraste radiográficos. O diagnóstico Voltar à questão.
de nefropatia por cilindros de cadeias leves
(NCCL), comumente conhecido como rim do
mieloma, deve ser considerado em pacientes que
não conseguem se recuperar quando o fator
precipitante é corrigido, ou em qualquer paciente
idoso com insuficiência renal aguda sem outra VII-35. A resposta é C. (Cap. 341) Ocorre
explicação. As cadeias leves monoclonais trombose da veia renal em 10 a 15% dos pacientes
filtradas também podem causar manifestações com síndrome nefrótica que acompanha a
renais menos pronunciadas na ausência de glomerulopatia membranosa e doença
obstrução, devido à toxicidade direta para as oncológica. As manifestações clínicas podem ser
células tubulares proximais e formação de cristais variáveis, mas podem se caracterizar por febre,
intracelulares. Isso pode resultar em distúrbios hipersensibilidade lombar, leucocitose e
tubulares isolados, como acidose tubular renal ou hematúria. A venografia com ressonância
síndrome de Fanconi completa. O tratamento tem magnética constitui o exame de imagem não
o objetivo de corrigir os fatores precipitantes, invasivo mais sensível e específico para o
como hipovolemia e hipercalcemia, interromper diagnóstico de trombose da veia renal. A
os agentes nefrotóxicos potenciais e tratar a ultrassonografia com Doppler é operador-
discrasia de plasmócitos subjacente. A dependente e, portanto, é menos sensível. A
plasmaférese para remover as cadeias leves tem venografia com contraste constitui padrão-ouro
valor questionável na NCCL. para o diagnóstico, porém expõe o paciente a um
procedimento mais invasivo e a uma carga de
contraste. O rastreamento com medicina nuclear
Voltar à questão. não é efetuado para estabelecer esse diagnóstico.

Voltar à questão.

VII-34. A resposta é A. (Cap. 341) A paciente


apresenta a pêntade clássica da púrpura
trombocitopênica trombótica (PTT), que consiste
em febre, achados neurológicos, insuficiência VII-36. A resposta é A. (Cap. 341) A síndrome
renal, anemia hemolítica e trombocitopenia. Essa HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas e
condição é mais comum em mulheres do que em plaquetas baixas) é uma complicação perigosa da
homens e também em negros do que em brancos. gravidez, associada a lesão microvascular. Essa
Pode ser desencadeada por diversos fatores, síndrome, que ocorre em 0,2 a 0,9% de todas as
incluindo gravidez, infecção, cirurgia e gestações e em 10 a 20% das mulheres com pré-
pancreatite. Vários fármacos foram implicados na eclâmpsia grave, apresenta uma taxa de
patogenia da PTT, como agentes mortalidade de 7,4 a 34%. Desenvolve-se mais
imunossupressores, agentes quimioterápicos e comumente no terceiro trimestre, 10% dos casos
fármacos antiplaquetários. A PTT pode ser ocorrem antes de 27 semanas de gestação, e 30%,
diferenciada da síndrome hemolítico-urêmica depois do parto. Embora exista uma forte
(SHU) pelas características demográficas, visto associação entre a síndrome HELLP e a pré-
eclâmpsia, quase 20% dos casos não são uma confirmação radiográfica para tratar os
precedidos de pré-eclâmpsia reconhecida. Os sintomas. O diagnóstico é confirmado por um
fatores de risco incluem placentação anormal, exame de imagem apropriado, de preferência TC
história familiar e níveis elevados de mRNA fetal helicoidal, que é altamente sensível, possibilita a
para o FLT1 (receptor do fator de crescimento visualização de cálculos de ácido úrico
endotelial vascular 1) e endoglina. Os pacientes (tradicionalmente considerados
com síndrome HELLP apresentam níveis mais “radiotransparentes”) e é capaz de evitar o uso de
elevados de marcadores inflamatórios (proteína radiocontraste. A TC helicoidal detecta cálculos
C-reativa, IL-1Ra e IL-6) e HLA-DR solúvel do pequenos, de apenas 1 mm, que podem passar
que pacientes com pré-eclâmpsia isoladamente. despercebidos por outras modalidades de
Ocorre insuficiência renal em metade das imagem. Tipicamente, a TC helicoidal revela a
pacientes com síndrome HELLP, embora a presença de cálculo ureteral ou evidência de
etiologia não esteja bem esclarecida. Embora a passagem recente (p. ex., retenção de gordura
insuficiência renal seja comum, o órgão que perinéfrica ou hidronefrose), enquanto uma
define essa síndrome é o fígado. Hematomas radiografia simples de abdome
subcapsulares hepáticos algumas vezes produzem (rim/ureter/bexiga) pode não detectar a presença
ruptura espontânea do fígado e podem ser de cálculo no ureter ou no rim, mesmo se for
potencialmente fatais. As complicações radiopaco, e não fornece informações sobre uma
neurológicas, como infarto cerebral, hemorragia possível obstrução. A ultrassonografia do abdome
cerebral e do tronco encefálico e edema cerebral, oferece a vantagem de evitar a radiação e fornece
constituem outras complicações potencialmente informações sobre a presença de hidronefrose,
fatais. A síndrome HELLP compartilha muitas porém não é tão sensível quanto a TC e
características com a SHU atípica (SHUa) e a proporciona apenas imagens dos rins e,
PTT. O diagnóstico de síndrome HELLP é possivelmente, do segmento proximal do ureter;
complicado pelo fato de que a SHUa e a PTT por conseguinte, a maioria dos cálculos ureterais
também podem ser desencadeadas pela gravidez. não é detectada pela ultrassonografia. A
Os níveis séricos de atividade da ADAMTS13 intervenção urológica, como a cistoscopia, deve
estão reduzidos (em 30 a 60%) na síndrome ser adiada, a não ser que existam evidências de
HELLP, porém não alcançam os baixos níveis infecção do trato urinário (ITU), baixa
observados na PTT (< 5%). Outros marcadores, probabilidade de passagem espontânea do cálculo
como a antitrombina III (que está diminuída na (p. ex., cálculo de ≥ 6 mm ou presença de
síndrome HELLP, mas não na PTT) e os dímeros- anormalidade anatômica) ou dor refratária. Pode-
D (elevados na síndrome HELLP, mas não na se colocar um stent ureteral por meio de
PTT), também podem ser úteis. A síndrome cistoscópio, porém esse procedimento
HELLP habitualmente sofre resolução tipicamente exige anestesia geral, e o stent pode
espontânea após o parto, embora ocorram alguns ser bastante desconfortável, podendo provocar
casos de HELLP nesse período. Os hematúria macroscópica e aumentar o risco de
glicocorticoides podem diminuir os marcadores ITU. Muitos pacientes que apresentam o seu
inflamatórios, embora dois ensaios clínicos primeiro episódio de cólica procuram assistência
controlados e randomizados não tenham médica de emergência. Ensaios clínicos
demonstrado muito benefício. Deve-se considerar randomizados demonstraram que os AINEs
a plasmaférese se a hemólise for refratária aos administrados por via parenteral (como
glicocorticoides e/ou ao parto, particularmente se cetorolaco) são tão efetivos quanto os opioides no
não foi descartada a possibilidade de PTT. alívio dos sintomas e apresentam menos efeitos
colaterais. A administração excessiva de líquido
não demonstrou ser benéfica; por conseguinte, o
Voltar à questão. objetivo é manter a euvolemia. O uso de um α-
bloqueador pode aumentar a taxa de passagem
espontânea do cálculo.

Voltar à questão 37.


VII-37 e VII-38. As respostas são D e B,
respectivamente. (Cap. 342) Esse paciente tem
uma apresentação clínica, laboratorial e Voltar à questão 38.
radiológica típica de nefrolitíase. A TC revela um
cálculo de 10 mm que causa obstrução na parte
distal do ureter esquerdo, em nível de S1, bem
como outro cálculo de 6 mm na região interpolar
do rim esquerdo. Há também hidronefrose
esquerda e retenção da gordura perinéfrica. VII-39. A resposta é A. (Cap. 342) É
Atualmente, não existem diretrizes baseadas em clinicamente importante identificar o tipo de
evidências e amplamente aceitas para avaliação e cálculo, que fornece informações para o
tratamento da nefrolitíase. Com frequência, o prognóstico e a escolha do esquema preventivo
diagnóstico é estabelecido com base na história, ideal. Os cálculos de cálcio representam 75 a 85%
no exame físico e no exame de urina. Por de todos os cálculos renais. Embora sejam mais
conseguinte, pode não ser necessário aguardar comumente causados por hipercalciúria
idiopática, a hipocitratúria, a hiperuricosúria e o
hiperparatireoidismo primário também cranioencefálico recente nem foi submetido a
constituem causas. Os cálculos de ácido úrico procedimento neurocirúrgico e não tem
constituem o segundo tipo de cálculo mais probabilidade de apresentar síndrome cerebral
comum, seguido dos cálculos de cisteína e perdedora de sal. A atividade aumentada do
estruvita. O ácido oxálico não forma cálculos sem sistema renina-angiotensina-aldosterona está
se complexar com um cátion positivo, como associada a uma obstrução crônica não aliviada.
cálcio. Os cálculos de estruvita são precipitados Os pacientes com diurese pós-obstrutiva
por infecções bacterianas, como Proteus, que apresentam risco de depleção de volume, com
promovem a conversão da ureia em amônio, possível desenvolvimento de azotemia pré-renal e
elevando o pH urinário. O manejo geral para os consequente LRA, bem como desequilíbrio
cálculos de cálcio consiste em aumentar o eletrolítico, particularmente em virtude da perda
consumo de água e ter uma dieta com baixo teor de sódio, potássio, fosfato, magnésio e água livre.
de proteína. Se essas medidas não forem efetivas, Pode-se observar a ocorrência de eritrocitose em
podem-se utilizar diuréticos tiazídicos. pacientes com obstrução; todavia, trata-se de uma
característica rara, que não está associada à
diurese pós-obstrutiva. A hipotensão sistêmica é
Voltar à questão. mais comum do que a hipertensão, devido à
depleção de volume.

Voltar à questão 41.

VII-40. A resposta é D. (Cap. 343) A obstrução


do trato urinário constitui uma causa importante e Voltar à questão 42.
potencialmente reversível de insuficiência renal.
Essa paciente corre risco de obstrução urinária
com base em sua história de câncer de cólon.
Embora o uso recente de AINE possa ter
contribuído para a rapidez sua lesão renal, as
doses de rotina têm menos tendência a causar VII-43. A resposta é C. (Cap. 343) Na obstrução
LRA na ausência de disfunção renal preexistente. aguda do trato urinário, a dor é causada pela
A ultrassonografia dos rins é o melhor exame de distensão do sistema coletor ou da cápsula renal.
rastreamento para obstrução. Pode-se observar a Agudamente, ocorre aumento compensatório do
ocorrência de hidroureter e/ou hidronefrose, que fluxo sanguíneo renal quando a função renal está
sugerem a existência de obstrução. Embora a comprometida por obstrução, o que exacerba
obstrução possa ser unilateral, ela raramente ainda mais a distensão da cápsula. Por fim, as
provoca insuficiência renal clinicamente prostaglandinas vasodilatadoras atuam para
significativa na ausência de doença renal preservar a função renal quando a TFG diminui.
subjacente. A TC do abdome é útil após a O fluxo sanguíneo medular diminui à medida que
avaliação do local de obstrução e sua etiologia a pressão da obstrução inibe ainda mais a perfusão
pela ultrassonografia. O volume de urina residual do parênquima renal; entretanto, a consequente
pós-miccional é útil se houver suspeita de causas destruição renal crônica pode ocorrer sem dor
funcionais para a obstrução, como retenção considerável. Uma vez aliviada a obstrução,
urinária. Uma vez localizada a obstrução, a ocorre diurese pós-obstrutiva, que é mediada pelo
urografia retrógrada com colocação de stent pode alívio da pressão tubular, aumento da carga de
estar indicada, porém somente após definir a solutos (por néfron) e fatores natriuréticos. Pode
presença ou ausência de obstrução. haver uma quantidade extrema de diurese, mas
que não é dolorosa.

Voltar à questão.
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VII-41 e VII-42. As respostas são E e D,


respectivamente. (Cap. 343) Houve alívio da
recente obstrução urinária, e o paciente está agora
eliminando uma quantidade inapropriadamente
grande de urina. Isso provavelmente se deve à
diurese pós-obstrutiva, que resulta do alívio da
obstrução, aumento da TFG no decorrer de vários
dias, diminuição da pressão tubular e aumento da
carga de solutos por néfron, resultando em
aumento do débito urinário. A diminuição da
osmolaridade medular constitui uma
característica da obstrução crônica e obstrução
persistente. O paciente não teve traumatismo

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