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Velho Oeste

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Velho oeste, Oeste selvagem ou faroeste (em inglês: old west, wild west
ou far west ), são os termos com que se denomina popularmente o período e
episódios históricos que tiveram lugar no século XIX (principalmente entre os
anos de 1860 a 1890) durante a expansão da fronteira dos Estados Unidos
para a costa do Oceano Pacífico. Embora a colonização do território tenha
começado no século XVI com a chegada dos europeus, o objetivo de alcançar a
costa oeste deveu-se principalmente à iniciativa governamental do presidente
Thomas Jefferson, depois da Compra da Luisiana em 1803. A expansão da
fronteira foi considerada como uma oportunidade de riqueza e progresso.

Esta incessante e prolongada migração de pessoas para o oeste deslocou


culturas ancestrais e oprimiu minorias étnicas de ameríndios. Em contraste, o
período suscitou importantes avanços na indústria, comunicações e
agricultura, à custa em vários casos de uma intensa exploração dos recursos
humanos e naturais.
O sioux hunkpapa Touro
Sentado e William Cody, mais
Estes eventos históricos, origem de um mito nacional nos Estados Unidos, têm
conhecido como Buffalo Bill,
sido recriados por diversas manifestações de arte. No cinema, o gênero
reconhecidos personagens do
designa-se western e narra histórias de cowboys, pioneiros, ameríndios, popularmente chamado "Velho
garimpeiros, empresários, etc. Histórias de pessoa variadas ,condições que Oeste" dos Estados Unidos.
empreenderam a aventura do oeste com a esperança de alcançar o êxito
pessoal mas que acabaram muitas vezes confrontados com a justiça ou com a
fatalidade do destino. Os estudos atuais consideram que por trás desta mistificação esconde-se uma realidade
complexa e que há a tendência de reconsiderar o papel de todos os atores que participaram naquela conjuntura social,
econômica e cultural que foi a fronteira dos EUA no século XIX.

A fronteira na história dos EUA


A «fronteira» é um conceito que, na história dos Estados Unidos, faz alusão ao avanço para o oeste e à procura de
oportunidades dentro de um território desconhecido. Nas palavras de um autor moderno:

A fronteira é aquele lugar onde a civilização pode avançar à custa do selvagem. É uma delgada linha
geográfica onde o velho e o novo, o conhecido e o desconhecido se encontram e se colocam limites.[1]

Em princípios do século XIX, o Oeste era considerado um território selvagem e inóspito, com escassas possibilidades
de ser habitado.[2] Para esta opinião não influía o fato de que os povos ameríndios estavam há vários milénios a viver
lá. O avanço do Leste civilizado sobre o Oeste selvagem foi o encontro e choque entre dois mundos mutuamente
exclusivos. A apropriação de territórios e o deslocamento dos nativos justificou-se com a doutrina do "destino
manifesto", uma ideologia que afirmava que todos estes acontecimentos eram parte de um plano divino previsto para
a América do Norte e para o mundo.[3] Em 1825, um político de Missouri chamado Thomas Hart Benton defendeu a
colonização alegando que o seu propósito era levar a todos os povos «grandes e maravilhosos benefícios através da
ciência, dos princípios liberais de governo e da verdadeira religião».[3] Em 1893, uma vez passado o período de
expansão, Frederick Jackson Turner apresentou a sua tese
«Significado da fronteira na história dos Estados Unidos»,
mais conhecida como Tese da Fronteira (Frontier Thesis) ou
Tese de Turner (Turner Thesis). Nela destacou a mestiçagem
de raças,[1] o logro da solidariedade entre as distintas regiões,
a ação do governo ao impulsionar as comunicações e a
criação de uma personalidade nacional. O mais importante,
no entanto, foi:

…a promoção da democracia aqui e na


Europa (…) o individualismo desde o começo
tem promovido a democracia (…) significa o American Progress (1872), de John Gast. Note-
triunfo da fronteira.[1] se como animais e nativos fogem perante o
avanço dos pioneiros, do caminho-de-ferro, dos
agricultores, etc., sendo estes acompanhados de
Com o tempo, a fronteira converteu-se num mito nos Estados
uma semideusa que cobre o território com linhas
Unidos.[4]Tudo o que aconteceu no oeste — bom ou mau — telegráficas.
serviu para forjar a personalidade do país através de valores
como a procura de oportunidades, a aplicação de soluções
práticas, a atitude enérgica perante as dificuldades, a capacidade de inovação e o esforço orientado para o progresso.
Em definitivo:

…um escape e um lugar de esperança para aqueles dispostos e capazes de tomar o futuro nas suas
próprias mãos.[1]

Ver também
Western (gênero)
Batalha de Little Bighorn
Big Nose George
Buffalo Bill
Cavalo Louco
General Custer
Genocídio dos indígenas dos Estados Unidos
George Crook
Jane Calamidade
Pony Express
Touro Sentado
Thomas Jefferson
Wild Bill Hickok
Billy the Kid
Jesse James

Referências
1. Compton´s Interactive Encyclopedia (1996), Frontier.
2. Hakim, Joy (1999), A history of Us, book 5, pp. 14-15.
3. Berkin, Carol, et. al., (2006), Making America, p. 373.
4. Berkin, Carol, et. al., op. cit., p. 593.

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