You are on page 1of 4

RECOLHIMENTO DO IRPJ E DA CSL POR ESTIMATIVA E TRIBUTAÇÃO

COM BASE NO LUCRO PRESUMIDO

A Lei nº 9.430, de 27-12-1996, ao dispor sobre a forma de recolhimento do imposto de


renda, pelo critério do pagamento mensal, por estimativa, ou pelo critério de apuração
trimestral do lucro real, não faz nenhuma distinção em relação à qualidade dos
contribuintes. Assim, a sociedade cooperativa, a exemplo de qualquer outra sociedade,
poderá, a sua conveniência, adotar um dos dois critérios de recolhimento do imposto de
renda, quando devido. O imposto de renda e a contribuição social pagos por estimativa
podem ser calculados de duas formas, a saber:

 Com base na receita bruta de vendas e/ou serviços;


 Com base no lucro real mensal acumulado.

ESTIMATIVA COM BASE NA RECEITA BRUTA

Caso a sociedade faça a opção de pagamento do imposto de renda e da contribuição


social sobre o lucro pelo critério de estimativa, com base na receita bruta de venda de
bens e/ou serviços, deverá observar as determinações constantes no art. 15 da Lei nº 9.249
de 26-12-1995, que dispõe, em resumo, que a base de cálculo do imposto será́ apurada
com a aplicação dos seguintes percentuais sobre as respectivas receitas:

a) 1,6% sobre a receita bruta mensal para a atividade de revenda, para consumo, de
combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

b) 16% sobre a receita bruta mensal da atividade de prestação de serviço de transporte,


exceto o de carga, que é de 8%;

c) 8% sobre a receita bruta mensal para a prestação de serviços hospitalares;

d) 32% sobre a receita bruta mensal da atividade de prestação de serviço em geral, e


também para:

 Intermediação de negócios;
 Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer
natureza;
 Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis
a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

À base de cálculo apurada em conformidade com os itens (a) a (d) descritos, consoante
dispõe a Lei nº 9.430/96, combinada com o art. 32 da Lei nº 8.981/95, serão adicionados,
antes da incidência da alíquota de 15% do imposto de renda, os ganhos de capital, demais
receitas, lucro diferido (se for o caso) e os resultados positivos decorrentes de outras
atividades desenvolvidas pela sociedade, inclusive (art. 4º da Instrução Normativa nº
93/97):

 Os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias


permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias
que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano calendário
seguinte ao de suas aquisições;
 Os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de
valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;
 A receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto da pessoa jurídica,
deduzida dos encargos necessários à sua percepção;
 Os juros de que trata o § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 1995, relativos a impostos
e contribuições a serem restituídos ou compensados;
 As variações monetárias ativas.

Em razão da incidência do imposto de renda na fonte, inclusive entre pessoas jurídicas


controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, determinada pela Lei nº 9.779/99, os
rendimentos auferidos nos citados mútuos não devem mais ser incluídos na base de cálculo da
estimativa nem compensado o IRRF retido sobre eles, da mesma forma como o estabelecido
para as receitas decorrentes de aplicação financeira (art. 225, § 1º, RIR/99).
Não compõem a base de cálculo do imposto de renda a recuperação de créditos que não
representem ingressos de novas receitas, reversão de saldo de provisões anteriormente
constituídas e lucros e dividendos registrados como receita, além dos ganhos oriundos da
equivalência patrimonial.
Em complemento, se a base de cálculo mensal do imposto por estimativa exceder o
montante de R$ 20.000,00, estará sujeita à incidência de um adicional de 10%, conforme
disposto no § 2º do art. 2º da Lei nº 9.430/96.
No caso específico da Contribuição Social sobre o Lucro – CSL –, a base de cálculo por
estimativa será equivalente a 32% do valor da receita bruta mensal, acrescida das demais
receitas e ganhos de capital, rendimentos nominais de aplicações financeiras de renda fixa e
ganhos líquidos em operações realizadas nos mercados de renda variável. Sobre essa base, para
fins de apuração do valor da contribuição social, será aplicada a alíquota de 8% com o adicional
de 4%, com relação aos fatos geradores ocorridos entre 1º de maio de 1999 e 31 de janeiro de
2000, e com o adicional de 1%, em relação aos fatos geradores ocorridos entre 1º de fevereiro
de 2000 e 31 de dezembro de 2002, nos termos da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24-8-
2001, reedição, até o momento, da Medida Provisória nº 1.807/99.
A alíquota de 9% torna-se definitiva a partir de 1º de janeiro de 2003, com o advento da
Lei nº 10.637/2002 (art. 37).
É válido salientar que, conforme o disposto no art. 30 da Lei nº 9.430/96, a pessoa jurídica
que tiver optado pelo pagamento do imposto de renda mensal, por estimativa, fica, também,
sujeita ao pagamento mensal da contribuição social sobre o lucro líquido pelo mesmo critério.

ESTIMATIVA COM BASE NO LUCRO REAL

O critério de cálculo com base no lucro real mensal acumulado, nos termos do art. 35 da
Lei nº 8.981/95, pressupõe a necessidade de levantamento de IRPJ e a CSL devidos
mensalmente, com base no lucro real e no cálculo da contribuição social mensais acumulados.
Os balanços e balancetes mensais que servirão para a estimativa do IRPJ e da CSL
devidos deverão ser transcritos no livro Diário e o lucro real que servir de base para os cálculos
do imposto de renda estimado deverá ser transcrito no Livro de Apuração do Lucro Real –
LALUR (art. 35 da Lei nº 8.981/95 e art. 13 da Instrução Normativa SRF nº 11/96).
Para a cooperativa, a avaliação do melhor critério a ser adotado deverá levar em
consideração a margem de lucro relativa as atividades decorrentes de atos não cooperativos. Se,
eventualmente, a margem de lucro for muito elevada, poderá́ ser recomendável recolher o
imposto de renda e a contribuição social, pelo critério da estimativa com base na receita. Por
outro lado, tomando como base uma pequena margem de lucro, o pagamento do imposto de
renda e da contribuição social pelo critério da estimativa com base no lucro real mensal
acumulado pode mostrar-se mais vantajoso.

TRIBUTAÇÃO COM BASE NO LUCRO PRESUMIDO

Conforme determina o art. 13 da Lei nº 9.718/98, com redação dada pela Lei nº 10.637,
de 30-12-2002, poderá́ optar pela tributação com base no lucro presumido a pessoa jurídica cuja
receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00,
ou a R$ 4.000.000,00, multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário
anterior, quando inferior a 12 (doze) meses. A opção pela tributação com base no lucro
presumido será́ definitiva em relação a todo o ano-calendário.
Para fins de determinação do limite acima, a receita bruta auferida no ano anterior será́
considerada segundo o regime de competência ou de caixa, observado o critério adotado pela
pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido.
O imposto apurado com base no lucro presumido será́ determinado pela soma:
(a) do valor apurado com base na aplicação dos percentuais previstos no art. 15 da Lei no
9.249/95 e art. 36, I, da Instrução Normativa SRF nº 93/97, para apuração do imposto de renda
por estimativa, sobre a receita bruta de vendas auferida trimestralmente;
(b) dos ganhos de capital, dos rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações
financeiras, das demais receitas e dos resultados positivos auferidos no trimestre (art. 25 da Lei
nº 9.430/96); integram ainda, a base de cálculo do lucro presumido, de acordo com o art. 36 da
Instrução Normativa nº 93/97, as seguintes parcelas:
(c) juros sobre o capital próprio auferidos;
(d) 3/120 do saldo do lucro inflacionário acumulado;
(e) os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no
recebimento de créditos, salvo na situação prevista no art. 53 da Lei nº 9.430/96;
(f) valor resultante da aplicação dos percentuais a que se refere a letra a sobre parcela das
receitas auferidas em cada atividade, nas exportações as pessoas vinculadas ou a países de
tributação favorecida, que exceder ao valor já́ apropriado na escrituração da empresa (transfer
pricing);
(g) o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder o limite calculado com
base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de
seis meses, acrescida de 3% ou mais proporcionalizados em função do período a que se
referirem os juros contratuais;
(h) a diferença de receita correspondente ao valor calculado com base na taxa referida na
letra g e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no Banco
Central do Brasil, seja realizado com mutuária no exterior;
(i) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica.

O imposto apurado com base no lucro presumido, não será́ permitida qualquer dedução a
título de incentivo fiscal (art. 10 da Lei nº 9.532/97).

You might also like