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23 de outubro de 2015
FACHADAS EM EXAME
Patologias no revestimento de fachada exigem atenção qualificada;
PROFISSIONAL saiba identificar o problema e adotar o tratamento correto
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“Nossos projetistas consideram mais o padrão estético dos materiais,
como cor e textura, do que as características tecnológicas e condições
ambientais de exposição do material escolhido”, critica Sahade.
A nova norma de desempenho ABNT NBR 15.575/2013 Desempenho
de Edificações Habitacionais, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas, foi atualizada em 2013 e promete mudar esse quadro nos
próximos 15 ou 20 anos, acredita.
Além dos erros nos projetos, falhas na execução são a segunda maior
causa das patologias, repondendo por 22% delas. A qualidade dos
materiais empregados vem em terceiro lugar – 15% , seguida do mal uso
ou falta de manutenção das fachadas (8%).
Primeiro, identifique o problema
Para reconhecer qual a “doença” da fachada, e poder tratála da forma
correta, o profissional de obra deve estar familiarizado com cada material.
Assim, nas superfícies revestidas com pedras, como mármores e
granitos, os problemas mais comuns são lascamentos, fissurações,
manchas, eflorescências e descamações. Já nas fachadas cerâmicas,
como porcelanatos, grés, semigrés, semiporosos, pororos, azulejo ou
azulejofino, o descolamento de placas equivale a 67% das falhas
encontradas.
No caso dos revestimentos argamassados, o aparecimento de fissuras e
infiltrações, corrosão e manchas superficiais estão entre as patologias
mais comuns.
Para evitar tudo isso, o ideal é que o projeto seja pensado de acordo com
o ambiente em que está sendo construído. “Fachadas à beiramar pedem
pedras e revestimentos cerâmicos, mais resistentes às intempéries. Já
em edifícios de luxo, são muito usadas as armagassas que imitam o
mármore travertino, ou placas de rocha”, avalia Sahade.
Características climáticas da cidade têm impacto direto nos projetos: “Se
o prédio está no Rio Grande do Sul ou no Rio Grande do Norte, é preciso
considerar exposição solar, frequência das chuvas e a incidência de
ventos, antes de optar por um ou outro material”.
Ao diagnosticar uma falha na fachada e entender a extensão do
problema, o primeiro passo é fazer um ensaio simples e barato: a
percussão da área afetada, por meio de uma equipe de cordistas com
martelos. “Um engenheiro patologista responsável julgará a necessidade
de remover todo o revestimento, ou parte dele, indicando a técnica
específica de reparo para o caso”, diz o consultor.
O patologista também poderá recorrer a ensaios laboratoriais, para testes
da aderência, ensaios químicos da argamassa ou caracterização das
placas de pedra.
Em fachadas com fissuras originadas por diferenças nos índices de
dilatação das estruturas de concreto e da alvenaria, em reposta às
variações locais de temperatura, a inserção de telas metálicas entre
paredes e elementos estruturais costuma ser eficaz.
Já em locais onde haja queda de placas de revestimento por baixa
resistência da argamassa, ou mesmo do emboço, o indicado é, antes,
remover toda a camada enfraquecida, reconstituíla e, só então, assentar
novas placas, cujo índice de expansão por umidade deverá ser inferior a
0,6 milímetros por metro.
“Uma equipe qualificada pode realizar o reparo de quatro fachadas em
até seis meses de obra. Os profissionais que fizerem esse tipo de reparo
devem ser acompanhados de perto pelos engenheiros responsáveis. A
equipe de manutenção também terá supervisão constante, para não
cometer erros”, aconselha Sahade.
Técnicas de fixação
A qualidade do revestimento de fachada em edifícios está além dos
materiais escolhidos. Para quem segue normas técnicas europeias, por
exemplo, a recomendação é, em prédios com mais de 11 pavimentos, ou
mais de 30 m de altura, que peças sejam fixadas, e não aderidas
(coladas, apenas) à superfície.
Telas metálicas, bandagens, tirantes, grampos, selantes, injeções e
membranas acrílicas são as opções mais comuns, além da tradicional
argamassa colante e da ancoragem mecânica a partir de inserts
metálicos entre todas as técnicas de fixação de acabamentos que
garantem maior durabilidade, sem patologias nas fachadas.
A definição da melhor técnica, nesse caso, também passa pela
compatibilidade ao material escolhido para revestir, e às condições
ambientais e climáticas locais.
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