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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CAMPUS BACABAL
ENFERMAGEM BACHARELADO
SOCIOLOGIA DA SAÚDE

JOYCE CRISTINA LIMA SANTOS

FICHAMENTO
OBRA: FOUCAULT, Michael. Microfísica do Poder. Ed. São Paulo: Edições
Graal, 2007a.

V- O NASCIMENTO DA MEDICINA SOCIAL

Análise da medicina moderna quantos às influências do capitalismo:


 Valorização das relações médico-doente.
 O corpo é uma realidade bio-política, sendo a medicina uma estratégia
bio-política.
 Socialização do corpo enquanto força de trabalho desenvolvida entre
fins do século XVIII e o século XIX, dividida em etapas.
Etapas de formação da medicina social:

1. Medicina de Estado
 Alvo: Estado
 O Estado como objeto de conhecimentos e suas formações
 Razões: desenvolvimento da ciência do Estado e a estagnação do
desenvolvimento econômico da Alemanha.
 Mudanças: polícia médica com a observação mais sistemática da
morbidade; normalização do ensino médico pelo Estado; subordinação
da prática médica a uma organização administrativa; pirâmide de
médicos por região e população.
 Médico como administrador da saúde.
 Pensamento: o corpo é a força do Estado, cuja qual a medicina deve
aperfeiçoar.

2. Medicina Urbana
 Nascida com o desenvolvimento das estruturas urbanas da França no
fim do século XVIII.
 Alvo: Cidade
 Razões: medos urbanos como amontoado de população, epidemias,
esgotos e cemitérios que geraram inquietação política e médica à
população.
 Objetivos: analisar nas regiões de amontoamento e perigo urbano;
controlar a circulação (agua e ar)
 Mudanças: esquema de quarentena; inspetores por bairros fazendo
registro dos vivos e mortos; os doentes eram levados para fora da
cidade. Emigração dos cemitérios, ossuários e matadouros para a
periferia e uso de sepulturas individuais. Arejamento das cidades.
 Atividade médica consistia em purificação do espaço urbano, ou seja,
uma medicina de exclusão.
 Importante fase para a constituição da medicina científica

3. Medicina da Força de Trabalho


 Alvo: Pobres trabalhadores
 A partir da segunda metade do século XIX quando os pobres
começaram a ser vistos como perigo à saúde urbana.
 Mudanças: redistribuição do espaço urbano entro pobres e ricos. Lei dos
pobres com o controle médico destes. Sistema de health service serviço
médico igualmente a todas as classes com as verificações de vacina e
os registros de doenças.
 Objetivo: assegurar a saúde das classes pobres para torná-las mais
aptas ao trabalho e proteger as classes ricas.
 Aparecimento de três sistemas médicos: medicina assistencial aos
pobres, medicina administrativa para os problemas gerais e a medicina
privada para quem podia pagar.

CAPÍTULO VI- O NASCIMENTO DO HOSPITAL

O hospital só foi ser considerado um instrumento terapêutico,


instrumento de intervenção sobre a doença e o doente em torno de
1780, quando a pedido da Academia de Ciências, Tenon e Horward
viajaram visitando hospitais e registraram os feitos de cada um.
Foi observado que apesar dos hospitais serem feitos para curar, eles
não funcionavam como meio da cura, pois a medicina era uma prática
não hospitalar.

 Fim do século XVII: o hospital era instituição de exclusão e assistência


(e transformação espiritual aos pobres que estavam morrendo (lugar de
morrer).
 Início do século XVIII: aparecimento do Hospital Geral, onde ficavam os
doentes, loucos, devassos, etc.
Com isso, a prática hospitalar era baseada em rituais contra o mal, com
uma medicina individualista e sem saberes hospitalares.
 Hospitais militares e marítimos foram os pontos de partida na reforma
hospitalar para impedir a desordem econômica e social.
 Razões: regulamentações econômicas do mercantilismo; o homem e
suas aptidões se tornava mais valioso para a sociedade (principalmente
os soldados); evitas a propagação de epidemias.
 Mudanças: disciplina no espaço hospitalar transformando o saber das
práticas hospitalares e deslocamento de intervenção médica.
 Atenção à localização dos hospitais e distribuição interna do seu espaço
e sua arquitetura; Transformação da administração hospitalar agora com
os médicos; Maior presença de médicos nos hospitais; ritual de visita
médica; organização de um sistema de registro dos doentes;
 O hospital passa a ser o local de saber médico e formação deles.

CAPÍTULO IX- PODER-CORPO

 Visão do corpo como um novo princípio do século XIX, sendo ele o


objeto valioso de proteção médica.
 O corpo social é a materialidade do poder exercida no corpo do
indivíduo
 O investimento do corpo pelo poder traz a consciência do próprio
corpo como também o leva contra o poder a partir destas conquistas,
as chamadas revoltas do corpo.

CAPÍTULO XIII- A POLÍTICA DA SAÚDE NO SÉCULO XVIII

 O século XVIII trouxe o desenvolvimento de um mercado médico, o


aumento da demanda de cuidados, a medicina clínica.
 Foi momento de consideração das doenças como problema político e
econômico que se deve resolver ao nível coletivo.
 Existiram múltiplas políticas de saúde que interviram na organização
de morbidade, distribuição gratuita de medicamentos, etc.
 A política da saúde de XVIII trouxe o pensamento do estado de
saúde da população como objetivo geral do Estado.
 As técnicas de poder foram inventadas para responder às exigências
da produção
 Tratava-se da preservação, manutenção e conservação da força de
trabalho, ou seja, o corpo.
 Medidas para aumento da utilidade desta força de trabalho como
medicalização de famílias, privilégio da higiene e funcionamento da
medicina.
 Surgem os hospitais especializados, finalmente com fins terapêuticos
mais ou menos complexos que contribuiu para o ensino clínico e
elevação no saber médico e saúde.

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