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DOS FATOS.

Em março de 2018, o autor se matriculou no curso de Design de Interiores


oferecido pelo primeiro réu. Porém, em virtude de o valor da mensalidade ser bastante
elevado, o primeiro réu sugeriu ao autor que este contratasse um financiamento junto ao
segundo réu, o qual teria um regime de parceria com aquele, conforme e-mail anexo (doc.
06). Assim, o autor contratou o financiamento com a gerente do segundo réu, senhora
Denise de Lima (doc. 07).

O curso teria duração de aproximadamente um ano, até março de 2019. Na


metade do curso, em agosto de 2018, o autor resolveu cancelar a matrícula e imediatamente
entrou em contato com o primeiro réu por telefone solicitando o cancelamento da referida
matrícula.

Para a surpresa do autor, o primeiro réu condicionou o cancelamento da


matrícula ao pagamento integral das parcelas restantes, mesmo que o autor não cursasse o
restante do curso. Em outras palavras, não haveria ao autor o direito de rescisão
contratual, em uma clara e manifesta prática abusiva (doc. 08).

Destaca-se abaixo o trecho do e-mail enviado pelo primeiro réu, em que se


comprova cabalmente a prática abusiva:

Para agravar ainda mais a situação, essa prática abusiva consistente na negativa
ao direito de rescisão contratual do autor também é uma política adotada pelo segundo réu.
Veja outro trecho do e-mail que comprova o alegado:

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Telefone: +55 21 2588-8204 | www.dornelasresende.com
Em suma, aos olhos dos réus só haveria uma solução: o autor deveria pagar
a integralidade das parcelas faltantes, frequentando as aulas ou não. Pior: além de uma
prática abusiva claramente configurada, os réus faltaram com o dever de informação clara
e precisa, já que essa inviabilidade de cancelamento do contra nunca foi comunicada ao
autor.

Veja, Excelência, um trecho do e-mail, em que o autor expõe a sua indignação


com todo esse constrangimento a que fora submetido:

Commented [1]: Preciso só confirmar se no contrato do IED


diz algo a respeito do cancelamento de matrícula

Vale destacar que, mesmo diante de um quadro de completo descaso e


indiferença por parte dos réus, o autor sempre objetivou uma resolução extrajudicial
amigável. Veja:

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No extremo oposto, os réus sempre numa postura de desdém, desprezo,
de uma completa falta de zelo com a situação. Veja, Excelência:

A irresponsabilidade por toda a condução da solução do impasse pode ser


vista pelo jogo de “empurra-empurra” entre os réus. Na hora de fechar o contrato com autor
e sugerir uma parceria financeira entre eles foi fácil, mas no momento em que os problemas
surgiram...

Veja:

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Veja a resposta evasiva do segundo réu, na tentativa de jogar toda a
responsabilidade para o colo do autor e do primeiro réu:

Veja, Excelência, como o réu inverte completamente a lógica do instituto:


um direito à rescisão do contrato passa a ser visto quase como um crime do autor, o qual
não poderia ser “isento” de uma eventual pena.

Veja, Excelência, a verdadeira canseira a que foi submetido o autor e a


evidente postura de indiferença por parte dos réus:

Assim, após muito desgaste, em que o autor cobrava o tempo todo um


posicionamento de ambos os réus e eles transferiam reciprocamente a responsabilidade de
cancelar o financiamento, o autor conseguiu, já no final de novembro de 2018, uma resposta
definitiva, permitindo o cancelamento.

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Pelas contas elaboradas pelo segundo réu, através de sua gerente Denise de
Lima, o autor teria de pagar o valor de R$ 6.612,17 (seis mil e seiscentos e doze reais e
dezessete centavos), referentes aos meses já cursados no estabelecimento do primeiro réu.

A fim de que não comprometesse ainda mais a sua saúde financeira, o autor,
então, perguntou sobre a possibilidade de um pagamento nos mesmos moldes que já vinha
sendo feito com o financiamento, vale dizer: um pagamento diferido em parcelas mensais de
R$ 1.294,34 (financiamento de R$ 1.283,34 + taxa de manutenção da conta de R$ 11,00) e
a resposta da gerente do segundo réu, senhora Denise, foi pela possibilidade. Veja:

Desta forma, em um simples cálculo aritmético, dividindo-se o montante


total de RS 6.612,17 (seis mil e seiscentos e doze reais e dezessete centavos) por R$ 1.294,34
(mil duzentos e noventa e quatro reais e trinta e quatro centavos) a serem pagos mensalmente,
ter-se-iam 5 parcelas entre dezembro de 2018 e abril de 2019, e em maio de 2019 faltaria
apenas um residual de R$ 140,47 (cento e quarenta reais e quarenta e sete centavos) para
completar o montante.

Dez/18 Jan/19 Fev/19 Mar/19 Abr/19 Mai/19


Valor a ser pago R$ 1.294,34 R$ 1.294,34 R$ 1.294,34 R$ 1.294,34 R$ 1.294,34 R$ 140,47
Saldo R$ 1.294,34 R$ 2.588,68 R$ 3.883,02 R$ 5.177,36 R$ 6.471,70 R$ 6.612,17

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O autor, então, passou a pagar normalmente as parcelas conforme
combinado até que, em janeiro de 2019, ele recebeu um SMS do segundo réu. Para a sua
completa surpresa, o torpedo alertava para o fato de que o autor estava utilizando-se do seu
cheque especial. Veja, Excelência:

O autor ficou em completo estado de choque, já que ele sempre honrou


dentro dos prazos estipulados com os pagamentos do financiamento. Por conta disso, o
autor foi até a filial do segundo réu, quando foi informado de que a gerente Denise, até então
responsável por seu caso, havia sido demitida.

A nova gerente designada, então, senhora Fabiana Daniel, emitiu um extrato


da conta do autor (doc. 12) e lá constaria a utilização do valor de mais de R$ 1.000,00 (mil
reais) do cheque especial, sujeitos aos famosos juros exorbitantes.

Segundo a gerente, esse valor utilizado do cheque especial seria referente ao


pagamento do IOF e do seguro prestamista, os quais não estavam sendo pagos pelo autor e
uma forma que o réu encontrou de fazer com que o autor pagasse seria a utilização
compulsória do cheque especial dele.

Contudo, Excelência, o inadimplemento de tais valores por parte do autor se


deu em razão de ele não ter sido informado de que essas quantias não estavam incluídas no montante de
pagamento mensal. Em razão desse não pagamento, corriam em desfavor do autor os juros, os Commented [2]: Só fico pensando se vale dizer isso, pq
afinal de contas tá no contrato. O problema é que a Denise
quais acabaram acumulando-se ao longo dos meses e resultando no valor acima. não leu o contrato comigo pra me explicar os detalhes

E pior: o segundo réu se valeu de mais uma prática arbitrária e abusiva


para ter seu a satisfação de sua pretensão: passou a descontar do autor, sem que houvesse
qualquer autorização nesse sentido, valores a título de cheque especial, lucrando-se duas
vezes: quando recebe a parcela e quando recebe os juros abusivos deste empréstimo.

Assim, esses juros estavam se acumulando desde que a contração do


financiamento e, em momento algum, o autor foi informado disso por parte do réu. Veja,
Excelência, mais uma vez, que a transparência na condução da solução do caso sobra ao
autor e falta aos réus:

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Commented [3]: Quanto ao credito de 900 e pouco, eu já
sabia sim, foi pra pagarem o cheque especial, depois que
reclamei. Só não entendi pq nao pagaram td, acho que é pq
havia um limite que eles podiam ressarcir

Vale destacar, Excelência, que durante pelo menos três meses a (até então)
gerente Denise tivera acesso à conta do autor para resolver questões envolvendo o
encerramento do financiamento, mas não teve um mínimo de cuidado sequer para sinaliza-
lo da utilização do cheque especial (frise-se: nunca contratado!).

Em março de 2019, faltando 2 (dois) meses para encerrar o pagamento do


valor acordado outrora, o autor foi submetido a um novo estresse com o segundo réu: a
gerente Fabiana informou que, na verdade, faltariam duas parcelas de R$ 1.283,34, ou seja,
além da parcela integral de abril (já prevista corretamente nos cálculos do autor), em maio de
2019, o autor teria de pagar mais uma parcela integral, e não apenas o pequeno residual de
R$ 140,47, conforme planilha anteriormente detalhada.

Veja, Excelência, todo o trabalho adicional e extenuante a que fora


submetido o autor, o qual, a todo momento, teve de se inteirar das cobranças indevidas pelo
réu:

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E o réu sempre com descaso, desdém e indiferença. Veja:

Pois bem.

Em maio de 2019, quando restava ao autor pagar apenas o residual de R$


140,47 (cento e quarenta reais e quarenta e sete centavos) para quitar o financiamento, ele
entrou em contato com o segundo réu para manifestar seu interesse no encerramento da
conta.

Porém, para seu desagrado, o novo gerente Marcello Alvarez (que assumiu o
lugar da gerente Fabiana, demitida) disse que, na verdade, faltava ao autor pagar um valor de
mais de mil reais. Como se tratava de uma pessoa nova na história, o autor (de boa-fé e com
uma verdadeira paciência de Jó) enviou o histórico do que havia combinado com a senhora
Denise no ano anterior.

Mantendo-se a postura institucional de descaso em relação às reclamações


autoral, o referido gerente não retornou o contato. O autor, por conseguinte, se viu obrigado
a ligar para o segundo réu, sendo agora atendido por outra gerente (a quarta), identificando-
se por Jobcileia de Vargas.

A nova gerente, então, limitou-se a ficar mandando extratos da conta do


autor, sem explicar o porquê de os valores estarem bem maiores do que havia sido
estipulado anteriormente. Veja:

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De consciência limpa, o autor pagou, ainda em maio de 2019, o residual de
R$ 651,03 (seiscentos e cinquenta e um reais e três centavos), referentes a soma de R$ 195,47
acrescido de R$ 455,56 (a título de juros), valor considerado justo e devido para finalmente
encerrar a conta.

Alguns dias depois, um quinto gerente do segundo réu, senhor Aldenir


Queiroz, se apresentou como sendo o novo responsável pela solução do caso e pediu ao
autor maiores esclarecimentos. O incansável autor, então, repassou todo o histórico do que
havia sido combinado com os gerentes anteriores e alegou que não se conformara com os
novos valores apresentados para fins de quitação do contrato.

Segundo o referido gerente e para o completo desespero do autor, o


montante de R$ 6.612,171, proposto pela até então gerente Denise, havia sido calculado tão
somente para a hipótese de o autor quitar à vista o financiamento. Porém, como o autor teria
optado pelo pagamento parcelado, o desconto não mais incidiria, de maneira que ele teria de
pagar o montante de R$ 7.700,042.

Todavia, Excelência, repare que, na realidade, o réu simplesmente ludibriou


o autor no que se refere à concessão desse suposto desconto: o autor perguntou
expressamente se, em relação ao valor de R$ 6.612,17, haveria algum desconto caso o
pagamento fosse à vista (doc. 11).

Isso porque, na cabeça do autor, o valor de R$ 6.612,17 seria o valor devido


para a quitação do contrato, independentemente de desconto ou não. Tanto é verdade que

1
Recordando-se: seriam 5 parcelas de R$1.283,34 (dezembro a abril) e mais 1 residual de R$ 140,47 (maio).
2
Total de 6 parcelas de R$1.283,34, num período de dezembro a maio.

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o autor, expressamente, questionou sobre a possibilidade de se pagar parcelado o valor de
R$ 6.612,17. Em momento algum, foi informado ao autor de que, na realidade, o valor
total seria o de R$ 7.700,04, mas que, caso fosse pago à vista, o valor cairia para R$ 6.612,17.
Veja:

Agora, Excelência, veja que a funcionária do réu simplesmente diz que “pode
continuar pagando dessa forma”, sem fazer qualquer ressalva quanto a suposta realidade de
que, na verdade, esse valor de R$ R$ 6.612,17 só poderia ser pago a vista.

Ora, se a pergunta foi “esse valor de R$ 6.612,17, eu posso continuar pagando


em parcelas como já tenho feito?” e a gerente do réu responde que “isso mesmo Filipe... Commented [4]: Que saco, errou meu nome... :(

pode continuar pagando dessa forma”, nada mais coerente do que se pegar o valor de R$
R$ 6.612,17 e dividir em 5 (cinco) parcelas de R$ 1.294,34 + um valor residual de R$ 140,47.

Dez/18 Jan/19 Fev/19 Mar/19 Abr/19 Mai/19


Valor a ser pago R$ 1.294,34 R$ 1.294,34 R$ 1.294,34 R$ 1.294,34 R$ 1.294,34 R$ 140,47
Saldo R$ 1.294,34 R$ 2.588,68 R$ 3.883,02 R$ 5.177,36 R$ 6.471,70 R$ 6.612,17

Mais uma vez, Excelência, fica evidente a falta de zelo na condução do caso,
numa clara violação ao dever de informação clara e precisa. Como se vê, o réu ignora
solenemente a condução de hipossuficiência do consumidor-autor.

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A má-fé do réu fica ainda mais evidente quando o quinto gerente, Aldenir
Queiroz, passa a insistir na tese de que teria havido um problema de “ruído na comunicação”,
já que o autor teria “interpretado mal” as condições da proposta. Sem reconhecer o erro do
banco, o gerente Aldenir apenas teria se “comprometido” a “facilitar” o pagamento do valor
que eles acreditam ser o correto.

Além disso, poucos dias depois, esse mesmo gerente enviou ao autor um e-
mail, dizendo que o contrato em questão estaria liquidado, e que só faltava ao autor pagar o
cheque especial no valor de R$1.236,15 (em 11/06/19).

Em outras palavras, o réu arbitrariamente (1º) se utilizou do cheque especial


vinculado à conta do autor, sem que houvesse qualquer sinalização de anuência por parte
do autor nesse sentido, para arbitrariamente (2º) quitar o valor de uma dívida que ele
arbitrariamente (3º) acha ser o correto, quando, por uma simples e rápida leitura dos e-
mails acostados aos autos, não faz o menor sentido.

Portanto, Excelência, diante de todos os danos morais causados pelos réus,


não restou alternativa ao autor, senão propor a presente demanda com o objetivo de ser
devidamente indenizado.

Esses são os fatos.

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