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Muitos portugueses encontraram no alojamento local (arrendamento temporário de imóveis a turistas) uma forma de obterem
rendimentos extra. Diz-se que este fenómeno decorreu da economia colaborativa.
Com efeito, assistimos nos últimos anos, ao surgimento de novas alternativas de alojamento turístico, fortemente potenciadas
pelas plataformas online.
Destaca-se a locação turística de apartamentos nos centros das cidades (em que avulta a componente imobiliária em
detrimento dos serviços praticamente inexistentes), encarada inicialmente não como uma concorrência desleal à hotelaria
tradicional, mas como uma das manifestações da economia colaborativa que tem como um dos seus marcos o livro de Rachel
Botsman e Roo Rogers, What’s Mine is Yours : The rise of collaborative consumption, publicado em 2010.
• Conceito de economia colaborativa
Não é fácil definir, com precisão, o conceito de economia colaborativa / partilhada, mercê do elevado número de atividades
que se acobertam sob este manto e a figura ilustra precisamente essa heterogeneidade.
Porém, relacionadas com o turismo encontramos várias atividades desenvolvidas à coberto da dita economia colaborativa,
nomeadamente, a partilha de viaturas (car sharing), a estada gratuita com a população local (couch surfing) ou a confecção
de refeições para os vizinhos (meal sharing), a partilha de livros (book swapping), a troca de roupa (clothes swapping),
passando pela co-criação (co-creation), pelo trabalho de grupo (co-working) ou formação (crowd learning), o financiamento
de projectos (crowd funding), tudo isto é subsumível ao novo modelo económico.
• Nova modelo económico que se impôs à realidade
A atividade que inicialmente surgiu como uma ilegalidade - que foi tolerada devido à conjuntura económica - de um modo
muito rápido ganhou uma dimensão, que exigiu, por parte do legislador, que definisse um enquadramento normativo
• Enquadramento normativo
A figura do alojamento local foi criada pelo Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, alterado pelos Decretos-Lei n.os
228/2009, de 14 de setembro, e 15/2014, de 23 de janeiro, para permitir a prestação de serviços de alojamento temporário em
estabelecimentos que não reunissem os requisitos legalmente exigidos para os empreendimentos turísticos.
• Livre acesso e exercício das atividades de serviços
Tal realidade viria a ser regulamentada através da Portaria n.º 517/2008, de 25 de junho, entretanto alterada pela Portaria n.º
138/2012, de 14 de maio, que, no seguimento da transposição da Diretiva n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 12 de dezembro de 2006, pelo Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, veio consagrar a possibilidade de
inscrição dos estabelecimentos de alojamento local através do Balcão Único Eletrónico, instrumento que permite a qualquer
prestador ou destinatário de serviços, de todos os Estados, o acesso por via eletrónica às autoridades administrativas
competentes.
• Assim, Com a aprovação do Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, a figura do alojamento local foi elevada de
categoria residual para categoria autónoma, reconhecendo-se a sua relevância turística e inaugurando um tratamento jurídico
próprio.
• Empreendimentos turísticos e alojamento local
Desta forma, as figuras dos empreendimentos turísticos e do alojamento local passaram a ser duas figuras devidamente
autónomas e recortadas, vedando-se a possibilidade de colocação sob a figura e regime do alojamento local, de
empreendimentos que cumprissem os requisitos dos empreendimentos turísticos.
Com esta autonomização pretendeu-se assegurar que a produtos distintos se aplicassem regimes jurídicos distintos, tratando
de forma igual o que é materialmente igual.
“Governo atribui estatuto de Utilidade Turística por sete anos ao Hotel Quinta do Furão”
• Exemplo de atribuição
“Considerando que o instituto da utilidade turística, consagrado no Decreto-Lei n.º 423/83, de 5 de dezembro, com as
alterações previstas no Decreto-Lei n.º 38/94, de 8 de fevereiro constitui um instrumento eficaz no desenvolvimento e no
incremento da qualidade de um dos setores económicos mais importantes na economia da Região Autónoma da Madeira – o
turismo; Considerando que de acordo com o artigo 16.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 423/83, de 5 de dezembro as empresas
proprietárias e ou exploradoras dos empreendimentos, aos quais tenha sido atribuída a utilidade turística, gozarão
relativamente à propriedade e exploração dos mesmos, de certos benefícios fiscais e isenções de taxas devidamente elencados
no referido preceito. Nestes termos, é decidido o seguinte: I - Ao abrigo do artigo 62.º da Lei das Finanças das Regiões
Autónomas, aprovada pela lei orgânica n.º 2/2013, de 2 de setembro, conjugados com a alínea c) do artigo 4.º do Decreto-
Lei n.º 439/88, de 30 de novembro e com o n.º 1, alínea b) e n.º 2 do artigo 5.º; do n.º 3 do artigo 7.º; do artigo 13.º e do artigo
16.º do Decreto-Lei n.º 423/83, de 5 de dezembro, e dos artigos 1.º; 2.º do Decreto-Lei n.º 38/94, de 8 de fevereiro”
é atribuída a Utilidade Turística a título definitivo, pelo prazo de sete anos, ao empreendimento turístico classificado como
Hotel, com a categoria de quatro estrelas, denominado “Hotel Quinta do Furão”, sito à Achada do Gramacho, freguesia e
concelho de Santana, propriedade de “Quinta do Furão – Sociedade Animação Turística e Agrícola de Santana, Lda.”, NIF
511041942, com sede no mesmo local. Utilidade turística
O reconhecimento da utilidade turística de um empreendimento pode facultar:
- A isenção ou redução das taxas de contribuição predial, de contribuição industrial e do imposto complementar;
- Isenção ou redução das taxas devidas, por licenças.
- Diminuição para metade dos prazos estabelecidos para as reintegrações e amortizações.
Cfr. art.º 16.º do DL 432/83 de 5 de Dezembro
• A utilidade turística pode ser atribuída aos seguintes empreendimentos:
(Cfr. Art. 3.º do DL 38/94 de 8 de Fevereiro- alteração ao DL 432/83 de 5 de Dezembro)
“a) Estabelecimentos hoteleiros, à excepção das pensões que não sejam albergarias;
b) Estabelecimentos similares dos hoteleiros classificados como restaurantes;
c) Conjuntos turísticos;
d) Equipamentos de animação, culturais e desportivos, que não constituam ou integrem conjuntos
turísticos;
e) Instalações termais;
f) Casas afectas a turismo de habitação.
2 - Os empreendimentos referidos nas alíneas d) e e) do número anterior poderão beneficiar da utilidade turística se forem
considerados de interesse para o turismo pela Direcção-Geral do Turismo.”
• Entidade competente na Região
À atribuição da utilidade turística é da competência da Direção Regional do Turismo e é concedida por despacho da
secretaria regional do turismo.
• A que empreendimentos a utilidade turística pode ser atribuída?
Cfr. art.º 5.º do DL
Tem que ser um empreendimento novo Ou,no caso dos empreendimentos já existentes
• Os empreendimentos já existentes podem beneficiar da utilidade turística
A título prévio ou a título definitivo desde que, sejam objeto de uma intervenção material que se traduza:
• No aumento da capacidade em, pelo menos, 50%
• No aumento da categoria
• Numa remodelação, beneficiação ou reequipamento total ou parcial que não seja mera manutenção.
• Como são avaliados os pedidos de atribuição da utilidade turística?
A utilidade turística de um empreendimento é apreciada tendo em conta os seguintes pressupostos (Cfr. art.º 4.º n.º 1 do DL
432/83 de 5 de Dezembro):
• A localização e o tipo do empreendimento;
• O tipo e o nível, verificado ou presumido, das instalações e serviços do empreendimento;
• O interesse do empreendimento no âmbito das infraestruturas turísticas da região;
• A sua contribuição para o desenvolvimento regional;
• A adequação do empreendimento à política de turismo definida pelos órgãos estaduais competentes, nomeadamente a
Estratégia Turismo 2027.
E
Por portaria do membro do Governo da tutela, poderão ainda ser definidos outros pressupostos a ter em conta na apreciação
de utilidade turística
Cfr. art.º 4.º n.º 2.º do DL 432/83 de 5 de Dezembro
• Empreendimentos de categoria superior
Os empreendimentos turísticos, considerados de categoria superior (nos termos do DL nº 38/94, de 8 de fevereiro), não são
sujeitos a uma apreciação de mérito nos termos do slide anterior, sendo-lhes atribuída a utilidade turística desde que:
• estejam numa das situações previstas (novo ou existente objeto de remodelação)
• cumpram os prazos aplicáveis, caso existam
• quem faz o pedido de UT tenha legitimidade para o efeito.
• Quais são os empreendimentos de categoria superior?
Cfr. art.º 2 n.ºs 2.º e 3.º Decreto-Lei n.º 38/94 de 8 de Fevereiro
Consideram-se de categoria superior os seguintes empreendimentos:
a) Hotéis de cinco e quatro estrelas;
b) Estalagens de cinco estrelas;
c) Hotéis-apartamentos de quatro estrelas;
d) Aldeamentos turísticos de luxo;
e) Casas afectas a exploração em regime de turismo de habitação, incluindo o turismo rural e agroturismo, desde que
consideradas de qualidade excepcional pelo membro do Governo da tutela, ouvida a Direcção-Geral do Turismo.
3 - A categoria dos empreendimentos é aferida no momento da aprovação do projecto, no caso de utilidade turística a título
prévio, ou no da atribuição da classificação provisória, no caso de utilidade turística a título definitivo.
• Modalidades de UT
• A utilidade turística pode ser:
• a título prévio: quando for atribuída antes da entrada em funcionamento dos empreendimentos novos e nos casos de
remodelação de empreendimentos existentes (Atenção que a UT prévia tem sempre um caráter precário e precisa de ser
confirmada.)
[Ponham p.f. na V. agenda a data em que têm de pedir a UT definitiva/confirmação da UT prévia ou solicitem a prorrogação
do prazo da UT prévia com a antecedência legalmente prevista (90 dias antes do termo da UT prévia)].
• a título definitivo: quando for atribuída a empreendimentos já em funcionamento ou quando resultar da confirmação da
utilização turística concedida a título prévio.
• Há prazos para requerer a atribuição da utilidade turística?
Prazos para requerer a utilidade turística (UT prévia)
O pedido de UT prévia é feito sem dependência de prazo, mas está balizado:
• No caso dos empreendimentos novos só pode ser formulado antes da entrada em funcionamento do empreendimento e após
a aprovação do projeto em sede de licenciamento ou após a comunicação prévia com prazo não rejeitada e inserida no sistema
informático da câmara municipal competente ou recorrendo ao mecanismo do despacho interpretativo sobre o anteprojeto
(projeto entregue na CM + Parecer favorável TP +caução).
• No caso dos empreendimentos existentes, caso tenha havido uma UT anterior, só pode ser formulado após o termo da
mesma, e se o projeto estiver sujeito a controlo prévio:
• após a aprovação do projeto ou
• após a comunicação prévia com prazo não rejeitada e inserida no sistema informático.
• Prazos para requerer a utilidade turística (UT definitiva)
• O pedido de confirmação da utilidade turística atribuída a título prévio deve respeitar os prazos fixados no despacho de
atribuição e ser apresentado dentro do prazo de seis meses, contado da:
• Abertura ao público do empreendimento
• Reabertura, caso tenha encerrado
• Do termo das obras
• A atribuição da utilidade turística definitiva só pode ser validamente requerida dentro do prazo de 6 (seis) meses contado
da data da abertura ao público do empreendimento (prazo imperativo). A data da entrada em funcionamento dos
empreendimentos é a data do alvará de autorização de utilização turística ou de outro título de abertura, legalmente válido.
• Prazos de validade da UT
• A utilidade turística vale pelo prazo e nos termos fixados no respetivo despacho de atribuição do membro do Governo com
tutela sobre o Turismo
• Quando atribuída a título prévio, o prazo máximo de validade da utilidade turística é de três anos (deverá ser fixado tendo
em conta o período considerado normal para a execução do empreendimento e a sua entrada em funcionamento) mas pode
ser prorrogado por mais três anos
• A utilidade turística atribuída a título definitivo está alinhada com a duração da isenção do IMI, definida no Estatuto dos
Benefícios Fiscais, sete anos a contar do título válido de abertura.
• Quem pode requerer a atribuição da utilidade turística?
A atribuição da utilidade turística poderá ser requerida:
• pela empresa proprietária do empreendimento [Entidade promotora da operação urbanística referente à instalação do
empreendimento ou à sua remodelação ou o titular da autorização de utilização, e que dispõe de um título que o legitima
para a utilização do imóvel onde está/será instalado o empreendimento (propriedade, contrato promessa de compra e venda,
comodato, leasing, arrendamento, etc.)]
• pela empresa exploradora [Entidade que explora o empreendimento e é responsável pelo seu integral funcionamento a nível
de serviço e pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis. Pode coincidir com o promotor do
empreendimento ou ser outra entidade devidamente habilitada com título jurídico para a exploração do empreendimento.]
• Como requerer a atribuição da utilidade turística?
A declaração de utilidade turística é atribuída por um despacho conjunto da Secretaria Regional do Turismo e Cultura e da
Secretaria Regional das Finanças e da Administração Pública mediante requerimento apresentado junto da Secretaria
Regional do Turismo e Cultura.
-
Decreto-Lei n.º 245/2015 – Procede à sexta alteração ao Decreto-Lei n.º 275/93, de 5 de agosto, que aprova o regime jurídico
da habitação periódica, concretizando a transposição para a ordem jurídica interna da Diretiva n.º 2008/122/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de janeiro de 2009
DL n.º 37/2011,de 20 de Junho – Altera o regime dos contratos de utilização periódica de bens, de aquisição de produtos de
férias de longa duração, de revenda e de troca (time sharing), transpondo a Directiva n.º 2008/122/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 14 de Janeiro de 2009
Decreto-Lei n.º 22/2002 de 31 de Janeiro - Lei n.º 15/99 de 25 de Março - Autoriza o Governo a alterar o regime contra-
ordenacional aplicável às violações das normas legais sobre o direito de habitação periódica e direitos análogos,
designadamente direitos de habitação turística
DL n.º 180/99, de 22 de Maio - Altera o Decreto-Lei n.º 275/93, de 5 de Agosto, que aprova o regime jurídico da habitação
periódica, e transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 94/47/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
Outubro de 1994, relativa à protecção do DL n.º 275/93, de 05 de Agosto - REGIME J DA HABITAÇÃO PERIÓDICA -
Time-Sharing» representa 20% do «cash flow» do Grupo Pestana
O «time-sharing», ou venda de unidades de habitação temporária, representa «cerca de 20% do ‘cash flow’» do Grupo
Pestana, afirmou o presidente do Pestana Pousadas, José Roquette.
O «time-sharing», ou venda de unidades de habitação temporária, representa «cerca de 20% do ‘cash flow’» do Grupo
Pestana, afirmou o presidente do Pestana Pousadas, José Roquette, sublinhando que esta é uma forma de crescer no mercado
nacional.
O «time-sharing» é um «sistema com um crescimento espectacular» referiu José Roquette, no Fórum de Desenvolvimento
do Turismo, promovido pela Associação dos Dirigentes de Vendas de Marketing de Portugal-
O Grupo Pestana já trabalha nesta área há mais de 10 anos, tendo começado a trabalhar no «time-sharing», «só com o mercado
inglês na Madeira», explicou Roquete, referindo que «a Alemanha e a Inglaterra são os principais mercados de vendas».
No entanto, o responsável referiu que os portugueses ainda têm algumas desconfianças neste tipo de venda e desta forma
«temos que encontrar uma forma inteligente e credível de vender «time-sharing» no mercado português e vamos encontrá-
la».
O Grupo Pestana pretende vender um produto que seja flexível no seu uso, quer em termos de hotel quer em termos de destino
turístico, onde o cliente que compra uma semana de férias pode gozá-la em qualquer uma das unidades da empresa, em
qualquer país.
«Em termos percentuais não estimamos crescer muito (no futuro), porque o grupo está a crescer muito nas outras áreas», mas
o «time-sharing», à semelhança das Pousadas de Portugal, servirá para alavancar o crescimento do Grupo Pestana em
Portugal, acrescentou o mesmo responsável, que se escusou contudo em contabilizar os resultados do grupo.
• O DIREITO REAL DE HABITAÇÃO PERIÓDICA
O direito real de habitação periódica foi introduzido no sistema jurídico português em 1981, através do decreto-lei nº 355/81
de 31 Dezembro, contudo, já foi objecto de sucessivas alterações, sendo que actualmente está fixado o seu regime no Decreto-
lei 275/93, de 05 de Agosto com as alterações introduzidas pelo Dl 180/99, de 22 Maio, com o DL nº 22/2002 de 31 Janeiro,
com o DL nº 76-A/2006 de 29 Março, com o DL n.º 116/2008, de 04 de Julho, com o DL n.º 37/2011, de 10 de Março e com
o DL n.º 245/2015, de 20 de Outubro
• Continuação
Este é um direito real que está ligado a outros direitos reais de gozo como o usufruto e o direito de propriedade horizontal.
A sua função está ligada a novos hábitos de vida no domínio do turismo e das férias, pois os empresários dessas áreas de
actividades têm iniciado a construção de empreendimentos dirigidos a esta nova clientela.
• Conceito (ou falta dele)
A lei não contém uma definição explícita do conceito de direito real de habitação periódica. Mas da conjugação de alguns
artigos pode-se afirmar o seguinte:
• O direito real de habitação periódica
O direito real de habitação periódica atribui ao seu titular a faculdade de usar uma certa habitação integrada num
empreendimento turístico durante um determinado período de tempo em cada ano.
Ou seja,
É o direito (que o adquire através de ato de compra ou sucessão), usufruir de determinada unidade de alojamento, localizada
num empreendimento turístico, durante um certo período de tempo em cada ano.
• São características dos DRHP
Na falta de indicação em contrario,
• Dá direito a ocupar um local de férias equipado todos os anos, durante uma ou mais semanas definidas. Esse direito é
comprado de uma só vez, sob a condição de partilha com outras pessoas, e fica registado no Registo Predial.
• O período anual a usufruir pelos seus titulares é determinado pelas partes.
• O preço depende de vários fatores, entre os quais o estado, a lotação e do tipo de alojamento e da época escolhida.
• O contrato tem a duração mínima de 1 ano e é proibida a cobrança de qualquer quantia (como sinal, por exemplo) antes
do prazo de reflexão de 14 dias seguidos.
• Os empreendimentos turísticos
Os empreendimentos turísticos assim constituídos podem ter uma de três tipologias:
- Hoteís-Apartamentos;
- Aldeamentos Turísticos;
- Apartamentos Turísticos;
Cfr. art.º 1.º do DL n.º 275/93, de 05 de Agosto
• O titular de um DRHP tem o direito de nos termos do n.º 1 do art.º 21 do DL 275/93 de 05 de Agosto:
“Habitar a unidade de alojamento pelo período a que respeita o seu direito;
b) Usar as instalações e equipamentos de uso comum do empreendimento e beneficiar dos serviços
prestados pelo titular do empreendimento;
c) Exigir, em caso de impossibilidade de utilização da unidade de alojamento objeto do contrato
devido a situações de força maior ou caso fortuito motivado por circunstâncias anormais e
imprevisíveis alheias àquele que as invoca, cujas consequências não poderiam ter sido evitadas
apesar de todas as diligências feitas, que o proprietário ou o cessionário lhe faculte alojamento
alternativo num empreendimento sujeito ao regime de direitos reais de habitação periódica, de
categoria idêntica ou superior, num local próximo do empreendimento objeto do contrato;
d) Ceder o exercício das faculdades referidas nas alíneas anteriores.”
• Obrigações
Terá porquanto,
nos termos do n.º 1 art.º 22.º do DL 275/93 de 05 de Agosto :
“pagar anualmente ao proprietário das unidades de alojamento sujeitas ao regime dos direitos reais de habitação periódica a
prestação pecuniária indicada no título de constituição.”
O valor da prestação periódica pode variar consoante a época do ano a que se reporta o direito real de habitação periódica,
mas deve ser proporcional à fruição do empreendimento pelo titular do direito. Cfr. n.º 3 do art.º 22.º do DL 275/93 de 05 de
Agosto.
• Constituição e transmissão dos Direitos Reais de Habitação Periódica
Os DRHP são constituídos através de escritura pública ou documento particular autenticado, sendo os mesmos, instruídos
com cópia da autorização para a sua constituição, a qual é emitida pelo Turismo de Portugal, I.P.. Qualquer modificação que
se venha a realizar neste titulo constitutivo, também terá que ser levada a cabo mediante a outorga de uma escritura publica
ou documento particular autenticado.
Cfr. alínea b) do art.º2.º do Código do Registo Predial onde é referido que estão sujeitos a registo “Os factos jurídicos que
determinem a constituição ou a modificação da propriedade horizontal e do direito de habitação periódica” e n.º 1.º do art.º
8 do DL 275/93 de 05 de Agosto
• O processo de destituição da Administração
Cfr. Art.º 37.º do Dl 275/93 de 05 de Agosto
O processo de destituição inicia-se em assembleia geral especialmente convocada para o efeito, devendo a deliberação ser
tomada por maioria de dois terços dos votos correspondentes aos direitos reais de habitação periódica transmitidos, e só
produzindo efeitos depois de decisão do tribunal arbitral, a constituir nos termos dos art.º 38 e ss., ou da nomeação judicial
prevista no artigo 40.º
Decorrido o prazo referido anteriormente, se a entidade em causa não tiver cumprido as obrigações impostas pelo tribunal
arbitral, este deliberará, de imediato, a destituição daquela e a consequente substituição por uma outra que administrará todo
o empreendimento.
• Informação pré contratual dos consumidores
O vendedor deve, nos termos do art.º 13.º do DL n.º 275/93 de 05 de Agosto, “entregar ao adquirente o documento
complementar, bem como o formulário de resolução do contrato previsto no artigo 11.º.
Este formulário deverá abarcar diversos aspetos nomeadamente:
Indicar a identificação do empreendedor;
- A descrição dos serviços colocados as dispor do titular do DRHP
- A existência de códigos de conduta
- Os mecanismos de resolução de litígios e a
- Indicação sobre modo e os prazos para o exercício do direito de resolução.
• Agências de Viagens
• Regime jurídico das Agências de Viagens
Decreto-Lei n.º 17/2018 de 8 de março - Estabelece o regime de acesso e de exercício da atividade das agências de viagens
e turismo, transpondo a Diretiva (UE) 2015/2302
Decreto Legislativo Regional n.º 18/2013/M de 17 de Junho - Adapta à Região Autónoma da Madeira o regime de acesso
e de exercício da atividade das agências de viagens e turismo, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 61/2011, de 6 de maio e
alterado pelo Decreto-Lei n.º 199/2012, de 24 de agosto
• Regime jurídico das Agências de Viagens
Portaria n.º 224/2011 de 3 de Junho - Aprova o Regulamento do Fundo de Garantia de Viagens e Turismo
Portaria n.º 1087/2010 de 22 de Outubro - Regulamenta o Registo Nacional de Turismo e define o âmbito e as suas
condições de utilização
• Noção de Agências de viagens e turismo
São agências de viagens e turismo as pessoas singulares ou coletivas cujas atividade consiste no exercício das atividades
referidas no art.º 3.º do Decreto-Lei n.º 17/2018 de 8 de março;
• Art.º 3.º do Decreto-Lei n.º 17/2018 de 8 de março;
“1 - As agências de viagens e turismo desenvolvem, a título principal, as seguintes atividades próprias:
a) A organização e venda de viagens organizadas e a facilitação de serviços de viagem conexos, quando o facilitador receba
pagamentos do viajante, respeitantes aos serviços prestados por terceiros;
b) A representação de outras agências de viagens e turismo, nacionais ou estrangeiras, bem como a intermediação na venda
dos respetivos produtos;
c) A reserva de serviços em empreendimentos turísticos e em estabelecimentos de alojamento local;
d) A venda de bilhetes e reserva de lugares em qualquer meio de transporte;
e) A receção, transferência e assistência a turistas.”
• Nos termos do n.º 2
“As agências de viagens e turismo desenvolvem, a título acessório, as seguintes atividades:
a) A obtenção de certificados coletivos de identidade, vistos ou outros documentos necessários à realização de uma viagem;
b) A organização de congressos e de eventos semelhantes; (M&I – Meetings & Incentives)
c) A reserva e a venda de bilhetes para espetáculos e outras manifestações públicas;
d) A realização de operações cambiais para uso exclusivo dos clientes, de acordo com as normas reguladoras da atividade
cambial;
e) A intermediação na celebração de contratos de aluguer de veículos de passageiros sem condutor;
f) A comercialização de seguros de viagem e de bagagem em conjugação e no âmbito de outros serviços por si prestados,
sem prejuízo do previsto no diploma que regula as condições de acesso e de exercício da atividade de mediação de seguros
ou de resseguros;
g) A venda de guias turísticos e de publicações semelhantes;
h) O transporte turístico efetuado no âmbito de uma viagem turística, nos termos definidos no artigo 13.º;
i) A prestação de serviços ligados ao acolhimento turístico, nomeadamente a organização de visitas a museus, monumentos
históricos e outros locais de relevante interesse turístico.”
E o exercício de atividade de animação turística.
• São requisitos para o exercício da atividade:
- Ser uma cooperativa, estabelecimento individual de responsabilidade limitada ou sociedade comercial que tenha por objeto
o exercício daquela atividade e não é exigível um capital social mínimo, salvo para efeitos de acesso à profissão de
transportador público rodoviário, caso em que o capital social mínimo para as agências de viagem e turismo é de € 100.000,00.
- Comprovação da idoneidade comercial do titular do estabelecimento em nome individual de responsabilidade limitada, dos
diretores ou gerentes da cooperativa e dos administradores ou gerentes da sociedade requerente;
- Não ter proibição legal do exercício no comércio;
- Não ter inibição do exercício do comercio por ter sido declarada a sua falência ou insolvência enquanto não for levantada a
inibição e decretada a sua reabilitação;
• Requisito para o exercício da atividade
Cfr. art.º 6.º do DL 17/2018 de 8 de Março
1.ª Inscrição no Registo Nacional da Agências de viagens e turismo (RNAVT) por mera comunicação prévia, disponível na
internet nos Portais do Turismo de Portugal, da Empresa ou do cidadão;
2.ª No momento da inscrição no RNAVT, deve ser prestada uma contribuição para o FGVT de 2500€.
Nota: Sempre que o FGVT atinja um valor inferior a € 3 000 000, as agências de viagens e turismo são notificadas pelo
Turismo de Portugal, I. P., para prestarem contribuição adicional, nos termos do quadro único em anexo ao presente decreto
-lei, do qual faz parte integrante, e na proporção estabelecida, até que o FGVT atinja o seu valor mínimo de € 4 000 000 (Cfr.
n.º 2.º do art.º 38.º do DL 17/2018 de 8 de Março).
• As agências de viagens podem rescindir o contrato de viagem organizada?
Podem, se o número de pessoas inscritas na viagem for inferior ao número mínimo indicado no contrato ou se
verificarem circunstâncias inevitáveis e excecionais que impeçam a agência de executar o contrato.
Cfr. art.º 27.º n.º 1 alíneas a) e b) do DL 17/2018 de 8 de Março
•
Como atuar no caso de falta de conformidade na execução de serviços de viagem incluídos no contrato de viagem organizada?
O viajante deve comunicar o incumprimento à agência, por escrito ou outra forma adequada, sem demora injustificada. A
agência deve assegurar o suprimento da falta, salvo quando seja impossível ou isso comporte custos desproporcionados.
O viajante tem direito à restituição da diferença entre o preço das prestações previstas e das efetivamente fornecidas.
Cfr. n.º 1.º, 2.º e 3.º do art.º 28.º do DL 17/2018 de 8 de Março
•
As agências de viagens e turismo são obrigadas a possuir um seguro de responsabilidade civil?
Sim, o seguro de responsabilidade civil deve cobrir, entre outros riscos, o repatriamento dos viajantes e a assistência médica
e medicamentos necessários em caso de acidente ou doença ocorridos durante a viagem, incluindo aqueles que se revelem
necessários após a conclusão da viagem.
(Cfr. alínea a) e b) do n.º 2.º do art.º 41.º do DL 17/2018 de 8 de Março).
• Responsabilidades das agências de viagem
As agências são responsáveis perante os seus clientes pelo pontual cumprimento das obrigações resultantes da venda de
viagens turísticas;
Quando se tratar de viagens organizadas, as agencias são responsáveis perante os seus clientes, ainda que os serviços devam
ser executados por terceiros e sem prejuízo do direito de regresso;
No caso de viagens organizadas, as agencias organizadoras respondem solidariamente com as agencias vendedoras;…
Nos termos do art.º 36.º n.º 2.º do DL 17/2018 de 8 de Março
• A responsabilidade da agencia terá como limite o montante máximo exigível as entidades portadoras dos serviços, nos
termos da Convenção de Montreal, de 28 de maio de 1999, sobre transporte aéreo internacional, e da Convenção de Berna,
de 1961, sobre transporte ferroviário;
• No que concerne aos transportes marítimos, a responsabilidade das agências de viagens e turismo, relativamente aos seus
clientes, pela prestação de serviços de transporte, ou alojamento, quando for caso disso, por empresas de transportes
marítimos, no caso de danos resultantes de dolo ou negligência destas, tem como limites os montantes referidos nas diversas
alíneas do n.º 2.º do art.º 36.º do DL.
• Responsabilidades das agências de viagem
Quando exista, a responsabilidade das agências de viagens e turismo pela deterioração, destruição e subtração de bagagens
ou outros artigos, em estabelecimentos de alojamento turístico, enquanto o cliente aí se encontrar alojado, tem como limites
referidos na alíneas do n.º 3.º do art.º 36.º do DL 17/2018 de 8 de Março.
• Porém, refira-se que o contrato de viagem pode limitar a indemnização a pagar, desde que esse limite não seja aplicável
às lesões corporais, nem aos danos causados de forma deliberada ou por negligência e não represente menos do que o triplo
do preço total da viagem organizada.
• Da Fiscalização e Sanções (art.º 43.º do DL 17/2018)
Autoridade de Segurança Alimentar
• Fiscalizar o cumprimento do disposto no Diploma (exclusividades e limites das agencias);
• Ter conhecimento das reclamações apresentadas
• Instruir os processos por infracções
Direcção geral de transportes terrestres
• Licenças para abertura de agencias de viagens
• Transmissão de propriedades
• Revogação de licenças
• Artigo 49.º Competência para aplicação das sanções
1 - A decisão de aplicação das sanções previstas no presente decreto-lei compete ao inspetor-geral da ASAE.
2 - A aplicação das coimas é comunicada ao Turismo de Portugal, I. P., para efeitos de averbamento ao registo.
• Na Região Autónoma da Madeira
O regime previsto aplica-se à Região, sempre juízo das adaptações decorrentes da estrutura própria da administração regional
autónoma, a introduzir por diploma regional adequado
• Assim nos termos do Decreto Legislativo Regional n.º 18/2013/M de 17 de Junho
As competências atribuídas à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica são exercidas pela Direção Regional do
Turismo.
As competências cometidas ao Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres, I.P., são exercidas pela Direção Regional
dos Transportes Terrestres.
Todas as competências cometidas pelo regime ao Turismo de Portugal, I.P., e ao seu presidente são exercidas, na Região
Autónoma da Madeira, respetivamente, pela Direção Regional do Turismo e pelo Diretor Regional do Turismo.
As competências atribuídas pelo diploma ao membro do Governo responsável pela área do turismo são exercidas, na região
, pelo membro do Governo Regional responsável pela área do turismo.
•
Animação Turística
• Regime de licenciamento das empresas de animação turística e dos operadores marítimo-turísticos
Decreto-Lei n.º 108/2009 - D.R. n.º 94, Série I de 15 de maio
Estabelece as condições de acesso e de exercício da atividade das Empresas de Animação Turística, bem como dos
Operadores Marítimo–Turísticos. Alterado e republicado pelo Dec.-Lei n.º 186/2015, de 3 de setembro.
Decreto Legislativo Regional n.º 10/2017/M - Adapta à Região Autónoma da Madeira o regime de acesso e de exercício da
atividade das empresas de animação turística e dos operadores marítimo-turísticos, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º
108/2009, de 15 de maio e alterado pelos Decretos-Leis n.os 95/2013, de 19 de julho e 186/2015, de 3 de setembro
Decreto-Lei n.º 21/2002 - D.R. n.º 26, Série I-A de 31 de janeiro
Aprova o Regulamento da Atividade Marítimo-Turística. Alterado e republicado pelo Dec.-Lei n.º 269/2003, de 28 de
outubro (revoga os Arts 3.º a 15.º, 29.º a 32.º e os Anexos I e II).
Decreto-Lei n.º 149/2014 - D.R. n.º 196/2014, Série I de 10 de outubro
Aprova o Regulamento das Embarcações Utilizadas na Atividade Marítimo-Turística
• Regime de licenciamento das empresas de animação turística
Portaria n.º 651/2009 de 12 de Junho - Define o Código de Conduta a adotar pelas empresas de animação turística e dos
operadores marítimo-turísticos que exerçam atividades reconhecidas como turismo de natureza e o logótipo que os identifica.
Decreto-Lei n.º 149/2014 de 10 de outubro - Regulamento das Embarcações Utilizadas na Atividade Marítimo – Turística.
• Animação o que é?
Animação é uma palavra que vem do latim, Anima, que significa Dar alma (animar a ala). Na génese da palavra Animação
estão os vocábulos Anima/ânimo. No latim Animus, sugere Dinâmica, Força Ativa e Vida. Na raiz de Animus encontra-se
Alma que retirada do seu contexto religioso sob o prisma filosófico significa Criar, Dar Vida.
• Enquadramento Legal
O regime de acesso e exercício da atividade das Empresas de Animação Turística, incluindo os operadores Marítimo-
Turísticos, encontra-se regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 108/2009, de 15 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 95/2013,
de 19 de julho e pelo Decreto-Lei n.º 186/2015, de 3 de setembro.
• Empresas de Animação Turística
Nos termos do ñ.º 2 do DL n.º 108/2009, de 15 de maio são:
«Empresa de animação turística», a pessoa singular ou coletiva que desenvolva, com caráter comercial, alguma das atividades
de animação turística referidas no artigo seguinte, incluindo o operador marítimo -turístico;
Ou seja:
São empresas de Animação turística as que tenham por objeto a exploração de atividades lúdicas de natureza recreativa,
desportivas ou culturais, que se configurem como atividades de turismo de ar livre ou de turismo cultural e que tenham
interesse turístico para a região em que se desenvolvam
Cfr. n.º 1 do art.º 3.º do DL n.º 108/2009, de 15 de maio