São vários os significados da expressão “Sucesso Profissional”. São muitos
textos, artigos e reportagens que tem este como tema central. O fato é que cada um de nós precisa saber exatamente quando e como se sente vencedor. Existem muitas percepções sobre o sucesso e essa é uma avaliação muito pessoal. Para muitos, ter sucesso profissional é alcançar um cargo importante dentro da empresa. Outros se sentem realizados ao poder proporcionar qualidade de vida melhor para si e para a família. Alguns profissionais apreciam ganhar muito bem para poder realizar todos os desejos materiais. Muitos entendem como o reconhecimento de suas competências e seus esforços o fato de ser um profissional prestigiado e valorizado no mercado. O pensador grego Sócrates ficou conhecido por uma máxima que atravessou séculos e, ainda nos dias de hoje, a utilizamos para dizer o quanto esse processo é importante: “Conhece-te a ti mesmo”. A máxima socrática evidencia que o autoconhecimento é um processo fundamental não somente para o sucesso, mas também para alcançar a felicidade. “Não é só uma questão de natureza psicológica, também o é, mas é especialmente um movimento de se conhecer. É enriquecedor o processo de olhar para dentro e observar o que precisa ser mexido e o que precisa ser preservado” (CORTELLA, 2013, p. 78). Conhecer-se a si mesmo é condição de possibilidade para chegar ao sucesso. Sucesso este não só compreendido no sentido profissional, mas em seu sentido mais amplo, ou seja, social, familiar e pessoal. É um caminho que envolve conhecer as próprias habilidades e conhecer, também, as próprias limitações. Não existe êxito no processo sem este reconhecimento autêntico e consciente. Não estar fechado e olhar para as mudanças, olhar com foco para as possibilidades, perceber que o que era aceito outrora pode não ser mais, faz com que aumente a percepção de um mundo cada vez mais líquido, onde tudo flui com muita rapidez. “Poucos analistas da contemporaneidade mostram com tanta clareza como Zygmunt Bauman a modernidade líquida que atualmente vivemos: mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível” (ANTUNES, 2014, p. 65). O sucesso profissional está intimamente ligado com a percepção de mudança, seja ela em sentido pessoal, intelectual ou profissional. Pois mudar pressupõe o conceito de individualidade. O homem é essencialmente diferente dos animais e por isso é proprietário de uma individualidade. Fazer o que todo mundo faz é o mesmo que renunciar a ousadia do fazer diferente (ANTUNES, 2014). O caminho profissional tem uma grande influência no senso de identidade e na autoconfiança das pessoas em relação à vida pessoal e profissional. As percepções e o direcionamento de trabalho para o alcance dos resultados e do sucesso não podem permitir que o indivíduo no seu particular e na sua individualidade perca os seus valores e a sua referência, mediante o estabelecimento dos parâmetros impostos e valorizados pela sociedade de forma generalista. Os valores, a definição de sucesso e o estabelecimento de metas são indispensáveis para a construção da sua carreira mais estruturada e focada com o direito de uma realização profissional validada nos objetivos a curto, médio e longo prazo. Segundo um monge beneditino, Beda, sec. VIII d.c, há três caminhos para se alcançar o sucesso: ensinar o que se sabe; praticar o que se ensina; perguntar o que se ignora. Por isso, uma carreira a ser “turbinada” exige a capacidade de “ensinar o que se sabe”, isto é, ter permeabilidade e ser reconhecido como alguém que reparte competências, de modo a fortalecer a equipe e demonstrar ambição (querer mais) em vez de ganância (querer só para si, a qualquer custo). É necessário também “praticar o que se ensina”, de forma a deixar clara a coerência de postura, o equilíbrio entre o dito e o feito, e a disposição para assumir com segurança aquilo que adota como correto. Por fim, o mais importante, “perguntar o que se ignora”, pois corre perigo aquele ou aquela que não demonstrar que está sempre em estado de atenção (em vez de estado de tensão) para ampliar capacidades e assumir a humildade (sem subserviência) de compreender e viver aquilo que Sócrates, na Grécia clássica, nos advertiu: “só sei que nada sei”, ou seja, só sei que nada sei por inteiro, só sei que nada sei que só eu saiba, só sei que nada sei que não possa ainda vir a saber (CORTELLA, 2013). Nesse sentido, o estudo se mostra de fundamental importância nesse processo. Dizer que a vida é feita de escolhas, sem dúvida, é cair em lugar comum. Entretanto, os caminhos que cada indivíduo traça ao longo de sua trajetória terão implicação direta na sua vida pessoal e profissional. É a partir desse ponto que é possível traçar uma relação entre o estudo e uma carreira profissional bem-sucedida e apontar o esforço e o autoconhecimento como fatores decisivos no sucesso profissional (LEWIS, 2015). Fica-se atônito com a rapidez com que as mudanças acontecem. Já não basta mais sermos especialistas, precisamos “entender do negócio”, senão, como poderemos aplicar nossos conhecimentos e gerar resultados? Porém, como dominar tantas competências e, ao mesmo tempo conciliar família, amigos, atividades físicas e a pressão por resultados cada vez melhores e em menor tempo? Com certeza não é fácil, mas é possível crescer profissionalmente e, principalmente, com ética, sem abrir mão de uma vida com qualidade. Lembra-se do tempo em que era só pegar o diploma, esperar uma proposta de emprego, trabalhar por “uns trinta anos” na mesma empresa e se aposentar? Essa época simplesmente acabou. Hoje temos que aprender continuamente. Educação e aprendizagem não são algo com data pré-determinada para acabar. Para que possamos nos manter no mercado, é necessário estudar sempre, mantendo-nos atualizados com as mudanças tecnológicas, aprendendo a utilizar as novas ferramentas, aprimorando o conhecimento de outros idiomas e assuntos (ANTUNES, 2014). São raros os casos em que um indivíduo obtém sucesso profissional sem ter antes frequentado uma instituição de ensino. Isso porque o mundo atual valoriza o conhecimento como pré-requisito para a participação no mercado de trabalho. Além disso, uma pessoa com formação mais completa passa a ser um indivíduo mais crítico, capaz de analisar e compreender situações políticas, econômicas e sociais. Tal cidadão pode ser mais ativo e produtivo para melhorar a qualidade de vida de seu país e, consequentemente, do mundo. O mercado de trabalho busca pessoas com esse perfil, além disso, outro fator decisivo no sucesso profissional é o autoconhecimento. Por tanto, a partir deste novo contexto, no qual as pessoas se tornaram o bem mais importante das empresas, acompanhar a empregabilidade dos profissionais tornou-se algo importante. Por empregabilidade, entende-se a capacidade de obter e manter um emprego e, se necessário, obter um novo emprego, portanto, nossa carreira depende do esforço que empreendemos para continuarmos a aprender. REFERÊNCIAS: ANTUNES. C. O poder do foco: O cérebro e seu papel essencial para uma carreira de sucesso. São Paulo: Vozes, 2014. CORTELLA. M.S. Pensar bem, nos faz bem. São Paulo: Vozes, 2013. LEWIS. S. O poder do fracasso. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.