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A TEORIA DA FUNÇÃO APROPRIADA DE ALVIN PLANTINGA

ALVIN PLANTINGA’S THE FUNCTION PROPER THEORY

Adilson Alciomar Koslowski1

RESUMO: Nosso objetivo neste artigo é apresentar ao leitor uma teoria


contemporânea em Epistemologia Analítica, porém pouco conhecida, por enquanto, em
nosso país, a saber, a Teoria da Função Apropriada (TFA) do professor da
Universidade de Notre Dame (EUA) Alvin Plantinga. Por isso, nosso objetivo é uma
apresentação das principais propriedades da Teoria da Função Apropriada. Uma
teoria que critica principalmente as teorias evidencialistas da tradição moderna de
Descartes aos nossos dias. Plantinga argumenta a superioridade da TFA às demais
teorias vigentes, mesmo as teorias externalistas como a de Alvin Goldman.
PALAVRAS-CHAVE: Teoria da Função Apropriada. Alvin Plantinga. Epistemologia
Analítica.

ABSTRACT: Our aim in that article is introduce the reader one contemporary theory
in Analytical Epistemology, but small well-known, for now, in our country, namely, the
Function Proper Theory (FPT) professor’s Notre Dame University (USA) Alvin
Plantinga. Therefore, our objective is a presentation of properties principles of
Function Proper Theory. One theory what principally criticize an evidentialist theory of
modern tradition by Descartes and ours days. Plantinga argue a superiority of FPT
over much theory present, same an externalists theories how Alvin Goldman.
KEY-WORDS: Function Proper Theory. Alvin Plantinga. Analytical Epistemology.

1. Introdução.
Nosso objetivo neste artigo é expor as principais características da teoria
epistemológica do filósofo americano Alvin Plantinga, a saber, a Teoria da Função

1
Doutorando em Filosofia pela UFSC. Professor de Filosofia na UNIFEBE, UNIVALI E CESBLU. E-
mail: kadilson@unifebe.edu.br.

1
Apropriada (Proper Function Theory), bem como algumas de suas críticas as principais
posições epistemológicas rivais.
De maneira simplificada, podemos dizer que desde a metade do século passado a
epistemologia analítica praticada principalmente nos EUA vem tendo um grande
desenvolvimento. A publicação do artigo de Edmund Gettier “É o conhecimento crença
verdadeira e justificada?” (1963) questiona a análise tradicional do conhecimento; tida
pela maioria dos filósofos analíticos como dada. Vários filósofos dedicados a outros
campos da Filosofia como a Metafísica e a Moral, após a publicação do texto de Gettier
e as discussões que tal artigo suscitou, começaram a se interessar pelos problemas
epistemológicos; problemas esses um tanto quanto abandonados devido à linguist turn2.
Dentre as teorias para uma quarta condição, uma das mais celebres e aceitas é a
da anulabilidade3. Voltemos agora ao problema de Gettier e em seguida à teoria da
anulabilidade.
Gettier refutou4 a definição essencialista, também conhecida como definição
tripartite de conhecimento, a saber: S5 conhece p se e somente se S crê em p; p é
verdadeira e S está justificado em crer em p. Gettier mostrou através da construção de
dois contra-exemplos inferenciais (dedutivos) em seu minúsculo artigo, que as
condições acima expostas não são suficientes, mesmo que permaneçam necessárias.
Assim, por exemplo, se tenho um conhecido no escritório que trabalho que me oferece
carona todos os dias e que me diz que o carro é seu (uma Mercedes preta) - até já
cheguei a ver os documentos do carro em seu nome e todos que o conhecem me dizem
que é um homem confiável, etc. - acredito justificadamente que o carro é seu. Contudo,
esse conhecido é um excelente falsário, mas fato esse que não sei. A partir desses meus
juízos, raciocino e infiro a seguinte conclusão: “Há alguém no escritório onde eu
trabalho que possui uma Mercedes preta” e, por acaso, um dos meus colegas e que não é

2
Usamos a expressão que indica uma metodologia filosófica e um movimento que aborda os problemas e
as soluções fundamentalmente através da análise da linguagem. Esse movimento foi encabeçado por
Frege, Russel e Wittgenstein. Não se pode dizer, não obstante, que os problemas epistemológicos foram
esquecidos. Foram apenas colocados em segundo plano. As reflexões sobre o ceticismo de Moore e o
texto Sobre a Certeza de Wittgenstein são exemplos de reflexão epistemológica, não obstante, abordadas
segundo a metodologia da análise.
3
A primeira apresentação da teoria da anulabilidade foi a de LEHRER E PAXON, em “Knowledge:
Undefeated Justified True Belief”, Journal of Philosophy 66: 225-237.
4
Não sabemos se dentro da tradição analítica há algum epistemólogo relevante que negue a refutação de
Gettier à definição tripartite.
5
As letras utilizadas tais como S, p e t aparentemente fazem parte da língua portuguesa, mas de fato são
esquemas; tais como “S conhece p” e deveriam estar entre aspas ou itálico. Contudo, não utilizaremos
esse recurso. Chamamos, porém, a atenção do leitor para esse ponto, pois o caso é similar aos esquemas
de wff ou dos esquemas das regras lógicas.

2
o meu colega falsário possui uma Mercedes preta, logo, é verdade que “Há alguém no
escritório onde eu trabalho que possui uma Mercedes preta”. Temos aí um caso de
crença verdadeira e justificada que não diríamos ser um caso de conhecimento, mas de
sorte.
A primeira tentativa de resolver o problema que nos vem à mente é
simplesmente a de acrescentar à definição tripartite uma outra condição. Uma condição
que não admita que se façam inferências quando não seja verdadeiro um dos juízos (ou
premissas), mesmo que seja muito alto o grau ou a quantidade da justificação.
Infelizmente, outros filósofos notaram que essa condição também seria insuficiente,
pois existem contra-exemplos tipo-Gettier que não dependem de conhecimento
inferencial, como é o caso, por exemplo, do conhecimento perceptivo. Exemplificando,
olho para o meu jardim e vejo o meu cão e digo a mim mesmo: “Meu cachorro está no
jardim”. Mas o cachorro é um holograma que o meu vizinho está projetando para me
enganar. Por acaso, meu cachorro está no jardim, mas debaixo da janela onde não posso
vê-lo. Assim, meu juízo “meu cachorro está no jardim” é verdadeiro. Tenho uma crença
verdadeira e justificada, mas não diríamos que seja um caso de conhecimento, mas,
novamente, um caso de sorte.
Uma teoria que tem uma boa acolhida entre os epistemólogos evidencialistas é a
teoria da anulabilidade. De modo simplificado, a teoria da anulabilidade oferece uma
outra condição que deveria ser anexada junto às tradicionais condições para termos
conhecimento proposicional. A condição é de que não deve existir um anulador factual,
isto é, um anulador que dependa das evidências de S ou do anulador evidencial de S
para crer que p. Portanto, nos dois casos exemplificados acima, as crenças justificadas e
verdadeiras não seriam um caso de conhecimento, pois no primeiro caso o anulador
factual seria o de que “A Mercedes preta não era do meu conhecido falsário” e no
segundo, a experiência perceptiva “O meu cachorro que suponho estar vendo no jardim
é falso, pois é um holograma”.6
Quanto ao conceito de ‘justificação’ era fundamentalmente entendido desde
Descartes como a evidência que um sujeito tinha como suporte para crer em p em um
determinado tempo. Essa concepção de justificação é conhecida como evidencialismo.
As teorias desenvolvidas a partir dessa concepção de justificação são as tradicionais
teorias da estrutura da justificação que são: o fundacionismo clássico, as várias formas

6
Uma conseqüência teórica da teoria da anulabilidade é de que a definição de conhecimento
necessariamente esteja comprometida com o externalismo.

3
de coerentismo e de fundacionismo moderado e as raras formas de infinitismo de
Charles Pierce e Peter Klein no outro extremo, as várias formas de ceticismo negando a
possibilidade de uma teoria da justificação.
Porém, alguns filósofos não procuraram uma quarta condição ou algo parecido,
mas estabelecer outra compreensão de justificação, não mais a evidencialista, a mais
defendida na história da epistemologia moderna e da tradição analítica na primeira
metade do século passado. Essas teorias, as não evidencialistas, conflitaram contra
alguns pressupostos do evidencialismo, entre eles o internalismo e o deontologismo. O
internalismo – em uma de suas versões - diz que as evidências de S são os estados
mentais de S e S deve (aqui temos o aspecto deontológico) necessariamente acessar
essas evidências como suporte para crer em p e assim S estar justificado.
Uma primeira proposta contrária ao evidencialismo foi à teoria causal de Alvin
Goldman. A idéia básica era de que a crença p de S deveria estar de alguma forma
vinculada causalmente com o estado de coisas de que a crença dependia. Pois parecia
que as crenças nos argumentos de Gettier não estavam todas elas vinculadas
causalmente ao sujeito e dessas que dependia o sucesso dos contra-exemplos. Contudo,
a teoria não foi bem aceita, pois era possível construir contra-exemplos a essa teoria e
ela tinha o inconveniente de não dar contar de nosso conhecimento lógico e matemático
que parece não estar vinculado a qualquer tipo de relação causal.
Exemplos dessas teorias, além da teoria causal, não evidencialistas são: a teoria
confiabilista de Alvin Goldman e a de função própria de Alvin Plantinga7.

2. A Teoria da Função Apropriada


2.1 Desdobramentos históricos da Teoria da Função Apropriada
Plantinga é um calvinista8 e sua preocupação primeira foi e é como filósofo da
religião estabelecer a racionalidade (para Plantinga racionalidade era sinônimo de
justificação) da crença religiosa. Com o desenvolvimento de uma solução para esse
problema de epistemologia da religião foi levado a uma teoria geral do conhecimento, a
saber, sua Teoria da Função Apropriada.
A primeira abordagem de Plantinga sobre a questão da racionalidade da crença
religiosa foi no seu livro God and Other Mind (1967). Plantinga conclui que os diversos

7
Traduzimos a expressão “function properly” pelas equivalentes em português: função apropriada,
função própria e função adequada; utilizaremos dessas expressões indiscriminadamente.
8
Calvino é um dos pais da Reforma Protestante junto com Martin Luther no século XVI. Seu pensamento
influenciou fortemente a Igreja Presbiteriana bem como outras Igrejas Reformadas.

4
argumentos clássicos a favor da existência de Deus possuem graves dificuldades, porém
não devemos desesperar, pois também há outras crenças, como a crença na existência de
outras mentes que apresentam dificuldades semelhantes. Assim, “se crer em outras
mentes é racional, também o é crer na existência de Deus” (PLANTINGA, 1967, p.
271). Estabelece, assim, uma analogia entre a crença em Deus e a crença em outras
mentes e sustenta – em uma argumentação defensiva – que ambas são igualmente
racionais.
Em uma conferência que pronunciou em 1975 “Is it Rational to Believe in
God?” , introduz já sua tese principal: crer em Deus pode ser racional ainda que
nenhum argumento teísta o prove. Segundo Plantinga, é preciso analisar o que significa
“racionalidade” e “justificação”. A partir daí, esse tipo de epistemologia foi chamada de
Epistemologia Reformada. Plantinga escreveu nos anos de 1979 a 1987 vários artigos
onde critica a epistemologia evidencialista com seus conceitos de “racionalidade” e
“justificação” e sustenta que a crença em Deus é adequada ou apropriadamente básica
(properly basic belief).
Na segunda abordagem, a partir de 1987, Plantinga começa a pensar que sua
versão da epistemologia reformada é incompleta e que é preciso situá-la no contexto de
uma teoria mais ampla da justificação, de racionalidade e de garantia (warrant). Num
primeiro momento, entendia racionalidade no sentido de justificação, agora entende
como garantia ou status epistêmico positivo. A partir dessa intuição, irá desenvolver
uma epistemologia que ele mesmo denominou de “Teoria da Função Apropriada” -
Theory of Proper Function (Cf. PLANTINGA, 1993b, p. VIII). Todavia, não há ruptura
no pensamento de Plantinga, mas apenas um maior desenvolvimento de suas idéias
iniciais. A Teoria da Função Apropriada é uma teoria muito mais geral do conhecimento
do que sua teoria embrionária da crença apropriadamente básica, que assume as teses de
seus primeiros escritos epistemológicos.
A Teoria da Função Apropriada foi elaborada nos três volumes da triologia de
Plantinga: Warrant: The Current Dabate (1993a) e Warrant and Proper function
(1993b) e Warrant Christian Belief (1999). Plantinga, nessa trilogia, adere uma versão
de epistemologia naturalizada, a qual, se bem sucedida, resolve muitos dos quebra-
cabeças da teoria do conhecimento e, assim, obtém simpatia como o mais compreensivo
sistema disponível, embora admitidamente incompleto por ele mesmo.

5
2.2 O que é a Teoria da Função Apropriada (TFA)?
As idéias-chave da TFA são garantia9 e função apropriada, com a idéia de que
‘garantia’ substitui a de ‘justificação’ na análise do conhecimento. Plantinga entende a
garantia como uma qualidade ou quantidade de uma crença verdadeira que produz
conhecimento. Também usa o termo status epistêmico positivo como um termo genérico
e neutro entre justificação e garantia que, quando adicionado à crença verdadeira produz
conhecimento. A segunda idéia, a de função apropriada, envolve a noção de nossa
faculdade cognitiva funcionando de acordo com um design plan ou projeto em um
ambiente para o qual ela foi planejada, algo que tipicamente conduz à crença
verdadeira.
Assim, a teoria de Plantinga explanada em seu livro Warrant and Proper
Function (PLANTINGA, 1993b) é uma teoria que propõe resolver o problema da
definição e o problema da justificação do conhecimento – que são os dois problemas
fundamentais da epistemologia analítica, como já dito acima. Assim, S tem
conhecimento de p se S tem garantia de que p. E a garantia é entendida por Plantinga
como a crença verdadeira que é obtida por um mecanismo funcionando
apropriadamente, isto é, funcionando adequadamente em um determinado ambiente
para o qual ele foi desenhado. De uma forma um pouco mais rigorosa, Plantinga
sustenta que quando um sujeito S crê em p - para estar garantido - deve ser o caso que p
é o produto de uma faculdade formadora de crença que está funcionando
apropriadamente. Existem outras condições também, a faculdade formadora da crença
deve estar funcionando em um ambiente epistêmico adequado e deve ter como seu
primeiro objetivo a produção de crenças verdadeiras. Isto é, deve ser condutora de
verdade. O cerne da teoria de Plantinga é de que a faculdade de formação de crença
deve estar funcionando apropriadamente (functioning properly). Vejamos essas
condições necessárias e suficientes para a obtenção de conhecimento mais
esquematicamente.
Plantinga formula sua teoria da garantia do funcionamento apropriado ou
simplesmente “TFA” – rigorosamente como segue:
TFA: Para todo agente S e a crença p, p está garantida para S se e somente:
(C1) p é produzida em S por uma faculdade de formar crença que está
funcionando apropriadamente;

9
Vamos traduzir warrant por “garantia”, tendo também um sentido de “autorização”. Devemos essa
tradução ao professor Roberto E. Pich, PUCRS.

6
(C2) p é produzida pela faculdade de formar crença que está funcionando em um
ambiente epistêmico apropriado;
(C3) o segmento do projeto (design plan) governando a produção de p está
objetivado na produção de crenças verdadeiras;
(C4) p tem uma alta probabilidade de ser verdadeira. 10
2.3 Analisando as quatro condições de garantia
A primeira condição parte da intuição de que para que uma crença esteja
garantida, nossas faculdades têm de funcionar adequadamente, isto é, sem nenhuma
disfunção. Não se requer que todas as faculdades humanas funcionem adequadamente,
senão aquelas que estão implicadas em uma determinada atividade cognitiva. Assim,
essas faculdades podem atuar mais ou menos adequadamente, segundo certos graus de
adequação. Para que exista garantia não é preciso que as faculdades funcionem
perfeitamente ou de um modo ideal. Assim, por exemplo, não é necessário ter uma
visão 100% perfeita para que alguém tenha uma crença visual garantida. Alguém que
seja míope brandamente saberá distinguir um carro de um cavalo a uma distância
razoável.
Por outro lado, o ambiente em que atua o aparelho cognitivo deve ser adequado.
Essa qualificação é feita por Plantinga para fazer frente a casos ou contra-exemplos
céticos. Como, por exemplo, o filme Matrix que suscita o problema da prova do mundo
exterior. Estou percebendo o mundo externo à minha volta, mas no fundo não passa de
um software de computador – Matrix – de alta tecnologia, construído por máquinas
inteligentes (AI). Essas máquinas implantaram sofisticadíssimos elétrodos, desde o
nascimento no cérebro dos seres humanos, causando crenças a respeito do mundo
exterior. As faculdades, nesse caso, estão funcionando adequadamente, mas não estão
num ambiente adequado. Plantinga clarificou posteriormente que tanto o ambiente geral
como o ambiente concreto deve ser adequado. Os problemas tipo-Gettier seriam,
segundo Plantinga, um exemplo de ambiente concreto inadequado.
Ainda que a condição primeira seja necessária (C1), não é suficiente para
alcançar conhecimento. É preciso estar em relação com outra noção chave, isto é, o de
projeto (design plan) 11 “O projeto – explica Plantinga – é o modo em que se supõe que

10
Cf. PLANTINGA, 1993b, p. 1-20 para mais detalhes.
11
As noções de “função apropriada” e de “plano” são correlativas: “uma coisa funciona adequadamente
quando funciona de acordo com um plano e o plano de uma coisa é uma especificação do modo que a
coisa funciona quando funciona adequadamente” (PLANTINGA, 1993b, p. 213).

7
a coisa em questão deve atuar, o modo em que funciona quando funciona como deve
fazê-lo” (PLANTINGA, 1993b, p. 21). Plantinga sustenta que nossas faculdades
cognitivas foram desenhadas segundo um plano, de modo que, se vemos um cão, então
de fato nós o vemos.
A noção de projeto tem sido pensada por Plantinga de uma perspectiva teísta.
Nossas faculdades, atuando segundo o projeto significam que foram criadas por Deus, o
qual “nos tem criado com faculdades cognitivas desenhadas com o fim de capacitar-nos
a obter crenças verdadeiras a respeito de uma ampla variedade de proposições (...).
Essas faculdades atuam de tal maneira que em circunstâncias apropriadas formamos as
crenças apropriadas” (PLANTINGA, 1986, p. 15). Contudo, Plantinga sustenta que
também o naturalista pode entender essas idéias. Por exemplo, um pássaro tendo uma
das asas quebrada não está funcionando apropriadamente e igualmente alguém que está
sofrendo de esclerose não está funcionando de modo adequado.
Não obstante, em seu segundo livro da trilogia Warrant and the Function
Proprer, Plantinga faz uma forte crítica às análises naturalistas que não pressupõem o
supranaturalismo12 . Seu argumento contra os naturalistas é de que eles comentem uma
falácia de auto-referência levando o projeto naturalista a uma auto-contradição. O
argumento de Plantinga, de um modo informal, é o seguinte. Se o nosso aparelho
cognitivo foi planejado pela natureza tal como entende o darwinismo naturalista, então
sabemos que não houve nenhum projeto intencional. A teoria da evolução, assim
compreendida, nos leva a afirmar que as crenças formadas pelos aparelhos ou
mecanismos desenhados pela evolução têm como finalidade a sobrevivência e não a
verdade. Logo, a própria teoria da evolução darwinista é fruto da evolução e assim é
provavelmente falsa.
A segunda condição (C2) pressupõe que as crenças de S estão funcionando de
acordo com o projeto, mas que o mecanismo produtor da crença esteja funcionando no
ambiente pelo qual ele foi projetado. Nossos olhos, por exemplo, funciona
adequadamente num ambiente com certa intensidade de luz; mas não funcionam tão
bem debaixo da água ou em ambientes pouco iluminados.
A terceira condição (C3) indica que esse plano tem a finalidade de produzir
crenças verdadeiras. De fato, nem todos os aspectos do plano de nossas faculdades

12
O supranaturalismo é uma teria metafísica de que a realidade não é apenas a sua dimensão material ou a
que é possível explicar pelas ciências naturais e humanas, mas que uma explicação completa exige a
intervenção divina.

8
cognitivas têm como fim a verdade. Em alguns casos têm outro fim, como a
sobrevivência ou que sejamos leais, ou a inclinação de ter mais filhos. Outras vezes,
recordamos experiências dolorosas com menos memória da dor efetiva, como é o caso
das mulheres no pós-parto. Portanto, temos que precisar que a garantia das crenças tem
de ser formada por faculdades que atuam segundo um projeto visando à verdade.
E por fim, a última condição (C4), nos diz que não é apenas produzir crenças
verdadeiras às vezes em quando, mas que a produção seja altamente provável de que as
crenças sejam verdadeiras.
Portanto, para que S tenha crenças que sejam garantidas, isto é, que seja
conhecimento, deve tais crenças ter as qualidades ou quantidades das condições C1 a
C413.
Plantinga aceita a existência de determinadas crenças como apropriadamente
básicas, porém não infundadas. Por exemplo, alguém ouvindo uma música sacra de
Bach expressa a seguinte afirmação: “Como Deus é grande”. Segundo Plantinga seria
uma crença apropriadamente básica se respeita às condições C1-C4.
Para o autor, existem duas fontes principais de garantia epistêmica: uma
proposição tem garantia ou bem porque essa proposição é adequadamente básica ou
bem porque é transferida por outra proposição. Podemos falar de dois níveis de garantia.
O primeiro nível é o não proposicional. Neste nível se situa a evidência da percepção
sensorial, a da memória, a da indução, a da razão e das verdades morais (por exemplo,
não torturar crianças). Plantinga inclui também o sensus divinitatis14, que seria a fonte
do conhecimento natural de Deus e o testemunho interno do Espírito Santo, que é uma
“espécie de faculdade” dada gratuitamente por Deus e para o conhecimento das
verdades da fé 15.
O segundo nível da garantia é proposicional. É o caso em que uma proposição é
uma evidência de uma outra. Pode-se falar também em evidência proposicional. Este
segundo nível tem duas modalidades principais. A primeira é dedutiva e a segunda não
dedutiva ou probabilística. Uma proposição tem garantia no primeiro caso quando
implica tal proposição. Por outro lado, a segunda tem garantia probabilística quando é
13
Plantinga admite que a garantia seja um processo gradual e por isso uma crença tem um status
epistêmico positivo quando uma crença possui um quantidade ou qualidade alta de ser verdadeira.
14
O Sensus divinitatis é uma tese calvinista segundo a qual o ser humano teria uma capacidade inata de
perceber a divindade e essa capacidade seria obtida devido a um órgão cognitivo que os seres humanos
possuem. Há desacordo se Plantinga interpretou corretamente o sensus divinitatis dos escritos de Calvino.
Segundo alguns intérpretes, Calvino não estaria comprometido com algum tipo de órgão cognitivo como
está Plantinga.
15
Isso deixa claro que Plantinga defende um tipo de fundacionismo.

9
provável a respeito de uma evidência. Isto é o que Plantinga denomina “probabilidade
epistêmica”: a relação entre duas proposições quando uma é base evidencial da outra.
Para Plantinga a garantia tem graus, algumas crenças têm maiores garantias
epistêmica que outras. Os graus de garantia dependem tanto da firmeza das crenças
como da confiabilidade da faculdade de produzi-las.
Finalmente, há que se acrescentar que a condição que o plano tem de ser bom - o
qual entende Plantinga no sentido de que tem de existir uma elevada probabilidade
objetiva que uma crença tem sido formada segundo o plano seja verdadeira - é
denominado de “pressuposição de confiabilidade”: que nossas faculdades funcionem
adequadamente em circunstâncias apropriadas.
Concluindo, Plantinga alega que TFA providencia as condições para a garantia
das crenças verdadeiras sejam conhecimento (cf. PLANTINGA, 1993b, p. 19). Essa é,
em resumo, a Teoria da Função Apropriada que, segundo Plantinga, é uma teoria
adequada para a garantia ou status epistêmico positivo de uma crença, ou, na linguagem
tradicional, para a justificação de uma crença p de S16.

3. As críticas ao internalismo, ao deontologismo e ao evidencialismo


A teoria do conhecimento de Plantinga é considerada, por ele mesmo, com uma
teoria externalista e confiabilista.
3.1. A rejeição do internalismo
As teorias internalistas esperam que a justificação da crença de alguém acarrete
acessibilidade às razões para essa crença. Plantinga define “internalismo” como a visão
que a garantia epistêmica e “as propriedades que conferem são internas no que elas são
estados ou condições das quais o conhecedor está ou pode ser consciente:...o internalista
espera que a pessoa tenha alguma espécie de acesso epistêmico especial à garantia e às
propriedades que fundam isso” (PLANTINGA, 1993b, p.5). Plantinga toma uma
posição confiabilista a respeito da justificação, não sendo uma condição necessária o
acesso de S as evidências que são conteúdos mentais de S. Por exemplo, se para alguém
que está tendo uma experiência religiosa na contemplação da natureza, Plantinga
argumenta que essa experiência está garantida e não é uma ilusão, pois se as condições

16
O conceito de ‘justificação’ e ‘garantia’ não sinônimos para Plantinga, sendo o conceito de
‘justificação’ evidencialista comprometido com o internalismo, ao contrário, o conceito de ‘garantia’ é
um conceito externalista. Aqui, seria adequado, por questões de dificuldades lingüísticas, fazer a distinção
de ‘justificação’ neutra em relação ao internalismo e externalismo e ‘justificação’ propriamente dita, no
sentido internalista, e ‘garantia’, no sentido externalista, evitando, assim, confusões.

10
C1 a C4 forem satisfeitas então S está garantido em crer no conteúdo dessa experiência.
Não há necessidade de que S apresente justificações ou evidências para crer em p,
supomos a crença: “Como Deus é bom”. Portanto, S não precisa conhecer que conhece
p.
Por sua parte, as teorias externalistas sustentam que a garantia não depende da
satisfação de um dever senão de fatores “externos” ao agente epistêmico. Fatores tais
como: se as crenças são produzidas de um modo confiável ou são produzidas por
faculdades funcionando de um modo adequado. Esta postura, a juízo de Plantinga, se
remontaria a Aristóteles e Tomás de Aquino e estaria presente em grande parte da
filosofia clássica. Em particular, Plantinga aprecia a epistemologia do filósofo escocês
Thomas Reid. A principal forma de externalismo atualmente é o confiabilismo, iniciado
por Ramsey e sustentado entre outros, por William Alston, Fred Dreske e Alvin
Goldman. Porém, Plantinga critica esses autores por prescindirem da noção de
funcionamento apropriado.

3.2. Rejeição do deontologismo


Plantinga rejeita o deontologismo epistêmico que, semelhante ao deontologismo
moral, imputa deveres e responsabilidades ao agente por suas ações voluntárias. Assim,
sob a base de evidência, nós somos responsáveis pelas nossas ações. De acordo com os
fundacionistas clássicos iguais a Descartes, Locke, Clifford e Chisholm, nós temos
algum controle direto e mesmo mais indireto controle sob nossos estados de crença e
somos, então, responsáveis pelas crenças que temos. Como Clifford colocou isso, “É
errado sempre, e em todo lugar e para todos acreditar em alguma coisa sob evidência
insuficiente”.
Plantinga rejeita o deontologismo epistêmico, pois nós não temos deveres para
crer em certas coisas, pois nós não temos controle sobre nossas crenças. Assim, a
analogia entre dever moral e dever epistêmico é fraca e tanto como a doutrina de fundo
que o deontologismo está ligado, o evidencialismo. Em suma, não devemos o que não
podemos. A tese do voluntarismo doxástico, isto é, a possibilidade de controle de nossas
crenças é equivocada segundo Plantinga, tanto o voluntarismo direto. Por exemplo,
“acreditar no coelho da Páscoa” para ganhar um milhão de reais, como indiretamente,
coletando mais informações a respeito de um determinado assunto.
Ao negar toda noção de normatividade para a obtenção de conhecimento,
Plantinga alega que está oferecendo uma epistemologia naturalista. Mesmo que a noção

11
de garantia seja um termo deontológico, não o são os de “funcionamento adequado” e
“plano adequado” que são os termos que definem ‘garantia’. Logo, para Plantinga, seu
naturalismo é a possibilidade de definir ou reduzir o termo “garantia” a conceitos não
normativos ou deontológicos.
A rejeição da normatividade volicional do internalismo deontológico leva-nos ao
externalismo. Se as condições externas levam-nos a resultados corretos, nós estamos
garantidos e, assim, temos conhecimento. Se as condições externas não estão presentes,
nos falta garantia e, portanto, não temos conhecimento.
3.3. Crítica ao evidencialismo
Evidencialismo é menos uma teoria sobre justificação epistêmica do que uma
visão geral da natureza de uma adequada teoria da justificação epistêmica.
Evidencialismo (E) é definido pela seguinte tese sobre justificação epistêmica:
E: Um sujeito S está justificado em crer na proposição p no tempo t se e somente
se a evidência de S para p em t suporta acreditar em p (CONEE E FELDMAN, 2004, p.
83).
Quando nós pensamos sobre o que tomar para que algo seja racional ou
justificado acreditar, nós pensamos que alguém tem que ‘ter boas razões para’ ou
‘razões adequadas para’ crer que uma determinada proposição seja verdadeira.
Achamos, também, que ninguém deve acreditar em algo se não tiver razões ou se
tiverem poucas e fracas razões para crer. Assim, podemos pensar que o evidencialismo
seja uma teoria da justificação do senso comum. É fácil de ver essa concepção de
justificação assumida por vários filósofos na história da filosofia, principalmente no
confronto com o cético, tais como Hume, Russel e Clifford.
Feldman e Connee (cf. 2004), dois defensores do evidencialismo, têm
explicitamente defendido o evidencialimo como a tese sobre o status de justificação de
toda atitude doxástica: crer, descrever e suspender o juízo. Eles escrevem que a atitude
doxástica D, para a crença p está justificada para alguém em t se e somente se a
evidência de alguém em t suporta tomar D para p. Logo, o evidencialismo não é apenas
uma teoria sobre a justificação epistêmica de crer em algo, mas de descrer e de
suspender a crença em algo. Somente uma atitude doxástica para uma proposição está
justificada em um determinado tempo, e isso em função da evidência de alguém.
O evidencialismo não entende a evidência no mesmo sentido que o detetive
entende a palavra “evidência” como pistas e indícios factuais de que alguém cometeu
um determinado crime. Evidências tais como as digitais, as testemunhas, as fotografias,

12
o exame de DNA e de sangue, cabelo, pele, etc. na cena do crime. A evidência que o
evidencialismo tem em conta na justificação de uma determinada crença deve ser
acessível a um determinado sujeito, isso é, deve ser um conteúdo mental de S acessível
para S, pelo menos em determinados tipos de evidencialismos. Essa evidência(s) veio de
alguma das fontes de conhecimento de S, que são os sentidos, a razão, a introspecção, a
memória e o testemunho (e essa fonte pode ser facilmente reduzida a uma das fontes
anteriores, visto que o testemunho deve ser percepcionado por S). Em resumo, somente
a informação mental de S é relevante como evidência para a justificação de crer, descrer
ou suspender o juízo em relação à crença p no tempo t.
Evidencialistas podem discordar sobre o que conta como evidência. Por
exemplo, muitos coerentistas podem sustentar que apenas as crenças de S contam como
evidência para que S acredite em p no tempo t. Outros podem acreditar que as
experiências ou os estados experimentais de alguém contam como evidências. Contudo,
a visão padrão do evidencialismo conta como evidência as crenças de S, bem como os
estados experimentais de S, isto é, o fundacionismo.
3.3.1 Objeções de Plantinga ao evidencialismo
A forma mais estendida de apresentar o evidencialismo é apoiando-se em uma
versão fundacionista do conhecimento. À crítica dessa teoria dedicará Plantinga seus
maiores esforços. Contudo, também o evidencialismo poderia ser defendido via uma
teoria da coerência, o que Plantinga também examinará em seu primeiro volume
Warrant: The Current Dabate. O objetivo de Plantinga é argumentar o fracasso das
melhores teorias evidencialistas herdeiras da modernidade, principalmente dos filósofos
chave: Descartes e Locke.
O fundacionismo é a teoria epistemológica que sustenta que na base da estrutura
cognitiva da pessoa existem crenças que não são aceitas sobre a base de outras crenças;
trata-se de “crenças básicas”. Uma boa forma de entender o fundacionismo é apresentá-
lo como uma tese normativa que diz como deve estruturar-se o sistema de crenças de
um agente doxástico. Para o fundacionismo, a estrutura noética de uma pessoa está
constituída por crenças que, em último termo, devem apoiar-se naquelas crenças que
sejam adequadas ou apropriadamente básicas, as quais constituem o fundamento dessa
estrutura noética.
As distintas versões do fundacionismo diferem nas condições que requerem para
que uma crença seja adequadamente básica. De fato Plantinga sustentará uma versão
modificada dessa teoria, porém não aceitará a versão do fundacionista clássica, o qual

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pensa que a evidência é o único critério de basicalidade das crenças. Plantinga distingue
duas versões principais de fundacionismo clássico e o antigo-medieval – cujo
paradigma seria Tomás de Aquino – e o moderno – cujos modelos seriam Locke e
Descartes. Para a versão fundacionista medieval as crenças adequadamente básicas
devem ser auto-evidentes ou evidentes aos sentidos. Por sua parte, o fundacionismo
moderno considera que são crenças básicas as auto-evidências ou as que são
incorrigíveis (aquelas crenças que não posso me equivocar, ou, as que passam pelo teste
da dúvida metódica). A auto-evidência é entendida como um conhecimento imediato
(Tomás de Aquino), bem como uma propriedade das proposições, sua claridade ou
luminosidade (Locke, Descartes).
Plantinga concorda que proposições auto-evidentes e incorrigíveis sejam básicas,
mas acha que essas não são as únicas. A este propósito Plantinga faz duas observações.
A primeira é que cremos em muitas proposições que não comprovamos nem podemos
fazê-lo. Se só o evidente fosse aceito, a maioria de nossas crenças seriam crenças
irracionais. Existem crenças que são básicas para um indivíduo e que não são evidentes,
como a crença na existência de objetos físicos ou na existência de outras mentes.
A segunda observação é de que não há nenhuma evidência que apóie o critério
de que só é adequadamente básico aquilo que é evidente. Este princípio é aceito sem
apoio a qualquer evidência; o que gera uma inconsistência auto-refutacional. É possível
que o princípio evidencialista se apóie em outras premissas, as quais são evidentes.
Segundo Plantinga, nenhum evidencialista provou isso. É curioso – comenta o autor –
que o evidencialista acuse o teísta de não ter razões para apoiar a existência em Deus
quando tampouco tem para sustentar seu princípio.
Segundo Plantinga, esse fundacionismo está muito mal apoiado e seu mau apoio
é o evidencialismo. Devemos ver agora algumas críticas que Plantinga faz a uma outra
forma de evidencialismo: a teoria da coerência.
Em princípio, uma teoria coerentista não aceita que existam crenças básicas.
Para esta epistemologia, uma crença é racional se é coerente com o resto das crenças
que eu tenho. Por exemplo, a crença em Deus não é coerente com o resto da estrutura
noética do teísta. A crença em Deus seria inconsistente com outras crenças como, por
exemplo, a crença em que não existem seres pessoais sem corpo. Plantinga faz várias
objeções ao coerentismo. Em relação à crença em Deus, por não ser coerente com o
sistema de crença de um sujeito não se segue que deva ser abandonada. Sem dúvida, o
teísta deve corrigir a incoerência, porém deixar de crer em Deus não é a única forma de

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fazê-lo. Poderá esforçar-se para corrigir outras crenças e assim estar em coerência com
o resto de sua estrutura noética. No caso antes mencionado, poderia pensar que o que
está equivocado é a crença de que não existem seres pessoais sem corpo.
Por outra parte, Plantinga não admite o coerentismo como uma teoria geral do
conhecimento. Considera que é muito difícil estabelecer o que significa “coerência” e
que, em qualquer caso, a exigência de coerência não seria uma condição suficiente e
necessária para ter conhecimento.
Plantinga, além das objeções feitas ao fundacionismo clássico e ao coerentismo
aponta que a evidência não é condição suficiente ou necessária para a garantia porque
uma pessoa pode ter evidência, mas devido a mau funcionamento cognitivo, ter
nenhuma garantia para sua crença. Nós podemos apenas pensar nos clássicos exemplos
do demônio cartesiano ou no cérebro em uma cuba para ver isso ou no filme Matrix
como já citado acima. Segundo TFA, essas condições de garantia eliminariam a
possibilidade desses argumentos serem válidos, pois suas premissas seriam anuladas por
não estar de acordo com a condição C2.
4. Conclusão
A teoria epistemológica de Plantinga torna o conceito de justificação externalista
bastante plausível frente às teorias evidencialistas rivais. Suas condições de garantia
isolam o ceticismo de tipo cartesiano de ser aplicado. A implicação de sua teoria na
filosofia da religião também é considerável, sendo uma das teorias mais elaboradas
frente às teorias da teologia natural. Se a teoria da justificação de Plantinga não elimina
todos os contra-exemplos tipo-Gettier como alguns sugerem e nem elimina todas as
formas de ceticismo, não obstante a sua concepção de garantia deve ser necessariamente
levada em conta numa elaboração de uma teoria ideal.
Bibliografia
CONEE, R and FELDMAN, R. Evidentialism: Essays in Epistemology.
Oxford: Oxford University Press, 2004.
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