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Faculdade FATESP

Cursos: Enfermagem/ Estética & Cosmética


Disciplina: Biologia Celular e Genética
Profa.: Keyla Christianne
Nome: _________________________________________

Texto 2: Citoesqueleto e Movimentos Celulares


As células eucariontes possuem uma complexa rede citoplasmática de microtúbulos e
microfilamentos situada predominantemente próxima à membrana celular e envolvida em quase todos os
aspectos que envolvem a forma e movimento celulares. Essa rede é chamada de CITOESQUELETO.
O citoesqueleto desempenha um papel mecânico, de suporte, mantendo a forma celular e a
posição de seus componentes. Ele estabelece, modifica e mantém a forma das células. É responsável por
movimentos celulares como contração, formação de pseudópodes e deslocamento intracelular de
organelas, cromossomos, vesículas e grânulos diversos.
O nome citoesqueleto é dado a uma armação composta por proteínas, em forma de filamentos,
espalhada por todo o citosol, encontrada nas células eucariontes. Três tipos de filamentos – filamentos
intermediários, os microtúbulos e os filamentos de actina – e um conjunto de proteínas acessórias –
reguladoras, ligadoras e motoras – constituem o citoesqueleto.
Controlar o nascimento, o alongamento, o encurtamento e o desaparecimento dos três filamentos
principais do citoesqueleto são funções atribuídas às proteínas reguladoras. Já as ligadoras têm como
principal atividade ligar os filamentos entre si ou entre outros componentes existentes na célula. As
motoras, por sua vez, transportam macromoléculas e organelas de um ponto a outro do citoplasma. Essas
também possuem a responsabilidade de fazer com que dois filamentos contíguos e paralelos deslizem
entre si, em sentidos opostos, constituindo dessa forma a base da motilidade, da contração e das mudanças
de forma da célula. Segundo Robertis e Hib (2006), “esta propriedade confere uma função adicional ao
citoesqueleto, a de ser o ‘sistema muscular’ da célula, ou seja, a citomusculatura.”
Entretanto, o citoesqueleto tem por finalidade dar forma às células, interando os três filamentos
com diferentes proteínas acessórias. De acordo com o tipo estrutural e a necessidade da célula os
elementos estruturais apresentam aspectos diferentes, constituindo um conjunto dinâmico.

FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS
Os filamentos intermediários, constituintes do citoesqueleto, recebem esse nome por
apresentarem uma espessura menor que a dos microtúbulos e maior que a dos filamentos de actina. Os
filamentos intermediários não são constituídos por monômeros precursores que constantemente se
agregam e se separam. São mais estáveis que do que os microtúbulos e os filamentos de actina.
Nas células que sofrem atrito, como as da epiderme, os filamentos intermediários se apresentam
em maior quantidade se fixando a especializações da membrana plasmática. Aparecem também nos
axônios – prolongamentos das células nervosas ou neurônios – e em todos os tipos de células musculares.
Entretanto, estão ausentes nas células que se multiplicam de forma rápida, como nos oligodendrócitos –
células que produzem mielina no sistema nervoso central.

MICROTÚBULOS
Encontrados em quase todas as células eucariontes, os microtúbulos – constituintes do
citoesqueleto – são caracterizados pela forma tubular, sendo retilíneos e uniformes. Possuem quatro
classificações: citoplasmáticos, mitóticos, centriolares e ciliares. Apesar de apresentarem as mesmas
características morfológicas possuem diferentes propriedades.
A movimentação de cílios e flagelos, o transporte intracelular de partículas, o deslocamento dos
cromossomos na mitose, o estabelecimento e manutenção da forma celular tem participação efetiva dos
microtúbulos.
São estruturas dinâmicas em várias células, podendo aumentar ou diminuir em comprimento pela
adição ou perda de subunidades de tubulina. As proteínas motoras se movem de uma direção a outra ao
longo dos microtúbulos carregando organelas específicas para os locais pré-determinados dentro da
célula. Algumas moléculas interferem na função dos microtúbulos, alterando a função dos mesmos nos
processos celulares dos quais participam.

FILAMENTOS DE ACTINA
Formados por duas cadeias em espiral de monômeros globosos da proteína actina G, que se
polimerizam lembrando dois colares de pérolas enrolados, os filamentos de actina se agregam para formar
feixes mais espessos. Segundo Magalhães, Costa e Faria (2002), “embora os filamentos de actina estejam
distribuídos por toda a célula, eles estão mais concentrados no córtex, logo abaixo da membrana
plasmática.”
A actina é encontrada no músculo, entretanto, pode estar presente em menor quantidade no
citoplasma de todas as células.
As citocalasinas e as faloidinas (ambas extraídas de fungos) são drogas que influenciam sobre a
estrutura dos filamentos de actina, interferindo nos movimentos celulares. A combinação das citocalasinas
com moléculas de actina acabam por impedir a polimerização dessas moléculas para a formação de
filamentos. Já as faloidinas combinam-se lateralmente com os filamentos de actina, estabilizando-os.
Conforme De Robertis e De Robertis Jr (1993), “os filamentos de actina podem ser facilmente
identificados ao microscópio eletrônico, uma vez que se ‘descoram’ com a miosina para construir
complexos em forma de flecha.”
Microtúbulos, filamentos de actina, filamentos intermediários e macromoléculas protéicas são
constituintes do citoesqueleto. Esses componentes formam um conjunto dinâmico, que assume aspectos
diferentes de acordo com o tipo celular e as necessidades da célula. Apenas os filamentos intermediários
são estáveis apresentando como funções a sustentação.
Anatomicamente definidos como cilindros muito delgados e longos, os microtúbulos são formados
pela associação de dímeros protéicos dispostos em hélice. Esses estão em constante reorganização. Os
processos que envolvem o alongamento e o encurtamento dos microtúbulos são em virtude do
desequilíbrio que ocorre entre a polimerização e despolimerização. Tem como atividades principais
participar da movimentação dos cílios e flagelos, do transporte intracelular de partículas, do deslocamento
dos cromossomos na mitose, além de estabelecer e manter a forma das células.
Já os filamentos de actina, encontrados em sua maioria nos músculos e em menor quantidade no
citoplasma de todas as células, têm participação efetiva na formação do córtex celular – camada
imediatamente por dentro da membrana plasmática. Diferentes tipos de drogas podem interferir sobre a
estrutura desses filamentos, entre elas estão as citocalasinas e as faloidinas.
Entretanto, existem os filamentos que são mais estáveis que os microtúbulos e os filamentos de
actina, denominados de intermediários. São encontrados abundantemente nas células que sofrem atrito e
em menor quantidade nos axônios e em todos os tipos de células musculares. Porém, nas células que
produzem mielina no sistema nervoso central são ausentes.
No homem, pode-se perceber a presença do citoesqueleto na fecundação – movimento do flagelo
do espermatozóide é realizado pelos microtúbulos – e também na fase adulta, pois a contração muscular
depende dos microfilamentos de actina e miosina.
Além disso, o citoesqueleto, tem como funções atuar na divisão celular organizando as fibras do
fuso, na formação dos centríolos e fibras do áster, nos movimentos celulares, no deslocamento ou
migração de organelas citoplasmáticas, no movimento dos cromossomos e no movimento de vesículas.
As proteínas motoras se dividem em tres grupos: as cinesinas e dineínas e as miosinas. As
cinesinas e dineínas se diferem em apenas um ponto, a direção em que se locomovem. Más têm a mesma
forma e função, que é de transportar estruturas de um lugar da célula para outro. Elas não formam
filamentos, ou seja, trabalham sempre sozinhas e sobre os microtúbulos, ou seja, elas interagem
quimicamente com os microtúbulos, de forma que gastam ATP para se locomover. Já as miosinas formam
pequenos filamentos mas também dependem de outros para trabalhar, no caso os filamentos de actina. A
miosina utiliza, assim como as dineínas e as cinesinas, esse outro filamento como um trem utiliza os trilhos
para se mover, interagindo com eles. Vale ressaltar que as cinesinas participam da atividade
microrreprodutiva dos gametas femininos.

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