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Propriedades dos fluidos.

Lei de Newton da viscosidade· 2

Prefácio

Os problemas que constituem o presente documento são o resultado de uma compilação


de enunciados utilizados ao longo dos anos como elemento de base nas aulas práticas
da disciplina de Mecânica dos Fluidos I. A sua origem é muito diversa e perde-se no
tempo. Alguns deles são idênticos a outros que se encontram em livros de texto, outros
foram criados para exames em anos letivos anteriores.

Os alunos têm ao seu dispor um conjunto de problemas (e as suas soluções)


organizados segundo os temas mais importantes do programa da disciplina, que se
PROBLEMAS DE MECÂNICA DOS FLUIDOS I
procurou que estivesse livre de gralhas e cobrisse uma variedade de problemas que lhes
facilite o estudo e compreensão da disciplina.

3º Ano do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Existe um documento independente, com a resolução de exames de anos letivos
anteriores e problemas selecionados de entre os que constituem o presente documento.
Nenhum destes documentos dispensa a frequência das aulas teóricas e práticas e o
estudo da matéria através da leitura dos livros recomendados, importante para a
compreensão dos conceitos essenciais relacionados com esta disciplina.

Esta edição, do ano letivo de 2012―2013, contém pequenas correções, relativamente ao


ano anterior.

O corpo docente da disciplina

Professores José Manuel Laginha Mestre da Palma, Álvaro Henrique Rodrigues, José
Alexandre Costa da Silva Lopes e Carlos Alberto Veiga Rodrigues

Ano letivo 2012-2013

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013


Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 3 Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 4

PROBLEMA 1
Uma lâmina é arrastada por ação de uma força F no interior de um fluido, à distância de
1 cm de uma parede sólida, a uma velocidade de 1,5 m s-1, produzindo-se um
escoamento do tipo do de Couette, com gradiente longitudinal de pressões nulo.
Propriedades dos fluidos
a) Esboce o perfil de velocidades a que o F
Lei de Newton da viscosidade fluido fica sujeito e a distribuição da tensão
de corte aplicada.

H=1 cm
b) Sendo a viscosidade dinâmica do fluido
µ = 1,5 kg m-1s-1 e a distância que separa a
placa da parede 1 cm, determine a tensão
de corte aplicada ao fluido.

PROBLEMA 2
Num escoamento do tipo do de Couette com gradiente longitudinal de pressões nulo,
determine a força necessária para fazer deslizar, a uma velocidade de 1 m/s, uma placa
de 0,5 m2 de área sobre uma outra, fixa, sendo o espaço entre as duas, de espessura
uniforme e igual a 1cm, preenchido por mercúrio.
-3 -1 -1
(A viscosidade do mercúrio, à pressão de 1 atm e a 20 °C de temperatura é de 1,5x10 kg m s ,
podendo ser considerado como um fluido Newtoniano)

PROBLEMA 3
Considere que os escoamentos são do tipo de Couette, com gradiente de pressões
nulo na direção do escoamento.
a) Qual a força necessária para deslocar uma chapa de aço (ρ = 7800 kg.m-3) de
dimensões 2,5 m x 0,9 m e 4 mm de espessura, sobre uma película de óleo de
densidade relativa d=0,933 e viscosidade µ = 0,26 kg m-1 s-1, de espessura
0,4 mm, à velocidade de 15 cm.s-1?
b) Se em lugar de óleo a película lubrificante fosse constituída por água
(ρ = 1000 kg.m-3, µ =10-3 kg m-1s-1) qual deveria ser a sua espessura para que
a tensão de corte aplicada ao fluido fosse a mesma que no caso anterior, para
os mesmos 15 cm s-1 de velocidade de deslocamento?
c) Qual a força necessária nas condições acima?

PROBLEMA 4
Um bloco de aço (ρ = 7800 kg m-3) de forma cilíndrica e com as dimensões indicadas
na figura assenta numa superfície plana horizontal coberta por uma película de óleo de
viscosidade µ =10 kg m-1 s-1. Uma força horizontal F = 80 N provoca o deslizamento do
bloco à velocidade de 10 cm s-1 (escoamento Couette, gradiente de pressão nulo).

a) Qual a espessura da película


lubrificante sob o bloco.
b) Admitindo que a espessura da película
é inversamente proporcional à pressão
reinante sob o bloco, a mesma força F
aplicada a um outro bloco do mesmo
material, mas com 200 mm de diâmetro
e 5 mm de espessura (igual peso), produziria uma velocidade maior ou menor?
Justifique.

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 5 Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 6

PROBLEMA 5
Um bloco de forma paralelepipédica,
cujas dimensões da base são de PROBLEMA 8
20 cm × 20 cm e que pesa 25 kgf, A figura representa um viscosímetro constituído por um tambor de 50 mm de diâmetro
desliza ao longo de uma superfície encerrado numa cavidade também cilíndrica. O espaço entre as duas superfícies é
inclinada 30° em relação à horizontal preenchido pelo fluido cuja viscosidade se pretende medir, tendo a película uma
sobre uma película de óleo espessura de 0,2 mm (esc. Couette).
(µ=2,15×10-3 kg m-1 s-1) com uma
espessura de 2,5×10-5 m. O motor M produz um binário
Qual a velocidade terminal que constante de 0,05 N.m para qualquer
animará o corpo (movimento velocidade entre 0 e 100 r.p.m.
uniforme) considerando linear o perfil (velocidade máxima). A velocidade de M
de velocidades do escoamento rotação é medida por um transdutor
produzido no óleo? montado na extremidade livre do veio, e
do valor medido deduz-se a viscosidade
PROBLEMA 6 do fluido.
Um cilindro de 75 mm de diâmetro e 150 mm de geratriz gira no interior de outro, fixo, 500 mm
com um diâmetro de 75,05 mm e a mesma geratriz, estando o espaço anelar entre os
dois preenchido com um óleo de viscosidade µ=8 Po(*).
a) Calcule o mínimo valor da viscosidade que é possível medir deste modo.
b) O método de medida poderá ser prejudicado por um eventual aquecimento do fluido
Qual a potência dissipada por atrito viscoso se o cilindro interior girar com uma dentro do dispositivo. Calculando a potência calorífica dissipada faça uma análise
velocidade periférica de 1 m s-1? Considere um escoamento de Couette. quantitativa do problema e diga em que casos (grandes ou pequenas viscosidades)
ele poderá ter mais importância.

PROBLEMA 7 PROBLEMA 9
Um veio de 25 mm de diâmetro pode deslocar-se através de um furo, também cilíndrico, Um anel (ρ = 7800 kg m-3) desce, sob a ação do
conforme mostra a figura. O fluido lubrificante que preenche o intervalo entre o veio e a próprio peso, ao longo de um varão. Entre as
parede do furo (0,3 mm) tem uma viscosidade cinemática de 8×10-4 m2 s-1 e uma superfícies do varão e do anel há uma folga radial
densidade de 0,91. Considere linear a variação de velocidade no seio do óleo. ∆r = 0,2 mm, preenchida por um fluido de
viscosidade 0,01 kg.m-1.s-1 e massa volúmica
igual a 800 kg m-3 que se escoa com um perfil de
velocidades linear.
P
a) Calcule a velocidade V de descida em
movimento uniforme.
b) Descreva, com base num movimento deste tipo, um processo prático de medição de
viscosidades.

0.5 m

a) Qual a força necessária para empurrar o veio ao longo do furo com uma velocidade
de 3 m s-1?
b) Qual a potência que se dissiparia por atrito viscoso se o veio girasse com uma
velocidade de 1500 r.p.m.?
Considere em ambos os casos linear a variação da velocidade no seio do óleo.

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Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 7 Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 8

PROBLEMA 10
A figura representa de forma simplificada um dispositivo de medição de viscosidades PROBLEMA 12
constituído por dois cilindros concêntricos em que um gira dentro do outro. O dispositivo de cone e prato representado na
Considerando os dados abaixo indicados e que a velocidade de descida é uniforme figura é um dos aparelhos mais utilizados na ω
desde o início do movimento, calcule a viscosidade do fluido contido entre o cilindro medição de viscosidades. No espaço entre o prato
exterior e o interior. fixo e o cone, girando a uma velocidade angular ω
está contido o fluido de propriedades ρ e µ, que se R
pretende ensaiar.
O operador pode controlar a velocidade de rotação
e mede, por meio de um dispositivo apropriado, o φ
d binário resistente.
V Obtenha a expressão que, por este processo,
permita quantificar a viscosidade do fluido.

M
M PROBLEMA 13
No interior de um tubo escoa-se água (ρ e µ) sendo o perfil de velocidades, do tipo do
h representado na figura, dado pela expressão:
e
b  D2 2 
V=  -r 
4m  4 
onde b é uma constante, r a distância radial ao eixo da conduta e V a velocidade para um
r qualquer.
D a) Qual a tensão de corte na parede
e num ponto r = D/4?
d=1 cm ; D=20 cm ; M=50 gr ; h=15 cm ; e=250 µm ; V=5 mm/s b) Se o perfil se mantiver ao longo de
r
um comprimento L, qual a força de
PROBLEMA 11
D arrasto induzida pela água no
x
Um cone sólido de ângulo 2θ e raio de base r0 roda com uma velocidade angular ω0 no tubo, na direção do escoamento?
interior de uma sede cónica. O espaço entre a sede e o cone, de espessura constante h,
está preenchido com um fluido de massa volúmica ρ e viscosidade µ.

a) Desprezando o atrito entre a base PROBLEMA 14


do cone e o ar, calcule o binário A placa que desliza
resistente. sobre a película de
b) O dispositivo pode ser utilizado fluido, ver figura, tem
como medidor de viscosidades. uma massa m e uma
superfície de contacto A.
Faça uma estimativa do erro inerente ao As propriedades do
facto de a resistência oposta pelo ar ao fluido são µ, viscosidade
movimento de rotação não ser nula. dinâmica e ρ, massa
volúmica. Encontre a lei
do movimento sob a
forma V=f(t) e calcule a velocidade terminal que a placa atingirá

PROBLEMA 15
Considere o escoamento de dois fluidos Newtonianos, de massas volúmicas iguais, entre
placas planas paralelas de dimensão “infinita”, em
que a placa do meio se move com uma velocidade µ1

2h
U.
U
Sabendo que nas duas faces da placa móvel foi µ2
medida a mesma tensão de corte, encontre uma

h
relação entre as viscosidades dos fluidos.

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Hidrostática 9 Hidrostática 10

PROBLEMA 16
Considerando os dados da figura seguinte (cotas, densidades, etc.), calcule o valor da
pressão na esfera E, e indique o resultado nas seguintes unidades:

Pa , mm Hg , kgf/cm2 , m.c.a., N/m2

Hidrostática

PROBLEMA 17
O tubo manométrico representado, com 1 cm de diâmetro, encerra numa das
extremidades 50 mg de ar a 15 °C ( ρar=287 J/kg/K ; ρágua=1000 kg m-3).

a) Nas condições da figura determine o valor da


pressão em P. P
b) Se no ponto P estivesse a ser aplicada a
pressão atmosférica (105 Pa), qual seria o
desnível h0 entre os dois meniscos?

h=100 cm
ar

50 cm
água

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Hidrostática 11 Hidrostática 12

PROBLEMA 21
PROBLEMA 18 O macaco hidráulico representado é acionado por uma bomba que aspira o fluido
Um recipiente cilíndrico com o diâmetro indicado, hidráulico (d=0,8) de um reservatório e eleva um prato cilíndrico de peso P2=30 kgf e
contendo 1 grama de ar, é mergulhado num tanque área S2=250 cm2.
com água (ρ = 1000 kg m-3) até à profundidade de 10 a) Calcule a pressão à saída da bomba. capaz
m, onde a temperatura é de 15 °C. O peso próprio do de produzir no prato um impulso útil de 2000 N.
reservatório é desprezável e a tampa pode deslocar- b) O corpo cilíndrico de peso P1 e área de
se livremente na direção axial.
8 cm2 desloca-se livremente e funciona como
a) Qual o valor do comprimento L nessa posição?
"segurança", abrindo o retorno R quando a
b) Que energia foi necessário despender para
pressão atingida é de molde a elevar a sua base
transportar o corpo da superfície até aquela profundidade, lentamente, supondo a
à altura de 30 cm. Calcule P1 para que o
compressão isotérmica, mantendo-se a temperatura nos 15 °C?
impulso máximo do macaco seja limitado a 500 kgf.
PROBLEMA 19
PROBLEMA 22
O manómetro representado na figura contém um fluido com uma massa
A figura representa um corte de um amortecedor hidráulico constituído por uma câmara
volúmica ρ. O tubo inclinado faz um
ângulo θ com a horizontal e os cilíndrica com óleo (ρ = 900 kg.m-3, µ = 0,01 kg.m-1s-1), de 200 mm de altura e 100 mm de
diâmetros do tubo e do depósito são diâmetro, com uma haste vertical de 20 mm de diâmetro.
respetivamente d e D. Um êmbolo com 30 mm de espessura
divide a câmara em duas partes que
a) Qual deverá ser a distância entre comunicam entre si externamente por um
tubo de diâmetro muito menor que o do
linhas, ∆l, na escala, para que a
amortecedor. A velocidade de
leitura seja feita diretamente em N
deslocamento do êmbolo é pois muito
m-2?
pequena, podendo ser desprezada nos
cálculos aqui necessários.

a) Admitindo que a massa da haste e do


êmbolo é de 5 kg, calcule a diferença
b) Quais os parâmetros de que depende a sensibilidade de um manómetro deste tipo, de pressões pA-pB entre os pontos A
definida como ∆l/∆(∆p)? e B, assinalados na figura, quando a
haste está submetida a uma força
PROBLEMA 20 axial F, de baixo para cima, com a
O manómetro da figura contém intensidade de 100 N.
dois líquidos não miscíveis de
massas específicas ρ1=850 kg m-3 e
ρ2=910 kg m-3, sendo o diâmetro dos
reservatórios de ordem de grandeza
muito superior ao do tubo que os b) Para medir a diferença de pressões pA-
une. pB utilizou-se o manómetro de mercúrio
a) Calcule a diferença de pressões (ρ=13600 kg m-3) de tubo inclinado
verificada entre os pontos A e B. figurado, em que o diâmetro do tubo é
muito menor que o da ampola do ramo
vertical.
Qual deverá ser o espaçamento entre
divisões da escala para se obter uma
b) Vê algumas vantagens neste tipo de configuração de manómetro? Quais? leitura direta em kPa ?

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Hidrostática 13 Hidrostática 14

PROBLEMA 23 PROBLEMA 25
A figura representa A figura representa um limitador de pressão constituído por um tubo vertical de 60 mm
esquematicamente um
macaco hidráulico de
acionamento manual, que
eleva o prato cilíndrico
representado em corte.
O peso próprio do prato é
de 250 N e o óleo no interior
da prensa tem de massa
volúmica ρ = 850 kg m-3 e
viscosidade dinâmica µ = 0,01
kg/ms.

Escreva uma equação


representativa da relação
entre a carga exterior P (em
Newton) atuando no prato, a
altura H (em metro) e a de diâmetro, no interior do qual se aloja um êmbolo de aço (ρ=7800 kg m-3), com as
indicação do manómetro M dimensões figuradas. O limitador é utilizado numa instalação de bombagem de óleo
(em Pa). (ρ=850 kg m-3) para impedir que a pressão p a jusante da bomba B exceda o valor
pretendido. A limitação ocorre quando o êmbolo se eleva e abre a passagem R para o
reservatório.
Qual deverá ser a altura (H na figura) apropriada para que a limitação de pressão
PROBLEMA 24 ocorra quando p= 110 kPa (pressão absoluta)?
Dois êmbolos (massa volúmica ρe) encerram num recipiente com a forma
representada na figura um fluido de massa específica ρf.
PROBLEMA 26
a) Calcule a força F necessária para Considere um reservatório com água
manter os dois êmbolos na (ρ=103 kg m3) como o representado na figura,
posição indicada na figura. dividido em duas partes unidas por oito parafusos
Considere h=H. que apertam as duas flanges.
b) Para uma força F constante, em Desprezando o peso próprio do recipiente
que medida o ângulo θ afeta a calcule o esforço a que está sujeito cada parafuso
posição dos êmbolos? quando o reservatório está suspenso pelo topo e
quando assente na base.
Nesta última situação, se não houvesse
parafusos, manter-se-iam unidas as duas partes?
Justifique.

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Hidrostática 15 Hidrostática 16

PROBLEMA 27 PROBLEMA 29
O nível de gasolina (d=0,68) num depósito com 30 cm de profundidade é indicado A figura representa um reservatório com a forma
através do sinal de um manómetro diferencial colocado com a tomada de pressão junto de um prisma quadrangular contendo três fluidos d=0,68 d=1,26
(gasolina) (glicerina)
ao fundo. imiscíveis.
a) Se acidentalmente tiver entrado no depósito água (ρ=1000 kg m-3), formando uma Sabendo que o sensor A indica uma pressão A
camada de 2 cm de espessura, qual o erro percentual, em relação ao volume total do relativa de 1,5 kPa e que pB=pC=patm, determine:
depósito, quando o indicador marcar "cheio"? a) As cotas dos meniscos B e C. ar
2m (20°C)
b) A sensibilidade de um sistema indicador de nível como o sugerido pode caracterizar- b) A força hidrostática resultante exercida sobre B
C
se pelo quociente entre as variações correspondentes da leitura do manómetro e do nível uma das paredes verticais e o seu momento em
de combustível no depósito relação à aresta da base. 1,5m

∂p PROBLEMA 30 1m
S= Uma comporta retangular de largura B=10 m
∂H 3m
z=0
Exprima S em função da densidade da (normal ao plano da figura) separa duas zonas de
gasolina utilizada, e mostre em que medida um canal em que o desnível de água
a presença da água no fundo afeta a (ρ=1000 kg m-3) é ∆H=H1-H2.
sensibilidade do sistema.
a) Esboce os diagramas de pressões dos
dois lados da comporta, bem como o
das pressões resultantes.
b) Qual o valor da resultante das forças
de pressão?
(patm=105 N/m2)

PROBLEMA 31
PROBLEMA 28 Tendo em atenção as condições da figura
A figura representa uma cápsula para recolha de exprima em função das outras grandezas o valor de
amostras de água do mar(d=1,035). A tampa b necessário para que não haja escorregamento da
pode rodar em torno de um eixo ao qual é parede (ρp) devido à ação da água (ρa),
aplicado um momento resistente por meio de considerando-a simplesmente apoiada no
uma mola regulável. pavimento.
Admitindo desprezável o peso da tampa, e Em que condições poderá haver perigo de a
supondo que o ar se encontra inicialmente à parede tombar?
pressão patm=105 N m-2, qual a profundidade a (designe por µ o coeficiente de atrito
que a amostra de água é recolhida se o momento parede/pavimento)
resistente aplicado à mola for de 2×104 Nm?

PROBLEMA 32
Ao ascender no reservatório da figura, a
água (ρ=103 kg m-3) atinge um
determinado nível H, acima do eixo da
comporta, que fará com que esta abra
automaticamente, rodando em torno do
eixo.
Calcule o valor de H, desprezando
eventuais atritos no eixo de rotação e o
peso próprio da comporta.

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Hidrostática 17 Hidrostática 18

PROBLEMA 33 PROBLEMA 36
Uma abertura circular na parede de um reservatório é fechada por um disco que Uma conduta cilíndrica como a indicada
simplesmente cabe na abertura e pode rodar em torno de um eixo que passa pelo seu retira água de um lago (ρ=103 kg m-3;
eixo horizontal. patm=105 Pa).
Se for fechada com uma tampa circular
a) Prove que se o nível de água de 450 mm de diâmetro, inclinada a 45°,
(ρ=103 kg m-3) no reservatório qual a força a que esta ficará sujeita?
estiver acima do topo da disco Caracterize convenientemente o ponto de
(situação da figura), o aplicação da dita força.
momento necessário para o
manter na posição vertical é

φ =1 m
independente desse nível.

PROBLEMA 37
A comporta triangular C, D, E, da figura é articulada em CD dade d=0,8, estando o
b) Se o diâmetro do disco for de 1 m, qual o valor desse momento? e pode ser aberta por uma força normal P, aplicada em E. lado exterior da comporta
O fluido do reservatório é óleo de densidade em contacto com a
atmosfera (patm=105 Pa).
PROBLEMA 34
Desprezando os eventuais atritos Determine a inten-
calcule a partir de que altura de sidade e ponto de
aplicação da resultante
água (ρ=103 kg m-3) se verifica a
das forças de pressão
abertura da comporta representada,
sobre a comporta, bem
obrigando à sua rotação no sentido
como a intensidade da
dos ponteiros do relógio.
força P necessária para a
(O peso da comporta é de 1
abrir.
tonelada, e a dimensão na direção
normal ao plano da figura igual a 4
m.)

PROBLEMA 35
A comporta da figura pesa 750 kg e tem o seu centro de gravidade a meio da distância
L entre o eixo de rotação O e o bordo superior; tem forma retangular e a dimensão
normal ao plano da figura é B.
O fluido no reservatório é água
(ρ=103 kg m-3).
Encontre uma relação entre o nível da
água, representado por h, e o ângulo da
α comporta com a horizontal, α, para que a
comporta permaneça em equilíbrio.

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Hidrostática 19 Hidrostática 20

PROBLEMA 38 PROBLEMA 40
No reservatório de água (ρ=103 kg m-3) representado a comporta C tem 2 m A figura representa um reservatório de forma cúbica dividido em duas partes
de largura (direção normal ao plano por uma placa rígida na direção da
da figura) e está ligada por um sua diagonal.
sistema de articulações e roldanas a
uma esfera de betão E, de Caracterize a resultante das
densidade 2,4. forças de pressão que atuam sobre
a divisória (direção, sentido e
a) Qual deverá ser o diâmetro intensidade) relativamente ao
mínimo da esfera para que a sistema de eixos da figura.
comporta se mantenha Dados: H=h1=h2=2 m ;
fechada? ρ1=1000 kg m-3 ; ρ2=800 kg m-3.
b) Repita o cálculo da alínea
anterior mas considerando a
esfera mergulhada na água.

PROBLEMA 41
A figura representa um depósito de petróleo (d=0,85), aberto à atmosfera, onde existe
uma comporta retangular de 1,5 m de altura e 1,1 m de largura.
PROBLEMA 39 A comporta pesa 280 kg e pode rodar em
Um corpo de forma prismática (visto de topo na figura) torno do eixo horizontal B. No fundo do
1.2 m
encontra-se imerso em reservatório acumula-se também água doce
(ρ=1000 kg m-3).
água (ρ=1000 kg m-3 ; µ=10-3 kg/m/s) estando ligado ao
fundo através de um suporte rígido (S). O peso do corpo
a) Para a situação representada na figura,
é de 30 kgf e a sua dimensão na direção normal ao

1.2 m
esboce o diagrama das pressões que
plano representado é de 200 mm. B ar atuam sobre a comporta.
a) Localize o ponto de aplicação da força que atua
petróleo b) Calcule o binário resistente que deve ser
sobre a face A.

∆h
²h
aplicado à comporta em B para evitar a
b) Determine a solicitação a que está sujeito
sua abertura.
o suporte S.
água

0.9 m
30°
A

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Hidrostática 21 Hidrostática 22

PROBLEMA 42 PROBLEMA 46
Uma campânula hemisférica é mantida no fundo do mar, cheia de ar (ρ=1,2 kg m-3) a A figura representa uma comporta de forma
uma pressão de 765 mm Hg. A cilíndrica, suscetível de rodar sem atrito em torno
pressão atmosférica à superfície é do ponto A, sustentando a água (ρ=1000 kg m-3) 1m A
de 105 Pa e a densidade da água de um canal de secção retangular (4m x 2m).

360 mm
salgada 1,032. a) Faça uma representação gráfica da distribuição
de pressões sobre a superfície da comporta.

735 mm
a) Considerando a indicação do R=4m
H
manómetro de mercúrio b) Determine o módulo da força de pressão 4m
(d=13,6) representado, qual a exercida pela água sobre a comporta.
c) Desprezando o peso próprio da comporta, H2 O P
profundidade H a que se
encontra a campânula? E
determine o valor mínimo que deverá ter o peso, 2m
b) O acesso ao interior é feito P, para a manter fechada.
através de uma comporta
circular com 80 cm de
diâmetro, podendo rodar em torno de um eixo horizontal E existente no topo
superior. Qual a força mínima necessária para abrir a comporta? PROBLEMA 47
Uma cuba hemisférica com um peso de 30 kN, cheia de água (ρ=103 kg m-3),
PROBLEMA 43 é apertada ao chão por meio de 12
O dique representado tem a forma de um parafusos igualmente espaçados.
quarto de círculo e um comprimento de 50 m,
normal ao plano representado. a) Qual a força a que está sujeito cada
Calcule as componentes horizontal e vertical um dos parafusos?
da resultante das forças de pressão sobre o b) Repita o cálculo considerando agora
dique, e localize o respetivo centro de pressões. que na abertura é acoplado um tubo,
(ρf=1035 kg m-3 ; patm=105 Pa). também cheio de água, com 3 cm de
diâmetro e 4 m de altura, conforme
indica a figura.
(patm=105 Pa)
PROBLEMA 44
Uma comporta com a forma de um quarto de
círculo retém água salgada (d=1,035) conforme
mostrado esquematicamente na figura.
Calcule a resultante das forças de pressão por
unidade de comprimento e localize o centro de
pressões. (patm=105 Pa)
PROBLEMA 48
Uma esfera de 305 mm de raio e 173 kg de massa
fecha um orifício situado no fundo de um tanque
contendo água (H=914 mm; ρ=1000 kg m-3).
PROBLEMA 45 a) Esboce o diagrama de distribuição de pressão na R=305 mm
Um cilindro (d=2,6) com 1 m de diâmetro e superfície da esfera.
H
10 m de comprimento separa dois níveis de b) Calcule a resultante da distribuição de pressão em
água conforme o mostrado na figura. torno da superfície molhada da esfera.
Calcule as reações vertical e horizontal no c) Calcule a força mínima necessária para remover a
ponto C (dlíquido=1). esfera do orifício, supondo que a força calculada na
h
alínea a) vale 432 N e atua de baixo para cima. Volume da
F calote esférica:
2πR 2 h/3
305 mm

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Hidrostática 23 Equações fundamentais - formulação integral 24

PROBLEMA 49
O reservatório da figura é constituído por quatro partes: uma
tampa semiesférica, um fundo plano circular e duas peças
encurvadas que, unidas, formam o corpo cilíndrico de 1 m de
altura. Está cheio de um líquido de densidade d=2,8, suspenso
de um cabo, e comunica com a atmosfera através de um
orifício (respiro) na parte superior. Considerando desprezável o
peso do reservatório:

a) Calcule o valor da pressão absoluta no fundo e a força que


poderá ser lida no dinamómetro D.
b) Qual o valor da força a que, devido à ação do líquido, estão
sujeitos os parafusos que unem a tampa ao corpo do
reservatório? E a força que atua sobre os parafusos que
unem o fundo ao corpo?
c) Calcule a intensidade e localize convenientemente a força
que, ainda devido à ação do líquido, atua sobre cada uma
das metades que constituem o corpo do reservatório.

PROBLEMA 50

O tanque cilíndrico representado na figura tem uma tampa hemisférica (superfície ABC),
e contém propano nas fases líquida e gasosa, 50% de cada fase em volume. A pressão
manométrica é igual a 8 bar.

a) Represente a distribuição de pressão nas faces interior e exterior da


superfície ABC.
A 8 bar
b) Calcule as resultantes, horizontal e
2m vertical, das forças exercidas na superfície
Gás, ρ=19.5 kg/m 3
ABC.

B c) Comente a seguinte afirmação: “A força


horizontal exercida na tampa ABC é
Líquido, ρ=496 kg/m 3
totalmente independente da forma desta”.
2m

C
PROBLEMA 51
Um bloco sólido, de material homogéneo, de
massa específica ρ, flutua entre dois líquidos de
massas específicas ρ1 e ρ2, como mostra a
figura, verificando-se entre aquelas a seguinte
relação:

ρ1 < ρ < ρ2

Encontre uma expressão que quantifique a altura b com que o bloco emerge do fluido
inferior.

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Equações fundamentais - formulação integral 25 Equações fundamentais - formulação integral 26

PROBLEMA 52
Considere o escoamento, suposto ideal, conforme a representação esquemática da
figura abaixo:

Equações fundamentais
Formulação integral

Na extremidade do tubo (9) podem ser roscados três tipos de terminal, identificados
como A, B e C. Nestas condições

a) Em que zona da tubagem pode mais facilmente ser atingida a pressão de vapor?
Qual o tipo de terminal que mais favorece a ocorrência desse fenómeno?
b) Supondo toda a parede da tubagem constituída pelo mesmo material, qual a zona
mais sujeita à rotura?
Com qual dos de terminais seria mais provável que a rotura se verificasse?
c) Os terminais são normalmente roscados na extremidade da tubagem. Se em vez
desse tipo de fixação eles fossem simplesmente apoiados, analise a possibilidade de
cada um se manter nessa posição, ou de ser "empurrado" na direção ou contra a
direção do escoamento.
Sugestão: esboce os diagramas das pressões atuantes sobre cada terminal e
analise qual a direção e sentido da sua resultante.
d) Discuta a veracidade das afirmações seguintes:
I - A altura h1 mede a pressão estática e tem sempre o mesmo valor
independentemente do terminal que seja utilizado.
II - A altura h2 é uma medida da pressão total do escoamento e é tanto
maior quanto menor for a secção de saída do terminal montado na
tubagem

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Equações fundamentais - formulação integral 27 Equações fundamentais - formulação integral 28

PROBLEMA 53
Considere um escoamento de água (ρ=103 kg m-3) num tubo vertical que integra um PROBLEMA 56
troço cónico como o que é representado na figura. Água (ρ=1000 kg m-3) escoa-se de um tanque, por efeito de sifão, conforme mostra a
Supondo que o perfil de velocidades numa qualquer secção transversal é figura, indicando o tubo barométrico uma leitura de 8,8 m.
plano, desprezando o atrito viscoso e tendo em atenção
os seguintes dados a) Determine a máxima altura h a
que é possível localizar a saída
. do tubo sem que ocorra a
H=2 m ; D1= 0,5 m ; D2=1 m ; m =200 kg/s cavitação.

a) Qual a diferença de pressão entre os extremos do Nota: a pressão do vapor no


convergente? extremo fechado do tubo
b) Qual deveria ser o valor do diâmetro D1 para que vertical é igual à pressão de
as pressões fossem iguais à entrada e à saída do saturação da água à
convergente? temperatura em questão.
c) Obtenha expressões matemáticas para a variação
da pressão e da velocidade na direção do b) Se o diâmetro do tubo de
escoamento. descarga fosse uniforme, qual
Esboce um diagrama dessa evolução. seria o novo valor máximo de h
de molde a evitar que o referido
fenómeno se verifique?

PROBLEMA 54
Um venturi é uma conduta convergente / divergente utilizada na medição de PROBLEMA 57
velocidades (caudais) em escoamentos. Água (ρ=1000 kg m-3) escoa-se de
Uma vez que os diâmetros a montante e no um reservatório através de um sifão
estrangulamento são respetivamente D1 e constituído por um tubo de 25 mm de
diâmetro, conforme é mostrado na
D2=n*D1 em que n<1, sendo as pressões nessas
figura. (patm=105 Pa).
secções p1 e p2 respetivamente, mostre que é
Calcule o caudal mássico escoado e
suficiente medir ∆p=p1-p2 e conhecer a massa
o valor da pressão nos pontos 1, 2 e 3.
volúmica ρ do fluido para determinar a velocidade
V do escoamento.

PROBLEMA 55
Ar a 20 °C (R ar = 287 J kg-1K-1) circula através de uma conduta como a figurada, sendo
a pressão a montante do estrangulamento 6 bar. O fluido no reservatório é água (ρ=103
kg/m3), e os diâmetros do tubo e da garganta são respetivamente 25 mm e 10 mm.
a) Calcule qual o mínimo caudal de ar capaz de
induzir escoamento no tubo vertical,
provocando a pulverização da água no
PROBLEMA 58
escoamento.
b) De que modo a pressão do escoamento a
montante do estrangulamento afeta o valor No fundo de um reservatório com óleo de densidade 0,87, existe
atrás pedido?
uma camada de água (ρ =1000 kg m-3) com uma espessura de 70
cm, que se escoa através de um furo de 1 cm de diâmetro
existente no fundo. O reservatório tem de diâmetro 1 m. Calcule o
tempo que levará a água a escoar-se.

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Equações fundamentais - formulação integral 29 Equações fundamentais - formulação integral 30

PROBLEMA 62
PROBLEMA 59 Uma agulheta para extinção de
Considere um escoamento de ar (ρ=1,2 kg m-3, ν=1,5×10-5 m2/s) sobre uma placa plana incêndios debita um caudal de água
de 2 m de largura. A velocidade à entrada tem o valor de 40 m/s e distribui-se (ρ=103 kg m-3) de 60 m3/h.
uniformemente. Numa secção S a jusante, o perfil de velocidades obedece à lei Calcular a força de ligação da
u(y)=200y - 100y2 [S.I.] agulheta com a mangueira se as suas
dimensões forem D1=8 cm e D2=3
. cm.
a) Determine o caudal mássico, m , através y Resolva este exercício considerando dois volumes de controlo distintos: (i) tomando
de uma superfície paralela à placa e situada 40 m/s .
m S como superfície de controlo o a face interior da agulheta e (ii) tomando como superfície
200 mm acima dela. de controlo a face exterior.
u(y)
b) Determine a tensão na parede para x=xs. 200 mm
x
c) A tensão na parede será mais elevada x=0 x=x s PROBLEMA 63
em x=0 ou em x=xs? Justifique. Dois jatos de água iguais
sustentam em equilíbrio, à
mesma altura, dois corpos A e
PROBLEMA 60 B com a configuração mostrada
na figura.
Água (ρ=103 kg m-3) escoa-se através de um tubo
Nestas condições diga,
vertical com uma saída convergente e é lançada na
justificando, qual dos dois
atmosfera, conforme se mostra na figura.
corpos é mais pesado.
a) Nas condições indicadas qual o caudal volúmico
escoado?
b) Calcule a altura h a que o jato se eleva,
considerando o escoamento ideal.

PROBLEMA 64
PROBLEMA 61
A placa P da figura pesa 25 kgf. Um jato
A figura representa um escoamento bidimensional e estacionário de um fluido ideal,
através de uma curva vertical, com linhas de corrente de água (ρ=103 kg m-3) com 1 cm de
2
circulares. A distribuição de velocidades na secção espessura e 25 cm de dimensão normal ao
1 plano representado incide a meio da
vertical 1-2 é dada por vr=k, onde k é uma constante e r
é o raio de curvatura. O caudal, por unidade de mesma.
g r2 Qual a altura H necessária para manter
comprimento na direção normal ao plano da figura, tem
o valor de 1000 kg/s/m. r1 a placa em equilíbrio com uma inclinação
a) Mostre que a relação entre a velocidade média, V, na C de 45° ?
secção 1-2 e a velocidade no ponto 1 pode ser expressa
por: Dados:
V r r r1=1,0 m; r2=1,2 m
= 1 ln 2
V1 r2 − r1 r1 ρ=1000 kg/m3

b) Determine a velocidade no ponto 2.


c) Determine a diferença de pressões entre os pontos 1 e 2. Critique o resultado.

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Equações fundamentais - formulação integral 31 Equações fundamentais - formulação integral 32

PROBLEMA 65 PROBLEMA 68
Um jato de água (ρ=1000 Óleo (d=0,85) escoa-se através de uma conduta
kg m-3) com uma velocidade de horizontal onde está integrada a curva a 45° com re dução
15 m/s e uma secção tranversal de secção representada na figura, sendo a pressão à
de 0,05 m2 atinge um defletor entrada 1,5x105 Pa.
montado sobre um carro
conforme se indica na figura. a) Qual o caudal máximo admissível sabendo que as
flanges só vedam à compressão, i. e. se p>patm?
a) Qual o valor da massa M (patm=105 Pa).
para que o carro permaneça
em repouso?
b) Calcule a resultante (vetor) das forças que a curva transmite a montante e a jusante,
para um caudal de 500 l/min.

b) Se a velocidade do jato de água aumentar para 20 m/s, mantendo-se o valor de M,


qual a velocidade com que o carro se deslocará?

PROBLEMA 69
Óleo (ρ = 870 kg m-3; µ = 0,104 Pa.s) escoa- 1m
se, em regime laminar, numa conduta
PROBLEMA 66 cilíndrica com 15 mm de diâmetro. Um r
Q
Um jato de ar (ρ=1,2 kg m-3) horizontal manómetro de coluna de mercúrio (d=13,55),
com uma velocidade de 50 m/s e um ligado entre duas secções distanciadas de 1
diâmetro de 20 mm incide numa calote m, acusa um desnível de 60 mm, conforme φ15 mm
esférica conforme mostra a figura. indica a figura. A lei de distribuição de 60 mm
Calcule a força F necessária para velocidade para este escoamento é do tipo:
contrariar a ação do jato, evitando que o d=13,55
u(r) = k(1-r2/R2), onde u(r) é a velocidade
corpo se desloque. num ponto à distância r do eixo, k é uma constante e R o raio da conduta.
a) Com base num balanço de quantidade de movimento, calcule a tensão de corte na
parede e o caudal em circulação.
b) Calcule a velocidade num ponto da conduta distanciado de 5 mm da parede.

PROBLEMA 70
PROBLEMA 67 A figura representa (vista em planta) uma bomba centrífuga acionada por um motor
Determinar uma expressão para elétrico, destinada a movimentar um caudal de água (ρ=103 kg m-3) de 10 m3/minuto. As
a força que o jato de água (ρ=103 ligações entre a bomba e as condutas são flexíveis para evitar
kg m-3) de forma retangular a transmissão de vibrações a montante e a jusante. As
representado na figura exerce pressões relativas à entrada e à saída são respetivamente
sobre a placa na direção k, em 0 e 2,5 bar, e as secções das condutas 0,05 m2 e 0,03
função do ângulo θ.
m2.
Sendo de 5 cm2 a área do jato, Calcule a força (vetor) global que o sistema
qual será o valor de cada uma das bomba/motor exerce sobre os pontos em que está
áreas de saída?
apoiado. (patm=105 Pa)

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Equações fundamentais - formulação integral 33 Equações fundamentais - formulação integral 34

PROBLEMA 71 PROBLEMA 73
Considere a A figura pretende representar
bifurcação esquematicamente o rotor de uma
representada na figura, bomba centrífuga destinada a
a qual faz parte de uma debitar um caudal de 30 litros por
conduta horizontal em minuto, entrando a água (ρ=103
que se escoa água kg m-3) no rotor segundo a direção
(ρ=103 kg m-3), sendo a axial.
pressão relativa na O diâmetro do rotor é de 250 mm
secção de entrada 0,68 e as pás são radiais no diâmetro
kgf/cm2. exterior e têm, também na periferia,
Determine qual a 25 mm de altura.
força necessária (in- Calcule a potência transmitida ao
tensidade, direção e rotor quando este girar a uma
sentido) para manter velocidade de 1000 r.p.m.
fixo o acessório.

PROBLEMA 74
Considere o torniquete hidráulico (ρágua=103 kg m-3) representado na figura,
alimentado a partir de um reservatório pressurizado a uma pressão P0 constante.
A conduta que sai do depósito
tem 5 cm de diâmetro, e os
ramos do torniquete 2 cm e 1 cm.
PROBLEMA 72
No escoamento, suposto ideal, de a) Em que sentido tende o
água (ρ=1000 kg.m-3) sobre o torniquete a rodar?
descarregador representado na figura, b) Qual a pressão necessária
admite-se que nas secções 1 e 2 a v1 5m para o torniquete começar a
velocidade se distribui uniformemente rodar, sabendo que o binário
e que a pressão é igual à pressão 0,7m v2 resistente, devido ao atrito no
hidrostática. A largura do veio, é de 150 N m?
descarregador é de 1 m.
a) Represente graficamente as
distribuições de pressão nas secções 1 e 2 e ao longo da superfície livre da água.
b) Calcule as velocidades v1 e v2.
c) Calcule a componente horizontal da força exercida pela água no descarregador.
c) Qual a velocidade de rotação do torniquete se o binário resistente for igual a zero?

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Equações fundamentais - formulação integral 35 Equações fundamentais - formulação integral 36

PROBLEMA 75 PROBLEMA 77
Água (ρ=1000 kg m-3), considerada um fluido ideal, é bombada desde um poço conforme A figura representa esquematicamente um sistema de propulsão de barcos constituído
mostra a figura. por uma bomba B, acionada por um motor, que aspira água (ρ=1000 kg m-3) na proa do
O motor de acionamento da bomba B tem uma barco e a expele na popa, através de orifícios de diâmetros D=500mm e d=200mm,
potência de 10 CV e o rendimento global do motor e respetivamente.
bomba é de 75 %. A conduta de pressão tem um
diâmetro de 75 mm e a de aspiração 150 mm. Nestas
condições

a) Qual o caudal debitado pela bomba?


b) Qual a componente horizontal da força a que está
sujeito o suporte S, resultante da ação do
escoamento?

a) Desprezando as perdas por fricção nos tubos de aspiração e descarga, calcule a


potência necessária para acionar a bomba quando o barco se encontra parado, por
forma a produzir um caudal de 1 m3/s.
PROBLEMA 76 b) Determine nas condições referidas em a) o impulso produzido por este sistema de
A figura representa uma instalação de bombagem de água (ρ=1000 kg m-3) entre dois propulsão.
reservatórios. (ρHg=13,6x103 kg m-3 ; patm=105 Pa ; T=15 °C) c) No sentido de extrair o máximo de potência do sistema referido, pensou-se em alterar
o diâmetro D da conduta de aspiração. Analise o problema e diga qual a alteração
a) Calcule a potência da
que proporia.
bomba B.
b) Para o mesmo valor do
caudal determine o valor
máximo de H para que
se não verifique
cavitação.
c) Diga se são verdadeiras
ou falsas as afirmações
seguintes:

I - Para o mesmo valor do caudal, aumentando o diâmetro da tubagem de admissão


da bomba, aumenta a potência necessária à bombagem e diminui o risco de
cavitação.
II - Para o mesmo valor do caudal, aumentando o diâmetro da conduta de descarga,
diminui a potência necessária à bombagem, mantendo-se as mesmas
possibilidades de cavitação.

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Equações fundamentais - formulação integral 37 Equações fundamentais - formulação integral 38

PROBLEMA 78
Na figura está representada uma turbina reversível, podendo portanto funcionar PROBLEMA 80
também como bomba em determinados períodos, elevando então a água Gasolina (d=0,68) é bombada a um
(ρ = 1000 kg m-3) da zona de descarga para a albufeira de captação. Admita que o Q=0.122 m3/s
caudal de 0,12 m3/s conforme se indica 2
escoamento é ideal, quer num quer no outro sentido do fluxo, e que em qualquer dos na figura. Sabendo que as perdas
D2=0.2 m
casos o rendimento de conversão é de 100%. verificadas entre as secções 1 e 2
a) Qual a potência debitada pela turbina, quando o caudal escoado for de 300 m3/h. (entrada e saída) são iguais a 0,3 Bomba

3m
b) Considere agora o funcionamento como bomba. Se a potência fornecida pelo motor V12/2, qual a diferença de pressão g
de acionamento for igual à que se obtém em a), o caudal em circulação será maior verificada entre essas secções quando
ou menor? Justifique. a bomba transmite ao fluido uma
c) Na situação de funcionamento como turbina, se a mesma fosse colocada mais potência de 20 kW?
próxima da captação, mantendo-se as restantes condições, a potência recolhida
seria maior ou menor? E se a descarga se desse, não à profundidade indicada mas, 1 D1=0.1 m
por exemplo, livremente para a atmosfera, man-

tendo-se o desnível de 33 m
entre a superfície livre e a
descarga, de que modo a
potência da turbina seria
afetada?
Vê algum interesse em a
descarga ser feita em
profundidade e a turbina ser
colocada no ponto indicado
e não a uma cota superior?
PROBLEMA 81
A figura representa parte de uma instalação de um sistema hídrico. O caudal de água
(ρ=1000 kg m-3) é de 0,5 m3/s e a turbina tem uma eficiência de 90%.

a) Determine a potência útil da turbina.


Considere agora que a descarga se faz ao
nível da turbina (Z2=0), para a 1 Z1
atmosfera,z2=0, p2=patm e que a potência útil
debitada, para o mesmo caudal, é de 100 kW. φ=0,2 m
PROBLEMA 79 V
φ=0,15 m
A figura representa esquematicamente φ25 b) Considerando Z1≈Z2, determine a força a
um troço de tubagem que lança um jato de T 2
água (ρ = 1000 kg m-3) na atmosfera que está sujeito o suporte de fixação da
(pa = 105 Pa). turbina. Z2 =0
Ligação 0,8 m
a) Qual o desnível h verificado no
3300

manómetro de mercúrio (d=13,6) quando o flexível Hg (d=13,6)


φ75

caudal escoado for de 1,5 Ls-1 ? (O ramo


da esquerda do manómetro está em
contacto com a atmosfera)
b) Caracterize (intensidade, sentido e água
direção) a força exercida pela conduta
700

sobre o suporte para o mesmo valor do


caudal (não despreze o peso da água).
h

4000

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Equações fundamentais - formulação integral 39 Equações fundamentais - formulação integral 40

PROBLEMA 82 PROBLEMA 84
Na figura está representada parte de uma instalação onde circula água, Água escoa-se por gravidade entre dois reservatórios interligados por um sistema de
(ρ = 1000 kg m-3, µ = 10-3 kg m-1 s-1, psat = 2337 Pa), cuja pressão absoluta na secção 1 condutas, conforme indicado na figura.
é de 105 kPa. A conduta, de diâmetro 90 mm, apresenta um estrangulamento tal que, na a) Esboce qualitativamente a evolução da pressão total (ou de estagnação)
secção correspondente ao longo dos pontos I, II,…,VII.
ao tubo vertical I, o b) Para um desnível H=20 m, constante, determine o caudal de água que flui
diâmetro se reduz para entre os dois reservatórios.
70 mm. I
Admitindo tratar-se de
um escoamento
ideal: H
a) Determine o Água VII
caudal volúmico
que flui na ρ=1000 kg/m 3
50 m
instalação quando V VI
hI = 50 mm. AB=0.005 m2
b) Calcule a potência que deverá ter o motor de acionamento da bomba, sabendo que AA=0.01 m2
hII = 3 m e que o rendimento do conjunto é de 70 %, se o caudal em circulação for
de 52 m3/h. II III IV 60º
c) Esboce a evolução das pressões estática e dinâmica ao longo da instalação.
d) Qual o valor mínimo do caudal volúmico suscetível de provocar a cavitação?
AC=0.005 m2

PROBLEMA 83 c) Considere uma nova condição de H (mantendo-se a cota de 50 m), para a


Uma bomba de água (ρ=1000 kg m-3) tem Z4 qual se verifica um caudal de 450 m3/h em cada um dos ramos B e C. Determine:
uma entrada e duas saídas, vide figura. As H2 O i) a pressão estática no ponto III;
ligações da tubagem à bomba são flexíveis, ii) a força exercida sobre a bifurcação para a manter no lugar.
pelo que os esforços devidos às forças
mássicas e hidrodinâmicas na região da φ60 mm
bomba são integralmente transmitidos ao
suporte. As pressões indicadas são
relativas.
Z1 ≈Z 2 ≈Z 3 =5 m 490 kPa
a) Determine a cota Z4.
3 300 kPa
b) Determine caudal na secção 3. -69,48 kPa
B 2 45,24 m3 /h
1
φ40 mm
φ100 mm

Z=0

c) Determine a potência fornecida à bomba, sabendo que o rendimento desta é igual a


85%.
d) Sabendo que a componente vertical da força exercida pelo suporte sobre a bomba
tem o valor de 3 kN (sentido de baixo para cima) determine o peso da bomba.

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Equações fundamentais - formulação diferencial 41 Equações fundamentais - formulação diferencial 42

PROBLEMA 85
Estabeleça a lei de distribuição de velocidades para um escoamento entre duas
placas planas e paralelas (escoamento laminar, permanente e incompressível).

PROBLEMA 86
Considere o escoamento entre duas placas planas paralelas representado na figura. A
placa superior move-se a uma velocidade constante U, estando a inferior fixa. A pressão
decresce na direção do escoamento, sendo o gradiente longitudinal dp/dx constante.

a) Encontre uma expressão para o perfil


de velocidades u=f(y). U
b) Compare a evolução da tensão de corte
verificada neste escoamento com a de

h
um outro em que dp/dx é nulo.

PROBLEMA 87
No escoamento bidimensional, laminar e permanente, entre duas superfícies sólidas
Equações fundamentais horizontais, o perfil de velocidades tem a forma esboçada na figura, com a velocidade
Formulação diferencial máxima, Um, localizada a meia distância entre as duas superfícies.

H Um
O x
a) Integrando a equação do movimento segundo Ox, exprima Um em função do
∂p
ρ, µ) e do gradiente de pressões
espaçamento H, das propriedades do fluido (ρ .
∂x
b) Será viável utilizar o teorema de Bernoulli para relacionar as pressões em dois
pontos distintos deste escoamento? Justifique.

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Equações fundamentais - formulação diferencial 43 Equações fundamentais - formulação diferencial 44

PROBLEMA 88 PROBLEMA 91
Um líquido de massa volúmica ρ e viscosidade µ, escoa-se sobre uma placa Um fluido de propriedades ρ= 900 kg m-3, µ= 9x10-2 kg/(ms) escoa-se, em regime
infinitamente larga, inclinada de um ângulo θ relativamente à horizontal, por ação da laminar, entre duas placas planas paralelas e horizontais, dando origem a um perfil de
gravidade. A espessura do líquido sobre a placa é constante e igual a h, e o escoamento velocidades u(y) traduzido pela expressão
é permanente.
u(y) = K y (H - y) ; K constante
a) Desprezando a viscosidade do ar em
contacto com a superfície superior do
líquido, determinar a distribuição de y
velocidades, a velocidade média e a
tensão de corte junto à parede. Um
H
b) Esboce o perfil de velocidades que se
obteria no caso de não se ter O x
desprezado o atrito do líquido com o
ar.
a) Deduza uma relação entre as velocidades média e máxima deste escoamento.
b) Estabeleça uma relação entre o parâmetro K e as outras grandezas envolvidas no
escoamento (gradiente de pressão, propriedades do fluido, etc.).
c) Se a transição entre o regime laminar e turbulento se verificar para um valor ReH =
2500, e sendo H = 5 cm, qual o valor de K que corresponde a essa transição?
PROBLEMA 89
Uma correia de grande largura (plano normal ao da figura) passa por um recipiente
contendo um líquido viscoso, de propriedades ρ e µ, arrastando uma
película de fluido de espessura h que, por PROBLEMA 92
sua vez, se escoa por ação da gravidade. Dois fluidos imiscíveis, com a mesma massa volúmica mas diferentes densidades
Sendo V0 a velocidade vertical da estão contidos entre duas placas planas paralelas conforme se mostra na figura. A placa
correia, encontre uma expressão para a inferior é fixa e a superior desloca-se com uma velocidade constante U, dando origem a
velocidade média da película de fluido, um escoamento laminar e incompressível, sem gradiente de pressão na direção do
admitindo que o escoamento é laminar e movimento, sendo contínua a variação quer da velocidade quer da tensão de corte
permanente. através da fronteira entre os fluidos.

Nota: O referencial (x,y) é fixo com respeito a) Determine o valor da velocidade na interface entre
a um observador exterior. os dois fluidos, exprimindo o resultado em função
de U, µ1 e µ2.
b) Esboce o perfil de velocidades para a situação µ2
= 2µ1.
Qual a relação entre as tensões de corte
verificadas junto às placas superior e inferior?
PROBLEMA 90 Comente o resultado, fundamentando a resposta
Um fluido de propriedades ρ e µ, newtoniano e na relação entre a tensão e o gradiente de
incompressível, escoa-se entre duas placas planas paralelas velocidades em cada caso.
conforme se mostra na figura. O escoamento é produzido
pelo arrastamento da placa superior, que se move com uma
velocidade
U, e por um gradiente longitudinal de pressões ∂p/∂x, sendo
o regime laminar e permanente.
a) Esboce o perfil de velocidades para as situações
∂p/∂x<o, ∂p/∂x=0 e ∂p/∂x>0.
b) Encontre a relação que deve verificar-se entre U e ∂p/∂x para que a tensão de corte
junto à placa fixa seja nula

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
Equações fundamentais - formulação diferencial 45 Equações fundamentais - formulação diferencial 46

PROBLEMA 93
O campo de velocidades de um escoamento (ρ=1,2 kg m-3) bidimensional, invíscido e
incompressível é dado por

10 y −10x
u= v= w=0
x2 + y 2 x2 + y 2
g=(0,0,-g)

Determine a componente do gradiente de pressões na direção x e calcule o seu valor no


ponto (1,1,0).
Transforme estas velocidades nas componentes polares (vr, vθ). O que pode representar
este escoamento?

PROBLEMA 94
De acordo com a teoria dos escoamentos potenciais, na região de aproximação a um
cilindro bidimensional a velocidade do fluido na linha de corrente central (y=0) é dada por
u=U(1-R2/x2), onde R é o raio do cilindro e U a velocidade do escoamento na região não
perturbada.
a) Determine, para ρ=900 kg m-3, µ=0,3 Pa.s, R=50 mm, e U=2 m/s:
a) A aceleração máxima do fluido nessa linha de y
corrente e o local, x, onde tal valor ocorre. U
b) idem, para a tensão normal τxx. x
R

PROBLEMA 95
Considere um escoamento bidimensional, estacionário e incompressível de um fluido
newtoniano, com um campo de velocidades definido por:

u = -2xy v = y2 - x2 w=0

a) Verifique se é satisfeita a lei de conservação da massa.


b) Determine o campo de pressões, p(x,y), sabendo que g=(0,0,-g) e p(0,0)=Po.

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Análise dimensional 47 Análise dimensional 48

PROBLEMA 96
A perda de carga ∆p numa placa orifício (medidor de caudal) é função dos diâmetros
do orifício e da conduta, d e D, da velocidade média do escoamento V, das propriedades
do fluido, ρ e µ.
Adimensionalize esta dependência utilizando o teorema de Buckingham.

PROBLEMA 97
Um rotâmetro é um dispositivo medidor de caudal, constituído por um tubo
cónico vertical e um flutuador. A posição deste último (x) varia de
acordo com a velocidade do fluido à entrada do tubo (U) e é por
isso uma medida indireta do caudal escoado. Uma análise das dF
variáveis em jogo mostra que x = f(dF, U, ρ, µ, γF) em que ρ e µ
são as propriedades do fluido, dF e γF o diâmetro e o peso
específico do flutuador, e g a aceleração da gravidade.
Apresente a mesma relação sob a forma adimensional,
utilizando o teorema de Buckingham. x

Análise dimensional U
Semelhança

PROBLEMA 98
Genericamente, a elevação de pressão ∆p produzida por uma bomba centrífuga
ρ , µ), da velocidade de rotação n, do diâmetro do
depende das propriedades do fluido (ρ
.
rotor D e do caudal volúmico V .

a) Apresente essa dependência sob forma adimensional, recorrendo ao teorema de


Buckingham.
b) A experiência mostra que, para fluidos pouco viscosos, o comportamento de uma
bomba centrífuga é praticamente independente da viscosidade. Tirando partido
desse facto, mostre que a elevação de pressão ∆p de uma bomba varia
proporcionalmente à massa volúmica ρ do fluido que nela circula, quando se mantêm
constantes a velocidade de rotação e o caudal volúmico.

PROBLEMA 99 p
Um reservatório mantido a pressão constante, pint, int
descarrega para a atmosfera através de um furo de diâmetro
d um líquido de massa específica ρ e viscosidade ν.

a) Encontre uma relação adimensional entre o caudal de


.

H
descarga, V , e os restantes parâmetros relevantes.
b) Uma expressão vulgarmente utilizada para o cálculo do

d
caudal volúmico saindo de um reservatório é V& = 0,61
πd2
2 gH . Investigue a homogeneidade dimensional
4
da relação e comente a sua aplicabilidade à situação D
descrita em a).

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Análise dimensional 49 Análise dimensional 50

PROBLEMA 102
Pretende-se desenvolver um instrumento para medição de velocidades em
PROBLEMA 100 escoamentos de ar, constituído por um cilindro com dois orifícios (1 e 2), onde é medida
Um elemento da estrutura de uma ponte, com um comprimento muito superior a diferença de pressões ∆p=p1-p2, que depende do valor da velocidade U, bem como
às outras dimensões, tem a secção das dimensões do cilindro e das propriedades do fluido.
transversal mostrada na figura. É sabido que
com o vento soprando a uma velocidade a) Adimensionalize a dependência atrás
constante podem formar-se na esteira enunciada recorrendo ao teorema dos
vórtices, emitidos de modo regular, a uma Π de Buckingham.
frequência bem definida, podendo o b) Um destes instrumentos foi aferido num
fenómeno dar origem a esforços periódicos túnel de vento obtendo-se uma curva
importantes sobre a estrutura, pelo que é como a figurada.
essencial o conhecimento daquela Diga, justificando, se poderia converter
frequência esta curva numa outra apropriada para
utilizar o mesmo instrumento em
escoamentos de água.
Neste caso concreto as dimensões da estrutura são D=0,1 m e H=0,3 m, o vento em
causa é de 50 km/h (ρar=1,2 kg m-3 , µar=1,8x10-5 kg/m/s), e pretende--se determinar a
frequência ensaiando um modelo a escala reduzida num túnel de água (ρ=1000 kg m-3;
µ=1,01x10-3 kg/m/s), sendo a dimensão Dm=20 mm.
PROBLEMA 103
a) Determine a dimensão Hm do modelo, bem como a velocidade à qual deverá ser A velocidade de descida de um paraquedista depende do seu peso
realizado o ensaio. (próprio+equipamento), do diâmetro do para-quedas e das propriedades do ar.
b) Se a frequência de emissão de vórtices encontrada no ensaio for de 49,9 Hz, qual o
valor esperado no protótipo? a) Utilizando o teorema de Buckingham, apresente a relação entre as grandezas
mencionadas em forma adimensional.
b) Pretende-se estudar em escala reduzida o comportamento de um paraquedas que
deverá descer carregado com o peso total 1000 N. Que peso deverá ser adotado
PROBLEMA 101 num modelo à escala 1:5, por forma a assegurar condições de semelhança
A turbina de um gerador eólico de diâmetro D roda no ar (ρ ρ, µ) a uma velocidade dinâmica?
angular Ω. O fluido utilizado na simulação é o mesmo do caso real.
a) Encontre uma relação adimensional entre a potência captada pela turbina e as
PROBLEMA 104
outras grandezas envolvidas.
b) Suponha que a velocidade de rotação da turbina é de tal forma elevada que os Pretende-se avaliar o caudal mássico que se escoa por gravidade de um reservatório
de altura h, ao longo de um tubo vertical de diâmetro D e comprimento H>>h. O fluido é
efeitos da compressibilidade do ar não são desprezáveis. Em que medida é que
este facto vem alterar a relação obtida na alínea anterior? um líquido de propriedades ρ e µ.

a) Identifique as grandezas que poderão influenciar o valor


do caudal escoado e apresente a relação correspondente
sob forma adimensional, utilizando o teorema de
Buckingham.
b) O problema concreto é estudar um escoamento de óleo
(ρ=850 kg m-3 ; µ=0,01 kg/m/s) ao longo de um tubo com
H=50 m e D=5 cm num modelo reduzido utilizando como
fluido a água (ρ=1000 kg m-3 ; µ=0,001 kg/m/s). Qual a
redução de escala a adotar?

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
Análise dimensional 51 Análise dimensional 52

PROBLEMA 105
PROBLEMA 109
Para determinar a velocidade de queda de uma esfera de alumínio (ρ=2700 kg m-3) Num modelo à escala 1:100 de um porto de mar, qual o intervalo de tempo que deverá
com 1 cm de diâmetro mergulhada em água (ρ=1000 kg m-3 ; µ=0,001 kg/m/s) mediu-se corresponder ao período real de marés de 12,4 horas?
a velocidade de queda de uma esfera de aço (ρ=7800 kg m-3) com 2 cm de diâmetro em
óleo (ρ=900 kg m-3 ; µ=0,1 kg/m/s).
Supondo desprezável a dependência dos fenómenos relativamente ao número de
Reynolds (coeficiente de arrasto independente do Re), relacione as duas velocidades de PROBLEMA 110
queda. Um avião destina-se a voar a uma altitude de 3000 m, onde a pressão e a temperatura
são respetivamente 70,2 kPa e -15 °C, à velocidade de 120 m/s.
Um modelo à escala 1:20 é ensaiado num túnel de vento pressurizado à temperatura
PROBLEMA 106 de 15 °C.
A figura representa o corte de uma sala onde o ar é insuflado através de uma fenda Para que exista semelhança dinâmica quais os valores de pressão e velocidade que
existente junto ao teto, a uma velocidade V. deverão ser adotados no ensaio?
a) Encontre uma relação entre o
h T 3/ 2
comprimento da zona descolada, l, e Admita que para o ar µ ∝
os restantes parâmetros relevantes. (T + 117)
V
b) Se pretendesse estudar num modelo à
escala 1:10 o caso de uma sala com 3 PROBLEMA 111
m de pé direito em que se insufla ar O binário necessário para operar o leme de um submarino profundamente submerso
H deslocando-se à velocidade de 3 m/s é estudado num modelo à escala 1:20, num túnel
(ρ=1,2 kg m-3 ; ν=1,51x10-5 m2/s) por
uma fenda de água doce.
Num teste apropriado, o binário medido era de 8,3 Nm. Qual o binário esperado no
submarino?
l ρ água slagada = 1025 kg m-3 ; ρágua doce= 1000 kg m-3; µ água slagada = µ água doce
de 5 cm de altura a uma velocidade de 2,5 m/s, quais seriam a altura da fenda e a
velocidade de ensaio apropriadas para o ensaio se o fluido utilizado fosse água PROBLEMA 112
O aumento de pressão, ∆p=p2-p1, através da expansão súbita representada na figura e
(ρ=1000 kg m-3 ; ν=1,01x10-6 m2/s)?
pela qual escoa um líquido pode ser expresso como: ∆p=ƒ(A1, A2, ρ, v1), onde A1 e A2
são
PROBLEMA 107 as áreas das secções de passagem a montante e a jusante,
Prove que num escoamento governado simplesmente por forças de inércia, gravidade ρ é a massa volúmica do fluido e v1 é a velocidade a p1 p2
e pressão, a razão dos caudais volúmicos de dois sistemas dinamicamente semelhantes montante.
é igual à razão dos comprimentos característicos elevada a 5/2. Alguns dados experimentais obtidos com A2=0,11613 m2,
v1
v1=1,524 m/s e utilizando água (ρ=1000 kg m-3) são dados
na seguinte tabela: A1
PROBLEMA 108 A2
Pretende-se saber qual a força de arrasto verificada num avião cuja velocidade é de
600 km/h.
Será possível ensaiar um modelo à escala 1:20 do avião num túnel de vento à mesma A1 (m2): 0,00929 0,02323 0,03437 0,04831 0,05667
pressão e temperatura a que vai estar sujeito o protótipo com o fim de avaliar a referida ∆p (Pa): 155,610 375,858 493,164 555,408 588,924
força de arrasto? Em caso negativo sugira como poderia eventualmente ser contornado o
problema. a) Represente graficamente estes dados experimentais usando parâmetros
adimensionais adequados.
b) Para uma expansão súbita com A1=0,02323 m2 e A2=0,06637 m2, percorrida por um
fluido (ρ=1115 kg m-3) com velocidade v1=1,143 m/s, preveja o valor de ∆p
correspondente.

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
Análise dimensional 53 54

PROBLEMA 113
A altura (h) que atinge um líquido num tubo capilar d Soluções dos exercícios de Mec. dos Fluidos I
depende do diâmetro do tubo (d), do peso específico do
fluído (γ - produto da massa específica pela aceleração θ
(6º versão) 03/07/25
da gravidade), da tensão superficial do fluido (σ) e do
ângulo de contacto (θ).
h PROPRIEDADES DOS FLUIDOS – LEI DE NEWTON DA VISCOSIDADE
a) Adimensionalize este problema.
1 y U
b) Se numa experiência for medido um valor de h=3 cm, a) u( y ) = U τ (y ) = µ b) 225 N/m2
qual será a altura atingida noutro caso semelhante em H H
que a tensão superficial é a metade 2 0.075 N
3 a) 219.4 N b) 1.54µm c) 219.4 N
do caso anterior e onde a massa volúmica do fluído é duas vezes superior, para um 4 a) 9.82E-5m b) igual
mesmo ângulo de contacto? 5 35.6 m/s
6 1131 W
7 a) 286 N b) 366.7 W
8 a) 1.96E-2 N/m.s b) pequenas viscosidades
9 a) 176.9 m/s b) medindo a velocidade de descida
10 1.11E-3 kg m-1 s-1 Não esquecer o momento
resistente na base
11 πµro4ωo
a) M =
2hsenθ
12 3senθM
µ≈
2πωR3
13 βD  D  βD π
a) τ w = − ;τ   = − b) F = βD 2L
4 4 8 4
14 hMg   µAt  
v (t ) =  1 − exp −   ; v(∞)
µA   h(M + m)  
15 µ1=2×µ2
Hidrostática ( g = 9.8 m/s-2, Patm = 1 bar)
16 1.25807x105 Pa, 945.1 mmHg, 1.283 kgf/cm2,
12.85m.c.a
17 a) 95485.7 Pa b) 96,22 cm c) retirando agua
18 a) 5.32 cm b) 56 J
19 1
d2
( + senθ )( ρ − ρ f ) g
D2
20 a) 240.1 Pa
21 a) 1.96E5 Pa b) 17.2 kg
22 a) 5265 Pa b) 0.015 m
23 P= (M-8335.95xH)0.32π/4-276.19 (N)
24 a) 0 N b) não afeta
25 0.79 m Patm=1.01325×105 Pa
26 i. 7.7 kN ii. 3.8 kN iii. Não
27 a) 10% b) a água não afeta a sensibilidade
28 159.4 m
29 a) ZB=2.725 m, ZC=1.931 m b)
30 b) 3.14 MN

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55 56

31 70 8425.9i-555.6j N
ρaH 2 ρa H 3
i. b > ii. b < 71 1198i-5709j N
2 ρ p Lµ 3ρ pL 72 b) v1=1.30 m/s, v2=9.27 m/s, c) 68.3 kN
32 1.7 m 73 86 W
33 b) 481 Nm 74 b) 7.12 bar, c) 63 R.P.M.
34 4m 75 a) 56.7 l/s b) -898 i (N)
35 h=(7.875 x cos θ x sen2 θ / B)1/3 76 a) 2.6kW, b) H< 9.7 m
36 20.6 kN, ycp= -0.68 mm Pressões absolutas 77 a) 506.6 KW b) 2988 kgf c) (ver res. aula prática)
37 41.31 kN, ycp= -96.2 mm, xcp= 0, P=13.8 kN 78 a) 27 kW b) 298.6 m3/h
38 a) 4.76 m b) 5.70 m 79 a) 0.329 m, b) 16.7i -32.7j (kgf)
39 b) ycp= -1.94 mm c) 0 b) Pressões absolutas 80 2.16 kgf/cm2
40 i. 22,17 kN ycp= - 0.2357 m 81 a) 101.4 kW, b) (–14.15i –23.54j) kN
41 b) 17.25 kNm 82 a) 52.3 m3/h, b) 503.4 W, c) 249.3 m3/h
42 a) 9.5 m b) 2414 kgf 83 a) 55 m, b) 135.7 m3/h, c) 33.8 kW, d) 113.5 kg
43 FH= 201.5 MN, FV=259 MN 84 b) 713 m3/h, c)-i 2.75×105 Pa, c)-ii FH=-1076N,
44 F= 631.44 kN FV=0
45 Fy=142.07 kN, Fx=-36.78 kN, Mo= 18.38 kNm Equações fundamentais - Formulação diferencial
46 b) 292 kN, c) 19.4 ton 85 1 dP 2 Eixo dos xx no centro da
u=− (b − y )
2
conduta.
47 a) 444 kgf b) 4632 kgf c) 10.27 kN 2 µ dx
48 b) 432.5 N (de baixo para cima), c) 1263.2 N 86 y h 2 dP y y
49 a) 134300 Pa, 641 kgf, b) 6732 N a) u = U − (1 − )
50 b) FH=10.08 MN, FV=42.37 kN h 2 µ dx h h
51
b=
(ρ − ρ 2 ) h U dP h
b) τ = µ − ( − y)
(ρ1 − ρ 2 ) h dx 2
87 1 dP H 2
EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS – FORMULAÇÃO INTEGRAL Um = −
2 µ dx 4
52 88 h 2 ρ g senθ y y
53 a) 19.13 kPa, b) 0.202 m, c) a) u = (1 − )
0.2 µ h 2h
V − V2 = − 0.255
0.25 2 h 2 ρ g senθ
π ( 0.25 + z) u= , τ W = ρ h g senθ
2 3µ
54 2( P1 − P2 ) 89 V0 − ρ gh 2 / ( 3µ )
V1 =
ρ (( D1 / D2 ) 4 − 1) 90 dP h 2
b) U =
55 a) 2.93 l/s dx 2 µ
56 a) h < 0.91 m, b) h < 7 m
91 2 1 dP
57 2.17 kg/s P1=124500 Pa P2=114700Pa a) U = U m , b) K = − , c) 12000 m-1s-1
P3=90200Pa 3 2 µ dx
58 1122 s 92 µ1
U
59 a) 10.24 kg/s, b) 0.0036 Pa, µ1 + µ2
60 a) 25.2 l/s b) 8.34 m
93 ∂P 100 ρ x
61 b) 4.571 m/s, c) P1-P2=-2636 Pa a) = , 15 Pa/m, b) vr=0, vθ=-10/r
62 -105 i kgf ∂x ( x 2 + y 2 ) 3
63 O corpo A 94 a) –29.7 m/s2, –64.55 mm, b) –48 Pa, –0.050 m
64 5m 95 a) sim é satisfeita a l.c.m., b)
65 a) 1958 kg, b) 5 m/s
x4 y4
66 1.89 N P = P0 − ρ ( x 2 y 2 + + )
67 a) 450×sen θ, b) αA1, (1-α)A1 com α=(1+cos θ)/2 2 2
68 a) 40.7 kg/s, b) 142.8 i -257.4 j (N)
69 a) 27.96 Pa , 0.321 m3/h b) 0.896 m/s

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57 58

ANÁLISE DIMENSIONAL - SEMELHANÇA


96 ∆P d ρVD
=φ ( , )
ρV 2 D µ
97 x ρVD γ F DF
=φ ( , )
DF µ ρU2
98 D 4 ∆P D 3 n ρV&
a) 2 = φ( & , )
ρV & V Dµ
99 d 3g d
V& Pint.
a) = φ( , , )
5
d g ρgd ν H
100 fD ρUD H
a) = φ( , ) , b) 29.6 Hz
U µ D
101 Pot DΩ ρUD
a) = φ( , )
ρU 3 D 2 U µ
102 ∆P ρUD
a) = φ( )
ρU2 µ
103 Mg ρUD
a) = φ( ) , b) (Mg)m=(Mg)P
ρU 2 D 2 µ
104 m& H D ρ g
3 2
a) =φ( , ) , b) 1:5.17
Dµ D µ2
105 V AL .
= 0.33
V Aço
106 l H ρ Vh
a) = φ( , ) , b) hm= 0.005 m, Vm=1.67
h h µ
m/s
107
108
109 1.24 h
110 125.9 m/s, 16.3 bar
111 162 N.m
112 b) 326.9 Pa
113 h  σ 
a) = φ  2 ,θ  , b) 1,5 cm
d γd 

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59 60

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3 (8 v) – A figura representa um túnel aerodinâmico (ar, ρ = 1,225 kg.m-3,
3º ANO µ = 1,789×10-5 kg.m-1.s-1), em circuito
MECÂNICA DOS FLUIDOS I aberto, de secção circular, à semelhança
Exame – 2010.01.12
de um disponível no laboratório, em que o
ventilador instalado numa das
extremidades assegura as condições de
1 (5 v) – A figura (dimensões em milímetros) representa um reservatório de
funcionamento exigidas. Na secção de
combustível líquido (ρ = 800 kg/m3), provido de um limitador de nível constituído
trabalho foi colocado um objeto de forma
por uma massa M, de forma cilíndrica,
irregular. Os perfis de velocidade nas
suscetível de se elevar por ação da pressão,
secções 1 e 2, na saída do túnel
abrindo a passagem do combustível para um
(atmosfera), são os representados, tendo-se admitido desprezável o efeito das tensões
tubo de descarga D. O ar na parte superior do
de corte na parede do tubo/ túnel de vento.
reservatório é pressurizado por um
compressor. a) Determine o rendimento do conjunto ventilador/motor elétrico, sabendo que a
potência deste último é de 4 kW.
a) Calcule o valor da massa M para garantir um
nível máximo de enchimento Hmáx = 2 m e b) Qual a força necessária para manter fixo o objeto colocado na secção de trabalho?
uma pressão manométrica do ar de 1,2 bar. c) Determine os fluxos de massa, quantidade de movimento e energia cinética na
b) Se a tampa circular puder rodar em torno do saída do túnel.
eixo E (perpendicular à figura), qual o esforço d) Determine a potência dissipada entre as secções 1 e 2.
a que estará sujeito o parafuso de fixação P,
ainda para a situação referida na alínea anterior? 4 (4 v) – O tempo t necessário para esvaziar um determinado volume de líquido de
c) De que forma a altura do líquido acima da tampa afeta o esforço referido atrás? um pequeno reservatório com a forma de um cilindro vertical depende de vários
fatores, incluindo a viscosidade. Assuma que, para fluidos bastante viscosos, o
2 (3 v) – Considere o escoamento entre duas placas planas, sujeito a um gradiente tempo necessário para despejar 2/3 do volume inicial depende da altura inicial do
de pressão longitudinal ∂p/∂x. Admita que o escoamento é incompressível, que se líquido no reservatório (h), do seu diâmetro (D), da viscosidade do fluido (ν) e da
processa em regime laminar e permanente e que o fluido em questão é aceleração da gravidade (g).
Newtoniano. Os dados da tabela seguinte foram obtidos em laboratório, para um reservatório
com h = 45 mm, D = 60 mm.
a) Encontre
tre uma expressão para o perfil de velocidade e esboce a sua forma quando
ν (m2/s) t (s)
∂p/∂x = K, com K < 0.
1,12×10-2 15
b) Determine a força necessária para arrastar uma placa 1,73×10-2 23
de área A =1 m2, com uma velocidade U = 1 m/s, sobre 3,98×10-2 53
6,22×10-2 83
uma película de óleo de espessura h = 1 cm, em que o
10,92×10-2 145
gradiente de pressão, ∂p/∂x, é igual a -2000 Pa. a) Encontre uma relação adimensional entre as variáveis consideradas neste
A massa específica e viscosidade do óleo são problema.
ρ = 900 kg/m3 e µ = 0,3 kg/(m·s), respetivamente. b) b1: Utilizando os resultados obtidos em laboratório, será possível determinar o
Nota: Caso não tenha respondido à alínea anterior, tempo necessário para esvaziar 2/3 do volume de um líquido com ν = 14,1×10-
considere que o perfil de velocidade é dado por 2 m2/s, inicialmente à altura h = 50 mm, de um reservatório com diâmetro

y  ∂p  hy − y 2 D = 80 mm?
u =U − 
h  ∂x  2µ b2: E se a altura inicial for h = 60 mm?
Caso alguma das respostas anteriores seja afirmativa, estime o tempo necessário
para o esvaziamento.

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013


2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
61 62

Nota: Caso não tenha respondido à alínea b), considere que o perfil de velocidade é
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA dado por u(y) = 4·Umax (h y - y2)/h2.
3º ANO
MECÂNICA DOS FLUIDOS I
3 (3 v) – Admita que a potência de uma turbina hidráulica (P) depende apenas
Prova de recurso – 2010.02.05
das propriedades do fluido ( e ), do diâmetro do rotor (D), da altura útil de
1 (5 v) – O reservatório representado contém um líquido sob pressão e os tubos queda (H) e do caudal (Q).
manométricos A1 e A2, com mercúrio
a) Diga, justificando convenientemente, quais os grupos adimensionais mais
(d=13,6), têm os seus ramos livres em
importantes para a caracterização do escoamento.
contacto com a atmosfera. Os
desníveis representados têm os b) Pretendendo fazer-se um ensaio com um modelo da turbina à escala 1:10,
seguintes valores, em milímetros: qual deverá ser a relação entre as alturas de queda no modelo e no protótipo
para que se verifiquem as condições de semelhança dinâmica? E qual será a
y1 = 550 ∆h1 = 450

relação entre a potência medida no ensaio e a esperada no caso real?
y2 = 500 ∆
∆h2 = 650
Nota: Suponha que se utiliza no ensaio o mesmo fluido do caso real.
a) Calcule a densidade do líquido
contido no reservatório.
b) Admitindo que ρlíq é de
4 (8 v) – A figura representa a extremidade de uma tubagem que descarrega para
1400 kg/m3, calcule a posição da
a atmosfera e tem na sua parte vertical um filtro para retenção de impurezas. O
superfície livre dentro do
fluido é água (=1000 kg/m3; =10-3 Pa.s) e ocupa um volume total de 4000 cm3.
reservatório (x=?).
a) Qual a intensidade da força, Rx de fixação da curva na direção horizontal?
c) Para x=200 mm, ρlíq=1400 kg/m3,
e uma pré-carga
carga da mola de 4,5 N, qual o valor máximo da pressão do gás no b) Determine o valor da pressão antes e
depois do filtro. área = 60 cm2 Ry=270 N
topo do reservatório sem que o limitador de pressão LP (pormenor na figura)
abra? c) Diga qual a consequência, ou as
consequências, da presença do filtro em
2 (4 v) – Considere o escoamento, com V=(u,0,0),, entre duas placas planas termos da potência despendida para que
horizontais fixas, forçado por um gradiente de pressão ∂p/∂x constante. Admita esta instalação possa funcionar? filtro
que o escoamento se processa em regime Quantifique. filtro
permanente, laminar e incompressível, e
d) Numa outra versão deste mesmo
que as dimensões das placas horizontais
dispositivo, o filtro foi substituído por uma
podem ser consideradas infinitas.
hélice acoplada a um pequeno gerador área =100 cm2
a) Indique quais os termos que podem ser elétrico. V=3 m/s
considerados nulos na equação Determine a potência disponível no eixo
diferencial seguinte
eguinte e porquê: desta hélice e o rendimento deste dispositivo, sabendo que a potência elétrica
é igual a 500 Watt e a pressão na secção de entrada é 30 kPa.
 ∂u ∂u ∂u ∂u  ∂p  ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u 
ρ  +u +v + w  = − + ρg x + µ  2 + 2 + 2 
 ∂t ∂x ∂y ∂z  ∂x  ∂x ∂y ∂z 
b) Determine o perfil de velocidade.
c) A que distância das placas a velocidade toma um valor igual ao da velocidade
média?
d) Calcule a tensão viscosa junto da placa inferior (y=0).
(

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013


2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
63 64

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


3º ANO
3 (4 v) – A queda de pressão por unidade de comprimento, ∆pl, no escoamento de
MECÂNICA DOS FLUIDOS I sangue num tubo horizontal de pequeno diâmetro é uma função do caudal
Exame – 2011.01.18
volúmico Q, do diâmetro D do tubo e da viscosidade do sangue, µ.
1 (5 v) – A figura representa uma das instalações a) Efetue a análise dimensional do problema e determine os ou o número
experimentais usadas no laboratório, em que um corpo com adimensional π relevante.
6 faces, duas delas curvas e concêntricas, é mergulhado em
b) A tabela mostra os resultados de um conjunto de testes em que D = 2 mm,
água (ρ = 1000 kg.m-3) a profundidade (d) variável.
µ = 0,004 Pa.s e a queda de pressão ∆p foi medida entre dois pontos afastados da
L = 275 mm; H = 200 mm; D = 100 mm; B = 75 mm
distância l = 300 mm.
a) a1) Explique o funcionamento e objetivo da experiência N. Q (m3.s-1) ∆p (N.m-2)
realizada. 1 3,60×10-6 1,10×104
a2) Desenhe na folha do enunciado a distribuição de 2 4,91×10-6 1,50×104
pressão em todas as faces do corpo suspenso. 3 6,32×10-6 1,93×104
b) Escreva a expressão matemática que traduz o 4 7,89×10-6 2,41×104
equilíbrio que permite manter na posição horizontal o 5 8,50×10-6 2,45×104
braço (L), que roda em torno do “pivot”, e em cuja 6 9,79×10-6 2,99×104
extremidade são suspensas as massas.
Analise estes dados com base nas conclusões da alínea a). Diga se lhe parece ter
havido alguma anomalia que tenha decorrido durante a experiência, nomeadamente
se algum dos pontos medidos se afasta daquilo que é esperado, devendo ser
c) A tabela mostra uma sequência de valores relativos
N. Massa (g) d (mm) eliminado do conjunto de pontos ou a experiência repetida.
a situações de equilíbrio. Determine, recorrendo
1 103 65
apenas a estes dados, a distância h′ entre o eixo c) Determine a queda de pressão por unidade de comprimento, no caso do escoamento
2 151 80
3 207 95 (“pivot”) em torno do qual o braço L roda e o ponto num tubo de D = 3 mm, Q = 2,0×10-6 e µ = 0,006 Pa.s.
4 225 100 de aplicação da força na face vertical (retangular
5 250 105 B×D). Complete a coluna respetiva, h’ (exp), na
6 300 118 tabela junto com as figuras (pág. 3).
7 340 128 4 (4 v) – Considere o escoamento vertical entre duas placas planas e paralelas, com
gradiente de pressão ∂p/∂y=K1. Admita que o escoamento é
d) Obtenha a expressão da distância entre o “pivot” e o ponto de aplicação da força incompressível, que se processa em regime laminar e permanente e que o
(repita a alínea b), mas baseado nas expressões gerais para o caso de superfícies fluido em questão é Newtoniano.
planas submersas. Determine essa distância, h’(teo), para os pontos 6 e 7, e
a) Encontre uma expressão para o perfil de velocidade e esboce a sua forma
preencha a tabela.
quando K1 > 0.

2 (7 v) – A figura representa a colisão de dois jatos b) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da parede x=h.
(água, ρ = 1000 kg.m-3) de secção circular, (1) e (2), Caso não tenha respondido à alínea a), considere que o perfil de
que confluem para um único jato (3), todos no velocidade é dado pela expressão
mesmo plano horizontal. vx=-K22μhx-x2
a) Determine o caudal mássico na secção 3.
b) Determine o ângulo θ e a velocidade do jato (3)
que resulta da colisão de (1) e (2).
c) Mostre que não se trata de um escoamento ideal
e determine a potência dissipada no processo.

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
65 66

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


3º ANO 3º ANO
MECÂNICA DOS FLUIDOS I MECÂNICA DOS FLUIDOS I
Exame – 2011.01.18 Recurso – 2011.02.11

ALUNO_________________________________________________________________ 1 (7 v) – A figura (dimensões em milímetros) representa uma das instalações


___ experimentais usadas no laboratório, em que se escoava um caudal constante de
água (ρágua = 1000 kg m-3), fixado pela regulação de
IMPORTANTE: esta folha deve ser entregue juntamente com a sua
resolução do exame.

válvulas.
a) Explique o funcionamento e objetivo da experiência e identifique as
técnicas de medição utilizadas.

b) Durante 27,4 s foram recolhidos num balde 3,2 kg de água. Utilizando


esta informação, determine o caudal volúmico e a velocidade em cada secção,
preenchendo a tabela 1 (di é o diâmetro da secção).

c) Preencha as restantes colunas da tabela 1, determinando as pressões


dinâmica e total em função da altura da coluna de água nos tubos manométricos
ligados a cada orifício (hi) e ao tubo de Pitot (hT).

d) Obtenha as expressões que lhe permitem determinar a velocidade e o


caudal em qualquer das secções, em função da altura das colunas de água hi e hT.
Utilizando estas expressões, preencha a tabela 2 para as secções 3, 4 e 6. Compare
os resultados com os da tabela 1, justificando eventuais discrepâncias.
e) Sabendo que pressão no ponto 1 é de 2 bar, relativamente à atmosfera;
N Massa (g) d (mm) h'(exp) h'(teo)
1 103 65 - e1) Determine a pressão do ar encerrado na parte superior dos tubos
2 151 80 - manométricos.
3 207 95 -
4 225 100 - e2) Se estes tubos fossem abertos para a atmosfera, qual seria o valor de h1?
5 250 105 -
f) Determine qual deveria ser a pressão total nas secções 3, 4 e 6, usando as
6 300 118
medições de pressão estática e a massa de água recolhida no balde (3,2 kg em
7 340 128
27,4 s), preenchendo a tabela 2.

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
67 68

2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


bombagem entre um lago e um reservatório 3º ANO
pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa) em MECÂNICA DOS FLUIDOS I
Exame – 2011.01.18
que se pretende transferir no mínimo 4000 litros
de água em 10 minutos. A conduta que liga a
ALUNO_________________________________________________________________
bomba ao reservatório tem um diâmetro de
___
50 mm.
IMPORTANTE: esta folha deve ser entregue juntamente com a sua
a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW
resolução do exame.
assegura as condições de funcionamento desejadas.
Nota: As pressões são relativas à pressão do ar nos tubos manométricos.
b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma
bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas?

c) Determine as forças na direção vertical e horizontal para suportar a curva Tabela 1


assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo
pretendido. 3,2 kg em 27,4 s

Secção Li di hi hT Caudal Ui Pressão Pressão


3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda (mm) (mm) (mm) (mm) (m3/h) (m/s) dinâmica total
de pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade, V, do
(Pa) (Pa)
raio de curvatura, R, e do diâmetro do tubo, D, e da massa volúmica do fluido, ρ.
1 0,0 25,0 257 260
a) Efetue a análise dimensional do problema e determine o ou os números
adimensionais Π relevantes. 2 60,3 13,9 230 260

b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes em 3 68,7 11,8 204 260


que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm.
4 73,2 10,7 175 260
Analise estes dados com base nas Teste V ∆p 5 81,1 10,0 150 260
conclusões da alínea a) e (m/s) (Pa)
identifique qualquer anomalia 1 0,6 57,4 6 141,5 25,0 245 255

que tenha ocorrido durante a 2 0,9 117,5


experiência ou na elaboração dos 3 1,2 190,8 Tabela 2
grupos adimensionais. 4 1,6 311,2
Secção hi Ui Caudal Pressão Pressão
5 2,0 420,0
(mm) (m/s) (m3/h) estática total
4 (4 v) – Considere a expressão (Pa) (Pa)
uy,t=U0∙e-κy∙cosωt-κy, em que κ=ω2ν
1 257 — — — —
que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento
laminar e incompressível de um fluido Newtoniano sobre 2 230 — — — —
uma parede horizontal oscilante (em y = 0).
3 204
a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da
4 175
parede (τw).
5 150 — — — —
b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de
pressão longitudinal (∂p/∂x=0). 6 245

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
69 70

b) De entre as medições efetuadas qual aquela que lhe suscita mais dúvidas e
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA repetiria numa próxima visita ao laboratório? Justifique a sua resposta.
3º ANO – 2011/2012
c) Determine a espessura da película de água que sai da calote esférica e mostre
MECÂNICA DOS FLUIDOS I que é independente da velocidade de saída do jato.
Exame – 2012.01.06
d) Determine a potência da bomba montada na banca necessária para a
realização destes ensaios.

1 (5 v) – O reservatório esquematizado na figura contém dois líquidos imiscíveis,


3 (3 v) – Considere o escoamento de água (ρ=1000 kg/m3; µ=10-3 kg/m/s)
água (d=1) e óleo (d=0,82), separados por uma
entre duas placas planas horizontais fixas, forçado por um gradiente de pressão
placa (AB), com dimensões 0,2 ×1 m, que roda em
∂p/∂x constante. Admita que o escoamento se
torno de um eixo passando por A, perpendicular
processa em regime permanente, é
ao plano da figura.
monodimensional, laminar e incompressível, e que
a) Esboce o diagrama
ama das forças decorrentes da as dimensões das placas são muito maiores que o
pressão nas faces da placa AB. seu afastamento, h.
b) Admitindo a placa em equilíbrio na posição
e) Encontre a expressão do perfil de velocidade
representada, qual a altura h?
neste escoamento, justificando as simplificações
c) Considerando agora apenas a face esquerda da
que entender fazer às equações fundamentais.
placa AB, determine o momento em torno de A
f) Qual o caudal escoado por unidade de largura das placas [m3/s/m], no caso
exercido pelas forças que nela atuam?
de h=1 cm e sabendo que o gradiente imposto conduz a uma velocidade
máxima, Umax, igual a 1 m/s?
2 (7 v) – A figura representa uma das instalações
usada no laboratório. Um jato vertical de água Caso não tenha resolvido a) considere o perfil dado pela expressão: u(y) = 4
(ρ=1000 kg/m3) emerge de uma agulheta com Umax (h y - y2)/h2.
8 mm de diâmetro e incide no interior de uma
calote esférica, diâmetro da base igual a 42 mm,
acoplada a uma haste vertical que na
extremidade oposta tem um prato onde são
colocadas massas diversas.

1 2 3 4 5
Tempo
Volume Força Força
de
N. recolhido medida teórica
recolha
[L] [N] [N]
[s]
1 10 56,65 -0,98

2 10 42,12 -1,96

3 10 28,32 -3,92

4 20 46,25 -5,89

a) Usando as equações fundamentais apropriadas, calcule a força que o jato de


água exerce sobre a calote, preencha a coluna 6 da tabela e compare com os
valores medidos em laboratório (coluna 5).

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013


2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
71 72

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


3º ANO – 2011/2012
4 (5 v) – O dispositivo representado na figura mede a viscosidade de um fluido,
µ,, relacionando o ângulo de torção do cilindro interior, θ,, com a velocidade MECÂNICA DOS FLUIDOS I
Recurso – 2012.01.31
angular do cilindro exterior, ω.. Assuma a dependência do ângulo de torção
θ = f (ω, µ, K, D1, D2, l), onde K é a caraterística da mola de torção (dimensões de
energia). patm=105
1 (3 v) – Uma cápsula de forma esférica, com 20 cm Pa
Os dados da tabela foram obtidos na calibração do dispositivo usando um
de diâmetro exterior, é utilizada para recolha de
fluido de viscosidade µ=0,5
µ N.s/m2.
amostras de água do mar (d=1,03) em profundidade.
K=14 N.m, l=0,3 m, D1=0,3 m e D2=0,28 m são constantes. Um orifício com 2 cm de diâmetro, coberto com uma
membrana (tensão de rotura σRot = 1,1 kgf/cm2),
permite a entrada de água quando a membrana
rebenta sob a ação da pressão, expulsando o ar
contido na cápsula que é então puxada para a
θ ω
superfície.
[rad] [rad/s]
a) Qual o peso mínimo que deverá ter a cápsula para que, sem o auxílio de
0,89 0,30
outros mecanismos, se afunde no mar?
3,05 1,05
Nota: despreze
spreze o peso do ar no interior da cápsula.
5,52 1,86
b) Qual a pressão de enchimento da cápsula para que a recolha da amostra
6,40 2,14 de água ocorra à profundidade mínima de 12 m?

2 (5 v) – Considere uma esfera sólida, com massa


a) Encontre os grupos adimensionais que permitem caraterizar os fenómenos em
volúmica esf, inferior à massa volúmica de um
causa.
líquido, liq, onde está imersa. Nestas condições,
b) Determine a viscosidade de um fluido para o qual foi medido um ângulo de largando a esfera de diâmetro D à profundidade H,
torção de 2,75 rad quando o cilindro exterior roda a uma velocidade de ela eleva-se
se até uma altura h acima da superfície do
1,5 rad/s. líquido. Pretende-sese estudar a altura h atingida.
c) A calibração mencionada foi efetuada usando toda a gama de velocidade
a) Indique as grandezas relevantes que poderão
angular permitida pelo dispositivo.
dispositivo. Determine as viscosidades máxima e
influenciar a altura h e apresente a relação
mínima que podem ser medidas sem o recurso a extrapolações da curva de
correspondente sob a forma adimensional.
calibração.
Despreze o efeito da força de resistência
aerodinâmica no ar.
b) Pretende se estudar o caso de uma esfera de alumínio (d = 2,7),
Pretende-se
com um diâmetro D = 1 cm, imersa em mercúrio (d = 13,6 e µ = 1,526×10-
3 Pa.s) à profundidade H = 0,2 m. Se os testes forem feitos num modelo

onde substituímos o mercúrio por água (µ ( = 1,01×10-3 Pa.s), qual o


diâmetro e a massa volúmica que deverá ter a esfera? Qual a profundidade
a que a esfera deve ser largada?
c) Em ensaios deste tipo, é possível garantir a semelhança dinâmica usando
o mesmo líquido?

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013


2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013
2013
73

3 (6 v) – A figura mostra
uma instalação de
bombagem de água
(ρ = 1000 kg/m3 e
pv = 3600 Pa) de um rio para
um reservatório elevado.
Com a bomba desligada o
manómetro M2 indica uma
pressão relativa igual a
1,65 bar. As condutas de
aspiração e de pressão têm,
ambas, 50 mm de diâmetro.
a) Determine o caudal máximo que é possível bombear sem que ocorra
cavitação na instalação.
b) Qual a potência da bomba necessária para bombear um caudal de 10 l/s?
c) Mostre que a pressão M2 só depende da distância entre o manómetro e a
superfície livre da água no reservatório.
reservatóri

4 (6 v) – A figura representa uma das instalações


usada no laboratório. Um jato vertical de água
(ρ=1000 kg/m3) emerge de um bucal com 8 mm de
diâmetro e incide no interior de uma calote esférica,
diâmetro da base igual a 42 mm. A calote está
acoplada a uma haste vertical que na extremidade
oposta tem uma plataforma onde são colocadas
massas diversas.
NOTA: Não despreze a distância entre a saída do jato
e a calote.

a) Recorrendo às equações fundamentais,


obtenha as expressões matemáticas que
relacionam as forças gravíticas exercidas
sobre a calote com a velocidade do jato à
saída do bucal.
b) Considere a situação de equilíbrio, com a base da calote a 12 cm de
distância do
o bucal e 6 unidades de 100 g colocadas na plataforma.
Determine a velocidade da água na saída do bucal.
c) Determine a altura a que a plataforma se elevaria, caso retirasse 1 das 6
unidades de 100 g (a massa total de 500 em vez dos 600 gramas).
NOTA: Caso não tenha efetuado a alínea anterior, considere a velocidade de
saída do bucal igual a 10 m/s.

Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013


2013
PROBLEMAS E EXAMES RESOLVIDOS DE
MEC ÂNICA DOS FLUIDOS I

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Versão 6
A NO LECTIVO DE 2012-2013
7 DE JANEIRO DE 2013

José M. Laginha M. Palma

6
O
SÃ
ER
V

D EPARTAMENTO DE E NGENHARIA M EC ÂNICA


Prefácio

O presente documento, com a resolução de problemas e exames, é co-


locado ao dispor dos alunos como elemento auxiliar para o estudo da dis-
ciplina da Mecânica dos Fluidos I, do Mestrado Integrado em Engenharia
Mecânica, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Sobre este documento, que resultou de uma revisão profunda de contri-
buições de alunos, abaixo identificados, é necessário que se note o seguinte:
• Apesar do muito uso e utilidade que se espera venha a ter junto dos
alunos, este documento não substitui a participação e frequência das
aulas, teóricas ou práticas, nem a leitura e estudo da matéria a partir
dos livros recomendados.

• O detalhe da resolução dos problemas vai para além do que se exige


numa prova escrita de avaliação.

6
• Naqueles casos em que a resolução exige explicações complementa-
res, para evitar resoluções demasiado longas, para explicação mais
O
detalhada dos conceitos envolvidos, remete-se para leitura das secções
relevantes dos livros recomendados.
SÃ

• Apesar do cuidado com que foi produzido, este documento pode con-
ter algum erro ou gralha, que a existir passou despercebido.

• Perante alguma frase ou cálculo que admita tratar-se de erro ou gra-


ER

lha, solicita-se e agradece-se que contacte de imediato qualquer mem-


bro do corpo docente da disciplina.

• Correcções, modificações, melhorias, etc. serão introduzidas em edi-


V

ções futuras.

• A versão mais actualizada será mantida na página da disciplina, acom-


panhada de uma errata que identifique as alterações em relação a
qualquer versão anterior, quando ela exista.

• Pelos motivos acima, recomenda-se que perante cópias deste docu-


mento, obtidas por fotocópia simples, se assegure que se trata da sua
versão mais recente.

O responsável da disciplina,
José Manuel Laginha Mestre da Palma

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 i


Versões anteriores

Este documento teve inı́cio no ano lectivo de 2010/2011, e foi pela pri-
meira vez disponibilizado a todos os alunos em 13 de Janeiro de 2011.
Versão 2 : 14 de Novembro de 2011
Problemas: 7, 9, 10, 12, 15, 32, 33, 40, 49 e 50
Exame: 18 de Janeiro de 2011

Versão 3 : 15 de Dezembro de 2011


Problemas: acrescem à versão 2, os problemas 79, 83, 86, 87, 89, 92,
99, 100, 104 e 112
Exames: acresce à versão 2, o exame (recurso) de 11 de Fevereiro de
2011

Versão 5 : 13 de Dezembro de 2012

6
Problemas: correcão do problema 104. O
Versão 6 : 8 de Janeiro de 2013
Problemas: correções na manipulação algébrica de problemas 40 e 87,
SÃ
sem implicações no resultado final; inclusão da resolução em Matlab
no problema 104.
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 ii


Agradecimentos

Este documento teve inı́cio no ano lectivo de 2010/2011, e foi pela pri-
meira vez disponibilizado a todos os alunos em 13 de Janeiro de 2011. Este
documento, juntamente com a produção de base de dados de perguntas no
Moodle para alunos foi o resultado da participação voluntária de alunos, cu-
jos nomes se listam aqui como forma de agradecimento e reconhecimento
do seu trabalho.
• André Pinto, Ademar Leite, Catarina Mendes, Cátia Martins, César
Ferreira, Daniel Oliveira, Diogo Cabral, Francisco Figueiredo, João
Cardoso, Jorge Sousa, José Jacinto, José Ribeiro, Karla Gonçalves, Mar-
celo Costa, Marieta Rocha, Pedro Pinto, Pedro Carneiro, Rafael Cor-
reia, Susana Moreira e Tiago Nunes.

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 iii


Sumário

1 Problemas 1
1.1 Problema 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

6
1.2 Problema 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
O
1.2.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
SÃ
1.3 Problema 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
ER

1.4 Problema 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.4.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.5 Problema 15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
V

1.5.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.6 Problema 32 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.6.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.7 Problema 33 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.7.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.8 Problema 40 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.8.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.8.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.9 Problema 49 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.9.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

iv
SUMÁRIO SUMÁRIO

1.9.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24


1.10 Problema 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.10.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.10.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.11 Problema 79 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.11.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.11.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.12 Problema 83 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.12.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.12.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.13 Problema 86 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
1.13.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

6
1.14 Problema 87 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
1.14.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
O
1.15 Problema 89 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
1.15.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
SÃ

1.16 Problema 92 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
1.16.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
ER

1.17 Problema 99 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
1.17.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
1.18 Problema 100 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
V

1.18.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
1.18.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
1.19 Problema 104 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
1.19.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
1.19.2 Resolução em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
1.20 Problema 112 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
1.20.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

2 Exames 69
2.1 Exame de 18 de Janeiro de 2011 . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
2.1.1 Problema 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 v


SUMÁRIO SUMÁRIO

2.1.2 Problema 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
2.1.3 Problema 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
2.1.4 Problema 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
2.2 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 . . . . . . . . . . . . . . . 90
2.2.1 Problema 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
2.2.2 Problema 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
2.2.3 Problema 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
2.2.4 Problema 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 vi


Capı́tulo 1

Problemas

1.1 Problema 7

6
Um veio de 25 mm de diâmetro pode deslocar-se através de um furo,
também cilı́ndrico, conforme mostra a figura. O fluido lubrificante que pre-
O
enche o intervalo entre o veio e a parede do furo (0,3 mm) tem uma visco-
sidade cinemática de 8 × 10=4 m2 s=1 e uma densidade de 0,91. Considere
SÃ

linear a variação da velocidade no seio do óleo.


ER
V

a) Qual a força necessária para empurrar o veio ao longo do furo com


uma velocidade de 3 m s=1 ?
b) Qual a potência que se dissiparia por atrito viscoso se o veio girasse
com uma velocidade de 1500 r.p.m.?

1
Problema 7

1.1.1 Resolução

Alı́nea a)

Aplicando o somatório de forças ao esquema acima, obtém-se,

∑ Fx = 0 ⇔ P = τA (1.1)
em que A é a área de contacto,
A = πDl

6
e τ é a tensão de corte, que de acordo com a lei de Newton da viscosidade
(simplificada),
O
du
τ=µ (1.2)
dy
SÃ

Porque o perfil de velocidades é linear no seio do óleo, como indicado no


enunciado, obtém-se:
y
Uy = U p
h
ER

e,
du Up
= (1.3)
dy h
V

porque a viscosidade cinemática se relaciona com a viscosidade dinâmica


pela equação,
µ = ρν (1.4)
e a equação (1.2), referente à tensão de corte, fazendo uso de (1.3) e (1.4),
resulta em:
Up
τ = ρν
h
que substituı́da em (1.1) se obtém
Up
P = πD · l ρν
h
Procedendo à resolução numérica
3
P = π · 0, 025 · 0, 5 · 0, 91 × 103 · 8 × 10−4 = 286 N
0, 0003

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 2


Problema 7

Alı́nea b)

A potência é dada por,

Pot = Mω (1.5)

e sabe-se que a velocidade angular ω é dada por

2πn
ω=
60
em que n são rotações por minuto, e a velocidade tangencial de rotação do
veio é
2πn
v= r
60
Fazendo uso das mesmas hipóteses usadas na alı́nea anterior, nomeada-
mente a de perfil de velocidade linear, o binário é igual a

6
2πn
M=µ rA
60h
O
que após substituição em (1.5), resulta em
SÃ

 2
2πn 2πn 1 2πn
Pot = µ rA r=µ r A
60h 60 h 60
ER

donde
2
2 · π · 1500 0, 025

1
P = 0, 728 · π · 0, 025 · 0, 5 = 367 W
0, 0003 60 2
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 3


Problema 7

1.1.2 Resolução em Matlab

%% P r o b l e m a 7
%% Grupo I I : ano l e c t i v o 2 0 1 0 / 2 0 1 1
%
% DADOS:

densidade= 0 . 9 1 ;
nu= 8 . 0 ∗ 1 0 ˆ ( − 4 ) ; % mˆ 2 / s v i s c o s i d a d e c i n e m a t i c a do o l e o
rho=densidade ∗ 1 0 ˆ 3 ;
l = 0 . 5 ; % m c o m p r i m e n t o do e i x o ( a l t u r a do c i l i n d o )
D= 2 5 ; % mm d i â m e t r o do e i x o ( d i â m e t r o do c i l i n d o )
D = D/ 1 0 0 0 ; % C o n v e r t e em S I (m)
U p = 3 ; % v e l o c i d a d e d e d e s l o c a ç ã o do e i x o
h = 0 . 3 ; % i n t e r v a l o e n t r e o v e i o e a p a r e d e do f u r o
h=h / 1 0 0 0 ; % C o n v e r t e em S I (m)
omega = 1 5 0 0 ; % v e l o c i d a d e d e r o t a c a o em rpm
%% R e s o l u c a o %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

% a l i n e a a ) F o r ç a p a r a e m p u r r a r o e i x o ...

6
Area= pi ∗D∗ l
mu=rho ∗nu
dudy= U p/h
O
tau=mu∗dudy
P=Area∗mu∗dudy
SÃ

% alinea b ) Potencia dissipada ...


v=omega∗2∗ pi /60∗D/ 2 ;
Pot=mu/h∗v ˆ 2 ∗ Area
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 4


Problema 9

1.2 Problema 9

Um anel (ρ = 7800 kg m−3 ) desce, sob a acção do próprio peso, ao longo


de um varão. Entre o varão e o anel há uma folga radial ∆r = 0,2 mm,
preenchida por um fluido de viscosidade 0,01 kg m=1 s=1 e massa volúmica
igual a 800 kg m=3 que se escoa com um perfil de velocidades linear.

6
O
a) Calcule a velocidade V de descida em movimento uniforme.
b) Descreva, com base num movimento deste tipo, um processo prático
SÃ
de medição de viscosidades.

1.2.1 Resolução
ER

Alı́nea a)

O balanço de forças na direcção vertical, do movimento, é:


V

Peso anel= Fatrito


ρV g = τA (1.6)

em que ρ e V são a massa volúmica e volume do anel, e τ e A a tensão de


corte e a área de contacto entre o anel e o varão. De acordo com a lei de
Newton da viscosidade (simplificada),

dv
τ=µ (1.7)
dr
Porque o perfil de velocidades é linear no seio do fluido, como indicado no
enunciado:
V (r − D1 /2)
v= D1 /2 ≤ r ≤ D1 /2 + ∆r (1.8)
∆r

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 5


Problema 9

em que D1 é o diâmetro do varão, e donde se conclui que

dv V
=
dr ∆r
e a tensão de corte (1.7), resulta em:

V
τ=µ (1.9)
∆r
Substituindo (1.9) em (1.6), obtém-se a equação (1.10) da velocidade:

π ( D22 − D12 )
 L V
ρ g = µ πD1 L
∆r

4
ρg∆r ( D22 − D12 )
V = (1.10)
4µD1

que entre outras, mostra que a velocidade não é função da altura do anel e
da massa volúmica do fluido.

6
Procedendo à resolução numérica
O
7800 · 9, 81 · 0, 0002 [0, 12 − (0, 02 + 2 · 0, 0002)2 ]
V =
4 × 0, 01 (0, 02 + 2 · 0, 0002)
SÃ

V = 179.74 m s−1

Alı́nea b)
ER

A partir da medição da velocidade, pode ser determinada a viscosidade do


fluido. A equação que estabelece esta relação pode ser obtida, explicitando
(1.10) em função da viscosidade µ
V

ρg∆r ( D22 − D12 )


µ= (1.11)
4VD1

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 6


Problema 9

1.2.2 Resolução em Matlab

%% R e s o l u c a o do P r o b l e m a 9 ( M e c a n i c a d o s F l u i d o s I
%% R e s o l v i d o p o r J o s e L a g i n h a Palma

%% T o d o s o s v a l o r e s em u n i d a d e s S I %%

% DADOS:
rho = 7 8 0 0 ; % massa v o l u m i c a do a n e l , kg /mˆ 3
mu = 0 . 0 1 ; % v i s c o s i d a d e do f l u i d o , kg /m/ s
g = 9.81; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e , m/ s ˆ 2
L=0.050; % a l t u r a do a n e l , m
Dvarao = 0 . 0 2 0 ; % d i a m e t r o do v a r a o , m
D2 = 0 . 1 0 0 ; % d i a m e t r o e x t e r i o r do a n e l , m
dr = 0 . 0 0 0 2 ; % f o l g a r a d i a l , m
D1=Dvarao+2∗ dr ; % d i a m e t r o d e o r i f i c i o do a n e l , m

% Resultado :
Vel=rho ∗g∗ dr ∗ (D2ˆ2 −D1 ˆ 2 ) / ( 4 ∗mu∗D1 )

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 7


Problema 10

1.3 Problema 10

A figura representa de forma simplificada um dispositivo de medição


de viscosidades constituı́do por dois cilindros concêntricos em que um gira
dentro do outro.
Considerando os dados abaixo indicados e que a velocidade de descida
é uniforme desde o inı́cio do movimento, calcule a viscosidade do fluido
contido entre o cilindro exterior e o interior.

6
O
d = 1 × 10−2 m; D = 20 × 10−2 m; M = 50 × 10−3 kg; h = 15 × 10−2 m; e =
250 × 10−6 m; V = 5 mm s−1
SÃ

1.3.1 Resolução
ER

O momento MM , associado à rotação provocada pelas duas massas M sus-


pensas, é igual ao momento resistente devido à rotação do cilindro interior,
V

MM = Mlat + Mbase (1.12)

em que Mlat e Mbase são as contribuições da superfı́cie lateral e da base do


cilindro.
O momento MM é
d
MM = 2 M g = Mgd (1.13)
2
e o momento que actua na superfı́cie lateral do cilindro

D dV D
Mlat = τ A1 = µ D A1 (1.14)
2 dr 2
O cilindro roda à mesma velocidade angular ω que o seu eixo de diâmetro
d, cuja velocidade tangencial Vd , igual à velocidade V a que desce qualquer

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 8


Problema 10

uma das massas M, é dada por:

d
Vd = ω
2
ou seja

2Vd
ω=
d
Conhecendo a velocidade tangencial do cilindro de diâmetro D,

D
VD = ω
2
a área A1 ,

A1 = πDh

e admitindo um perfil linear de velocidade entre a parede móvel do cilindro

6
interior e a parede fixa exterior, a equação (1.14) é:
O
dVD D ω D/2 D
Mlat = µ A1 = µ πDh
dr 2 e 2
SÃ
πωD3 h
= µ (1.15)
4e

Relativamente ao momento aplicado na base do cilindro (Mbase ), porque


ER

a tensão de corte varia com o raio:


Z D/2
du ωr
Z Z
Mbase = τ r dA2 = µ r dA2 = µ r 2πr
| {zdr}
A2 A2 dy 0 e
dA2
V

ω D/2 ω1 D4
Z
= 2πµ r3 dr = 2πµ
e 0 e 4 16
πωD4
= µ (1.16)
32 e
Conhecidos os momentos MM , Mlat e Mbase , equações (1.13), (1.15) e (1.16),
e substituindo em (1.12), obtemos:

πωD3 h πωD4
Mgd = µ +µ (1.17)
4e 32 e
que resolvida em ordem a µ

M g d 4e
µ= 
4
 (1.18)
πω D3 h + D8

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 9


Problema 10

que é equivalente a

32M g d e
µ= (1.19)
πω (8D3 h + D4 )

e também a
32M g d e
µ= (1.20)
πωD3 (8h + D )

O resultado numérico é
50 × 10−3 · 9,81 · 1 × 10−2 · 4 · 250 × 10−6
µ =
(20 × 10−2 )4
h i
π · 1 (20 × 10−2 )3 · 15 × 10−2 + 8

4,905 × 10−6
µ =
4,4 × 10−3
µ = 1,11 × 10−3 kg m−1 s−1 (1.21)

1.3.2 Resolução em Matlab


6
O
%% P r o b l e m a 10
SÃ
%% Grupo I I I : ano l e c t i v o 2 0 1 0 / 2 0 1 1
%
% DADOS:

d = 0.01 ; % m, d i a m e t r o do e i x o
ER

D = 20∗10ˆ( −2); % m, d i â m e t r o do c i l i n d o
M = 50∗10ˆ( −3); % kg , massa d o s p e s s o s s u s p e n s o s
h = 15∗10ˆ( −2); % m, a l t u r a do c i l i n d r o
e = 2 5 0 ∗ 1 0 ˆ ( − 6 ) ;% m espaco entre cilindros
V

g = 9.81; % ms−2 a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e
V = 0.005; % m v e l o c i d a d e l i n e a r das massas suspensas

%% R e s o l u c a o %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

% viscosidade
omega=2∗V/d
mu= M∗g∗d∗4∗ e /( pi ∗omega ∗ (Dˆ 3 ∗ h+Dˆ 4 / 8 ) )

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 10


Problema 12

1.4 Problema 12

O dispositivo de cone representado na figura é um dos aparelhos mais


utilizados na medição de viscosidades. No espaço entre o prato fixo e o cone,
girando a uma velocidade angular ω, está contido o fluido, de propriedades
ρ e µ, que se pretende ensaiar.

O operador pode controlar a velocidade de rotação e mede, por meio de


um dispositivo apropriado, o binário resistente.

6
Obtenha a expressão que, por este processo, permita quantificar a vis-
cosidade do fluido.
O
1.4.1 Resolução
SÃ

Pela 2a Lei de Newton, sabemos que uma velocidade é constante se a re-


sultante das forças, ou momentos, aplicadas num corpo for nula. Temos,
portanto, de calcular a viscosidade que, para uma determinada velocidade,
ER

permita que o momento resistente devido às forças viscosas do fluido seja
igual ao momento aplicado no corpo, mensurável.
Logo, precisamos de encontrar a expressão que relaciona o momento
resistente com a viscosidade do fluido, em função da velocidade angular e
V

do ângulo θ.

Z
Mr = τr dA (1.22)
A

Sabemos que:
u ωr ω
τ=µ =µ =µ (1.23)
h r tan θ tan θ
e que:

2πr
dA = 2πrdL = dr (1.24)
cos θ

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 11


Problema 12

Substituindo (1.23) e (1.24) em (1.22), obtemos:


Z R
ω 2πr
Mr = µ r dr
0 tan θ cos θ
µω2πr2
Z R
= dr
0 sin θ
µω2π R 2
Z
= r dr
sin θ 0
ω2πR3
= µ
3 sin θ
que explicitada em ordem à viscosidade, µ

3Mr sin θ
µ = (1.25)
2πωR3

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 12


Problema 15

1.5 Problema 15

Considere o escoamento de dois fluidos Newtonianos, de massas


volúmicas iguais, entre placas planas paralelas de dimensão infinita, em
que a placa do meio se move com uma velocidade U. Sabendo que nas duas
faces da placa móvel foi medida a mesma tensão de corte, encontre uma
relação entre as viscosidades dos fluidos.

1.5.1 Resolução

6
Alı́nea a) O
Conhecida a lei de Newton da viscosidade (1.26), que estabelece a relação
entre a taxa de deformação (dU/dy), a viscosidade (µ) e a tensão de corte
no fluido (τ):
SÃ

dU
τ=µ (1.26)
dy
ER

e porque a tensão de corte no fluido 1 e no fluido 2 são iguais

dU1 dU2
µ1 = µ2
dy1 dy2
V

Assumindo a existência de um perfil linear de velocidades (escoamento


do tipo Couette1 ) entre a placa separadora, móvel, e as duas placas fixas,
obtém-se a relação abaixo:

U U
µ1 = µ2
2h h
µ1 = 2 µ2

1 Sobre o escoamento Couette, consulte-se a secção 6.9.2 de [Munson et al., 2010, pág. 311]

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 13


Problema 32

1.6 Problema 32

Ao ascender no reservatório da figura, a água (ρ = 103 kg m−3 ) atinge


um determinado nı́vel H, acima do eixo da comporta, que fará com que
esta abra automaticamente, rodando em torno do eixo. Calcule o valor de
H, desprezando eventuais atritos no eixo de rotação e o peso próprio da
comporta.

1.6.1 Resolução
6
O
As distribuições da forças, associadas ao fluido, sobre as superfı́cies da
SÃ
comporta são as representadas na figura:
ER
V

Para que a comporta não se mova, o equilı́brio de momentos relativo ao


seu eixo de rotação deve ser igual a zero:
ΣM = 0
ou seja,
L H
FRA = FRB
2 3
que se pode escrever
L H
pCGA A A = pCGB A B = 0 (1.27)
2 3

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 14


Problema 32

e em que A A e A B , as áreas do lado A e B da peça, onde a força do fluido


actua, são A A = Lb e A B = Hb.
Assim, a partir de (1.27) temos:

L H H
ρgH × Lb = ρg × Hb
2 2 3
simplificando,

H2
L2 =
3
e resolvendo em ordem a H

H = 3L2

e para L = 1 m, vem:

6
H= 3m O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 15


Problema 33

1.7 Problema 33

Uma abertura circular na parede de um reservatório é fechada por um


disco que simplesmente cabe na abertura e pode rodar em torno de um eixo
que passa pelo seu eixo horizontal.

a) Prove que, se o nı́vel de água (ρ = 103 kg m−3 ) no reservatório estiver


acima do topo do disco (situação da figura), o momento necessário para o
manter na posição vertical é independente desse nı́vel.

6
b) Se o diâmetro do disco for de 1 m, qual o valor desse momento?
O
1.7.1 Resolução
SÃ

Alı́nea a)

Sabemos que a força resultante das forças de pressão que actuam no disco
é igual à pressão que actua no seu centro de massa, multiplicada pela área
ER

do disco, e que actua no centro de pressão do disco.


O momento resultante no centro de gravidade do disco é:
V

MCG = ρghCG AdCP (1.28)

Em que MCG é o momento no centro de gravidade, hCG é a profundi-


dade do centro de gravidade do disco, A é a área do disco e dCP é a distância
entre o centro de gravidade e o centro de pressão.
Desenvolvendo (1.28), obtemos:
MCG = ρghCG AdCP
ρg sin 90◦ Ixc
= ρghCG A
F
ρg sin 90◦ Ixc
= ρghCG A
ρghCG A
= ρg sin 90◦ Ixc
= ρgI (1.29)

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 16


Problema 33

O momento de inércia do disco, Ixc , é dado pela expressão:

πD4
Ixc = Iyc = (1.30)
64

Substituindo (1.30) em (1.29) obtemos a expressão:

πD4
MCG = ρg = CONSTANTE
64

Alı́nea b)

πD4 3, 14 × 14
MCG = ρg = 103 × 9, 81 × = 481 N m
64 64

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 17


Problema 40

1.8 Problema 40

A figura representa um reservatório de forma cúbica dividido em duas


partes por uma placa rı́gida na direcção da sua diagonal. Caracterize a
resultante das forças de pressão que actuam sobre a divisória (direcção,
sentido e intensidade) relativamente ao sistema de eixos da figura.

6
O
SÃ

Dados: H = h1 = h2 = 2 m; ρ1 = 1000 kg m−3 ; ρ2 = 800 kg m−3


ER

1.8.1 Resolução

A intensidade das forças, F1 e F2 , em cada uma das faces da placa separa-


dora é a pressão no centro de gravidade (pCG ) vezes a área (A) da placa:
V

F1 = pCG1 A
F2 = pCG2 A
e a resultante é
FR = F1 − F2 = pCG1 A − pCG2 A (1.31)
em que pressão no centro de gravidade é dada por
pCG1 = ρ1 g h2 (1.32)

pCG2 = ρ2 gh1 (1.33)


e a área da placa separadora é
p √
A = H H2 + H2 = H2 2 (1.34)

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 18


Problema 40

Substituindo (1.32), (1.33) e (1.34) em (1.31), obtém-se a força resultante FR

FR = F1 − F2 = pCG1 A − pCG2 A
√ √
= ρ1 g h2 H 2 − ρ1 g h2 H 2

após substituição numérica


q q
FR = F1 − F2 = 1000 · 9, 81 · 2 · 2 (2) − 800 · 9, 81 · 2 · 2 (2)
= 110, 99 − 88, 79 = 22, 197 × 103 N

O ponto de aplicação da força resultante é o ponto de aplicação de


qualquer uma das forças F1 e F2 , e que exige o conhecimento do centro
de pressões yCP

ρgIxx sin(45)
yCP = −

6
Fr
porque se trata de uma superfı́cie rectangular
O

bh3 2 · (2 2)3
Ixx = =
SÃ

12 12
Seja o caso da força F1

ρ1 g bh3 /12 sin(45)


ER

yCP1 = −
F1

1000 · 9, 81 · 2(2 2)3 /12 · sin(45)
= − = −0, 236 m
110, 99 × 103
V

e da força F2

ρ2 g bh3 /12 sin(45)


yCP2 = −
F1

800 · 9, 81 · 2(2 2)3 /12 · sin(45)
= − = −0, 236 m
88, 79 × 103
A matéria abrangida por este exercı́cio é motivo da secção 2.8 de Munson
et al. [2010]

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 19


Problema 40

1.8.2 Resolução em Matlab

% PROBLEMA 40
% 2010 − 12 − 02 Grupo 3
% C é s a r F e r r e i r a GIMF−MFI−DEMEc−FEUP
% Dados
g = 9 . 8 1 ; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e
H= 2 ; %m
h2=H; h1=H;
r h o 1 = 1 0 0 0 ; %kg ∗mˆ − 3
r h o 2 = 8 0 0 ; %kg ∗mˆ − 3
%

%C á l c u l o da I n t e n s i d a d e da f o r ç a r e s u l t a n t e
diag= s q r t ( 2 ∗Hˆ 2 ) ; % m d i a g o n a l da f a c e do c u b o
A=H∗ diag ; %mˆ 2 Área
Pcg 1= r h o 1 ∗g∗h2 % Pa P r e s s ã o no c e n t r o d e g r a v i d a d e
F 1=Pcg 1 ∗ A % N

Pcg 2=r h o 2 ∗g∗h1 % Pa P r e s s ã o no c e n t r o d e g r a v i d a d e

6
F 2=Pcg 2 ∗ A % N
%F o r ç a r e s u l t a n t e
F R=F 1 − F 2 % N
O
%P o n t o d e a p l i c a ç ã o d a s f o r ç a s
I x x =H∗ ( diag ) ˆ 3 / 1 2 % mˆ 4
SÃ

Y cp 1 =−( r h o 1 ∗g∗ I x x ∗ s i n ( pi / 4 ) ) / F 1 % m
Y cp 2 =−( r h o 2 ∗g∗ I x x ∗ s i n ( pi / 4 ) ) / F 2 % m
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 20


Problema 49

1.9 Problema 49

6
O
SÃ
O reservatório da figura é constituı́do por quatro partes: uma tampa
semi-esférica, um fundo plano circular e duas peças encurvadas que, unidas,
formam o corpo cilı́ndrico de 1 m de altura. Está cheio de um lı́quido
de densidade d=2,8, suspenso de um cabo, e comunica com a atmosfera
ER

através de um orifı́cio (respiro) na parte superior. Considerando desprezável


o peso do reservatório:
a) Calcule o valor da pressão absoluta no fundo e a força que poderá
ser lida no dinamómetro D.
V

b) Qual o valor da força a que, devido à acção do lı́quido, estão sujeitos


os parafusos que unem a tampa ao corpo do reservatório? E a força que
actua sobre os parafusos que unem o fundo ao corpo?
c) Calcule a intensidade e localize convenientemente a força que, ainda
devido à acção do lı́quido, actua sobre cada uma das metades que consti-
tuem o corpo do reservatório.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 21


Problema 49

1.9.1 Resolução

Alı́nea a)

Fazendo uso da equação fundamental da hidrostática, a pressão, absoluta,


no fundo do reservatório é:

p f undo = p atm + ρgh


= 100 × 103 + 2,8 × 103 · 9,81(1 + 0,25) = 134,335 kPa

Porque, de acordo com o enunciado, é desprezável o peso do reser-


vatório, a força lida no dinamómetro é o peso do fluido:

Fdin = mg = ρ(V1 + V2 ) g

em que V1 e V2 são os volumes da meia-esfera e cilindro, respectivamente


parte superior e corpo principal do reservatório.

6
"  3  2 #
3 1 4 d d
Fdin = 2.8 × 10 +π h 9.81 = 6,2922 × 103 N
π
O
23 2 2

ou em kgf, igual a 6,2922 × 103 /9,81 = 641,4085 kgf


SÃ

Alı́nea b)
ER
V

O balanço de forças num plano horizontal, perpendicular aos parafusos é


igual a:

Fpar + Peso = pA

em que Fpar é a força exercida pelos parafusos que unem a tampa ao corpo
cilı́ndrico, Peso é o peso do lı́quido na parte superior desse plano, e pA é a

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 22


Problema 49

força de pressão.
 3    2
14 d d d
Fpar + ρ π g = ρg π
23 2 2 2
 3    2
14 d d d
= −ρ π g + ρg π
23 2 2 2
π d 3
 
= ρg
3 2
π 0.5 3
 
3
= 2,8 × 10 · 9.81 = 449,4441 N
3 2

Os parafusos no fundo suportam a totalidade da força exercida no fundo


do reservatório:
d πd2
 
Ff undo = p f undo A = ρg h + = 6,741 66 × 103 N
2 4

Alı́nea c)
6
O
SÃ
ER
V

2
A força resultante está situada a uma distância de 3 do topo (h = H/3) e é
igual a:
 
d h d
FR = ρg + π h
2 2 4
= 2,8 × 103 · 9,81(0,25 + 0,5)π · 0,125 · 1 = 8,09 × 103 kN

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 23


Problema 49

1.9.2 Resolução em Matlab

% PROBLEMA 49
% 2011 − 10 − 30
% Dados
g = 9 . 8 1 ; % ”m/ s ˆ 2 ” a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e
h = 1 0 0 0 ; % ”mm” a l t u r a do c o r p o c i l i n d r i c o do r e s e r v a t o r i o
d = 5 0 0 ; % ”mm” d i a m e t r o do r e s e r v a t o r i o
h=h / 1 0 0 0 ; d=d/ 1 0 0 0 ; % c o n v e r t e ”mm” em ”m”
den = 2 . 8 ; % d e n s i d a d e
patm = 1 0 ˆ 5 ; % p r e s s a o a t m o s f e r i c a
%

% A l i n e a a ) %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% P r e s s a o no f u n d o do r e s e r v a t o r i o
p fundo=patm+den ∗ 1 0 ˆ 3 ∗ g ∗ ( h+d/2)

% F o r c a no d i n a m o m e t r o
V1=1/2∗4/3∗ pi ∗ ( d / 2 ) ˆ 3 ; V2=pi ∗ ( d / 2 ) ˆ 2 ∗ h ;
Peso N=den ∗ 1 0 ˆ 3 ∗ ( V1+V2 ) ∗ g

6
P e s o k g f =Peso N/g

% A l i n e a b ) %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
O
% F o r c a n o s p a r a f u s o s da tampa
p par=den ∗ 1 0 ˆ 3 ∗ g∗d/2
p e s o f l u i d o =den ∗ 1 0 ˆ 3 ∗ g∗V1
SÃ

F par=p par ∗ pi ∗dˆ2/4 − p e s o f l u i d o


F par=den ∗ 1 0 ˆ 3 ∗ g∗ pi /3∗(d / 2 ) ˆ 3

% F o r c a n o s p a r a f u s o s do f u n d o
F fundo =( p fundo−patm ) ∗ pi ∗dˆ2/4
ER

% A l i n e a c ) %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% F o r c a n a s d u a s m e t a d e s do c o r p o c i l i n d r i c o
p lado=den ∗ 1 0 ˆ 3 ∗ g ∗ ( d/2+h/2)
V

F l a d o =p lado ∗d∗h

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 24


Problema 50

1.10 Problema 50

O tanque cilı́ndrico representado na figura tem uma tampa hemisférica


(superfı́cie ABC), e contém propano nas fases lı́quida e gasosa, 50% de cada
fase em volume. A pressão manométrica da fase gasosa é igual a 8 bar.

6
a) Represente a distribuição de pressão nas faces interior e exterior da
superfı́cie ABC.
O
b) Calcule as resultantes, horizontal e vertical, das forças exercidas na
superfı́cie ABC.
SÃ
c) Comente a seguinte afirmação:

A força horizontal exercida na tampa ABC é totalmente


independente da forma desta.
ER

1.10.1 Resolução
V

Alı́nea a)

Na face exterior da superfı́cie ABC é exercida a pressão atmosférica (a azul),


de igual valor ao longo do perı́metro da superfı́cie.
Na face interior de ABC, acresce à pressão atmosférica, a pressão de
8 bar, indicada no manómetro. O manómetro é sensı́vel à diferença entre
a pressão no interior e a pressão no exterior do reservatório, pressão rela-
tiva. Esta distribuição de pressão na metade superior de ABC (quarto de
cı́rculo AB) é quase constante, porque se trata de propano na fase gasosa, e a
variação de pressão com a profundidade pode ser desprezada. Na metade
inferior (quarto de cı́rculo BC), acresce à pressão atmosférica e aos 8 bar, o
aumento da pressão com o aumento da profundidade da fase lı́quida.
Em qualquer dos casos a pressão é sempre perpendicular à superfı́cie

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 25


Problema 50

de contacto, ou seja na direcção radial da superfı́cie hemisférica ABC.

Alı́nea b)

6
O
SÃ
ER
V

O equilı́brio de forças estabelece que o somatório das forças na direcção


vertical e horizontal é igual a zero.

∑ FH = 0 ⇔ FHg − Fg + FHl − Fl = 0
FH = FHg + FHl = Fg + Fl (1.35)
∑ FV = 0 ⇔ FVg + FVl − Wg − Wl = 0
FV = FVg + FVl = Wg + Wl (1.36)

Wg e Wl são os pesos das fases gasosa

Wg = ρ g gVol g

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 26


Problema 50

e lı́quida

Wl = ρl gVoll

e Vol g e Voll os volumes de cada uma destas fases.


As forças verticais são:

1 4πR3 1 4πR3
FV = Wg + Wl = ρg g + ρg g
4 3 4 3
= 1,6026 × 103 + 4,0763 × 104 = 4,2366 × 104 N

As forças horizontais Fg e de Fl , aplicadas nas superfı́cies verticais de-


finidas no seio da fase gasosa e no seio da fase lı́quida, são função de p g e
de pl , pressão nos centros de gravidade dessas superfı́cies, com a forma de
meio cı́rculo e área A = πR2 /2:

Fg = p g A g = ( pman + ρ g gh g ) A (1.37)

6
Fl = pl Al = ( pman + ρ g gR + ρl ghl ) A (1.38)
O
em que h g e hl são as profundidades dos seus centros de gravidade 2 afas-
tados do eixo a distância de 4R/(3π ), donde
SÃ

4R
hg = R − (1.39)

4R
hl = (1.40)

ER

Substituindo (1.39) e (1.40) em (1.37) e (1.38):

πR2
  
4R
Fg = pman + ρ g g R −
V

3π 2
4R πR2
 
Fl = pman + ρ g gR + ρl g
3π 2

e as forças horizontais (1.35) são iguais a:

4R πR2
 
FH = 2pman + 2ρ g gR + (ρl − ρ g ) g
3π 2

cujo resultado numérico é:

FH = 1.0053 × 107 + 4,8078 × 103 + 2,4930 × 104


= 1,0083 × 107 N
2 Veja-se por exemplo, a figura 2.18 de Munson et al. [2010]

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 27


Problema 50

Alı́nea c)

A afirmação é verdadeira, se a posição do centro de massa for idêntica.


Nesse caso as forças horizontais, (1.37) e (1.38), são função apenas da área
projectada e qualquer forma da tampa, desde que a área projectada seja
idêntica, terá força horizontal idêntica.

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 28


Problema 50

1.10.2 Resolução em Matlab

%% P r o b l e m a 50
%% Ano l e c t i v o 2 0 1 0 / 2 0 1 1
%% 2 8 / 1 2 / 2 0 1 0
% Grupo I I GIMF−MFI−DEMec−FEUP

% DADOS:
pman= 8 ; % ” b a r ” P r e s s ã o m a n o m é t r i c a no i n t e r i o r do t a n q u e
pman= 8 ∗ 1 0 ˆ 5 ; % C o n v e r t e ” b a r ” em ”N/mˆ 2 ”
rhog = 1 9 . 5 ; % ” kg /mˆ 3 ” r h o do g á s
rhol =496; % ” kg /mˆ 3 ” r h o do l ı́ q u i d o
R= 2 ; % ”m” r a i o da c i r c u n f e r ê n c i a
g=9.81; % ”m/ s ˆ 2 ” a c e l e r a ç ã o da g r a v i d a d e
A=pi ∗R ˆ 2 / 2 ; % ”mˆ 2 ” á r e a d e m e t a d e d e c ı́ r c u l o
Vol =(4/3∗ pi ∗R ˆ 3 ) ∗ 1 / 4 ; % ”mˆ 3 ” volume d e q u a r t o d e c ı́ r c u l o

% R e s o l u ç ã o
hg=R−4∗R/(3∗ pi ) ; h l =4∗R/(3∗ pi ) ;
% Forcas v e r t i c a i s

6
Wg=rhog ∗g∗ Vol % P e s o do g á s
Wl= r h o l ∗g∗ Vol % P e s o do l ı́ q u i d o
Fv=Wg+Wl %N
O
Fv=Fv/1000 % C o n v e r t e p a r a kN

% Forcas horizontais
SÃ

% P r e s s ã o n a s s u p e r f i c i e s v e r t i c a i s em c o n t a c t o com f a s e g a s o s a e f a s e l i q u i d a
P g=pman+rhog ∗g∗hg
P l =pman+rhog ∗g∗R+ r h o l ∗g∗ h l
F g =( P g−pman) ∗A
F l =( P l −pman) ∗A
ER

Fman=pman∗ (A+A)
FH1=2∗ rhog ∗g∗R∗A
FH2=( rhol −rhog ) ∗ g∗4∗R/3/ pi ∗A
FH=Fman+F g+ F l % N
V

FH=Fman+FH1+FH2 % N

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 29


Problema 79

1.11 Problema 79

A figura representa esquematicamente um troço de tubagem que lança


um jacto de água (ρ = 1000 kg m−3 ) na atmosfera (p atm = 1 × 105 Pa).
a) Qual o desnı́vel h verificado no manómetro de mercúrio (d = 13,6)
quando o caudal escoado for de 1,5 L s=1 ? (O ramo da esquerda do
manómetro está em contacto com a atmosfera).
b) Caracterize (intensidade, sentido e direcção) a força exercida pela
conduta sobre o suporte para o mesmo valor do caudal (não despreze o
peso da água).

6
O
SÃ

1.11.1 Resolução
ER

Alı́nea a)
V

Através da equação de energia entre os pontos 1 e 2, na saı́da da tuba-


gem e no eixo da secção alinhada com a tomada de pressão estática do
manómetro,
1 1
p1 + ρv21 + ρgz1 = p2 + ρv22 + ρgz2
2 2
que resolvida em ordem a p2 , vem:

1
p2 = p1 + ρ(v21 − v22 ) + ρg(z1 − z2 ) (1.41)
2
Porque se trata de regime permanente e de acordo com o princı́pio de
conservação da massa, ṁ = ρA1 v1 = ρA2 v2 = ρ Q̇, onde Q̇ é o caudal volúmico

4Q 4Q
v1 = e v2 = (1.42)
πD12 πD22

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 30


Problema 79

o termo relativo à energia cinética na equação (1.41) pode escrever-se


16Q2 16Q2 16Q2
 
2 2 1 1
v1 − v2 = 2 4 − 2 4 = − 4
π D1 π D2 π2 D14 D2
que substituı́do em (1.41)
8ρQ2
 
1 1
p2 = p1 + − 4 + ρg(z1 − z2 ) (1.43)
π2 D14 D2
Também, com recurso à equação de energia, conclui-se que a pressão no
ponto 3, no interior do manómetro, na interface entre o mercúrio e a água,
é dada por3 :
p3 = p2 + ρg(z2 − z3 ) (1.44)
pressão esta que, tendo em conta o princı́pio de funcionamento de um
manómetro em U, como o representado na figura, é igual a
p3 = ρ Hg gh + p atm (1.45)

6
igualando (1.44) e (1.45)
ρ Hg gh + p atm = p2 + ρg(z2 − z3 )
O
que resolvida em ordem a h
SÃ
1
h= [− p atm + p2 + ρg(z2 − z3 )] (1.46)
ρ Hg g
e substituindo (1.43) em (1.46)
ER

 

2
   
1 − p atm + p1 + 8ρQ
 1 1 
h= − + ρg ( z 1 − z 2 ) + ρg ( z 2 − z 3 ) 
ρ Hg g 
 π2 D14 D24 

V

| {z }
eq.(1.43)

porque p1 = p atm
8ρQ2
   
1 1 1
h = − 4 + ρg(z1 − z3 )
ρ Hg g π 2 D14 D2
2
 
8ρQ 1 1 ρ
h = 2 4
− 4 + ( z1 − z3 )
ρ Hg gπ D1 D2 ρ Hg
de cuja resolução numérica resulta
8 · 103 · (1,5 × 103 )2 103
 
1 1
h= − + (4 − 0) = 0,2941 m
13,6 × 103 · 9.81 · π 2 0,0254 0,0754 13,6 × 103
3 Trata-se de aplicação da equação de energia, Bernoulli, em direcção perpendicular às

linhas de corrente. Recomenda-se o estudo do Exemplo 3.18, na página 130 de Munson


et al. [2010], onde encontra todas as hipóteses simplificativas, ou condições, em que esta
equação é válida.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 31


Problema 79

Alı́nea b)

O teorema de transporte de Reynolds aplicado à quantidade de movimento:

d
Z Z
Σ~Fext = ρdV + ~ (V.
ρV ~ ~n)dA (1.47)
dt cv cs

que, em regime permanente, porque d(...)/dt = 0, se reduz a:


Z
Σ~Fext = ~ (V.
ρV ~ ~n)dA (1.48)
cs

Considerando o volume de controlo, representado a vermelho, na figura

6
O
SÃ

a equação vectorial (1.48) para cada uma das direcções, x e y, será:


ER

• Direcção x (horizontal)
Z
ΣFextx ~ ~

= ρV (V.~n)dA
V

cs x
( p4 − p atm ) A4 − FSx = ρv4 (−v4 ) A4
( p4 − p atm ) A4 − FSx = −v4 ṁ

que, resolvida em ordem a FSx ,

FSx = ( p4 − p atm ) A4 + v4 ṁ

A velocidade v4 , na secção 4, é igual à velocidade em 2, porque o


diâmetro da tubagem se mantém constante; por esta razão e porque
z4 = z2 a pressão em 4 é também igual à pressão em 2. A velocidade
v2 (= v4 ) na tubagem é, de acordo com (1.42), igual a 0,3395 m s−1 , e a
pressão p4 , de acordo com (1.43), é igual a 1,3238 × 105 Pa, a compo-
nente horizontal da força no suporte é

FSx = ( p4 − p atm ) A2 + v4 ṁ = 143.0310 + 0.5093 = 143,5403 N (1.49)

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 32


Problema 79

• Direcção y (vertical)
Z
ΣFexty ~ ~

= ρV (V.~n)dA
cs y
FSy − Peso ag = ρv1 (v1 ) A1
FSy − Peso ag = v1 ṁ

que, resolvida em ordem a FSy ,

FSy = Peso ag + v1 ṁ = m ag g + v1 ṁ = ρV ag g + v1 ṁ

em que o volume da água é o volume da tubagem de secção circular


de comprimento L

πD22
FSy = ρ Lg + v1 ṁ
4
Substituindo os valores (v1 = 3,0558 m s−1 ) e L = 7,3 m:

FSy = 316,3765 + 4,5837 = 320,9602 N

6 (1.50)
O
Conhecidas as componentes em x e y, equações (1.49) e (1.50), podemos
SÃ

determinar a intensidade da força


q
FS = FSx 2 + F 2 = 351,5953 N
Sy
ER

e o ângulo

θ = tg−1 ( FSy /FSy ) = 1,1503 rad = 65,9048◦


V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 33


Problema 79

1.11.2 Resolução em Matlab


% P r o b l e m a 79
% Dados −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
rho= 1 0 0 0 ; % massa v o l u m i c a da agua
d=13.6; % d e n s i d a d e do m e r c u r i o
z3= 0 ; z2 = 7 0 0 ; z1=z2 + 3 3 0 0 ; % a l t u r a em ”mm”
D1= 2 5 ; D2= 7 5 ; % d i a m e t r o s em ”mm”
L1= 4 0 0 0 ; L2=z1−z2 ; % c o m p r i m e n t o s em ”mm”
% c o n v e r t e ”mm” em ”m”
D1=D1/ 1 0 0 0 ; D2=D2/ 1 0 0 0 ; z1=z1 / 1 0 0 0 ; z2=z2 / 1 0 0 0 ;
L1=L1 / 1 0 0 0 ; L2=L2 / 1 0 0 0 ;
p1= 1 ∗ 1 0 ˆ ( 5 ) ; patm=p1 ; % p r e s s a o em ”Pa”
Q = 1.5; % c a u d a l v o l u m i c o em ” l / s ”
Q = Q/ 1 0 0 0 ; % c o n v e r t e ” l / s ” em ”mˆ 3 / s ”
g= 9 . 8 1 ; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e ”m/ s ˆ 2 ”
%−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−

% Resolucao

6
% alinea a)
rho Hg= rho ∗ d ; % massa v o l u m i c a do m e r c u r i o
p2=p1 + rho ∗8∗Qˆ2/ pi ˆ 2 ∗ ( 1 /D1ˆ 2 − 1/D2 ˆ 2 ) + rho ∗g ∗ ( z1−z2 )
p 2 r e l =p2−p1
O
p3 = p2 + rho ∗g ∗ ( z2−z3 )
h=( p3−p1 ) / ( d∗ rho ∗g )
SÃ
h=8∗ rho ∗Qˆ 2 / ( rho Hg∗g∗ pi ˆ 2 ) ∗ ( 1 / D1ˆ 2 − 1/D2 ˆ 2 ) + rho/rho Hg ∗ ( z1−z3 )

% alinea b)
v2=Q/( pi ∗D2ˆ 2 / 4 ) % v e l o c i d a d e na s e c c a o 2
m=rho ∗Q ; % caudal massico
ER

% f o r c a na d i r e c c a o x
flux qmx=v2∗m
A2=pi ∗D2 ˆ 2 / 4 ;
FPres =( p2−patm ) ∗A2
V

FSx=FPres+flux qmx
F Sx kgf=FSx/g
% f o r c a na d i r e c c a o y
v1=Q/( pi ∗D1ˆ 2 / 4 ) % v e l o c i d a d e na s e c c a o 1
L=L1+L2 ;
Peso ag=rho ∗A2∗L∗g
flux qmy=v1∗m
FSy=Peso ag+flux qmy
FSy kgf=FSy/g
% intensidade
Fmod= s q r t ( FSx ˆ2+ FSy ˆ 2 )
Fmod kgf=Fmod/g
ang=atan ( FSy/FSx )
ang deg=ang ∗180/ pi

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 34


Problema 83

1.12 Problema 83

Uma bomba de água (ρ = 103 kg m−3 ) tem uma entrada e duas saı́das,
vide figura. As ligações da tubagem à bomba são flexı́veis, pelo que os
esforços devidos às forças mássicas e hidrodinâmicas na região da bomba são
integralmente transmitidos ao suporte. As pressões indicadas são relativas.

6
O
a) Determine a cota z4 .
SÃ

b) Determine caudal na secção 3.


c) Determine a potência fornecida à bomba, sabendo que o rendimento
desta é igual a 85%.
ER

d) Sabendo que a componente vertical da força exercida pelo suporte


sobre a bomba tem o valor de 3 kN (sentido de baixo para cima) determine
o peso da bomba.
V

1.12.1 Resolução

Alı́nea a)

A equação de energia entre os pontos 3 e 4 é dada por:

1 1
p3 + ρv23 + ρgz3 = p4 + ρv24 + ρgz4
2 2
que resolvida em ordem a z4 , e porque v4 = 0, resulta em

p3 − p4 v2
z4 = + 3 + z3 (1.51)
ρg 2g

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Problema 83

onde v3 é desconhecido, mas pode ser determinado, com base no balanço


de massa num volume de controlo centrado na bomba
ṁ1 = ṁ2 + ṁ3

o caudal mássico que entra em 1, ṁ1 , é a soma dos caudais mássicos que
saem em 2 e 3, ṁ2 e ṁ3 .

ρA1 v1 = ρA2 v2 + ρA3 v3


A1 v1 = A2 v2 + A3 v3
A3 v3 = A2 v2 − A1 v1
A2 v2 − A1 v1
v3 =
A3
Q̇2 − A1 v1
v3 = (1.52)
A3

6
A velocidade em 1 é determinada através da equação de energia entre os
pontos 0 e 1
O
1 1
p0 + ρv20 + ρgz0 = p1 + ρv21 + ρgz1
2 2
SÃ

que resolvida em ordem a v1 e porque v0 = 0,


s
2( p0 − p1 )
v1 = + 2g(z0 − z1 ) (1.53)
ER

ρ
Substituindo (1.53) em (1.52)
q
2( p0 − p1 )
Q̇2 − A1 + 2g(z0 − z1 )
V

ρ
v3 = (1.54)
A3
e (1.54) em (1.51), obtém-se
nh p i o2
p3 − p4 Q̇2 − A1 2( p0 − p1 )/ρ + 2g(z0 − z1 ) /A3
z4 = + + z3
ρg 2g
cujo resultado numérico é z4 = 63,98 m. Outros resultados numéricos são
v1 = 6,4 m s−1 e v3 = 13,31 m s−1 .

Alı́nea b)

O caudal na secção 3 é
Q3 = v3 A3 = 0,0376 m3 s−1 = 135,49 m3 h−1

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 36


Problema 83

Alı́nea c)

O balanço energético é:

p v2 p v2
   
Q̇ + Ẇ = ∑ m u + + + gz − ∑ m u + + + gz
Ent
ρ 2 Sai
ρ 2

Porque não há trocas de calor, Q̇ = 0, e z1 ≈ z2 ≈ z3 , e considerando fluido


ideal, a energia interna, u, pode ser desprezada,

v2 v2 p1 V12
     
p2 p3
Ẇ = ṁ2 + 2 + ṁ3 + 3 − ṁ1 +
ρ 2 ρ 2 ρ 2
= 2,8638 × 104 W

Porque o rendimento é

6
Ẇu
η=
Ẇelec
O
em que Ẇelec é a potência eléctrica a fornecer à bomba
SÃ

Ẇelec = 3,3692 × 104 W

Alı́nea d)
ER
V

Pelo Teorema de Transporte de Reynolds em regime permanente


Z
~V
ρV ~ · ~ndA = ∑ F~Ext
s

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 37


Problema 83

Porque se trata apenas da direcção vertical

ρv23 A3 = Fs − Fp − Peso

que resolvida em ordem ao Peso da bomba:

Peso = Fs − ρv23 A3 − p3 A3 = 113,56 kg

1.12.2 Resolução em Matlab


% P r o b l e m a 83
%−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−Dados−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
rho = 1 0 0 0 ; % massa v o l u m i c a da agua
z1 = 5 ; z2 = 5 ; z3 = 5 ; % altura
d1 = 0 . 1 0 0 ; d2 = 0 . 0 4 0 ; d3 = 0 . 0 6 0 ; % d i a m e t r o
p1 = − 6 9 .4 8 ∗ 1 0 ˆ3 ; p2 = 3 0 0 ∗ 1 0 ˆ 3 ; p3 = 4 9 0 ∗ 1 0 ˆ 3 ; % p r e s s a o
Q2= 4 5 . 2 4 / 6 0 ˆ 2 ; % c a u d a l v o l u m i c o em 2 [mˆ 3 / s ]
g=9.81; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e [m/ s ˆ 2 ]
rend = 0 . 8 5 ; % r e n d i m e n t o da bomba

6
F=3∗10ˆ3; % f o r c a do s u p o r t e s o b r e a bomba [N]
%−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
% Resolucao
O
% alinea a
A1=pi ∗ ( d1 / 2 ) ˆ 2 ; A2=pi ∗ ( d2 / 2 ) ˆ 2 ; A3=pi ∗ ( d3 / 2 ) ˆ 2 ;
SÃ
v1a=−2∗rho ∗g∗ z1
v1b=−2∗p1
v1= s q r t (2/ rho∗( − p1−rho ∗g∗ z1 ) ) %v e l o c i d a d e em 1 [m/ s ]
v3 =(A1∗v1−Q2)/A3 %v e l o c i d a d e em 3 [m/ s ]
z4=p3 /( rho ∗g ) + 1 / ( 2 ∗ g ) ∗ v3 ˆ2+ z3 %R e s u l t a d o f i n a l
ER

%−− a l i n e a b −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
Q3=v3∗A3
Q3 m3h=Q3∗3600
%−− a l i n e a c −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
v2=Q2/A2 ; % v e l o c i d a d e em 2 [m/ s ]
V

m1=rho ∗v1∗A1 ; m2=rho ∗Q2 ; m3=rho ∗v3∗A3 ; % c a u d a l m a s s i c o em 1 , 2 e 3


W=m2∗ ( p2/rho +( v2 ˆ 2 / 2 ) ) +m3∗ ( p3/rho+v3 ˆ2/2) −m1∗ ( p1/rho+v1 ˆ 2 / 2 )
Wf=W/rend % potencia electrica
%−− a l i n e a d −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
Peso=F −(p3∗A3)− rho ∗v3 ˆ 2 ∗A3

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 38


Problema 86

1.13 Problema 86

Considere o escoamento entre duas placas planas paralelas representadas


na figura. A placa superior move-se a uma velocidade constante U, estando
a inferior fixa. A pressão decresce na direcção do escoamento, sendo o
gradiente longitudinal dp/dx constante.

a) Encontre uma expressão para o perfil de velocidades u = f (y).


b) Compare a evolução da tensão de corte verificada neste escoamento

6
com a de um outro em que dp/dx é nulo. O
1.13.1 Resolução
SÃ
ER
V

Alı́nea a)

A equação da conservação da massa para escoamento tri-dimensional, em


regime permanente, de fluido incompressı́vel, é dada por:
∂u ∂v ∂w
+ + = 0,
∂x ∂y ∂z
que neste caso se reduz a
∂u
=0 (1.55)
∂x
Porque admitimos que as placas são infinitamente longas nas direcções lon-
gitudinal e transversal (x e z), em que as componentes de velocidade em

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 39


Problema 86

qualquer uma destas direcções é zero, e logo as suas derivadas serão zero
também.
Pela conservação da quantidade de movimento em fluido Newtoniano,
isto é equação de Navier-Stokes, regime permanente, temos:

0 0
 
0 0 0
∂u ∂u ∂u 1 ∂p µ  ∂2 u ∂2 u ∂2 u  0
u  + v  + w  = − +  + +  − gx
∂x2 ∂y2 |{z}
∂z2  |{z}
7
∂x
|{z} ∂y
 ∂z}
| {z ρ ∂x ρ |{z} 
 |{z}
   6
1  2 3 4 5 

Os termos convectivos (1, 2 e 3) são nulos pela mesma razão usada na


equação da continuidade; devido à dimensão infinita, o escoamento evo-
lui para a situação designada de escoamento completamente desenvolvido, sem
variação de velocidade u nas direcções x e z, e com v e w igual a zero. Se
as primeiras derivadas ∂u/∂x e ∂u/∂z são zero, as segundas também o são
e por isso os termos difusivos 4 e 5 são iguais a zero. O termo 6, relativo à
força de gravidade, é zero, porque o eixo dos x é o horizontal, e a equação

6
reduz-se a:
1 ∂ρ µ ∂2 u
O
0 = − +
ρ ∂x ρ ∂y2
∂2 u
SÃ
1 ∂p
=
∂y2 µ ∂x

A velocidade u é apenas função de y, assim como a pressão é função apenas


ER

de x e a equação diferencial que rege este problema é:

d2 u 1 dp
2
= (1.56)
dy µ dx
V

em que as condições de fronteira são:

u|y=0 = 0; (1.57)
u|y=h = U. (1.58)

A primeira integração em ordem a y da equação (1.56) dá-nos:

du dp 1
= y + C1
dy dx µ

que integrada de novo em y resulta em:

dp 1 y2
u= + C1 y + C2 (1.59)
dx µ 2

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 40


Problema 86

Para determinação das constantes de integração, a partir da condição de


fronteira (1.57) conclui-se que C2 deve ser igual a zero:

dp 1 02
0= + C1 0 + C2 ⇒ C2 = 0
dx µ 2

e fazendo uso da segunda condição de fronteira (1.58),

dp 1 h2 U 1 dp h
U= + C1 h + 0 ⇒ C1 = −
dx µ 2 h µ dx 2

Finalmente
dp 1 y2 Uy 1 dp h
u= + − y
dx µ 2 h µ dx 2

ou, numa forma final, mais compacta,

1 dp 2 Uy

6
u= (y − hy) + (1.60)
2µ dx h
O
Alı́nea b)
SÃ

A tensão de corte para fluido Newtoniano é:

dU
τ=µ ,
dy
ER

ou seja, fazendo uso de (1.60),

1 dp U
V

τ= (2y − h) + µ
2 dx h
que no caso de dp/dx = 0, se reduz a:

U
τ=µ
h
com valor constante na direcção perpendicular às superfı́cies das placas.
No escoamento do enunciado a tensão de corte varia linearmente com
y, com os valores em cada uma das superfı́cies dados por:

1 dp U
se y = 0 =⇒ τ = − h+µ
2 dx h
1 dp U
se y = h =⇒ τ = h+µ
2 dx h

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 41


Problema 86

Sugestão para trabalho adicional

1. Esboce o perfil de velocidade para o caso de dp/dx = 0, e para valores


crescentes de dp/dx < 0 e dp/dx > 0.

2. Idem, mas para o perfil de tensão de corte.

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 42


Problema 87

1.14 Problema 87

No escoamento bidimensional, laminar e permanente, entre duas su-


perfı́cies sólidas horizontais, o perfil de velocidades tem a forma esboçada
na figura, com a velocidade máxima, Um, localizada a meia distância entre

as duas superfı́cies.
a) Integrando a equação do movimento segundo Ox, exprima Um em
função do espaçamento H, das propriedades do fluido (ρ, µ) e do gradiente
de pressões ∂P/∂x.
b) Será viável utilizar o teorema de Bernoulli para relacionar as pressões
em dois pontos distintos deste escoamento? Justifique.

6
1.14.1 Resolução O
Alı́nea a)
SÃ
A equação de conservação da quantidade de movimento de um fluido
Newtoniano, na direcção do escoamento é dada por
∂u ∂u ∂u 1 ∂P µ ∂2 u ∂2 u ∂2 u
u +v +w =− + ( 2 + 2 + 2 ) − gx
ER

∂x ∂y ∂z ρ ∂x ρ ∂x ∂y ∂z
que após simplificação4 resulta em:
1 ∂P µ ∂2 u
0=− +
V

ρ ∂x ρ ∂y2
Porque a pressão e a velocidade dependem apenas de x e de y
1 dP µ d2 u
= (1.61)
ρ dx ρ dy2
em que as condições de fronteira são:
u|y=0 = 0; (1.62)
u |y= H = 0 (1.63)

Integrando (1.61),
du dP y
= + C1
dy dx µ
4 Ver problema 86, na página 39.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 43


Problema 87

e integrando, de novo,

dP y2
u= + yC1 + C2 (1.64)
dx 2µ

As duas constantes são determinadas a partir das condições (1.62) e


(1.63).

dP 0
Condicão (1.62) : 0= + 0C1 + C2 (1.65)
dx 2µ
dP H 2
Condicao (1.63) : 0= + HC1 + C2 (1.66)
dx 2µ

donde se conclui que C2 = 0 e C1 = − dP H


dx 2µ , que após substituição em (1.64)

dP 1 2
u= (y − yH )
dx 2µ

6
Um é a velocidade em y = H/2, a meia distância entre as placas,
O
dP H 2
Um (≡ Uy= H/2 ) = −
dx 8µ
SÃ

Alı́nea b)
ER

Não é viável utilizar o teorema de Bernoulli. Para isso, seria necessário que
se tratasse de um fluido invı́scido ou ideal, ou seja sem viscosidade.
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 44


Problema 89

1.15 Problema 89

Uma correia de grande largura (plano normal ao da figura) passa por um


recipiente contendo um lı́quido viscoso, de propriedades ρ e µ, arrastando
uma pelı́cula de fluido de espessura h que, por sua vez, se escoa por acção
da gravidade.

6
Sendo V0 a velocidade vertical da correia, encontre uma expressão para
a velocidade média da pelı́cula de fluido, admitindo que o escoamento é
laminar e permanente.
O
Nota: O referencial (x, y) é fixo com respeito a um observador exterior.
SÃ

1.15.1 Resolução

~ = (u, v, w), mas porque o movimento


ER

O vector velocidade é dado por V


~ = (0, v, 0) e apenas a equação da
ocorre segundo y, pode ser reduzido a V
conservação de quantidade de movimento na direcção y é

∂2 v ∂2 v ∂2 v
V

 
∂v ∂v ∂v ∂v 1 ∂p µ
+u +v +w =− + + 2+ 2 + gy (1.67)
∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂y ρ ∂x2 ∂y ∂z

Porque:

• u = w = 0, concluı́-se que u∂v/∂x = 0 e w∂v/∂z = 0

• o escoamento é completamente desenvolvido em y e ∂2 u/∂x2 = 0;

• a dimensão transversal da correia é infinita e ∂2 w/∂z2 = 0

• a pressão é uniforme, ∂p/∂y = 0

• a força gravı́tica g tem o sentido oposto ao eixo dos y, gy = − g.

• é um escoamento em regime permanente, ∂v/∂t = 0.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 45


Problema 89

A equação (1.67) reduz-se a:


d2 v ρg
= (1.68)
dx2 µ
em que as condições de fronteira são:

dv
= 0 (1.69)
dx x=h
v( x )| x=0 = V0 (1.70)

Integrando uma vez,


dv ρg
= x + C1
dx µ
e após nova integração
ρg x2
v( x ) = + C1 x + C2 (1.71)
µ 2

6
A partir das condições de fronteira
ρgh
Condicão (1.69) :
O
0= + C1
µ
ρg 02
SÃ
Condicao (1.70) : V0 = + C1 0 + C2
µ 2
são determinadas as constantes
ρgh
C1 = − e C2 = V0
ER

µ
que, após substituição em (1.71)
ρg x2 ρgh
v( x ) = − x + V0
V

µ 2 µ
ρg x2
 
= − hx + V0 (1.72)
µ 2

Logo:
x2
Z h     
1 ρg
v̄ = − hx + V0 dx
h 0 µ2
 3  h
x2
 
1 ρg 1 x
= +h + V0 x
h µ 2 3 2 0
 3 3

ρg h h
= − + V0
hµ 6 2
ρgh2
= V0 − (1.73)

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 46


Problema 92

1.16 Problema 92

Dois fluidos imiscı́veis, com a mesma massa volúmica mas diferentes


densidades estão contidos entre duas placas planas paralelas conforme se
mostra na figura. A placa inferior é fixa e a superior desloca-se com uma
velocidade constante U, dando origem a um escoamento laminar e in-
compressı́vel, sem gradiente de pressão na direcção do movimento, sendo
contı́nua a variação quer da velocidade quer da tensão de corte através da
fronteira entre os fluidos.

6
O
a) Determine o valor da velocidade na interface entre os dois fluidos,
exprimindo o resultado em função de U, µ1 e µ2 .
SÃ
b) Esboce o perfil de velocidades para a situação µ2 = 2µ1 .
Qual a relação entre as tensões de corte verificadas junto às placas superior
e inferior? Comente o resultado, fundamentando a resposta na relação entre
a tensão e o gradiente de velocidades em cada caso.
ER

1.16.1 Resolução
V

Alı́nea a)

O vector velocidade é dado por

~ = (u, v, w)
V

que, deve satisfazer a equação de conservação de massa, ou continuidade,


que no caso de escoamento incompressı́vel, é igual a:

∂u ∂v ∂w
+ + =0 (1.74)
∂x dy ∂z

Mas, porque só há movimento no eixo dos x e as componentes v e w do


vector velocidade são nulas

~ = (u, 0, 0)
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 47


Problema 92

a equação de conservação da massa (1.74) é dada apenas por:


du
=0
dx
A equação da conservação da quantidade de movimento, para fluido
Newtoniano, é:
 2
∂ u ∂2 u ∂2 u

∂u ∂u ∂u 1 ∂P
u +v +w =− +ν + 2 + 2 + gx (1.75)
∂x ∂y ∂z ρ ∂x ∂x2 ∂y ∂z
Fazendo uso das mesmas hipóteses que nos permitiram simplificar a equação
da continuidade, porque não existe gradiente de pressão nem forças gravı́ticas
segundo o eixo dos x, a equação (1.75) reduz-se a:
d2 u
µ =0 (1.76)
dy2
NOTA: para uma descrição mais detalhada das hipóteses que nos permi-
tiram simplificar a equação (1.75), recomenda-se o estudo da resolução do

6
Problema 86, na página 39.
Procedendo à integração de (1.76),
O
du
= Constantea
dy
SÃ

e após segunda integração resulta em:


u = Constantea y + Constanteb
Esta equação é válida nas duas regiões, relativa a cada um dos fluidos,
ER

donde:
u1 = C1 y + C2 h ≤y ≤ 2h (1.77)
u2 = C3 y + C4 0 ≤y ≤ h (1.78)
V

Na superfı́cie de cada uma das placas, as condições de fronteira são:


u 2 | y =0 = 0 (1.79)
u1 |y=2h = U (1.80)
e na interface dos dois fluidos,
u1 | y = h = u2 | y = h (1.81)

du1 du2
τ1 |y=h = τ2 |y=h ≡ µ1 = µ2 (1.82)
dy y=h dy y=h
As duas equações (1.77) e (1.78), juntamente com as quatro condições de
fronteira (1.79) a (1.82), constituem a formulação matemática completa do
problema. As condições de fronteira (1.81) e (1.82) asseguram a continui-
dade do perfil de velocidade e do perfil da tensão de corte na interface entre
os dois fluidos.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 48


Problema 92

Determinação das constantes

As quatro constantes são determinadas a partir das condições (1.79) a (1.82).

Condicão (1.79) : 0 = C3 0 + C4 (1.83)


Condicao (1.80) : U = C1 2h + C2 (1.84)
Condicao (1.81) : C1 h + C2 = C3 h + C4 (1.85)
Condicao (1.82) : µ1 C1 = µ2 C3 (1.86)

A partir da equação (1.87) conclui-se que:

C4 = 0 (1.87)

as três equações (1.84), (1.85) e (1.86) conduzem à determinação das cons-


tantes C1 , C2 e C3
U µ2
C1 = (1.88)
h µ1 + µ2

6
µ − µ2
C2 = U 1 (1.89)
µ1 + µ2
U
Oµ1
C3 = (1.90)
h µ1 + µ2
SÃ

que após substituição em (1.77) em (1.78), resulta:


µ2 y µ − µ2
u1 = U +U 1 (1.91)
µ1 + µ2 h µ1 + µ2
ER

µ1 y
u2 = U (1.92)
µ1 + µ2 h
qualquer uma destas equações nos permite determinar o valor da veloci-
dade na interface entre os dois fluidos, igual a:
V

µ2 h µ − µ2 µ1
u1 | y = h = U +U 1 =U
µ1 + µ2 h µ1 + µ2 µ1 + µ2
µ1 h µ1
u2 | y = h = U =U
µ1 + µ2 h µ1 + µ2

Alı́nea b)

Para µ2 = 2µ1 , as equações (1.91) e (1.92) simplificam-se, e o perfil de velo-


cidades é:
2y 1
u1 = U −U h ≤y ≤ 2h
3h 3
1y
u2 = U 0 ≤y ≤ h
3h

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 49


Problema 92

Figura 1.1: Perfil de velocidades

A relação entre as tensões de corte junto às placas, y = 0 e y = 2h, é



µ2 du 2
τ2 |y=0 dy y=0
=
τ1 |y=2h µ1 du 1
dy y=2h
U
µ2 3h
=
µ1 2U
3h

6
µ2
=
2µ1
O
que no caso de µ1 = 2µ2 , vem
SÃ

τ2 |y=0
=1
τ1 |y=2h
ER

A tensão de corte na placa inferior, em y = 0, é idêntica à tensão de


corte na placa superior, y = 2h. Esta igualdade das tensões de corte ocorre,
porque apesar da viscosidade do fluido 1 ser 2× a do viscosidade do fluido
2, a relação entre os gradientes de velocidade dos fluidos 1 e 2 é a inversa
V

da que ocorre no caso das viscosidades. Veja que:


du2 U
=
dy y=0 3h

e

du1 2U
=
dy y=2h 3h

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 50


Problema 99

1.17 Problema 99

Um reservatório mantido a pressão constante, Pint , descarrega para a


atmosfera através de um furo de diâmetro d um lı́quido de massa especı́fica
ρ e viscosidade ν.
a) Encontre uma relação adimensional entre o caudal de descarga, V̇, e
os restantes parâmetros relevantes.
b) Uma expressão vulgarmente utilizada para o cálculo do caudal
volúmico saindo de um reservatório é
πd2 p
V̇ = 0, 61 2gH .
4
Investigue a homogeneidade dimensional da relação e comente a sua apli-
cabilidade à situação descrita em a).

6
O
SÃ
ER
V

1.17.1 Resolução

Alı́nea a)

De acordo com o enunciado, os parâmetros relevantes são, Pint , a pressão


interna no reservatório, d, o diâmetro do furo de escape, ρ, massa volúmica
do fluido, e ν, a viscosidade cinemática do fluido. Outros parâmetros a con-
siderar são H, a altura entre os orifı́cios de estrada e saı́da do reservatório,
e g, força da gravidade, uma vez que existe variação vertical da cota z.
Estas 7 varı́áveis (k = 7) recorrem às 3 dimensões de referência M, L e T
(r = 3), donde se conclui que, baseado no Teorema de Buckingham,

Π=k−r=7−3=4,

serão necessários 4 números adimensionais Π para descrever as relações

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 51


Problema 99

entre elas. Para cada uma das dimensões de referência, M, L e T é ne-


cessário associar uma variável que não dependa das outras duas.
Procura-se a relação entre a variável independente V̇ e as variáveis de-
pendentes Pint , d, ρ, ν, H e g, em que as dimensões de cada uma delas são:

• [V̇ ] = L3 T −1

• [ Pint ] = ML−1 T −2

• [H] = L

• [d] = L

• [ρ] = ML−3

• [ ν ] = L 2 T −1

• [ g] = LT −2

6
Escolhamos então as 3 variáveis que serão usadas para adimensionali-
zar as restantes:
O
• L→H
SÃ

• M→ρ

• T→g
ER

O primeiro Π, resultado da adimensionalização de V̇ será:

Π1 = V̇ H a ρb gc (1.93)
V

ou, em termos dimensionais,

L3 T −1 L a ( ML−3 )b ( LT −2 )c = L0 L0 T 0

 
L :  3 + a − 3b + c = 0  a = −5/2
T: −1 − 2c = 0 ⇒ b=0
M: b = 0. c = −1/2.
 

e conhecidos os expoentes de (1.93), o parâmetro adimensional está com-


pletamente definido:


Π1 = V̇ H −5/2 g−1/2 = p (1.94)
H5 g

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 52


Problema 99

Outro dos Π0 s é definido a partir da pressão, Pint :

Π2 = Pint H a ρb gc (1.95)

e repetindo os procedimentos usados atrás,

( ML−1 T −2 ) ( L) a ( ML−3 )b ( LT −2 )c = L0 L0 T 0

 
M :  1+b=0  a = −1
L: −1 + a − 3b + c = 0 ⇒ b = −1
T: −2 − 2c = 0. c = −1.
 

resulta:
Pint
Π2 = Pint H −1 ρ−1 g−1 = (1.96)
Hρg

6
O terceiro Π é baseado na adimensionalização de d:
O
Π3 = dH a ρb gc (1.97)
SÃ
L ( L) a ( ML−3 )b ( LT −2 )c = L0 L0 T 0
ER

 
L :  1 + a − 3b − 2c = 0  a = −1
M: b=0 ⇒ b=0
T: −2c = 0. c = 0.
 
V

d
Π3 = dH −1 = (1.98)
H
Finalmente o último Π:

Π4 = νH a ρb gc (1.99)

( L2 T −1 ) ( L) a ( ML−3 )b ( LT −2 )c = L0 L0 T 0 (1.100)

 
L :  2 + a − 3b + c = 0  a = −3/2
T: −1 − 2c = 0 ⇒ b=0
M: b = 0. c = −1/2.
 

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 53


Problema 99

donde resulta:
ν
Π4 = νH −3/2 g−1/2 = p (1.101)
H3 g

Concluindo:
!
V̇ Pint d ν
Π1 = Φ ( Π2 , Π3 , Π4 ) ⇒ p =φ , ,p (1.102)
H5 g Hρg H H3 g

Nota final: Este resultado difere do das soluções, porque aqui foi es-
colhida para a dimensão L a variável H, em vez da variável d. Ambas as
soluções estão correctas.

Alı́nea b)

A equação

πd2 p

6
V̇ = 0, 61 2gH
O (1.103)
4
é dimensionalmente homogénea
SÃ

πd2 p

[V̇ ] = 0, 61 [ 2gH ]
4
1/2
ER

L3 T −1 = L2 LT −2 L
L 3 T −1 = L 3 T −1

Sobre a aplicabilidade desta equação à situação anterior, começamos por


V

aumentar a sua semelhança com a por nós obtida (1.102), escrevendo (1.103)
numa forma também adimensional
πd2 p
 
V̇ 1
p = p 0, 61 2gH
H5 g H5 g 4
s
V̇ π d2 2gH
= 0, 61
4 H2
p
H5 g Hg
V̇ π d2 √
= 0, 61 2
4 H2
p
H5 g

daqui pode ver-se que (1.103) é uma versão simplificada de (1.102), que
não considera variações da propriedade do fluido ou da pressão interna no
reservatório.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 54


Problema 100

1.18 Problema 100

Considere-se um elemento da estrutura de uma ponte, com um com-


primento, dimensão perpendicular ao plano do papel, muito superior às
dimensões H e D da secção transversal, na figura. É sabido que com o
vento soprando a uma velocidade constante podem formar-se na esteira
vórtices, emitidos de modo regular, a uma frequência bem definida. Este
fenómeno pode originar esforços periódicos importantes sobre a estrutura,
pelo que é essencial o conhecimento da frequência de desprendimento de

6
vórtices.
O
Neste caso concreto as dimensões da estrutura são D = 0,1 m e
H = 0,3 m, a velocidade do vento em causa é igual a 50 km h=1
SÃ

(ρ ar = 1,2 kg m−3 , µ ar = 1,8 × 10−5 kg m−1 s−1 ), e pretende-se determinar


a frequência real ensaiando um modelo a escala reduzida (Dm = 20 mm)
num túnel de água (ρ = 103 kg m−3 , µ = 1,01 × 10−3 kg m−1 s−1 ).
ER

a) Determine as dimensões Hm do modelo, bem como a velocidade à


qual deverá ser realizado o ensaio.
b) Se a frequência de desprendimento de vórtices encontrada no ensaio
V

for de 49,9 Hz, qual o valor esperado no protótipo?

1.18.1 Resolução

A resolução está organizada em duas partes (I e II) relativas à adimensi-


onalização e à semelhança. Tratam-se de dois assuntos que estão forte-
mente interligados e constituem um capı́tulo único na maioria dos livros de
texto sobre Mecânica dos Fluidos. A identificação destas duas partes faz-se
por razões pedagógicas, com o objectivo de distinguir a determinação dos
números adimensionais (adimensionalização) das regras a respeitar para
assegurar a semelhança entre casos reais e modelos. Os modelos que pre-
tendem replicar os fenómenos fı́sicos reais em condições que apesar de não
serem iguais, são iguais quando referidas em parâmetros adimensionais,
ou seja, são semelhantes.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 55


Problema 100

Parte I: Adimensionalização

Alı́nea a)

Da leitura do enunciado resultam as variáveis f , D, H, v, ρ e µ, cujas di-


mensões básicas são as seguintes:

• [ f ] = T −1

• [D] = L

• [H] = L

• [v] = LT −1

• [ρ] = ML−3

• [µ] = ML−1 T −1

Temos uma relação

6
O
f = F ( D, H, v, ρ, µ) (1.104)
SÃ

entre 6 variáveis (k = 6), que no seu conjunto recorrem a 3 dimensões de re-


ferência, M, L e T (r = 3) em que, de acordo com o teorema de Buckingham,

k−r=6−3=3
ER

a relação entre elas pode ser descrita de uma forma mais simples, com base
em apenas 3 variáveis, 3 números adimensionais Π,
V

Π1 = Φ ( Π2 , Π3 ) (1.105)

NOTA 1
Neste problema usa-se uma técnica expedita para determinar os
números adimensionais, em que não é necessária a resolução de qual-
quer sistema de equações, como é o caso da técnica de 8 passos, uti-
lizada por exemplo na resolução dos problemas 99 e 104, páginas 51
e 61, cuja leitura se aconselha. São duas técnicas alternativas, em que
a usada nesta resolução normalmente exige menos tempo, mas exige
mais cuidado durante a resolução, porque é mais facil cometer qual-
quer erro.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 56


Problema 100

De entre as 6 variáveis que descrevem o fenómeno, escolhemos H, v e


ρ como as 3 variáveis de referência; isto é, aquelas que serão usadas para
adimensionalizar as restantes, f , µ e D. H, v e ρ foram escolhidas porque
entre si não constituem um grupo adimensional e no seu conjunto recorrem
às 3 dimensões M, L e T. Para uma explicação mais pormenorizada sobre
esta questão e outras suscitadas por este problema, recomenda-se a leitura
da secção 7.4 de Munson et al. [2010].

Π1 : adimensionalização da frequência de desprendimento de vórtices ( f )


Para adimensionalizar a frequência f , porque ela depende de T −1 há
que recorrer à velocidade v, porque essa é a única variável de entre as
3 de referência que depende da dimensão tempo T
T −1
 
f
= −1 = L −1
v LT
mas a divisão de f por v eliminou a dependência de T, mas criou uma
variável que ainda não é adimensional e depende agora da dimensão

6
comprimento, L. De entre as outras variáveis, H ou ρ, a que podemos
recorrer, é H que deve ser usada (ver nota abaixo),
O
 
f
[ H ] = ( L−1 )( L) = 1
v
SÃ

e o número adimensional Π1 é definido por:


fH
Π1 = (1.106)
v
ER

NOTA 2

1. A combinação de variáveis que contitui o número adi-


V

mensional Π1 obtido acima (1.106) é designada número de


Strouhal. Para uma explicação mais detalhada sobre este
número adimensional, incluindo o seu significado fı́sico
recomenda-se a leitura da secção 7.6 de Munson et al. [2010],
página 349.
2. A utilização de ρ em vez de H poderia eliminar a de-
pendência de L, mas criaria uma dependência em M, que
não poderia ser eliminada
 
f
[ρ] = ( L−1 )( ML−3 )−1/3 = M−1/3
v

porque nenhuma das outras 3 variáveis de referência de-


pende de M.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 57


Problema 100

Π2 : adimensionalização da viscosidade dinâmica (µ)


Para adimensionalizar µ e eliminar a sua dependência de M, divida-
se µ por ρ
ML−1 T −1
 
µ
= = L 2 T −1
ρ ML−3
e para eliminar a dependência de µ/ρ em T, divida-se por v
  
µ 1 1
= L 2 T −1 −1 = L
ρ v LT
cuja dependência de L pode ser eliminada, através da divisão por H
  
µ 1 1
=L =1
ρv H L
e
µ
Π2 = (1.107)
ρvH

NOTA 3

6
O
1. Porque o número adimensional Π2 obtido acima (1.107) é o
inverso do número de Reynolds, porventura o número adi-
SÃ

mensional mais comum em Mecânica dos Fluidos, redefini-


mos o Π2
ρvH
Π2 =
ER

(1.108)
µ

2. Esta operação em nada afecta a independência que é exigida


entre os números adimensionais determinados.
V

3. Para uma explicação mais detalhada sobre o número de Rey-


nolds, incluindo o seu significado fı́sico recomenda-se a lei-
tura da secção 7.6 de Munson et al. [2010], página 348.

Π3 : adimensionalização da altura da secção (D)


A última variável a adimensionalizar é D, que depende unicamente
da dimensão L e por isso nos leva facilmente a concluir que
D
Π3 = (1.109)
H
A relação adimensional equivalente a (1.105) é dada por
 
fH ρvH D
Π1 = Φ(Π2 , Π3 ) ⇐⇒ =Φ ,
v µ H

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 58


Problema 100

Parte II: Semelhança Para assegurar a semelhança entre modelo e caso


real, os números adimensionais de modelo e caso real têm que ser iguais.
Como é dada a dimensão Dm e é pedida a dimensão Hm e só o termo Π3 é
que relaciona essas duas variáveis, da imposição da condição de semelhança
entre os Π3 do modelo e do caso real
Dm Dr
Π3m = Π3r ⇐⇒ =
Hm Hr
resulta o valor de Hm
Dm Hr 0.02 · 0.3
Hm = = = 0,06 m
Dr 0.1

A condição de semelhança dos termos Π2

ρm vm Hm ρr vr Hr
Π2m = Π2r ⇐⇒ =
µm µr

6
estabelece a velocidade à qual o ensaio deve ser realizado
O
ρr vr Hr µm 1.2 · 50 · 0.3 1,01 × 10−3
vm = · = · = 16,83 km h−1
µr ρm Hm 1.8 × 10−5 103 · 0.06
SÃ

O ensaio deve ser realizado à velocidade de 16,83 km h−1 , com um mo-


delo de altura H igual a 0,06 m
ER

Alı́nea b)

Como o termo Π1 é o único que tem a variável frequência, a partir da


V

condição de semelhança do Π1

f m Hm f r Hr
Π1m = Π1r ⇐⇒ =
vm vr
conhecida a frequência medida em laboratório, f m , é possı́vel conhecer a
frequência do caso real

f m Hm vr 49.9 · 0.06 50
fr = · = · = 29,6 Hz
vm Hr 16.83 0.3
Nestas condições, é esperada uma frequência de emissão de vórtices de
29,6 Hz, no caso real.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 59


Problema 100

1.18.2 Resolução em Matlab


% P r o b l e m a 100
%−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−Dados−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−
rho m = 1 0 ˆ 3 ; % massa v o l u m i c a da agua
mu m= 1 . 0 1 ∗ 1 0 ˆ ( − 3 ) ; % v i s c o s i d a d e da agua
rho r =1.2; % massa v o l u m i c a do a r
mu r = 1 . 8 ∗ 1 0 ˆ ( − 5 ) ; % v i s c o s i d a d e do a r
vr = 5 0 ; % v e l o c i d a d e ”50 km / h”
Hr = 0 . 3 ; Dr = 0 . 1 ; % dimensoes r e a i s
Dm= 0 . 0 2 ; % d i m e n s a o do m o d e l o
fm = 4 9 . 9 ; % f r e q u e n c i a do m o d e l o
%−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−

% Resolucao
% alinea a
Hm=Dm∗Hr/Dr
vm= r h o r ∗ vr ∗Hr/mu r∗mu m/( rho m∗Hm)

%−− a l i n e a b −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−

6
f r =fm∗Hm/vm∗ vr/Hr
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 60


Problema 104

1.19 Problema 104

Pretende-se avaliar o caudal mássico que se escoa por gravidade de um


reservatório de altura h, ao longo de um tubo vertical de diâmetro D e
comprimento H >> h. O fluido é um lı́quido de propriedades ρ e µ.

a) Identifique as grandezas que poderão influenciar o valor do caudal

6
escoado e apresente a relação correspondente sob a forma adimensional,
utilizando o teorema de Buckingham.
O
b) O problema concreto é estudar um escoamento de óleo

ρ = 850 kg m−3 , µ = 0,01 kg m−1 s−1


SÃ

ao longo de um tubo com H = 50 m e D = 5 cm num modelo reduzido


utilizando como fluido a água
ER

ρ = 1000 kg m−3 , µ = 0,001 kg m−1 s−1 .

Qual a redução de escala a adoptar?


c) O caudal de água de 1 litro por cada 10 minutos foi o resultado
V

das medições em laboratório, no modelo reduzido. Determine o caudal no


modelo real.

1.19.1 Resolução

Alı́nea a)

As variáveis relevantes para a análise são ṁ, D, H, ρ, g, µ, cujas dimensões


são:

• [ṁ] − MT −1
• [D] − L
• [H] − L

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 61


Problema 104

• [ρ] − ML−3

• [ g] − LT −2

• [µ] − ML−1 T −1

Temos uma relação entre 6 variáveis (k = 6), que recorrem a três di-
mensões de referência (r = 3), e de acordo com o Teorema de Buckingham

k−r=6−3=3

é equivalente a uma outra relação entre três variáveis, grupos adimensio-


nais, Π.
As três variáveis escolhidas para adimensionalizar as restantes são: ρ,
µ e D.

Π1 : adimensionaliação do caudal, ṁ, variável principal

6
Usando as variáveis ρ, µ e D, a adimensionalização de ṁ será

Π1 = ṁρ a µb D c
O
que em termos adimensionais é
SÃ

M0 L0 T 0 = ( MT −1 )( ML−3 ) a ( ML−1 T −1 )b ( L)c

em que a determinação dos expoentes a, b e c se efectua a partir da


resolução do sistema de três equações
ER

 
M :  1+a+b=0  a=0
V

L: −3a − b + c = 0 ⇒ b = −1
T: −1 − b = 0 c = −1
 

e Π1 é dado por

Π1 = (1.110)
µD

Π2 : adimensionalização da aceleração da gravidade, g

Π2 = gρ a µb D c

que em termos adimensionais é

M0 L0 T 0 = ( LT −2 )( ML−3 ) a ( ML−1 T −1 )b ( L)c

donde resulta o sistema de três equações

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 62


Problema 104

 
M :  a+b=0  a=2
L: 1 − 3a − b + c = 0 ⇒ b = −2
T: −2 − b = 0 c=3
 

que permite definir


gρ2 D3
Π2 = (1.111)
µ2
Π3 : adimensionalização do comprimento do tubo, H
Π3 = Hρ a µb D c
que em termos adimensionais é
M0 L0 T 0 = ( L)( ML−3 ) a ( ML−1 T −1 )b ( L)c
e o sistema de três equações é

6
 
M :  a+b=0  a=0
L: 1 − 3a − b + c = 0 ⇒ b=0
O
T: b=0 c = −1
 
SÃ

H
Π3 = (1.112)
D
A solução adimensional é dada por:
ER

   2 3 
ṁ gρ D H
Π1 = φ ( Π2 , Π3 ) ⇔ =φ ,
µD µ2 D
V

Alı́nea b)

O Π que pode resolver a questão é o Π2 . Sabemos que o seu valor tem que
ser igual no modelo e no caso real, quer se use óleo ou água, assim:
Π2r = Π2m
gρ2 D3
   2 3
gρ D
=
µ2 m µ2 r
 2 3   2   13
gρ D µ
Dm = 2 2
µ r gρ m
     23
ρ µ
Dm = D
µ r ρ m
 2
850 0, 001 3
Dm = × 5 = 0,967 cm
0, 01 1000

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 63


Problema 104

A redução de escala é Dr /Dm = 5, 17.


O comprimento do tubo no modelo reduzido será:

Π3m = Π3r
   
H H
=
D m D r
 
H
Hm = Dm
D r
Dm
Hm = Hr
Dr
1
= 50 = 9,67 m
5, 17

Alı́nea c)

Uma vez assegurada a igualdade dos Π2 e Π3 , o Π1 no modelo e no caso

6
real serão iguais:
O
Π1r = Π1m
   
ṁ ṁ
=
SÃ
µD r µD m
(µD )r
ṁr = ṁm
(µD )m
0.01 × 5
ER

ṁr = ṁm
0.001 × 0.967
ṁr = 51.73 ṁm
V

O caudal no caso real será 51,73 litros em cada 10 minutos.


Note-se que a relação geométrica entre os diâmetros é diferente, 10×
inferior à relação entre caudais.

Sugestão para trabalho futuro

1. Se as variáveis de referência forem ρ, g e D quais os números adimen-


sionais?

2. Com base nesses números adimensionais, qual a redução de escala a


adoptar?

3. Comente o resultado obtido na alı́nea anterior e compare-o com o


obtido na resolução.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 64


Problema 104

1.19.2 Resolução em Matlab


% PROBLEMA 104
% Dados
g = 9 . 8 1 ; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e
H r =50; % m
D r= 5 ; % cm
rho ag = 1 0 0 0 ; r h o o l = 8 5 0 ; % kg ∗mˆ − 3
mu ag = 0 . 0 0 1 ; mu ol = 0 . 0 1 ; % kg ∗mˆ − 1∗ s ˆ − 1
m m = 1 . 0 ;% 1 l i t r o / 1 0 min
%

%C á l c u l o do d i â m e t r o do t u b o no m o d e l o
S c a l e D = ( r h o o l /mu ol∗mu ag/rho ag ) ˆ ( 2 / 3 )
D m= S c a l e D ∗ D r
D r a t i o =D r/D m
%C á l c u l o da a l t u r a do t u b o no m o d e l o
H m= H r/D r ∗D m
H r a t i o =H r/H m
%C á l c u l o do c a u d a l no c a s o r e a l

6
Scale m = ( mu ol∗ D r )/ ( mu ag∗D m)
m r= Scale m ∗m m
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 65


Problema 112

1.20 Problema 112

O aumento de pressão, ∆p = p2 − p1 , através da expansão súbita re-


presentada na figura

e pela qual escoa um lı́quido pode ser expresso como: ∆p =


f ( A1 , A2 , ρ, v1 ) onde A1 e A2 são as áreas das secções de passagem a

6
montante e a jusante, ρ é a massa volúmica do fluido e v1 é a velocidade
a montante.
O
Alguns dados experimentais obtidos com A2 = 0,116 13 m, v1 =
1,524 m s−1 e utilizando água (ρ = 1000 kg m−3 ) são dados na seguinte ta-
bela:
SÃ

A1 (m2 ) 0,00929 0,02323 0,03437 0,04831 0,05667


∆p (Pa) 155,610 375,858 493,164 555,408 588,924
ER

a) Represente graficamente estes dados experimentais usando


parâmetros adimensionais adequados.
b) Para uma expansão súbita com A1 = 0,023 23 m e A2 = 0,066 37 m,
V

percorrida por um fluido (ρ = 1115 kg m−3 ) com velocidade v1 =


1,143 m s−1 , preveja o valor de ∆p correspondente.

1.20.1 Resolução

Alı́nea a)

As variáveis relevantes, tal como resulta da leitura do enunciado, são ∆p, A1 , A2 , ρ,


e v1 , cujas dimensões básicas são:

• [∆p] = F/A = MLT −2 L−2 = ML−1 T −2


• [ A1 ] = L2
• [ A2 ] = L2

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 66


Problema 112

• [v1 ] = LT −1

• [ρ] = ML−3

Temos uma relação entre 5 variáveis (k = 5), que recorrem a três di-
mensões de referência (r = 3), e de acordo com o Teorema de Buckingham

k−r=5−3=2

é equivalente a uma outra relação entre duas variáveis, grupos adimensio-


nais, Π.
Usando as variáveis ρ, A1 e v1 , a adimensionalização de ∆p será

Π1 = ∆p ρ a A1b v1c

que em termos adimensionais é

M0 L0 T 0 = ( ML−1 T −2 )( ML−3 ) a ( L2 )b ( LT −1 )c

6
em que a determinação dos expoentes a, b e c se efectua a partir da resolução
do sistema de três equações
O
SÃ
 
M :  1+a=0  a = −1
L: −1 − 3a + 2b + c = 0 ⇒ b=0
T: −2 − c = 0 c = −2
 
ER

e Π1 é dado por
∆P
Π1 = (1.113)
ρv21
V

combinação de variáveis, designada de número de Euler.


De entre as variáveis ainda não utilizadas, apenas resta A2 , donde, re-
petindo o procedimento acima,

Π2 = A2 ρ a A1b v1c

que em termos adimensionais é

M0 L0 T 0 = ( L2 )( ML−3 ) a ( L2 )b ( LT −1 )c

 
M :  a=0  a=0
L: 2 − 3a + 2b + c = 0 ⇒ b = −1
T: −c = 0 c=0
 

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 67


Problema 112

e Π2 será:
A2
Π2 = (1.114)
A1
Note-se que a resolução deste sistema era desnecessária, porque da simples
observação das variáveis disponı́veis conclui-se que para adimensionalizar
A2 , bastaria dividir A2 por A1 .
A representação da Tabela 1.1 em variáveis adimensionais Π1 e Π2 na
forma tabular ou gráfica resulta nas Tabela 1.1 e Figura 1.2.

Π2 = A2 /A1 12,5 5 3,38 2,4 2,05


Π1 = ∆p/ρv21 [×10−2 ] 6,7 16,18 21,23 23,91 25,36

Tabela 1.1: Dados experimentais em variáveis adimensionais Π1 e Π2

6
O
SÃ
ER

Figura 1.2: Dados experimentais ttt em variáveis adimensionais Π1 e Π2

Alı́nea b)
V

Para uma nova expansão súbita com as áreas A1 = 0,023 23 m e A2 = 0,066 37 m,


o número adimensional Π2 será
A2 0, 06637
= = 2, 86
A1 0, 02323
∆p
a que, pelo gráfico, corresponde o valor de Π1 = ρv21
≈ 22, 5 × 10−2 que
resolvido em ordem a ∆p se obtém:

∆p = 22, 5 × 10−2 ρ v21


= 22, 5 × 10−2 × 1115 × 1, 1432
= 327,75 Pa

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 68


Capı́tulo 2

Exames

6
O
SÃ
ER
V

69
CAPÍTULO 2. EXAMES

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 70


Exame de 18 de Janeiro de 2011

2.1 Exame de 18 de Janeiro de 2011

 0(675$'2,17(*5$'2(0(1*(1+$5,$0(&Ç1,&$
 ž$12
 0(&Ç1,&$'26)/8,'26,
 ([DPH²


 Y  ² $ ILJXUD UHSUHVHQWD XPD GDV LQVWDODo}HV
H[SHULPHQWDLVXVDGDVQRODERUDWyULRHPTXHXPFRUSR
FRP  IDFHV GXDV GHODV FXUYDV H FRQFrQWULFDV p
PHUJXOKDGR HP iJXD ρ NJP  D SURIXQGLGDGH
G YDULiYHO
/ PP+ PP' PP% PP
D D  ([SOLTXH R IXQFLRQDPHQWR H REMHFWLYR GD
H[SHULrQFLDUHDOL]DGD

6
D 'HVHQKHQDIROKDGRHQXQFLDGRDGLVWULEXLomR
GHSUHVVmRHPWRGDVDVIDFHVGRFRUSRVXVSHQVR

E (VFUHYD D H[SUHVVmR PDWHPiWLFD TXH WUDGX] R


O
HTXLOtEULR TXH SHUPLWH PDQWHU QD SRVLomR
KRUL]RQWDO R EUDoR /  TXH URGD HP WRUQR GR
SÃ
´SLYRWµ H HP FXMD H[WUHPLGDGH VmR VXVSHQVDV DV
PDVVDV

1  
0DVVD J 
G PP F $WDEHODPRVWUDXPDVHTXrQFLDGHYDORUHVUHODWLYRV
   D VLWXDo}HV GH HTXLOtEULR 'HWHUPLQH UHFRUUHQGR
   DSHQDV D HVWHV GDGRV D GLVWkQFLD KĻ HQWUH R HL[R
ER

   ´SLYRWµ HPWRUQRGRTXDOREUDoR/URGDHRSRQWR


  
GH DSOLFDomR GD IRUoD QD IDFH YHUWLFDO UHFWDQJXODU
  
 
%×'  &RPSOHWH D FROXQD UHVSHFWLYD K· H[S  QD

    WDEHODMXQWRFRPDVILJXUDV SiJ 
V



G 2EWHQKDDH[SUHVVmRGDGLVWkQFLDHQWUHR´SLYRWµHRSRQWRGHDSOLFDomRGDIRUoD UHSLWD
D DOtQHD E  PDV EDVHDGR QDV H[SUHVV}HV JHUDLV SDUD R FDVR GH VXSHUItFLHV SODQDV
VXEPHUVDV 'HWHUPLQH HVVD GLVWkQFLD K· WHR  SDUD RV SRQWRV  H  H SUHHQFKD D
WDEHOD

 Y ²$ILJXUDUHSUHVHQWDDFROLVmRGHGRLVMDFWRV
iJXDρ NJP GHVHFomRFLUFXODU  H  
TXH FRQIOXHP SDUD XP ~QLFR MDFWR   WRGRV QR
PHVPRSODQRKRUL]RQWDO
D 'HWHUPLQHRFDXGDOPiVVLFRQDVHFomR
E 'HWHUPLQHRkQJXOR θHDYHORFLGDGHGRMDFWR  
TXHUHVXOWDGDFROLVmRGH  H  
F 0RVWUHTXHQmRVHWUDWDGHXPHVFRDPHQWRLGHDO
HGHWHUPLQHDSRWrQFLDGLVVLSDGDQRSURFHVVR

([DPHGH0HFkQLFDGRV)OXLGRV, GH-DQHLURGH $QROHFWLYR

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 71


Exame de 18 de Janeiro de 2011



' B#6$"∆SO"$
   (5  # : '  6  $ ?$ 4" 
:' $"µ 
+ $) ?
D 
,+         $4    # ' *  "
µ* " BE    #  6 ∆S       
:$O*-  
C  F - ,
 ∆ C ,

 -"% G
,%
"
G
B
 B"A
G
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" G
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"A-G
B
B /" AG
,% "B
G
B
 " G
,% "BG
B
% A"/AG
,% "AAG
B

6
   $   $$  7   2  ( $ 
(#($&$"
O
##'"
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+ 2  #  6    $"  $  $
SÃ

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ER

  6 HIHJ*K


  #  $ '
$7" #  $      
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M 
V

,+ 2  6   6 $ 4  


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‫ݒ‬ሺ‫ݔ‬ሻ ൌ െ ሺ݄‫ ݔ‬െ ‫ ݔ‬ଶ ሻ
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Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 72


Exame de 18 de Janeiro de 2011

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 ([DPH²

)*"!....................................................................
/!"01 2 34    56 
 7









6
O
SÃ
ER



V


E DĂƐƐĂ;ŐͿ Ě;ŵŵͿ ŚΖ;ĞdžƉͿ ŚΖ;ƚĞŽͿ
ϭ ϭϬϯ ϲϱ  Ͳ
Ϯ ϭϱϭ ϴϬ  Ͳ
ϯ ϮϬϳ ϵϱ  Ͳ
ϰ ϮϮϱ ϭϬϬ  Ͳ
ϱ ϮϱϬ ϭϬϱ  Ͳ
ϲ ϯϬϬ ϭϭϴ  
ϳ ϯϰϬ ϭϮϴ  


            

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 73


Exame de 18 de Janeiro de 2011

2.1.1 Problema 1

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 74


Exame de 18 de Janeiro de 2011

Alı́nea a)

O ensaio experimental consiste na medição da altura de água no reser-


vatório que mantém na horizontal o braço L. Este braço tem suspenso numa
das suas extremidades massas de valores diversos. São registadas sequên-
cias de valores (pares) massa suspensa versus altura da superfı́cie vertical
submersa.
O objectivo é constatar o aumento da força de pressão na face BD com
o nı́vel da água no reservatório, e a parte submersa de BD aumenta. O ob-
jectivo é conhecida esta força, determinar experimentalmente o seu ponto
de aplicação.
Devido à forma circular do corpo, com o centro no pivot (eixo em torno
do qual o braço L roda), as forças de pressão nas superfı́cies curvas não
contribuem para o equilı́brio. A influência do peso do corpo foi elimi-
nada através do equilı́brio da barra L (antes de iniciar o ensaio e com o
reservatório vazio, sem água) usando o contrapeso na extremidade oposta

6
aquela onde as massas foram suspensas. O
Alı́nea b)
SÃ

O braço L mantém-se na posição horizontal, em equilı́brio, se o momento


das forças em torno do seu eixo de rotação (pivot) for zero:

Peso L = Fcg h0
ER

porque Fcg = pcg A,

mg L = pcg A h0
V

e porque pcg = ρghcg ,

mg L = ρ g hcg A h0 .

O resultado final é:

m L = ρ hcg A h0 (2.1)

Alı́nea c)

Resolvendo a equação (2.1) em ordem a h0 vem:

mL
h0 = (2.2)
ρ hcg A

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 75


Exame de 18 de Janeiro de 2011

Aqui há que considerar duas situações, que dependem da superfı́cie es-
tar parcial ou totalmente submersa. No caso de parcialmente submersa,
quando d < D:

A = Bd (2.3)
hcg = d/2 (2.4)

e após substituição de (2.3) e (2.4) em (2.2) será:


2m L
h0 = se d < D (2.5)
ρ Bd2
No caso de totalmente submersa, quando d > D:

A = BD (2.6)
hcg = d − D/2 (2.7)

e após substituição de (2.6) e (2.7) em (2.2) será:

6
mL
h0 = se d > D (2.8)
ρ BD (d − D/2)
O
As equações (2.5) e (2.8) permitem assim a determinação de h0 (e do
SÃ
centro de pressão) por via experimental, e para efeito de distinguir da
alı́nea seguinte, passamos a designar o h0 determinado por qualquer destas
equações por h0exp .
ER

NOTA 1

1. Como seria de esperar, quando d = D as equações (2.5) e (2.8) são


idênticas.
V

2. O ponto de aplicação da força Fcg é o designado centro de


pressões; aqui em função da distância ao eixo de rotação do braço
L, em vez de em relação ao centro de gravidade da superfı́cie sub-
mersa.

Alı́nea d)

A posição ycp do centro de pressões da força na superfı́cie vertical, em


relação ao centro de gravidade, é dada por:
ρ g sin θ Ixx
ycp = −
pcg A

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 76


Exame de 18 de Janeiro de 2011

N. Massa (g) d (mm) h0exp (mm) h0teo (mm)


1 103 65 178,78 / eq. (2.5) -
2 151 80 173,02 / eq. (2.5) -
3 207 95 168,21 / eq. (2.5) -
4 225 100 165,00 / eq. (2.5) -
5 250 105 166,67 / eq. (2.5) -
6 300 118 161,76 / eq. (2.8) 162,25 / eq. (2.10)
7 340 128 159,83 / eq. (2.8) 160,68 / eq. (2.10)

porque1

BD3
Ixx =
12
e

pcg = ρg(d − D/2)

ρ g sin θBD3 /12


6
O
ycp = −
ρg(d − D/2) BD
sin θD2
SÃ

ycp = −
12(d − D/2)

porque θ = 900 e sin θ = 1,


ER

D2
ycp = − (2.9)
12(d − D/2)
V

porque

h0 = hcg − ycp

hcg = H − D/2

D2
h0 = H − D/2 + (2.10)
12(d − D/2)

Ao h0 determinado por esta equação, passamos a designar por h0teo , pelo


mesmo motivo que designámos h0exp o h0 na equação (2.8).
1 Veja-se por exemplo, a figura 2.18a de Munson et al. [2010].

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 77


Exame de 18 de Janeiro de 2011

Resolução em Matlab

%% Ano l e c t i v o 2 0 1 0 / 2 0 1 1
%% Exame d e 18 d e J a n e i r o d e 2011
%% P r o b l e m a 1
%%
% DADOS:
% D i m e n s o e s em ”mm”
D= 1 0 0 ; B = 7 5 ; % A l t u r a e l a r g u r a da s u p e r f i c i e v e r t i c a l
H= 2 0 0 ; L = 2 7 5 ; % Comprimento do b r a c o e d i s t a n c i a a s u p e r f i c i e
% C o n v e r s a o d e ”mm” em ”m”
D=D/ 1 0 0 0 ; B=B/ 1 0 0 0 ; H=H/ 1 0 0 0 ; L=L/ 1 0 0 0 ;
rho = 1 0 0 0 ; % kg /mˆ 3 massa v o l u m i c a da agua
g = 9 . 8 1 ; % m/ s ˆ 2 a c e l e r a ç ã o da g r a v i d a d e

% Dados e x p e r i m e n t a i s ( p a r c i a l m e n t e s u b m e r s o ) %%% d < D %%%


m=[49 103 151 207 2 2 5 ] ; % m a s s a s
d=[44 65 80 95 1 0 0 ] ; % a l t u r a da s u p e r f i c i e s u b m e r s a
m=m/1000 ; % c o n v e r s a o d e ” g r ” em ” kg ”
d=d/1000 ; % c o n v e r s a o d e ”mm” em ”m”

6
%%R e s o l u ç ã o
Area= B∗d ; % a r e a da s u p e r f i c i e v e r t i c a l s u b m e r s a
O
h cg=d / 2 ; % p r o f u n d i d a d e do c e n t r o d e g r a v i d a d e
F cg=rho ∗g∗Area . ∗ h cg % f o r c a na s u p e r f i c i e s u b m e r s a
h l l e x p =g∗L∗m. / F cg ;
SÃ
h l l t e o r =H−d/3 ;
h l l e x p = h l l e x p ∗1000 % c o n v e r s a o d e ”m” em ”mm”
h l l t e o r = h l l t e o r ∗1000 % c o n v e r s a o d e ”m” em ”mm”

% Dados e x p e r i m e n t a i s ( t o t a l m e n t e s u b m e r s o ) %%% d > D %%%


ER

m=[225 250 300 340 400 475 5 5 5 ] ;


d=[100 105 118 128 143 160 1 8 0 ] ;
m=m/1000 ; % c o n v e r s a o d e ” g r ” em ” kg ”
d=d/1000 ; % c o n v e r s a o d e ”mm” em ”m”
V

%%R e s o l u ç ã o
Area= B∗D; % a r e a da s u p e r f i c i e v e r t i c a l s u b m e r s a
h cg=d−D/ 2 ; % p r o f u n d i d a d e do c e n t r o d e g r a v i d a d e
F cg=rho ∗g∗Area . ∗ h cg % f o r c a na s u p e r f i c i e s u b m e r s a
h l l e x p =g∗L∗m. / F cg ;
h l l t e o r =H−D/2+Dˆ 2 . / ( 1 2 ∗ ( d−D/ 2 ) ) ;
h l l e x p = h l l e x p ∗1000 % c o n v e r s a o d e ”m” em ”mm”
h l l t e o r = h l l t e o r ∗1000 % c o n v e r s a o d e ”m” em ”mm”

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 78


Exame de 18 de Janeiro de 2011

2.1.2 Problema 2

6
Alı́nea a)
O
Considerando o Teorema de Transporte de Reynolds,
SÃ
DBSYS
Z Z
∂ ~ · ~n dA,
= ρb dV + ρb V
Dt ∂t CV CS

aplicado à conservação de massa: B = m, b = 1,


ER

DBSYS Dm
• = =0
Dt Dt

• regime permanente: = 0.
V

∂t

Ou seja:
Z
~ · ~n dA = 0
ρV
CS

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 79


Exame de 18 de Janeiro de 2011

Considerando as secções 1, 2 e 3 mono-dimensionais,


Z
~ · ~n dA = 0 ⇔
ρV
CS
~1 · n~1 ) A1 + ρ(V
ρ (V ~2 · n~2 ) A2 + ρ(V
~3 · n~3 ) A3 = 0 ⇔
ρ(−V1 ) A1 + ρ(−V2 ) A2 + ρ(V3 ) A3 = 0 ⇔
ρV3 A3 = ρV1 A1 + ρV2 A2 ⇔
ṁ3 = ṁ1 + ṁ2 ⇔
π · (0, 10)2 π · (0, 12)2
ṁ3 = 1000 · 4 · + 1000 · 6 · ⇔
4 4
ṁ3 = 31, 42 + 67, 86 ⇔ ṁ3 = 99,27 kg s−1

Alı́nea b)

Considerando novamente o Teorema de Transporte de Reynolds,

6
D~BSYS
Z Z
∂ ~ · ~n dA
= ρb dV + ρb V
Dt ∂t CV CS
O
~ ~b = V,
aplicado à conservação de quantidade de movimento: ~B = mV, ~
SÃ

D~BSYS DmV~
• = = ∑ ~Fext (Segunda Lei de Newton).
Dt Dt
ER


• Regime permanente: = 0.
∂t

Desprezando o peso da água contida no interior do volume de controlo e


considerando que a pressão atmosférica actua sobre toda a superfı́cie de
V

controlo, ∑ ~Fext = ~0. Ou seja:


Z
~V
ρV ~ · ~n dA = 0.
CS

Considerando, primeiro, a componente segundo o eixo dos xx e que as


secções 1, 2 e 3 mono-dimensionais,
Z
~ · ~n dA = 0 ⇔ ρV2 (V
ρVx V ~2 · n~2 ) A2 + ρV3x (V
~3 · n~3 ) A3 = 0
CS
⇔ ρV2 (−V2 ) A2 + ρ(V3 cos θ )(V3 ) A3 = 0
⇔ (ρV3 A3 )V3 cos θ = (ρV2 A2 )V2
⇔ ṁ3 V3 cos θ = ṁ2 V2

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 80


Exame de 18 de Janeiro de 2011

Considerando, agora, a componente segundo o eixo dos yy,


Z
~ · ~n dA = 0 ⇔ ρV1 V
ρVy V ~1 · n~1 A1 + ρV3y V
~3 · n~3 A3 = 0 ⇔
CS
⇔ ρV1 (−V1 ) A1 + ρ(V3 sin θ )(V3 ) A3 = 0 ⇔
⇔ (ρV3 A3 )V3 sin θ = (ρV1 A1 )V1 ⇔
⇔ ṁ3 V3 sin θ = ṁ1 V1

Fazendo o quociente das duas componentes,

ṁ3 V3 sin θ ṁ V sin θ ṁ V


= 1 1⇔ = 1 1
ṁ3 V3 cos θ ṁ2 V2 cos θ ṁ2 V2
ṁ V
⇔ tan θ = 1 1
ṁ2 V2
31, 42 · 4
⇔ tan θ =
67, 86 · 6
⇔ tan θ = 0, 309

6
⇔ θ = 17, 15◦
O
Considerando novamente uma das expressões componentes (por exemplo,
yy),
SÃ

ṁ1 V1
ṁ3 V3 sin θ = ṁ1 V1 ⇔ V3 =
ṁ3 sin θ
31, 42 · 4
⇔ V3 =
ER

99, 27 · sin 17, 15


⇔ V3 = 4,29 m s−1
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 81


Exame de 18 de Janeiro de 2011

Alı́nea c)

Considerando a equação da energia, obtida do Teorema de Transporte de


Reynolds,
p V2
Z Z  
∂ ~ ·~n dA = Q̇net in + Ẇshaft net in
ρe dV + ρ u+ + + gz V
∂t CV CS ρ 2


• Regime permanente: = 0.
∂t
• A pressão atmosférica actua em toda a superfı́cie de controlo, os ter-
mos devidos à pressão cancelam-se.
• Dado que todos os pontos estão no mesmo plano horizontal, não há
variações de energia potencial.
• Considerando a colisão dos jactos adiabática (sem transferência de
calor), Q̇net in = 0.

6
• Não há qualquer transferência de trabalho “no veio” através da su-
perfı́cie de controlo, Ẇshaft net in = 0.
O
Assim sendo,
SÃ

V2 ~
Z  
ρ u+ V · ~n dA = 0
CS 2
de onde se conclui que qualquer perda de energia cinética que ocorra na
ER

colisão dos jactos será tranformada em energia interna. Este processo é em


tudo idêntico ao que ocorre com o atrito viscoso de um fluido sobre uma
parede sólida, que causa um aumento da energia interna (i.e. temperatura)
do fluido. Assim sendo, há que determinar a variação de energia interna
V

que ocorre na colisão dos dois jactos:


V2 ~
Z  
ρ u+ V · ~n dA = 0
CS 2
que expandindo
V2
 
ρ u1 + 1 (V ~1 · n~1 ) A1 +
2
2
V22
  
~2 · n~2 ) A2 +ρ u3 + V3 ~3 · n~3 ) A3 = 0
ρ u2 + (V (V
2 2
como
~1 · n~1 = −ṁ1
ρA1 V
~2 · n~2 = −ṁ2
ρA2 V
~3 · n~3 = +ṁ3 = ṁ1 + ṁ2
ρA3 V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 82


Exame de 18 de Janeiro de 2011

obtemos
V2 V2 V2
     
−ṁ1 u1 + 1 − ṁ2 u2 + 2 + (ṁ1 + ṁ2 ) u3 + 3 =0
2 2 2

que reagrupando, permite-nos obter a taxa de variação da energia interna,

V12 V32 V32



  2 
V2
ṁ1 (u3 − u1 ) + ṁ2 (u3 − u2 ) = ṁ1 − + ṁ2 −
2 2 2 2
 2 2
 2
4.292
 
4 4.29 6
= 31.42 − + 67.86 −
2 2 2 2
= 558,33 W

Resolução em Matlab

%% Ano l e c t i v o 2 0 1 0 / 2 0 1 1
%% Exame d e 18 d e J a n e i r o d e 2011

6
%% P r o b l e m a 2

% DADOS
O
v1 = 4 . 0 ; % m/ s v e l o c i d a d e em 1
v2 = 6 . 0 ; % m/ s v e l o c i d a d e em 2
D1= 0 . 1 ; % m d i a m e t r o em 1
SÃ

D2= 0 . 1 2 ; % m d i a m e t r o em 2
rho = 1 0 0 0 ; % kg /mˆ 3 massa v o l u m i c a da agua

%%R e s o l u ç ã o
ER

% alinea a)
A1=pi ∗D1 ˆ 2 / 4 ; A2=pi ∗D2 ˆ 2 / 4 ;
m1=rho ∗v1∗A1
m2=rho ∗v2∗A2
m3=m1+m2
V

% alinea b)
VelArea= ( v1 ˆ 2 ∗A1 ) / ( v2 ˆ 2 ∗A2 )
t h e t a r a d = atan ( ( v1 ˆ 2 ∗A1 ) / ( v2 ˆ 2 ∗A2 ) )
t h e t a d e g = t h e t a r a d ∗180/ pi
v3=v2 ˆ 2 ∗D2 ˆ 2 / ( cos ( t h e t a r a d ) ∗ ( v1∗D1ˆ2+ v2∗D2 ˆ 2 ) )

% alinea c )
d i s s =rho ∗ pi /8∗(D1ˆ 2 ∗ v1 ∗ ( v3ˆ2 − v1 ˆ 2 ) + D2ˆ 2 ∗ v2 ∗ ( v3ˆ2 − v2 ˆ 2 ) )

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 83


Exame de 18 de Janeiro de 2011

2.1.3 Problema 3

6
O
SÃ

Alı́nea a)
ER

Podemos determinar as dimensões das variáveis relevantes

[∆pl ] = ML−2 T −2
V

[D] = L
[µ] = ML−1 T −1
[ Q] = L 3 T −1

Pelo teorema de Π de Buckingham, concluı́mos que apenas existe um parâ-


metro adimensional. Note-se que no enunciado é referido de modo bem
claro que ∆pl é uma diferença de pressão por unidade de comprimento.
Escolhemos como variáveis de referência D, Q e µ e variável depen-
dente ∆pl ,

[∆pl ] [ D ] a [µ]b [ Q]c = 1


  b  c
ML−2 T −2 L a ML−1 T −1 L 3 T −1 = 1 (2.11)

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 84


Exame de 18 de Janeiro de 2011

que origina o sistema de equações,


 
M:  1+b =0  a = −1
T: −2 + a − b + 3c = 0 ⇒ b = −1
L: −2 − b − c =0 c = 4
 

O parâmetro adimensional é,


∆pl D4
Π1 = .
µQ
Note-se que como apenas há um único parâmetro adimensional indepen-
dente, podemos concluir que
∆pl D4
= const.
µQ

NOTA 2
Um erro frequente nos exames foi identificar esta constante com o va-
lor 1 (talvez por má interpretação da equação 2.11). Conforme vamos

6
verificar na alı́nea b) o valor desta constante ronda os 40.728.
O
Alı́nea b)
SÃ

Reproduzindo a tabela em dados dimensionais, parte integrante do enun-


ciado, em termos adimensionais podemos constatar de imediato uma ano-
malia no 5o ponto.
ER

N. Q [ m3 s − 1 ] ∆p [Nm−2 ] ∆pl [Nm−3 ] Π1


1 3,60 × 10−6 1,10 × 104 3,67 × 104 40,74
2 4,91 × 10−6 1,50 × 104 5,00 × 104 40,73
V

3 6,32 × 10−6 1,93 × 104 6,43 × 104 40,71


4 7,89 × 10−6 2,41 × 104 8,03 × 104 40,73
5 8,50 × 10−6 2,45 × 104 8,17 × 104 38,43
6 9,79 × 10−6 2,99 × 104 9,97 × 104 40,72

Alı́nea c)

Para um tubo com D = 3 mm, Q = 2,0 × 10−6 m s−3 e µ = 0,006 kg m−1 s−1
a queda de pressão por unidade de comprimento deverá ser dada por,
2 × 10−6 · 0,006
∆pl = 40,728 · = 6,034 × 103 N m−3
0,0034
Note-se que usamos para valor de Π1 o valor médio das medições aceites
(excluindo a quinta).

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 85


Exame de 18 de Janeiro de 2011

Resolução em Matlab

%% Ano l e c t i v o 2 0 1 0 / 2 0 1 1
%% Exame d e 18 d e J a n e i r o d e 2011
%% P r o b l e m a 3
%%

% DADOS
L=300 ; % mmm c o m p r i m e n t o do t u b o
D=2 ; % mm D i a m e t r o do t u b o
v i s c o = 0 . 0 0 4 ; % N s /mˆ 2 v i s c o s i d a d e d i n a m i c a do f l u i d o
L=L / 1 0 0 0 ; D=D/ 1 0 0 0 ; % C o n v e r t e ”mm” em ”m”

% Valores experimentais
Q= [ 3 . 6 0 ∗ 1 0 ˆ ( − 6 ) 4 . 9 1 ∗ 1 0 ˆ ( − 6 ) 6 . 3 2 ∗ 1 0 ˆ ( − 6 ) 7 . 8 9 ∗ 1 0 ˆ ( − 6 ) 8 . 5 0 ∗ 1 0 ˆ ( − 6 ) 9 . 7 9 ∗ 1 0 ˆ ( − 6 ) ] % mˆ 3 / s
Dp= [ 1 . 1 0 ∗ 1 0 ˆ 4 1 . 5 0 ∗ 1 0 ˆ 4 1 . 9 3 ∗ 1 0 ˆ 4 2 . 4 1 ∗ 1 0 ˆ 4 2 . 4 5 ∗ 1 0 ˆ 4 2 . 9 9 ∗ 1 0 ˆ 4 ]
% N/mˆ 2

%%R e s o l u ç ã o
% alinea b)

6
P i 1 = Dp. /Q. ∗Dˆ4/ v i s c o /L

% alinea c )
Db= 0 . 0 0 3 ; Qb= 2 ∗ 1 0 ˆ ( − 6 ) ; v i s c o b = 0 . 0 0 2
O
Dpp= P i 1 ∗Qb∗Dbˆ4/ v i s c o b /L
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 86


Exame de 18 de Janeiro de 2011

2.1.4 Problema 4

Alı́nea a)

6
A equação de transporte de quantidade de movimento na direcção y:
O
∂2 v ∂2 v ∂2 v
   
∂v ∂v ∂v ∂v ∂p
ρ +u +v +w = − + ρgy + µ + 2+ 2
∂t ∂x ∂y ∂z ∂y ∂x2 ∂y ∂z
SÃ

• Regime permanente: ∂v/∂t = 0;

• Escoamento incompressı́vel: ρ = const. ⇒ ∂u/∂x + ∂v/∂y + ∂w/∂z =


ER

0;

• Escoamento bidimensional: w = 0; ∂/∂z = 0;

• Escoamento desenvolvido: u = 0.
V

Equação da continuidade:

∂u ∂v ∂w ∂v
+ + =0⇒ =0
∂x ∂y ∂z ∂y

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 87


Exame de 18 de Janeiro de 2011

∂2 v ∂2 v ∂2 v
   
∂v ∂v ∂v ∂v ∂p
ρ +u +v +w =− + ρgy + µ + 2+ 2 ⇔
∂t ∂x ∂y ∂z ∂y ∂x2 ∂y ∂z
∂2 v
0 = −K1 − ρg + µ ⇔
∂x2
∂2 v
µ = K1 + ρg ⇔
∂x2
∂2 v K + ρg
= 1 ⇔
∂x2 µ
∂v K + ρg
= 1 · x + C1 ⇔
∂x µ
K1 + ρg 2
v= · x + C1 · x + C2

Condições de fronteira:

• v( x = 0) = 0 ⇔ C2 = 0.

6
• v(h) = 0 O
K1 + ρg 2
v(h) = 0 ⇔ · h + C1 · h = 0

K1 + ρg
SÃ

C1 = − ·h

Logo a velocidade é dada por,
K1 + ρg
ER

v( x ) = − · ( h · x − x 2 ).

Alı́nea b)
V

A tensão de corte é dada por,


∂v
τw = µ
∂x
como,
∂v K + ρg
=− 1 · (h − 2x )
∂x 2µ
logo
K1 + ρg
τw ( x ) = − (h − 2x )
2
que em x = h vale
h
τw ( x ) = (K1 + ρg)
2

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 88


Exame de 18 de Janeiro de 2011

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 89


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

2.2 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


3º ANO
MECÂNICA DOS FLUIDOS I
Recurso – 2011.02.11

1 (7 v) – A figura (dimensões em milímetros) representa uma das instalações


experimentais usadas no laboratório, em que se escoava um caudal constante de água
(ρágua = 1000 kg m-3), fixado pela regulação de válvulas.

6
O
SÃ

a) Explique o funcionamento e objectivo da experiência e identifique as técnicas de


medição utilizadas.
ER

b) Durante 27,4 s foram recolhidos num balde 3,2 kg de água. Utilizando esta
informação, determine o caudal volúmico e a velocidade em cada secção,
preenchendo a tabela 1 (di é o diâmetro da secção).

c) Preencha as restantes colunas da tabela 1, determinando as pressões dinâmica e


V

total em função da altura da coluna de água nos tubos manométricos ligados a


cada orifício (hi) e ao tubo de Pitot (hT).

d) Obtenha as expressões que lhe permitem determinar a velocidade e o caudal em


qualquer das secções, em função da altura das colunas de água hi e hT. Utilizando
estas expressões, preencha a tabela 2 para as secções 3, 4 e 6. Compare os
resultados com os da tabela 1, justificando eventuais discrepâncias.
e) Sabendo que pressão no ponto 1 é de 2 bar, relativamente à atmosfera;
e1) Determine a pressão do ar encerrado na parte superior dos tubos manométricos.

e2) Se estes tubos fossem abertos para a atmosfera, qual seria o valor de h1?
f) Determine qual deveria ser a pressão total nas secções 3, 4 e 6, usando as medições
de pressão estática e a massa de água recolhida no balde (3,2 kg em 27,4 s),
preenchendo a tabela 2.

Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 90


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de


bombagem entre um lago e um reservatório
pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa)
em que se pretende transferir no mínimo 4000
litros de água em 10 minutos. A conduta que
liga a bomba ao reservatório tem um diâmetro
de 50 mm.

a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW


assegura as condições de funcionamento desejadas.
b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma
bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas?
c) Determine as forças na direcção vertical e horizontal para suportar a curva
assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo
pretendido.

3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de


pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade V, do raio

6
de curvatura R e do diâmetro do tubo D e da massa volúmica do fluido ρ.
a) Efectue a análise dimensional do problema e determine o ou os números
adimensionais Π relevantes.
O
b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes
em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm.
SÃ

Analise estes dados com Teste V ∆p


base nas conclusões da (m/s) (Pa)
alínea a) e identifique 1 0,6 57,4
qualquer anomalia que 2 0,9 117,5
ER

tenha ocorrido durante a 3 1,2 190,8


experiência ou na 4 1,6 311,2
elaboração dos grupos 5 2,0 420,0
adimensionais.
V

4 (4 v) – Considere a expressão

‫ݑ‬ሺ‫ݕ‬, ‫ݐ‬ሻ = ܷ଴ ∙ ݁ ି఑௬ ∙ cosሺ߱‫ ݐ‬− ߢ‫ݕ‬ሻ , em que ߢ = ට
ଶఔ

que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento


laminar e incompressível de um fluido Newtoniano sobre
uma parede horizontal oscilante (em y = 0).
a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da
parede (τw).
b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de
pressão longitudinal (∂p/∂x=0).

Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 91


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


3º ANO
MECÂNICA DOS FLUIDOS I
Exame – 2011.01.18

ALUNO____________________________________________________________________
IMPORTANTE: esta folha deve ser entregue juntamente com a sua
resolução do exame.

Nota: As pressões são relativas à pressão do ar nos tubos manométricos.

Tabela 1

3,2 kg em 27,4 s

Secção Li di hi hT Caudal Ui Pressão Pressão


(mm) (mm) (mm) (mm) (m3/h) (m/s) dinâmica total
(Pa) (Pa)

6
1 0,0 25,0 257 260

2 60,3 13,9 230 260

3 68,7 11,8 204


O
260

4 73,2 10,7 175 260


SÃ
5 81,1 10,0 150 260

6 141,5 25,0 245 255

Tabela 2
ER

Secção hi Ui Caudal Pressão Pressão


(mm) (m/s) (m3/h) estática total
(Pa) (Pa)

1 257 — — — —
V

2 230 — — — —

3 204

4 175

5 150 — — — —

6 245

Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 92


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

2.2.1 Problema 1

Alı́nea a)

A experiência consistiu na medição da altura da coluna de água em tubos


piezométricos (pressão estática) ligados em diversos pontos na superfı́cie
de uma tubagem com um tubo de Venturi. O objectivo deste trabalho foi
constatar a variação da pressão com a variação da secção da tubagem (área
de passagem da água, velocidade do fluido) e a validade do teorema de
Bernoulli.
Foram registados valores da altura da coluna de lı́quido para valores
diversos do caudal de água na instalação. A medição de pressão fez-se
por tomadas de pressão estática (orifı́cios na parede da tubagem) e uma
tomada de pressão total, tubo de Pitot, tubo metálico que se deslocou ao
longo do eixo da tubagem. O caudal de água foi medido com um balde,
onde se recolheu a água durante um tempo determinado com recurso a
cronómetro. A massa de água foi determinada através de uma balança

6
digital.
O
Palavras-chave: tubo de Pitot, tubo de Venturi, pressão estática, pressão
dinâmica, pressão total, caudal, velocidade, equação de Bernoulli.
SÃ

Alı́nea b)

Conhecida a massa de água e o tempo que demorou a recolhe-la, condições


ER

do ensaio, o fluxo mássico é:


massa 3, 20
ṁexp = = = 0,117 kg s−1 , (2.12)
tempo 27, 40
V

ou em m3 /hora, tal como é pedido na tabela,

3600
Qexp = ṁexp = 0,42 m3 h−1 (2.13)
ρ

Este valor é igual para todas as secções, porque as medições de pressão


só foram efectuadas depois de a altura da coluna de água nos tubos pie-
zométricos ter estabilizado. Isto era uma indicação de que o escoamento
da água ocorria em regime permanente, ou seja em condições de caudal
constante.
A velocidade, em m/s, em cada secção é dada por:

Qexp Qexp /3600


Ui = = (2.14)
Ai π d2i /4

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 93


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Alı́nea c)

Pressão total: A pressão total p Ti foi medida pelo tubo de Pitot deslocado
ao longo do eixo da tubagem, e o valor registado foi aquele na coluna 5 da
Tabela 1 do enunciado, em termos de m.c.a. (metros de coluna de água).

Pressão dinâmica: A pressão medida em cada um dos 6 orifı́cios na pa-


rede da tubagem, coluna 4 da Tabela 1, é a designada pressão estática, p Esti .
A pressão dinâmica p Dini é uma variável que não foi medida directamente,
mas pode ser obtida a partir da diferença entre as pressão total e a pressão
estática.

p Dini = p Ti − p Esti

em que o ı́ndice i se refere a qualquer das secções 1 a 6, onde existem to-


madas de pressão estática, e o ı́ndice T se refere à tomada de pressão total,
tubo de Pitot. As pressões p Ti e p Esti são conhecidas, a partir da leitura dos

6
manómetros respectivos,
O
p Esti = ρgh Esti + p ar (2.15)
p Ti = ρghTi + p ar (2.16)
SÃ

em que p ar é a pressão do ar encerrado na extremidade dos tubos ma-


nométricos. Recorrendo às equações (2.15) e (2.16) e usando como exemplo,
os valores na secção 3 da tubagem, a pressão dinâmica é,
ER

p Din3 = ρg(h T3 − h3 ) = 9810 · (0, 260 − 0, 204) = 549,4 N m−2

No caso da pressão total, trata-se apenas de todos os valores na co-


V

luna 5, depois de convertidos em metro, serem multiplicados pela cons-


tante

ρg = 1000 · 9, 81 = 9810 kg m−2 s−2

como seja por exemplo, o caso da pressão total na secção 3,

p T3 = ρgh T3 = 9810 · 0, 260 = 2550,6 N m−2

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 94


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Tabela 2.1: Resultados das alı́neas a), b) e c)

Dados experimentais Valores calculados


Coluna 1 2 3 4 5 6 7 8
Secção Li di hi hT Qexp Ui p Din p Texp
(mm) (mm) (mm) (mm) (m3 h−1 ) (m s−1 ) (m3 h−1 ) (N m−2 )
eq. (2.13) eq. (2.19) eq. (2.21)
1 0,00 25,00 257 260 0,42 0,24 29,43 2550,6
2 60,30 13,90 230 260 0,42 0,77 294,30 2550,6
3 68,70 11,80 204 260 0,42 1,07 549,36 2550,6
4 73,20 10,70 175 260 0,42 1,23 833,85 2550,6
5 81,10 10,00 150 260 0,42 1,49 1079,10 2550,6
6 141,50 25,00 245 255 0,42 0,24 98,10 2501,6

NOTA 1

6
1. Qualquer dos valores de pressão são relativos à pressão do ar en-
cerrado no topo dos tubos manométricos, tal como está escrito na
página 3 do enunciado.
O
2. A pressão dinâmica não é mais do que o termo de energia cinética
SÃ
na equação de Bernoulli (2.17),

1
p Dini ≡ ρUi2
2
ER

e alguns alunos determinaram esta pressão deste modo, a partir


do conhecimento da velocidade em cada secção, determinada na
alı́nea b). No entanto esta não era a resolução pedida. O texto na
alı́nea c), que passamos a transcrever, era muito claro:
V

... determinando as pressões dinâmica e total em função da


altura da coluna de água nos tubos manométrico ligados a
cada orifı́cio (hi ) e ao tubo de Pitot (h T ).

Alı́nea d)

Através da aplicação da equação de Bernoulli ao longo de uma linha de


corrente no eixo da tubagem:

1 1
pi + ρUi2 = p Ti + ρUT2i (2.17)
2 2

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 95


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Porque a velocidade na extremidade do tubo de Pitot era zero (ponto de


estagnação), UTi = 0 e a equação (2.17) resolvida em ordem a Ui será:
s
2
Ui = ( pTi − pi ) (2.18)
ρ

Após substituição de (2.15) e (2.16) em (2.18) obtém-se:


q
Ui = 2g (h Ti − hi ) (2.19)

e o caudal volúmico, em m3 /s, usando o princı́pio de conservação da massa


e porque se trata de massa volúmica constante,

Qi = Ui πd2i /4 (2.20)

Os valores da velocidade nas secções 3, 4 e 6, de acordo com as equações


(2.18) e (2.20) são os seguintes:

6
q q
U3 = 2g (h T − h3 ) = 2 · 9, 81(0, 260 − 0, 204) = 1,05 m s−1
O
q q
U4 = 2g (h T − h4 ) = 2 · 9, 81(0, 260 − 0, 175) = 1,29 m s−1
SÃ
q q
U6 = 2g (h T − h6 ) = 2 · 9, 81(0, 255 − 0, 250) = 0,44 m s−1

e o caudal em m3 h−1 ,
ER

QVi = Ui πd2i /4 · 3600 (2.21)

que após substituição dos valores numéricos:


V

Q3 = U3 · π d23 /4 · 3600 = 1, 048 · π · 0, 01182 /4 · 3600 = 0,413 m3 h−1


Q4 = U4 · π d24 /4 · 3600 = 1, 291 · π · 0, 01072 /4 · 3600 = 0,418 m3 h−1
Q6 = U6 · π d26 /4 · 3600 = 0, 443 · π · 0, 02502 /4 · 3600 = 0,783 m3 h−1

As discrepâncias entre estes valores e os obtidos na alı́nea b) (Tabela 1)


são devidos à hipótese de fluido ideal (desprezar os efeitos de viscosidade)
na derivação das equações (2.19) e (2.20).

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 96


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

NOTA 2

1. Na proposta de resolução não é feita qualquer referência a erros


experimentais. Apesar de eles estarem presentes, sempre, qual-
quer justificação de diferenças a erros sem que a quantificação
desses erros tenha sido realizada, é incorrecta.

2. A quantificação de erros experimentais faz parte de outras disci-


plinas como seja por exemplo Métodos Experimenatais em Enge-
nharia Térmica (EM0053), e por isso é ignorada aqui.

Alı́nea e1)

A pressão estática num ponto no eixo2 é dada por (2.15), donde se pode

6
obter a pressão do ar
p ar = p1 − ρgh Esti (2.22)
O
que determinado com base nos valores medidos na secção 1 é
SÃ
p ar = 2 × 105 − 1000 · 9, 81 · 0, 257 = 197478, 83 Nm−2

NOTA 3
ER

1. Porventura notou que quando não passava água na instalação ex-


perimental, quando a válvula de saı́da estava fechada, a altura da
água nos tubos manométricos era constante. Logo que abriu a
válvula, o escoamento se estabeleceu e a velocidade da água na
V

tubagem foi diferente de zero, a altura da água nos tubos ma-


nométricos (a pressão estática na secção) diminui. Isto aconte-
ceu na proporção do quadrado da velocidade, mas a pressão total
manteve-se.
2. Em momento algum foi preciso conhecer a pressão do ar no inte-
rior dos tubos manométricos para determinar o caudal ou a velo-
cidade da água no interior da tubagem.
3. O dispositivo experimental com os tubos manométricos fechados
com ar no seu interior, destina-se a evitar que a água nos tubos
suba demasiado e dificulte a sua leitura.

2 Recomenda-se a leitura das páginas 100 a 105 de Munson et al. [2010], para explicação
de que em condições a pressão medida através do orifı́cio na parede da tubagem é a pressão
no eixo da tubagem.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 97


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Alı́nea e2)

Caso os tubos estivessem abertos para a atmosfera, a coluna de água no


manómetro seria igual a pressão do ar, expressa em m.c.a (metros de coluna
de água), acrescida da altura da água medida em cada uma das secções:
p ar
h ar = + h1
ρg
fazendo uso de (2.22),
p T1 − ρgh1
h ar = + h1
ρg
p1
h ar = (2.23)
ρg
cujo resultado numérico, igual para todas as secções, é:

2 × 105

6
h ar = = 20, 39 m.c.a
103 · 9, 81 O
Alı́nea f)
SÃ

A pressão estática é

p Esti = ρgh Esti (2.24)


ER

A pressão total calculada, teórica, obtida com recurso ao teorema de


Bernoulli, é

Qexp 2
 
1
p Tteo = p Esti + ρ (2.25)
V

2 π d2i /4

que, de novo usando a secção 3 como exemplo, é:


 2
1 0, 4204/3600
p Tteo = 2001, 240 + 1000 = 2571,484 N m−2 (2.26)
2 π (11, 80/1000)2 /4

NOTA 4

1. Os valores de pressão são relativos à pressão no ponto 1, que se


diz ser ela relativa à pressão atmosférica.

2. Estas pressões são elas também relativas à pressão atmosférica.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 98


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Tabela 2.2: Resultados das alı́neas d) e f)

6
Dado experimental Valores calculados
Coluna 1 2
O 3 4 5
Secção hi Ui Qexp p Est p Tteo
(mm) (m s−1 ) (m3 h−1 ) (m3 h−1 ) (N m−2 )
SÃ

eq. (2.13) eq. (2.19) eq. (2.21) eq. (2.25)


1 257 — — — —
2 230 — — — —
3 204 1,048 0,413 2001,24 2571,48
ER

4 175 1,291 0,418 1716,75 2560,19


5 150 — — — —
6 245 0,443 0,783 2403,45 2431,75
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 99


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Resolução em Matlab

%% Ano l e c t i v o 2 0 1 0 / 2 0 1 1
%% R e c u r s o d e 11 d e F e v e r e i r o d e 2011
%% P r o b l e m a 1 ( V e n t u r i / l a b o r a t o r i o )
%%
% DADOS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% Constantes
rho = 1 0 0 0 ; % kg /mˆ 3 massa v o l u m i c a da agua
g=9.81; % m/ s ˆ 2 a c e l e r a ç ã o da g r a v i d a d e
% G e o m e t r i a / D i m e n s o e s em ”mm”
L=[0.0 60.3 68.7 73.2 81.1 1 4 1 . 5 ] ; % d i s t a n c i a
d=[25.0 13.9 11.8 10.7 10.0 2 5 . 0 ] ; % diametro
L=L / 1 0 0 0 ; d=d / 1 0 0 0 ; % C o n v e r s a o d e ”mm” em ”m”
%
% Valores medidos
massa = 3 . 2 0 ; % em ” kg ”
tempo= 2 7 . 4 0 ; % em ” s e g u n d o s ”

% A l t u r a s da c o l u n a d e agua em ”mm”

6
% h e s t =[260.0 230.0 155.0 105.0 45.0 140.0];% a l t u r a
h est =[257.0 230.0 204.0 175.0 150.0 2 4 5 . 0 ] ; % a l t u r a
h tot =[260.0 260.0 260.0 260.0 260.0 2 5 5 . 0 ] ; % a l t u r a t o t a l
% C o n v e r s a o d e ”mm” p a r a ”m”
O
h e s t=h e s t /1000; h t o t = h t o t /1000;
% P r e s s a o em 1 em ” b a r ” e c o n v e r t e p a t a ”Pa”
SÃ
p1 = 2 ; p1=p1 ∗ 1 0 ˆ 5 ;
%
% RESOLUCAO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

% alinea b)
ER

% Caudal e x p e r i m e n t a l e v e l o c i d a d e
Qm exp=massa/tempo % C a u d a l m á s s i c o ” kg / s e g ”
Qv exp=Qm exp/rho % C a u d a l v o l ú m i c o ”mˆ 3 / s e g ”
Qv exp m3h=Qv exp ∗3600 % C a u d a l v o l ú m i c o ”mˆ 3 / h”
Area=pi ∗d . ˆ 2 / 4
V

Vel exp=Qv exp . / ( pi ∗d . ˆ 2 / 4 )


%
% alinea c )
% P r e s s a o d i n â m i c a e p r e s s a o t o t a l
p din=rho ∗g ∗ ( h t o t − h e s t ) % ”Pa”
p t o t =rho ∗g∗ h t o t % ”Pa”%

% alinea d)
Vel= s q r t ( 2 ∗ g ∗ ( h t o t − h e s t ) )
Vel d2= s q r t ( 2 ∗ g ∗ ( h t o t −h e s t −d / 2 ) )
Qv=Area . ∗ Vel ;
Qv d2=Area . ∗ Vel d2 ;
Qv d2 m3h=Qv d2 ∗3600
Qv m3h=Qv∗3600

% a l i n e a e1 )
% P r e s s a o do a r n o s t u b o s m a n o m e t r i c o s
p a r =p1−rho ∗g∗ h e s t ( 1 )

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 100


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

%
% a l i n e a e2 )
% A l t u r a a que a agua s u b i r i a n o s t u b o s m a n o m e t r i c o ,
% se e s t e s estivessem abertos
h a r a b = p a r /( rho ∗g )+ h e s t ( 1 )

% alinea f )
p e s t e x p = h e s t ∗ rho ∗g
p t o t t e o = p e s t e x p +1/2∗ rho ∗ Vel exp . ˆ 2

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 101


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

2.2.2 Problema 2

2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de


bombagem entre um lago e um reservatório
pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa)
em que se pretende transferir no mínimo 4000
litros de água em 10 minutos. A conduta que
liga a bomba ao reservatório tem um diâmetro
de 50 mm.
a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW
assegura as condições de funcionamento desejadas.
b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma
bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas?
c) Determine as forças na direcção vertical e horizontal para suportar a curva
assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo
pretendido.

3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de


pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade V, do raio

6
de curvatura R e do diâmetro do tubo D e da massa volúmica do fluido ρ.

Alı́neaa)a)
Efectue a análise dimensional do problema e determine o ou os números
adimensionais Π relevantes.
O
b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes
em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm.
SÃ
Analise estes dados com Teste V ∆p
base nas conclusões da (m/s) (Pa)
alínea a) e identifique 1 0,6 57,4
qualquer anomalia que 2 0,9 117,5
tenha ocorrido durante a 3 1,2 190,8
experiência ou na
ER

4 1,6 311,2
elaboração dos grupos 5 2,0 420,0
adimensionais.

4 (4 v) – Considere a expressão

‫ݑ‬ሺ‫ݕ‬, ‫ݐ‬ሻ = ܷ଴ ∙ ݁ ି఑௬ ∙ cosሺ߱‫ ݐ‬− ߢ‫ݕ‬ሻ , em que ߢ = ට
ଶఔ
V

que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento


Considerando a equaçãodedeumconservação
laminar e incompressível desobre
fluido Newtoniano energia mecânica, aplicada en-
uma parede horizontal oscilante (em y = 0).
tre a superfı́cie do lago (ponto 1) e a entrada do tanque (ponto 4):
a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da

p1 parede1 (τ 2).
w
p4 1 2
+ V
b) Prove 1 +
que 1=
estegzescoamento+ocorre + gz
V sem 4 + wsde
gradiente (2.27)
2 longitudinal (∂p/∂x=0).
ρ pressão ρ 2 4

NOTA
Recurso de 5
Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011

Note que não deve considerar no segundo membro o ponto 5, na in-


terface ar/água do reservatório. Na entrada do reservatório (ponto 4),
toda a energia cinética da água é dissipada por efeitos viscosos. Este
efeito não é contabilizado na expressão (2.27), que assume que o fluido
pode ser considerado invı́scido, ou seja, que o efeito da viscosidade é
desprezável.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 102


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

A pressão na superfı́cie do lago (p1 ) é conhecida (pressão atmosférica)


e a velocidade pode ser desprezada (V1 ≈ 0). É conhecido que a pressão
na entrada do tanque (p4 ) é a pressão que existiria no mesmo local se não
existisse velocidade (“pressão do ambiente”). Assim sendo, podemos deter-
minar p4 assumindo uma distribuição hidrostática da pressão no interior
do reservatório e tomando como referência um ponto na interface água/ar
(p5 ):

p4 = p5 + ρg(z5 − z4 )

A velocidade na entrada do reservatório (V4 ) pode ser calculada a partir


do caudal volúmico:
Q
Q = V4 A4 ⇔ V4 =
A4

Finalmente, o trabalho ao veio (ws ) está relacionado com a potência da

6
bomba e com o caudal mássico que a atravessa, tendo o sinal negativo por-
que se trata de energia que é recebida pelo sistema e colocámos este termo
no segundo membro da equação:
O
ẆB = −ṁws ⇔ ẆB = −ṁws
SÃ

⇔ ẆB = −ρQws
ẆB
⇔ ws = −
ρQ
ER

Substituindo em (2.27):

p5 + ρg(z5 − z4 ) 1 Q 2
 
p1 Ẇ
+ gz1 = + gz4 − B ⇔
V

+
ρ ρ 2 A4 ρQ
 2
p p5 1 Q Ẇ
⇔ 1 + gz1 = + + gz5 − B ⇔
ρ ρ 2 A4 ρQ
 2
Ẇ p5 − p1 1 Q
⇔ B= + + g ( z5 − z1 ) ⇔
ρQ ρ 2 A4
 2
ẆB 1 Q
⇔ = p5 − p1 + ρ + ρg(z5 − z1 ) (2.28)
Q | {z } 2 A4 | {z }
1 | {z } 3
2

Repare que, de acordo com (2.28), a potência da bomba é utilizada para:

• vencer a diferença de pressões estáticas entre as superfı́cies do lago e


do reservatório (termo 1);

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 103


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

• acelerar o fluido, cuja energia cinética (termo 2) é perdida na entrada


do reservatório (dissipação viscosa) ;

• vencer a diferença de altura entre a superfı́cie do lago e o reservatório


(termo 3).

Resolvendo (2.28) numericamente, com

p5 − p1 = 200 kPa
z5 − z1 = 6 m
ρ = 1000 kg/m3
π · (50 × 10−3 )2
A4 = = 1, 96 × 10−3 m2
4
ẆB = 2, 2 kW

obtemos

6
Q = 8, 22 × 10−3 m3 /s = 493, 2 l/min O (2.29)

Conclusão: uma bomba capaz de fornecer 2,2 kW satisfaz as condições


de funcionamento pretendidas de 4000 litros de água em 10 minutos.
SÃ

NOTA 6

• Uma vez que não se pergunta qual o caudal que a bomba fará
ER

circular, apenas se é capaz de garantir o mı́nimo pretendido, a


resposta a este problema poderia ser obtida de outra forma:

partindo de (2.28), determinava-se a potência da bomba ne-


V

cessária para fazer circular o caudal volúmico mı́nimo pre-


tendido (400 l/min), obtendo-se ẆB = 1, 76 kW. Sendo a
potência da bomba em questão superior, concluı́a-se que sa-
tisfazia as condições de funcionamento pretendidas.

Alı́nea b)

Esta alı́nea resolve-se de modo idêntico à alı́nea a). Deste modo, pode-
mos partir de (2.28) e resolver novamente numericamente, mas desta vez
considerando p5 − p1 = 300 kPa (todos os outros parâmetros permanecem
iguais). Assim sendo, obtemos

Q = 6, 05 × 10−3 m3 /s = 363, 0 l/min (2.30)

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 104


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Conclusão: uma bomba capaz de fornecer 2,2 kW não satisfaz as condi-


ções de funcionamento pretendidas quando a pressão manométrica no in-
terior do reservatório sobe para 300 kPa, uma vez que fará circular apenas
363 l/min de água do lago para o reservatório, em vez dos 400 l/min pre-
tendidos.

NOTA 7

• Novamente, seria possı́vel determinar a potência da bomba ne-


cessária para fazer circular o caudal volúmico mı́nimo preten-
dido (400 l/min), obtendo-se ẆB = 2, 43 kW. Sendo a potência
da bomba em questão inferior, concluı́a-se que não satisfazia as
condições de funcionamento pretendidas quando a pressão ma-
nométrica no interior do reservatório sobe para 300 kPa.

6
Alı́nea c)
O
SÃ
ER
V

Figura 2.1: Esquema das forças no volume de controlo

Consideremos um volume de controlo entre 2 e 3 e o Teorema de Trans-


porte de Reynolds,
DBSYS
Z Z
∂ ~ · ~n dA
= ρb dV + ρb V (2.31)
Dt ∂t CV CS

~ b = V,
aplicado à conservação de quantidade de movimento: B = mV, ~

DBSYS DmV~
• = = ∑ ~Fext (Segunda Lei de Newton).
Dt Dt

• Regime permanente: = 0.
∂t

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 105


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Desprezando o peso da água e da tubagem contidos no interior do vo-


lume de controlo, notamos que a pressão atmosférica actua sobre toda a
superfı́cie exterior da conduta. O seu efeito pode ser contabilizado conside-
rando pressões relativas, aliás como temos vindo a fazer na resolução deste
exercı́cio. Deste modo, os somatórios das forças exteriores que actuam nas
direcções x e y são:

• ∑ Fextx = p2 A2 − Fx

• ∑ Fexty = Fy − p3 A3

Note que a resultante da força de pressão na secção 2 tem o sentido do


eixo dos xx (positivo) enquanto na secção 3 tem o sentido contrário ao do
eixo dos yy (negativo). As pressões p2 e p3 podem ser determinadas usando
o Teorema de Bernoulli:
1 1
p2 + ρV22 + ρgz2 = p4 + ρV42 + ρgz4
2 2

6
Uma vez que entre 2 e 4 não há variação de secção (diâmetro), V2 = V4 .
O
A pressão p4 já foi obtida anteriormente. Assim sendo,
SÃ
p2 + ρgz2 = p5 + ρg(z5 − z4 ) + ρgz4 ⇔ p2 = p5 + ρg(z5 − z2 )
⇔ p2 = 200 × 103 + 1000 · 9, 81 · 3
⇔ p2 = 229430 Pa
ER

NOTA 8

• Embora se obtivesse o mesmo resultado considerando uma


V

variação hidrostática da pressão entre 5 e 2 ou entre 4 e 2, tal é


incorrecto, uma vez que o fluido está em movimento entre 2 e 4.

• O valor obtido é uma pressão relativa, visto que foi calculado a


partir da pressão relativa no ponto 4.

Desprezando a diferença de altura entre as secções 2 e 3, e já que não


há variação de secção da conduta (V3 − V2 ), o teorema de Bernoulli permite
concluir que p3 = p2 = 229430 Pa.
Fazendo agora o balanço dos fluxos que atravessam a fronteira do vo-
lume de controlo e considerando, primeiro, a componente segundo o eixo

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 106


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

dos xx,
Z
~ · ~n dA = ρV2 (V
ρVx V ~2 · n~2 ) A2
CS
= ρV2 (−V2 ) A2
= −ρV22 A2
uma vez que a velocidade na secção 3 não tem componente segundo x. A
velocidade V2 é obtida do caudal volúmico,
Q
V2 =
A2
400 · 10−3 /60
=
π · (50 × 10−3 )2 /4
= 3.40 m/s

De modo idêntico, para a componente segundo o eixo dos yy,

6
Z
~ · ~n dA = ρV3 (V
ρVy V ~3 · n~3 ) A3
CS
= ρV3 (V3 ) A3
O
= ρV32 A3
SÃ

uma vez que a velocidade na secção 2 não tem componente segundo y.


Como já referimos, porque não há variação de secção entre 2 e 3, V3 = V2 =
3, 40 m/s.
ER

Voltando ao Teorema de Transporte de Reynolds, equação (2.31):


Z
∑ Fextx = CS
~ · ~n dA ⇔ p2 A2 − Fx = −ρV22 A2
ρVx V

⇔ Fx = ( p2 + ρV22 ) A2
V

π · (50 × 10−3 )2
⇔ Fx = (258860 + 1000 · 3, 402 ) ·
4
⇔ Fx = 473, 12 N
E, para a direcção y,
Z
∑ Fexty = CS
~ · ~n dA ⇔ Fy − p3 A3 = ρV32 A3
ρVy V

⇔ Fy = ( p3 + ρV32 ) A3
π · (50 × 10−3 )2
⇔ Fx = (258860 + 1000 · 3, 402 ) ·
4
⇔ Fx = 473, 12 N
Como ambos os valores têm sinal positivo, os sentidos são os indicados na
figura 2.1.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 107


2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de
bombagem entre um lago e um reservatório
pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa)
em que se pretende transferir no mínimo 4000
litros de água em 10 minutos. A conduta que
liga a bomba ao reservatório tem um diâmetro
de 50 mm.
a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW Recurso de 11 de Fevereiro de 2011
assegura as condições de funcionamento desejadas.
b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma
2.2.3 Problema 3
bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas?
c) Determine as forças na direcção vertical e horizontal para suportar a curva
assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo
pretendido.

3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de


pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade V, do raio
de curvatura R e do diâmetro do tubo D e da massa volúmica do fluido ρ.
a) Efectue a análise dimensional do problema e determine o ou os números
adimensionais Π relevantes.
b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes
em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm.
Analise estes dados com Teste V ∆p
base nas conclusões da (m/s) (Pa)
alínea a) e identifique 1 0,6 57,4
qualquer anomalia que 2 0,9 117,5
tenha ocorrido durante a 3 1,2 190,8
experiência ou na 4 1,6 311,2
elaboração dos grupos 5 2,0 420,0
adimensionais.

4 (4 v) – Considere a expressão

6

‫ݑ‬ሺ‫ݕ‬, ‫ݐ‬ሻ = ܷ଴ ∙ ݁ ି఑௬ ∙ cosሺ߱‫ ݐ‬− ߢ‫ݕ‬ሻ , em que ߢ = ට
ଶఔ

que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento


Alı́nealaminar
a) e incompressível de um fluido Newtoniano sobre
uma parede horizontal oscilante (em y = 0).
O
a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da
As dimens ões das 5 variáveis propostas como relevantes para o problema
parede (τ ).
w
SÃ
fı́sico são
b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de

[∆p] = ML−1 T −2
pressão longitudinal (∂p/∂x=0).

−1
Recurso de Mecânica dos Fluidos I
= LT
[V11]de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011
ER

[ R] = L
[D] = L
[ρ] = ML−3
V

das quais escolhemos V, D e ρ como as 3 variáveis de referência. Para


efeito de adimensionalização, e de acordo com o teorema de Buckingham, a
relação entres estas 5 variáveis é equivalente a uma relação entre 2 parâme-
tros adimensionais (Π1 , Π2 ).
O primeiro parâmetro adimensional deverá ser obtido por adimensi-
onalização de ∆p
Π1 = ∆pV a D b ρc ,
em que os coeficientes a, b e c são determinados do modo seguinte:
ML−1 T −2 ( LT −1 ) a ( L)b ( ML−3 )c = 0

 
M:  c+1 =0  c = −1
T: −a − 2 =0 ⇒ a = −2
L: a + b − 3c − 1 = 0 b =0
 

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 108


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

de que resulta

∆p
Π1 = .
V2ρ

O segundo parâmetro adimensional Π2 pode ser obtido por observação


simples; trata-se de adimensionalizar D, que depende uma única dimensão
(L) e D é de entre as variáveis de referência a que depende apenas de L.

R
Π2 = .
D
E a relação entre os parâmetros Π é dada por:

∆p
 
R
2
=φ (2.32)
V ρ D

onde φ é uma função desconhecida, acerca da qual não sabemos nada.

Alı́nea b)

6
O
Os dados experimentais na forma adimensional são
SÃ

Teste V ∆p Π1 Π2
(m s−1 ) (Pa)
1 0,6 57,4 0,145 5
ER

2 0,9 117,5 0,132 5


3 1,2 190,8 0,120 5
4 1,6 311,2 0,111 5
5 2,0 420,0 0,096 5
V

Como o valor de Π2 é constante em todas as medidas, de acordo com


(2.32), concluı́mos que Π1 também deveria ser constante. Isto não está de
acordo com a tabela que evidencia uma variação bem pronunciada de Π1
((0.145 − 0.096)/0.096=52%), donde se conclui que a hipótese inicial do
problema ser descrito por apenas estas cinco variáveis não está correcta.
Nomeadamente, sabemos que a viscosidade também deverá ser uma gran-
deza relevante neste problema, o que imediatamente faz intervir um ter-
ceiro parâmetro adimensional com o qual já estamos bem familiarizados: o
número de Reynolds.

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 109


3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de
pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade V, do raio
de curvatura R e do diâmetro do tubo D e da massa volúmica do fluido ρ.
a) Efectue a análise dimensional do problema e determine o ou os números
adimensionais Π relevantes.
b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes
em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm.
Analise estes dados com Teste V ∆p
base nas conclusões da (m/s) Recurso de 11 de Fevereiro de 2011
(Pa)
alínea a) e identifique 1 0,6 57,4
qualquer anomalia que 2 0,9 117,5
2.2.4 Problema 4
tenha ocorrido durante a 3 1,2 190,8
experiência ou na 4 1,6 311,2
elaboração dos grupos 5 2,0 420,0
adimensionais.

4 (4 v) – Considere a expressão

‫ݑ‬ሺ‫ݕ‬, ‫ݐ‬ሻ = ܷ଴ ∙ ݁ ି఑௬ ∙ cosሺ߱‫ ݐ‬− ߢ‫ݕ‬ሻ , em que ߢ = ට
ଶఔ

que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento


laminar e incompressível de um fluido Newtoniano sobre
uma parede horizontal oscilante (em y = 0).
a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da
parede (τw).
b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de
pressão longitudinal (∂p/∂x=0).

Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011

Alı́nea a)

6
A tensão viscosa é dada por
du(y)
O
τw (y) = µ = µ U0 κe−κy [sin (ωt − κy) − cos (ωt − κy)]
dy
junto à parede (y = 0)
SÃ

τw |y=0 = µ U0 κe−κy [sin (ωt) − cos (ωt)]


√  π
= 2U0 κ sin ωt −
4
ER

Alı́nea b)
V

Considerando a equação de Navier-Stokes apenas na direcção x, porque


a equação que nos é dada depende apenas da componente da velocidade
nesta direcção,
 2
∂ u ∂2 u ∂2 u

∂u ∂u ∂u ∂u 1 ∂p
+u +v +w = − + gx + ν + 2+ 2
∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂x ∂x2 ∂y ∂z
e a equação da continuidade
∂u ∂v ∂w
+ + =0
∂x ∂y ∂z
podemos verificar as condições nas quais o campo de velocidades é solução.
Porque u = u(y, t), v = 0, w = 0 e gx = 0, as equações acima reduzem-se a,
∂u 1 ∂p ∂2 u
= − +ν 2 (2.33)
∂t ρ ∂x ∂y
0 = 0

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 110


Recurso de 11 de Fevereiro de 2011

Conhecido o perfil de velocidades, conforme enunciado,

u(y, t) = U0 · e−κy · cos (ωt − κy) ,

as diferentes parcelas da equação (2.33) são

∂u
= −U0 ωe−κy sin (ωt − κy)
∂t
∂2 u
µ 2 = −2U0 κ 2 νe−κy sin (ωt − κy)
∂y

Como κ 2 = ω/(2ν) concluı́mos que

∂p
=0
∂x
que era o resultado pedido no enunciado.

6
O
SÃ
ER
V

Mecânica dos Fluidos I (Versão 6) // Ano lectivo 2012-2013 111


Referências Bibliográficas

B. R. Munson, D. F. Young, T. H. Okiishi, and W. W. Huebsch. Fundamentals


of Fluid Mechanics. John Wiley & Sons, Inc., 6 edition, 2010. ISBN 978-0-
470-39881-4.

6
O
SÃ
ER
V

112

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