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ACERVO BM&F

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ETANOL
FUTURO DE
ETANOL
COMEÇA A SER
NEGOCIADO
NA BM&F Simone Regina e Silva

A Bolsa de Mercadorias & Futuros


deu mais um passo para consolidar-
se como centro de formação de
preço no mercado internacional de
etanol. Em 18 de maio, começou
a ser negociado o contrato futuro
de etanol, desenhado a partir de
análises e discussões com o setor e
na Câmara Consultiva de Açúcar e
Etanol da BM&F.

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ETANOL

Além de ter formação de preço e entrega no porto de do Etanol e entusiasta do aumento de importação do etanol
Santos, o novo contrato é cotado em dólares por metro cú- brasileiro pelos norte-americanos, defendendo uma política de
bico de etanol livre de qualquer imposto ou contribuição. No estreita colaboração entre os dois países.
primeiro dia de negociação, o futuro de etanol registrou 532 Embora facilite a participação dos agentes não-residen-
contratos em quatro vencimentos – agosto, outubro, novembro tes, o novo produto da BM&F contempla também o mercado
e dezembro de 2007. doméstico. O diretor de Agronegócio e Energia da BM&F, Ivan
Para Felix Schouchana, diretor de Derivativos Agrope- Wedekin, explica que o contrato futuro de etanol, “por ser um
cuários e Energia da BM&F, o principal papel desse contrato é contrato flex, permite, a critério do comprador, a liquidação
justamente criar, com transparência, um preço de referência em por entrega”.
bolsa. “A demanda por essa commodity no mundo é grande O futuro de etanol foi tema em três eventos: Seminário
porque o preço do petróleo está em patamar que viabiliza a Perspectivas para o Agribusiness em 2007 e 2008 – realização
produção do etanol.” Ele acredita que o Brasil tem todas as da BM&F e do Ministério da Agricultura, em 24 de abril –, e dos
condições necessárias, como climáticas, além de tecnologia workshops igualmente promovido pela BM&F em Nova Iorque,
e o menor custo de produção do mundo, para desenvolver em 7 de maio e Londres, em 25 de junho (ver box ao lado).
o mercado internacional de etanol. “Isso, aliado à referência Além do futuro de etanol, a BM&F prepara o lançamento
de preço em bolsa que estamos criando com o novo contrato, de outros produtos. Dentre eles, o Índice Commodities Brasil, em
ajudará o desenvolvimento do comércio internacional.” parceria com a Associação Nacional dos Bancos de Investimento
Em visita à BM&F, em 16 de abril, o ex-governador da (Anbid). Trata-se de uma cesta de preços agropecuários que ser-
Flórida, Jeb Bush, declarou que o Brasil é o país com maior ca- virá de referência para o setor. Segundo Ivan Wedekin, a Bolsa
pacidade de expansão da produtividade do etanol sem que haja planeja também lançar novos contratos de algodão, de opções
distorção no preço dos alimentos. Se o crescimento da produção sobre termo de milho e futuro de café para exportação.
de etanol dobrar nos próximos cinco anos, os Estados Unidos
Simone Regina e Silva
deverão elevar suas importações, provavelmente do Brasil. Jornalista da assessoria de imprensa da BM&F
Jeb Bush é um dos idealizadores da Comissão Interamericana E-mail: simones@bmf.com.br

Saindo na frente
O etanol é produzido a partir da fermentação de açúcares. Há
mais de três décadas, o Brasil faz uso do produto – fabricado
da cana-de-açúcar – como combustível para automóveis
e, atualmente, o País é referência mundial no que
diz respeito a produção, processamento, distribuição
e utilização de combustíveis renováveis. Sem subsídio
do governo, o Brasil produz, utiliza e exporta para mais
de 50 países o álcool mais barato do mundo.
São vários os benefícios adquiridos pela utilização
do etanol. Além de ser mais barato que o petróleo, cada
mil litros do produto evita a emissão de 4,23 toneladas de
gás carbônico. Outra questão é o crescimento das vendas de
automóveis flex fuel. Atualmente, cerca de 80% dos veículos
vendidos podem ser movidos a gasolina, a álcool ou com
qualquer combinação dos dois combustíveis.
MORGUEFILE.COM

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ETANOL

Contrato de etanol em Londres e Nova Iorque


Em 25 de junho, a BM&F fez a divulgação do contrato futuro
de etanol em evento promovido com a Embaixada do Brasil no Reino
Unido e as agências britânica e brasileira de promoção comercial e de
investimento (UKTI e Apex).
Na apresentação para mais de 150 pessoas, dentre elas traders,
brokers, usineiros brasileiros, representantes de hedge funds e profissio-
nais ligados ao setor de etanol e açúcar, o presidente da BM&F, Manoel
Felix Cintra Neto, destacou a importância desse contrato, agora cotado em
dólares por metro cúbico de etanol, com a possibilidade de entrega tanto
para o mercado externo, nos terminais localizados no Porto de Santos,
como para o mercado doméstico, nos estabelecimentos depositários
credenciados pela BM&F.
Além de sessão plenária, em que foram demonstradas as especifi-
cações contratuais, realizaram-se workshops sobre energia renovável, nos
quais foram discutidos o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e
o sistema de negociação de carbono desenvolvido pela BM&F.
O tamanho de cada contrato futuro de etanol equivale a 30 metros
cúbicos (30 mil litros). Os vencimentos são mensais, a partir de agosto
de 2007. A íntegra do contrato está no site www.bmf.com.br/contratos/
derivativos agropecuários.

Nova Iorque
O primeiro workshop internacional para divulgar o futuro de etanol
foi em Nova Iorque. No evento, que reuniu cerca de 200 pessoas do setor,
o presidente da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto, destacou a importância
do novo contrato: “Esse lançamento pode contribuir para o aumento
da liquidez global dos contratos de commodities, com sólida âncora em
um produto correto.” Manoel Felix disse ainda que a alavancagem do
agronegócio a partir do etanol irá gerar novos consumidores, com mais
consciência sobre o meio ambiente.
Jonathan Blair/Corbis/LatinStock

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