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A INTERAÇÃO COMO FATOR PRIMORDIAL PARA A


CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO EM SALA DE
AULA

Letícia Paulliny Araújo do Nascimento1


Ana Luiza Gomes de Oliveira2
Centro Educacional Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Formação Pedagógica para Graduados em Matemática (FGP0083/1) – Estágio I
26/05/18

RESUMO
Este trabalho reflete através do olhar sob o ambiente escolar, em especial nas aulas da
disciplina de matemática, a relevância de haver durante as aulas de matemática um espaço
destinado ao diálogo e aos questionamentos, para contribuir na construção do conhecimento
matemático em sala de aula. O objetivo deste estudo é salientar a importância da interação
entre aluno-professor e aluno-aluno no processo de ensino-aprendizagem da matemática. A
metodologia utilizada segue os caminhos das ciências sociais e humanas a partir de um
trabalho bibliográfico e de observação, que nos auxiliou a conhecer os sujeitos e o lugar. Os
Resultados nos revelam que há um aumento significativo no rendimento em sala de aula quando
o aluno tem a oportunidade de explicar os seus raciocínios. Mas, para que isto aconteça, faz-
se necessário que o professor trabalhe com uma didática que não intitule a matemática apenas
como uma disciplina que se aplica fórmulas, mas que ele apresente aos alunos uma disciplina
onde se possa discutir sobre o assunto e que também se possa trabalhar com a resolução de
problemas, para assim despertar nos alunos a curiosidade de se construir o caminho para
encontrar uma solução. A partir dessa interação e troca de ideias em sala de aula, o professor
contribuirá para despertar o interesse dos alunos pela matemática, como também estará
proporcionando aos alunos uma série de aprendizagens.

Palavras-chave: Interação; Ensino-aprendizagem; Matemática.

INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho foi-me despertado no processo de estágio de observação, na


Escola de Tempo Integral Áurea Pinheiro Braga, situada na Avenida Brasil s/n, no bairro Santo
Agostinho, na cidade de Manaus. A escola foi inaugurada em fevereiro de 2011, com objetivo
de atender a educação básica de ensino, nas modalidades do Ensino Fundamental II e Ensino
Médio, favorecendo a aprendizagem de crianças e adolescentes da comunidade e adjacências
em período integral. As atividades na escola tiveram início apenas em fevereiro de 2015, pois

1
Bacharel em Matemática Aplicada, Manaus. E-mail: lpaulliny@gmail.com.
2
Mestre em Educação. Tutora externa – UNIASSELVI, Manaus. E-mail: analuiza.gomesdeoliveira@gmail.com.
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no período de 2011 a 2014 as instalações da escola foram cedidas para a Escola Estadual
Senador Petrônio Portella, devido ao prédio da referida escola estar em reforma.
De nossas observações em sala de aula, nos despertou o interesse pela área de
concentração Ensino e Aprendizagem na Matemática, tendo como objeto de estudo o processo
interacional durante as aulas de matemática. Nosso propósito neste estudo consiste em salientar
a importância da interação entre o aluno-professor e aluno-aluno, no processo de ensino-
aprendizagem da matemática. Este trabalho realiza uma viagem bibliográfica ancorada no
aporte metodológico das ciências sociais e humanas a partir dos Parâmetros Curriculares
Nacionais voltados para a Matemática, e também dos estudos de Alves (2007), Morin (2008),
dentre outros. De modo a traçar um ponto de encontro entre estes campos do saber, com a
vivência que tivemos durante o estágio de observação, para refletir sobre a importância da
interação para a construção do conhecimento matemático em sala de aula.
De acordo com Brait (2001) a interação é um componente do processo de comunicação,
de significação, de construção de sentido e que faz parte de todo ato de linguagem. O ensino da
matemática não deve ser trabalhado de forma repetitória, em que o professor ensina um
determinado assunto, em seguida, designa alguns exercícios, e na aula seguinte só dá o visto no
caderno dos alunos. Pelo contrário, nosso intuito com esse trabalho é mostrar que no decorrer
desse processo de ensino-aprendizagem da matemática, deve-se sempre que possível, dá a
oportunidade para o aluno comentar os seus raciocínios para a resolução de um determinado
exercício, ou seja, dá a chance assim como nos diz Carvalho (2009) do aluno descrever sobre
as relações apreendidas, os procedimentos adotados e suas justificativas.
Dá vez e voz para o aluno no decorrer das aulas, possibilitará ao professor observar se
houve algum ruído no ensino de determinado assunto, isto é, ele passará a conhecer melhor as
habilidades e também as dificuldades que cada aluno apresenta. O que proporcionará um maior
rendimento no processo de construção do conhecimento matemático em sala de aula.
Neste paper explanamos uma fundamentação teórica sobre o tema proposto, em seguida
relatamos sobre a vivência durante o estágio de observação, e por fim tecemos algumas
considerações finais, apresentando sobre a importância do estágio para a nossa formação, as
impressões que tivemos do mesmo, e os resultados obtidos.

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


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Desde a gênese dos tempos, a comunicação foi de fundamental importância para a vida
da humanidade, sendo uma ferramenta de integração, de instrução, de troca de informações e
desenvolvimento. A palavra comunicação que deriva do latim communicare, que significa
partilhar, tornar comum, ou seja, a partir da troca de ideias, há uma interação com os demais, e
como nos diz Morin (2008, p. 75) “a multiplicação das comunicações de todos os tipos entre
indivíduos tece uma rede social cada vez mais complexa, a qual permite o crescimento das
comunicações e favorece o desenvolvimento dos indivíduos”.
É a partir deste pensamento de troca ideias e de multiplicações das comunicações, que
nos propomos observar o processo interacional no ambiente escolar, durante as aulas de
matemática nas turmas do Ensino Fundamental II e no Ensino Médio. O processo de conhecer
o espaço a partir do olhar, nos torna capazes de analisar o ambiente da sala de aula por outra
vertente, isto é, um olhar de não mais como alunos, mais como pessoas que também contribuirão
para a construção do conhecimento de outros alunos.
Sabemos que o universo de uma sala de aula, é um ambiente de aprendizado, tanto
intelectual quanto social, pois o aluno não aprende somente os conhecimentos científicos que
lhe são repassados pelo professor, mas também aprende a conviver e a desenvolver tarefas em
grupo, a interagir com o todo que o rodeia. A matemática neste processo de novas descobertas
é de fundamental importância, pois ela “é um artifício intelectual que permite explorar
possibilidades de manipulação dos objetos” (ALVES; 2000, p. 66). Na matemática se tem um
leque de oportunidades a se explorar, que no decorrer da educação básica é estruturada com
base na grade curricular de cada série.
A cada ano letivo são apresentados novos assuntos, que vão sendo somados aos já
conhecidos pelos alunos. O aprender como um todo é uma caixinha onde há a união do
conhecido e do desconhecido (MORIN, 2008), onde o novo se fortalece com a base que foi lhe
dada no passado. Este é justamente o ponto de maior importância no processo de
ensinoaprendizagem da matemática, pois muitas vezes, a base não é tão bem fundamentada
como deveria, o que acaba gerando uma bola de neve que se prolonga por toda a vida escolar.
O porquê de muitas vezes ouvirmos uma pessoa dizendo que não gosta de matemática,
porque é muito difícil, porque não tem capacidade. São inúmeras as justificativas, que surgem
para explicar a lacuna que se teve no decorrer do processo de ensino-aprendizagem da
matemática. Esta ocorrência pode está relacionada ao fato deste aluno não ter dito a chance de
expressar as suas dificuldades com um assunto em um determinado momento.
Sabemos que há alunos que não consegue às vezes se expressar por vergonha de errar,
por vergonha dos outros rirem, dentre outros motivos. Sobre este aspecto o professor deve
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procurar dialogar com o aluno, pois como afirma Brasil (1997), o educador ao procurar
identificar mediante a observação e o diálogo como o aluno está pensando, obtém as pistas para
compreender a dificuldades que o aluno apresenta, e partir disto poderá interferir para auxiliá-
lo.
Este é o momento em que o professor deve apresentar um ambiente que seja confortável
para todos, no sentido de que todos estão na sala de aula para adquirir conhecimentos, que todos
têm o direito de falar na hora adequada para sanar suas dúvidas, deixando claro que a construção
da linguagem matemática não é um processo individual, mas um processo de comunicação entre
aluno-professor, professor-aluno e entre aluno-aluno (CARVALHO, 2009). Um processo onde,
“a linguagem comum e a linguagem matemática, articuladas entre si, possibilitam, ao aluno, dar
sentidos ao conhecimento matemático, podendo expressá-lo nos momentos de interação no
contexto da sala de aula”. (FANIZZI, 2012, p. 322)
A questão levantada por Fanizzi pode ser associada ao momento de resolução de
exercícios em sala de aula, pois pode ser visto pelo professor como uma ocasião para que os
alunos possam expor suas ideias, comentar sobre os métodos que foram empregados para a
elaboração da resposta, e também para argumentarem, pois o trabalho intelectual do aluno não
se resume apenas a informações sobre o saber, pelo contrário, envolve também afirmações,
elaborações, declarações a propósito da validade do saber (PAIS, 2015). E de acordo com os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) voltados para a matemática, quando o professor
trabalha o ensino da matemática de forma coletiva, ele proporciona aos alunos uma série de
aprendizagens, como:

perceber que além de buscar a solução para uma situação proposta devem
cooperar para resolvê-la e chegar a um consenso; saber explicitar o próprio
pensamento e tentar compreender o pensamento do outro; discutir as dúvidas,
assumir que as soluções dos outros fazem sentido e persistir na tentativa de
construir suas próprias ideias; incorporar soluções alternativas, reestruturar e
ampliar a compreensão acerca dos conceitos envolvidos nas situações e, desse
modo, aprender. (BRASIL, 1997, p. 31).

O grande valor que deve ser passado pelo professor aos seus alunos durante as aulas de
matemática, é que não se deve apenas aplicar as fórmulas para encontrar a solução, pelo
contrário, deve ser ensinado o que está por trás dessas fórmulas, para dá significado a cada
elemento que nela aparece. E como enfatiza Pais (2015) o professor deve valorizar o raciocínio
lógico e argumentativo, ou seja, despertar no aluno o hábito de fazer uso de seu raciocínio e de
cultivar o gosto pela resolução de problemas. Um ponto importante é que, não se trata de
qualquer problema,
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mas daqueles aos quais respondem os conteúdos que se quer transmitir. Por
meio deles, os alunos constroem seus conhecimentos, posto que promovem
atividades de busca nas quais se põem em prática os conhecimentos já
construídos adaptando como ferramentas de solução para esta nova situação.
Isto é uma mudança de enfoque radical, uma vez que a resolução de problemas
não se reduza ao momento da “aplicação” daquilo que foi previamente
ensinado. (PANIZZA, 2006, p. 113)

A questão levantada pela autora é de estrema importância, pois o conhecimento da


matemática não se resulta tão somente em operar modelos, mas assim como as demais ciências,
para conhecê-la é necessário aprender a traduzir, a construir, para depois solucionar um
problema (MORIN, 2008), posto que, se deve aprender a traduzir em signos suas ideias, depois
construir a partir de princípios sistemas cognitivos, e por fim solucionar o problema para
adequar o que se foi construído à realidade (MORIN, 2008).
É nesta perspectiva de dá vez e voz ao aluno, que Guimarães (2012) propõe que também
seja levado em conta o aspecto de individualização no ensino, onde entendesse com
individualização como um processo em que,

o educador pode interagir durante suas aulas com todos os seus alunos,
atendendo às necessidades individuais destes. Independente do número de
alunos em sala de aula, essa proposta busca garantir o desenvolvimento das
potencialidades de cada um deles. (GUIMARÃES, 2012, p. 151)

Desta forma, que o professor tenha sempre mente, a importância de dialogar e interagir
com o aluno, uma vez que, ele tem o papel de impulsionar os alunos de uma forma positiva a
querer ser curioso, criativo, questionador e de ir atrás dos tesouros da ciência. E que a partir
desse diálogo o educador também possa despertar nos alunos um olhar que mostra que esta
grande ciência não se resume apenas nas quatro operações básicas, e que tão pouco é um bicho
de sete cabeças. Mas, uma ciência que lhe ensina a ver o mundo de outro ponto de vista.
E como enfatiza Russell (1961), importante matemático do século XX, “a matemática,
corretamente visualizada, possui não apenas verdade, mas uma beleza suprema”.

VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

O estágio de observação nos proporcionou mergulhar em águas já conhecidas, mas ao


mesmo tempo nos trouxe a sensação de estarmos mergulhando em novas águas pela primeira
vez. Isto porque, voltar ao ambiente escolar, nos fez reviver a nossa trajetória como alunos,
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proporcionando um momento onde pudemos relacionar os pensamentos novos e passados para


analisar o novo que se apresenta. Posto que nossas lembranças, juntamente com os
conhecimentos apreendidos nesta nossa fase, nos proporcionou olhar para esse ambiente não
mais como alunos, mas agora como futuros professores. Isto porque, passamos a refletir sobre
esse ambiente por outro ângulo, o que antes passava despercebido, passou a ser observado de
forma individualizada, onde se despertou um olhar minucioso para cada cenário.
A escola que nos permitiu passar por essa experiência como estagiária na disciplina de
matemática, foi a Escola Estadual de Tempo Integral Áurea Pinheiro Braga, situada na Avenida
Brasil s/n, no bairro Santo Agostinho, na cidade de Manaus. Esta escola apresenta uma
infraestrutura significativa, com um prédio de dois andares, quadra poliesportiva, piscina,
refeitório, armários para todos os alunos, dentre outros. O que mais nos chamou atenção (digo
no plural, pois havia também uma amiga que estava estagiando na mesma disciplina), não foi
apenas a grandeza física da instituição, mas também a parte humana dela, pois desde o primeiro
momento fomos tratadas como parte da família Áurea Braga, uma vez que, todos os
funcionários, professores e alunos nos receberam de forma acolhedora.
A Coordenação Pedagógica da escola nos deixou confortáveis para a realização do
estágio, sendo compreensível com a tarefa que tínhamos que desempenhar, nos apresentou o
Projeto Político Pedagógico (PPP) e o Plano de Gestão da escola para obtermos algumas
informações que precisávamos para o desenvolvimento do Projeto de Estágio, e posteriormente
este Paper. A Coordenação Pedagógica nos permitiu acompanhar três professoras de
matemática, sendo duas do Ensino Fundamental II, e uma do Ensino Médio.
Ao iniciarmos o processo de acompanhar as professoras durante as aulas de matemática,
nos sentíamos um pouco nervosas, pois não sabíamos como os alunos iriam nos receber em sala
de aula. Porém a recepção foi melhor do que esperávamos, em cada turma, as professoras nos
apresentavam para os alunos, e diziam que nós estávamos na sala para observar as aulas, mas
que nós também poderíamos ajudá-los para sanar suas dúvidas, caso precisassem. Foi
surpreendente como a cada nova aula, pudemos conhecer melhor os alunos apenas em observá-
los, o que nos proporcionou refletir sobre como interagir com os alunos; como tornar a aula
mais a tratativa; como abordar um assunto ou como usar de outras metodologias para ensiná-
los. Foram inúmeras as situações que se apresentaram e que nos propôs pensar em nossa prática
como futuras professoras.
O estágio foi um momento tanto de aprendizado quanto de reflexão, pois ele nos
permitiu sentir na prática como é ser um professor de matemática nos dias atuais, visto que hoje
os alunos estão sempre conectados a internet, o que acaba tornando o papel do professor muito
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mais desafiador, no sentido de tornar a aula mais dinâmica, que desperte a atenção dos alunos.
Isto ficou perceptível durante o processo de observação, pois durante as aulas “tradicionais” os
alunos não demonstravam tanto interesse, mas quando a professora utilizava de artifícios como
levá-los para a sala de informática, ou introduzia os jogos durante as aulas, eles interagiam mais
e a aula fluía com um maior aproveitamento.
Durante o processo de estágio, percebemos algo muito importante que é aprender a
analisar o olhar dos alunos, pois como enfatiza Karnal (2012), o olhar dos alunos diz com
absoluta naturalidade sobre o andamento de tudo. Isto ficou nítido durante as aulas, pois à
medida que novos conhecimentos eram repassados, os olhares dos alunos respondiam de uma
forma diferente, ás vezes demonstravam que estavam com dúvidas, outras vezes um olhar mais
alegre, demonstrando que haviam entendido o assunto. Ficou claro que aprender a identificar
o significado destes olhares pode servir como um termômetro para nós futuros professores, pois
a partir do olhar dos alunos podemos medir o rendimento das aulas, e também para sabermos
onde precisamos melhorar.
O tempo que passamos estagiando na escola Áurea Braga, foi enriquecedor para a
construção da nossa identidade profissional, pois além de aprender durante a observação em
sala de aula, aprendemos também ao dialogar com os professores em outros momentos, pois
eles nos explicaram sobre a didática usada em cada sala, nos ensinando que cada turma possui
suas particularidades, e que por isso devemos trabalhar com uma metodologia flexível, pois em
cada sala de aula, os alunos respondem de uma maneira distinta a determinados assuntos. Sobre
este aprendizado proporcionado pela vivência no ambiente escolar, Pimenta nos diz que,
o estágio passa a ser um retrato vivo da prática docente e professor-aluno terá
muito a dizer, a ensinar, a expressar sua realidade e de seus colegas de
profissões, de seus alunos, que nesse mesmo tempo histórico vivenciam os
mesmos desafios e as mesmas crises na escola e na sociedade. Nesse processo,
encontram possibilidade para ressignificar suas identidades profissionais, pois
estas, não são algo acabado. (PIMENTA 2004, p. 127)

O estágio foi um momento que nos possibilitou relacionar os conhecimentos científicos


apreendidos durante a graduação com a prática pedagógica, pois a partir dele vamos moldando
o nosso eu professor, visto que a vivência escolar, a interação com os alunos e professores, nos
ensinou que não estamos numa escola apenas para repassar os conhecimentos, mas que nós
devemos está sempre atento para ver além do visível e do invisível.

IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS)


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A experiência proporcionada pelo estágio foi muito enriquecedora, pois saímos da escola
Áurea Braga com outra visão do que é ser professor, e qual tipo de professor queremos ser
quando ocuparmos tal lugar, pois este momento destinado ao estágio nos fez refletir que ser
professor não significa tão somente repassar os conteúdos programados, mas, vai além disso,
pois uma aula não se resume apenas no que o professor ensina, mas como ele ensina. Ou seja,
o professor não deve seguir uma metodologia fixa, e sim deve adaptá-la para cada situação, pois
cada aluno apresenta singularidades que devem ser respeitadas, visto que cada um aprende de
uma forma diferente, e em tempos diferentes.
Esta vivência no ambiente escolar fez-me voltar o olhar para o processo interativo
durante as aulas de matemática, onde tínhamos como objetivo salientar a importância da
interação entre aluno-professor, professor-aluno e entre aluno-aluno, durante as aulas de
matemática, mostrando que há um aumento significativo no rendimento em sala de aula quando
o aluno tem a oportunidade de explicar os seus raciocínios. Porém, para conquistar tal resultado
faz-se necessário, que o professor trabalhe com uma didática que não intitule a matemática
apenas como uma disciplina que se aplica fórmulas, mas que ele apresente aos alunos uma
disciplina onde se possa discutir sobre o assunto e que também onde se possa trabalhar com a
resolução de problemas sobre determinado conteúdo, para assim, despertar nos alunos a
curiosidade de se construir o caminho para encontrar uma solução, o que contribuirá para
despertar o interesse do aluno pela matemática.
Essas indagações e o desejo de dialogar com os autores sobre tal temática são reflexos
de um curto período de tempo que tivemos para a realização do estágio, contudo foi um tempo
crucial para o desabrochar do eu professor, pois entrar no ambiente da sala de aula lhe faz abrir
os olhos de tal forma, que em um instante o seu eu professor toma a frente, e junto com ele
emerge o desejo de guiar os alunos que ali estão, e de lhes fazerem aprender sobre a disciplina
de uma forma prazerosa, de mostrar que a matemática quando se revela para você ela lhe
apresenta e lhe faz ver o mundo de outra forma.
REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e a suas regras. 12ª edição, São
Paulo: Edições Loyola, 2007.

BRAIT, Beth. O processo iteracional. In: PRETI, D. (org.). Análise de textos orais. São Paulo:
Humanitas FELCH/USP.
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BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:


matemática. Brasília: MEC/ SEF, 1997.

CARVALHO, Dione Lucchesi de. Metodologia do ensino de matemática. 3ª edição, São


Paulo: Cortez, 2009.

FANIZZI, Sueli. A importância da iteração nas aulas de Matemática: da elaboração oral


à construção de conhecimentos. Revista Educ. Matem. Pesq. São Paulo, v.14, n.2, pp.317336,
2012.

GUIMARÃES, Karina Perez. Desafios e perspectivas para o ensino da matemática.


Curitiba: InterSaberes, 2012.

KARNAL, Leandro. Conversas com um jovem professor. São Paulo: Contexto, 2012.
MASCARENHAS, Sidnei Augusto. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2012.

MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. Tradução Juremir Machado


da Silva. 4ª edição, Porto Alegre: Sulina, 2008.

PAIS, Luiz Carlos. Didática da Matemática: uma análise da influência francesa. 3 ed. Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

PANIZZA, Mabel. Ensinar matemática na educação infantil e nas séries iniciais: análise e
propostas. Traduzido por Antonio Feltirn. Porto Alegre: Artmed, 2006.

PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e Docência. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2004).

RUSSELL, Bertrand. Misticismo e Lógica. Traduzidos por José Rovira Armengol. Paidos.
Buenos Aires, 1961.
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FICHAS AVALIATIVAS
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