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Faculdade de Tecnologia – FT
Departamento de Engenharia Elétrica – ENE
Por:
Carlos Alberto Freire Maia Júnior
Noemi Souza Alves da Silva
ORIENTADOR
Prof. Alcides Leandro da Silva
ii
Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Tecnologia – FT
Departamento de Engenharia Elétrica – ENE
Por:
Carlos Alberto Freire Maia Júnior
Noemi Souza Alves da Silva
Banca Examinadora:
_____________________________________________________
Prof. Alcides Leandro da Silva, Mestre (UnB)
(orientador)
_____________________________________________________
Prof. Francisco Damasceno Freitas, Doutor (Unb)
(examinador interno)
_____________________________________________________
Eng. Antônio André de Albuquerque Oliveira, ETB
(examinador externo)
iii
RESUMO
iv
DEDICATÓRIAS
Aos meus filhos, Victor e Domenik, por terem me ajudado com seu amor, carinho e
compreensão;
Ao meu marido, Abmael, por sempre ter acreditado em mim, por me ajudar em
assuntos técnicos que nem ele compreendia e, assim como meus filhos, soube entender meus
momentos de alegria e tristeza e ausências motivadas por assuntos em busca de minha
formação, sem, no entanto deixar de tanto me amar.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, pois sem o dom da vida jamais poderia realizar este
trabalho;
Ao professor Alcides Leandro, que sempre com sua dedicação e amor ao trabalho
nos orientou;
Aos responsáveis técnicos dos laboratórios da Engenharia Mecânica, Engenharia
Elétrica e da Física pela atenção indispensada às nossas visitas;
E a colega de trabalho Noemi pelo seu interesse e disponibilidade para concluir este
trabalho com zelo e afinco.
A Deus, autor da minha vida, por permitir que se cumprisse mais esta etapa da minha
vida;
Aos meus pais, irmãos, filhos e marido por acreditarem no meu potencial;
Ao meu companheiro de projeto Carlos Freire;
Ao professor Alcides Leandro, que durante este período mostrou-se mais que um
orientador, mostrou-se um grande amigo.
vi
SUMÁRIO
1. Introdução ...........................................................................................................................1
2.3.1. Tetanização..............................................................................................10
2.5.1.2.Pele humana...................................................................................23
vii
2.5.1.4.Resistência do corpo humano de acordo com a classificação da
pele.................................................................................................27
pele.................................................................................................28
viii
3.4. Aterramento.............................................................................................................46
3.4.1. Fundamentos................................................................................................46
3.4.1.1.3.Aterramento de Trabalho...................................................48
3.4.1.3.Condutor de Proteção............................................................51
Aterramento.......................................................................................................................66
6.0. Simulação de uma Falha para a Terra e Comportamento do Sistema de Proteção Contra
Choque Elétrico.................................................................................................................76
ix
6.3.Análise do Comportamento de Proteção dos Equipamentos pela Falha ou
7.0. Conclusão..........................................................................................................................87
x
LISTA DE FIGURAS
xi
Figura 27: Plugues (3P + T) e (3P + T + N)...........................................................................68
Figura 28: Foto do quadro geral da oficina da Engenharia Mecânica.....................................70
Figura 29: Percurso da corrente de falta fase-massa num esquema TN..................................71
Figura 30: Foto do aterramento do gerador de plasma...........................................................74
Figura 31: Falta fase-massa....................................................................................................76
Figura 32: Teste de continuidade do condutor de aterramento...............................................78
Figura 33: Medição da resistência entre o terra-fase, terra-neutro e terra-massa...................78
Figura 34: Equipamento sem condutor terra..........................................................................79
Figura 35: Equipamento com condutor terra.........................................................................79
Figura 36: Foto de uma falta fasse-massa na bancada de experimentos.............................80
Figura 37: Foto de um condutor verde em contato com bancada de experimentos............81
Figura 38: Foto da simulação com uma Dispositivo diferencial-Residual (DR)..................83
xii
LISTA DE TABELAS
xiii
1.0 – INTRODUÇÃO
1
explanados a natureza do choque elétrico, suas conseqüências e meios de primeiros
socorros.
2. No capitulo 3, trabalhou-se a questão do aterramento com suas diversas modalidades
de conexão a terra, tanto do neutro quanto das cargas, como forma preconizada para
se prevenir acidentes.
3. O capitulo 4 apresenta dados sobre o corpo humano e suas interações com a corrente
elétrica.
4. Os laboratórios visitados aparecem no capitulo 6. Após visitar a diversos laboratórios
da Faculdade de Tecnologia e do Instituto Central de Ciência –ICC, optou-se por
trabalhar com três grandes deles:
- Laboratório de plasma, pelas características do gerador de plasma;
- Laboratório da Engenharia Mecânica no galpão do SG-9, pela extensão das
diversidades dos equipamentos de porte: soldadores, prensas hidráulicas,
tornos, plainas.
- Laboratório de Instalações Elétricas, pela natureza das montagens nas
bancadas envolvendo experimentos energizados com participação de mais de
cem alunos dos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e
Engenharia Civil.
5. No capitulo 7, simulações serão apresentadas no laboratório de Instalações Elétricas e
medidas preventivas serão apontadas para se evitar ocorrência com envolvimento de
alunos, técnicos e professores.
6. Na conclusão, com base nas analises, são apontadas soluções práticas para serem
implementadas nos laboratórios pesquisados.
Salienta-se, em razão da extensão e seriedade do tema, que as unidades acadêmicas do
campus devem ser comunicadas, sobre as condições dos laboratórios, seguindo-se com
levantamento para adequação e prevenção de acidentes.
2
2.0 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3
1. Impedância elétrica do corpo humano.
2. Efeitos da corrente alternada de freqüências compreendidas entre 15 Hz e 100 Hz.
3. Efeitos da corrente continua.
4
- Pressão de contato;
- Umidade da superfície de contato;
- Duração do contato;
- Tensão de contato;
- Fatores psicológicos.
Esses fatores basicamente definem a intensidade de corrente que irá circular pelo corpo,
corrente essa geralmente expressa em miliamperes.
O percurso e o tempo de duração da passagem da corrente são também muito
importantes nos efeitos que serão produzidos no corpo. As correntes mais perigosas são as
que atravessam o corpo de mão a mão, da mão esquerda para os pés ou da cabeça para os
pés, pois afetam diretamente o coração. Se a superfície de contato do corpo estiver úmida ou
suada e os pés molhados, a intensidade de corrente pode assumir valores muito elevados,
produzindo efeitos gravíssimos.
Quanto à natureza do choque, pode advir por contato com um circuito energizado, por
meio de um corpo carregado eletricamente ou por uma descarga atmosférica [26].
5
2.2.1.2 - Choque produzido pelo contato com um corpo carregado eletricamente
Aqui, o choque elétrico poderá ser produzido por eletricidade estática, originada, por
exemplo, por um capacitor carregado. Na maioria das vezes o choque não provoca efeitos
danosos ao corpo, porque a duração depende da descarga do capacitor que normalmente
ocorre em pequenos espaços de tempo.
O choque também pode ser produzido por ação direta ou indireta de descargas
atmosféricas. Os choques dessa natureza geralmente são instantâneos e fatais por causa das
altas voltagens e corrente (de 60kA a 100kA).
Macro choque é definido quando a corrente do choque entra no corpo humano pelo
lado externo. A corrente entra pela pele, invade o corpo e sai novamente pela pele. Ou seja,
ocorpo humano está com toda a sua resistência no trajeto da corrente. Macro choque é o
choque a que está sujeito um indivíduo comum.
Ao passar pelo corpo humano a corrente elétrica danifica os tecidos e lesa os tecidos
nervosos e cerebrais, provoca coágulos nos vasos sanguíneos e pode paralisar a respiração e
os músculos cardíacos. A corrente elétrica pode matar imediatamente ou pode colocar a
pessoa inconsciente, a corrente faz os músculos se contraírem a 60 ciclos por segundo, que é
6
a freqüência da corrente alternada. A sensibilidade do organismo à passagem de corrente
elétrica inicia em um ponto conhecido como Limiar de Sensação e que ocorre com uma
intensidade de corrente de 1mA para corrente alternada e 5mA para corrente contínua.
I – Intensidade;
II – Tempo de contato;
III – Percurso;
IV – Impedância do corpo humano
É importante salientar que desde 1974, através da publicação no 479 da IEC, eram
definidas cinco zonas de efeitos para correntes alternadas de 50 ou 60 Hz e leva em
consideração pessoas que pesam 50 kg e um trajeto de corrente entre as extremidades do
corpo (mão/mão ou mão/pé), mostradas na Figura 1[2].
A Zona 1 é aquela em que a corrente elétrica não produz reação alguma no corpo
humano. Situa-se abaixo do chamado limiar de percepção (0,5 mA) e é representada pela reta
a da Figura 1. É importante salientar que esse valor varia de acordo com a pessoa, sendo
menor para mulheres e crianças.
A Zona 2 é aquela em que a corrente não produz nenhum efeito patofisiológico
perigoso. Está entre o limiar de percepção e a curva limite de corrente patofisiologicamente
perigoso (curva b) e é dada pela expressão 2.1 a seguir.
10
I = IL + (2.1)
t
Onde I é o valor eficaz da corrente (mA), IL é o limite de largar (valor eficaz) igual a 10 mA
(em mulheres) e t é o tempo de duração do choque.
Na Zona 3, compreendida entre a curva b e a curva c, não há risco de fibrilação
ventricular, mas a corrente pode provocar outros inconvenientes, tais como: parada cardíaca,
parada respiratória e contrações musculares, geralmente reversíveis.
7
Na Zona 4, a corrente do choque elétrico pode provocar fibrilação ventricular, com
uma probabilidade que vai de 0,5% (curva c) a 50% (curva d).
Na Zona 5, situada após a curva d, há o perigo efetivo da ocorrência de fibrilação
ventricular.
Fonte: IEC479/1974
Figura 1 – Zonas de efeito de corrente alternada (de 50 e 60 Hz) sobre adultos.
8
Fonte: IEC-479/1974
Figura 2 – Zonas de efeito de corrente alternada (de 15 a 100 Hz) entre mão e pé sobre as pessoas.
A publicação no 479-1 da IEC define o fator de corrente do coração (F) como o fator
que relaciona a equivalência da corrente elétrica no coração para um dado percurso com uma
corrente que passa entre a mão esquerda e o pé. O fator de corrente do coração permite
calcular as correntes IH para percursos diferentes desse, que representam o mesmo perigo de
fibrilação ventricular que o correspondente à corrente de referência IREF, entre a mão esquerda
e o pé. Ou seja,
I REF
IH = (2.2)
F
Uma vez que os valores de F estão na Tabela 1, para trajetos diferentes da corrente elétrica
que passa pelo corpo humano.
9
TABELA 1 - Valores do fator de corrente do coração (F) para diferentes trajetos da corrente
Os principais efeitos que uma corrente (externa) pode produzir no corpo humano são
fundamentalmente quatro:
- Tetanização;
- Parada respiratória;
- Queimadura;
- Fibrilação ventricular.
2.3.1- Tetanização
10
somam. Seguidamente pode ocorrer um terceiro estímulo antes do músculo voltar ao repouso
e assim sucessivamente, a este fenômeno dá-se o nome de contração tetânica. Quando a
freqüência dos estímulos ultrapassar um certo limite o músculo é levado à contração
completa, permanecendo nessa condição até que cessem os estímulos, após o que lentamente
retorna ao estado de repouso.
O mesmo fenômeno descrito para uma fibra nervosa elementar ocorre, de forma muito
mais complexa, no corpo humano atravessado por uma corrente elétrica. As freqüências
usuais de 50 e 60 Hz são mais que suficientes para produzir uma tetanização completa.
Para valores mais elevados de corrente elétrica não ocorre a tetanização. A excitação
muscular pode ser suficientemente violenta de modo a provocar uma repulsão, podendo até o
indivíduo ser atirado a uma certa distância. A corrente contínua, desde que de intensidade e
duração suficientes, pode também produzir a tetanização; lembrando também que mesmo
para pequenos valores de corrente há um grande risco, isto porque a impedância do corpo
diminui com a duração do contato.
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2.3.3 - Queimadura
A corrente elétrica ao atravessar o corpo elétrico pode produzir queimadura por efeito
Joule. A situação torna-se mais crítica nos pontos de entrada e saída da corrente, isto porque
a pele tem uma alta resistência elétrica enquanto os tecidos internos são bons
condutores.Também a resistência de contato entre a pele e a superfície sob tensão soma-se à
resistência da pele; e a densidade de corrente é maior nos pontos de entrada e de saída da
corrente, tanto quanto for pequena a área de contato. As queimaduras agravam-se numa
relação direta com a densidade de corrente. Em alta tensão predominam-se os efeitos
térmicos da corrente, isto é, o calor produz a destruição dos tecidos superficiais e profundos
bem como o rompimento de artérias que desencadeiam hemorragia. As queimaduras
provenientes de choques elétricos são mais profundas e de mais difícil cura, podendo levar a
morte por insuficiência renal.
O indivíduo pode também entrar em contato com superfícies aquecidas por corrente
elétrica, cuja temperatura indica um defeito de sobrecarga na instalação. Caso haja formação
de arco elétrico a temperatura pode atingir valores bastante elevados que certamente destruirá
qualquer tecido humano atingido. Em alguns casos pode haver desprendimentos de partículas
incandescentes que irão produzir o mesmo efeito.
12
inicia a fibrilação a pressão arterial cai a zero, nestas condições não haverá irrigação
sanguínea pelo corpo, a pessoa desmaiará ficando assim em estado de morte aparente.
Fonte:KINDERMANN,2000.P.49;COTRIN,2003.P.98
Figura 3 – Eletrocardiograma que mostra a fibrilação ventricular e a pressão arterial
13
Fonte:KINDERMANN,2000.P.42
Figura 4 –Ciclo cardíaco com indicação do período vulnerável dos ventrículos
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a retornar ao estado de repouso; se a corrente atinge o coração nesse intervalo, a
probabilidade de iniciar a fibrilação aumenta consideravelmente;
- Correntes elevadas nem sempre provocam fibrilação, elas podem determinar uma parada
cardíaca, ou produzir alterações orgânicas permanentes no sistema cardíaco.
Para as freqüências industriais (50 - 60 Hz), desde que a intensidade não exceda o
valor de 9 mA, o choque não produz conseqüências graves, quando a corrente ultrapassa 9
mA, as contrações musculares tornam-se mais violentas e podem chegar a ponto de impedir
que a vítima se liberte do contato com o circuito, se a região torácica for atingida poderão
ocorrer asfixia e morte aparente, caso em que a vítima morre se não for socorrida a tempo.
Correntes maiores que 20 mA são muito perigosas, mesmo quando atuam durante curto
15
espaço de tempo, as correntes da ordem de 100 mA, quando atingem a zona do coração,
produzem fibrilação ventricular em apenas 2 ou 3 segundos, e a morte é praticamente certa.
Correntes de alguns ampéres, além de asfixia pela paralisação do sistema respiratório,
produzem queimaduras extremamente graves, com necrose dos tecidos, nesta faixa de
corrente não é possível o salvamento, a morte é instantânea. A tabela 2 acima resume estas
informações [5].
De um modo geral, pode-se citar outros efeitos, tais como: eletrólise no sangue,
problemas renais, prolapso em órgãos ou músculos, perda da coordenação motora, perda da
sensibilidade, danos à visão e ao cérebro e perturbação no sistema nervoso.
Os danos que uma corrente podem fazer ao atravessar o corpo humano diminuem com
o aumento da freqüência, isto porque as correntes de altas freqüências tendem a passar pela
parte externa do corpo humano, não afetando órgãos vitais e interessando apenas a pele.
Porém há um outro problema que é o efeito térmico relacionado à distribuição não uniforme
de corrente no eletrodo de contato e no próprio corpo.
16
Fonte: IEC 479/1974
Gráfico 1 –Corrente elétrica versus freqüência
Fonte: www.corpodebombeiro/primeirossocorros
17
2.5 - Impedância do Corpo Humano
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Considerando todas estas variáveis, é de fundamental importância perceber que a
impedância do corpo humano está intimamente ligada com todo o complexo da atividade
biológica, variando com a excitação, com a concentração mental, com o cansaço físico etc.
O corpo humano é uma massa eletrolítica, constituída de órgãos presos por músculos
fixados na estrutura óssea, tudo envolto pela pele.
Sendo o corpo humano um condutor, o mesmo estará sujeito à corrente elétrica, desde
que acidentalmente participe do circuito energizado.
A resistência do corpo humano diminui com o aumento da tensão do choque elétrico,
advindo daí, um perigo maior porque a corrente aumenta. Ou seja, a resposta do
comportamento da resistência do corpo humano em relação ao nível da tensão elétrica do
choque é contrária à segurança humana.
No macro-choque, a corrente elétrica passa por três barreiras que se opõem ao choque.
As barreiras são constituídas por impedâncias formadas por:
19
Fonte: FREIBERG,1934
Figura 5 - Modelo Equivalente de Impedância do corpo humano
Onde;
Zpele => impedância equivalente da pele humana.
Ztotal => impedância total do corpo humano.
Zinterna => impedância interna do corpo humano.
A impedância da pele do corpo humano será melhor analisada nos itens 2.5.1.2, 2.5.1.3
e 2.5.1.4.
A impedância interna do corpo humano, de acordo com o modelo da figura 5, é
levemente capacitiva. Geralmente o efeito capacitivo do corpo é desprezado e a impedância
interna passa a ser resistiva.
C. F. Dalziel atribui 500 Ω como sendo o máximo valor de resistência do corpo humano
entre as extremidades, isto é, o maior percurso da corrente elétrica do choque.
Após pesquisa, U. Sam [23], determinou a resistência interna do corpo humano para
várias possibilidades de percurso da corrente do choque. Todos os valores da resistência
interna mostrada na figura 6 são valores percentuais da resistência interna entre as duas mãos,
relativos ao percurso (trecho) considerado.
O número entre parênteses representa o valor percentual da resistência interna do corpo
humano, relativo ao percurso da corrente elétrica entre as duas mãos segurando um eletrodo
energizado e o ponto considerado, em relação à resistência entre as duas mãos.
Para um choque entre a cabeça e a mão esquerda, por exemplo, a resistência interna
deste trecho é de 50% da resistência interna entre as entre as duas mãos.
Isto é, para a mesma tensão de contato, a corrente de choque entre cabeça e a mão é o
dobro do choque entre mãos.
20
Fonte: KINDERMANN,2000.P.96
Figura 6 – Resistência interna do corpo humano para diferentes percursos
21
A tensão de contato é definida como a tensão que possa aparecer acidentalmente,
quando de uma falha de isolamento, entre duas partes simultaneamente acessíveis. A tensão
de contato presumida é considerada como sendo o mais alto valor de tensão de contato que
possa manifestar-se no caso de ocorrer uma falha.
Fonte:KINDERMANN,2000.P.98
Gráfico 2 - Impedância total do corpo humano x tensão de contato
A proteção contra choque elétrico tem como critério o limite admissível da tensão de
contato, ou seja, o produto da corrente que passa pelo corpo humano por sua impedância
total, em função do tempo. A tabela 4 apresenta valores da impedância total do corpo
humano em função da tensão de contato[2]. Os valores de impedância nela indicados são
validos para seres vivos, considerando um trajeto mão a mão ou mão a pé, com superfícies de
contato variando de 50 a 100 cm2, condições secas e correntes alternadas. Seus valores
mostram também que para uma tensão de contato de 50V aplicada à impedância total do
corpo humano em 95% dos casos pode atingir até 4.375 Ω, enquanto em 5% dos casos pode
baixar até cerca de 1.450 Ω. Com 220 V a situação é bem mais delicada, uma vez que 95%
dos casos a impedância pode atingir 2.125 Ω, enquanto em 5% dos casos pode reduzir-se a
1.000 Ω.
22
Atualmente, estes valores são aceitos para até 250V. Isto porque a partir desta tensão a
pele é danificada, mudando acentuadamente o perfil da impedância total do corpo humano. A
partir de 700V, o dano destrói completamente a pele.
23
Figura 7 – Pele Humana
A derme é constituída de vasos e nervos, por isso é úmida e boa condutora. É pela
derme que as correntes de choque de altas freqüências percorrem. Se o choque em alta
freqüência for elevado, toda a derme é queimada e dissolvida, tornando-se um pasta
gelatinosa. A epiderme perde a aderência com o corpo, ficando flácida e caída.
De acordo com o modelo da figura 5, o circuito equivalente da pele é representado por
uma impedância capacitiva. Em termos de equivalente elétrico, a pele tem uma estrutura
composta de camada semicondutora e pequenos elementos condutores (poros).
• Tensão de contato;
• Freqüência elétrica;
• Tempo de choque;
• Área de contato;
• Pressão de contato;
• Temperatura da pele;
• Tipo da pele.
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Fonte: KINDERMANN,2000.p.100
Gráfico 3 - Dano na pele humana
Onde:
Zona 1 => nenhum dano na pele;
Zonas 2 => pequenas mudanças na pele, vermelhidão em torno do eletrodo;
Zona 3 => dano acentuado na pele na região do eletrodo com (até)
Formação de bolhas;
Zona 4 =>queimaduras profundas, chegando até a carbonizar a pele.
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ao choque elétrico, a pele humana é classificada [3] pelo seu estado, respectivamente, quanto
ao seu grau de umidade, sendo enquadrada em 4 categorias de acordo com a Tabela 5.
Código Características
Classificação Aplicações e Exemplos
da Pele da Pele
26
com chuveiro ou ducha.
Já no código BB4 a pele está extremamente macia, úmida e frágil, a resistência elétrica
é baixa. O choque, em conseqüência, é violento.
Para efetuar um projeto seguro da instalação elétrica, consorciada com o seu
aterramento elétrico, deve-se considerar o tipo de atividade sob as 4 classificações da pele, em
termos do risco de fibrilação ventricular.
27
Para os trabalhadores do setor elétrico em geral, considera-se a situação BB2 da pele
humana. Neste caso, a resistência do corpo tende a saturar no valor de 10000 quando a tensão
do choque chega até o valor de 250 Volts, sob o ponto de vista do risco da fibrilação
ventricular do coração. Por este motivo, a resistência do corpo humano recomendada pela
IEEE-80, referência [17], é de 10000. Valor este usado nos projetos de dimensionamento dos
sistemas de aterramento [12], relativos à segurança humana, porque o choque nestas
condições não danifica a pele.
Não tem sentido estimar a resistência do corpo humano para choque elétrico em alta
tensão. Isto porque a corrente do choque em alta tensão é grande, queima, danifica e derrete a
pele, a morte é causada antes por queimaduras e não por fibrilação ventricular.
Onde:
28
Fonte: NF C 15-100,1982
Gráfico 4 - Corrente x tempo de choque
29
energizada da rede, equipamentos ou circuitos da instalação elétrica.
Fonte: KINDERMANN,2000.P.106
Gráfico 5 - Curva de segurança S de tensão para cada condição da pele humana
30
2.6.1- Tensão de toque
Fonte: KINDERMANN,2000.P.16
Figura 8- Tensão de toque
No solo, a corrente de curto-circuito gerará potenciais distintos desde o "pé" da torre até
uma distância remota. Este potencial é representado pela curva da figura 8.
No momento do curto-circuito se uma pessoa tocar a torre, ficará submetida a um
choque proveniente da tensão de toque. Entre a palma da mão e o pé haverá uma diferença de
potencial chamada de tensão de toque. Por Norma, e nos projetos de Sistema de Aterramento,
considera-se que a pessoa está afastada de 1m do equipamento em que está tocando com a
mão. Neste caso, a resistência RI representa a resistência da terra do "pé" da torre até a
distância de 1m. O restante do trecho da terra é representado pela resistência R2.
31
Cada pé em contato com o solo terá uma resistência de contato representado por
Rcontato.
Assim, defini-se tensão de toque conforme expressão 2.3,
RCONTATO
VTOQUE = ( RCORPOHUMANO + ).I TOQUE (2.3)
2
RCONTATO = 3ρ S (2.4)
Onde:
3.ρ S
VTOQUE = (1000 + ).I TOQUE
2
32
Observe que a tensão de passo diminui à medida que a pessoa se afasta do aterramento.
A tensão de passo será máxima quando um pé estiver junto à haste de terra e o outro, afastado
um metro.
Fonte: KINDERMANN,2000.P.18
Figura 9- Tensão de passo
O aterramento só estará bom se a pior tensão de passo for menor do que o limite de
tensão de passo para não causar fibrilação ventricular no ser humano.
A tensão de passo é menos perigosa do que a tensão de toque. Isto se deve ao fato do
coração não estar no percurso da corrente, no caso da tensão de passo. Esta corrente vai de pé
33
a pé, mas mesmo assim ela também é perigosa. As veias e artérias vão da planta do pé até o
coração. Sendo o sangue condutor a corrente de choque devido à tensão de passo vai do pé até
o coração e deste ao outro pé. Por este motivo, a tensão de passo é também perigosa e pode
provocar a fibrilação ventricular.
Observe-se que as tensões geradas no solo pelo curto-circuito criam superfícies
equipotenciais. Se a pessoa estiver com os dois pés na mesma superfície de potencial, a tensão
de passo será nula, não havendo choque elétrico.
Um agravante é que a corrente de choque devido à tensão de passo contrai os músculos
da perna e coxa, fazendo a pessoa cair, e, ao tocar no solo com as mãos, a tensão se transforma
em tensão de toque no solo, conforme mostra figura 10. Neste caso, o perigo é maior, porque
o coração está contido no percurso da corrente de choque.
34
3.0 - PROTEÇÃO PARA GARANTIR A SEGURANÇA CONTRA
CHOQUE ELETRICO
Para a proteção contra choques elétricos há três grupos de medidas [1], descritas a
seguir:
- Medidas de proteção contra contatos diretos e indiretos;
- Medidas de proteção contra contatos diretos;
- Medidas de proteção contra contatos indiretos.
35
3.1. - Proteção contra contatos diretos
Os métodos para proteção contra choques elétricos podem ser divididos em dois
grupos[3]. São eles: proteção passiva e proteção ativa.
A proteção passiva (sem o condutor PE) tem o objetivo de limitar a corrente elétrica
que por uma falta atravessaria o corpo humano ou impedir o acesso de pessoa a partes vivas.
Estas medidas não prevêem a interrupção de circuitos com falta. A proteção passiva pode
ser:
As barreiras ou invólucros são destinados a impedir todo contato com as partes vivas
da instalação elétrica.
Os obstáculos são destinados a impedir os contatos fortuitos com partes vivas, mas
não os contatos voluntários por uma tentativa deliberada de contorno de obstáculo.
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3.1.1.4 - Proteção parcial por colocação fora de alcance
3.1.2–Proteção Ativa
A proteção passiva (sem o condutor PE) tem o objetivo de limitar a corrente elétrica
que por uma falta atravessaria o corpo humano ou impedir o acesso de pessoa a partes vivas.
Estas medidas não prevêem a interrupção de circuitos com falta. A proteção passiva pode
ser:
A proteção passiva (sem o condutor PE) tem o objetivo de limitar a corrente elétrica
que por uma falta atravessaria o corpo humano ou impedir o acesso de pessoa a partes vivas.
37
Estas medidas não prevêem a interrupção de circuitos com falta. A proteção passiva
pode ser:
A proteção deve ser garantida pela utilização de qualquer uma das soluções a), b) e c)
expostas a seguir:
a) equipamentos que tenham sido submetidos aos ensaios de tipo e marcados
conforme as normas aplicáveis, a saber:
- equipamentos com isolação dupla ou reforçada (classe II);
- conjuntos pré-fabricados de equipamentos com isolação total;
b) uma isolação suplementar, aplicada (aos equipamentos elétricos que possuem
apenas uma isolação básica) durante a execução da instalação elétrica;
Uma isolação reforçada, aplicada às partes vivas não isoladas e montada durante a
execução da instalação.
São considerados locais não condutores aqueles cujas paredes e pisos apresentam
resistência mínima, em qualquer ponto, de 50kΩ, se a tensão nominal da instalação não for
superior a 500V, ou de 100kΩ, se a tensão nominal da instalação for superior a 500V. É o
caso de locais de com piso de madeira ou com revestimento não removível de material
isolante e paredes de alvenaria.
Nos locais não condutores, a proteção passiva contra contatos indiretos é garantida se
as pessoas não puderem entrar em contato simultaneamente com duas massas ou com uma
massa e um elemento condutor que não faça parte da instalação, caso tais elementos sejam
suscetíveis de encontrarem-se em potenciais diferentes no caso de falta elétrica das partes
vivas.
38
3.2.1.3 – Proteção por ligações equipotenciais locais não aterradas
A proteção passiva (sem o condutor PE) tem o objetivo de limitar a corrente elétrica
que por uma falta atravessaria o corpo humano ou impedir o acesso de pessoa a partes vivas.
Estas medidas não prevêem a interrupção de circuitos com falta. A proteção passiva pode
ser:
39
3.2.2.1 – Proteção por seccionamento automático da alimentação
A extrabaixa tensão de segurança, denominada pela NBR 5410 de SELV (do inglês,
Safety Extra-Low Voltage) é considerada pela norma como medida de proteção contra
contatos diretos e contra contatos indiretos, envolvendo prescrições relativas à alimentação e
a instalação dos circuitos.
A sigla PELV (do inglês, Protective Extra-Low Voltage), é adotada para variante
aterrada do SELV.
A característica principal do PELV é limitar a tensão dos circuitos alimentados a
valores que não possam, mesmo em caso de falha, ser superiores à tensão de contato limite,
UL, evitando assim riscos para a vida humana no caso de contatos diretos ou indiretos.
Os circuitos SELV e PELV devem ser alimentados por fontes que proporcionem uma
completa separação galvânica entre eles e os circuitos a tensão mais elevada ou por fontes
autônomas.
Quando, por razoes funcionais, for usada extrabaixa tensão, mas não for possível ou
necessário respeitar quaisquer das condições impostas a SELV e a PELV, a extrabaixa tensão
não pode ser considerada “de segurança”. A NBR 5410 utiliza o termo extrabaixa tensão
funcional denominada de FELV (do inglês, Functional Extra-Low Voltage).
A FELV não se constitui por si só em uma medida de proteção, devendo ser
complementada por outras medidas.
As medidas de proteção por seccionamento automático da alimentação independem da
qualidade da instalação. De acordo com elas, um dispositivo de proteção deve promover o
seccionamento de um circuito quando da ocorrência de uma falta para terra, impedindo a
40
permanência da situação que possa resultar em perigo para as pessoas. Para aplicação destas
medidas de proteção é necessária a coordenação entre o esquema de aterramento e as
características dos dispositivos de proteção, sendo considerado os seguintes esquemas:
- Esquema TN
- Esquema TT;
- Esquema IT.
A tabela 7 [2] apresenta uma classificação dos métodos de proteção contra choques
elétricos prescritos pela NBR 5410.
Para a seleção das medidas de proteção contra choques elétricos (por contato direto ou
indireto), a NBR 5410 recomenda que sejam especialmente observadas as seguintes condições
de influências externas:
41
1) BA - competência das pessoas
A tabela 8 [3] resume a competência das pessoas, que leva em conta a capacidade física,
conhecimento técnico e experiência com serviços elétricos.
Nas condições BBI e BB2, considera-se o contato entre as duas mãos ou entre uma mão
e os pés. É o caso, por exemplo, de uma pessoa com os pés no chão que toca com a mão um
objeto sob tensão.Nas condições BB3 (pele molhada), e BB4 (pele imersa em água) admite-se
o contato duplo entre as duas mãos e os dois pés; por exemplo, uma pessoa com os pés
molhados que toca com as mãos, também molhadas, um objeto energizado (BB3) ou que toma
42
um banho de imersão (BB4).
Nas condições de contato nulo com o potencial da terra (BCI), não existe qualquer
elemento condutor no local considerado; em particular, o piso e as paredes são isolantes.
Nessa situação podem, eventualmente, ser admitidos contatos diretos com um único condutor
(parte viva). Na condição de contatos fracos (BC2), o piso e as paredes são isolantes, mas
podem existir elementos condutores em pequena quantidade ou de pequenas dimensões, que
geralmente não são tocados por pessoas ou, então, as pessoas que os tocam não estão em
contato simultâneo com massas de equipamentos elétricos. Os locais BCI e BC2 são
chamados de locais não condutores; é o caso de salas, quartos e escritórios, como por
exemplo, pisos de madeira e paredes de alvenaria.
43
A NBR 5410 define três situações, descritas a seguir:
- Situação 1 (locais secos / úmidos): corresponde às condições (BB2 + BC1), (BB2 + BC2) e
(BB2 + BC3); mais encontrada nos locais residenciais, comerciais e industrias;
- Situação 2 (locais molhados, pele molhada, solo/piso com baixa resistência): corresponde às
condições (BB2 + BC4) e BB3 com qualquer condição BC; é encontrado em áreas externas,
canteiro de obra, campings;
- Situação 3 (banheiros e piscinas): corresponde à condição BB4 com qualquer condição BC.
A NBR 5410 considera a proteção contra contatos indiretos a partir da relação entre
tensão de contato e tempo máximo de duração respectivo. Assim, se houver uma falha na
isolação de um equipamento, a alimentação do circuito envolvido deve ser interrompida em
um dado tempo máximo pelo seccionamento automático da alimentação. Esta relação é
apresentada para as situações 1 e 2 na tabela 10 [4] e no gráfico 7 [4].
A tensão de contato limite pode ser definida como sendo o maior valor de tensão que se
pode manifestar, no caso de ocorrer falta de impedância desprezível. Para as situações 1 e 2
será o valor assintótico da tensão, ou seja, 50 V na situação 1 e 25 V na situação 2,
considerando tensões alternadas de 15 a 100 Hz e, respectivamente 120 e 60 V, para as
tensões contínuas sem ondulação. Uma tensão contínua sem ondulação é convencionalmente definida
como apresentando uma faixa de ondulação não superior a 10% em valor eficaz. Para freqüência de
100 a 1.000 Hz e para tensões contínuas retificadas, ainda não foram definidos os valores da tensão de
contato limite.
44
Tabela 10 – Duração máxima da tensão de contato presumida
(tensões alternadas de 15 a 100 Hz).
Tensão de contato Duração máxima (s)
(V) Situação 1 Situação 2
25 infinita 5,0
50 5 0,47
75 0,60 0,30
90 0,45 0,25
110 0,36 0,18
150 0,27 0,10
220 0,17 0,035
280 0,12 0,020
350 0,08 -
500 0,04 -
Fonte: COTRIN, 2003.P.110
Para a Situação 3, devem ser fixados valores ainda menores para a tensão de contato limite.
Nesse caso, porém, a proteção por seccionamento automático da alimentação não é considerada
adequada, sendo necessárias medidas adicionais.
45
Gráfico 7 – Duração máxima da tensão de contato
3.4 – Aterramento
3.4.1 – Fundamentos
46
- Proteção contra descargas atmosféricas.
Essencialmente o objetivo do aterramento é interligar eletricamente objetos condutores
ou carregados, de maneira a ter as menores diferenças de potencial possíveis.
Funcionalmente, o aterramento proporciona:
- Ligação de baixa resistência com a terra, oferecendo um percurso de retorno entre o
ponto de defeito e a fonte, reduzindo os potenciais até a atuação de dispositivos de
proteção.
- Percurso de baixa resistência entre equipamento elétrico ou eletrônico e objetos metálicos
próximos, para minimizar os riscos pessoais no caso de defeito interno no equipamento.
- Percurso preferencial entre o ponto de ocorrência de uma descarga atmosférica em objeto
exposto e o solo.
- Percurso para sangria de descargas eletrostáticas, prevenindo a ocorrência de potenciais
perigosos, que possam causar um arco ou centelha.
- Criação de um plano comum de baixa impedância relativa entre dispositivos eletrônicos,
circuitos e sistemas.
O aterramento de proteção nada mais é do que a ligação à terra das massas dos
elementos condutores estranhos à instalação, visando à proteção contra choque elétrico por
contato indireto.
47
3.4.1.1.3 – Aterramento de trabalho
Figura 11 – Variação das tensões geradas no solo pela passagem da corrente em um eletrodo de aterramento.
48
A figura 11 mostra que o potencial próximo à haste varia de zero até UT, ou seja, o
potencial do solo diminui ao aumentar a distancia à haste, quase se anula num ponto
“suficientemente distante”.
Teoricamente a resistência de um condutor elétrico é dada por R= ρ.L/A, onde ρ é
resistividade, L, o comprimento percorrido pela corrente e A, a seção que a corrente
atravessa. Aqui a resistência é definida admitindo algumas hipóteses, tal como que a corrente
saia da haste perpendicularmente à sua superfície e que se difunda horizontalmente no
terreno, assim a corrente atravessa superfícies equipotenciais cilíndricas cada vez maiores à
medida que aumentar a distancia à haste.
Admitindo ρ constante, ou seja, terreno homogêneo, obtém-se a resistência de
aterramento dada a seguir:
49
A ligação de hastes em paralelo reduz a resistência de aterramento. Neste caso, para
que seja utilizada plenamente a possibilidade de dispersão da haste é necessário crava-la fora
da zona de dispersão da outra, ou seja, na região de potencial nulo. È comum utilizar o
afastamento entre hastes igual ou superior ao comprimento da haste. Para distância menor, a
eficiência das hastes é bastante reduzida. Desta forma, duas hastes que isoladamente dariam
resistências de aterramento de 10 ohms, quando colocadas em paralelo a uma distancia de 15
m darão uma resistência total de mais ou menos 5ohms; se a distância for de 10 m a
resistência total será mais ou menos 7 ohms.
A figura 13 mostra que a eficácia cresce na proporção direta ao número de hastes:
assim, com duas hastes a resistência cai pela metade, com quatro reduz-se a um quarto.
Já na figura 14 verifica-se uma eficiência reduzida, uma vez que uma haste está na zona
de dispersão da outra. Para mais de duas hastes a analise é análoga.
50
3.4.1.3 – Condutor de proteção
51
estejam separados pela distância equivalente a um passo (aproximadamente 1m). A tensão de
passo indicada na figura 14 depende da posição do passo no terreno em relação ao eletrodo
de aterramento. Considerando por exemplo, um eletrodo constituído por uma haste vertical
enterrada num terreno homogêneo, a tensão de passo máxima durante a dispersão será entre a
haste e qualquer ponto de uma circunferência equipotencial de raio igual a 1 m.
Tensão de falta, UF, é a tensão que aparece, quando de uma falha de isolamento, entre
uma massa e um eletrodo de aterramento de referência, ou seja, um ponto cujo potencial não
seja modificado pela energização da massa. Como visto anteriormente a tensão de contato,
UB, é a tensão que pode aparecer acidentalmente, quando de uma falha de isolamento, entre
duas partes simultaneamente acessíveis. Diante destes conceitos pode-se escrever UF = UB +
UR, onde UR é a tensão sobre a resistência entre o elemento condutor e a terra. Esta equação
mostra que a tensão de contato é, em geral, inferior a tensão de falta. Se o elemento condutor
estiver no potencial da terra, R = 0 e UR = 0, resultará, portanto em UF = UB.
Conseqüentemente em questões de segurança o que importa é a tensão de falta e não de
contato.
Os sistemas de distribuição de energia elétrica estão divididos em esquema de
condutores vivos e esquema de aterramento. No esquema de aterramento são levados em
consideração, principalmente, o modo de conexão do neutro da fonte de alimentação e as
massas das cargas em relação à referência de terra. Dependendo da maneira que é executada
essa conexão, podem ser obtidos os esquemas de aterramento convencionais, designados por
TN, TT e IT.[3]
Estatisticamente, a falta que mais acomete os sistemas elétricos, independentemente do
esquema de aterramento adotado é a monofásica para a terra, desde a fonte de alimentação
até os circuitos terminais[6].
3.4.2.1 – Esquema TN
52
O esquema TN será classificado como sendo do tipo TN-C quando as funções de
neutro e de proteção forem asseguradas pelo mesmo condutor (PEN) e será do tipo TN-S
quando as funções de neutro e proteção forem asseguradas por condutores distintos,
nomeados por condutor N (neutro) e PE (proteção). A figura 15 apresenta o modelo elétrico
do esquema de aterramento TN-S.
53
Fonte: COTRIN, 2003.P.339
Figura 16 – Modelo elétrico do esquema TN-C
54
A eliminação das faltas monofásicas para a terra no esquema de aterramento TN é
obtida por meio da atuação por sobrecorrente da proteção do circuito submetido a essa
situação. A vantagem dessa atuação é a rápida identificação do circuito em falta que pode ser
observada pela paralisação da carga sob sua alimentação, por corte no fornecimento de
energia elétrica. A maior desvantagem está no desligamento de um circuito que pode
comprometer a operação de equipamentos fundamentais ao andamento de um processo.
A impedância do caminho que a corrente de falta percorre no esquema TN-S é baixa,
pois esse caminho é formado principalmente por condutores. A figura 17 mostra um exemplo
do caminho percorrido pela corrente de falta que foi originada na carga suprida por esse
esquema de aterramento.
55
- ZF1, impedância de uma fase do circuito de alimentação principal;
- Zc, impedância de uma fase do circuito terminal;
- ZPE, impedância do condutor de proteção;
- If, corrente de falta;
- Dj, dispositivo de proteção contra as sobrecorrente.
No Brasil, o esquema TN é o mais comum, quando se tratam de instalações
alimentadas diretamente pela rede pública de baixa tensão da concessionária de energia
elétrica.
Nesse caso, quase sempre a instalação é do tipo TN-C até a entrada, onde o neutro e
aterrado por razões funcionais e segue instalação adentro separado do condutor de proteção
(TN-S). È fácil verificar que, se houver a perda do neutro antes da entrada consumidora o
sistema irá se transformar em TT.
Diante disto é razoável utilizar interruptores diferenciais residuais (DRs), mesmo em
sistema TN-S, para garantir a proteção das pessoas contra choques elétricos.
No esquema TN-C o rompimento de um condutor PEN numa instalação traz problemas
sérios para segurança, isto porque um equipamento alimentado com fase e neutro ficará
devido ao rompimento do PEN, com a massa num potencial igual ao da fase em relação ao
terra; a corrente de falta da isolação é bem elevada, é da ordem de quiloamperes (kA), por
isto este esquema é proibido em instalações móveis cujos condutores tenham seção inferior a
10mm2, em cobre, ou 16mm2, em alumínio, e condutores flexíveis. Este esquema é proibido
também em instalações onde há alto risco de incêndio ou explosão, neste caso é porque a
conexão da carga ao condutor PEN cria um fluxo de corrente na carga resultando em um alto
risco de incêndio e perturbações eletromagnéticas. Durante faltas de isolação estas correntes
de circulação são consideravelmente aumentadas, justificando assim sua proibição em locais
de alto risco de incêndio.
3.4.2.2 – Esquema TT
56
aterramento, independente do eletrodo da fonte. A figura 19 apresenta o modelo elétrico
desse esquema de aterramento.
57
Figura 20 – Caminho da falta no esquema TT.
3.4.2.3 – Esquema IT
58
às pesquisas sucessivas do operador, utilizando o alicate de corrente diferencial, nos diversos
ramos que compõem o sistema elétrico, até identificar o ponto de origem da falta.
O valor da impedância do caminho de falta para a terra no esquema IT é alto, pois este
envolve as impedâncias dos condutores de alimentação e proteção (ZF1+ ZC + ZPE), a
resistência de aterramento da carga (Rc), da fonte alimentação (Rt) e, principalmente, a
impedância limitadora da fonte de alimentação (ZL), quando essa for instalada. Dependendo
do valor atribuído para a impedância limitadora a corrente de falta para a terra será de baixa
intensidade. Desta forma, se uma falta monofásica para a terra se estabelecer, no sistema,
essa não causará a atuação do dispositivo de proteção contra as sobrecorrente. A figura 22
mostra um exemplo do caminho percorrido pela corrente de falta que foi originada na carga
suprida por esse esquema de aterramento.
A nomenclatura contida na figura 22 é igual a das figuras 20 e 18 acrescentado apenas
o CPI que representa o dispositivo de controle permanente da isolação.
Alguns processos do setor industrial, aeroespacial e militar exigem, em um único
sistema de distribuição de energia elétrica, as características individuais de operação de cada
esquema de aterramento convencional, ou seja, há necessidade de preservar a alimentação de
determinadas cargas de maior prioridade, cargas prioritárias, no processo, quando essas são
submetidas às faltas monofásicas para a terra. Nessa mesma situação, outras cargas de menor
prioridade, não prioritárias, podem ser retiradas de operação sem causar prejuízo para a
continuidade do processo.
59
Figura 22 – Caminho da falta no esquema IT.
A interrupção da alimentação por falta monofásica para a terra de uma carga que atende
o processo contínuo de uma indústria é um exemplo que pode causar prejuízos materiais
significativos. Circuitos de navegação e comunicação de aeronaves, radares de aeroportos e
sistemas de teledestruição de campos de lançamento de foguetes são exemplos de cargas do
setor aeroespacial que ao serem interrompidas, pelas faltas para a terra, podem colocar em
risco vidas humanas e bens materiais. Circuitos de navegação de aviões, de submarinos e de
barcos são exemplos de cargas prioritárias do setor militar.
Com o objetivo de atender as cargas prioritárias e as não prioritárias em um único
sistema de distribuição de energia elétrica, foi desenvolvido o Esquema de Aterramento
Híbrido (EAH). Esse esquema de aterramento combina as características de imunidade do
esquema IT com a rápida abertura por sobrecorrente do circuito submetido à falta
monofásica para a terra do TN [7].
60
4.0 – PRIMEIROS SOCORROS
1 minuto 95 %
2 minutos 90 %
3 minutos 75 %
4 minutos 50 %
5 minutos 25 %
6 minutos 1%
8 minutos 0,5 %
Fonte: www.Corpodebombeiro/primeirossocorros
61
4.1.1 – Procedimentos Gerais
62
O tempo de aplicação é indeterminado, podendo atingir 5 horas ou mais, enquanto
houver calor no corpo da vítima e esta não apresentar rigidez cadavérica há possibilidade de
salvamento.
O revezamento de pessoas, durante a aplicação deve ser feito de modo a não alterar o
ritmo da respiração artificial.
Ao ter reinício a respiração natural, sintonize o ritmo da respiração artificial com a
natural.
Depois de recuperada a vítima, mantenha-a em repouso e agasalhada, não permitindo
que se levante ou se sente, mesmo que para isso precise usar força, não lhe de beber, a fim de
evitar que se engasgue, após a recuperação total da vítima, pode dar lhe então café ou chá
quente.
Não aplique injeção alguma, até que a vítima respire normalmente.
Este caso aplica-se em qualquer caso de colapso respiratório, como no caso de
pessoas intoxicadas por gases venenosos ou que sofram afogamentos.
Na maioria dos casos de acidente por choque elétrico, a morte é apenas aparente, por
isso socorra a vítima rapidamente sem perda de tempo.
O método de respiração artificial consiste em um conjunto de manobras mecânicas
por meio dos quais o ar, em certo e determinado ritmo, é forçado a entrar e sair
alternadamente dos pulmões.Os passos para aplicação deste método são descritos a seguir:
1- Deite a vítima de bruços com a cabeça voltada para um dos lados e a face apoiada
sobre uma das mãos tendo o cuidado de manter a boca da vítima sempre livre.
2- Ajoelhe-se junto à cabeça da vítima e coloque as palmas das mãos exatamente nas
costas abaixo dos ombros com os polegares se tocando ligeiramente.
3- Em seguida lentamente transfira o peso do seu corpo para os braços esticados, até
que estes fiquem em posição vertical, exercendo pressão firme sobre o tórax.
4- Deite o corpo para trás, deixando as mãos escorregarem pelos braços da vítima até
um pouco acima dos seus cotovelos; segure-os com firmeza e continue jogando o corpo para
trás, levante os braços da vítima até que sinta resistência: abaixe-os então até a posição
inicial, completando o ciclo, repita a operação no ritmo de 10 a 12 vezes por minuto.
63
4.1.2- Método da respiração artificial Boca-a-Boca
Fonte: corpodebombeiros/primeirossocorros
Figura 23 – Método da respiração artificial boca-a-boca
64
1- Pressione levemente com as pontas dos dedos indicador e médio a carótida, quase
localizada no pescoço, junto ao pomo de Adão (Gogó).
2- Levante a pálpebra de um dos olhos da vítima, se a pupila (menina dos olhos) se
contrair, é sinal que o coração está funcionando, caso contrario, se a pupila permanecer
dilatada, isto é, sem reação, é sinal de que houve uma parada cardíaca.
Fonte:www.corpodebombeiros/primeirossocorros
65
5.0 – LEVANTAMENTO DOS LABORATÓRIOS COM GRANDES
EQUIPAMENTOS E SEUS SISTEMAS DE ATERRAMENTO
66
As tomadas devem ter três pinos de acordo com a figura 25, com fios condutores
contínuos, bem dimensionados e com emendas bem feitas. Observando a tomada de frente,
as ligações devem ser feitas conforme indicado pelas letras N = Neutro, F = Fase e T = Terra.
A malha de aterramento deverá ser equalizada em todos os pontos de conexão de terra, ou
seja, deverá partir de um único ponto de conexão, a terra, e distribuída aos diversos locais.
Deverá ser verificada sua resistência em toda a extensão. Todas as tomadas deverão estar
corretamente fixadas. O neutro e o terra não podem estar interligados nas tomadas. O ponto
de aterramento deve ter no máximo 10 ohms de resistência, de acordo com o item 5.1.3.1.2
da ABNT 5419 (Para assegurar a dispersão da corrente de descarga atmosférica na terra sem
causar sobretensões perigosas, o arranjo e as dimensões do subsistema de aterramento são
mais importantes que o próprio valor da resistência de aterramento. Entretanto, recomenda-
se, para o caso de eletrodos não naturais, uma resistência de aproximadamente 10Ω, como
forma de reduzir os gradientes de potencial no solo e a probabilidade de centelhamento
perigoso).
67
Após uma inspeção visual verificou-se que a prensa hidráulica é alimentada através de
um plugue de três pinos, conforme mostra a figura 26 a seguir, para uma alimentação
trifásica de 380 V, 60Hz.
Para uma alimentação trifásica o plugue da alimentação deve ser de quatro ou cinco
pinos. O quarto ou quinto pino tem a função primordial de oferecer segurança ao operador do
equipamento. Ao se ligar um destes plugues a tomada, com o 4o ou 5o realmente aterrado,
todas as partes metálicas externas do equipamento também ficarão aterradas. Se ocorrer
algum defeito interno, principalmente provocado por choques externos, tal que alguma parte
"viva"entre em contato com a carcaça metálica, o fio terra escoará a corrente elétrica para a
terra sem limitação de corrente, queimando assim o fusível de proteção e desergenizando o
equipamento, protegendo assim seu operador.
Diante do exposto, está evidente a irregularidade na alimentação da prensa hidráulica.
Os modelos de plugues para esta prensa estão ilustrados na figura 27.
Prosseguindo com a inspeção visual verificou-se também que não havia nenhuma
conexão da carcaça com a terra.
O passo seguinte foi verificar o esquema de aterramento das instalações do prédio, e o
que foi constatado é que existe uma malha de aterramento com resistência de terra de 2Ω
68
(medido). Uma solução para a prensa hidráulica seria aterrar sua carcaça a malha de
aterramento da edificação, num esquema TN-S.
O transformador que alimenta os laboratórios desta oficina não se encontra aterrado na
origem da instalação, dele parte quatro condutores (3F + N) que chegam no quadro de
distribuição da oficina, onde o neutro é então aterrado. A NBR 5410/97 no item 4.2.2.2.4 diz
que quando uma instalação for alimentada em baixa tensão, o condutor neutro deve ser
aterrado na origem da instalação, logo a alimentação desta oficina não está de acordo com as
normas técnicas de segurança em instalações de baixa tensão.
O quadro de distribuição geral foi recentemente trocado, porém a instalação elétrica
não foi refeita. Na instalação elétrica antiga há uma barra PE, onde o neutro do
transformador é aterrado, nesta barra existe uma conexão para a malha de aterramento, feita
através de um fio de 10mm2. Se ocorresse uma descarga atmosférica na rede de alimentação
o neutro do transformador seria o caminho da corrente de escoamento que chegaria na barra
PE do quadro geral dentro da oficina. Da barra PE para a malha de aterramento o fio de
10mm2 certamente não suportaria esta corrente, haveria um centelhamento, pondo em risco a
segurança dos equipamentos e pessoas da que trabalham na oficina.
A figura 28 mostra a foto do quadro geral novo, onde a barra PE está com somente uma
conexão, que vem da barra PE da instalação antiga, todos os equipamentos aterrados na
oficina estão ligados a antiga barra PE. A figura 34 mostra também uma barra de neutro no
quadro sem nenhuma conexão. Troca-se o quadro por um que está dentro das condições de
segurança, exigido pelas normas técnicas, porém não se faz as devidas mudanças na
instalação elétrica para usufruto desta segurança.
Como o neutro do transformador chega a barra PE e dela não segue para barra de
neutro, do quadro de distribuição, tem-se uma barra PEN de onde partirão os condutores
PEN para diversas máquinas. Esta situação mostra que o esquema de aterramento nesta
oficina é o TN-C, ou seja, o condutor PEN juntamente com as massas da instalação é
aterrado em uma mesma malha de aterramento existentes na edificação. Neste esquema de
aterramento a tensão das massas em condições normais é igual à tensão no ponto de ligação
entre o neutro e as massas. Se por algum motivo houver o rompimento do condutor PEN o
problema é sério, as massas alimentadas com fase e neutro ficarão, devido ao rompimento do
PEN, com a massa num potencial igual ao da fase em relação ao terra. A corrente de falta da
69
isolação é bem elevada, é da ordem de quiloamperes (kA). Por isto, este esquema é proibido
em instalações onde haja risco de incêndio ou explosão. Nesta oficina há uma área com
vários botijões de gás que alimentam maçaricos, que não deixa de representar risco de
incêndio.
A figura 29 indica uma situação de falta fase-massa num esquema TN. São
consideradas a resistência de aterramento do secundário do transformador, RB, a resistência e
resistência de aterramento do secundário do transformador, RE e XE, a resistência e a
reatância dos condutores fases, desde o transformador até a massa sob falta, RL e XL, a
resistência e a reatância dos condutores de proteção, desde a massa sob falta até o terminal de
aterramento principal, RPE e XPE, a impedância de falta, ZF, a impedância do corpo humano,
ZH, e a resistência entre a pessoa a terra (resistência do piso, se for o caso, do sapato, R).
70
Figura 29 – Percurso da corrente de falta fase-massa num esquema TN
Será considerada apenas a malha superior como caminho da corrente de falta, visto que
os valores de ZH, R e RB, normalmente são muito superiores a impedância total dos circuitos
de proteção. Para uma falta fase-massa, ZF = o, logo a impedância, ZS, deste percurso é dada
pela expressão 5.1.
(5.1)
(5.2)
(5.3)
71
Dividindo-se Uo/UB, chega-se na expressão 5.4.
(5.4)
(5.5)
(5.6)
(5.7)
Nestas condições o novo valor de Uo/UB será dado pela expressão 5.8.
(5.8)
As duas relações aqui demonstradas de Uo/UB mostram que à medida que esta relação
cresce, e, o perigo diminui (Uo é constante), ao diminuir a impedância dos condutores de
proteção, ou seja, ao aumentar sua seção.
Ao contrario do que muito supõe, o simples aterramento das massas (sua ligação aos
condutores de proteção) não é suficiente para garantir uma situação segura. Nesta ultima
relação de Uo/UB, considerando RPE = RL (condutores de proteção de mesmo tipo) e
desprezando RE, obtém-se:
72
- Uo = 220 V UB = 110 V
ZS.Ia ≤ Uo
73
5.2 – Laboratório de Plasma
No laboratório de plasma, localizado no ICC-Sul, foi feita uma inspeção visual das
condições de segurança contra contatos indiretos. Neste laboratório havia um gerador de
plasma, que chamou bastante atenção, devido à maneira como ele estava “aterrado”.
74
individual, logo o aterramento pode ser TT ou IT, dependendo da maneira como o neutro da
alimentação estiver aterrado.
Em edificações com a dimensão do ICC-Sul jamais se poderia pensar em um
esquema de aterramento onde as massas ficassem isoladamente aterradas. Se houver uma
sobrecarga em qualquer ponto desta edificação a corrente conduzida à terra trará efeitos
danosos a outros pontos causados pela indução eletromagnética gerada. No caso do gerador
de plasma o aterramento existente para escoamento de corrente poderá servir como uma
“fonte de corrente”, colocando assim em risco o seu funcionamento e a segurança das
pessoas que o manuseiam.
Assim a solução para este problema é fazer uma malha de aterramento em volta de
toda a edificação, assegurando que, no caso de sobretensão, não haja diferença de potencial
entre nenhum ponto; desta maneira toda a corrente será drenada para terra sem causar
indução eletromagnética e tampouco colocar em risco as pessoas que trabalham em contato
com quaisquer máquinas.
75
6.0 – SIMULAÇÃO DE UMA FALHA PARA A TERRA E
COMPORTAMENTO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA
CHOQUE ELÉTRICO
76
Através de uma análise visual procurou-se identificar o tipo de esquema de
aterramento de um ponto da fonte de alimentação da instalação e as massas dos equipamentos
entre o neutro e o terra existente no laboratório e constatamos o esquema TN-S onde o
condutor neutro e terra são distintos. Neste tipo de configuração o percurso da corrente fase-
massa é de impedância baixa , o que proporciona corrente de valores elevados , suficiente para
ser detectado e interrompido por disjuntores ou fusível .
A análise visual objetivava confirmar se os componentes elétricos ligados
permanentemente à instalação estavam em conformidade com as normas NBR 5410/97 de
instalações elétricas de baixa tensão quanto às medidas contra choques elétricos e de proteção
por seccionamento automático da alimentação contra contatos indiretos e diretos, conforme
itens 5.1, 5.1.3.1, 5.1.2.5, 5.7.2 , 5.8.1.2 e 5.8.1.3 da NBR 5410/97 e itens 10.1.2, 10.2.1.1,
10.2.1.4, 10.2.1.5 e 10.2.1.6 da NR-10 instalações e serviços em eletricidade e sem danos
visíveis , capazes de comprometer seu funcionamento de segurança.
Para constatar a proteção ativa complementar contra contatos diretos e indiretos para
seccionamento automático na alimentação da instalação do esquema de aterramento TN-S
(esquema de aterramento onde o neutro e o terra são separados em condutores distintos em
toda a instalação) do laboratório de instalações elétricas onde o condutor de proteção
desempenha um papel de grande importância foi medida a resistência do condutor de proteção
e verificou-se a sua continuidade . Na verificação da continuidade pode-se ver que entre o
terminal de aterramento principal e o terminal de aterramento da tomada de corrente da
bancada de experimentos do laboratório de instalações elétricas que , de fato o condutor terra
apresentava continuidade ao longo de toda a instalação como ilustrado na figura 32.
Com o intuíto de investigar a qualidade do aterramento medimos com um
multímetro, na escala de tensão, a tensão fase-terra, fase-neutro, terra-neutro e a bancada de
trabalho (massa) do laboratório de instalações elétricas ao terminal de aterramento como
ilustrado na figura 33.
Verificou-se que a tensão entre terra-neutro e o terra com a bancada de trabalho do
laboratório foi muito baixa, o que significa dizer que não há quase diferença de potencial entre
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eles e o aterramento da instalação está satisfatório . As tensões entre fase-terra e fase-neutro
também foram medidas e foi observado que a tensão fase-terra ficou em torno de 3V, maior
que a tensão fase-neutro, ou seja, há uma pequena tensão no condutor neutro e o terra se
encontra com uma impedância muito baixa comprovando a qualidade do aterramento.
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Depois de constatado que o laboratório de instalações elétricas está em um nível bom
de segurança quanto ao risco de choque elétrico realizou-se uma simulação de uma falha fase-
massa da bancada de experimentos para a terra sem o condutor de aterramento conforme
mostrado na figura 34 .
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E em seguida com o condutor de aterramento ligado à bancada de experimentos do
laboratório de instalações elétricas simulou-se novamente um falha fase-massa para a terra
conforme figura 35 acima.
Para observar o comportamento dos dispositivos de proteção foi utilizado um kit
previamente montado pelo professor de instalações elétricas constituído por uma lâmpada para
representar a massa energizada e um potenciômetro para simular a impedância do corpo
humano . Feita as devidas ligações do kit e do dispositivo de proteção contra sobrecorrente
(fusível) o condutor energizado foi colocado em contato com a carcaça e verificou-se que a
lâmpada acendeu indicando que a fase estava na massa conforme foto da fig.36.
Após certificação de que a bancada estava com tensão de 220V, fez-se o contato de um
condutor com a bancada, representando um contato acidental de um aluno com a massa
energizada (ver foto da figura 37). Quase que instantaneamente o dispositivo de proteção
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(fusível) atuou. Demonstra este experimento, que a corrente que circularia por uma pessoa sob
choque elétrico seria muito menor que a que atravessou o dispositivo de proteção. Se não
existisse o condutor de proteção (PE) a corrente do circuito não aumentaria e a proteção
(fusível) não iria desligar o circuito, ou seja, a corrente que circularia pelo corpo seria elevada.
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constatado que a massa estava sob potencial da fase da alimentação verificou-se que o
dispositivo diferencial-residual (DR) com sensibilidade de 30 miliampéres (mA) instalado na
bancada não disparou , pois não encontrou corrente diferencial-residual, ou seja, não
encontrou corrente de “fuga” nas isolações da bancada e nem para a terra . Se uma pessoa
tocasse a bancada, naquele momento, o DR iria disparar e seccionar o circuito em fração de
segundos.
Posteriormente, fez-se contato com a bancada ao lado através de um condutor ligado
ao DR conforme foto da figura 38, o DR atuou porque detectou uma corrente diferencial-
residual através da alimentação. Foi desconectado o plugue de alimentação, tornando assim,
impossível a circulação de qualquer corrente diferencial-residual, o dispositivo DR não atuou ,
pois a bancada ao lado estava isolada por pés de borracha e no mesmo potencial da bancada
onde estava instalado o DR.
Após realização destas simulações ficou bastante evidente que no laboratório de
instalações elétricas os alunos, técnicos e professores estão sujeitos a sofrerem um choque
elétrico por contato acidental em um condutor energizado ou por contato indireto com a
bancada de experimentos. Apesar do laboratório apresentar um sistema de proteção contra
sobrecorrente e botões de segurança para seccionar a alimentação das bancadas, o nível de
segurança do laboratório deve ser melhorado com a instalação de dispositivos diferenciais-
residuais (DR´s) conforme prevê a norma NBR-5410/97 nos seus itens 5.1.2.5.1 (Qualquer
que seja o esquema de aterramento, devem ser objeto de proteção complementar contra
contatos diretos por dispositivos a corrente diferencial-residual-DR de alta sensibilidade, isto
é, com corrente diferencial-residual igual ou inferior a 30mA) e 5.1.3.1.(O seccionamento
automático da alimentação destina-se a evitar que uma tensão de contato se mantenha por um
tempo que possa resultar em risco de efeito fisiológico perigoso para as pessoas).
Tendo em vista o uso do DR nestas simulações deve-se distinguir o conceito do uso de
DR`s na proteção contra contatos indiretos e na proteção complementar contra contatos
diretos. É importante observar dois aspectos essenciais da proteção contra contatos indiretos
por seccionamento da alimentação.
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Figura 38 – Foto da simulação com um Dispositivo diferencial-Residual (DR)
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devem ser ligadas a condutores de proteção nas condições de 5.1.3.1.4 a 5.1.3.1.6 para cada
esquema de aterramento. Massas simultaneamente acessíveis devem ser ligadas à mesma rede
de aterramento-individualmente, por grupos ou coletivamente). Assim, por exemplo, se uma
pessoa que se encontra isolada do potencial da terra tocar simultaneamente duas fases de um
sistema de alimentação, não haverá corrente de fuga para a terra, e, portanto o dispositivo DR
enxergará a pessoa como uma carga qualquer, deixando, portanto, de atuar [21].
Sabe-se que os efeitos do choque elétrico serão tanto maiores quanto maiores forem às
superfícies de contato do corpo humano em contato com o condutor e com a terra, a
intensidade da corrente, o percurso da corrente no corpo humano e o tempo de duração do
choque. O organismo humano é mais sensível a corrente alternada de 60 Hz que à corrente
contínua . O corpo humano comporta-se como um condutor complexo, mas numa
simplificação , pode-se modelá-lo como um condutor simples e homogêneo. Suponha,
portanto, que interposto a um circuito energizado sob tensão U, o corpo seja percorrido por
um corrente elétrica i, determinada pela equação 6.1 abaixo;
U
i= (6.1)
R contato1 + R contato2 + R corpo
Onde Rcont.1 e Rcont.2 são resistências de contato do corpo com os condutores ou entre
condutor e terra. Rcorpo é a resistência do corpo à passagem de corrente elétrica. Dependendo
do percurso, isto é , dos pontos de ligação do corpo com as partes energizadas do circuito, a
resistência do corpo humano é da ordem de 15.000 ohms por cm2 de pele e 500 ohms entre as
extremidades (desde a palma da mão à planta do pé) atribuídas por C.F. Dalziel .
Em virtude dos riscos de choque elétrico em um contato acidental de um aluno no
laboratório de instalações elétricas, fez-se um cálculo da corrente a que o mesmo ficará
submetido e uma previsão dos efeitos patofisiológicos, resultantes da intensidade da corrente
pelo tempo de choque segundo a figura 1. Deve-se para isso considerar a área de contato da
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pele das pontas dos dedos ou da palma da mão do aluno, supor que haja uma corrente de fuga
da bancada, que a bancada esteja com os pés isolados e que o aluno que tocou a bancada esteja
calçado com sapatos de borracha . O efeito da corrente elétrica sobre este aluno sob tensão de
220V é medido levando em consideração que a área da palma da mão mede aproximadamente
60 a 80 cm2 e que ele tocou a bancada com uma área de contato da mão de 6 cm2 e as
resistências a considerar são:
Ficando com resistência total de 3000 ohms , ou seja, a corrente é de 73,3 mA,
podendo provocar segundo tabela 34 da IEC-479, sensação insuportável no indivíduo.
Contrações violentas, anoxia, anoxemia, asfixia , perturbações circulatórias graves inclusive
às vezes , fibrilação ventricular. Levando em consideração o valor da corrente com duração de
1 segundo, no gráfico da figura 2, obtém-se um ponto na curva C2 onde há probabilidade de
5% de ocorrer a fibrilação ventricular.
Recomenda-se, assim, que a bancada fique sobre pés metálicos e que sua carcaça seja
aterrada. Se a corrente de fuga se tornar excessiva, o disjuntor termomagnético de proteção
desarmará, o mesmo acontecendo se houver apenas dispositivo diferencial-residual. Se ocorrer
um curto-circuito, o fusível queimará , caso a proteção seja realizada com o auxílio do mesmo.
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Já no esquema aterramento IT geralmente a intensidade de corrente não é suficiente
para fazer o dispositivo de proteção contra sobrecorrente atuar, mas representa um perigo para
as pessoas que tocarem na massa energizada, devido as capacitâncias da linha em relação à
terra e à eventual impedância existente entre a alimentação e a terra.
No esquema TT se houver falha no aterramento do neutro ou da massa a proteção não
irá atuar ou demorar muito para atuar colocando em risco qualquer indivíduo que venha toca a
carcaça do equipamento.
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7.0 – CONCLUSÃO
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Lembrou, a pesquisa, a relevância das medidas de proteção por seccionamento
automático da alimentação complementar com o uso de dispositivos DR, em cumprimento a
normas de segurança.
Pelas simulações efetuadas no laboratório, observou-se como a corrente de fuga de
um circuito pode não ser suficiente para atuar um dispositivo, sendo, porém, suficiente o
bastante para provocar fibrilação, confrontando-se os resultados com a literatura consultada.
Na maioria dos projetos de instalação elétrica não mostra ter relevância no quesito
segurança, a competência das pessoas, conforme detalhada na tabela 8, página 42, que leva
em conta a capacidade física, conhecimento técnico e experiência com serviços elétricos.
Conclui-se por todo o estudo que não ser simples avaliar as condições de uma
instalação no tocante à segurança contra choques elétricos. Dos ambientes avaliados,
percebe-se claramente situação de risco ao choque nas atividades acadêmicas corriqueiras,
entre as quais citam-se, com maior intensidade:
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Pontos de riscos conjugados com inúmeros desvios de procedimentos aceitos,
equivocadamente, como seguros, foram observados, concluindo-se pela necessidade de
providências a serem implementadas a curto e a médio prazo, citando-se:
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8.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fundacentro , 1980.
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de normas Técnicas ,1997.
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edição, 2003.
[5] NISKIER, Julio A.J.M. Instalações Elétricas, Rio de Janeiro: Editora LTC, 4’ ediç
[6] KINDERMANN, Geraldo. Curto-Circuito. Porto Alegre: Editora Sagra DC Luzzato, 2ª
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Livros Técnicos e Científicos S.A, 6ª edição, 2002.
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[13] KINDERMANN, Geraldo. Proteção de Sistema Elétricos de Potência. Porto Alegre:
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[15] IEC 479-2 , Effects of current passing through the human body – Part 2 : Special
Aspects, Publication 479-2.International Electrotechnical Comission, 1987.
[16] NBR 6533 – Estabelecimento de Segurança aos efeitos da corrente Elétrica
percorrendo o Corpo Humano. ABNT, mar./1981.
90
[17] ANSI/IEEE Std 80-1986, “Guide for safety in Alternating Current Substation
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[18] NR-10 - Instalações e Serviços em Eletricidade. Manual de Segurança e Medicina
no Trabalho, São Paulo: Editora Atlas , 52.ª edição,2003.
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[25] E.Ch. Wagner . Uber die Diagnostik von Stromeintrittsstellen auf der menschlichen
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[26] NBR 5419
91