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Análise Combinatória: Exercı́cios 1 - umas

soluções

1. Use o princı́pio da indução para demonstrar as seguintes (des)igualdades:


Pn 2 n(n+1)(2n+1)
(a) i=1 i = 6 para todo n > 1,
Pn 2
(b) i=1 (2i − 1) = n para todo n > 1,
Qn 1

(c) i=1 1 + i = n + 1 para todo n > 1,
Pn 1 1

(d) i=1 i2 6 2 − n para todo n > 1,
2
Qn
(e) n 6 i=1 i pra todo n > 4.
Pn 1 1 1 1 13
(f) i=1 n+i = n+1 + n+2 + . . . + 2n > 24 para todo n > 1.

R:
(a) Indução sobre n.
Caso base: Quando n = 1 obtemos 1 nos dois lados X
Etapa da indução: Nossa HI é que para algum k > 1 temos
k
X k(k + 1)(2k + 1)
i2 = .
i=1
6

Logo
k+1
X
i2 = 12 + . . . + k 2 + (k + 1)2
i=1
k(k + 1)(2k + 1)
= + (k + 1)2 (pela HI)
6
k(k + 1)(2k + 1) + 6(k + 1)2
=
6
(k + 1)[k(2k + 1) + 6(k + 1)]
=
6
= ...
(k + 1)(2(k + 1) + 1)((k + 1) + 1)
=
6
como querı́amos demonstrar. X
O resultado segue do princı́pio da indução.
(b) Omitida

1
(c) Indução sobre n.
Caso base: n = 1. 1 + 1/1 = 2 = 1 + 1 X
Qk 1

Etapa da indução: Suponha (HI) que i=1 1 + i = k + 1. Temos
k+1
Y   
1 1
1+ = (k + 1) 1 + (pelo HI)
i=1
i k+1
k 1
=k+ +1+
k+1 k+1
k+1
= (k + 1) +
k+1
= (k + 1) + 1 X
O resultado segue do princı́pio da indução.
Pk
(d) Caso base OK. Suponha que i=1 i12 6 2 − k1 . Temos


k+1
X 1 1 1
62− + (pela HI)
i=1
i2 k (k + 1)2
(k + 1)2 − k
=2−
k(k + 1)2
2
k +k+1
=2−
k(k + 1)2
k2 + k
62− (pois subtraimos algo menor)
k(k + 1)2
1
=2− X
k+1
O resultado segue do princı́pio da indução.
(e) O caso base aqui é n = 4.
Q4
Caso base: i=1 i = 1 · 2 · 3 · 4 = 24 ≥ 16 = 42 X
Etapa da indução:
k+1
Y
i > k 2 · (k + 1) pela HI
i=1
> (k + 1)2
pois k 2 > k + 1 (já que k > 4).
(f) Caso base é n = 2. O lado esquerdo dá 14/24, que é maior do que
13/24 X.
Seja f (k) o valor da soma do lado esquerdo quando n = k. Va-
mos confirmar que f (k + 1) > f (k). Muita coisa se cancela quando
pegamos f (k + 1) − f (k), então temos
1 1 1
f (k + 1) − f (k) = + −
2k + 1 2k + 2 k + 1
1 1−2
= +
2k + 1 2(k + 1)
1 1
= − > 0.
2k + 1 2k + 2

2
Nossa HI é que f (k) > 13/24, logo temos f (k + 1) > f (k) > 13/24.
Esta observação completa a etapa da indução, logo o resultado segue
do princı́pio da indução.

2. Seja
n  
Y 1
Pn = 1− 2 .
i=2
i

(a) Calcule P2 , P3 , P4 , P5 (e mais alguns se quiser. . .)


(b) Faça uma conjetura (= palpite esperto) do valor de Pn em geral.
(c) Prove a sua conjetura usando o princı́pio da indução.

R:

(a) P2 = 3/4, P3 = 2/3, P4 = 5/8, P5 = 3/5.


(b) Para ver o padrão aqui, escreve a sequência assim:

P2 = 3/4, P3 = 4/6, P4 = 5/8, P5 = 6/10.


n+1
Agora a conjetura é clara: Pn = 2n .
(c) Deixamos a demonstração.

3. Tem três cidades A, B, C. Entre cidades A e B tem três linhas de ônibus.


Entre cidades B e C tem duas linhas de ônibus. De quantas maneiras
uma pessoa pode viajar
(a) de A a C passando por B?
(b) indo e voltando de A a C (sempre passando por B)?

R:

(a) Temos 3 jeitos a ir de A a B, e 2 jeitos a ir de B a C. Pelo princı́pio


multiplicativo então, temos 3 · 2 = 6 jeitos de ir de A a C passando
por B.
(b) Por Parte (a), temos 6 jeitos de ida e 6 jeitos de volta. Pelo princı́pio
multiplicativo então, temos 6 · 6 = 36 jeitos.

4. Numa caixa (enorme) tem três Abacates (identicos), três Bananas (iden-
ticas), dois Cajus (identicos) e um Dinossauro.
(a) De quantas maneiras diferentes estes objetos podem ser distribuı́das
entre 2 pessoas?
(b) De quantas maneiras diferentes estes objetos podem ser distribuı́das
entre 3 pessoas?

R:

3
(a) Uma distribuição dos objetos consiste de uma distribuição dos aba-
cates, uma distribuição dos bananas, uma distribuição dos cajus e
uma distribuição do dinossauro. Podemos tratar estes objetos sepe-
radamente. Primeiro, quantos jeitos temos a distribuir os abacates:
Pessoa 1 Pessoa 2
1 0 abacates 3 abacates
2 1 abacate 2 abacates
3 2 abacates 1 abacate
4 3 abacates 0 abacates

então temos 4 jeitos a distribuir os abacates. Similarmente, temos 4


jeitos a distribuir as bananas, 3 jeitos a distribuir os cajus, e 2 jeitos
a distribuir o dinossauro. Logo, pelo princı́pio multiplicativo, temos

4 · 4 · 3 · 2 = 96

jeitos a distribuir os objetos.


(b) Mesma coisa, mas com mais jeitos a distribuir cada objeto. Por
exemplo com abacates:
Pessoa 1 Pessoa 2 Pessoa 3
1 0 abacates 0 abacates 3 abacates
2 0 abacate 1 abacate 2 abacates
3 0 abacates 2 abacate 1 abacate
4 0 abacates 3 abacates 0 abacates
5 1 abacate 0 abacates 2 abacates
6 1 abacate 1 abacate 1 abacate
7 1 abacate 2 abacates 0 abacates
8 2 abacates 0 abacates 1 abacate
9 2 abacates 1 abacate 0 abacates
10 3 abacates 0 abacate 0 abacates

Tem 10 jeitos a distribuir os abacates e bananas, 6 jeitos a distribuir


os cajus, e 3 jeitos a distribuir o dinossauro. Então temos

10 · 10 · 6 · 3 = 1800

jeitos a distribuir os objetos.


5. (a) Quantos divisores positivos possui o número N = 2880?
(b) Escreve o inteiro positivo N como

N = pa1 1 pa2 2 · · · pann

onde os pi são primos distintos. Quantos divisores N possui?

R:
(a) N = 26 · 32 · 5. Pelo argumento das aulas, N tem

(6 + 1)(2 + 1)(1 + 1) = 7 · 3 · 2 = 42

divisores.

4
(b) N tem
n
Y
(ai + 1)
i=1

divisores.

6. Seja X um conjunto de cardinalidade n. Quantos subconjuntos X tem?


Demonstre formalmente este fato por indução.

R: X tem 2n subconjuntos. Vamos demonstrar este fato por indução.


Caso base: Quando |X| = {a1 } tem tamanho 1, X tem só os subconjuntos
∅, {a1 }. Logo tem 2 = 21 subconjuntos. X
Etapa da indução: Suponha que todo conjunto de tamanho k tem exatamente 2k subcon-
juntos. Seja X um conjunto de tamanho k + 1. Pegue um elemento
a de X. Todo subconjunto Y de X\{a} corresponde a exatamente
dois subconjuntos de X, nomeadamente

Y e Y ∪ {a}.

Mas pela HI, X\{a} (cujo tamanho é k) tem exatamente 2k subcon-


juntos. Logo X tem exatamente

2 · 2k = 2k+1

subconjuntos. X

O resuldado segue do princı́pio da indução.


7. Suponha que as placas dos veı́culos contêm 3 letras de um alfabeto de 26
letras seguidas de 4 dı́gitos. Quantas placas possı́veis existem
(a) em total?
(b) em quais o primeiro dı́gito não seja 0?
(c) em quais todas as letras e todos as dı́gitos sejam distintos?
(d) em quais não haja duas letras lado a lado iguais?

R:
(a) Temos 26 opções pras primeiros 3 sı́mbolos, e 10 opções para cada
dos últimos 4. Logo temos

263 · 104 (= 175760000)

placas.
(b) Se o primeiro dı́gitos não pode ser 0, temos só 9 opções para ele,
então temos
263 · 9 · 103 (= 158184000)
placas.
(c) Temos A326 · A410 placas assim.

5
(d) Um jeito a pensar. Vamos escolher a letra no meio primeiro – temos
26 opções. Para evitar repetições, só precisamos que a primeira e a
terceira letra são diferentes da letra no meio. Então temos 25 opções
pra primeira letra, e 25 opções pra terceira. Então temos

25 · 26 · 25 · 104 (= 162500000)

opções.
8. No banco têm 3 brasileiros, 4 italianos e 2 escoceses.
(a) Quantas filas possı́veis existem?
(b) Quantas filas possı́veis existem em quais todas as pessoas da mesma
nacionalidade ficam em pê juntas?

R:
(a) Temos 9 pessoas no banco, então temos 9! = 362880 filas possı́veis.
(b) Vamos colocar as pessoas de uma nacionalidade em mini-filas pri-
meiro. Temos 3! = 6 filas dos brasileiros, 4! = 24 filas dos italianos,
e 2! = 2 filas dos escoceses. Agora, para cada destas escolhas, ainda
podemos escolher a ordem das nacionalidades (eg. brasileiros, depois
escoceses, depois italianos). Logo, temos 3! = 6 opções. Então em
total, temos
6 · 24 · 2 · 6 = 1728
filas assim.
9. Considere o conjunto {A, E, I, B, C, D, F, G, H, K} de 3 vogais e 7 conso-
antes.
(a) Quantos anagramas de 5 letras distintas podem ser formados com 3
consoantes e 2 vogais da lista acima?
Dos anagramas de (a), calcule
(b) Quantos contêm a letra B,
(c) Quantos começam com B,
(d) Quantos começam com A,
(e) Quantos começam com A e contêm B.

R:
(a) Podemos pensar assim: vamos primeiro escolher nossas letras, e de-
pois escolher a ordem delas. Seguindo o exemplo das aulas, ou usando
uma fórmula, temos 73 = 35 jeitos a escolher as consoantes e 32 = 3
 

jeitos a escolher as vogais. Dadas as escolhas acima, podemos per-


mutar as letras a vontade. Então em total temos

35 · 3 · 5! = 12600

anagramas possı́veis.

6
(b) Já que estamos obrigados a escolher B, temos só 62 = 15 opções


pras consoantes. O resto do cálculo é igual, então temos

15 · 3 · 5! = 5400

opções.
(c) A primeira letra já está decidida. Então temos que escolher um
anagrama de 2 consoantes (sem B) e 2 vogais, e considerar todas as
permutações delas. Obtemos
 
6
· 32 · 4! = 1080
2

opções.
(d) Similar. temos    
7 2
· · 4! = 1680
3 1
opções.
(e) Temos    
6 2
· · 4! = 720
2 1
opções.
10. Considere um tabuleiro de xadrez (isto é, um tabuleiro quadrado composto
de 64 casas).

(a) De quantas maneiras podemos colocar 8 torres iguais no tabuleiro?


(b) De quantas maneiras podemos colocar 8 torres iguais no tabuleiro de
modo que haja uma única torre em cada linha e cada coluna?
(c) De quantas maneiras podemos colocar 8 torres diferentes no tabuleiro
de modo que haja uma única torre em cada linha e cada coluna?
(d) De quantas maneiras podemos colocar 8 torres iguais no tabuleiro de
modo que haja uma torre em cada linha?

R:
(a) Temos  
64
= A864 /8! = 4426165368

8
jeitos.
(b) Vamos trabalhar coluna por coluna. Na primeira coluna podemos
colocar uma torre a vontade, então temos 8 opçoes. Na segunda
coluna podemos colocar uma torre em qualquer fila exceto da fila da
primeira torre, então temos 7 opçoes. Continuando, vimos que temos

8! = 40320

possibilidades.

7
(c) Vamos começar com uma escolha das casas. Temos 8! possibilidades
por Parte (b). Mas agora as torres são distintas, então podemos
permutar as torres entre si. Logo, temos

8!8! = (8!)2 (= 1625702400)

possibilidades.
(d) Para toda linha, temos que ter pelo menos uma torre, logo exata-
mente uma torre (pois temos 8 linhas e 8 torres). Então, temos que
escolher uma casa de cada linha. Temos 8 linhas e 8 escolhas cada,
logo temos
88 (= 16777216)
possibilidades.

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