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I Consulta
II Resposta
Art. 57 - A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e
desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a
sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;
III - (Vetado).
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a
duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da
vigência do contrato.
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos
poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da
administração
§1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a
manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos
seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes,
que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por
ordem e no interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos
por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela
Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos
pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis
(grifos acrescidos).
1
Neste sentido, aliás, o art. 73, caput, da Lei 8.666/93 é claro ao dispor que apenas após
“executado o contrato”, é que “o seu objeto será recebido...” (provisória ou definitivamente) pela
Administração Contratante.
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Neste sentido, veja-se o que dispõe o inc. IV, do art. 55, da Lei 8.666/93: “Art. 55 - São
cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: (...) IV - os prazos de início de etapas de
execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;”
ser o chamado período de garantia do objeto contratado. Neste sentido, temos que
para além de incumbir ao Contratado a execução em si do objeto de determinado
contrato (exaurida, conforme se viu, quando de sua entrega para a Entidade
Contratante) – a qual, somada às demais eventuais obrigações a cargo da
Administração (recebimento provisório/definitivo, bem como, o correspondente
pagamento pelo fornecimento/prestação de serviços contratados), não só
conformarão, mas também encerrarão o período de vigência do contrato – outras
atribuições poderão ser imbuídas ao fornecedor/prestador de serviços, aqui
entendidas como obrigações acessórias/adicionais, relativamente ao objeto
contratado, a serem consubstanciadas após a sua execução.
Insere-se exatamente aí neste contexto, a questão da prestação de garantia, a
determinado objeto já executado pelo Contratado.
Isto, aliás, independentemente de se tratar de garantia técnica legal (isto, a
fim de diferenciá-la das garantias da proposta e contratual, as quais, com esta terceira
modalidade de garantia, por se assim dizer, não se confundem) (obrigatória, portanto,
por força de lei) ou, então, de garantia técnica adicional contratada em
instrumento específico (a qual parece pretender a Consulente), junto ao anterior
executor de determinado objeto. O Código de Defesa do Consumidor (CDC - Lei
8.038/90), aliás, claramente distingue estas duas figuras, observe-se:
Sendo que, no que tange àquela primeira, qual seja, a garantia técnica legal,
em se tratando de contratos administrativos, esta pode ser compreendida como uma
decorrência necessária dos seguintes dispositivos da própria Lei 8.666/93:
3
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
15. ed. São Paulo: Dialética, 2012. p. 952.
4
“Art. 2° - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.”
5
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Os Serviços Públicos e o Código de Defesa do
Consumidor (CDC): Limites e Possibilidades. In: Revista Eletrônica de Direito Administrativo
Econômico. Disponível em: <http://www.direitodoestado.com/revista/REDAE-25-ABRIL-2011-RAFAEL-
CARVALHO-REZENDE-OLIVEIRA.pdf>. Acesso em: 02/04/14.
6
SZKLAROWSKY, Leon Frejda. O Código de Proteção e Defesa do Consumidor e os
Contratos Administrativos. Disponível em:
<http://www.saj.com.br/artigos/contratosadministrativos.html>. Acesso em: 02/04/14.
7
STJ. RMS 31.073/TO. Órgão Julgador: Segunda Turma. Relator: Ministra Eliana Calmon.
Julgado em: 26/08/10. DJe 08/09/10.
Não seria plausível que alguém contratasse uma Empresa para construir barragem para
ter dois anos de vida, a barragem foi construída para ter vida longa. Essa alegação
nega o art. 12 da Lei 8.078/1990 - Código de Defesa do Consumidor.
O fato é que a Administração encontra-se numa posição de vulnerabilidade
técnica, pois não tem condições de acompanhar todas as etapas de
construção de uma obra pública, ocupando, assim, uma posição de
consumidor hipossuficiente ao contratar obras públicas através de licitações.
Portanto, tanto o Código Civil como o Código de Defesa do Consumidor possuem plena
aplicabilidade aos contratos Administrativos relacionados a obras públicas 8 (grifos
acrescidos).
Voto: (...)
No que se refere à vigência do contrato, é necessário reconhecer o acerto das
considerações tecidas a esse respeito pela unidade técnica na instrução transcrita no
relatório. Conforme evidenciado à fl. 134, anexo 1, o objeto do contrato já foi
integralmente executado e pago, não havendo nenhum serviço pendente e tampouco
saldo remanescente a pagar. O contrato só permanece em vigor em razão da garantia
técnica, estipulada na cláusula décima quinta (fl. 25, anexo 1) que se estenderia por
período não inferior a cinco anos, contados da lavratura do termo de entrega e
recebimento definitivo do objeto contratado. Como visto, esse prazo foi
equivocadamente inserto na vigência do contrato.
Evidente que, em consonância com o entendimento da Serur, do ato não resultou dano
ou prejuízo ao Erário. Não se trata de contrato que preveja a prestação continuada de
serviços e os respectivos pagamentos, por prazo superior ao limite legal. No caso, a
vigência do contrato encontra-se estendida unicamente por conta da garantia técnica,
que integra o ajuste. Assim sendo, a rescisão do contrato, além de não ser necessária,
tampouco é recomendável, uma vez que poderia ensejar questionamentos acerca da
vigência da garantia.
Não obstante, não se pode dispensar determinação ao IPqM, no sentido de que
observe os limites estabelecidos no art. 57, da Lei 8.666/93, deixando de
incluir, no prazo de vigência contratual, o período de garantia, uma vez que a
responsabilidade do fornecedor dos produtos ou serviços já está prevista nos
arts. 69 e 73, §2º, da mesma lei.
Ademais, é pertinente observar que, nas situações em que seja aplicável a Lei
8.078/90, poderá ser obtido termo de garantia contratual, de acordo com o
disposto no art. 50 e parágrafo único da citada lei.
Decisão: (...)
8
TCU. Acórdão 853/13. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro José Jorge. DOU 10/04/13.
8.2. dar à determinação constante do item II, do Ofício - 3ª Secex 1.064/00, que
comunicou ao IPqM a deliberação tomada por esta Primeira Câmara, em sessão de
06.06.00, contida na Relação 44/00, Ata 19/00, a seguinte redação:
“II - observe, nas contratações futuras, as disposições constantes da Lei nº 8.666/93,
art. 57, que dispõe sobre o prazo da duração dos contratos, sem incluir no período
de vigência o prazo de garantia, uma vez que esse direito, de acordo com o
que preceitua o art. 69, e o §2º, do art. 73, todos da Lei nº 8.666/93, perdura
após a execução do objeto do contrato.
8.3. esclarecer ao IPqM que, nas hipóteses em que for aplicável a Lei
8.078/90, poderá exigir do contratado, termo de garantia em separado,
segundo o disposto no art. 50 e parágrafo único, da mencionada lei; e9 (grifos
acrescidos).
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TCU. Decisão 202/02. Órgão Julgador: Primeira Câmara. Relator: Ministro Walton Alencar
Rodrigues. DOU 22/05/02.