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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO E


FUNDAÇÕES

FLÁVIO ROBERTO XAVIER DE OLIVEIRA

ANÁLISE ESTÁTICA E DINÁMICA DE UMA EDIFICAÇÃO


RESIDENCIAL EM CONCRETO ARMADO COM A
UTILIZAÇÃO DE COEFICIENTES DE MOLA NAS
FUNDAÇÕES

JOÃO PESSOA
2016
FLÁVIO ROBERTO XAVIER DE OLIVEIRA

ANÁLISE ESTÁTICA E DINÁMICA DE UMA EDIFICAÇÃO


RESIDENCIAL EM CONCRETO ARMADO COM A
UTILIZAÇÃO DE COEFICIENTES DE MOLA NAS
FUNDAÇÕES

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Especialização em Estruturas de Concreto e
Fundações, Universidade Cidade de São
Paulo, para obtenção do Título de Especialista.

JOÃO PESSOA
2016
FLÁVIO ROBERTO XAVIER DE OLIVEIRA

ANÁLISE ESTÁTICA E DINÁMICA DE UMA EDIFICAÇÃO


RESIDENCIAL EM CONCRETO ARMADO COM A
UTILIZAÇÃO DE COEFICIENTES DE MOLA NAS
FUNDAÇÕES

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Especialização em Estruturas de Concreto e
Fundações, Universidade Cidade de São
Paulo, para obtenção do Título de Especialista.

Área de concentração:
Data da apresentação:

Resultado:______________________

BANCA EXAMINADORA:

Prof.
Universidade Cidade de São Paulo ______________________________________

Prof.
Universidade Cidade de São Paulo ______________________________________
A minha esposa por ter me auxiliado desde o
início da minha trajetória profissional.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha esposa, companheira em todas as horas, aos meus pais, por
sempre me ajudar desde o início, aos colegas de turma, e ao INBEC por ter dado a
oportunidade de prosseguir em mais uma etapa da minha vida profissional.
“A única fonte de vantagem competitiva
sustentável é a capacidade de aprender mais
rápido que seus concorrentes.”
Peter Drucker
RESUMO

Atualmente, com um processo de metropolização e uma necessidade crescente de otimização


dos espaços, as edificações tiveram que se adequar rapidamente a essa nova realidade. Logo,
ocorreu uma aceleração na verticalização. Devido a essa nova tendencia houve um aumento
significativo na flexibilidade das estruturas desses edifícios, tornando-as cada vez mais
vulneráveis as ações provocadas pelos carregamentos dinâmicos. Atrelado a isso, se no
passado, a deformabilidade do solo fosse levada em conta para o dimensionamento dos
elementos estruturais, seria observado um volume gigantesco de cálculos, impossíveis de
serem conduzidos manualmente. Portanto, com a evolução dos processos de cálculo
estrutural, aliada ao desenvolvimento de materiais mais resistentes, torna-se imprescindível o
desenvolvimento de modelos que produzam com mais realismo e eficiência, o comportamento
e desempenho desses edifícios. O estudo de caso teve como objetivo realizar a analise estática
e dinâmica de um edifício residencial de 28 andares em concreto armado. Avaliou-se o
comportamento estrutural com os parâmetros de estabilidade global, frequências naturais,
modos de vibração, aceleração, e amplitude dos deslocamentos da estrutura. Todas as
análises, anteriormente mencionadas, foram realizadas comparando o modelo com adoção dos
coeficientes de mola com o modelo engastado nas fundações.

Palavra-Chave: Análise Dinâmica. Concreto Armado. Coeficientes de Mola. Edifícios Altos.


Desempenho Estrutural.
ABSTRACT

Currently, a process of metropolises and a growing need for space optimization, the buildings
had to quickly adapt to this new reality. Soon, there was an acceleration in the vertical.
Because of this new trend was a significant increase in the flexibility of the structures of the
buildings, making them increasingly vulnerable to actions caused by dynamic loads. Coupled
to this, in the past, soil deformability was taken into account for the design of structural
elements would be observed a huge volume of calculations, impossible to be conducted
manually. Therefore, with the evolution of the structural calculation procedures, together with
the development of more resistant materials, it is essential to develop models that produce
more realism and efficiency, behavior and performance of these buildings. The case study
aimed to carry out the static and dynamic analysis of a residential building of 28 floors of
reinforced concrete. We evaluated the structural behavior with the overall stability of
parameters, natural frequencies, vibration modes, acceleration, and amplitude of the structure
displacements. All analyzes, mentioned above, were carried out by comparing the model with
the adoption of the spring coefficients in the model encased in the foundations.

Keywords: Dinamic Analysis. Reinforced Concrete. Spring Coefficients. Tall buildings.


Structural Performance.
LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Figura 1.1 – Modelo CAD/TQS ............................................................................................... 16


Figura 1.2 – Sistema de referência global da estrutura adotado em uma camada de solo ....... 16
Figura 1.3 – Discretização da estrutura e dos maciços de solo ................................................ 17
Figura 1.4 – Discretização da superfície carregada .................................................................. 18
Figura 1.5 – Recalques por elementos de fundação ................................................................. 18
Figura 1.6 – Modelo de cálculo ................................................................................................ 19
Figura 1.7 – Modelo numérico ................................................................................................. 19
Figura 1.8 – Ensaios em túnel de vento .................................................................................... 20
Figura 1.9 – Distribuição dos dissipadores nos vãos centrais .................................................. 20
Figura 1.10 – Disposição do sistema de amortecimento suplementar no pórtico .................... 21
Figura 1.11 – Vista 3D do modelo numérico em elementos finitos ......................................... 21
Figura 1.12 – Amortecedor MR ............................................................................................... 22
Figura 1.13 – Modelo experimental do pótico ......................................................................... 22
Figura 2.1 – Corte Esquemático da Estrutura ........................................................................... 25
Figura 2.2 – Modelo Estrutural 3D BIM – vista A.................................................................. 25
Figura 2.3 – Modelo Estrutural 3D BIM – vista B .................................................................. 26
Figura 2.4 – Planta baixa de arquitetura do pavimento tipo ..................................................... 26
Figura 2.5 – Localização da junta ............................................................................................. 27
Figura 2.6 – Característica geométrica da nervura ................................................................... 27
Figura 2.7 – Detalhe da nervura ............................................................................................... 27
Figura 2.8 – Forma do tipo 1 ao 7 ............................................................................................ 28
Figura 2.9 – Forma do tipo 8 ao 10 .......................................................................................... 28
Figura 2.10 – Forma do tipo 11 ao 13 ...................................................................................... 29
Figura 2.11 – Forma do tipo 14 ao 16 ...................................................................................... 29
Figura 2.12 – Forma do tipo 17 ao 19 ...................................................................................... 30
Figura 2.13 – Forma do tipo 20 ao 22 ...................................................................................... 30
Figura 2.14 – Forma do tipo 23 ao 25 ...................................................................................... 31
Figura 2.15 – Forma do tipo 26 e 27 ........................................................................................ 31
Figura 2.16 – Forma da coberta ................................................................................................ 32
Figura 2.17 – Dimensões dos pilares em L .............................................................................. 32
Quadro 4.1 – Característica e propriedade do concreto............................................................ 34
Figura 5.1 – Cobrimento dos elementos estruturais ................................................................. 37
Figura 7.1 – Coeficiente de Arrasto.......................................................................................... 39
Figura 7.2 – Direções de Atuação do Vento ............................................................................. 40
Figura 7.3 – Ponderadores e redutores de sobrecargas ............................................................. 40
Figura 8.1 – Detalhe dos amortecedores .................................................................................. 41
Figura 9.1 – Grelha não-linear (Estadio II ou III) .................................................................... 43
Figura 9.2 – Deformações (cm) a longo prazo ......................................................................... 44
Figura 9.3 – Abertura de fissuras ............................................................................................. 44
Figura 9.4 – Coeficiente de não-linearidade física ................................................................... 45
Figura 9.5 – Picos irreais de momentos.................................................................................... 46
Figura 9.6 – plastificação dos momentos fletores nos apoios .................................................. 46
Figura 9.7 – Efeito incremental construtivo ............................................................................. 47
Figura 9.8 – Modelo de Pórtico Integrado Considerado nos Estudos ...................................... 47
Figura 9.9 – Pórtico Espacial Unifilar ...................................................................................... 48
Figura 9.10 – Coeficientes de mola bloco de 3 estacas ............................................................ 49
Figura 9.11 – Coeficientes de mola bloco de 4 estacas ............................................................ 49
Figura 9.12 – Coeficientes de mola bloco de 5 estacas ............................................................ 49
Figura 9.13a – Estabilidade Global – engastamento perfeito .................................................. 50
Figura 9.13b – Estabilidade Global – coeficiente de mola ...................................................... 50
Figura 9.14 – Modos, Periodos, Frequencias naturais do pavimento ....................................... 52
Figura 9.15 – Modo 1 de vibração do pavimento ..................................................................... 52
Figura 9.16 – Modo 2 de vibração do pavimento ..................................................................... 53
Figura 9.17 – Modos, Periodos, Frequencias naturais .............................................................. 53
Figura 9.18 – Modos de Vibração ............................................................................................ 54
Figura 9.19 – Centro da rajada ................................................................................................. 55
Figura 9.20 – Vento .................................................................................................................. 56
Figura 9.21 – Carregamentos Dinâmicos ................................................................................. 57
Figura 9.22 – Excitações Dinâmicas ........................................................................................ 57
Figura 9.23 – Excitações Dinâmicas Percepção humana a vibrações originadas pelo vento ... 59
Figura 9.24 – Casos de Carregamentos .................................................................................... 60
Figura 9.25 – Aceleração da Estrutura em %g (engastamento Perfeito) .................................. 60
Figura 9.26 – Velocidade da Estrutura em m/s (engastamento perfeito) ................................. 61
Figura 9.27 – Deslocamento da Estrutura em cm (engastamento perfeito).............................. 61
Figura 9.28 – Aceleração da Estrutura em %g (Coeficientes de Mola) ................................... 61
Figura 9.29 – Velocidade da Estrutura em m/s (Coeficientes de Mola)................................... 62
Figura 9.30 – Deslocamento da Estrutura em cm (Coeficientes de Mola) ............................... 62
Figura 10.1 – Comparação do máximo deslocamento horizontal absoluto em cm .................. 63
Figura 10.2 – Comparação do coeficiente Gama Z .................................................................. 64
Figura 10.3 – Comparação do máximo deslocamento horizontal entre pisos em cm .............. 64
Figura 10.4 – Comparação da aceleração da estrutura submetido ao vento dinâmico ............. 65
Figura 10.5 – Comparação da velocidade da estrutura submetido ao vento dinâmico ............ 65
Figura 10.6 – Comparação dos deslocamentos da estrutura submetido ao vento dinâmico .... 66
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

f ck Residencia característica a compressão do concreto

Ecs Módulo de elasticidade secante do concreto

Eci Módulo de elasticidade tangencial inicial do concreto

f ctm Residencia característica a tração média do concreto

f ctk ,inf Residencia característica a tração inferior do concreto

f ctk ,sup Residencia característica a tração superior do concreto

f ctd Residencia característica a tração de cálculo do concreto

f yk Tensão de escoamento característica do aço

Es Módulo de elasticidade longitudinal do aço


LISTA DE SÍMBOLOS

m Massa
k Constante de rigidez
u Deslocamento
F Força
 Coeficiente de dilatação térmica
 Peso específico do concreto armado

c Coeficiente de minoração do concreto


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14
1.1 Apresentação do problema .............................................................................................. 14
1.2 Estado da Arte .................................................................................................................. 15
1.3 Objetivo ............................................................................................................................. 23

2. PROJETO ESTRUTURAL ............................................................................................... 24

3. NORMAS TÉCNICAS ....................................................................................................... 33

4. CARACTERISTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS .................................. 34


4.1 Concreto ............................................................................................................................ 34
4.2 Aço ..................................................................................................................................... 35

5. QUALIDADE E DURABILIDADE .................................................................................. 36


5.1 Agressividade ambiental .................................................................................................. 36
5.2 Qualidade do concreto e do cobrimento ......................................................................... 36
5.3 Cobrimento ....................................................................................................................... 37

6. CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA ....................................................................... 37


6.1 Infraestrutura ................................................................................................................... 38
6.2 Superestrutura .................................................................................................................. 38

7. AÇÕES CONSIDERADAS ............................................................................................... 39


7.1 Cargas de Alvenaria ......................................................................................................... 39
7.2 Cargas distribuídas .......................................................................................................... 39
7.3 Cargas de vento ................................................................................................................. 39
7.4 Combinações de dimensionamento ................................................................................. 40

8. JUNTAS............................................................................................................................... 41

9. ANÁLISE ESTRUTURAL ................................................................................................ 42


9.1 Análise Estática ................................................................................................................. 42
9.1.1 Modelo de grelha para os pavimentos ..................................................................... 42
9.1.1.1 Grelha não-linear (barras fissura) ............................................................................... 43
9.1.1.2 Deformações a longo prazo.......................................................................................... 43
9.1.1.3 Abertura de fissruas ..................................................................................................... 44
9.1.2 Modelo de pórtico espacial para análise global ...................................................... 45
9.1.2.1 Plastificação dos momentos fletores nos apoios .......................................................... 45
9.1.2.2 Simulação do efeito construtivo incremental ............................................................... 46
9.1.3 Análises efetuadas .................................................................................................... 47
9.1.4 Considerações da rigidez das fundações na estabilidade global............................. 48
9.1.5 Reações de Apoio nas Fundações ............................................................................ 50
9.1.6 Estabilidade global considerando a rigidez real das fundações ............................. 50
9.2 Análise dinâmica ............................................................................................................... 51
9.2.1 Análise dinâmica no pavimento ............................................................................... 52
9.2.2 Análise modal ........................................................................................................... 53
9.2.3 Times – history .......................................................................................................... 55
9.2.3.1 Amortecimento .............................................................................................................. 55
9.2.3.2 Vento ............................................................................................................................. 56
9.2.3.3 Carregamentos ............................................................................................................. 57
9.2.3.4 Excitações ..................................................................................................................... 57
9.2.3.5 Desconforto ocasionado pelo vento ............................................................................. 58
9.2.3.6 Resultados..................................................................................................................... 59

10. CONCLUSÃO................................................................................................................... 63
10.1 Parâmetros de estabilidade global ................................................................................ 63
10.1.1 Máximo deslocamento horizontal absoluto ........................................................... 63
10.1.2 Gama Z .................................................................................................................... 63
10.1.3 Deslocamento máximos entre pisos ....................................................................... 64
10.2 Analise dinâmica ............................................................................................................. 65
10.3 Observações ..................................................................................................................... 66

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67
14

1. INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do problema

Atualmente, com um processo de metropolização e uma necessidade crescente de


otimização dos espaços, as edificações tiveram que se adequar rapidamente a essa nova
realidade. Logo, ocorreu uma aceleração na verticalização. Com o aumento na flexibilidade
dessas edificações, devido a uma tendência de construírem-se estruturas cada vez mais altas e
com vãos maiores, implicou-se em estruturas cada vez mais vulneráveis a ocorrência de
vibrações excessivas provocadas por carregamentos dinâmicos, tais como: vento, terremotos e
ocupação humana, CARNEIRO, 2009. Portanto, torna-se necessários aprimoramentos nos
sistemas estruturais e nas técnicas de análise das estruturas de forma a proporcionar maior
economia, adequada segurança, além de harmonizar o conforto sensorial dos ocupantes, no
que diz respeito à vibração.
Segundo TREIN, 2005, os primeiros edifícios do século XIX eram construídos em
alvenaria, com paredes espessas, sendo extremamente rígidos. Na medida em que subiam,
foram impondo a necessidade de paredes cada vez mais robustas, de maneira que os andares
inferiores acabavam por ter suas áreas úteis prejudicadas. Contudo, BLASMANN, 2001,
afirma que vento não era problema em edificações baixas e pesadas de grossas paredes, mas,
passou a ser, e em medida crescente, quando as construções foram tornando mais esbeltas e
utilizando cada vez menos quantidade de materiais.
Há várias décadas, os edifícios eram calculados considerando a hipótese simplificada
de que as fundações estavam apoiadas sobre vínculos indeslocáveis, tais como rótulas ou
engastes. Apesar de simplista, essa hipótese possibilitou importantes avanços, principalmente
em uma época prévia à chegada dos microcomputadores.
No passado, se a deformabilidade do solo fosse levada em conta para o
dimensionamento dos elementos estruturais de uma edificação, seria observado um volume
gigantesco de cálculos, impossíveis de serem conduzidos manualmente. Dessa maneira, o
engenheiro era obrigado a se contentar com uma análise limitada e, acima de tudo, precisava
confiar no seu bom senso e na sua experiência para acreditar que a estrutura projetada
responderia tal quais as suas hipóteses.
15

Porém, com a chegada dos microcomputadores, disseminação dos softwares


computacionais e avanço em pesquisas científicas, tornou-se possível a adoção de critérios
que produzam com mais realismo o cálculo das estruturas e fundações, embora grande parte
dos engenheiros ainda optem por hipóteses simplistas de solo rígido, SOUZA, REIS, 2008.
A evolução dos processos de cálculo estrutural aliada ao desenvolvimento de materiais
mais resistentes propicia a execução de estruturas cada vez mais esbeltas e flexíveis. Tais
estruturas são mais susceptíveis a ações variáveis no tempo, que são indesejáveis, não só do
ponto de vista da segurança, mas também do conforto Ambiental, ÁVILA, 2002.
As edificações, além de suportarem as cargas estáticas devidas ao seu peso próprio e
as cargas de serviço, devem freqüentemente ser projetadas para resistir às forças dinâmicas
extraordinárias. Assim, adicionalmente ao conhecimento básico, conceitos e critérios da
análise estática, deve-se ter pleno conhecimento dos fundamentos da dinâmica estrutural.
A análise estrutural compreende várias etapas. A solução do problema inicia-se com a
concepção da estrutura, por meios de desenhos de projetos arquitetônico e estrutural. Se a
concepção é não convencional ou inovadora tornam-se necessários os ensaios de modelos
físicos projetados e construídos segundo as leis de semelhança física; a qual incorpora as
propriedades da estrutura e hipóteses dos carregamentos que nela atuam. Tudo isso é
resumido por um modelo matemático que representam as forças elásticas de inércia e de
amortecimento do sistema, associadas às equações de equilíbrio dinâmico, desenvolvidas com
base em princípios da dinâmica clássica. As amplitudes das respostas em termos de esforços,
obtidas por meio da análise dinâmica, deverão ser superpostas aos esforços devidos ao peso
próprio e as cargas de serviço. Por isso, não é um bom procedimento projetar a estrutura com
elementos que resistam as forças laterais equivalentes estáticas, sem uma boa visão e
entendimento do comportamento global da estrutura [BLANDÓN, 2003].

1.2 Estado da Arte

Em se tratando de coeficientes de mola no modelo das fundações dos edifícios, pensa-


se na utilização de radier. Os software disponíveis no mercado, desde as versões onde foi
implementada a NBR-6118/2003, já ofereciam a possibilidade da utilização dos coeficientes
de mola. Portanto, vários estudos para definir esses coeficientes já foram realizados para que
sejam incorporados no cálculo da estrutura.
16

Pode-se citar o trabalho desenvolvido por DÓRIA, 2007, que utilizou o CAD/TQS
como ferramenta para o desenvolvimento de projeto de fundações em Radier de concreto
armado e protendido, apresentando aspectos relacionados a geometria e rigidez, com foco no
procedimento de analogia de grelha sobre base elástica, considerando-se a interação solo-
estrutura.

Figura 1.1 – Modelo CAD/TQS

Fonte: Dória, 2007

Ainda neste contexto, SOUZA e REIS 2008, formulou recomendações práticas para a
aplicação da interação solo-estrutura. Adicionalmente, demonstra-se que a hipótese de apoios
totalmente rígidos pode levar a importantes distorções nos esforços obtidos para os pilares de
edifícios em concreto armado pelos exemplos práticos.

Figura 1.2 – Sistema de referência global da estrutura adotado em uma camada de solo

Fonte: Souza e Reis, 2008


17

MOTA, 2009, analisou através de um método numérico a iteração solo-estrutura de


um edifício de múltiplos andares em que a superestrutura (lajes, vigas e pilares) e os
elementos estruturais de fundação, bloco e estaca, foram considerados uma única estrutura,
modelada pelo método dos elementos finitos.

Figura 1.3 – Discretização da estrutura e dos maciços de solo

Fonte: Mota, 2009

ANTONIAZZI, ALVA e SOARES 2010, apresentaram um procedimento para a


consideração da interação solo-estrutura na análise estrutural de edifícios com fundações em
sapatas isoladas empregando-se o modelo de AOKI-LOPES, o qual admite o solo como meio
elástico estratificado e permite a consideração do carregamento de sapatas vizinhas, onde
foram realizados exemplos numéricos em edifício de concreto armado, sugerindo
recomendações importantes sobre a consideração da interação solo-estrutura em projetos
estruturais.
18

Figura 1.4 – Discretização da superfície carregada

Fonte: AOKI-LOPES, 1975

ANTONIAZZI 2011, tratra-se da consideração da Interação Solo-Estrutura (ISE) em


projetos estruturais de edificios em concreto armado sobre fundações superficiais do tipo
sapatas isoladas. Foi realizada uma ampla revisao bibliográfica sobre os principais trabalhos
desenvolvidos na área e sobre os metodos para a obtenção de parâmetros e variáveis
envolvidos na análise.

Figura 1.5 – Recalques por elementos de fundação

Fonte: Antoniazzi, 2011

CHRISTAN, 2012, analisou o comportamento solo-estaca em ambientes submersos.


As estacas utilizadas nas análises apresentaram o comportamento de estacas flexíveis, no qual
tem seus deslocamentos ocasionados devido a flexão.
19

Figura 1.6 – Modelo de cálculo

Fonte: Christan, 2012

BARBOSA 2013, neste trabalho avaliou-se a contribuição do solo e da rigidez das


estacas no comportamento global da estrutura, tanto para ações estáticas quanto dinâmicas.
Poucos foram os estudos que abordaram a influência da rigidez do solo, dos elementos
estruturais de fundação, e da interação entre bloco de coroamento com o solo.

Figura 1.7 – Modelo numérico

Fonte: Barbosa, 2013

Tratando-se de dinâmica das Estruturas, pode-se citar o trabalho desenvolvido por


MIGUEL, 2003, que estudou um edifcio alto submetido a ação dinâmica do vento, através de
túnel de vento.
20

Figura 1.8 – Ensaios em túnel de vento

Fonte: Miguel 2003

CURADELLI, 2003 abordou em se trabalho um sistema de dissipação de energia, isto


é, um sistema de proteção estrutural orientado ao uso de amortecedores metálicos. Foi
desenvolvido metodologia de análise de projeto de estrutura avaliando a eficiência de
sistemas externos de dissipação de energia.

Figura 1.9 – Distribuição dos dissipadores nos vãos centrais

Fonte: Curadelli, 2003


21

Figura 1.10 – Disposição do sistema de amortecimento suplementar no pórtico

Fonte: Curadelli, 2003

CHAVEZ, 2006, analisou os deslocamentos, as acelerações e os esforços em um


edifício alto para o carregamento aleatório do vento, através de análises dinâmicas no domínio
do tempo. Os resultados assim obtidos foram comparados com os resultados usando as
recomendações da norma brasileira NBR6123:1988 e os níveis de conforto dos usuários
foram avaliados com base nos índices humanos de percepção de acelerações.

Figura 1.11 – Vista 3D do modelo numérico em elementos finitos

Fonte: Chavez, 2006


22

CARNEIRO, 2009, verificou a eficiência do controle semi-ativo, utilizando-se


amortecedores magnetorreológicos (MR) e compara-los com o controle ativo e passivo.
Avalizou-se numericamente a eficiência do a eficiência do controle aplicado a um modelo de
edifício de dois andares submetido a uma aceleração na base.

Figura 1.12 – Amortecedor MR

Fonte: Carneiro, 2009

Figura 1.13 – Modelo experimental do pótico

Fonte: Carneiro, 2009


23

1.3 Objetivo

Neste trabalho assume o propósito de realizar análises estática e dinâmica de um


edifício de 28 andares em concreto armado. Será avaliado o comportamento estrutural com os
parâmetros de estabilidade global, frequências naturais, modos de vibração, aceleração, e
amplitude dos deslocamentos da estrutura. Todas as análises, anteriormente mencionadas,
foram realizadas comparando o modelo com adoção dos coeficientes de mola com o modelo
engastado nas fundações, utilizando o sistema CAD/TQS.
24

2. PROJETO ESTRUTURAL

Tendo em vista a grande responsabilidade da elaboração de um projeto estrutural e


complexidade dos cálculos envolvidos em sua elaboração, manter-se atualizado é excencial
para a carreira do profissional. No projeto estrutural são vários aspectos envolvidos,
começando pelo trabalho intelectual, que exige conhecimentos teóricos e práticos além do
conhecimento de todas as normas técnicas necessárias para a elaboração do projeto.
Os requisitos necessários para a qualidade do projeto e da estrutura, tais como:
capacidade resistente, seguraça, desempenho em serviço, utilização, durabilidade, não
deterioração, construtibilidade, viabilidade prática, execução e integração com os demais
projetos devem ser observador no desenvolvimento do empreendimento.
O conhecimento para integrar várias disciplinas faz-se necessário para melhorar a
qualidade do produto final. Uma das disciplinas de grande importância que influencia
diretamente na viabilidade do projeto de estruturas, é a de fundação. Boa parte dos software
disponíveis no mercado nacional já possuem módulos de iteração solo-estrutura, onde são
inseridos os dados geotécnicos para obter-se os coeficientes de mola que influenciará
diretamente na estabilidade global dos modelos estudados.
O modelo estrutural utilizado neste trabalho trata-se de uma edificação para uso
residencial em concreto armado com lajes nervuradas. Foi acrescentado uma junta de dilação
devido ao comprimento da edificação. Nesta junta foi incorporado amortecedores para
diminuir a distancias entre as duas partes da estrutura.
Empreendimentos esbeltos são muito comens nos dias de hoje, haja vista, pouca
disponibilidades de área em regiões metropolitanas. Abaixo segue esquema vertical o modelo
tridimensional da estrutura, planta baixa da arquitetura do pavimento tipo e as formas da
estrutura, incluindo as dimensões dos pilares em “L”.
25

Figura 2.1 – Corte Esquemático da Estrutura

Fonte: o próprio autor

Figura 2.2 – Modelo Estrutural 3D BIM – vista A

Fonte: o próprio autor


26

Figura 2.3 – Modelo Estrutural 3D BIM – vista B

Fonte: o próprio autor

Figura 2.4 – Planta baixa de arquitetura do pavimento tipo

Fonte: Bezerra, 2015


27

Figura 2.5 – Localização da junta

Fonte: o próprio autor

Todas as lajes maciças possuem espessura de 12 cm. As lajes nervuras possuem


dimensões conforme Fig. 2.6 e Fig 2.7. Todas as vigas possuem dimensões de 20x70 cm.

Figura 2.6 – Característica geométrica da nervura

Fonte: o próprio autor

Figura 2.7 – Detalhe da nervura

Fonte: o próprio autor


28

Figura 2.8 – Forma do tipo 1 ao 7

Fonte: o próprio autor

Figura 2.9 – Forma do tipo 8 ao 10

Fonte: o próprio autor


29

Figura 2.10 – Forma do tipo 11 ao 13

Fonte: o próprio autor

Figura 2.11 – Forma do tipo 14 ao 16

Fonte: o próprio autor


30

Figura 2.12 – Forma do tipo 17 ao 19

Fonte: o próprio autor

Figura 2.13 – Forma do tipo 20 ao 22

Fonte: o próprio autor


31

Figura 2.14 – Forma do tipo 23 ao 25

Fonte: o próprio autor

Figura 2.15 – Forma do tipo 26 e 27

Fonte: o próprio autor


32

Figura 2.16 – Forma da coberta

Fonte: o próprio autor

Figura 2.17 – Dimensões dos pilares em L

Fonte: o próprio autor


33

3. NORMAS TÉCNICAS

A elaboração do modelo estrutural seguiu criteriosamente às prescrições das seguintes


normas:
 ABNT NBR - 6118/2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento;
 ABNT NBR – 6122/96 – Projeto e execução de fundações – Procedimento;
 ABNT NBR - 6120/1980 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações –
Procedimento;
 ABNT NBR - 6112/1996 – Projeto e execução de fundações – Procedimento;
 ABNT NBR - 6123/1988 – Forças devidas ao vento em edificações – Procedimento;
 ABNT NBR - 7480/1996 – Barras e fios de aço destinado a armaduras de concreto
armado – Especificações;
 ABNT NBR-8681/2003 – Ações e segurança nas estruturas – Procedimento;
 ABNT NBR 8681-1992 – Concreto para fins estruturais – classificação por grupos de
resistência – classificação;
34

4. CARACTERISTICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

4.1 Concreto

De acordo com item 9.1.2.1 da NBR-14931/2003, estão mostradas abaixo todas as


características e propriedades do concreto utulizadas neste estudo.

Quadro 4.1 – Característica e propriedade do concreto


f ck Ecs Eci

(kgf / cm2 ) (kgf / cm2 ) (kgf / cm2 )


400 301.049 354.175

f ctm f ctk ,inf f ctk ,sup f ctd

(kgf / cm2 ) (kgf / cm2 ) (kgf / cm2 ) (kgf / cm2 )


35.09 24.56 45.61 17.54
Coeficiente de minoração  1, 40
Fonte: o próprio autor

Os módulos de elasticidade e resistência à tração do concreto foram obtidos a partir


do f ck , conforme critérios estabelecidos na NBR-6118/2014.

 Peso específico do concreto armado:   2500 kgf/m³

 Coeficiente de dilatação térmica:   10 -5 /ºC


 Resistência característica à compressão (fck) - devem ter sido obtidos em ensaios de
cilindros moldados segundo a ABNT: NBR-5738, realizados de acordo com a ABNT:
NBR-5739:
 Coeficiente de minoração:  c  1,4

 Vida útil prevista: 50 anos


 Umidade relativa do ar: 70%
 Início do carregamento: 14 dias
 Abertura máxima de fissura: 0,3 mm
35

4.2 Aço

Foram considerados barras e fios de aço de acordo com as especificações da ABNT,


aços classe A e classe B com diagramas de tensão deformação de acordo com o item 8.3.6 da
NBR-6118/14. O módulo de elasticidade longitudinal segundo o item 8.3.5 da NBR-6118/03.
Portanto, têm-se:
 Tensão de escoamento característica: f yk  500MPa

 Módulo de elasticidade longitudinal: E s  210GPa

 Coeficiente de dilatação térmica:   10 -5 /ºC


36

5. QUALIDADE E DURABILIDADE

Este projeto estrutural tem por finalidade garantir dos requisitos de qualidade
durabilidade e funcionalidade, se e somente se, forem garantidos que sua execução e seus
carregamentos, sua manutenção preventiva, estiverem de acordo com essa documentação e
com as plantas, principalmente nas especificações dos materiais a serem utilizados.

5.1 Agressividade ambiental

Segundo a NBR-6118/03 item 6.4, nos projetos estruturais, a agressividade ambiental


deve ser classificada de acordo com a tabela 6.1, e pode ser avaliada, simplificadamente,
segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas partes.

Fonte: NBR-6118

5.2 Qualidade do concreto e do cobrimento

Segundo a NBR-6118/03 no item 7.4.2, ensaios comprobatórios de desempenho da


durabilidade da estrutura frente ao tipo e nível de agressividade previsto em projeto devem
estabelecer os parâmetros mínimos a serem atendidos. Na falta destes e devido à existência de
uma forte correspondência entre a relação água/cimento, a resistência à compressão de
concreto e sua durabilidade, permite-se adotar os requisitos mínimos expressos na tabela 7.1
da NBR-6118/03.
37

Fonte: NBR-6118

5.3 Cobrimento

Segundo a NBR-6118/14 item 7.4.7.5, os cobrimentos nominais mínimos estão sempre


referidos à superfície da armadura externa, em geral à face externa do estribo. Portanto
relacionado a agressividade ambiental em que a estrutura está exposta com os cobrimentos,
tem-se a tabela 7.2 da NBR-6118/14:

Fonte: NBR-6118

Figura 5.1 – Cobrimento dos elementos estruturais

Fonte: sistema CAD/TQS


38

6. CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA

6.1 Infraestrutura

Foi denominada de infraestrutura toda a fundação em blocos sobre estacas com 5


metro de profundidades. Adotou-se um solo hipotético, na qual gerou uma disposição de
estacas. Por conveniência foi utilizada uma cota de assentamento constante no projeto das
fundações sem levar em considerações os desníveis do poço do elevador.

6.2 Superestrutura

A superestrutura é constituída por todos os elementos em concreto armado exceto as


fundações como já supracitado. Sua concepção se deu em sua maioria em lajes nervuradas,
em tese, com uma boa rigidez, solução onde se pode conciliar um bom comportamento quanto
às deformações verticais, com um bom índice de consumo de materiais. A junta de dilatação
foi definidas com as barras de transferências e placas de neoprene, que vão permitir que os
dois setores se movimentem em conjunto, mas, ao mesmo tempo estejam isolados/livres
quando forem submetidos as variações volumétricas. O modelo estrutural foi desenvolvido
integrado ao projeto arquitetônico. A solução adotada para o projeto visou otimizar a relação
custo x benefício, segurança x durabilidade, sendo estes os fatores preponderantes que
influenciaram na definição da estrutura.
39

7. AÇÕES CONSIDERADAS

7.1 Cargas de Alvenaria

Foram consideradas no projeto estrutural paredes de blocos cerâmicos com tijolos de 9


e 14 cm respectivamente alvenaria interna e de fachada.

7.2 Cargas distribuídas

As cargas distribuídas superficialmente adotadas no projeto foram:


 Revestimento: 100 kgf/m² (permanente);
 Sobrecarga: 150 kgf/m² (pavimentos tipos).

7.3 Cargas de vento

A ação do vento na estrutura que foi considerada neste projeto seguiu as


recomendações da NBR-6123/88 (Forças devidas ao vento em edificações). Foi considerado o
vento atuando em todas as possível direções, conforme as combinações do item 4.3. Têm-se,
portanto os seguintes dados de entrada para o cálculo da pressão do vento na estrutura:

Figura 7.1 – Coeficiente de Arrasto

Fonte: sistema CAD/TQS


40

Figura 7.2 – Direções de Atuação do Vento

Fonte: o próprio autor

7.4 Combinações de dimensionamento

Foram considerados no Projeto Estrutural os coeficientes de ponderações das ações


previstos na ABNT NBR 6118/2014 para edificações residências.

Figura 7.3 – Ponderadores e redutores de sobrecargas

Fonte: sistema CAD/TQS


41

8. JUNTAS

Como o edifício tem uma grande dimensão longitudinal em planta, optou-se pela
introdução de uma junta de dilatação central. Foram colocadas nas juntas, barras de
transferência e placas de neoprene verticais. A introdução destes elementos tem como
objetivo induzir aos dois blocos uma movimentação homogênea, evitando que ocorram
choques entre as partes quando submetidas às ações horizontais.
As barras de transferência devem estar fixadas em uma das extremidades e imersas em
graxa na outra extremidade, permitindo uma movimentação longitudinal da estrutura e
atuando como espaçador submetido a forças normais e cortantes quando ocorrerem
movimentações horizontais. As placas de neoprene atuam como amortecedores, evitando
impactos entre as partes. Com a introdução deste mecanismo temos ainda um bom benefício
no comportamento global da estrutura, como podemos observar nos resultados na avaliação
de estabilidade global apresentada a seguir.

Figura 8.1 – Detalhe dos amortecedores

Fonte: o próprio autor


42

9. ANÁLISE ESTRUTURAL

9.1 Análise Estática

Partindo do completo lançamento da estrutura, realizou-se todos os processamentos


visando a atender as prescrições da NBR 6118:2014 quanto a:
 Módulo de elasticidade;
 Ancoragem das armaduras;
 Ações;
 Limites para dimensões, deslocamentos e abertura de fissuras;
 Análise estrutural (Análise Linear elástica e com redistribuição);
 Efeitos de 2ª ordem;
 Verificações em ELU e ELS;

Nas análises aplicou-se as técnicas de análise estrutural que julgamos as mais


apropriadas atualmente. Adotou-se os seguintes tipos de modelos estruturais nos cálculos:
 Modelo de pórtico espacial para a análise global;
 Modelo Pilares, Vigas e Lajes flexibilizados.

9.1.1 Modelo de grelha para os pavimentos

Análise do comportamento estrutural dos pavimentos realizou-se através de modelos


de grelha plana. Nestes modelos as lajes foram integralmente consideradas, junto com as
vigas e os apoios formados pelos pilares existentes. Para a avaliação das deformações dos
pavimentos em serviço, realizou-se análises considerando a não-linearidade física, onde
através de incrementos de carga, as inércias reais das seções foram estimadas considerando as
armaduras de projeto e a fissuração nos estádios I, II ou III. Na análise dos pavimentos teve
como objetivo avaliar as deformações, os esforços atuantes nas lajes e a obtenção dos
carregamentos verticais que irão atuar no modelo de pórtico espacial.
43

9.1.1.1 Grelha não-linear (barras fissura)

Nesta avaliação, simulou-se as armaduras definidas com base nos esforços atuantes.
Levou-se em consideração à inércia a flexão plena das seções, considerando que tem algumas
seções sendo solicitadas nos estádios II e III. A figura abaixo apresenta em vermelho as
barras que estão no estádio II ou II, que representam aproximadamente 12% das barras no
estádio II ou III.

Figura 9.1 – Grelha não-linear (Estadio II ou III)

Fonte: sistema CAD/TQS

9.1.1.2 Deformações a longo prazo

A fluência foi contemplada conforme o item 17.3 da NBR6118, amplificando-se as


deformações ao longo prazo. As deformações a longo prazo máxima de 0,59 cm menor que o
limite de 1,11cm, conforme figura abaixo.
44

Figura 9.2 – Deformações (cm) a longo prazo

Fonte: sistema CAD/TQS

9.1.1.3 Abertura de fissruas

A abertura máxima de fissuras chegou a 0,17mm, menor que o limite da norma que é
de 0,30mm estabelecido pela NBR 6118 para estruturas em cocnreto armado como mostra na
figura abaixo:

Figura 9.3 – Abertura de fissuras

Fonte: sistema CAD/TQS


45

9.1.2 Modelo de pórtico espacial para análise global

O edifício foi modelado por um pórtico espacial, composto por elementos que
simulam as vigas, pilares e lajes da estrutura. Os efeitos gerados pela aplicação das ações
verticais e horizontais foram calculados com esse modelo. Dessa forma, além das vigas e
pilares, as lajes resistiram a parte dos esforções gerados pelo vento. Foi utilizado a separação
de modelo específicos para avaliação do ELS e ELS, bem como seus respectivos coeficientes
de não linearidade física.

Figura 9.4 – Coeficiente de não-linearidade física

Fonte: sistema CAD/TQS

9.1.2.1 Plastificação dos momentos fletores nos apoios

A platificação dos momentos fletores no apoios foram incorporando ao modelo para


corrigir picos irreais de momentos fletores, como mostra as figuras abaixo:
46

Figura 9.5 – Picos irreais de momentos

Fonte: TQS, 2015

Figura 9.6 – plastificação dos momentos fletores nos apoios

Fonte: TQS, 2015

9.1.2.2 Simulação do efeito construtivo incremental

A geração do modelo de pórtico espacial em edifícios altos com consideração da área


real das seções transversões leva à deformação axial por carga vertical maior dos pilares de
maior tensão normal, com consequente redistribuição de esforços para outros pilares.
Para considerar de maneira simplificada a acomodação da estrutura por nivelamento
progressivo dos pisos devido ao processo construtivo, realiza-se um aumento na área da seção
transversais dos pilares, exclusivamente para os carregamentos verticais.
Neste projeto foi incorporada a análise por efeito incremental onde foi considerado
esta hipótese de maneira mais refinada. Aplica-se progressivamente carregamentos verticais e
nivelando-se os pisos após a aplicação deste carregamento, substituindo o aumento
simplificado da área da seção dos pilares.
47

Figura 9.7 – Efeito incremental construtivo

Fonte: TQS, 2015

9.1.3 Análises efetuadas

De posse dos resultados da análise por pórtico, realizou-se verificação do


comportamento global da estrutura e a obtenção dos esforços atuantes nos pilares e vigas e
nas lajes. Como ações horizontais foram introduzidos 8 carregamentos devidos a vento,
direcionados a cada 45º, como explanado anteriormente. Para cada uma destas direções foram
verificados os parâmetros de estabilidade global, gama z, os deslocamentos no topo do
edifício, os deslocamentos devidos a cargas verticais e as suas implicações na avaliação da
estabilidade global. A figura a seguir mostra o modelo de pórtico espacial que foi analisado.

Figura 9.8 – Modelo de Pórtico Integrado Considerado nos Estudos

Fonte: Relatório de avaliação estrutural do residencial Porto Real, SIS Engenharia


48

Figura 9.9 – Pórtico Espacial Unifilar

Fonte: sistema CAD/TQS

9.1.4 Considerações da rigidez das fundações na estabilidade global

Para realizar uma análise mais adequada do edifício, aprimorou-se o modelo,


incluindo-se a rigidez real das fundações, adotando-se coeficientes de mola correspondentes
às rigidezes dos blocos sobre estacas como apoios elásticos. A consideração de coeficientes
de mola nas restrições de apoio do modelo calculados com base nas fundações projetadas,
reproduz com mais realismo a rigidez das fundações, que é bem menor do que o
engastamento perfeito normalmente adotado em projetos. Com a consideração de molas, o
funcionamento do modelo espacial da estrutura também se aproxima mais da realidade.
Com a hipótese mais apropriada para a avaliação da estrutura, realizou-se então a
verificação da estabilidade global, e conferimos as reações de apoio que a estrutura transmite
à infraestrutura.
49

Figura 9.10 – Coeficientes de mola bloco de 3 estacas

Fonte: sistema CAD/TQS

Figura 9.11 – Coeficientes de mola bloco de 4 estacas

Fonte: sistema CAD/TQS

Figura 9.12 – Coeficientes de mola bloco de 5 estacas

Fonte: sistema CAD/TQS


50

9.1.5 Reações de Apoio nas Fundações

Realizou-se os processamentos, passou-se a conferir as reações de apoio que a


estrutura transmite à infraestrutura. Em todos os pilares, obteve-se reações verticais de apoio
nas fundações muito próximas às que foram apresentadas no projeto original. Este fato indica
que as cargas verticais do projeto original e do modelo utilizado são compatíveis.

9.1.6 Estabilidade global considerando a rigidez real das fundações

No cálculo da estabilidade global da estrutura considerando os dois modelos obteve-se


os seguintes valores:

Figura 9.13a – Estabilidade Global – engastamento perfeito

Fonte: o próprio autor

Figura 9.13b – Estabilidade Global – coeficiente de mola

Fonte: o próprio autor


51

9.2 Análise dinâmica

Na análise estrutural, usualmente, admite-se que o fluxo de vento é unidirecional e que


sua ação pode ser dividida em 2 parcelas, uma média, o vento médio, e outra de caráter
aleatório e flutuante em torno desta média, a turbulência ou rajadas. A ação decorrente do
vento médio é tratada como carga estática. Já a intensidade das cargas associadas às rajadas
do vento varia ao longo do tempo, podendo gerar efeitos dinâmicos muito maiores do que
aqueles decorrentes da sua aplicação gradual.
A resposta dinâmica de uma edificação sob a ação do vento dependerá tanto das
características do vento incidente como das características dinâmicas da estrutura, isto é, suas
freqüências naturais e o seu amortecimento.
De um modo geral, a turbulência do vento corresponde a uma ação dinâmica cujas
componentes espectrais preponderantes estão na faixa das baixas freqüências, tendendo a
excitar principalmente os primeiros modos de vibração da estrutura na qual ele incide.
Conseqüentemente, a incidência de um vento sobre um edifício poderá provocar efeitos
dinâmicos significativos, se o espectro de potência de sua turbulência apresentar valores
elevados de energia cinética na faixa da freqüência fundamental da estrutura do edifício.
Com relação a esse ponto, a NBR 6123 “Forças devido ao vento em edificações”
(1988) prescreve, de uma forma genérica, no seu Capítulo 9, que “...edificações com período
fundamental superior a 1s, em particular aquelas fracamente amortecidas, podem apresentar
importante resposta flutuante na direção do vento médio.” A mesma norma, em seu anexo H,
indica como se deve proceder nos casos em que a ação dinâmica do vento na estrutura é
relevante: “Certas edificações esbeltas e flexíveis apresentam comportamento intrinsecamente
dinâmico quando expostas ao vento, sendo que nem sempre a velocidade mais desfavorável é
a velocidade máxima prevista para o vento”.
Torna-se necessário estudar sua estabilidade, por via matemática e/ou experimental,
em uma gama intensa de velocidades do vento”. Portanto, a norma indica a necessidade de
realização de uma análise dinâmica onde as flutuações da velocidade do vento incidente na
edificação devem ser tratadas como aleatórias. A turbulência do vento foi considerada como
uma carga dinâmica aleatória e foi obtida a partir de seu espectro de densidade de potência. A
avaliação dos efeitos dinâmicos do vento no edifício com base no Método do Vento Sintético
da metodologia do Prof. Dr. Mário Franco foi realizada penas no modelo de pórtico espacial.
52

9.2.1 Análise dinâmica no pavimento

A NBR 6118 recomenda no seu item 23.3 que: “Para assegurar comportamento
satisfatório das estruturas sujeitas a vibrações, deve-se afastar o máximo possível a freqüência
própria da estrutura (f) da freqüência crítica (fcrit), que depende da destinação da respectiva
edificação.” Para tal, essa norma prescreve que f > 1,2 fcrit.

Figura 9.14 – Modos, Periodos, Frequencias naturais do pavimento

Fonte: sistema CAD/TQS

Figura 9.15 – Modo 1 de vibração do pavimento

Fonte: sistema CAD/TQS


53

Figura 9.16 – Modo 2 de vibração do pavimento

Fonte: sistema CAD/TQS

9.2.2 Análise modal

Toda a análise no tempo foi baseada nos modos de vibração da estrutura durante o
processamento do pórtico espacial. A tabela abaixo mostra os modos de vibração da estrutura,
períodos, frequências naturais, frequências angulares e os autovalores, consecutivamente:

Figura 9.17 – Modos, Periodos, Frequencias naturais

Fonte: sistema CAD/TQS


54

Figura 9.18 – Modos de Vibração

Fonte: sistema CAD/TQS


55

9.2.3 Times – history

“Por meio da Time-history (Análise de respostas no tempo)”, análise no domínio do


tempo de estruturas submetidas a carregamentos dinâmicos, definiu-se excitações dinâmicas,
as rajadas de vento. Várias análises forma realizadas para encontrar o lugar mais desfavorável
para o centro da rajada (vide fig. 9.13). Obtiveram-se resultados nos campos dos
deslocamentos, velocidades e acelerações nas três direções globais (X, Y e Z) para o modelo
com os coeficientes de mola e engastamento perfeito.

Figura 9.19 – Centro da rajada

Fonte: sistema CAD/TQS

9.2.3.1 Amortecimento

A dissipação de energia associada ao movimento oscilatório de uma estrutura está


diretamente ligada ao fator de amortecimento que esta possui, tendo relação estreita com os
56

níveis de aceleração e deslocamento que a mesma sofre. Deve-se prover soluções que
incorporem níveis suficientes de amortecimento à edificações, de forma a mantê-la dentro dos
padrões aceitáveis dos Estados Limites de Utilização. De acordo com Kijewski e Kareem
(2000), o fato de existirem números mecanismo relacionados ao amortecimento, que são mais
variados e menos compreendidos do que os mecanismo físicos que governam massa e inércia,
fazendo com que a escolha apropriada do modelo matemática seja muito difícil.
O que se tem feito, segundo TREIN, 2005, é estimar um valor no momento do
projeto, baseando nas características gerais da edificação projetada e nos padrões geralmente
adotados, tentando-se fazer com que o projeto final leve a uma edificação que se encaixe nos
critérios mínimos exigíveis.
O amortecimento estrutural pode ser associado basicamente a três mecanismo
fundamentais, sendo estes relacionados às características de amortecimento do material do
corpo da edificação, ao amortecimento gerado para dissipação da energia nas junções entre
elementos estruturais e ao amortecimento gerado pelo contado da edificação com o solo,
através das fundações.
Os valores para as taxas de amortecimento (dumping factors) para cada modo de
vibração estão intrinsicamente relacionados ao tipo da estrutura (material) e ao tipo da
excitação. O valor utilizado para a taxa de amortecimento foi de 0,02, por se tratar de uma
estrutura em concreto armado.

9.2.3.2 Vento

Utilizou-se a montagem dos "carregamentos + excitações + combinações" para serem


adotados na análise da resposta da estrutura em serviço sob a ação dinâmica de rajadas de
vento. Utilizou-se os seguintes dados para o vento:

Figura 9.20 – Vento

Fonte: sistema CAD/TQS


57

9.2.3.3 Carregamentos

Definiu-se os carregamentos de amplitude (forças e momentos) que foram utilizados


na análise dinâmica. Esses carregamentos foram definidos a partir de casos previamente
definidos no edifício. Foram utilizados dez harmônicos.

Figura 9.21 – Carregamentos Dinâmicos

Fonte: sistema CAD/TQS

9.2.3.4 Excitações

Definiu-se as excitações harmônicas (carregamentos dinâmicos) que se utilizou na


análise dinâmica. Cada excitação foi definida por um carregamento de amplitude, um período
e uma fase.

Figura 9.22 – Excitações Dinâmicas

Fonte: sistema CAD/TQS


58

9.2.3.5 Desconforto ocasionado pelo vento

Do ponto de vista da segurança estrutural, é necessário que a estrutura submetida a


força do vento seja suficientemente resistente para um desempenho adequado de seus
componentes estruturais e também suficientemente rígida para evitar deslocamentos
exagerados. Além disso, estudos mostram que, em caso de edifícios altos e esbeltos, o
projetista deverá levar em consideração os requisitos exigidos pela utilização dos espaços
construídos com relação à atuação do vento. Isto significa que a estrutura deve ser projetada
para que o movimento induzido pelo vento não ocasione desconforto aos usuários.
A percepção das vibrações afeta as pessoas de muitas formas, causando desconforto,
problemas de saúde, desempenho insatisfatório de atividades pela falta de concentração no
trabalho, enjôo e temor pela estabilidade da estrutura. Esse temor é infundado, já que os
deslocamentos são geralmente pequenos demais para comprometer a integridade da estrutura.
O grau de mal-estar provocado pela vibração estrutural dos prédios depende da aceleração, da
freqüência da oscilação, do tipo de atividade que a pessoa estiver realizando, da direção que a
aceleração atinge o corpo humano, da quantidade de vezes que o evento acontece por dia, do
tempo de exposição à vibração e da expectativa de conforto de cada pessoa.
Com o conhecimento de todos esses fatores é possível fazer uma avaliação precisa da
aceitabilidade das vibrações. Na norma ISO 2631:1997 e na BS-6472:1992 há orientações
sobre os níveis limites de vibrações admissíveis em prédios de diferentes tipos de ocupação,
como hospitais, hotéis, laboratórios, escritórios, fábricas e edifícios residenciais, que
dependem da freqüência de vibração da estrutura. Portanto, deve-se levar em conta os efeitos
da flexibilidade dos elementos estruturais de sustentação na avaliação de conformidade dos
ambientes. A Norma ISO 2631-1 orienta quanto aos possíveis efeitos da vibração sobre a
saúde, o conforto e limite de percepção, na faixa de 0,5 a 80 Hz e o enjôo, para freqüências de
0,1 a 0,5 Hz. A Norma ISO 2631-2 inclui curvas ponderadas de limites de percepção de
vibrações, em função da freqüência, e também traz métodos de medidas a serem utilizados,
através de níveis estabelecidos em função da área de ocupação do prédio, do período de
avaliação (dia ou noite) e do tipo de vibração, CHAVEZ, 2006.
59

9.2.3.6 Resultados

A NBR 6123 “Forças devido ao vento em edificações” (1988) prescreve, de uma


forma genérica, no seu Capítulo 9, que “...edificações com período fundamental superior a 1s,
em particular aquelas fracamente amortecidas, podem apresentar importante resposta
flutuante na direção do vento médio.”
De acordo com a fig. 9.11, observou-se que precisa da análise considerando o vento
como carga dinâmica. De acordo com a aceleração calculada para cada sentido de vento
aplicado no edifício, é feita uma classificação referente a níveis de percepção humana:
imperceptível, perceptível, incômoda, muito incômoda e intolerável. As acelerações limites
entre esses níveis são, respectivamente: , , e , onde é a aceleração da
gravidade. Na Fig.6 é apresentado o diagrama de percepção humana a vibrações originadas
pelo vento encontrado em Bachmann et al.(1995).

Figura 9.23 – Excitações Dinâmicas Percepção humana a vibrações originadas pelo vento

Fonte: BACHMANN et al, 1995

Como a menor frequência natural ficou menor de 1 Hz, foi necessário uma análise
dinâmica através do “time-history”. Então, foram utilizados os seguintes casos de
carregamento:
60

Figura 9.24 – Casos de Carregamentos

Fonte: sistema CAD/TQS

Graficamente é possível vizualizar os valores de acelerações, velocidades e


acelerações para as análise consideradados as vinculações nas fundações com engastamento
perfeito e coeficientes de mola, respectivamente nó (fig. 9.15) do modelo que é o mais
desfavorável. Logo, obteve-se os seguintes resultados:

Figura 9.25 – Aceleração da Estrutura em %g (engastamento Perfeito)

Fonte: sistema CAD/TQS


61

Figura 9.26 – Velocidade da Estrutura em m/s (engastamento perfeito)

Fonte: sistema CAD/TQS

Figura 9.27 – Deslocamento da Estrutura em cm (engastamento perfeito)

Fonte: sistema CAD/TQS

Figura 9.28 – Aceleração da Estrutura em %g (Coeficientes de Mola)

Fonte: sistema CAD/TQS


62

Figura 9.29 – Velocidade da Estrutura em m/s (Coeficientes de Mola)

Fonte: sistema CAD/TQS

Figura 9.30 – Deslocamento da Estrutura em cm (Coeficientes de Mola)

Fonte: sistema CAD/TQS


63

10. CONCLUSÃO

10.1 Parâmetros de estabilidade global

10.1.1 Máximo deslocamento horizontal absoluto

Com utilização dos coeficientes de mola nas fundações houve um aumento do máximo
deslocamento horizontal absoluto (vide Fig 10.1) como previsto. O limite para esse
deslocamento é de 4,77cm (NBR – 6118/2014) que foi ultrapassado em mais de 2cm.

Figura 10.1 – Comparação do máximo deslocamento horizontal absoluto em cm

Fonte: o próprio autor

10.1.2 Gama Z

O coeficiente de avaliação de importância dos esforções de 2ª ordem globais para


estruturas reticuladas, Gama Z, seguiu a mesma tendência dos deslocamento horizontais
absolutos (vide Figura 10.2).
64

Figura 10.2 – Comparação do coeficiente Gama Z

Fonte: o próprio autor

10.1.3 Deslocamento máximos entre pisos

Seguindo a mesma tendência dos outros dois paramentros, o deslocamento entre pisos
também foi maior para a estrutura com os coeficientes de molas nas fundações (vide Fig.
10.3).

Figura 10.3 – Comparação do máximo deslocamento horizontal entre pisos em cm

Fonte: o próprio autor


65

10.2 Analise dinâmica

Em relação a análise dinâmica, nenhum dos modelos apresentaram um bom


desempenho quando considerado as rajadas de vento, utrapassando o liminte da aceleração
estabelecido por BACHMANN et al, 1995 (vide Fig. 9.19) . O modelo com molas, como foi
de se esperar, obteve um melhor desempenho para as rajadas de vento dinâmico devido a
dissipação de energia pela flexibilização das fundações.

Figura 10.4 – Comparação da aceleração da estrutura submetido ao vento dinâmico

Fonte: o próprio autor

Figura 10.5 – Comparação da velocidade da estrutura submetido ao vento dinâmico

Fonte: o próprio autor


66

Figura 10.6 – Comparação dos deslocamentos da estrutura submetido ao vento dinâmico

Fonte: o próprio autor

10.3 Observações

Tendo em vista o modelo utilizado com engastamento perfeito nas fundações,


observou-se um aumento significativo nos deslocamentos de topo da estrutura, saindo dos
limites estabelecido na NBR-6118. Portando, a consideração dos coeficientes de mola tem
grande importância para um criar um modelo mais realista da estrutura.
Como já supracitado, quando a frequência natural da estrutura fica abaixo de 1 Hz, se
faz necessário considerar o vento com carga dinâmica. Como notou-se, a estrutura não
apresentou um bom comportamento submetido aos carregamentos dinâmicos. Ainda, sem a
utilização dos coeficientes de molas os resultados se amplificaram.
Uma outra analise a ser feita, seria a amplitude dos deslocamentos dinâmicos, pois,
teriam que ser analizados se os subsistemas, como por exemplo, vedação e revestimentos
suportariam a amplitude das oscilações provocadas pelas rejadas de vento.
Portanto, seguir refinando-se o modelo pode ter como economia, desempenho e
segurança, prevenindo manifestações patológicas juntamente com todas as suas
consequências.
67

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